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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL - UNINTER CURSO DE 
BACHARELADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
 
 
RAQUEL SOUZA TAVARES 
4894658 
 
 
 
 
 
 
LIMPEC E LOGÍSTICA REVERSA: TRANSFORMANDO RESÍDUOS EM 
RECURSOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMAÇARI - BA 
2024 
 
RAQUEL SOUZA TAVARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIMPEC E LOGÍSTICA REVERSA: TRANSFORMANDO RESÍDUOS EM 
RECURSOS 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, 
apresentado à disciplina de Atividade 
Extensionista I - Logística Reversa - Pesquisa, 
do curso de Bacharelado em Engenharia de 
Produção do Centro Universitário Internacional 
UNINTER, como requisito parcial para a 
obtenção do título de Bacharel em Engenharia 
de Produção. 
 
Orientador: Prof. Everton Luiz Vieira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMAÇARI-BA 
2024
 
RESUMO 
O presente projeto tem como objetivo compreender os procedimentos de logística reversa 
adotados pela LIMPEC, explorando suas práticas e políticas voltadas à gestão sustentável de 
resíduos sólidos. A logística reversa é um processo estratégico para a gestão sustentável de 
resíduos sólidos, promovendo o retorno e o reaproveitamento de materiais pós-consumo ao 
ciclo produtivo. Com base nos princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal 
Nº 12.305/2010), essa prática busca reduzir o impacto ambiental e fortalecer o desenvolvimento 
sustentável. No contexto do município de Camaçari, a LIMPEC (Limpeza Pública de Camaçari) 
exerce papel fundamental na gestão dos resíduos, operando como empresa pública de direito 
privado e adotando uma estrutura moderna focada na preservação ambiental. Por meio da 
Central de Logística Ambiental (CLAM), a LIMPEC implementa processos voltados à coleta 
seletiva, incluindo a participação de catadores, cooperativas e outros agentes da sociedade civil, 
com vistas à reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos. Os processos são conduzidos de 
forma a garantir a eficiência no gerenciamento e na disposição final dos resíduos, alinhando-se 
às diretrizes da sustentabilidade e da inclusão social. 
O presente projeto visa conhecer e analisar os procedimentos de logística reversa desenvolvidos 
pela LIMPEC, com ênfase nos processos e nas políticas adotadas para a gestão de resíduos no 
município de Camaçari, Bahia. A análise dos procedimentos possibilitará uma compreensão 
mais profunda das práticas locais, contribuindo para o aprimoramento do conhecimento teórico 
e prático sobre a logística reversa e sua aplicação em cenários urbanos e industriais 
 
Palavras-chave: Logistica Reversa; Gestão de Resíduos Sólidos; Sustentabilidad.
 
1. INTRODUÇÃO 
A logística reversa, conceito essencial na gestão de resíduos sólidos, refere-se ao processo de 
planejamento e execução de operações que permitem o retorno de produtos e materiais ao ciclo 
produtivo, visando a reutilização, reciclagem e descarte adequado. Esse conceito se torna cada 
vez mais relevante no contexto contemporâneo, onde a sustentabilidade e a responsabilidade 
ambiental são imperativos para as organizações. Segundo o autor Fleischmann et al. (2003), a 
logística reversa não se limita apenas ao retorno de produtos, mas abrange um conjunto de 
atividades que vão desde a coleta até a recuperação e reintegração dos materiais na cadeia 
produtiva. 
Estudos anteriores demonstram a importância da logística reversa na redução de resíduos e na 
promoção de uma economia circular. Um exemplo notável é o trabalho de Kumar e Putnam 
(2008), que abordam a implementação de sistemas de logística reversa em empresas de 
diferentes setores, ressaltando a eficiência econômica e os benefícios ambientais obtidos com 
essas práticas. 
Diante desse contexto, o presente trabalho tem como objetivo analisar os procedimentos de 
logística reversa adotados pela LIMPEC (Limpeza Pública de Camaçari), empresa responsável 
pela gestão de resíduos no município de Camaçari, Bahia. A escolha da LIMPEC como objeto 
de estudo se justifica pelo crescente desafio do descarte inadequado de resíduos, especialmente 
durante períodos de eleição, onde a quantidade de papel, adesivos e outros materiais de 
campanha aumentam significativamente. Essas práticas de descarte não apenas impactam o 
meio ambiente, mas também podem contribuir para problemas como alagamentos, conforme 
destacado pela Secretaria de Serviços Públicos de Camaçari. 
Compreender os processos de logística reversa na LIMPEC permitirá uma análise crítica das 
práticas atuais e a identificação de oportunidades para melhorar a gestão de resíduos no 
município, contribuindo para um futuro mais sustentável.
 
