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Sumário ASSISTENTE ADMINISTRATIVO ....................................................01 DEPARTAMENTO PESSOAL ........................................................130 MARKETING E TELEMARKETING ..............................................206 TÉCNICAS BÁSICAS DE VENDAS .................................................275 CONTABILIDADE BÁSICA ..........................................................335 Iº ASSISTENTE ADMINISTRATIVO SUMÁRIO Unidade 1 2 A históriA dA ocupAção Unidade 2 18 Quem é o Assistente AdministrAtivo hoje? Unidade 3 46 Assistente AdministrAtivo e mercAdo de trAbAlho AtuAl Unidade 4 71 FuncionAmento e orgAnizAção do setor AdministrAtivo Unidade 5 82 o Fenômeno dA globAlizAção Unidade 6 92 comunicAção verbAl e escritA e A linguAgem não verbAl Un Ida d e 1 A história da ocupação Iniciamos os estudos sobre a ocupação de assistente adminis- trativo com esta Unidade, que tem o objetivo de apresentar alguns aspectos da história da Administração e do surgimento das indústrias. Mas será que é importante saber isso? Por quê? Quando analisamos a trajetória da humanidade, descobrimos muitas coisas e podemos perceber como os acontecimentos do passado moldam o mundo (incluindo as relações sociais e de trabalho) do presente. No nosso caso, ao estudarmos a ocupação de assistente admi- nistrativo, é importante não apenas conhecermos suas técnicas específicas. É igualmente importante, para que possamos tomar sempre decisões baseadas em informações confiáveis, compre- endermos mais a fundo a ocupação que queremos exercer, o que inclui conhecer a sua história. Por isso, faremos um resgate da história da Revolução Industrial, pois foi a partir do surgimento das indústrias que apareceram as ocupações vinculadas a esse espaço de trabalho, entre elas a de assistente administrativo. A história da Administração e das empresas Na Idade Média, surgiram as “oficinas artesanais”, com al- gumas características da indústria, que só apareceria séculos mais tarde: havia o mestre (geralmente um pai de família), o artífice ou companheiro (o filho mais velho) e o aprendiz (o filho mais novo). É importante saber que, nessas oficinas, todos conheciam o trabalho do princípio ao fim e participavam de cada etapa de produção até que a arma, a ferramenta, o utensílio ou o orna- mento fosse finalizado. Mas fatores variados – entre os quais a ampliação das relações comerciais, por exemplo – levaram 2 Você pode se aprofundar no assunto consultando o Caderno do Trabalhador 1 – Conteúdos Gerais – “História do trabalho”. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. a uma mudança nos processos de trabalho. A produção passou a ser dividida em etapas, dando origem ao tra- balho especializado: se, no início, a equipe toda parti- cipava de todas as fases de fabricação de um produto, mais tarde, cada um passou a exercer uma só tarefa. Essas transformações aconteceram no contexto da cha- mada Revolução Industrial. A Revolução Industrial: alterações na vida cotidiana e no trabalho Quando se fala em revolução, com frequência nos lem- bramos de algum acontecimento muito conturbado. Pen- se nas situações em que você emprega essa palavra no dia a dia. Alguns a utilizam para expressar a confusão de um dia de mudança, um dia de greve nos transportes etc. Outros falam de revolução para se referir a transformações, a inovações dentro de determinado campo: o lançamento de um novo livro ou filme de grande importância, uma descoberta científica etc. Assim, ao falarmos de Revolução Industrial estamos nos referindo a um amplo conjunto de mudanças relativamen- te rápidas e profundas, ocorridas nas técnicas empregadas e na maneira de organizar tanto o trabalho quanto a pro- dução, no interior das manufaturas. Tendo surgido na Inglaterra, entre o final do século XVIII (18) e o início do XIX (19), essa