Prévia do material em texto
Profa. Dra. Lilian dos Santos Ribeiro Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal II Requeijão Requeijão Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade do Requeijão ou Requesón (Portaria 359/1997) Definição: entende-se por requeijão o produto obtido a partir da fusão da massa coalhada, cozida ou não, dessorada e lavada, obtida por coagulação ácida e/ou enzimática do leite, opcionalmente adicionada de creme de leite e/ou manteiga e/ou gordura anidra de leite, e/ou butter oil. O produto poderá estar adicionado de condimentos, especiarias e/ou outras substâncias alimentícias; A denominação requeijão está reservada ao produto no qual a base láctea não tenha gordura e/ou proteína de origem não láctea. Requeijão Classificação 1- Requeijão: Aquele obtido por fusão de uma massa de coalhada dessorada e lavada obtida por coagulação ácida e/ou enzimática do leite com ou sem adição de creme de leite e/ou manteiga e/ou gordura anidra de leite ou butter oil. Requeijão Classificação 2- Requeijão cremoso: É aquele obtido por fusão de uma massa coalhada dessorada e lavada, obtida por coagulação ácida e/ou enzimática do leite, com adição de creme de leite e/ou manteiga e/ou gordura anidra de leite e/ou butter- oil. • O requeijão cremoso é a variedade mais difundida atualmente, devido a produção industrial; • É pastoso, de cor branca, feito de leite desnatado e creme de leite fresco; • Foi criado por Moacyr de Carvalho Dias em Poços de Caldas-MG; • É comercializado em copos de vidro ou plástico; • O requeijão culinário é uma variedade mais consistente do requeijão cremoso, elaborado para resistir a altas temperaturas sem alterar suas características. Requeijão Classificação 3- Requeijão de manteiga: É aquele obtido pela fusão prolongada com agitação de uma mistura de manteiga e massa de coalhada de leite integral, semi- desnatado ou desnatado. • Também chamado de Requeijão do Norte, Queijo manteiga, Requeijão do sertão, ou simplesmente requeijão de barra; • É sólido, de cor amarela, muitas vezes confundido com queijo por sua aparência; • Muito encontrado na culinária goiana, paulista, mineira e do sul baiano; • É também chamado de requeijão crioulo quando sofre reação de Maillard, ou seja, se torna mais escuro devido ao cozimento intenso. Requeijão ETAPAS DE PRODUÇÃO Requeijão Obtenção da massa • Após o tratamento adequado do leite, a primeira etapa para o processamento do requeijão é obter a massa; • A obtenção por ser por coagulação enzimática, fermentação ou acidificação direta; • As massas obtidas em cada caso apresentarão características diferentes, o que irá influenciar as etapas posteriores do processamento. Requeijão Obtenção da massa Fermentação lática • São adicionadas culturas lácticas selecionadas a uma temperatura de 25°C a 36°C; Coagulação enzimática • Adição de enzimas proteolíticas; Acidificação direta • É adicionado ácido lático em forma de solução a temperaturas de 55°C a 60°C; Requeijão Obtenção da massa Fermentação lática • O leite possui em sua composição 2 grandes grupos de proteínas: as caseínas (80%), e as soroproteínas; • No pH normal do leite (próximo da neutralidade) as caseínas apresentam excesso de cargas negativas, tendo forte repulsão entre elas; • Quando o pH se aproxima do seu ponto isoelétrico (ao redor de 4,6), as cargas elétricas das partículas de caseína se neutralizam, permitindo assim que as referidas partículas se unam formando o coágulo ou gel; • Assim, a coagulação ácida do leite ocorre quando a acidez é elevada e o pH reduzido até o ponto de precipitação da caseína. Requeijão Obtenção da massa Fermentação lática Requeijão Obtenção da massa Fermentação lática • Ação de uma cultura mesófíla acidificante, composta normalmente por Lactococcus lactis ssp lactis e Lactococcus lactis ssp cremoris; • Esta cultura utiliza a lactose transformando-a em ácido láctico, acidificando o leite e diminuindo o seu pH; • Neste caso, o coágulo resultante se apresentará bastante frágil desde o início, dispersando-se facilmente em partículas finamente subdivididas; • O ponto final da coagulação é identificado, normalmente, pela verificação visual ou pela acidez, a qual deve estar em torno de 60 a 70°C e pH 4,5. Requeijão Obtenção da massa Fermentação lática . Formação de grumos