2. METODOLOGIA 
A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste projeto de extensão sobre logística 
reversa na LIMPEC foi estruturada em etapas que contemplaram desde o levantamento teórico 
até a análise das informações obtidas. O processo foi dividido nas seguintes fases: 
Quadro I – Metodologia da Pesquisa sobre Logística Reversa na LIMPEC 
 
ETAPAS DESCRIÇÃO 
Levantamento Teórico Realização de uma revisão da literatura 
sobre logística reversa, com o objetivo de 
compreender os conceitos e práticas 
existentes. Essa etapa foi crucial para 
embasar teoricamente a pesquisa.. 
Pesquisa Documental Coleta de informações por meio de portais 
e sites oficiais da Prefeitura de Camaçari e 
da LIMPEC, possibilitando a obtenção de 
dados atualizados sobre os procedimentos 
de logística reversa. 
Entrevistas e Questionários Elaboração de questionários enviados 
digitalmente aos responsáveis pela gestão 
de resíduos, devido às dificuldades na 
liberação de informações e realização de 
visitas técnicas e resposta sobre estes. 
Análise e Aferição de Dados Análise qualitativa das informações 
coletadas, identificando procedimentos e 
práticas de logística reversa, com métodos 
de correção de erros aplicados para validar 
os dados. 
Cronograma Elaboração de um cronograma com base 
nas etapas, prevendo duas semanas para a 
revisão teórica, uma semana para a 
pesquisa documental e um mês para 
entrevistas e análise de dados 
Fonte: a autora, TAVARES, Raquel Souza. LIMPEC E LOGÍSTICA REVERSA: 
TRANSFORMANDO RESÍDUOS EM RECURSOS. 2024. Documento de projeto de extensão. 
 
A metodologia proposta, apesar das dificuldades enfrentadas na obtenção de informações diretas 
por meio de visitas técnicas, possibilitou uma análise abrangente dos procedimentos de logística 
reversa na LIMPEC. A pesquisa foi conduzida com a busca constante por informações confiáveis 
e atualizadas, respeitando as normas da ABNT e garantindo a integridade e validade dos dados 
coletados.
 
3. DESENVOLVIMENTO 
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE LOGÍSTICA REVERSA 
A logística reversa é uma prática estratégica essencial na gestão de resíduos, englobando o retorno de 
produtos e materiais ao ciclo produtivo para minimizar desperdícios e promover a sustentabilidade. Este 
projeto, intitulado “LIMPEC E LOGÍSTICA REVERSA: TRANSFORMANDO RESÍDUOS EM 
RECURSOS”, visa investigar e compreender como a empresa Limpec implementa seus processos de logística 
reversa, especificamente em relação ao manejo e direcionamento dos resíduos. 
De acordo com o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Camaçari (Camaçari, 
2016), a gestão adequada dos resíduos é crucial para o desenvolvimento sustentável do município. Este 
documento estabelece diretrizes e estratégias que visam à implementação de práticas eficientes para a gestão 
de resíduos sólidos, abordando desde a coleta até a disposição final, é essencial considerar as Normas 
Regulamentadoras (NR) que regulam a gestão de resíduos, como a NR 5, que trata da Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes (CIPA), e a NR 22, que aborda a segurança e saúde em atividades com mineração, 
sendo estas relevantes para a segurança dos trabalhadores envolvidos na logística reversa. 
A importância da logística reversa está atreladaà necessidade crescente de empresas e 
municípios adotarem práticas sustentáveis, sendo a Classificação Nacional de Atividades 
Econômicas (CNAE) e as normativas ambientais essenciais para direcionar as ações de 
manejo e reciclagem. Citação (MORO et al., 2020, p. xx). Segundo os autores, a logística 
reversa é uma forma de reduzir o impacto ambiental e aumentar a eficiência dos processos 
produtivos. (MORO et al., 2020, p. xx). 
A implementação da logística reversa envolve o retorno de materiais ao ciclo produtivo e o 
cumprimento das regulamentações ambientais e de segurança, fundamentais para a integridade do 
processo e a proteção dos trabalhadores envolvidos. O Plano Municipal de Gestão Integrada de 
Resíduos Sólidos de Camaçari destaca a importância desse processo na redução do impacto ambiental 
e na promoção da sustentabilidade. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), instituída 
pela NR 5, e a regulamentação da segurança em atividades de mineração pela NR 22 são diretrizes 
essenciais para minimizar riscos e garantir que o manejo e o direcionamento de resíduos atendam aos 
padrões de segurança e eficiência. 
A observância às diretrizes da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e 
outras normativas ambientais reforça a logística reversa como um instrumento que vai além da mera 
conformidade legal. Moro et al. (2020) argumentam que ao promover a reciclagem e o 
reaproveitamento de materiais, a logística reversa contribui para a economia circular, reduzindo a 
dependência de recursos naturais e elevando a eficiência produtiva. 
 