revolução foi acompanha- da por movimentos semelhantes em vários países da Eu- ropa, alterando profundamente o panorama econômico e social de todo o mundo. A invenção das primeiras máqui- nas a vapor foi, então, o marco inicial do que se conven- cionou chamar de 1a Revolução Industrial. As primeiras máquinas a vapor, que usavam carvão como combustível, surgiram no século XVIII (18) na Inglater- ra – região rica em carvão mineral e ferro. Essa conquis- ta tecnológica marcou o início do que seria a chamada 1a Revolução Industrial. Revolução: Fenômeno que ocorre quando há mudanças profundas e radicais nos as- pectos políticos, sociais, eco- nômicos e culturais de uma sociedade ao mesmo tempo. 3 http://www.viarapida.sp.gov.br/ As indústrias foram diretamente responsáveis pelo crescimento das cidades, e o apare- cimento das primeiras metrópoles gerou problemas (e agravou outros) como alcoolismo, prostituição, fome, desemprego etc. No entanto, as mudanças não pararam e, em 1860, veio a 2a Revolução Industrial. Se no século anterior a novidade foi o uso do carvão para movimentar as máquinas, agora era a vez da descoberta da eletricidade e do uso do petróleo. Trabalho sem a exploração do homem pelo homem? Como você imagina que eram o trabalho e a vida da população antes de surgirem as máquinas? Como era a sociedade sem elas? Sempre existiu salário? Sempre exis- tiu lucro? Imagine uma época em que as máquinas ainda não tinham sido inven- tadas. Como a população trabalhava e se sustentava? Observe as pinturas de Jean-François Millet (1814-1875), que retratam a vida no campo na França do século XIX (19). A partir da imagem 1, por exemplo, é possí- vel imaginar que se trata de uma agricultura familiar, pois as personagens retratadas podem ser crianças realizando o trabalho com a mãe ou a irmã. Imagem 1 – Jean-François Millet. Os enfeixadores de feno, c. 1850. Óleo sobre tela, 56 cm x 65 cm. Museu do Louvre, Paris, França. Imagem 2 – Jean-François Millet. Um joeireiro, c. 1848. Óleo sobre tela, 79,5 cm x 58,5 cm. Museu d’Orsay, Paris, França. As famílias cultivavam a terra e criavam animais para sobreviverem com o que produziam. O excedente, ou seja, o que sobrava dos alimentos para consumo próprio, era trocado com outros sitiantes pelos produtos de que não dispunham. Assim, um trocava leite por trigo; outro, por carne, frutas e legumes, e assim por diante. Acon- tecia o escambo, isto é, uma troca entre as famílias, cada uma preocupada com sua sobrevivência. © B ri d g e m a n I m a g e s /K e y s to n e © B ri d g e m a n I m a g e s /K e y s to n e 4 Trabalho pode ser compreendido como uma atividade realizada por seres humanos que, na transformação da natureza, utilizam esforço físico e mental para a produção e, dessa forma, permite a sobrevivência. A vida era orientada pelos tempos da natureza: as estações do ano indicavam a melhor hora para plantar e colher; as marés, o momento para pescar etc. O tempo era usa- do para cuidar das necessidades da sobrevivência, mas controlado pelos próprios camponeses. Nesse período predominou, portanto, o conceito de trabalho, que é diferente do de emprego. A noção de mercado, de comércio, contudo, invadiu a vida cotidiana e deu lugar à exploração do homem pelo homem, tornando as condições de vida e de sobrevivên- cia no campo mais difíceis. Revolução Industrial e sociedade O fenômeno da Revolução Industrial criou a indústria têxtil. Começaram, assim, a surgir empregos em maior proporção nas cidades. Esse fato, somado à política de arrendamento das propriedades rurais para a criação de ovelhas e fornecimento de lã à indústria têxtil, pro- vocou a migração de pessoas do campo em direção às cidades, em busca de emprego.barras para o vagão, amanhã, por $ 1,85 dólar. Agora, então, pense e responda à minha pergunta. Diga se é ou não um operário classificado. – Bem, vou ganhar $ 1,85 