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AULA 1 
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS 
PARA O ENSINO DE MÚSICA
Profª Rossana Meirelles Cavallini 
2 
INTRODUÇÃO 
Esta aula tem como principal objetivo fornecer um conjunto de informações 
básicas para a compreensão de seus elementos, especialmente para quem 
pretende incluí-la em seus conteúdos de ensino e ainda não tem conhecimentos 
básicos sobre música. Mas aqueles que já conhecem melhor o mundo da música 
também poderão aproveitá-la, tendo aqui a chance de fazer contato com ideias e 
modos de ensinar música, tanto para seus alunos, quanto em cursos de formação 
continuada para profissionais de outras áreas. Vamos lá? 
A principal matéria-prima da música é o som. Investigar suas 
características fornece um importante suporte para se iniciar o estudo dos 
elementos básicos da música. 
Esta aula focalizará o estudo das propriedades do som. E o que são as 
propriedades do som? São as qualidades fisiológicas, as características do som, 
que afetam o modo como nosso ouvido o interpreta. Quando, por exemplo, o 
volume de um som diminui ou ele fica mais agudo, o que mudou na onda sonora? 
Estas respostas você vai obter nesta aula. 
São 4 (quatro) as propriedades ou parâmetros do som para a música: 
Intensidade, timbre, duração e altura. Qualquer som emitido, independente de ser 
musical ou não, poderá ser examinado segundo estas propriedades, que você irá 
conhecer a seguir. 
Elementos formais são as características que dão forma ao som (e, 
consequentemente, à música). Pensando em termos dos elementos formais, além 
dos 4 parâmetros citados, há também a densidade (e textura), que serão 
estudadas nesta aula. 
Por meio do estudo dos 5 elementos formadores do som pode-se criar 
jogos e brincadeiras no ambiente da educação musical. Ao final de cada tema 
será descrita uma possibilidade de trabalho para o elemento/parâmetro do som 
abordado. 
TEMA 1 – INTENSIDADE 
Imagine um som qualquer ou simplesmente feche os olhos por um minuto 
e escute os sons do ambiente em que você se encontra. Que sons você ouviu? 
Eles eram suaves, intensos, agradáveis ou desagradáveis? 
 
 
3 
A intensidade do som, como o nome mostra, é a característica que nos 
permite qualificá-lo como fraco ou forte, por ser mais ou menos intenso. É o que, 
no jargão leigo, costuma-se chamar de “volume” do som. Desde já é muito 
importante que você saiba que os termos do jargão leigo usados para quantificar 
intensidade ou o volume do som (palavras: alto e baixo) são totalmente 
equivocados e não se aplicam à intensidade do som. 
Para entender a intensidade do som, vamos agora observar como esta 
funciona do ponto de vista da Acústica, ramo da Física que estuda o som: 
O som é uma onda mecânica longitudinal. Onda mecânica é uma onda que 
precisa de um meio material para se propagar. Dessa, forma, este meio material 
pode ser gasoso (como o ar), líquido (como a água) ou sólido (como a madeira, o 
metal). Portanto, ondas mecânicas não se propagam no vácuo. Onda longitudinal 
é aquela que vibra e se propaga na mesma direção, conforme ilustração a seguir: 
 
Créditos: Foud A. Saad/Shutterstock 
Vale lembrar que, para ser chamada de som, uma onda deve poder ser 
percebida pelo ouvido humano, isto é, deve possuir intensidade e frequência 
audíveis para os seres humanos. Assim, para uma onda sonora existir é preciso 
haver um impulso que a gere. Todos os dispositivos que produzem ondas sonoras 
são chamados de fontes sonoras. A intensidade do som está ligada à quantidade 
de energia investida pela fonte sonora no momento do impulso. Quanto maior a 
quantidade de energia investida, maior será a amplitude das ondas e, 
consequentemente, maior será a intensidade do som. Veja a seguir, duas ondas 
com diferentes amplitudes. Se a fonte sonora fosse a voz humana, no primeiro 
exemplo a pessoa poderia estar gritando e, no segundo, falando. 
https://www.infoescola.com/fisica/ondas-sonoras/
 
 
4 
 
 
Amplitude da onda é, como mostra a seta vermelha na ilustração, a 
distância entre a crista (ou o vale) da onda e o seu nível médio (representado pelo 
traço horizontal no meio de cada onda). 
A intensidade dos sons captada pelo ouvido humano é medida em decibéis 
(Db). Veja adiante, na escala de decibéis, desde o som mais suave que o ouvido 
humano é capaz de perceber até os sons mais intensos. 
 