A prática reduz significativamente o volume de resíduos destinados a aterros sanitários, 
resultando em um uso mais racional dos recursos e um impacto ambiental reduzido (MORO et al., 
2020, p. xx). 
Dessa forma, a logística reversa assume um papel estratégico tanto para a sustentabilidade 
municipal quanto para a inovação dentro das empresas, que, ao incorporarem essas práticas, alinham 
o desenvolvimento econômico à preservação ambiental. 
CAPÍTULO 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS 
A classificação de resíduos é uma etapa crítica na gestão de resíduos sólidos, permitindo que 
sejam tratados de acordo com suas características específicas. Os resíduos podem ser 
classificados em diversas categorias, sendo as mais comuns: resíduos sólidos urbanos, 
resíduos industriais, resíduos de serviços de saúde, entre outros. Cada tipo de resíduo requer 
tratamento e disposição adequados para evitar contaminações e impactos ambientais 
negativos. Citação (GONZALEZ e GONZALEZ, 2019, p. xx). 
O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Camaçari adota definições e 
classificações de resíduos sólidos conforme as Políticas Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos, 
normas brasileiras (NBR) e legislações aplicáveis. A NBR 10.004 (2004) define resíduos sólidos 
como materiais nos estados sólido e semissólido resultantes de atividades industriais, domésticas, 
hospitalares, comerciais, agrícolas e de serviços, incluindo também lodos de sistemas de tratamento 
e certos líquidos que exigem soluções específicas para descarte. 
Conforme a NBR 10.004, os resíduos sólidos são classificados em duas classes principais: 
Classe I - Perigosos, que podem representar riscos à saúde e ao meio ambiente, e Classe II - Não 
Perigosos, subdivididos em Classe IIA - Não Inertes, que apresentam biodegradabilidade, 
combustibilidade ou solubilidade, e Classe IIB - Inertes, que não solubilizam em água a ponto de 
comprometer a potabilidade. 
Os resíduos ainda se dividem por origem e tipologia, como resíduos domiciliares, rejeitos, 
resíduos de limpeza urbana, da construção civil, de áreas verdes, de saúde, de saneamento, 
cemiteriais, industriais, de transporte, agrossilvopastoris, de mineração e com logística reversa 
obrigatória, como pneus e eletrônicos. 
 
