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Tecnologia de Leites Fermentados Introdução ➢ A fermentação é um processo anaeróbio (sem oxigênio) de transformação de uma substância em outra, produzida a partir de microorganismos, tais como bactérias e fungos. FERMENTAÇÃO LACTEA ➢ Processo metabólico no qual carboidratos e compostos relacionados são parcialmente oxidados, resultando em liberação de energia e compostos orgânicos, principalmente ácido láctico, sem qualquer aceptor de elétrons externo. ➢ É realizado por um grupo de microrganismos denominado de bactérias ácido-lácticas, as quais têm importante papel na produção e conservação de produtos alimentares. https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cido_l%C3%A1ctico Leite fermentado x Bebida láctea Leite fermentado Bebida láctea ➢ São produtos lácteos ou produtos lácteos compostos obtidos por meio da coagulação e da diminuição do pH do leite ou do leite reconstituído por meio da fermentação láctea, mediante ação de cultivos de microrganismos específicos, com adição ou não de outros produtos lácteos ou de substâncias alimentícias. (BRASIL, 2017). ➢ Ingredientes opcionais não lácteos poderão estar presentes no máximo até 30%. ➢ Produto lácteo ou produto lácteo composto obtido a partir de leite ou de leite reconstituído ou de derivados de leite ou da combinação destes, com adição ou não de ingredientes não lácteos. ➢ Controle da microbiota intestinal; ➢ Diminuição da população de bactérias maléficas pela produção de ácidos acético e lático, de bacteriocinas e compostos antimicrobianos; ➢ Intolerantes à lactose ➢ Estimulação do sistema imune ➢ Alivio da constipação ➢ Diminuição do risco de câncer de cólon Leite fermentado: Benefícios Leite fermentado: Vantagens Conservação Propriedades Sensoriais Saúde Baixo impacto ambiental Iogurte, Yogur ou Yoghurt Kefir Kumys Leite fermentado Coalhada Exemplos de leites fermentados Produto lácteo cuja fermentação se realiza com cultivos protosimbióticos de Streptococcus thermophilus e Lactobacillus bulgaricus, os quais podem ser acompanhados, de forma complementar, por outras bactérias ácido-lácticas que, por sua atividade, contribuem para a determinação das características do produto final. A temperatura de incubação é de 42oC por 4-8 horas, até pH igual a 4,6. Fermentação Lática - Iogurte Os MO atacam a lactose que se decompõem em um ácido láctico que junto à caseína, produz a coagulação do leite. FERMENTAÇÃO LÁTICA LACTOSE ÁCIDO LÁTICO MICRORGANISMOS Lactobacillus bulgaricus Streptococcus thermophilus Fermentação Lática - Iogurte ➢ Produto lácteo cuja fermentação se realiza com um ou vários dos seguintes cultivos: Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus casei, Bifidobacterium sp., Streptococus thermophilus e/ou outras bactérias ácido-lácticas que por sua atividade contribuem para a determinação das características do produto final. ➢ A temperatura de incubação é de 37-40°C, e o tempo está relacionado aos micro-organismos utilizados. Leite fermentado ou cultivado ➢ Fermentação se realiza exclusivamente com cultivos de Lactobacillus acidophilus ➢ Obtido pela ação de estirpes selecionadas de L. acidophilus sobre o leite padronizado esterilizado. ➢ A temperatura de incubação é de 37-40°C por 18-20 horas. ➢ Em função de seu sabor fortemente ácido, tem o consumo bastante limitado e quase sempre associado às suas características terapêuticas. Leite acidófilo ou acidofilado ➢ Auxiliam na absorção de outros nutrientes ➢ Restabelece o equilíbrio da microbiota intestinal Leite fermentado ou cultivado / acidófilo: Benefícios ➢ Leite acidificado a partir do leite pasteurizado padronizado, em que a fermentação se realiza com cultivos ácido-lácticos provenientes de grãos de Kefir, encontrando-se Lactobacillus kefir e/ou espécies do gênero Leuconostoc, Lactococcus e Acetobacter, resultando na produção de ácido lático, CO2 e etanol. ➢ A temperatura de incubação é de 18-22°C por 18-24 horas. ➢ A bebida Kefir tem uma consistência espessa cremosa, sabor ácido suave e aroma suave de fermento fresco; apresenta efervescência natural e pode conter entre 0,08 e 2% de álcool. Kefir Leite Fermentado – Grãos de Kefir Os grãos de Kefir são constituídos por: Leveduras: (Saccharomyces omnisporus e Saccharomyces cerevisae e Saccharomyces exiguus). Bactérias: Lactobacilos termófilos, Leuconostoc sp., Lactococcus sp., Acetobacter sp., Bifidobaterium sp. e Streptococcus thermophilus. ➢ Produto feito originalmente com leite de égua na Ásia Central e de camela na