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CENTRO UNIVERSITÁRIO CELSO LISBOA
HISTÓRIA - 2024.2
DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM - FASE 3
1. TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico de
origem genética que surge na infância e acompanha o indivíduo ao longo da vida. O transtorno afeta a
capacidade de atenção, regulação emocional e controle dos impulsos, sendo comum no ambiente
escolar. Existem três formas de manifestação: combinada, predominantemente hiperativa/impulsiva e
predominantemente desatenta. Além dos fatores genéticos, os aspectos ambientais, como nutrição e
exposição às toxinas, podem agravar os sintomas.
Principais sinais :
● Desatenção : dificuldade de manter o foco, seguir instruções, desorganização e esquecimento.
● Hiperatividade/impulsividade : dificuldade constante, dificuldade em permanecer sentado,
falar lento, dificuldade para esperar uma vez.
Para diagnóstico, é necessário que os sintomas sejam constantes, presentes em diferentes contextos
(escola e casa), persistam por mais de seis meses e tenham surgido antes dos 12 anos. Outros fatores
como desenvolvimento atípico e patologias devem ser descartados por um especialista.
Estudos indicam que o TDAH está relacionado a alterações nos neurotransmissores, especialmente
dopamina e noradrenalina, que afetam o lobo frontal, área responsável pelo controle da atenção,
planejamento e impulsos.
Orientações pedagógicas :
● Propor atividades diversificadas e diversificadas;
● Organizar rotinas e oferecer feedback positivo;
● Estimular comunicação e cooperação;
● Trabalhar com a família e promover a organização;
● Utilizar tecnologias para manter o foco e evitar tarefas repetitivas ou longas.
O professor deve entender que as dificuldades dos alunos com TDAH não refletem desinteresse ou
falta de habilidade, mas sim o funcionamento natural do cérebro dessas crianças.
2. SÍNDROME DE DOWN
A síndrome de Down é uma alteração genética caracterizada pela presença de um cromossomo extra
no par 21, totalizando 47 cromossomos. Ela está associada a dificuldades cognitivas e ao
desenvolvimento físico. Fatores como idade materna avançada e predisposição genética aumentam a
probabilidade de ocorrência. Testes pré-natais podem identificar riscos.
Indivíduos com síndrome de Down apresentam alterações no sistema nervoso, como menor volume
cerebral e atraso na mielinização, impactando a aprendizagem e a fala. Dificuldades auditivas e de
memória de curto prazo afetam a linguagem, resultando em uma aquisição mais lenta, especialmente
em aspectos gramaticais. No entanto, há maior resposta aos estímulos visuais, que podem ser
explorados pedagogicamente.
As características físicas incluem baixa estatura, crânios longos, face achatada, língua sulcada,
articulações flexíveis e mãos e pés pequenos. Alguns podem apresentar condições como déficit de
atenção, transtorno compulsivo, apneia do sono, entre outros.
Orientações pedagógicas :
● Propor atividades que façam sentido para o aluno e que exijam atenção crescente;
● Fortalecer vínculos afetivos e as qualidades do estudante;
● Estimular a memória de curto prazo com temas conectados à vida do aluno, usando estímulos
visuais e verbais;
● Trabalhar a discriminação visual e auditiva;
● Propor atividades físicas, que auxiliam no desenvolvimento motor e social;
● Focar na integração de áreas como fonoaudiologia, fisioterapia e psicopedagogia.
A prática de esportes, como a natação, também contribui para o desenvolvimento motor e o controle
de peso. Atividades que incentivam a fala e a comunicação são fundamentais, especialmente esportes
coletivos, que promovem a interação verbal.
3. DISLEXIA
A dislexia é um transtorno de aprendizagem neurobiológico que afeta cerca de 10% da população
mundial. Caracterizar-se pela dificuldade em decodificar símbolos, ler, escrever, soletrar e
compreender textos. Indivíduos com dislexia podem apresentar trocas, inversões, omissões ou adições
de letras e palavras. O diagnóstico é feito quando essas dificuldades interferem significativamente no
desempenho escolar ou em atividades cotidianas que exigem habilidades de leitura.
Sinais comuns :
● Leitura e escrita incompreensíveis;
● Confusão entre letras com orientação espacial ou filhos semelhantes (p/q, b/d, b/p);
● Inversão de sílabas ou palavras (par/pra, lata/alta);
● Supressão ou adição de letras (caalo/cavalo);
● Dificuldade em entender o texto lido.