 
 
 
A reciclagem é uma opção para resíduos secos (papéis, plásticos, metais) e, dependendo das 
características, resíduos úmidos (como restos de alimentos) podem ser aproveitados para 
compostagem. Quando não há mais possibilidade de reaproveitamento, esses resíduos são 
denominados rejeitos, sendo destinados a uma disposição final ambientalmente adequada. 
2.1 Classificação segundo o Plano Municipal 
Segundo o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Camaçari (Camaçari, 
2016), os resíduos são classificados conforme as seguintes categorias: 
Classe I: Resíduos perigosos que podem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente. 
Classe II: Resíduos não perigosos que não oferecem riscos à saúde pública. 
Classe III: Resíduos inertes que não se alteram com o tempo e não apresentam riscos. 
A correta classificação dos resíduos é enfatizada por Gonzalez e Gonzalez (2019), que 
afirmam que a falta de um sistema eficiente de classificação pode resultar em contaminação 
cruzada e, consequentemente, em prejuízos ambientais e à saúde pública. Citação 
(GONZALEZ e GONZALEZ, 2019, p. xx). 
As Normas Regulamentadoras (NR), como a NR 26, que trata da sinalização de segurança, 
são também relevantes, pois estabelecem que os resíduos perigosos devem ser devidamente 
sinalizados e identificados para garantir a segurança dos trabalhadores e da população. 
CAPÍTULO 3 – RELEVÂNCIA DO DOCUMENTO 
O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Camaçari é um documento 
fundamental para a gestão dos resíduos na cidade, pois oferece uma visão abrangente sobre a situação 
atual, desafios e oportunidades de melhoria no sistema de manejo de resíduos. (CAMAÇARI, 2016, 
p. xx). Contudo, é importante ressaltar que este documento não foi atualizado desde sua publicação 
em agosto de 2016, o que pode limitar sua eficácia em um cenário em constante evolução. 
3.1 Implicações da falta de atualização 
A falta de atualização e divulgação de informações impede que as partes interessadas, 
incluindo empresas como a Limpec, tenham acesso a dados recentes que poderiam orientá-las na 
melhoria de suas práticas de logística reversa. (SILVA e OLIVEIRA, 2020, p. xx). A ausência de 
dados atualizados pode resultar em decisões inadequadas, conforme argumentam Silva e Oliveira 
(2020), que destacam a importância de informações precisas para a formulação de políticas públicas 
eficazes. 
 
 
CAPÍTULO 4 – DIRECIONAMENTO DOS RESÍDUOS 
Em períodos eleitorais, o volume de resíduos em Camaçari cresce de forma alarmante. Grande 
parte desse problema se deve aos "santinhos" – pequenos panfletos de propaganda política, 
distribuídos em massa, sobretudo nas imediações de locais de votação. Esse material publicitário, na 
maioria das vezes descartável, representa um método de comunicação de alto impacto ambiental, e 
que gera sérias consequências para o cotidiano urbano e a saúde pública da população. 
Registros fotográficos mostram o acúmulo de santinhos espalhados pelas ruas, evidenciando 
o desafio enfrentado pelas equipes de limpeza da Limpec e da Naturalle. Ambas as empresas atuam 
constantemente para reduzir os efeitos desse lixo adicional, limpando as vias e evitando o 
entupimento do sistema de drenagem, que pode ser comprometido pelo excesso de papel. Esse 
acúmulo gera demandas não planejadas para o sistema de coleta e impacta a gestão municipal de 
resíduos. 
Figura 1 – Santinhos e Adesivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: acervo pessoal, Camaçari, outubro de 2024 
 