Requeijão Obtenção da massa Fermentação lática • Deve-se ter o cuidado de interromper a incubação tão logo se verifique a coagulação, evitando assim que a acidez continue aumentando; • Necessário padronizar a porcentagem de inóculo, a temperatura e o tempo de incubação, a fim de obter-se a coagulação o mais próximo possível do momento de dar início ao processo de fusão da massa para fabricação do requeijão. Requeijão Obtenção da massa Fermentação lática • Logo após a formação do gel, o coágulo resultante deve passar por corte ou quebra por agitação ou por injeção direta de vapor (iniciaria também o processo de aquecimento); • Em seguida faz-se o aquecimento com agitação constante; • O coágulo fracionado sofre dessoragem, dando origem a um precipitado firme e ressecado, porém, quebradiço, devido basicamente à desmineralização que ocorre no coágulo de caseína com a diminuição do valor do pH (remoção do cálcio da rede proteica pelo ácido produzido). Requeijão Obtenção da massa Fermentação lática Requeijão Obtenção da massa Fermentação lática • O aquecimento é feito rapidamente e a temperatura final se situa em torno de 50°C; • O aquecimento promoverá interrupção da fermentação e uma dessora intensa da massa, dando origem a um soro límpido e esverdeado; • Após, a massa decanta e, procedendo-se a dessora total; • Após a dessora, o coágulo ácido obtido por fermentação láctica apresenta pH em torno de 4,3-4,6. Porém, para que a fusão se processe de uma forma homogênea, dando origem à cremosidade típica do requeijão, é necessário que o pH da massa seja elevado para cerca de 5,2 a 5,5, o que pode ser obtido por meio da lavagem da massa. Requeijão Obtenção da massa Fermentação lática • Para as lavagens, adiciona-se água filtrada sobre a massa logo após a separação do soro; • Nessas lavagens, a massa deve ser fragmentada para facilitar a extração da acidez e procede-se também a um aquecimento com agitação constante, até cerca de 50°C; • Após as duas lavagens com água filtrada, realiza-se a desacidificação final da massa adicionando-se leite fresco desnatado, ou mesmo leite integral, sobre a massa, na proporção de 25 a 30 % em relação ao volume inicial de leite utilizado na coagulação. Requeijão Obtenção da massa Fermentação lática • O leite adicionado deve ser bem misturado aos grãos de massa, seguido de um aquecimento com agitação, cerca de 60ºC; • Esta temperatura é necessária para que ocorra a coagulação do leite adicionado e, após esta coagulação, o soro resultante deve ser separado e a massa prensada o mais eficientemente possível; • O leite utilizado nessa última fase da desacidificação exerce um duplo papel: neutralização da acidez, elevando o pH da massa para cerca de 5,3 a 5,7, e produção de uma nova porção de coágulo que é incorporada à massa, aumentado assim o rendimento do processo. Requeijão Obtenção da massa Fermentação lática • Esse coágulo incorporado, com a utilização do leite e de aquecimento, é bem menos ácido e possui, portanto, um equilíbrio salino diferente com relação à cremosidade do requeijão. Assim, essa nova porção de massa obtida não precisará ser submetida a lavagens. Requeijão Obtenção da massa Fermentação lática Requeijão Obtenção da massa Coagulação enzimática • A massa é obtida por meio de coagulação enzimática do leite, via ação de enzimas proteolíticas; • Quimosina, pepsina, enzimas vegetais (ficina,, bromelina), enzimas microbianas; • Estas enzimas atuam sobre as caseínas, desestabilizando-as e dando origem a um gel; Requeijão Obtenção da massa Coagulação enzimática• Para se obter a fusão do coágulo enzimático é necessário que haja uma remoção do cálcio bivalente que se encontra ligado às moléculas de caseína; • Esta remoção geralmente ocorre por meio da troca iônica entre o cálcio do paracaseinato (resultante da hidrólise da caseína) e o sódio dos sais fundentes à base de citratos ou de fosfatos de sódio; • Estes sais têm, portanto, a capacidade de sequestrar o cálcio bivalente tornando o paracaseinato mais solúvel pela entrada do sódio monovalente na sua molécula, facilitando assim o processo de fusão da massa. Requeijão Obtenção da massa Coagulação enzimática Requeijão Obtenção da massa Acidificação direta • Adiciona-se 0,28% de ácido láctico 85% diluído em água (1:10), ao leite aquecido a 80 - 