dólar para pôr todas estas barras de ferro no vagão, amanhã? – Sim; naturalmente, você receberá $ 1,85 dólar para carregar uma pilha, como esta, todos os dias, durante o ano todo. Isto é que é um operário classificado e você o sabe tão bem como eu. – Bem, tudo entendido. Devo carregar as barras para o vagão, amanhã, por $ 1,85 dólar e nos dias seguintes, não é assim? – Isso mesmo. – Assim, então, sou um operário classificado. – Devagar. Você sabe, tão bem quanto eu, que um operário classifi- cado deve fazer exatamente o que se lhe disser desde manhã à noite. Conhece você aquele homem ali? – Não, nunca o vi. 50 – Bem, se você é um operário classificado deve fazer exatamente o que este homem lhe mandar, de manhã à noite. Quando ele disser para levantar a barra e andar, você se levanta e anda, e quando ele mandar sentar, você senta e descansa. Você procederá assim durante o dia todo. E, mais ainda, sem reclamações. Um operário classificado faz justamente o que se lhe manda e não reclama. Entendeu? Quan- do este homem mandar você andar, você anda; quando disser que se sente, você deverá sentar-se e não fazer qualquer observação. Final- mente, você vem trabalhar aqui amanhã e saberá, antes do anoitecer, se é verdadeiramente um operário classificado ou não. TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1990. p. 45-6. 2. Agora, responda às questões a seguir. a) Qual é sua opinião sobre a entrevista feita por Taylor? O que lhe pareceu conve- niente? E o que lhe pareceu inconveniente? Conveniente Inconveniente 51 b) Como são as entrevistas de emprego na atualidade? São diferentes da feita por Taylor no momento da “promoção” de Schmidt? Por quê? c) O que achou das características valorizadas por Taylor (que constam do texto Como era essa organização?) para encontrar o operário para a tarefa a ser executada? Foi dessa forma que Taylor conseguiu praticamente quadruplicar a produtividade no trabalho. Leia a seguir a opinião de Taylor sobre Schmidt, mesmo sendo ele o operário ideal para o aumento da produção: Operário “tipo bovino”? Para Taylor, portanto, era natural que alguns mandassem e outros obedecessem, e os mandados deveriam ser do “tipo bovino”, o que, em outras palavras, significava que o operário não deveria refletir sobre a organização do trabalho. Ora, o único homem, entre oito, capaz de fazer o trabalho, não tinha em nenhum sentido característica de superioridade sobre os outros. Apenas era um homem tipo bovino – espécime difícil de encontrar e, assim, muito valorizado. Era tão estúpido quanto incapaz de realizar a maior parte dos trabalhos pesados. A seleção, então, não consistiu em achar homens extraordinários, mas simplesmente em escolher entre homens comuns os poucos especialmente apropriados para o tipo de trabalho em vista. TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1990. p. 54-5. 52 Tendo em vista que o objetivo de Taylor era aumentar a produtividade e os lucros das empresas, faltava para ele, ainda, aperfeiçoar seu método. Era necessário reduzir a quantidade de trabalhadores. Em outra experiência que realizou, ele conseguiu reduzir o número de traba- lhadores e o custo do carregamento diário, conforme você pode observar na tabela a seguir. Dados Antigo sistema Com o taylorismo Trabalhadores 400 a 600 140 Média de toneladas por dia/homem 16 59 Remuneração $ 1,15 $ 1,88 Custo do carregamento/ tonelada $ 0,072 $ 0,033 Fonte: TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1990. Atividade 2 tayloRiSMo hoje? Como você pôde observar, o fenômeno da redução de pessoal não é novo, pois esse é um dos motores que sustentam o capitalismo. Em outras palavras, diminuir custos é um dos pilares para a acumulação de capital. 1. Em grupo, discutam: 53 a) Quais são, na opinião do grupo, os aspectos mais importantes na lógica de tra- balho elaborada por Taylor? b) Discutam: Existe taylorismo hoje? Em quais situações o grupo observa a existên- cia do taylorismo na atualidade? Em quais ocupações vocês identificam esse modo de organização do trabalho? 