 
Contudo, a prática de distribuir santinhos reflete mais do que um simples problema de lixo 
urbano; ela simboliza uma visão ultrapassada e inadequada de comunicação eleitoral, que ignora 
soluções mais sustentáveis. Conforme afirma Milton Santos em "Por uma outra globalização", a 
sociedade brasileira ainda carrega práticas herdadas de um passado onde o consumismo desenfreado 
sobrepõe-se às preocupações com o meio ambiente, atingindo principalmente aqueles com menos 
acesso a uma infraestrutura de qualidade. Segundo Santos,essa “globalização perversa” é uma forma 
de subordinar as necessidades locais às ações irresponsáveis das elites políticas, que muitas vezes 
negligenciam os impactos de suas campanhas no espaço urbano e nas condições de vida da população 
mais pobre (Fonte: Santos, Milton. Por uma outra globalização. São Paulo: Record, 2000). 
A poluição gerada pelos santinhos não só agrava a questão ambiental, mas também 
compromete a saúde e o bem-estar dos cidadãos, especialmente nas áreas periféricas onde os serviços 
de limpeza podem ser menos frequentes. A presença de resíduos nas ruas pode atrair pragas e 
contribuir para a disseminação de doenças, colocando em risco a população mais vulnerável. Como 
Paulo Freire discute em "Pedagogia do Oprimido", as estruturas sociais injustas tendem a manter 
oprimidas as classes mais pobres, relegando-lhes os efeitos mais severos dos problemas urbanos, 
como a precariedade da limpeza pública em períodos de alta geração de resíduos (Fonte: Freire, 
Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987). 
O desafio, portanto, vai além da coleta e disposição dos resíduos eleitorais. É fundamental 
questionar a eficácia e a relevância dessa forma de comunicação, que se mostra incompatível com 
uma sociedade que busca sustentabilidade e inclusão. Existem meios mais conscientes de 
comunicação eleitoral, como campanhas digitais e ações presenciais sustentáveis, que poderiam 
alcançar os eleitores de forma eficaz, sem gerar resíduos. Essa mudança, no entanto, exige vontade 
política e um compromisso com práticas que beneficiem o coletivo. Afinal, como bem aponta Darcy 
Ribeiro em "O Povo Brasileiro", o Brasil tem um longo histórico de "modernização conservadora", 
onde se modernizam certas práticas, mas conservam-se valores e hábitos prejudiciais, resultando em 
um sistema que raramente beneficia os mais pobres (Fonte: Ribeiro, Darcy. O Povo Brasileiro. São 
Paulo: Companhia das Letras, 1995). 
Ao repensar as campanhas políticas e suas abordagens, é possível não apenas reduzir os 
impactos ambientais, mas também avançar para uma comunicação mais democrática e inclusiva, que 
respeite o espaço urbano e valorize a população. Assim, urge que o poder público e os candidatos 
revejam suas estratégias, comprometendo-se com ações que alinhem responsabilidade ambiental e 
justiça social. 
 
A Lei Federal nº 11.445/2007 estabelece diretrizes para a gestão do saneamento, 
abrangendo planejamento, regulação, fiscalização e controle social. Em Camaçari, a gestão de 
resíduos sólidos é responsabilidade da Limpeza Pública de Camaçari (Limpec), da Secretaria de 
Serviços Públicos (Sesp) e da empresa privada Abrantes Ambiental. O organograma da gestão, 
apresentado na Figura 1, ilustra as interações entre essas entidades. 
A Limpec, criada pela Lei Municipal nº 078/78 e redefinida por leis subsequentes, é uma 
empresa pública de direito privado que atua na limpeza urbana e na gestão do aterro sanitário da 
cidade. Este aterro, com uma área de 250.000 m², é projetado para receber resíduos classificados 
como não perigosos pela NBR 10.004/2004, como os resíduos domiciliares e de estabelecimentos 
públicos. 
Na Tabela 1, observa-se a variação no quadro de funcionários da Limpec de 2009 a 2014, 
destacando a redução de colaboradores ao longo dos anos. 
Tabela 1- Quantidade de funcionários da empresa de Limpeza Pública de Camaçari. 
 
 A Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR) exige que empreendimento licenciados 
apresentem a anuência da Limpec para coleta e disposição de resíduos, o que reforça a articulação 
entre os órgãos na gestão de resíduos. 
 
 
 
 
 
Tabela 2 - Organograma da empresa de Limpeza Pública de Camaçari. 
 
Apesar dos esforços realizados para melhorar o manejo dos resíduos em Camaçari, ainda há 
lacunas significativas no processo, como a ausência de um fluxograma detalhado que represente o 
processo de seleção e direcionamento dos resíduos. Essa falta de documentação dificulta a 
compreensão e o monitoramento do caminho que os resíduos percorrem, desde a coleta até sua 
destinação final. 
A Figura 2 destaca o mapa da sede municipal e os setores atendidos pelo serviço de varrição, 
ilustrando as áreas que contam com atendimento regular e as que ainda necessitam de expansão. 
Segundo a SESP (2014), a empresa responsável planeja estender o serviço a todas as áreas, com 
ênfase nas regiões recentemente ocupadas, que ainda não estão hachuradas no mapa. Cada setor de 
varrição é identificado por uma cor distinta, com um colaborador designado para realizar o serviço 
diariamente ou de forma alternada, dependendo da área. 
 