82°C, seguido de 10 minutos de repouso para aumento da firmeza da massa; • Quando se utiliza leite desnatado para obtenção da massa por este processo, recomenda-se o emprego de temperatura mais baixa (69-70° C) no momento da adição do ácido, para evitar desidratação excessiva do coágulo obtido; • Além disso, como neste método as proteínas do leite precipitam quase que instantaneamente após a adição do ácido, a dessora deverá ser realizada assim que ocorrer a completa precipitação a 82°C ou 70ºC, ou então logo após o tempo de repouso recomendado para firmar a massa. Requeijão Obtenção da massa Acidificação direta • Assim, a acidificação do leite aquecido a 70-80º C resulta em um precipitado com formação de flocos ou grãos, ao invés do gel homogêneo formado pela coagulação ácida ou pela ação da renina; • É importante ressaltar ainda que a massa básica obtida neste processo apresenta-se macia e com valor de pH na faixa ideal de fusão (5,4 a 5,8), o que dispensa a posterior etapa de lavagem, necessária no caso da massa obtida por fermentação láctica, por exemplo. Requeijão Obtenção da massa Acidificação direta Requeijão Obtenção da massa Acidificação direta • A avaliação sensorial das amostras de requeijão, quanto aos parâmetros aparência, textura, sabor e aroma, revelou que os requeijões fabricados com massa obtida por fermentação láctica foram mais caracterizados pelo sabor ácido e fermentado, enquanto que requeijões processados com massa obtida por acidificação direta a quente foram caracterizados pelo sabor doce; • Neste estudo concluiu-se que a acidificação direta a quente (80ºC) consiste em uma técnica bastante prática de coagulação das proteínas do leite, devido, principalmente, à redução do tempo e à simplicidade do método de obtenção da massa. No entanto, este processo resultou em requeijões de sabor pouco pronunciado quando comparado aos requeijões processados com massa obtida por fermentação láctica. Requeijão Obtenção da massa Acidificação direta Vantagens da acidificação direta a quente para obtenção da massa básica para fabricação de requeijão em relação ao uso de coalhos enzimáticos ou de fermentos lácticos: a) maiores rendimentos de fabricação por promover uma maior incorporação das proteínas do soro na massa; b) reduz o tempo e o custo do processo; c) aumenta a uniformidade e melhora as características de conservação do produto obtido; d) permite automatizar o processo de fabricação, convertendo-o em operação contínua. Requeijão Obtenção da massa Acidificação direta Requeijão Fusão • A massa é adicionada de alguns aditivos: ácido ascórbico (geralmente sorbato de potássio), sal, sais fundentes, nisina e, opcionalmente, aromas e corantes (clorofila ou cheddar, por exemplo); • Também são adicionadas água e gordura, podendo ser creme ou manteiga. Função dos aditivos: ➢ sorbato de potássio = prevenção ao crescimento de leveduras e fungos; ➢ cloreto de sódio = auxiliar na conservação do produto; ➢ sais fundentes = emulsificação e/ou estabilização e também funcionam como conservantes; ➢ nisina = é um conservante natural que visa inibir o crescimento de bactérias esporuladas (Clostridium). Requeijão Fusão • Após a adição dos ingredientes, temos o início do aquecimento da mistura (água, massa e matéria-gorda); • Nessa etapa, ocorre a troca de íons de cálcio presentes na proteína pelos íons de sódio provenientes do sal fundente; • A função do sal fundente é prevenir a separação da gordura no produto, além de garantir homogeneidade e uniformidade; Requeijão Fusão • Estes sais têm a capacidade de seqüestrar o cálcio da massa, pois ocorre a solubilização e dispersão da proteína, para formar nova estrutura protéica durante o resfriamento, ou seja, quando os sais fundentes seqüestram os íons de cálcio do caseínato, facilita-se a entrada de íons de sódio que ligam-se ao caseínato, assim tornando-a mais solúvel; • Assim quando a massa é aquecida, alcançando o ponto de fusão, juntamente com gordura e água, resulta em um produto homogêneo, estável, com brilho e elasticidade; Requeijão Cremificação • Também é conhecida como hidratação. Nessa fase, ocorre a absorção de água, transformando a consistência do produto, tornando-a cremosa. É importante ressaltar que esse processo tem início durante a fabricação em temperaturas de 92 a 95°C e