Mongólia, atualmente, pode ser feito com leite de outras espécies animais. ➢ Produto lácteo cujas fermentações ácida e alcoólica a partir de L. delbrueckii subsp. bulgaricus e Kluyverromyces marxianus. ➢ É acinzentado, leve, efervescente e com acentuado sabor ácido e alcoólico. ➢ Os principais metabólitos após a fermentação são ácido lático (0,5-0,9%), etanol (0,6-2,5%) e CO2 (0,5-0,9%). ➢ A temperatura de incubação é de 26-28°C por 7 horas. Kumys ➢ Produto lácteo cuja fermentação se realiza por cultivos individuais ou mistos de bactérias láticas mesofílicas produtoras de ácido lático. ➢ Os microorganismos apresentam crescimento ótimo em temperaturas de 18-35°C ➢ Microbiota composta, normalmente, por L. lactis, L. cremoris e L. diacetylactis. Coalhada ➢ Equilíbrio e balanceamento da microbiota intestinal ➢ Melhora absorção do cálcio e das proteínas do leite ➢ Inibe a ação de bactérias patogênicas Coalhada Composição dos leites fermentados Contagem mínima de micro- organismos ativos ➢ Mínimo de 107 UFC de bactérias láticas/g de produto para iogurte, leite acidófilo, kefir e kumys. ➢ Mínimo de 106 UFC de bactérias láticas/g de produto para leite cultivado e coalhada. ➢ Mínimo de 104 UFC de leveduras/g de produto, para kefir e kumys Buttermilk fermentado ➢ Produto obtido com o leitelho (soro da manteiga) líquido resultante da batedura da manteiga. O soro fermentava espontaneamente, produzindo-se uma bebida não muito ácida, com sabor muito similar ao da manteiga e um pouco efervescente, por causa do CO2 formado, o que lhe conferia caráter refrescante. ➢ Hoje, é comum a utilização do nome buttermilk para o produto feito a partir do leite parcialmente desnatado, inoculado com culturas láticas produtoras de sabor, aroma e ácido, em que o Lactococcus lactis subsp. lactis/cremoris está presente. ➢ A temperatura de incubação é de 22°C por 12-14 horas. Curiosidade: Queijo Petit-Suisse ➢ É um queijo mole, feito por coagulação láctea utilizando-se bactérias, enzimas ou coalho no qual pode-se adicionar frutas. ➢ Tem uma mistura do sabor doce e salgado, e forma deliciosas combinações com frutas, mel e cereais. IOGURTE 22 HISTÓRIA DO IOGURTE ➢ A origem do iogurte ainda não é totalmente conhecida, mas há vários episódios, espalhados pelo mundo, que podem estar na base do seu aparecimento na antiguidade. ➢ Através das expedições, guerras e relações comerciais entre os fenícios e os egípcios e, mais tarde, também através de gregos e romanos, este alimento que hoje faz parte do nosso cotidiano rapidamente se difundiu, conquistando uma posição privilegiada na dieta alimentar dos mais diversos povos. HISTÓRIA DO IOGURTE ➢ Período do neolítico Durante este período, os pastores começaram a domesticar animais mamíferos e a utilizar o seu leite como alimento. O leite dos animais era armazenado em marmitas de barro à temperatura ambiente, o que, conjugado com o clima do deserto, cujas temperaturas chegavam a atingir os 43ºC, criava as condições ideais para que o leite fermentasse, produzindo um rudimentar tipo de iogurte. HISTÓRIA DO IOGURTE ➢ Desertos da Turquia Os pastores armazenavam o leite fresco em bolas feitas de pele de cabra. Os sacos colocavam-se atados nos camelos e o calor do seu corpo, em contato com aqueles,propiciava a multiplicação de bactérias ácidas. Várias horas depois, quando os pastores se preparavam para beber o leite, encontravam uma massa semi-sólida e coagulada, o leite acabara de converter-se em iogurte, o que os pastores consideravam delicioso. Uma vez consumido o fermento lácteo contido naquelas bolsas, estas voltavam a ser cheias de leite fresco que, devido aos resíduos precedentes, se transformava novamente em leite fermentado. Iogurte - definição Produto lácteo cuja fermentação se realiza com cultivos protossimbióticos de Streptococcus salivarius subsp. thermophilus e Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus, aos quais se podem acompanhar, de forma complementar, outras bactérias ácido-lácticas que, por sua atividade, contribuem para a determinação das características do produto final (BRASIL, IN 46, 2007). ➢ Cultivos de Streptococcus salivarius subsp. thermophilus e Lactobacillus delbrueckii subsp. Bulgaricus + bactérias ácido-lácticas. ➢ Rico em proteínas, cálcio e fósforo ➢ Bactéria láctica tem ação benéfica no trato intestinal; ação sobre bactérias maléficas Iogurte Integral aqueles cuja base láctea tenha um conteúdo de matéria gorda mínima de 3,0 g/100 g. Parcialmente desnatado aqueles cuja base láctea tenha um conteúdo de matéria gorda máxima de 2,9 