 
 
 
Figura 2: Trechos varridos na sede municipal de Camaçari, indicando a cobertura atual 
e as áreas a serem incluídas. 
 
Embora as principais vias do centro possuam cobertura eficiente, a ampliação para áreas de 
ocupação recente destaca um desafio importante na gestão atual de resíduos. Essa expansão do 
serviço de varrição é essencial para prevenir o acúmulo inadequado de resíduos e evitar que locais 
sem cobertura se tornem focos de sujeira e poluição. 
Um aspecto particular que demanda atenção é o descarte de “santinhos” de propaganda 
política, que se acumulam em períodos eleitorais. Esses papéis, distribuídos em grande quantidade, 
acabam espalhados pelas ruas, entupindo bueiros e agravando problemas de drenagem urbana, 
especialmente em áreas sem varrição regular. A criação de um fluxograma formal de seleção e 
direcionamento dos resíduos, incluindo estratégias específicas para lidar com resíduos de origem 
sazonal, como os santinhos, ajudaria a tornar o manejo mais eficaz e transparente. 
Esse fluxograma detalharia o processo desde a coleta até a destinação final, permitindo 
identificar pontos críticos e áreas que necessitam de ações específicas. Com isso, o município de 
Camaçari poderia planejar intervenções pontuais baseadas em dados reais, promovendo uma gestão 
que responda de forma ágil e eficaz, reduzindo o impacto ambiental e fortalecendo o compromisso 
com o bem-estar da população. 
 
 
 
O Mapa apresentado na Figura 3 localiza a sede da prefeitura, a Sesp, a Limpec e a Abrantes 
Ambiental, facilitando a visualização da estrutura da gestão. 
Figura 3 - Mapa com localização da Prefeitura de Camaçari, Sesp, Limpec e Abrantes 
Ambiental. 
 
CAPÍTULO 5 – RESÍDUOS GERADOS DURANTE O PERÍODO ELEITORAL 
Os resíduos gerados no período eleitoral são uma preocupação crescente para a gestão de 
resíduos sólidos. Entre os principais resíduos produzidos estão santinhos, panfletos, banners e 
cartazes, que frequentemente contêm materiais como papel, plástico e tinta, dificultando sua 
degradação e aumentando os riscos ambientais. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estima-
se que o volume de resíduos de propaganda eleitoral descartado seria suficiente para produzir cerca 
de 20 milhões de livros, evidenciando o grande desperdício de recursos e o impacto potencial desse 
material no meio ambiente (Fonte: TSE, com base nas diretrizes de gestão de resíduos). 
5.1 Impactos Ambientais e Riscos dos Resíduos Eleitorais 
Esses resíduos, quando descartados incorretamente, podem gerar diversos problemas 
ambientais. Primeiramente, ao serem dispersos nas ruas, eles podem acabar nos sistemas de 
drenagem, causando entupimentos e contribuindo para enchentes urbanas. Além disso, materiais 
plásticos presentes na propaganda são poluentes duráveis e podem liberar substâncias tóxicas, 
prejudicando tanto o solo quanto a fauna local. 
 