 
5 
 
Créditos: Trgrowth/ Shutterstock 
A propriedade sonora da intensidade se manifesta, em música, por meio 
da dinâmica, que será estudada na próxima aula. 
 
 
 
 
 
 
6 
1.1 Atividade prática: jogo do quente e frio musical 
Este jogo é bastante simples de se compreender, porém mais complexo de 
se executar, recomendado para alunos com mais de 8 anos de idade. 
• Material: objeto pequeno para ser escondido, uma bolinha, por exemplo. 
Instrumento musical ou objeto sonoro para todos que vão participar. Podem 
ser: clavas, placas de madeira, tampinhas plásticas, colheres. Cada 
participante precisará de um par. 
• Como brincar: uma criança sairá da sala, enquanto uma outra esconde o 
objeto (bolinha ou outro). Após escondê-lo, todos pegam seu par de 
instrumentos e chamam de volta a criança que estava fora (e que não sabe 
onde o objeto está escondido). Inicia-se o jogo: as crianças irão guiar o 
colega por meio da produção de sons com diferentes intensidades. Quanto 
mais longe (mais frio) o colega estiver do objeto escondido, mais suave 
devem tocar. Quanto mais perto (ou quente) estiver, mais forte vão tocar 
seus instrumentos. A brincadeira segue até o colega encontrar o objeto 
escondido sem que ninguém emita uma só palavra, apenas escutando. 
Quando encontrar o objeto, a criança escolhe outra para sair da sala e a 
brincadeira recomeça. 
Este jogo deve ser jogado algumas vezes, pois sua repetição irá 
aperfeiçoar a capacidade dos participantes de produzir sons com uma maior gama 
de intensidades. 
TEMA 2 – TIMBRE 
Timbre é a propriedade que nos possibilita diferenciar um som dos demais. 
Talvez você já tenha ouvido alguém dizer que o timbre é a “cor do som”, ou a 
“assinatura do som”. 
Do ponto de vista da Acústica o timbre corresponde ao formato das ondas 
sonoras de um determinado som. É o timbre de um som que nos permite 
diferenciar sua fonte sonora. Por exemplo: é fácil perceber a diferença entre o som 
de uma flauta e o de um piano por causa dos seus timbres, pois cada instrumento 
produz ondas com formatos diferentes. O formato de uma onda sonora é dado 
pelo seu harmônico principal (ou fundamental) e pelos seus harmônicos 
secundários. Mas o que é harmônico? Quando uma corda vibra, ela vibra em uma 
 
 
7 
frequência fundamental (também chamada de harmônico fundamental), mas esta 
vibração inicial gera, além da frequência fundamental, várias outras frequências. 
Elas são conhecidas como harmônicos secundários (ou simplesmente 
harmônicos). Este conjunto de frequências é determinante para o timbre do som. 
Sobre os harmônicos, maiores informações serão dadas na aula sobre 
Instrumentos musicais. 
O osciloscópio é um instrumento capaz de representar graficamente as 
ondas sonoras. A imagem a seguir traz exemplos das representações gráficas 
(simplificadas) de diferentes timbres, para melhor compreensão desta questão: 
 
Créditos: Vecton/ Shutterstock 
A propriedade sonora do timbre aparece, em música, por meio dos 
diferentes instrumentos musicais presentes em uma obra (incluindo-se a voz 
como instrumento), o que chamamos de instrumentação. 
2.1 Atividade prática: jogo da memória auditiva 
Este jogo é adequado para crianças a partir dos 8 ou 9 anos e melhor 
aproveitado em grupos pequenos, de 2 a 10 jogadores. No ambiente escolar, a 
turma pode ser dividida em dois ou três grupos, desde que se disponha de mais 
de um espaço. 
 