g/100 g. Desnatado aqueles cuja base láctea tenha um conteúdo de matéria gorda máxima de 0,5 g/100 g. Grego (iogurte concentrado ou textura de Labneh) produto obtido a partir do iogurte tradicional, contudo diferenciado pelo processo de dessoragem em sacos de pano, isto para pequena escala e a nível industrial por centrifugação Iogurte Iogurte Quantidade em 100g Integral Com frutas Desnatado Grego A B C A B C A B C A B C Carboidratos (g) 5,35 6 5,88 15,8 18 17 4,87 6,5 6,47 17 16 16 Proteínas (g) 4 4 4,7 3,12 3,05 3,53 3,62 4,3 4,71 5,6 4,8 5,1 Gorduras totais (g) 4,12 2,15 3,52 3,12 3,1 2,76 * * 0,29 5,0 4,8 7,5 Gorduras saturadas (g) 2,59 1,3 2,12 1,17 2,05 2 * * 3 3 5,1 A, B, C – marcas de iogurte *valor não significativo de gordura PROPRIEDADES ➢ Contém um baixo teor de lactose: A lactose parcialmente transformada em ácido láctico, durante o percurso da fermentação. ➢ As proteínas do leite, que têm um alto valor biológico, são parcialmente pré-digeridas por ação das bactérias lácticas, o que permite uma melhor digestão. ➢ As vitaminas do leite ajudam ao desenvolvimento das bactérias lácticas que, por sua vez, produzem outras vitaminas, aumentando assim a variedade de vitaminas presentes no Iogurte ➢ É uma excelente fonte de múltiplas vitaminas (vitaminas, riboflavina, ácido fólico e niacina), proteínas e minerais, incluindo cálcio, potássio, fósforo. CLASSIFICAÇÃO ➢ De acordo com o processo de elaboração, consistência e textura: Iogurte tradicional (set yogurt): no qual o processo de fermentação ocorre dentro da própria embalagem, não sofre homogeneização e o resultado é um produto firme, mais ou menos consistente; Iogurte batido (stirred yogurt): o processo de fermentação ocorre em fermentadeiras ou incubadoras com posterior quebra do coágulo; Iogurte líquido (fluid yogurt): o processo de fermentação é realizado em tanques; é comercializado em embalagens plásticas tipo garrafa ou do tipo cartonada. CLASSIFICAÇÃO ➢ De acordo com a presença de “flavor” Iogurte natural: ausência de açúcar e flavor *; Iogurte com frutas (Sunday): camada de polpa, geléia, mel Iogurte com aromas: presença de flavorizantes, açúcar, corantes. * Flavor é uma sensação fisiológica da interação do paladar e olfato. CLASSIFICAÇÃO ➢ De acordo com matéria-gorda Com creme: matéria-gorda mínima de 6g/100g; Integrais: matéria-gorda mínima de 3g/100g; Parcialmente desnatados: matéria-gorda máx. de 2,9g/100g; Desnatados: matéria-gorda máxima de 0,5g/100g. LEITE CONTROLE DE QUALIDADE CLARIFICAÇÃO HOMOGEINIZAÇÃO PADRONIZAÇÃO TRATAMENTO TÉRMICO INOCULAÇÃO TANQUES DE INOCULAÇÃO 4/5 HORAS 45°C ROMPIMENTO DO COÁGULO RESFRIAMENTO EMBALAGENS (frutas em pedaços) CÂMARA FRIA 2 A 4°C EMBALAGENS CÂMARA DE INCUBAÇÃO RESFRIAMENTO CÂMARA FRIA 2 A 4°C IOGURTE TRADICIONAL PROCESSAMENTO http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.bramil.com.br/_img/marca_propria/produtos/iogurte-morango-bramil.jpg&imgrefurl=http://www.bramil.com.br/marca_propria_produtos.cfm%3FCdCat%3D2&usg=__yaaiSRAoelr13ekN9rh2nRh7jFs=&h=260&w=300&sz=26&hl=pt-BR&start=2&tbnid=xTdcoBgTVj_WuM:&tbnh=101&tbnw=116&prev=/images%3Fq%3Diogurte%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://imagem.vilamulher.com.br/temp/iogurte-lactobacilios-100308.jpg&imgrefurl=http://thereason.blogs.sapo.pt/29459.html&usg=__5vfKkeO-s4B842GoQH4Y41nDE_E=&h=353&w=560&sz=16&hl=pt-BR&start=1&tbnid=Fq3XJGT9pWQBEM:&tbnh=84&tbnw=133&prev=/images%3Fq%3Diogurte%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.tudomesmo.com.br/receitas/pascoa/imagens/receita-de-molho-de-iogurte-para-saladas-de-pascoa.jpg&imgrefurl=http://www.tudomesmo.com.br/receitas/pascoa/receita-de-molho-de-iogurte-para-saladas-de-pascoa.html&usg=__5k99VZLdADANH3UdO-H7sneae8Q=&h=310&w=300&sz=11&hl=pt-BR&start=9&tbnid=jwlYxyyqoPFalM:&tbnh=117&tbnw=113&prev=/images%3Fq%3Diogurte%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.afonteenoticia.com/fotos/1203615101.jpg&imgrefurl=http://ameninadoespelho.blogspot.com/2008/11/iogurte.html&usg=__cXE6pkYg5_GMs44LccIb-Pl1e1A=&h=360&w=480&sz=77&hl=pt-BR&start=8&tbnid=FSOzGqrV8_b-GM:&tbnh=97&tbnw=129&prev=/images%3Fq%3Diogurte%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.gislenefreitas.com.br/blog/imagens/jornalIogurte.jpg&imgrefurl=http://www.gislenefreitas.com.br/%3Fp%3D25&usg=__8IPHIfuWukbm5HoAOV6OphQma80=&h=324&w=406&sz=135&hl=pt-BR&start=15&tbnid=31sU5-31u5Sc3M:&tbnh=99&tbnw=124&prev=/images%3Fq%3Diogurte%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG Incubação no envase Iogurte tradicional ➢ Produto mais firme, tipo