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Ciência Política e do Estado Aula 1 Prof. Vagner PATINI Professor: Vagner PATINI Martins Mestre em Ciência Sociais (política) - PUC/SP Pós-graduado em Direito Sindical – ESA/SP Pós-graduado em Direito e Processo do Trabalho – ESA/SP Graduado pela FMU Diretor da Comissão de Direito Sindical da OAB – Jabaquara Membro da Comissão de Direito Sindical da – Seccional SP Advogado atuante na área Trabalhista e Sindical Agenda do encontro: • ROTEIRO DE ESTUDOS ü Poder ü Dominação ü Legitimidade e Legalidade • DÚVIDAS. Poder “Poder. 1. DEFINIÇÃO. — Em seu significado mais geral, a palavra Poder designa a capacidade ou a possibilidade de agir, de produzir efeitos. Tanto pode ser referida a indivíduos e a grupos humanos como a objetos ou a fenômenos naturais (como na expressão Poder calorífico, Poder de absorção). Se o entendermos em senNdo especificamente social, ou seja, na sua relação com a vida do homem em sociedade, o Poder torna-se mais preciso, e seu espaço conceptual pode ir desde a capacidade geral de agir, até à capacidade do homem em determinar o comportamento do homem: Poder do homem sobre o homem. O homem é não só o sujeito mas também o objeto do Poder social. E Poder social a capacidade que um pai tem para dar ordens a seus filhos ou a capacidade de um Governo de dar ordens aos cidadãos.” Bobbio, Norberto, 1909 - Dicionário de política I Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino; trad. Carmen C, Varriale et ai.; coord. trad. João Ferreira; rev. geral João Ferreira e Luis Guerreiro Pinto Cacais. - Brasília : Editora Universidade de Brasília, 1 la ed., 1998. pg. 933. “CONCEITO DE PODER Conforme a clara e precisa definição do prof. Salvetti Netto,1 “poder é a imposição real e unilateral de uma vontade”. No caso, é dirigida a alguém, que fica impossibilitado de reagir. Diz ainda que tal imposição se faz mediante coação física ou moral. No primeiro caso, estaríamos diante do que os romanos chamavam de vis corporalis e, no segundo, de uma vis compulsiva. Como exemplos, poderíamos citar o “poder de polícia”, o “econômico”, o “social”, genericamente considerado, “familiar”, “religioso”, “carismático” etc.” Filomeno, José Geraldo Brito. Teoria geral do Estado e da constituição / José Geraldo Brito Filomeno. – 11. ed., – Rio de Janeiro: Forense, 2019. pg. 163. “Os modos específicos pelos quais os recursos podem ser usados para exercer o Poder, ou seja, os modos de exercício do Poder, são múl9plos: da persuasão à manipulação, da ameaça de uma punição à promessa de uma recompensa. (...) Colocada assim em termos precisos, a pergunta não pode ter senão uma resposta nega9va: a conflitualidade ou não conflitualidade depende do modo de exercer o Poder. Consideremos, por exemplo, um exercício baseado sobre a persuasão, de um lado, e um exercício baseado sobre a ameaça de uma punição, do outro. (...) O ressen9mento derivado da desigualdade de recursos é, por isso, juntamente com o antagonismo das vontades, a segunda matriz que se evidencia na conflitualidade do Poder. Ela pode ser encontrada também nas relações de manipulação e aliciamento moderado e, de um modo geral, em todas as relações de Poder, par9cularmente se estabilizadas, uma vez que toda a forma de Poder é habitualmente a expressão de uma desigualdade de recursos. E quanto mais esta é sen9da pelo sujeito passivo como um peso oneroso ou como uma vergonha infamante, tanto mais a relação de Poder tende a criar um antagonismo de a9tudes e a preparar um conflito aberto.” Bobbio, Norberto, 1909 - Dicionário de polí8ca I Norberto Bobbio, Nicola Maos preços e as condições de mercado. Isso pode resultar em preços mais altos para os consumidores e menos opções no mercado. 3. Influência sobre polí0cas públicas: Indivíduos ou empresas com poder econômico muitas vezes têm influência sobre as políQcas públicas por meio de lobby, financiamento de campanhas políQcas ou outras formas de engajamento políQco. Isso pode resultar em políQcas que beneficiam seus interesses econômicos em detrimento dos interesses públicos mais amplos. 