2. Escolham uma ocupação com a qual tenham contato ou em que tenham expe- riência. Reflitam: O taylorismo do início do século XX (20) está presente na organização desse trabalho? Por quê? 54 3. Com auxílio do monitor, você e sua turma poderão montar um painel das ocupa- ções que cada grupo elegeu e analisar como o taylorismo está, ou não, presente no mundo do trabalho hoje. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 7o ano/2o termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2012. O fordismo na esteira do taylorismo Fordismo talvez seja uma palavra mais familiar a você do que taylorismo. O termo é derivado do nome de seu idealizador, Henry Ford (1863-1947), empresário esta- dunidense da indústria automotiva. Ford procurou aperfeiçoar o pensamento de Taylor. Ele concluiu que se ganharia ainda mais tempo se as peças fossem até os operários, e não o inverso, como acon- tecia até então. Com isso, ele criou a linha de produção em série. Além de arquitetar a esteira mecânica, Henry Ford teve outro papel que trouxe consequências para todo o mundo: ele construiu o primeiro carro popular da his- tória, o Ford T. Sua produção em série deveria vir associada ao consumo em série, pois Ford tinha a convicção de que a produção em massa reduziria os custos do automóvel e, com isso, o preço final do produto seria menor. Ford T, modelo mais conhecido no Brasil como Ford Bigode. Esteiras e trilhos aéreos com peças que abasteciam as linhas de montagem nas indústrias cujo modelo adotado era o fordista. Essas foram inovações importantes na organização do trabalho, do ponto de vista da produção. No entanto, o trabalho ficou mais intenso e sem pausas. Veja a seguir como se deu a redução do tempo na montagem do automóvel no fordismo. © A d ri a n B ro w n /A la m y /G lo w Im a g e s © H u lt o n A rc h iv e /G e tt y I m a g e s 55 Etapas Tempo de montagem de um veículo Antes do taylorismo 12 horas e 30 minutos Com o taylorismo 5 horas e 50 minutos Com treinamento dos operários 2 horas e 38 minutos Com a linha de montagem automatizada (em 1914) 1 hora e 30 minutos Fonte: GOUNET, Thomas. Fordismo e toyotismo na civilização do automóvel. São Paulo: Boitempo, 1999. O filme Tempos modernos, de Charlie Chaplin (1889- 1977), ilustra como era o trabalho nas fábricas: repetiti- vo, sem tempo para um descanso mínimo entre uma tarefa e a próxima. É possível resumir o filme em três etapas principais: • A fábrica em que o personagem Carlitos trabalha con- ta com uma esteira mecânica, na qual as peças se mo- vem passando pelo trabalhador a certa velocidade, de modo que a máquina determina o tempo em que ele deve apertar o parafuso. • O trabalho repetitivo, com o tempo para a realização da tarefa manual sendo controlado e determinado pelo tempo da máquina, a pressão da chefia e o barulho na fábrica comprometem a saúde mental dopersonagem. tempos modernos (Modern times, direção de Charlie Chaplin, 1936). O longa-metragem retrata as duras condições de trabalho no avanço da industrialização. M o d e rn T im e s © R o y E x p o rt S .A .S . S c a n C o u rt e s y C in e te c a d i B o lo g n a 56 • O personagem rebela-se contra o maquinário e é in- ternado por causa de acessos de loucura. A despeito do tom bem-humorado do filme, não se pode negar que as condições de trabalho eram tais como as apresentadas. O trabalhador perdia mais uma vez o con- trole sobre a tarefa que executava: a esteira rolante deter- minava o tempo em que cada uma delas deveria ser realizada. Os locais eram inseguros e insalubres, ou seja, o ruído e a poeira faziam mal à saúde dos operários. Um século depois e mesmo com o avanço da tecnologia, o ritmo, a intensificação do trabalho e a pressão por produtividade ainda são aspectos nocivos à saúde do trabalhador. Portanto, é preciso ficar atento aos abusos que acontecem em nome do aumento da produtividade. Além disso, as condições insalubres de trabalho perma- necem em muitos locais. Atividade 3 RetRatoS do tRabalho fabRil 1. Observe o mural pintado pelo artista mexicano Diego Rivera. Insalubre: 1. Que não é bom para a saúde (diz-se esp. de lugar); malsão, deletério; 2. Que causa doença; insalutí- fero; 3. Capaz de prejudicar de alguma forma a saúde do trabalhador (diz-se de condi- ção de trabalho). Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. M o d e rn T im e s © R o y E x p o rt S .A .S . S c a n C o u rt e s y C in e te c a d i B o lo g n a 57 Foto: © Bridgeman Images/Keystone © Banco de Mexico Diego Rivera & Frida Kahlo Museums Trust, Mexico, D.F./AUTVIS, Brasil, 2015. D ie g o R iv e ra . In d ú st ri a d e D e tr o it ( o u H o m e m e M á q u in a ), p a re d e n o rt e, 1 9 3 2 -1 9 33 . A fr e sc o . In st it u to d e A rt e s d e D e tr o it , E U A . 58 Nesse mural, Rivera retrata as condições de trabalho na indústria automobilística. O artista observou o dia a dia dos operários e buscou mostrar alguns deles em certas etapas da produção. 2. Em grupo, analisem os detalhes da obra e discutam: a) Quais foram os detalhes que mais chamaram a aten- ção do grupo? Por quê? b) Como eram as condições de trabalho na fábrica re- tratada por Rivera? c) Com base no mural, como vocês imaginam que de- veria ser o ambiente de trabalho? Diego Rivera (1886-1957) foi um pintor mexicano cuja especialidade era a pintura de grandes mu- rais. Contava, por exem- plo, a história de um povo, pois acreditava que esse tipo de pintura permitia gravar na memória aspec- tos que são ocultados ou esquecidos ao longo do tempo. É reconhecido como artista comprome- tido com a luta por uma sociedade mais justa. Você poderá fazer uma visita virtual ao Museu Diego Rivera pelo site dis- ponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 59 http://www/ O sentido do trabalho Como foi estudado, o fordismo nasceu nos Estados Unidos da América (EUA), motivado pelos mesmos princípios de Taylor. Os operários, no entanto, percebiam que cada vez mais executavam um trabalho mecanizado e sem qualificação. Com isso, eles passaram a optar por outras ativida- des que ainda garantissem maior envolvimento com o trabalho. Ford, percebendo a dificuldade em contratar funcionários, lançou o seguinte plano: • ofereceu salário de 5 dólares por dia (antes o pagamento era de 2,5 dólares); • estabeleceu jornada diária de oito horas de trabalho. No entanto, esse plano não era para todos. Assim como Taylor aplicou uma “seleção científica do trabalhador”, as novas condições de Ford eram apenas para os homens que tivessem certos hábitos esperados pela empresa: • não consumissem bebidas alcoólicas; • provassem que tinham boa conduta; • destinassem o salário totalmente à família. Henry Ford “inovou” mais uma vez e criou um departamento de serviço social para acompanhar a vida dos trabalhadores que desfrutavam desse tipo de contra- to de trabalho. A jornada de trabalho sempre foi de 8 horas diárias? Nem sempre foi assim. Durante a 1a Revolução Industrial, não havia limite para a jornada diária de traba- lho. Mesmo as crianças trabalhavam 14, 16 horas por dia. Foi em 1919 que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estabeleceu uma convenção que limitava a jornada de trabalho em 8 horas diárias e a semanal em 48 horas. No Brasil, foram necessárias diversas lutas sindicais, iniciadas no século XIX (19), para a conquista das 8 horas diárias. No entanto, foi apenas em 1934 que a Constituição determinou a jornada de trabalho de 8 horas diárias ou 48 semanais. Atualmente, a jornada semanal de trabalho definida pela Constituição Federal de 1988 é de 44 horas. Esse tema está sendo agora debatido, pois há forte pressão para que a jornada legal seja limitada a 40 horas. Na França, por exemplo, no auge da crise do emprego na década de 1980, o governo determinou a re- dução da jornada de trabalho semanal para 35 horas, com o intuito de criar mais empregos. Fonte: DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). Redução da jornada de trabalho no Brasil. Nota Técnica, n. 16, mar. 2006. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 60 http://www.dieese.org.br/notatecnica/2006/ As visitas às casas dos operários fizeram com que praticamente ⅓ deles (28%) perdesse essa condição. É bom lembrar que, mesmo dobrando o salário e reduzindo a jornada de trabalho, Ford ainda conseguiu baratear o preço do carro. Para se ter ideia: o capital da empresa em 12 anos (1907-1919) passou de 2 milhões de dólares para 250 milhões de dólares. Outras indústrias se expandiram e passaram a utilizar os mesmos princípios de Taylor e Ford: esteiras, controle de tempo e movimentos, e trabalhos repetitivos sob o olhar de um contramestre, atualmente denominado nas empresas como supervi- sor, líder de equipe etc. Trabalhadora em fábrica de relógios na Inglaterra sendo observada por um contramestre. Foto de 1946. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 7o ano/2o termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2012. Toyotismo: a nova organização do trabalho Você percebeu que as alterações na organização do trabalho têm sempre o mesmo objetivo: aumentar a produtividade reduzindo custos. A lógica é: fazer mais em menos tempo e, se possível, com menos trabalhadores. No toyotismo não foi diferente. Essa nova forma de organização do trabalho surgiu no Japão após a 2a Guerra Mundial (1939-1945), principalmente para fazer frente à © S S P L /G e tt y Im a g e s 61 indústria automobilística estadunidense. Os japoneses inovaram e alteraram com- pletamente o modo de pensar que vigorava com o fordismo. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 9o ano/4o termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013. Veja a seguir os pilares do toyotismo: • Just-in-time (JIT) − significa, literalmente, “no momento exato”. Trata-se de uma técnica de organização do espaço-tempo nas empresas. Seu objetivo é tornar a produção e a distribuição de mercadorias mais dinâmicas.Nesse processo, a produção ocorre de acordo com a demanda e as empresas não acumulam estoque. • Autonomação − mais conhecida como Controle de Qualidade Total, é assim chamada porque exige um controle de qualidade autônomo na produção, isto é, essa estratégia elimina a supervisão do trabalho e das peças produzidas. Nela, cada um é responsável pelo que deve ser feito e pressupõe-se que haja um trabalho em equipe: se alguém está com dificuldades, o colega o ajuda. Uma fábrica de automóveis no Brasil, por exemplo, chegou a gravar um código na peça fabricada que indicava quem era o operário que a havia feito. Se a peça apresentasse pro- blema, o funcionário seria diretamente responsabilizado. • Kanban – é o sistema de informações que alimenta a produção e a entrega. Com o uso de cartões coloridos, cada cor indica uma situação – processo que você conhecerá melhor a seguir. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sdecti). Geografia: caderno do estudante. Ensino Fundamental. São Paulo: Sdecti/SEE, 2014. v. 3. Kanban... do que se trata? Kanban é uma palavra de origem japonesa que significa “cartão”. A introdução do sistema de cartões coloridos é um dos pilares do toyotismo, e eles cumprem o papel de indicar: o que e quanto produzir, em que momento produzir e para onde será levada a produção. O kanban é fundamental nesse processo, pois indica exatamente a quantidade da produção e o material necessário para cada etapa, com vistas sempre ao estoque zero. Ele é indicado em situações de produção com características mais padroniza- das: montagem de