estende-se até o resfriamento do produto. Resfriamento • Após o envase – etapa seguinte à cremificação – o produto deve ser resfriado para temperaturas abaixo de 10° C. Quando o resfriamento é feito lentamente, o requeijão tende a ficar mais firme. Por outro lado, se for executado de maneira rápida, a textura do produto é semelhante àquela dada ao final do processo. Requeijão Atributos de qualidade • Estes atributos são definidos, principalmente, pela composição físico- química, que também está relacionada com o rendimento do processo industrial e pela condição higiênico-sanitária das matérias-primas e dos ingredientes utilizados na fabricação desses produtos. 1- Composição físico-química= os teores de gordura e de proteína são os mais considerados, embora outros, como pH, acidez e teor de umidade também possam ser avaliados, uma vez que são de grande importância na fabricação dos referidos queijos. Requeijão 2- Condição higiênico-sanitária das matérias-primas e dos ingredientes= determina as características microbiológicas, relacionada com o número e tipos de microrganismos presentes. Devem ser controladas adequadamente para prevenir o desenvolvimento de microrganismos patogênicos e uma possível produção de toxinas, que causam riscos à saúde dos consumidores e de microrganismos deteriorantes, que levam às alterações químicas prejudiciais do produto (mudanças de cor, sabor, textura e aspecto), diminuindo sua vida útil. • As práticas de higiene e sanitização empregadas desde a manipulação das matérias-primas e em todas as etapas de processamento, bem como dos equipamentos, tanques, tubulações, bombas e filtros são fatores que influenciam a qualidade microbiológica; • Utilizar água potável de excelente qualidade microbiológica na limpeza dos recipientes e equipamentos, para evitar contaminação das matérias-primas ou do produto final. Requeijão Qualidade do leite do cru • Leite de ótima qualidade pode ser definido como aquele proveniente de um úbere sadio e livre de quaisquer contaminações microbianas ou de substâncias estranhas à sua natureza após a ordenha; • Parâmetros básicos de qualidade: • Acidez titulável entre 13 e 18°D, pH de 6,5-6,7; • Baixo número de microrganismos mesofílicos; • Ausência ou presença mínima de bactérias esporogênicas anaeróbias; • O mesmo rigor deve ser observado para os demais ingredientes usados na fusão, como o creme de leite e/ou manteiga e/ou gordura anidra de leite ou butteroil, dentre outros. https://www.milkpoint.com.br/artigos/industria-de-laticinios/manteiga-definicao-e-processamento-223536/ Requeijão Qualidade do leite do cru • As células vegetativas são inativadas, em grande parte, pelo elevado aquecimento durante a fusão; • No entanto, existem esporos capazes de sobreviver a temperaturas acima de 140º C; • No entanto, desconsiderandoo impacto negativo que as células vegetativas dos microrganismos podem ter no sabor, sua presença é bem menos problemática (com exceção dos coliformes) do que a contaminação da matéria-prima por bactérias esporuladas, com destaque para os clostrídios anaeróbios; Requeijão Qualidade do leite do cru • Dentro do gênero Clostridium existem bacilos que produzem ácido butírico a partir da fermentação de lactose (C. butyricum) e outros que metabolizam o lactato (C. tyrobutyricum) dando origem, dentre outros, ao ácido butírico, CO2 e H2, provocando estufamento tardio. O mesmo ocorre com C. sporogenes e C. putrificum, os quais, além de produzirem gás, são agentes proteolíticos que causam putrefação dos queijos. • Estes clostrídios são de difícil inativação, sendo os microrganismos que mais preocupam na aquisição de matéria-prima; INTERVALO 15 MIN Derivados do Soro O soro de leite e seus derivados • O soro de leite é a porção líquida do leite; • Cor amarelo-esverdeada, obtido após a separação da coalhada, durante a coagulação do leite por meio de enzimas proteolíticas ou ácidos; • Possui certa turbidez e sabor levemente adocicado até o ácido (que irá depender da tecnologia queijeira e fermentação envolvida); • Foi considerado um resíduos das indústrias de produtos lácteos por muitos anos; Derivados do Soro O soro de leite e seus derivados • Gerava um problema pelo descarte (matéria orgânica); • O despejo de 250 mil litros de soro no ambiente equivale à poluição causada