4. Capacidade de investimento: O poder econômico também está relacionado à capacidade de investir em novos negócios, tecnologias ou mercados. Isso pode permitir o crescimento econômico e a criação de empregos, mas também pode levar à concentração de riqueza e poder em poucas mãos. O poder econômico é um aspecto importante da dinâmica econômica e social, e muitas vezes está sujeito a debates sobre equidade, eficiência e regulação econômica. O poder midiáQco refere-se à capacidade que os meios de comunicação de massa têm de influenciar a opinião pública, moldar a agenda políQca e cultural e, em úlQma instância, afetar o comportamento das pessoas. Esse poder é derivado do alcance e da influência dos meios de comunicação, como televisão, rádio, jornais, revistas e, mais recentemente, a internet e as redes sociais. Os meios de comunicação exercem poder de várias maneiras: 1. Agenda seFng: Os meios de comunicação podem determinar quais temas e questões são considerados importantes pelo público, influenciando assim a agenda políQca e cultural. 2. Moldagem da opinião pública: Através da seleção e apresentação de informações, os meios de comunicação podem influenciar a forma como as pessoas percebem determinados eventos, questões ou indivíduos. 3. Formação de atitudes e valores: Os meios de comunicação desempenham um papel importante na formação das atitudes, valores e crenças das pessoas, especialmente em relação a questões sociais, políticas e culturais. 4. Controle da narrativa: Os meios de comunicação podem controlar a narrativa em torno de um determinado assunto, influenciando a forma como é percebido pelo público. 5. Publicidade e consumo: A publicidade nos meios de comunicação pode influenciar as decisões de compra e o comportamento do consumidor, afetando assim a economia e a sociedade. O poder midiáQco levanta questões importantes sobre liberdade de imprensa, pluralismo de mídia, éQca jornalísQca e responsabilidade social dos meios de comunicação. A concentração de propriedade dos meios de comunicação também é uma preocupação, pois pode levar a um controle indevido da informação e da opinião pública por parte de interesses privados. O poder imperialista refere-se à prática de uma nação ou império de exercer influência, controle ou domínio sobre outros países, territórios ou povos. Isso pode acontecer de várias formas, incluindo conquista militar, controle econômico, dominação política e imposição cultural. Os impérios ao longo da história, como o Império Romano, o Império Britânico e o Império Espanhol, entre outros, buscaram expandir seu poder e influência sobre territórios distantes através da conquista militar e do estabelecimento de colônias. Essas práticas frequentemente resultavam em exploração econômica, subjugação política e imposição cultural sobre os povos dominados. O imperialismo também pode se manifestar de outras formas, como o neocolonialismo, em que as potências coloniais continuam a exercer influência sobre ex-colônias de forma econômica e política, mesmo após a independência formal desses países. O poder imperialista é muitas vezes visto como uma forma de dominação injusta e O poder imperialista refere-se à práQca de uma nação ou império de exercer influência, controle ou domínio sobre outros países, territórios ou povos. Isso pode acontecer de várias formas, incluindo conquista militar, controle econômico, dominação políQca e imposição cultural. Os impérios ao longo da história, buscaram expandir seu poder e influência sobre territórios distantes através da conquista militar e do estabelecimento de colônias. Essas práQcas frequentemente resultavam em exploração econômica, subjugação políQca e imposição cultural sobre os povos dominados. O imperialismo também pode se manifestar de outras formas, como o neocolonialismo, em que as potências coloniais continuam a exercer influência sobre