 
8 
• Material: para sua construção seránecessário cerca de 16 a 20 pequenos 
potes pretos ou encapados, de modo que não se veja por nenhuma fresta 
o que há dentro (a única forma de descobrir o conteúdo será ouvindo). Cada 
par de potes deverá ter o mesmo conteúdo. Sugestões: 2 potes com arroz, 
2 com feijão, 2 com areia, 2 com clipes, 2 com EVA picado, 2 com 
pedrinhas, 2 com bola de gude (1 bola em cada), 2 sem nada dentro (muito 
interessante ter 2 sem som!) etc. Importante: a escolha dos conteúdos se 
dá pela capacidade de diferenciar os sons de cada par. Escolher diferentes 
objetos, que produzam sons diferentes, tomando-se o cuidado de colocar 
exatamente a mesma quantidade em cada par. Desta forma, terão de 8 a 
10 diferentes timbres no jogo. 
• Como brincar: A forma de jogar é igual aos outros jogos da memória visuais. 
No início, caso seja difícil para a turma, pode-se reduzir o número de 
timbres para 6 e depois ir aumentando o número de diferentes timbres do 
jogo. 
Importante 
Este jogo precisa de um ambiente com silêncio absoluto e os jogadores 
devem jogar em silêncio. Além de trabalhar com a atenção e percepção de 
timbres, ele fará uma verdadeira limpeza de ouvidos na turma, deixando-os com 
os ouvidos muito mais sensíveis e atentos. 
TEMA 3 – ALTURA 
A altura do som corresponde à sua propriedade de ser mais grave ou mais 
agudo. Novamente, a Física nos ajudará a entender o funcionamento do som. Já 
vimos que o som é uma onda (mecânica) que possui amplitude e frequência. Em 
termos acústicos o que define a altura do som é a sua frequência. E a frequência 
de um som corresponde à velocidade de propagação das suas ondas. Portanto, 
as ondas que vibram mais rapidamente têm maior frequência e produzem sons 
mais agudos. Da mesma forma, as ondas que vibram mais lentamente têm 
frequência mais baixa e produzem sons mais graves. 
Ainda em termos acústicos, a frequência do som está relacionada ao seu 
comprimento de onda. O esquema a seguir mostra visualmente o que acabamos 
de aprender, auxiliando sua compreensão: 
 
 
9 
 
Créditos: Udaix/ Shutterstock 
A frequência de um som é medida em Hertz (Hz), que significa vibrações 
por segundo. O ouvido humano é capaz de perceber, em média, ondas com 
frequência entre 20 Hz (20 vibrações por segundo) e 20.000 Hz (20.000 vibrações 
por segundo). Tudo que escutamos se encontra dentro dessa faixa de 
frequências. 
Na ilustração adiante, fica clara a diferença de frequência das três ondas. 
A primeira onda vibra menos, em dado espaço de tempo (onda com 
propagação mais lenta, baixa frequência, som mais grave). Já a última vibra três 
vezes mais neste mesmo espaço de tempo (ondas com propagação mais rápida, 
alta frequência, som mais agudo): 
 
Créditos: Lubo ivanko/ Shutterstock 
 
 
10 
Cada nota musical tem uma frequência. O diapasão, por exemplo, 
instrumento usado para afinação de corais e instrumentos musicais emite a nota 
LÁ em uma frequência específica, a de 440 Hz. É esta nota, o chamado LÁ 440, 
que o spalla (1º violino) da orquestra emite no início de uma apresentação para, 
com base nela, todos os músicos da orquestra afinarem seus instrumentos. 
 
Créditos: Vacharapong/ Shutterstock 
3.1 Atividade prática: jogo do movimento do som 
Para trabalhar a percepção das alturas com os alunos, há diferentes 
brincadeiras. Proporei aqui um jogo que pode ser feito com crianças pequenas, a 
partir dos 3 ou 4 anos de idade. 
A percepção das alturas, em geral, é mais complexa para a maioria das 
pessoas. Por isso, o início do trabalho com esta propriedade deve ser divertido e 
bem conduzido. A forma inicial de percepção desta propriedade se dá pela 
percepção do movimento sonoro, não das notas isoladas, descontextualizadas, e 
nem de sequências melódicas. Os movimentos sonoros podem ser ascendentes 
ou descendentes. Nesta brincadeira, o som pode também permanecer em uma 
mesma altura, sem variar a frequência (ou a nota musical), neste caso sem se 
movimentar. 
• Material: Para esta brincadeira será necessário ter uma flauta de êmbolo, 
instrumento de baixo custo, fácil execução e possível de ser encontrado em 
muitas lojas de instrumentos musicais. Lembre-se: brinquedos não são 
instrumentos musicais e flautas de êmbolo de baixa qualidade não devem 
 
 
11 
ser utilizadas, pois em geral não produzem as notas mais graves, nem as 
mais agudas, ficando difícil para as crianças perceberem a direção do som. 
 