pudim. ➢ A massa se mantém íntegra por ser produto já incubado no envase. ➢ Antes de ir para a incubação em estufas, o iogurte é embalado. O tempo de preenchimento das embalagens individuais não deve exceder 30 minutos após a inoculação para evitarem-se problemas de consistência do produto. Ao atingir entre 90 e 95 ºDornic, o produto é estocado em câmaras frias entre 4 e 6 ºC. Incubação na fermenteira ➢ Iogurte batido: fermentação em tanque. Quebra-se a massa antes de envasar. Se quebrada a massa após o resfriamento a textura fica mais cremosa, mais viscosa do que quando quebrada a quente. PROCESSAMENTO ➢ Preparo da matéria-prima O leite utilizado para fabricação de iogurte deve apresentar boa qualidade ser higienicamente produzido e manipulado, de composição físico-química normal, isento de antibióticos e preservativos e não deve ser utilizado congelado, a fim de evitar defeitos na textura do produto. PROCESSAMENTO ➢ O leite para fabricação de iogurte deve preencher algumas condições como: Acidez inferior a 20º Dornic (18º D); Aroma e sabor normais; Alto teor de sólidos solúveis; Ausência de substâncias inibidoras de enzimas; Ausência de microrganismos patogênicos; Padronização dos sólidos não gordurosos Teor de gordura padronizado. Para que o iogurte tenha uma boa consistência, o leite deve ter um extrato seco desengordurado de 15% . Para a fabricação de um produto mais consistente, deve-se aumentar a matéria seca do leite pela adição de 2 a 4% de leite em pó. No caso de utilizar açúcar, este deve ser adicionado ao leite antes do aquecimento, normalmente de 8 a 12%. Espessantes e estabilizantes – consistência. Tratamento Térmico da Matéria Prima ➢ Tem como objetivo destruir os microrganismos patogênicos e outros que possam competir com as culturas do iogurte, além de promover a desnaturação das proteínas do soro que reduz a contração do coágulo dacaseína do iogurte, diminuindo, consequentemente, a sinerese. ➢ Estimula o início do crescimento da cultura láctica por redução do conteúdo de oxigênio do leite, além disso, influi sobre o aumento da viscosidade do iogurte e na obtenção de uma boa textura. ➢ As condições recomendadas são: 95ºC por um minuto e meio; 90ºC por três minutos e meio; 85ºC por oito minutos e meio ou 80ºC por 30 minutos. ➢ O aquecimento mais indicado é por meio de banho-maria ou tanques de parede dupla (encamisados) Abaixamento da Temperatura ➢ Após aquecimento do leite, deve-se resfriá-lo à temperatura de 42 - 43ºC. ➢ Isso pode ser feito pela substituição da água quente do banho-maria por água fria. ➢ Para não haver contaminação nessa fase, o recipiente do leite deve estar sempre fechado, sendo controlado por termopares. Inoculação do Fermento ➢ Após resfriado (42 - 43ºC) adiciona-se de 1 a 2% de fermento láctico preparado previamente, para ativação das culturas. A cultura mãe deve ser homogeneizada, de forma que todos os grumos sejam quebrados. ➢ Após a adição de culturas no leite, deve ser homogeneizado por 2 minutos, permanece em repouso por aproximadamente quatro horas, a uma temperatura de 41 a 45ºC. ➢ O inóculo é constituído por 2 microrganismos: Streptococus thermophilus e Lactobacilus bulgaricus, em proporções iguais, do contrário não se obterá a consistência e a característica desejável do odor no produto industrializado. 43 43 MICRORGANISMOS RESPONSAVÉIS PELA FERMENTAÇÃO DO IOGURTE L. bulgaricus S. thermophilus http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/58/Lactobacillus_bulgaricus.jpeg Características St. Thermophilus ➢ Ácido lático L (+) ➢ Cresce primeiro, rapidamente até pH 5,5 ➢ Produz compostos utilizados pelo L. Bulgaricus ➢ Produz ácido fórmico, estimula o L. Bulgaricus ➢ Consome oxigênio, diminui o potencial de oxi-redução, bom para o L. Bulgaricus Características St. Thermophilus ➢ Ácido lático D (-) ➢ Mais tolerante a acidez ➢ Produz compostos aromáticos ➢ Proteolítico, libera valina, glicina e histidina: fatores de crescimento do St. Thermophilus Inoculação do Fermento ➢ Podem acompanhar outras bactérias ácido-lácticas, como Lactobacilus lactis, que contribuem para as características do produto final. ➢ As qualidades desejáveis numa cultura para o iogurte são: pureza, crescimento vigoroso, produção de coágulo consistente, facilidade de conservação, produzir iogurte com bom aroma e sabor. ➢ A cultura láctica deve ser adicionada, somente em leite previamente esterilizado. Processo de Fermentação ➢ Ocorre a produção de ácido láctico como produto principal e a produção de pequenas quantidades de outros subprodutos