ex-colônias de forma econômica e política, mesmo após a independência formal desses países. O poder imperialista é muitas vezes visto como uma forma de dominação injusta e desigual, que pode ter consequências negativas para os povos dominados, incluindo a exploração de recursos naturais, a supressão de culturas locais e a perpetuação de desigualdades sociais e econômicas. O poder de violência, também conhecido como poder coerciQvo, refere-se à capacidade de um indivíduo, grupo ou enQdade de usar a força \sica ou a ameaça de violência para impor sua vontade sobre outros e garanQr a conformidade com suas ordens ou regras. Esse Qpo de poder está presente em diferentes contextos, como o estado, as organizações, os grupos sociais e até mesmo nas relações interpessoais. No contexto do Estado, o poder de violência é exercido principalmente pelas forças policiais e militares, que têm a autoridade de usar a força para manter a ordem pública, proteger os cidadãos e defender o território nacional. O uso legíQmo da violência pelo Estado é uma das caracterísQcas fundamentais da soberania estatal e é regulamentado pelo direito internacional e pelas leis nacionais. Nas organizações e grupos sociais, o poder de violência pode se manifestar de diferentes maneiras, desde a imposição de regras e normas internas até a repressão de dissidências e oposições. Em algumas culturas e contextos históricos, o uso da violência foi empregado como meio de controle social e político, muitas vezes resultando em regimes autoritários e opressivos. É importante ressaltar que o poder de violência nem sempre é exercido de forma legítima e justa, e seu abuso pode levar a violações dos direitos humanos e a conflitos violentos. Por isso, a legitimidade do uso da violência é um tema central na teoria política e no direito internacional, com o objetivo de garantir que seu emprego seja restrito a situações estritamente necessárias e proporcionais à ameaça enfrentada. AUTORIDADE! Enquanto o poder se baseia na capacidade de impor a vontade através da força ou coerção, a autoridade está ligada ao respeito e à aceitação que uma pessoa, enQdade ou órgão recebe da comunidade. No exemplo dado, os pais, mestres e líderes religiosos possuem autoridade sobre seus filhos, alunos e seguidores, respecQvamente, não tanto porque têm o poder de impor sua vontade através da força, mas porque são respeitados e acatados pelo que representam e pelo papel que desempenham na comunidade. A autoridade, nesse senQdo, está mais relacionada à legiQmidade e ao reconhecimento do que ao uso efeQvo da força. A distinção entre autoridade e poder também pode ser observada historicamente, como no caso do príncipe romano detentor do imperium, que representava o poder político, enquanto o Senado, com sua auctoritas, detinha uma forma de autoridade baseada no respeito e na tradição. Em resumo, enquanto o poder muitas vezes se baseia na coerção e na força, a autoridade está relacionada ao respeito e ao reconhecimento que uma pessoa ou instituição recebe da comunidade, independentemente do uso efetivo da força. DA LEGITIMIDADE DO PODER “Já Maquiavel, conforme assinala Gilberto Dupas, “dizia que o poder se exerce por uma combinação de consen?mento e coerção”. Com efeito, pondera: “Para ele, o exercício duradouro de poder pressupunha, portanto, a existência de interesses comuns entre protetor e protegido, senhor e vassalo. Ao contrário da pura ?rania, comvida curta, o poder consen?do ?nha de implicar vantagens reconhecidas pelos dominados. Os romanos foram os grandes mestres nesse assunto. A longa vida de seu imenso império só se explica pela habilidade com que eles aliaram força à proteção desejada”.” Filomeno, José Geraldo Brito. Teoria geral do Estado e da cons8tuição / José Geraldo Brito Filomeno. – 11. ed., – Rio de Janeiro: Forense, 2019. pg. 163. DA LEGITIMIDADE DO PODER “Para Georges Burdeau, “o poder repousa, outrossim, em uma ideia oriunda da consciência coletiva existente no grupo; com