• Como brincar: antes de iniciar a brincadeira, deve-se apenas convidar as 
crianças a se mexer como o som. É importante que não se dê orientações 
do tipo: “quando o som fizer ‘assim’, você vai se mexer ‘assim’”. A criança 
deve fazer sozinha o percurso de percepção do movimento sonoro e 
criação do movimento corporal que represente o movimento do som. A 
brincadeira consiste em se produzir uma sequência pensada de 
movimentos sonoros para as crianças se moverem como o som. A seguir, 
sugestão de movimentos sonoros: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
TEMA 4 – DURAÇÃO 
A duração do som, diferentemente das três propriedades anteriores, não 
está relacionada a uma propriedade física específica das ondas sonoras. 
Relembrando: 
• A intensidade do som está relacionada à amplitude da onda vibracional; 
• A altura diz respeito à frequência do som, que depende do comprimento de 
onda; 
• O timbre está relacionado à forma das ondas sonoras (que é dada pela 
combinação das vibrações e seus harmônicos). 
Em termos físicos, a duração está relacionada ao tempo de emissão das 
vibrações pela fonte sonora e do tempo que duram as vibrações depois de 
emitidas. 
Dito de forma bem simples, é o tempo que o som permanece em nossos 
ouvidos, o tempo que o som dura. É a propriedade que nos permite distinguir entre 
sons longos e curtos. 
Som longo: 
 
Som curto 
Já sabemos que a matéria-prima da música é o som. Porém, o silêncio é 
tão importante quanto o som. Ele é a “base” no qual serão inseridos os sons que 
darão vida a uma composição musical. 
A propriedade sonora da duração se manifesta, em música, por meio do 
elemento ritmo, que será estudado nas próximas aulas. 
4.1 Atividade prática: bingo de curto e longo 
Este jogo é adequado para crianças a partir dos 8 anos de idade (ou menos, 
caso as crianças já tenham experiências anteriores de musicalização). 
• Material: cartelas com 6 casas contendo sons curtos, longos e silêncios 
(pausas). Peças ou feijões para marcar as casas. 
• Como brincar: o professor (ou terapeuta) realiza uma sequência de sons e 
os alunos a procuram a fim de verificar se ela está na sua cartela, 
marcando-a caso esteja. Segue-se este procedimento até que todos 
 
 
13 
completem suas cartelas. Caso os alunos sejam mais velhos, inserir 
variações de duração mais difíceis nas cartelas do jogo. 
• Para fixar: ao final, cada aluno deve escolher uma sequência de sua cartela 
e realizá-la para os alunos reconhecerem qual é. 
• A sequência deve ser realizada pelo professor, utilizando-se um 
instrumento capaz de produzir sons longos e contínuos. Um apito ou o 
bocal de uma flauta são ideais, de modo que se utilize sempre apenas uma 
altura de som para que os alunos não se confundam. 
TEMA 5 – DENSIDADE 
Finalizaremos esta aula com um tema que, como a duração, não é uma 
propriedade física do som, mas é também um importante elemento formador do 
som: a densidade. 
A densidade sonora é a qualidade que estabelece um maior ou menor 
número de sons simultâneos. Ela é uma propriedade que qualifica a massa sonora 
como sendo mais densa (muitos sons acontecendo simultaneamente) ou menos 
densa (quando há somente um ou poucos sons simultâneos). 
A densidade também pode ser qualificada de modo comparativo. Do ponto 
de vista da educação musical, este é um modo interessante para o trabalho em 
sala de aula. Por exemplo: toda a orquestra tocando simultaneamente em uma 
obra musical produzirá uma massa sonora maisdensa do que quando apenas o 
naipe dos violinos estiver tocando. 
Ainda do ponto de vista da educação musical, é importante lembrar que o 
conceito de densidade pode ser aplicado para além das obras musicais, 
extrapolando para os ambientes sonoros, por exemplo, trazendo este conceito 
para o trabalho com as paisagens sonoras. Pode-se qualificar uma avenida 
movimentada como sendo sonoramente densa, ou mais densa que a paisagem 
sonora de uma rua tranquila. 
Saiba mais 
Para escutar: Bolero, de Maurice Ravel. Esta peça começa com densidade 
rarefeita e vai aumentando ao longo de toda a composição. 
ARCHIVIO IEM: Maurice Ravel, Bolero (London Symphony Orchestra/ Valery 
Gergiev). EuroMusicTV1, 26 maio 2013. Disponível em: 
. Acesso em: 06 abr. 2022. 
 