que influenciam profundamente nas características organolépticas do iogurte. ➢ O acetaldeído é produzido em maiores quantidades seguido por acetona, 2 - butanona, diacetil e acetoína. ➢ O ácido láctico resultante da fermentação contribui para a desestabilização da micela de caseína, provocando sua coagulação no ponto isoelétrico (pH 4,6 - 4,7) e conduzindo à formação de um gel, o iogurte. ➢ Além disso, a fermentação láctica beneficia o valor nutricional do produto final 47 Iogurteira 48 Processo de Fermentação ➢ Durante a fermentação, as bactérias do iogurte (Streptococus thermophilus e Lactobacilus bulgaricus), crescem em simbiose, produzindo ácido láctico, compostos aromáticos e coágulo. ➢ Ou seja, os S. thermophilus se desenvolvem inicialmente para dar ambiente favorável para os L. bulgaricus, que se desenvolvem em seguida com mais intensidade. ➢ No início da fermentação, a acidez do leite (menor que 20º D) favorece o crescimento do S. thermophilus que libera ácido fórmico que estimula o desenvolvimento do L. bulgaricus. 49 Processo de Fermentação ➢ Ao se atingir aproximadamente 46ºD, o meio se torna pouco propício para o S. thermophilus, favorecendo o rápido desenvolvimento do L. bulgaricus, produzindo acetaldeído, que é o responsável pelo aroma agradável do iogurte. ➢ Com o aumento da acidez o pH fica próximo de 4,6, que é o ponto isoelétrico da proteína do leite, e ocorre a coagulação. ➢ No final da fermentação, a proporção entre os dois microrganismos é de 1:1. 50 50 Processo de Fermentação ➢ Continua-se a fermentação até que a acidez fique aproximadamente entre 70ºD e 80ºD; nesta parte do processamento é feita diversificação na técnica de fabricação (iogurte natural batido ou líquido). ➢ Ao final da fermentação, o coágulo deve apresentar pH entre 4,5 e 4,7 e uma concentração de ácido láctico de 0,9%; o gel deve ser liso, brilhante, sem desprendimento de soro ou gases. 51 51 Incubação no Envase ➢ Vai resultar num produto mais firme, tipo pudim, conhecido como iogurte tradicional. ➢ Quando se adiciona ao fundo o xarope de fruta ou os pedaços de fruta, temos o iogurte tipo sundae. ➢ A massa se mantém íntegra por ser produto já incubado no envase. 52 52 Incubação na Fermenteira (no tanque) ➢ Devido à necessidade de quebra do gel (massa) para o envase, o produto terá uma textura menos firme que o anterior. ➢ Poderá ou não conter pedaços de frutas. Resulta no iogurte batido. A massa é quebrada após ser resfriada. 53 53 Incubação Parcial na Fermenteira e no Envase ➢ mistura é incubada até uma determinada acidez, e então a massa é quebrada ainda quente. Adiciona-se polpa e a incubação prossegue até ser atingida a acidez adequada. ➢ Como a quebra é com o produto ainda quente, o iogurte pode ficar com textura mais fina, mais líquida, mas a pectina da fruta adicionada pode aumentar a viscosidade do produto. 54 54 Resfriamento ➢ É uma etapa crítica na produção de iogurte e é realizado logo após o produto ter atingido o grau de acidez desejado na fermentação. ➢ Como a elaboração do iogurte é um processo biológico, torna-se necessário o uso da refrigeração para reduzir a atividade metabólica da cultura, controlando deste modo a acidez do iogurte. ➢ É recomendado que se faça em duas etapas, para evitar o choque térmico, que provoca um encolhimento da massa e danos ao coágulo, pois o resfriamento muito rápido pode provocar a separação de soro no iogurte. 55 55 Resfriamento ➢ A primeira etapa consiste em abaixar a temperatura a 18 - 20ºC em, no máximo, 30 minutos, o que pode ser feito com água à temperatura ambiente. ➢ No caso do iogurte batido, pode-se fazer, nessa temperatura, a adição de ingredientes tais como: frutas, corantes, cereais, mel, etc., que devem ser homogeneizados na massa. ➢ Na segunda etapa, a redução da temperatura da massa deve atingir a temperatura de 10ºC. 56 56 Resfriamento ➢ O aparecimento do sabor característico do iogurte ocorre durante as 12 horas posteriores ao resfriamento, proporcionando as características finais de um bom iogurte. ➢ O próximo passo será a quebra da coalhada com agitação, visando obter uma massa de textura homogênea. ➢ A agitação deve ocorrer preferivelmente a temperaturas menores ➢ que 40ºC para se obter um coágulo consistente durante o armazenamento. 