efeito, assevera: ‘Em sua profunda essência, é o poder a encarnação dessa ideia, que representa, no grupo, a ordem social desejável; é uma força nascida da consciência coletiva e destinada a assegurar a perenidade do grupo, a conduzi-lo na procura do que é considerado útil e hábil, a impor aos membros a atitude que comanda esta procura; esta definição evidencia os dois elementos do poder: uma força e uma ideia’”. Ora, para ser legítimo, deve o poder ser consentido pelos destinatários do mando.” Filomeno, José Geraldo Brito. Teoria geral do Estado e da constituição / José Geraldo Brito Filomeno. – 11. ed., – Rio de Janeiro: Forense, 2019. pg. 164. DA LEGITIMIDADE DO PODER Nas democracias, a legi/midade do poder é alcançada pela escolha dos governantes através de eleições e pela estruturação do poder conforme estabelecido na cons/tuição. A cons/tuição delimita o alcance dos poderes do Estado, que são exercidos pelos órgãos execu/vo, legisla/vo e judiciário. Portanto, podemos concluir que o poder é a imposição de uma vontade, mas para ser legí/mo, ele deve ser consen/do pelos governados, que reconhecem a sua submissão como essencial para a manutenção da ordem social. DOMINÇÃO DOMINAÇÃO A dominação é um conceito fundamental em sociologia que descreve a relação de poder em que um grupo ou indivíduo exerce autoridade, controle ou influência sobre outros, resultando em relações assimétricas de comando. Essa relação não se baseia apenas na imposição \sica, mas também inclui a legiQmação do poder por meio de normas, valores e crenças comparQlhadas na sociedade. Existem várias formas de dominação, incluindo a dominação políQca, econômica, cultural e social. Por exemplo, a dominação política ocorre quando um governo exerce controle sobre um território e sua população, enquanto a dominação econômica se refere ao controle dos meios de produção e recursos econômicos por parte de uma classe ou grupo dominante. Já a dominação cultural envolve a imposição de valores, normas e ideologias de um grupo sobre outros. Além disso, a dominação não é necessariamente um fenômeno negativo, pois pode ser baseada em relações legítimas de autoridade, como a autoridade de um professor sobre seus alunos ou a autoridade de um líder político eleito sobre seus eleitores. No entanto, a dominação também pode ser opressiva e injusta, especialmente quando é baseada em desigualdades de poder estruturais, como no caso do racismo, sexismo ou exploração econômica. A dominação segundo os sociólogos Por Léa Mougeolle Socióloga francesa graduada na universidade de Bordeaux, mestrado em Paris, na universidade La Sorbonne Nouvelle. Fonte: h?ps://www.sociologia.com.br/dominacao-como-ela-e-encarada-pela-sociologia/ “Karl Marx falou da luta das classes entre a burguesia e o proletariado. Esta desigualdade entre as duas classes sociais se dividem em duas caracterís9cas principais. Primeiro, pela consciência de pertencer a esta classe (Karl Marx chama isso de “a classe como sendo a sua”). Segundo, pela posição social que ocupa o indivíduo. A burguesia explorou os proletariados, assim, se podia ver um 9po de dominação através de conflitos sociais. Porém, para lutar contra este poder da burguesia, os proletariados, em situação de pauperização, decidiram fazer uma revolta a fim de melhorar este contexto rela9vamente inaceitável segundo eles. Para Marx, o proletariado é uma classe revolucionária.” https://www.sociologia.com.br/author/lea-mougeolle/ https://www.sociologia.com.br/dominacao-como-ela-e-encarada-pela-sociologia/ A dominação segundo os sociólogos Por Léa Mougeolle Socióloga francesa graduada na universidade de Bordeaux, mestrado em Paris, na universidade La Sorbonne Nouvelle. Fonte: h?ps://www.sociologia.com.br/dominacao-como-ela-e-encarada-pela-sociologia/ “Max Weber, apresenta a dominação como uma “sorte de encontrar pessoas determinadas e prontas para obedecer a uma ordem de conteúdos determinados”. Para que um individuo obedeça, a dominação tem que ser