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CLASSIFICAÇÃO Quanto à matéria prima: - leite de vaca - leite de ovelha - leite de cabra - leite de búfala - queijos de leites misturados. Quanto à maturação: Queijos frescos: sabor predominante de acido lático; queijos com umidade mais elevadas; consumo logo após sua fabricação Queijo de média maturação: período de maturação de 10 dias-3 meses;* Queijos de longa maturação: acima de três meses. * * sofreu trocas bioquímicas e físicas necessárias e características da variedade Quanto à obtenção da massa (processo de coagulação): por coalho: a massa é obtida por ação do coalho. Exemplo; Minas Frescal, Prato, Roquefort, etc.; por acidificação: a ação dos microrganismos provoca uma produção de ácido lático que por sua vez altera o equilíbrio da proteína, provocando uma precipitação. Exemplo: Requeijão, Petit-Suisse; a massa é obtida por ação conjunta de calor e ácido aplicados ao soro, provocando a precipitação da proteína. Exemplo: Ricota. por fusão: é obtida por ação de sais fundentes e calor. Exemplo: Queijo fundido e queijo pasteurizado. Quanto ao tratamento térmico: Massa crua: são os queijos cuja massa não sofre aquecimento superior aquele indispensável para o processo de coagulação (inferior a 38 ºC). Exemplo: Minas Frescal; Massa Semi-Cozida: são os queijos que, além do aquecimento para coagulação, tem sua massa submetida a um tratamento térmico até 38-45 ºC. Exemplo: Prato e variedades; Massa cozida: são aqueles queijos, cuja massa é submetida a tratamento térmico superior a 45 ºC, devendo chegar a 55 ºC. Exemplo: Parmesão, Grana, etc. Quanto ao conteúdo de umidade: Baixa: até 35,9% Média 36-45,9% Alta: 46-54,9% Muito alta: igual ou superior a 55% Quanto à consistência: Queijos Moles: sem maturação (Requeijão, Minas Frescal). Maturados (Camembert, Bri, etc.); Queijos Semi – moles: maturados por bactérias (Brick, Muenster). Maturados por bactérias internamente e na casca (Limburger, Port-Salut,). Maturados principalmente por mofo no interior (Gorgonzola); Queijos Semiduros – maturados por bactérias (Gouda, Prato, Minas). Queijos Duros – maturados por bactérias sem produção de olhaduras (Chedar, Provolone, Caccio Cavallo). Maturados por bactérias com produção de olhaduras (Suíço, Emmental, Gruyère); Queijos muito Duros – maturados por bactérias (Asiago, Parmesão). TECNOLOGIA DE QUEIJOS Definição: Segundo o Regulamento Técnico de Identidade de Queijos – Portaria no. 146198 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, “Entende-se por queijo, o produto fresco ou maturado que se obtém por separação parcial do soro do leite ou leite reconstituído (integral, parcial ou totalmente desnatado), ou de soros lácteos coagulados pela ação física do coalho, de enzimas específicas, de bactérias especificas, de ácidos orgânicos, isolados ou combinados, todos de qualidade apta para uso alimentar, com ou sem agregação de substâncias alimentícias e/ou especiarias e/ou condimentos, aditivos especificamente indicados, substâncias aromatizantes e matérias corantes.” Importância: está no fato de ser um produto rico em proteínas, gordura, sais minerais (cálcio e fósforo) e vitaminas. é uma fonte rica em vitamina A e em sais minerais, como cálcio e fósforo. Os queijos produzidos a partir da coagulação enzimática possuem um maior teor de minerais que os produzidos por coagulação ácida TIPOS - VARIEDADES Prato Do reino Tipo mussarela Parmesão Coalho Mofos azuis Roquefort: 1º queijo com mofos internos a ser fabricado Produzido com leite de ovelha exclusivamente, no sul da França Sabor inimitável Gorgonzola: Fabricado com leite de vaca, no Vale do Pó (Itália) Características similares ao Roquefort Mais amarelado, mais cremoso e sabor mais suave Stilton: Produzido com leite de vaca, na Inglaterra Processo de produção muito peculiar Danablu: É o queijo azul fabricado na Dinamarca, sendo o seu processo de produção muito semelhante ao do Roquefort e do Gorgonzola Adição de creme de leite homogeneizado Maturação mais curta Mofos Brancos Camembert: Origem francesa – 1791 Produzido com leite crú - França Brie: No Brasil quase sempre é produzido com a mesma tecnologia do Camembert Diâmetro bem maior que o Camembert e uma espessura menor PROCESSAMENTO GERAL Tratamentos do leite para elaboração de queijos Filtração: Efetuado com intuito de remover matérias estranhas em suspensão no leite; Deve ser efetuado antes do aquecimento para não causar dissolução de matéria estranha presente; Processo não é substituto para sanitização na produção ou manipulação do leite; Filtro de tecido de algodão é eficiente para a remoção de matérias estranhas; Filtro deve ser lavado ou trocado frequentemente para evitar que o leite arraste consigo os microrganismos que vão se acumulando no mesmo Clarificação Bactofugação: Redução na adição de nitrato de potássio ao leite, cujo propósito é a inibição de esporos de baterias do gênero Clostridium Padronização: - Objetivos: dar uniformidade de produção, atender os aspectos legais e a economia (utilização da gordura excedente para outras finalidades). - Consiste na retirada do excesso de gordura, ou na sua reposição, caso o leite não tenha a composição requerida para o tipo, alcançando uma porcentagem padrão. Pasteurização do Leite: – elimina todos os microrganismos patógenos e grande parte dos microrganismos deteriorantes; – permite a utilização de leite com baixa qualidade bacteriológica; – elimina enzimas (em < proporção na pasteurização lenta); – promove a desnaturação das proteínas do soro e como conseqüência dificulta a ação do coalho, promove o odor de cozido e aumenta o rendimento do queijo; – O equilíbrio entre os sais de cálcio e fósforo solúveis e coloidais é rompido, devido à insolubilização de uma parte dos sais minerais. Conseqüências: redução do teor de cálcio iônico, as ligações entre as micelas de paracaseína são mais fracas (coalhada mais branda) e ao corte, há maior perda de extrato seco. – Entretanto, este efeito é corrigido pela adição de cloreto de cálcio ao leite, ou por alteração do pH do leite ou da temperatura de coagulação; Resfriamento do leite. Adição de ingredientes: Adição de CaCl2: • Função: repor o cálcio que foi insolubilizado no processo de pasteurização. • Efeitos: Reduz o tempo de coagulação e aumenta a firmeza da coalhada; Melhora a capacidade de expulsão do soro da coalhada • o cálcio se combina com o fosfato e se transforma em fosfato de cálcio, o qual não coagula o leite. • A quantidade de cloreto de cálcio a adicionar deveria ser em função da quantidade de cálcio solúvel no leite, mas, na prática, utiliza-se 40 mL de cloreto de cálcio (solução 50%) para cada 100 litros de leite. • Em excesso pode causar sabor amargo Adição de Corante: • Constitui etapa opcional; • utilizados para caracterizar o queijo; • Só é permitido o uso de corante de origem vegetal, como o corante de urucum (Bixa orellana). • A quantidade de corante varia de acordo com o tipo de queijo e também conforme a concentração do corante utilizado. Adição de Descorante: O descolorante é utilizado em leite de vaca quando se deseja um queijo bem branco. Adição de Nitrato: Utilizado para prevenir o estufamento tardio, causado por Clostridium sp, que, na forma de esporos, sobrevivem à pasteurização. Adição de NaCl: Para realizar a salga com objetivo de conservar o produto e melhorar suas características organolépticas Adição da Cultura Lática: – normalmenteé adicionada na proporção de 0,5 a 2%; – Torna-se obrigatória para leite que passa por pasteurização e para queijos que possuem a etapa de maturação ou acidificação; - Os fermentos láticos são adicionados ao leite antes do coalho, O espaço de tempo entre a adição do fermento e do coalho é chamado de pré-maturação e serve para ambientar os microrganismos do fermento às novas condições do meio (temperatura, acidez, agentes químicos, etc.) Finalidades: – modifica o sabor, odor e textura dos queijos; – a acidificação inibe o crescimento de microrganismos indesejáveis, promove a coagulação ácida e acelera a coagulação enzimática. - O ácido láctico, agindo sobre a caseína, desdobra-a e produz a coagulação do leite Adição do Coalho: – o coalho de origem animal