57 57 Resfriamento ➢ A agitação feita a altas temperaturas (exemplo: logo após o término da fermentação) resulta no aparecimento de partículas do coágulo e separação do soro devido à destruição irreversível da estrutura gel. ➢ Os sistemas mais modernos, utilizados em indústrias com produção em larga escala, são os resfriadores de placas e os tubulares, que são mais rápidos e eficientes, no entanto, convencionalmente, os métodos de resfriamento são: circulação de água refrigerada ou circulação de ar refrigerado (processo é mais demorado do que o processo que utilizaágua fria). 58 58 Quebra do Gel ➢ O processo de quebra do gel modifica a estrutura coloidal da massa, liberando soro que deverá ser completamente redistribuído de maneira uniforme. ➢ O gel só deverá ser quebrado após a massa ter sido resfriada em torno de 10 graus. ➢ Quando se adiciona aroma, sabores e pedaços de frutas, este é o momento ideal para adição. ➢ O produtofinal deverá ter uma aparência lisa, sem grumos, e a quebra da massa a frio permite que as micelas de caseina reabsorvam o soro. ➢ Quando se deseja um produto com consistência mais líquida, pode- se iniciar a quebra tão logo, durante o resfriamento, a massa atingir 35ºC. Esta temperatura facilita o bombeamento para um trocador de calor, onde o produto continuará sendo resfriado e, posteriormente, será adicionado de aroma, sabores e pedaços de frutas 59 59 Aditivos Aditivos: caseinato de sódio e fermento lácteo. Aditivos Aditivos: aroma natural idêntico ao mel, espessante (goma xantana e goma guar) acidulante (ácido cítrico), e conservador (sorbato de potássio), e fermento lácteo. Aditivos Aditivos: estabilizante pectina, conservante sorbato de potássio, acidulante ácido cítrico, aromatizante e corante natural urucum, fermento lácteo e estabilizantes gelatina, pectina, goma guar e jataí. Aditivos Aditivos: aroma idêntico ao natural (ameixa), espessante (goma xantana), acidulante (ácido cítrico), conservador (sorbato de potássio) e corante natural (caramelo), e fermento lácteo. Aditivos Aditivos: aroma natural de mamão, espessantes goma xantana e goma guar, corantes naturais urucum e carmim de cochonilha, conservantes sorbato de potássio, estabilizante pectina e fermentos lácteos. -Fermento Lácteo 300 mg/Kg em ácido sórbicoSorbato de Potássio -Caseinato de Sódio Ácido Cítrico 10 g/KgPectina Goma Xantana Goma Jataí Goma Guar Gelatina 9,5 mg/Kg como norbixinaCorante natural Urucum 100 mg/Kg em ácido carmínicoCorante natural Carmim cochonilha q.s.Corante natural Caramelo Aroma idêntico ao natural de mamão Aroma idêntico ao natural de mel q.s. Aroma idêntico ao natural de ameixa CONCENTRAÇÃO MÁXIMA NO PRODUTO FINAL ADITIVOS Tabela 1. Quantidade dos aditivos permitida por Lei Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Envase e Armazenamento ➢ No caso do iogurte batido, a fermentação é feita em um tanque com posterior embalagem, no qual é envasado depois de resfriado e mantido sob refrigeração por um período superior a 24 horas antes de ser comercializado. ➢ A embalagem deve ser impermeável aos sabores, corantes, odores do ambiente, oxigênio e contaminações externas; resistir a acidez do iogurte, a umidade, golpes mecânicos a que o produto é sujeito durante o transporte e armazenamento e não permitir exposição do produto à luz. ➢ Uma boa opção para produção em pequena escala é a embalagem de polietilenotermoformada que apresenta também facilidade para o fechamento térmico. ➢ A temperatura de armazenamento deve ser de 2 a 5ºC para conservar e melhorar a consistência do iogurte, que deve ser consumido à temperatura de 10 a 12ºC, na qual o sabor torna-se mais apreciável 66 66 Transporte e Comercialização ➢ O transporte da fábrica até o ponte de comércio deve ser o mais rápido possível, principalmente no verão. ➢ Quando o percurso para a distribuição é longo, o transporte deve ser feito em veículos refrigerados 67 67 DEFEITOS NO GOSTO NATUREZA ORIGEM Amargor Demasiado tempo de conservação; Atividade proteolítica muito forte dos fermentos; Contaminação por bactérias proteolíticas. Gosto a levedura, a fruta, a álcool. Contaminação por leveduras. Gosto a bolor Contaminação por bolores; Frutas de má qualidade para os iogurtes de frutas. Sem gosto, ausência de aroma Desequilíbrio da flora, excesso de Streptococcus; Incubação demasiadamente curta ou muita a baixa °T Matérias secas muito fracas. Falta de acidez Inseminação muito fraca; Incubação excessivamente curta; Inibidores do leite; Bacteriófagos 68 DEFEITOS NO GOSTO Excesso de acidez Taxa de inseminação muito forte; Incubação muito prolongada, ou a temperatura alta; Arrefecimento não suficientemente forte, muito lento; Conservação a temperatura muito elevada. Rancidez Contaminação através das bactérias lipolíticas ; Tratamentos térmicos muito fraco. Gosto farinhento, a pó Pulverização muito intensa. Gosto a oxidado Má proteção contra a luz (em copos de vidros); Presença de metais (ferro, cobre). Gosto a cozido, a queimado Tratamento térmico muito severo. 