legi9mada por uma crença social. Max Weber apresenta três 9pos de dominações em função de diferentes legi9midades: a dominação carismá9ca, a dominação legal racional e a dominação tradicional. – A dominação carismá9ca se explica pelas virtudes de um indivíduo. Se um indivíduo nos parece como um “herói”, vamos ter mais confiança nele, e ser mais facilmente dominados. Os homens polí9cos u9lizam este carisma para ter um poder de convicção.” https://www.sociologia.com.br/author/lea-mougeolle/ https://www.sociologia.com.br/dominacao-como-ela-e-encarada-pela-sociologia/ A dominação segundo os sociólogos Por Léa Mougeolle Socióloga francesa graduada na universidade de Bordeaux, mestrado em Paris, na universidade La Sorbonne Nouvelle. Fonte: h?ps://www.sociologia.com.br/dominacao-como-ela-e-encarada-pela-sociologia/ “A dominação legal racional depende da crença nas legalidades das regras. Os indivíduos pensam respeitar as leis, mas, na verdade, respeitam também o indivíduo que gera as leis. curso de sociologia. A dominação tradicional se explica pelo caráter sagrado da tradição. Por exemplo, a dominação do chefe de família na sociedade patriarcal é um exemplo de 9po de dominação tradicional.” https://www.sociologia.com.br/author/lea-mougeolle/ https://www.sociologia.com.br/dominacao-como-ela-e-encarada-pela-sociologia/ A dominação segundo os sociólogos Por Léa Mougeolle Socióloga francesa graduada na universidade de Bordeaux, mestrado em Paris, na universidade La Sorbonne Nouvelle. Fonte: https://www.sociologia.com.br/dominacao-como-ela-e-encarada-pela-sociologia/ Segundo Pierre Bourdieu, na sociedade, os indivíduos ocupam diferentes posições sociais no espaço social: existem dominantes e dominados. Pode ser que em um momento você seja dominante, e depois dominado. Assim você muda de “lado”. Como a gente pode ver no artigo passado, segundo ele, estas posições sociais são definidas em função do capital econômico, cultural e social. Pierre Bourdieu fala de “dominação simbólica”. A dominação simbólica é, por exemplo, o controle da língua. Um individuo que tem um capital cultural alto, faz um comentário legítimo (um “bom” comentário) sobre uma exposição de pintura, por exemplo. É um meio para mostrar a sua dominação simbólica. https://www.sociologia.com.br/author/lea-mougeolle/ https://www.sociologia.com.br/dominacao-como-ela-e-encarada-pela-sociologia/ https://www.sociologia.com.br/sociologia-da-educacao-as-desigualdades-em-frente-a-escola/ A dominação segundo os sociólogos Por Léa Mougeolle Socióloga francesa graduada na universidade de Bordeaux, mestrado em Paris, na universidade La Sorbonne Nouvelle. Fonte: h?ps://www.sociologia.com.br/dominacao-como-ela-e-encarada-pela- sociologia/ Também, Pierre Bourdieu fala das mulheres como indivíduos dominados. Este sociólogo escreveu um livro que se inQtula “A dominação masculina”. Nesta obra, ele tenta explicar porque as mulheres são tão dominadas. Neste caso, Pierre Bourdieu explica que esta dominação é uma violência simbólica, tendo em vista que esta dominação é invisível. Segundo ele, a mulher incorporou as normas sociais relaQvas ao seu gênero desde a sua infância. https://www.sociologia.com.br/author/lea-mougeolle/ https://www.sociologia.com.br/dominacao-como-ela-e-encarada-pela-sociologia/ https://www.sociologia.com.br/dominacao-como-ela-e-encarada-pela-sociologia/Legi%midade e Legalidade No campo político e jurídico, a legitimidade e a legalidade são conceitos fundamentais que se referem à validade e ao respaldo de determinadas ações, normas ou autoridades dentro de uma sociedade. A legitimidade diz respeito à aceitação e reconhecimento por parte dos indivíduos ou grupos de uma autoridade, instituição ou norma. Uma autoridade legítima é aquela que é reconhecida como tal pela população, que aceita suas decisões e regras como válidas e justas. A legitimidade pode se basear em diferentes fundamentos, como tradição, carisma ou legalidade. Por sua vez, a legalidade está relacionada