por uma cidade de 50 mil habitantes; Derivados do Soro O soro de leite e seus derivados • Além de seu alto valor biológico, possuem peptídeos bioativos, que atuam como agentes antimicrobianos, anti-hipertensivos, reguladores da função imune, assim como fatores de crescimento; • Hoje em dia, as proteínas do soro de leite são reconhecidas como uma fonte potencial de nutrientes; • Fonte de proteína valorizada! Derivados do Soro O soro de leite e seus derivados • Boa composição nutricional; • Usado em grande variedade de produtos alimentícios; • Composição: aproximadamente 94% de água e 6% dos sólidos totais, dos quais 0,8% são proteínas do soro, 0,5% são minerais, 0,1% é gordura e 4,3% é lactose, que é o principal constituinte; • A composição e as características do soro de leite podem variar com o tipo de gado, a dieta do animal, o leite do qual é produzido, as técnicas de processamento utilizadas e outros fatores ambientais. Derivados do Soro O soro de leite e seus derivados Composição: • Extrato seco= 6,07 % • Acidez= 0,09 -0,12 % ácido lático • pH= 6,17 • Proteínas= 0,78 % • Lipídeos= 0,38 % • Açúcares Totais= 4,3 % (lactose) • Viscosidade= 6 mPa • Cinzas= 0,61 % Fonte: Schons, 2005; Derivados do Soro Proteínas do soro de leite e seus derivados • α-lactalbumina (α-LA), β-lactoglobulina (β-LG), albumina sérica bovina (BSA), imunoglobulinas (IG), lactoferrina bovina (BLF), lactoperoxidase bovina (LP) e pequenas quantidades de glicomacropeptídeo (GMP); • Elevada biodisponibilidade; • Uso das proteínas do soro como aditivos; • Obtenção de concentrados através de sistemas de membranas. Derivados do Soro Proteínas do soro de leite e seus derivados • Após o leite ser coagulado, a proteína do soro de leite é extraída, via membranas, em duas formas principais: • concentrado de proteína do soro (WPC), com aproximadamente 34% a 89% de proteína; e • isolado de proteína do soro de leite (WPI), com pelo menos 90% de proteína. • Métodos: • filtração (UF) para concentrar proteínas, ou • método de diafiltração (DF) para excluir os compostos moleculares, como minerais, lactose e outros componentes de baixo peso. Derivados do Soro Proteínas do soro de leite e seus derivados • Após a obtenção do WPC, o soro de leite passa por uma etapa de purificação adicional para eliminar ou minimizar os carboidratos e gorduras estranhos para obter um limite de proteína de 90% (p/p), é referido como isolado de proteína de soro de leite (WPI); • Apesar de ser uma proteína de alta qualidade, a desvantagem do WPI é que a purificação leva à eliminação de alguns dos micronutrientes e frações proteicas importantes, como lactoferrinas, β-lactoglobulinas e imunoglobulinas. Derivados do Soro Proteínas do soro de leite e seus derivados • Os concentrados e isolados são compostos por grandes estruturas proteicas; • No trato digestivo há a quebra dessas proteínas, para gerar peptídeos menores com sequências de aminoácidos; • Para facilitar esse processo e tornar a absorção da proteína mais rápida, os fabricantes pré-digerem a proteína (tratados com ácidos, enzimas ou calor) para produzir hidrolisados de proteína (WPH); • Os hidrolisados produzidos usando a enzima protease, contêm a composição de aminoácidos idêntica a do concentrado e isolado; assim, na ingestão, podem aumentar rapidamente a concentração de aminoácidos no plasma em comparação com as formas intactas de proteína. Derivados do Soro Proteínas do soro de leite e seus derivados Whey Protein Isolada Hidrolisada 2,4kg EVO Original R$ 789,90 Whey Protein Concentrado 1 kg Growth Supplement R$ 99,90 Derivados do Soro Proteínas do soro de leite e seus derivados • Benefícios variados como gelificação, formação de espuma, emulsificação, solubilidade e propriedades térmicas em alimentos como iogurte, produtos de panificação, barras energéticas, massas e bebidas; • Melhoria da qualidade sensorial dos alimentos e realçar a textura; • Melhoram o sabor, o aroma, a cor, a textura e, em alguns casos, também a vida útil dos produtos; • As proteínas globulares do soro imitam a sensação causada na boca pela gordura, bem como têm a capacidade de reter água, o que explica a possibilidade de se usar o concentrado de proteína de soro (WPC) para obter produtos light e diet em gordura, com características semelhantes aos produtos