69 DEFEITOS NO GOSTO Gosto acre Contaminação por uma flora láctica selvagem – coliformes. Gosto a gordura Teor de matéria gorda muito elevada. Decantação, sinérese Má fermentação; Temperatura muito elevada; Durante a armazenagem, conservação muito prolongada; Arrefecimento muito fraco; Má incorporação das frutas ou das polpas de frutas; Agitação dos iogurtes; Teor de matéria seca muito fraco. Produção de gás Contaminação por leveduras ou coliformes. 70 DEFEITOS NO ASPECTO DEFEITOS NO ASPECTO Colônias na superfície Contaminação por leveduras ou bolores. Camadas de natas Má ou ausência de homogeneização Produto sobre a tampa Manutenção deficiente. Produto não homogeneizado Má agitação. Separação da parte superior Agitação ou vibração durante o transporte em conseqüência de um arrefecimento mal conduzido na câmara fria. Falta de firmeza Inseminação muito fraca; Má incubação; Agitação antes da coagulação se completar; Matéria seca muito fraca. 71 DEFEITOS NA TEXTURA DEFEITOS NA TEXTURA Muito líquido Má incubação; Matéria seca muito fraca; Fermentos de má qualidade; Frutas ou aromas não suficientemente concentradas Demasiado corpo Má qualidade de fermentos; Temperatura de incubação muito fraca. Textura arenosa Demasiado aquecimento do leite; Homogeneização a uma temperatura muito elevada; Pulverização muito forte; Acidificação irregular e muito fraca; Textura granulosa; Teor em matéria gorda muito elevada; Má escolha dos fermentos. 72 Fonte:Oliveira e Caruso, 1996). INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE IOGURTES ➢ Os equipamentos básicos são: ➢ Tanques de recepção em aço inox; ➢ Filtros em aço inox; ➢ Desnatadeiras elétricas; ➢ Fermenteiras; ➢ Envasadoras; 73 MATÉRIAS PRIMAS ➢ As principais matérias primas são: ➢ leite, ➢ açúcares, ➢ leite em pó desnatado, ➢ preparados a base de polpas de frutas, ➢ culturas lácticas, etc. 74 Mistura Básica composição e características ➢ Leite: ⚫ Tipo: integral, desnatado, parcialmente desnatado, fortificado (com adições de leite em pó ou soro em pó) ou modificado (delactosado); ⚫ Características: • Acidez inferior a 20 ºDornic; • Aroma e sabor normais; • Alto teor de sólidos solúveis; • Ausência de substâncias inibidoras de enzimas; • Ausência de microrganismos patogênicos; • Teor de gordura padronizado. Açúcar ➢ A sacarose é o açúcar mais empregado na fabricação de iogurte. Pode ser adicionada diretamente ao leite ou, no caso de iogurte batido com polpa de frutas, ser adicionado juntamente com a polpa na forma de geléia. ➢ No caso da adição de açúcar ao leite, este deve ser misturado ao leite em pó desnatado e adicionado ao leite antes do tratamento térmico, uma vez que o mesmo apresenta maior solubilidade a altas temperaturas. 76 Açúcar ➢ A quantidade utilizada depende do gosto do mercado, em geral é adicionado na faixa de 5 a 12 % em relação ao volume de leite. Acima de 12 % pode ocorrer a inibição das culturas lácticas do iogurte devido ao efeito osmofilico. ➢ A quantidade de açúcar a ser adicionada, depende da concentração de açúcar presente na polpa ou suco da fruta e da doçura estabelecida para o produto final. ➢ A adição de adoçantes ao leite é normalmente aplicada na fabricação de leites fermentados light ou diet em quantidades mínimas estabelecidas pela legislação. ➢ Os adoçantes mais utilizados: sacarina, aspartame, ciclamato, ➢ estévia e sorbitol. 77 Leite em Pó Desnatado ➢ A adição de leite em pó desnatado é efetuada com a proposta de aumentar o conteúdo de extrato seco desengordurado (E.S.D) do leite, visando aumentar a capacidade de retenção de água das proteínas, prevenindo assim o problema da sinerese (separação da água do coágulo), além de aumentar a consistência do produto final. ➢ Geralmente o leite em pó desnatadoé adicionado antes do tratamento térmico em uma proporção que varia de 1 a 3 %. 78 Polpa de frutas ➢ A adição do preparado à base de polpa de frutas é feita após a fermentação, caracterizando um ponto crítico de controle. ➢ Os preparados à base de polpas de frutas podem ser adicionados aos iogurtes de várias formas: ➢ pedaços de frutas de vários tamanhos, ➢ sem pedaços de frutas, ➢ com ou sem sementes, ➢ coloridos com corantes naturais ou artificiais, ➢ aromatizados, ➢ com cereais ou outros ingredientes como fibras. ➢ Geralmente são dosados à proporção de 4 a 5 % para que haja uma quantidade mínima aceitável de fruta no produto final. 