A dislexia deve ser diferenciada de outros transtornos ou dificuldades temporárias. Ela não está ligada
à inteligência, e as manifestações tendem a persistir ao longo da vida, impactando variáveis formas de
linguagem, como leitura, escrita e pronúncia de palavras. Há evidências de fatores hereditários, o que
sugere uma predisposição familiar.
Orientações pedagógicas :
● Utilização linguagem clara e objetiva;
● Manter contato visual ao falar com o aluno;
● Propor tarefas pequenas e diversificadas;
● Incentivar o uso de materiais sensoriais e atividades práticas;
● Trabalhar com contato de histórias e leitura de livros;
● Adaptar currículo, provas e avaliações conforme necessário;
● Focar em vínculos afetivos e trabalhar com uma equipe multidisciplinar.
Apesar das dificuldades, os disléxicos podem ser altamente talentosos em áreas como arte, música e
teatro, destacando a importância de valorizar suas habilidades específicas e oferecer apoio emocional
e pedagógico contínuo.
4. DISGRAFIA E DISORTOGRAFIA
A Disgrafia é uma alteração da escrita, normalmente ligada a problemas da percepção motora.
Apresenta rigidez no traço, lentidão, pouca orientação espacial no papel e escrita não uniforme.
A Disgrafia é dividida em dois tipos principais:
● Disgrafia motora: Relacionada à dificuldade no controle motor fino, que afeta a coordenação
dos músculos envolvidos na escrita. Os traços podem ser irregulares, com letras mal formadas
ou tremidas, e o aluno geralmente apresenta cansaço ao escrever.
● Disgrafia perceptiva: Refere-se a problemas na percepção visual ou espacial, impactando a
forma como a pessoa organiza as letras e palavras no espaço. Nesse caso, a escrita pode ser
desorganizada, com letras de tamanhos diferentes, desalinhadas, ou fora das linhas, sem uma
estrutura coerente.
Já a disortografia não envolve questões motoras, mas dificuldades com o domínio da linguagem
escrita. Os alunos confundem letras, sílabas e fazem trocas ortográficas, resultando em inversões,
omissões e desordem na estruturação de frases. No início da alfabetização, esses erros são comuns,
mas se persistem, uma avaliação especializada pode ser necessária.
● Sinais visíveis:
○ Troca de sílabas e confusão de letras com sons semelhantes (b/p, d/t);
○ Inversão de sílabas ou palavras, supressão ou adição de letras (caalo/cavalo);
○ Repetição de sílabas ou palavras (bolo de chocolate);
○ Fragmentação, inversões e junções incorretas (a gora, derepente).
Orientações para o professor :
● Usar linguagem objetiva e clara;
● Propor tarefas pequenas e variadas;
● Estimular habilidades motoras e sensoriais;
● Trabalhar com livros e contação de histórias;
● Incentivar sempre o aluno e estimular a memória visual;
● Adaptar currículo, provas e avaliações;
● Priorizar vínculos afetivos e trabalhar em conjunto com uma equipe multidisciplinar
(psicopedagogo, fonoaudiólogo, psicólogo).
Ambas as condições excluem adaptações pedagógicas que valorizam as habilidades do aluno,
proporcionando um ambiente de apoio e incentivo.
5. DISPRAXIA
A dispraxia é uma disfunção motora neurológica que afeta a capacidade de realizar movimentos
coordenados, como sugere sua origem grega: dis (dificuldade) e praxia (fazer, agir). Nessa condição,
o cérebro tem dificuldades em planejar e executar movimentos, resultando em falta de coordenação
motora, percepção e equilíbrio. Importante destacar que a dispraxia não envolve lesão neurológica,
mas uma desorganização motora progressiva.
Característicasda dispraxia:
● Comprometimento da organização dos movimentos e, por vezes, da linguagem;
● Dificuldade na organização de pensamentos e percepções;
● A inteligência das pessoas com dispraxia está, em geral, dentro da mídia;
● Ausência de sinais neurológicos clínicos, o que a diferencia de outras condições, como a
paralisia cerebral.
Sinais perceptíveis:
A dispraxia pode ser observada desde a infância, com dificuldades como:
● Incapacidade de ficar parado, com comportamentos como balançar os pés ou bater as palmas
constantemente;
● Frequente esbarrões em objetos e dificuldade para comer sem se sujar;
● Dificuldade para seguir instruções verbais ou imitar tarefas demonstradas.