tradicionais com teor integral de gordura. Derivados do Soro Produtos à base de proteínas do soro • Alimentos infantis Produtos de panificação • Alimentos dietéticos Molhos para salada • Embutidos Queijos • Sopas Bebidas • Confeitos Produtos lácteos • Salgadinhos Conservas Derivados do Soro • Ricota: É o produto mais tradicional oriundo do soro. São proteínas de fácil digestão e de baixa caloria, sendo bastante utilizados por pessoas que estão de dieta ou em convalescença; • Bebida láctea: Fermentadas e não fermentadas. As fermentadas são parecidas com o iogurte, porém com menos viscosidade. As não fermentadas são em forma de achocolatados, e a que se confundem com leite (produto lácteo); muita polemica nos supermercados, pois causam confundimento. Derivados do Soro • Soro em pó: 17 litros de soro produzem 1 quilo de soro em pó; • Soro condensado: substituição do leite condensado, pois é cada vez mais utilizado em confeitarias, padarias entre outras indústrias; é um produto forte para exportação, agregando muito valor ao produto soro; • Álcool combustível: Produção de etanol. Reprocessamento do soro produzido no processo de manufatura do queijo, convertendo em biocombustível o que antes ia parar no meio ambiente. Derivados do Soro RICOTA Derivados do Soro RICOTA Art. 380. Para os fins deste Decreto, ricota fresca é o queijo obtido pela precipitação ácida a quente de proteínas do soro de leite, com adição de leite até vinte por cento do seu volume. Art. 381. Para os fins deste Decreto, ricota defumada é o queijo obtido pela precipitação ácida a quente de proteínas do soro de leite, com adição de leite até vinte por cento do seu volume, submetido à secagem e à defumação. Derivados do Soro RICOTA Ingredientes • Soro: acidez máxima deve-se situar na faixa de 13ºD. Deve ser coado ou filtrado para eliminação de pedaço de massa. • Leite: filtrado, integral, padronizado ou desnatado, pasteurizado com acidez entre 15 a 18ºD. A adição é opcional (mercado define), podendo variar de 2 a 10% calculados sobre o volume de soro a ser processado.Derivados do Soro RICOTA Ingredientes • Ácido cítrico: 50 gramas para cada 100 litros de soro ou ácido lático industrial na dosagem de até 100 ml para cada 100 litros de soro. • Bicarbonato de Sódio: reduzir a acidez do soro para a faixa de 8 a 10ºD. O soro menos ácido proporciona um melhor rendimento de massa. Na prática utiliza-se de 30 a 40 gramas de Bicarbonato de Sódio para cada 100 litros de leite. O Bicarbonato deve ser adicionado ao soro antes do aquecimento. Derivados do Soro RICOTA Processamento: • Após a o soro ser coado ou desnatado, ele é destinado ao tanque de fabricação adicionando o Bicarbonato de Sódio. • Inicia-se o aquecimento (indireto ou direto) até a temperatura de 70ºC, fazendo a adição do leite (opcional). • Continua-se o aquecimento até que atinja a temperatura de 85ºC (observa- se ou não o afloramento de preciptados, como se o soro estivesse “talhando”). • Este deve ser momento da adição do ácido, que deverá estar diluído em 10 partes de água. • Adiciona-se o ácido deixa-se que a temperatura atinja a faixa de 90º a 93ºC. Derivados do Soro RICOTA O afloramento: • A combinação do ácido e calor constitui, os agentes capazes de desnaturar as proteínas do soro, este fenômeno denomina-se afloramento da Ricota, que é o momento da desnaturação total; • Obtém-se 1 quilo de Ricota para cada 20 a 25 litros de soro; • Depois de aflorada, a massa deve ser recolhida com auxílio de conchas especiais, e diretamente depositadas na forma. Derivados do Soro RICOTA Opções de formas: 1º. Forma própria para Ricota (formato cônico), que é totalmente fechada com poucos furos; 2º. Forma para queijo Minas Frescal; 3º. Forma para queijo Minas Padrão de ½ quilo, com dessorador (para Ricota prensada); 4º. Tubos para prensagem (proporcionam uma Ricota também mais compacta e com melhor acabamento). Derivados do Soro RICOTA Salga: • É opcional (decisão do mercado); • Variações: sem sal, com sal, condimentada, temperada, defumada, etc; • A salga pode ser: através do queijo (Queijo Minas Frescal com salga no leite), por polvilhamento (polvilhando sal sobre a massa depois de aflorada) ou em salmoura (10 a 20 minutos para formas de 250 a 500 gramas respectivamente). Obrigada! E-mail: lilian.ribeiro@jf.universo.edu.br