Os materiais em tinta e plástico também dificultam a reciclagem, exigindo práticas de logística 
reversa mais específicas para a recuperação dos recursos sem comprometer a sustentabilidade dos 
processos. 
Gonzalez e Gonzalez (2019) destacam que a falta de um sistema eficaz de classificação e 
manejo de resíduos pode resultar em contaminação cruzada e riscos à saúde pública. Isso é 
especialmenterelevante para o contexto eleitoral, onde o grande volume de material 
descartado gera um desafio adicional para a classificação dos resíduos e seu adequado 
direcionamento (CAMAÇARI, 2016, p. xx). 
5.2 Logística Reversa Aplicada à Propaganda Eleitoral 
A aplicação de práticas de logística reversa no descarte de materiais eleitorais representa uma 
oportunidade significativa para reduzir o impacto ambiental e promover a reutilização de recursos. 
Programas de logística reversa poderiam, por exemplo, recolher o material eleitoral e reaproveitá-lo 
para a produção de papel reciclado, contribuindo para a diminuição do desperdício. Moro et al. (2020) 
enfatizam a importância de um sistema eficiente de logística reversa, que pode ajudar a minimizar o 
impacto ambiental e a otimizar o uso dos recursos. 
Além disso, conforme estabelecido pelo Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos 
Sólidos de Camaçari (2016), o direcionamento adequado desses materiais deve considerar a 
segurança dos trabalhadores envolvidos e a participação da comunidade no processo de coleta e 
manejo. As Normas Regulamentadoras (NR), especialmente a NR 26, que trata da sinalização de 
segurança, são cruciais, já que resíduos de campanhas podem conter materiais tóxicos e inflamáveis 
que necessitam de identificação apropriada (BRASIL, 2020, p. xx). 
5.3 Educação e Conscientização como Ferramentas Essenciais 
A conscientização da população e dos candidatos sobre a importância do descarte adequado 
de propaganda eleitoral também desempenha um papel essencial. Programas de conscientização, 
conforme sugerido pelo Plano Municipal, poderiam incluir a distribuição de materiais informativos 
sobre a reciclagem de propaganda eleitoral e a colaboração com o setor público e privado para 
implementar pontos de coleta seletiva durante o período de eleições. 
Silva e Oliveira (2020) destacam que a falta de informações atualizadas sobre a gestão de 
resíduos limita a eficácia das políticas públicas. Assim, é vital que dados recentes sobre o impacto 
dos resíduos eleitorais estejam disponíveis, para que as ações de conscientização sejam 
fundamentadas e efetivas na redução dos riscos ambientais. 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Ao longo do desenvolvimento do projeto de gestão de resíduos sólidos em Camaçari, foram 
identificados planos para ampliação dos serviços de varrição e melhorias na coleta seletiva e 
destinação de resíduos. O planejamento inicial contemplava a cobertura integral das áreas urbanas, 
com especial atenção aos novos setores em expansão e ocupação recente, além da criação de um 
sistema de gestão mais estruturado para assegurar eficiência e transparência no processo. 
Analisando o que foi realizado, observa-se que houve progresso nas áreas centrais, mas a falta 
de uma ampliação significativa para outras regiões compromete a eficácia do programa, 
especialmente em áreas com alto fluxo populacional e produção de resíduos. Um ponto crítico 
identificado é a ausência de um fluxograma formal de direcionamento e triagem de resíduos, essencial 
para garantir um processo padronizado e acessível tanto aos gestores quanto à população. Essa lacuna 
reduz a clareza sobre o percurso dos resíduos coletados e dificulta o acompanhamento do serviço. 
Para aprimorar o processo, sugere-se a implementação de um fluxograma detalhado que 
represente o ciclo completo dos resíduos, desde a coleta até a destinação final, passando pelas etapas 
de triagem e transporte. Essa medida, aliada a campanhas de conscientização, poderia ser inspirada 
em iniciativas como a de Fortaleza, onde a distribuição de santinhos foi substituída por folhas 
biodegradáveis gravadas a laser durante campanhas eleitorais (Fonte: O Povo, 2024). Essa prática 
poderia reduzir significativamente os resíduos descartados e incentivar uma mudança cultural na 
população sobre o descarte consciente. Essas melhorias visam não apenas ampliar a cobertura do 
serviço, mas também estruturar o processo de forma mais sustentável e integrada com a comunidade, 
resultando em uma gestão de resíduos mais eficaz e alinhada com práticas sustentáveis de cidades 
inovadoras.
 
REFERÊNCIAS 
BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: Transporte, Administração de Materiais e 
Distribuição Física. São Paulo: Atlas, 2006. 
BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J.; COOPER, M. Bixby. Gestão Logística da 
Cadeia de Suprimentos. 2. ed. São Paulo: Bookman, 2007. 
BRASIL. Lei n.º 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. 
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