Essas dificuldades impactam a autoestima do aluno e prejudicam seu desempenho escolar se não
puderem ser identificadas e abordadas precocemente.
Causas e funcionamento:
Embora suas causas não sejam completamente compreendidas, acredita-se que a dispraxia está ligada
a um menor número de interconexões entre as células nervosas no córtex cerebral. Isso compromete a
capacidade do cérebro de processar informações sensoriais de forma eficiente, afetando o
desenvolvimento motor e a execução de movimentos organizados.
Orientações para o professor:
1. Exercícios físicos : Dificuldades em exercícios escolares que envolvem envolvimento motora
cooperativo e equilíbrio serão notórios. Mesmo com esses desafios, programas adaptados
podem ajudar o aluno com dispraxia a participar das atividades escolares.
2. Música e progressão motora : Trabalhar com instrumentos musicais é uma ótima forma de
desenvolver motora progressivamente fina e ampla, lateralidade, ritmo e concentração. O uso
da música pode impactar positivamente tanto o desempenho acadêmico quanto a vida social
do aluno.
3. Atividades adaptadas : Propor atividades que levem em consideração as dificuldades
motoras, sem esquecer de estimular a superação gradual desses desafios, é essencial para o
progresso do aluno.
A abordagem pedagógica deve ser personalizada, sempre buscando estimular as habilidades motoras e
cognitivas do estudante, garantindo um ambiente de aprendizagem inclusivo.
6. DISCALCULIA
A discalculia é um transtorno específico da aprendizagem que afeta a compreensão e manipulação de
conceitos numéricos e cálculos. Essa dificuldade vai além das eventuais frustrações com a matemática
que muitos alunos experimentam. Crianças e adolescentes com discalculia podem ter problemas para
identificar e classificar números, assim como em realizar operações básicas, tanto mentalmente quanto
no papel.
Embora a matemática seja uma habilidade fundamental que está presente no cotidiano, estudantes
com discalculia têm dificuldades em entender conceitos numéricos intuitivos e realizar atividades que
envolvem cálculo lógico-matemático. Isso pode se manifestar tanto no aprendizado de aritmética
básica quanto em pensamentos mais complexos, como a percepção de tempo e espaço.
Sinais de discalculia:
● Dificuldade para visualizar objetos dentro de um conjunto maior;
● Problemas com a conservação de quantidade e a compreensão das relações de valor ;
● Dificuldade para sequenciar números corretamente;
● Dificuldade em compreender sinais matemáticos ;
● Problemas para montar e resolver operações ;
● Dificuldade com medidas e unidades de tempo e espaço;
● Esquecimento frequente de sequências e passos para resolver operações matemáticas;
● Problemas em contar sequencialmente .
A discalculia pode coexistir com outros transtornos, como dislexia e TDAH, e, embora não afete
diretamente a leitura, impacta o processamento lógico-matemático e a percepção temporal e espacial.
Orientações para o professor:
1. Atividades diferenciadas : Propor atividades que despertem o interesse do aluno e que
estejam conectadas ao seu cotidiano, utilizando exemplos práticos.
2. Linguagem objetiva : Usar uma linguagem clara e direta para explicar os conceitos.
3. Uso de materiais concretos e lúdicos : Explorar objetos físicos e jogos que auxiliam na
compreensão de conceitos matemáticos.
4. Abordagens sensoriais : Integra estímulos visuais, auditivos e cinestésicos para facilitar o
entendimento.
5. Jogos e atividades curtas : Utilizar matemática e propor tarefas curtas, mas variadas, para
evitar sobrecarregar o aluno.
6. Adaptação de currículo, provas e avaliações : Adaptar o conteúdo para que ele se torne
mais acessível ao aluno com discalculia.
7. Trabalho multidisciplinar : Colaborar com uma equipe de especialistas, como
psicopedagogos e psicólogos, para criar estratégias mais eficazes.
8. Incentivo constante : Estimular o aluno, valorizando suas habilidades e conquistas, e manter
vínculos afetivos que favorecem o aprendizado.
Com essas estratégias, é possível promover uma educação mais inclusiva, permitindo que alunos com
discalculia desenvolvam suas habilidades matemáticas de forma mais eficaz.

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