 
14 
5.1 Atividade prática: As densidades de uma “Tempestade de verão” 
A atividade que se propõe aqui é a vivência prática das diversas 
densidades sonoras, por meio de sonorização de uma história, que será criada 
coletivamente pelos alunos. Pode ser realizada com alunos desde os 6 anos até 
com adultos e ocupará vários encontros (é mais uma sequência de 2 a 3 
atividades do que uma única atividade). 
Conversar com os alunos sobre como são as chuvas de verão, como 
sabem que vai chover, levantando informações, sensações, sons (ventos 
começam a soprar, nuvens se movimentam no seu, folhas de árvores começam 
a cair etc.) sobre a temática. Por meio disso, escrever junto com a turma uma 
pequena história, que pode ter uma frase geradora da situação. Sugestão: Joca 
foi passar as férias de janeiro no sítio de seus avós. Estava brincando em uma 
tarde quente e ensolarada, quando começou a ouvir soprar um ventinho 
diferente... Como o bolero de Ravel, a história da tempestade de verão vai gerar 
um crescendo sonoro do começo ao fim, que deve ser amplamente explorado pela 
turma. 
Depois de criar a história coletivamente, a turma vai iniciar uma pesquisa 
de sons, explorando os materiais disponíveis: com objetos sonoros, instrumentos 
musicais, objetos da sala, materiais diversos feitos de madeira, plástico, papel, 
metal etc. Feita a pesquisa, organizar a contação da história coordenando os 
alunos pelas diversas partes, das menos às mais densas. Se possível, realizar a 
sonorização duas vezes, gravando-a na segunda vez. Esta atividade deve ser 
realizada em mais de um encontro. 
Pode-se usar também a seguinte obra para a realização da atividade: 
IACOCCA, Liliane. Plic, plic, plic. Um barulho da chuva. Coleção Toc toc. 7. ed. 
São Paulo, Ática: 2012. 
Saiba mais 
Você sabia? 
Paisagem sonora, tradução do inglês "soundscape", é um termo que foi 
definido pelo canadense R. Murray Schaffer (músico, compositor, professor, 
ambientalista) e uma equipe de vários investigadores, em estudos do universo 
sonoro que nos rodeia iniciados na década de 1970. Uma paisagem sonora é 
composta pelos diferentes sons que compõe um determinado ambiente, sejam 
 
 
15 
esses sons de origem natural, humana, industrial ou tecnológica. O estudo das 
paisagens sonoras enquadra-se no âmbito da Ecologia Acústica. 
Saiba Mais 
Para saber mais sobre as propriedades do som e as ondas sonoras, ver: 
FÍSICA - ondas e som: ondas sonoras. Pura física, 26 maio 2019. Disponível 
em: . Acesso em: 14 out. 2019. 
 
 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
FÍSICA - ondas e som: ondas sonoras. Pura física, 26 mai. 2019. Disponível em: 
. Acesso em: 14 out. 2019. 
LACERDA, O. Teoria Elementar da Música. São Paulo: Ricordi, 1966. 
MED, B. Teoria da Música. Brasília, DF: Musimed, 1996. 
SCHAFFER, M. O ouvido pensante. São Paulo: Ed. Unesp, 1991. 
WILLEMS, E. Solfejo: curso elementar. São Paulo: Fermata do Brasil, 1997. 
WISNIK, J. M. O som e o sentido. São Paulo: Cia das Letras, 1989.

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