com a conformidade de uma ação ou norma com as leis e regras estabelecidas em uma sociedade. Uma ação ou norma é considerada legal quando está de acordo com as leis vigentes, sendo aplicada de forma justa e imparcial. A legalidade é um princípio fundamental do Estado de Direito, que garante que as autoridades e os cidadãos estejam sujeitos às mesmas leis e que estas sejam aplicadas de forma objeQva e previsível. Diferença entre legitimidade e legalidade, embora os dois conceitos estejam relacionados à validade e ao respaldo de ações, normas ou autoridades dentro de uma sociedade. A legalidade está relacionada com a conformidade de uma ação ou norma com as leis e regras estabelecidas em uma sociedade. Uma ação ou norma é considerada legal quando está de acordo com as leis vigentes, sendo aplicada de forma justa e imparcial. A legalidade é um princípio fundamental do Estado de Direito, que garante que as autoridades e os cidadãos estejam sujeitos às mesmas leis e que estas sejam aplicadas de forma objetiva e previsível. Já a legi/midade diz respeito à aceitação e reconhecimento por parte dos indivíduos ou grupos de uma autoridade, ins/tuição ou norma. Uma autoridade legí/ma é aquela que é reconhecida como tal pela população, que aceita suas decisões e regras como válidas e justas. A legi/midade pode se basear em diferentes fundamentos, como tradição, carisma ou legalidade, mas nem sempre uma autoridade ou norma legí/ma é legal, e vice-versa. Em resumo, enquanto a legalidade está relacionada à conformidade com as leis estabelecidas, a legi/midade está relacionada à aceitação e reconhecimento social de uma autoridade ou norma. Reflexão Final Jean-Jacques Rousseau Do Contrato Social - CAPÍTULO III - DO DIREITO DO MAIS FORTE - Jean-Jacques Rousseau O mais forte não é nunca forte o bastante para ser sempre o senhor, se não transforma sua força em direito e a obediência em dever. Daí o direito do mais forte; direito aparentemente tomado com ironia, e na realidade estabelecido como princípio. Mas jamais alcançaremos uma explicação para esta palavra? A força é um poder bsico; não imagino que moralidade possa resultar de seus efeitos. Ceder à força é um ato de necessidade, não de vontade; quando muito, é um ato de prudência. Em qual sen9do poderá representar um dever? Suponhamos, por um momento, esse pretenso direito. Digo que dele resultará somente um discurso confuso, inexplicável pois, uma vez que a força faz o direito, o efeito varia com a causa: toda força que superar a primeira sucedê-la-á nesse direito. Desde que se pode desobedecer impunemente, torna-se legí9mo fazê-lo e, já que o mais forte tem sempre razão, trata-se somente de agir de modo a ser o mais forte. Ora, que direito será esse, que perece quando ... cessa a força? Se é preciso obedecer pela força, não se necessita obedecer pelo dever; e, se não somos mais forçados a obedecer, não somos mais obrigados a fazê-lo. Vê-se então que a palavra direito não acrescenta nada à força e aqui não significa absolutamente nada. Obedecei aos poderes. Se isto quer dizer: Cedei à força, o preceito é bom, mas supérfluo; respondo que jamais será violado. Todo poder vem de Deus, eu o reconheço; mas toda doença também vem: por isso, será proibido chamar o médico? Quando um assaltante me ataca num recanto da floresta, não somente sou obrigado a dar-lhe minha bolsa, mas, se pudesse salvá-la, estaria obrigado em consciência a dá-la, visto que, enfim, a pistola do bandido também é um poder? Convenhamos então que a força não faz o direito e que só se é obrigado a obedecer aos poderes legíOmos. Desse modo, minha pergunta inicial sempre retorna. WEFFORT, Francisco C. (Org.). Os clássicos da políOca: Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rosseau, ‘O federalista'. São Paulo: ÁOca, 2011. pg. 164. DÚVIDAS Prof.: Vagner PATINI vagner.martins@fmu.br vagner@patini .adv.br https://www.instagran.com/vagnerpatini/ OBRIGADO. mailto:vagner.martins@fmu.br mailto:vagner@patini.adv.br