é formado por 2 enzimas proteolíticas: a quimosina (mais específica) e pepsina (menos específica e c/ maior proteolítica), esta última é a causadora do sabor amargo em queijos. As enzimas do coalho também podem ser de origem fúngica; COAGULAÇÃO – Fenômeno físico de floculação das micelas de caseína que se soldam (polimerizam) e formam gel compacto que aprisiona o líquido de dispersão (soro). Métodos: • coagulação ácida (por acidificação lática ou adição de ácidos orgânicos); • coagulação enzimática (pela ação das enzimas do coalho); • coagulação mista. Causas de problemas na coagulação: o tempo de coagulação normal fica entre 30 e 50 minutos, então variações nesse tempo pode gerar consequências coalho velho demais, coalho com excesso de umidade O coalho deve ser adicionado ao leite diluído em água de boa qualidade. S a água contiver resíduos de cloro, este pode inativar as enzimas do coalho Tamanho da micela de caseína também influencia o tempo de coagulação: quanto maior ela for, mais rápida é a coagulação. Coagulação Ácida • ocorre a redução do pH do leite até o ponto isoelétrico da caseína (pH ~ 4,6), quando há a igualdade das cargas, a perda da água de hidratação, paralelamente ocorre a desmineralização das micelas de caseína; As bactérias lácticas atacam a lactose, decompondo-a em ácido lático • a coagulação ácida não ocorre em T °C < 5°C; • o coágulo formado constitui um gel lático firme, poroso e pouco contrátil, e, portanto, de difícil desidratação, a estrutura original do leite é modificada. Condição: pH 4,6 Estrutura proteica: caseína pura desmineralizada Tipo coagulante: bactérias laticas fermentativas Natureza do coágulo: coalhada Produtos formados: acetaldeído, diacetil, ácido lático Coagulação Enzimática As enzimas quebram as ptns, a ligação da caseína (ptn quaternária), com isso ocorre a repulsão Para todos os queijos, com exceção dos queijos anteriormente mencionados (queijos por coagulação ácida), adicionam-se os coagulantes numa faixa de temperatura que vai de 30 até 38°C, tanto para queijos frescos como para queijos de massa dura. O coagulante é um ingrediente rico em enzima proteolítica especialmente a quimosina (renina) agindo diretamente sob as cadeias de proteína. A coagulação enzimática depende de muitos fatores que devem ser cuidadosamente controlados para que se obtenha um adequado coágulo Condição: temperatura de 37°C, pH 6,8 Estrutura proteica: fosfo-paracaseinato de cálcio Tipo coagulante: renina (75%) e pepsina (25%) Natureza do coágulo: gel elástico impermeável Produtos formados: precipitação das proteínas (caseína) A ação da renina (quimosina) sobre a caseína pode ser dividida em três estágios a saber: “quebrar” e inativar a caseína kappa, convertendo esta em uma para-kappa caseína e um macropeptídeo quanto maior o teor de caseína no queijo, mantendo-se constantes os teores de gordura e água, mais firme será a massa quanto maior a produção de ácido lático, maior a retirada de cálcio do complexo da caseína e mais “curta”, menos coesa ou mais quebradiça será a massa. Coagulação Mista Quando queremos obter uma coalhada com propriedade intermediária, com características diferentes dos coalhos obtido por um método de coagulação. O percentual de coalho e acidificação podem variar dependendo do tipo de queijo que se deseja produzir Exemplo: pétit suisse, queijo de cabra (burson) Corte da coalhada: – ação mecânica: constitui a ruptura da película do coágulo; - Utilizando liras, espera um pouco após o corte – Objetivo: é aumentar a superfície de exsudação e favorecer a saída do soro; – a intensidade do corte afeta a qualidade do produto final. Agitação ou Mexedura: – acelera a dessora e impede a aderência dos grânulos; – facilita a expulsão do soro; 1ª mexedora: lenta Função: quebrar a massa, desprende o soro, início da concentração da coalhada Tempo: 20 min T°C: 37°C quando se deseja produzir queijo mais ácido, prolongada a primeira mexedura, pois há uma maior produção de ácido lático quando se deseja produzir queijo com maior teor de cálcio, aconselha- se reduzir o tempo da primeira mexedor Depois dessa