79 Culturas lácticas ➢ São microrganismos selecionados que se empregam na indústria de laticínios para a elaboração de queijos, iogurtes e outros produtos fermentados. ➢ No processo de fabricação de iogurtes os microrganismos ou bactérias lácticas que atuam possuem uma temperatura ótima de crescimentos de 40 a 45oC e um pH de entre 5,0 e 5,7. ➢ A lactose presente no leite vira ácido láctico, que por sua vez age sobre o caseinato de cálcio (outro componente do leite). Este, ao se desfazer deixa livre a caseína que se precipita em forma gelatinosa, tornando-se muito digerível. ➢ Durante o período de incubação a relação entre as bactérias pode sofrer variações, para no final novamente ser restabelecido. ➢ A causa principal da variação é que o Lactobacillus bulgaricus desdobra facilmente as proteínas, e origina, assim, o aminoácido valina. ➢ Este vai favorecer o desenvolvimento do Stretococcus thermophilus. A proporção entre ambos influi também de uma maneira essencial sobre a aromatização do iogurte. 80 Culturas lácticas ➢ O Lactobacillus bulgaricus é o principal condutor do aroma. ➢ A temperatura ótima de crescimento do S. thermophilus situa-se entre 40 - 45ºC, atingindo um mínimo a 20ºC e um máximo a 50ºC. ➢ Para o L. bulgaricus, a temperatura ótima de crescimento situa-se entre 40 - 43ºC, atingindo um mínimo a 22ºC e um máximo a 52,5ºC. ➢ Quando ocorre uma associação entre S. thermophilus e L. bulgaricus a temperatura ótima de crescimento fica entre 40 - 45ºC e a coagulação pode demorar mais que quatro horas, dependendo da porcentagem de inóculo adicionada. ➢ Após o iogurte ter atingindo o pH desejável (geralmente pH 4,6), o gel é resfriado a temperatura menor que 10ºC. ➢ O pH final da maioria dos iogurtes varia entre 4,6 - 4,0. 81 Outras Matérias- Primas ➢ Edulcorantes: mais utilizado é o açúcar, que pode ser refinado ou cristal, isento de impurezas. Para produtos light ou dietéticos, são utilizados outros edulcorantes como a sacarina, aspartame, estévia e ciclamato. ➢ Aromas e corantes: ➢ Existem aromas naturais e artificiais que levam ao sabor desejado e devem ser adicionados ao leite após a fermentação. O corante tem a finalidade de lembrar o sabor escolhido, relacionando-o com a fruta. ➢ Os corantes naturais mais utilizados são originados da beterraba, carmim de cochonilha, carotenóides e urucum e os artificiais são o amarelo crepúsculo, bordeaux, laranja GGN, tartazina e vermelho 40. ➢ Devem ser utilizados, ambos, na proporção de 0,02 a 0,15%. 82 Outras Matérias- Primas ➢ Conservantes ➢ Seu uso não é permitido pela legislação, restringindo-se ao preparo de polpas, sucos e pastas de frutas empregados como ingredientes na elaboração do iogurte, num limite máximo de 0,1% de ácido sórbico. ➢ Espessantes ➢ Têm como objetivo de melhorar a consistência, viscosidade e aparência do produto final além de prevenir a sinerese, que é a separação do soro. ➢ Como exemplo de espessantes temos o amido modificado, carragena, ágar-ágar, alginatos, goma xantana, entre outros e devem ter sabor neutro, fácil solubilidade em água e leite, estabilidade em pH ácido e não apresentar cor. ➢ Sua adição pode ser feita ao leite frio ou morno antes da pasteurização, no leite quente logo após a pasteurização ou no leite inoculado antes da incubação. 83 Outras Matérias- Primas ➢ Estabilizantes ➢ São substâncias que apresentam uma grande variedade de aplicações na indústria de alimentos, em especial em produtos de laticínios que tem como principais funções: ➢ aumentar a capacidade de retenção de água do gel; ➢ evitar a sedimentação de partículas de componentes de formulação do produto, através da formação de uma rede microscópica que aprisiona essas partículas; ➢ formar géis bastante estáveis por ligações com as proteínas e sais dos sistema; ➢ prevenir o problema da sinerese em leites fermentados; ➢ melhorar as características sensoriais do produto final, tornando-o mais consistente e mais encorpado. 84 Outras Matérias- Primas ➢ Entre os principais estabilizantes encontramos: ➢ goma guar ➢ goma alfarroba (jataí) ➢ ácido algínico e alginatos ➢ ágar ágar ➢ musgo irlandês (carragena) ➢ goma xantana ➢ pectinas ➢ carboximetilcelulose (C.M.C) 85 Qual a Diferença entre a Bebida Láctea e o Iogurte? 86 PROBIÓTICOS REDUÇÃO DE LIPÍDIOS PRODUÇÃO DE VITAMINAS FLORA INTESTINAL TOLERÂNCIA À LACTOSE INIBIÇÃO DE PATÓGENOS REDUÇÃO DE DOENÇAS:OBESIDADE, CÂNCER, OUTRAS. ABSORÇÃO DE NUTRIENTES (CA, MG E FE) SISTEMA IMUNE ALIMENTOS FUNCIONAIS 88 88 OBRIGADA PELA ATENÇÃO