fase pode ter uma dessoragem parcial da coalhada, que irá dminuir o volume de massa e líquido a ser aquecido; Facilitar o processo de agitação na segunda mexedura 2ª mexedora: com aquecimento Função: adição de calor, fazer lavagem, determinar o grau do coagulo que depende do queijo Tempo: 30 – 40 min T°C: 42, 43,44°C (depende do queijo) O aquecimento pode ser de meio direto (Adição de água quente à massa), Indireto (vapor quente nas paredes do tanque), misto (direto + indireto) finalidade do aquecimento é aumentar a expulsão de soro da coalhada, nesta fase ocorre uma semicozimento da massa, removendo lactose do grão (delactosagem) Dessoragem – possui o objetivo de eliminar o soro liberado pelo coágulo e obter um substrato que será moldado e/ou submetido à ação das enzimas durante a fermentação. Pré-prensagem: Vantagens: mantém a massa aquecida, o que facilita a coesão dos grãos ajudando na enformagem, impede a aeração da massa, evitando assim a formação de olhaduras mecânicas no queijo diminui Realiza-se num tanque colocado próximo ao tanque de fabricação, ou num nível inferior, para onde a massa e o soro são escoados ou bombeados. Durante isso ocorre a eliminação da água (soro) equivalente a cerca de 16-19% do total eliminado durante a elaboração do queijo Não faz em queijos moles (minas frescal) Prensagem – possui o objetivo de completar a dessoragem forçando a eliminação do soro dar uma forma definitiva ao queijo formação da casca O tempo e a pressão de prensagem variam muito, pois dependem do tamanho do queijo, do conteúdo de umidade desejado e da temperatura de prensagem. Queijos grandes geralmente exigem pressão maior e mais prolongadas a pressão fica entre 4 e 40 vezes o peso do queijo Salga: –objetivos: dar sabor à massa, regular o desenvolvimento microbiano e contribuir com a dessora; – pode ser realizada por 3 métodos: • salga seca: O sal é adicionado diretamente na superfície do queijo já enformado • salga em salmoura: é uma solução salina de cloreto de sódio (geralmente com 18 a 23% de concentração), em que os queijos ficam submersos até adquirirem a quantidade de sal necessária. Fatores que influenciam: concentração, tamanho e formato do queijo, teor de umidade, tempo, pH, temperatura, agitação • salga na massa: O sal é distribuído na massa do queijo antes da enformagem Salga seca e viragem. Lavagem das peças. Acontece entre a primeira e a segunda mexedura, para alguns queijos é obrigatória O processo de lavagem e aquecimento é feito através da remoção parcial do soro de leite e da adição de água quente. Como o soro é removido, tanto a açãode agitação e as altas temperaturas de cozimento promovem a perda de água a partir do grão da coalhada. Isto porque a estrutura da proteína desestabiliza e a água é expulsa do grão de coalhada, o processo de sinérese, expulsão do soro. Lavar a massa de queijo no tanque provoca a saida da lactose a partir dos grãos de coalhada para a água de lavagem, reduzindo o teor de lactose da coalhada, e consequentemente a capacidade das culturas para desenvolver ácido láctico definindo o pH final. Quando o pH necessário e a firmeza dos grãos são alcançados, geralmente, o pH está em torno de pH 6,3-6,5, nessa etapa é onde a mexedura e lavagem são paralizadas e massa é transferida para a pré- prensa. Maturação: – é a última etapa de fabricação do queijo, não ocorre em queijos frescos; – a maturação biológica é um processo complexo e pouco conhecido que possui o objetivo de desenvolver sabor, aroma e, ao mesmo tempo, modifica a textura, consistência, além de aumentar a digestibilidade e o valor nutritivo do produto; – normalmente estão envolvidos três fenômenos nos processos de maturação> a fermentação da lactose (glicólise), a hidrólise das gorduras (lipólise) e a degradação das proteínas (proteólise); – os agentes de maturação podem ser: enzimas presentes naturalmente no leite, coalho, enzimas secretadas por microrganismos (bactérias ou fungos); – Condições de maturação: aeração, umidade, temperatura, conteúdo de sal, pH. Envase/ embalagem.
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