carros, fabricação de peças etc. Por serem dispostos em um quadro, o sistema kanban também é conhecido como “gestão visual”, pois visualmente o trabalhador consegue perceber o que está em atraso ou a etapa que requer mais atenção. Além disso, a equipe responsável pela 62 produção insere no quadro o material de que necessita, por exemplo, para o dia seguinte. Dessa forma, os formulários de solicitação são suprimidos e a integração entre as equipes fica estabelecida no quadro. Observe o exemplo a seguir. Note a indicação das situações de produção, segundo as cores: • a cor verde significa que a produção está fluindo bem; • a cor amarela significa que é preciso ficar atento à cadência da produção; • a cor vermelha alerta que a situação está crítica. As cores são utilizadas quando: • a produção precisa de um componente; • o abastecedor do setor dirige-se com uma caixa vazia do componente e cartão kanban para o setor que produz o componente; • o cartão é colocado no quadro de cartões do setor de produção; • o serviço no setor finaliza, e o cartão de requisição é retirado e enviado com o componente para o setor requisitante. O produto, ou a caixa do produto, e o kanban devem movimentar-se pela fábrica como um par, isto é, não podem circular caixas sem kanban nem kanban sem caixas. KANBAN DE PRODUÇÃO TAREFA 1 TAREFA 2 TAREFA 3 TAREFA 4 TAREFA 5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Ok Atenção Urgência © D a n ie l B e n e v e n ti 63 Veja as principais diferenças entre toyotismo e fordismo no quadro a seguir. Fordismo Toyotismo Produção em série de um mesmo produto Produção de muitos modelos em pequena quantidade Grandes estoques de produtos Estoque mínimo; só se produz o que é vendido Especialização: um homem opera uma máquina Polivalência: um homem opera várias máquinas Essa nova organização do trabalho resultou na diminuição do tempo de fabrica- ção de, por exemplo, um automóvel: eram necessárias 19 horas para a produção de um veículo no Japão, enquanto, na Europa, a produção ainda demorava 36 horas. Por volta de 2012, em determinada fábrica no Brasil, eram produzidos 34 carros por hora. A lógica do toyotismo logo se expandiu para outros tipos de indústria e serviço. Se a palavra de ordem no fordismo era rigidez (em todos os sentidos: fixação do homem ao posto de trabalho, controle dos tempos e movimentos, estabilidade no emprego), no toyotismo a palavra-chave é flexibilidade. Na organização toyotista do trabalho, um operário fica responsável por várias funções ao operar máquinas mais complexas. Com isso, as empresas podem dispensar mais operários, diminuir o custo com mão de obra e aumentar a margem de lucro, já que um homem exerce a função de vários. Esse modelo contribuiu para o aumento do desemprego no País. © H u d s o n C a la s a n s 64 Esse conjunto de mudanças, que em países como Estados Unidos, França, Alema- nha e Japão aconteceu nos anos 1980, chegou com força ao Brasil na década de 1990. Pelas características históricas do País, que concede amplos benefícios ao capital privado, as mudanças ocorreram de forma mais objetiva para as empresas movidas pela busca da redução de custo e do aumento da competitividade. A corda rompeu-se do lado dos trabalhadores, que foram demitidos em massa, em conse- quência de muitas mudanças e da inovação tecnológica. Se a ordem era a redução de custos, as empresas adotaram também a terceirização de várias etapas da produção. Veja no esquema que segue como as empresas passaram a terceirizar certos serviços antes sob sua responsabilidade. Com o modelo toyotista, as empresas passaram a se concentrar apenas em sua atividade principal, terceirizando todas as outras seções e serviços. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 9o ano/4o termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013. © H u d s o n C a la s a n s 65 Atividade 4 oRganização do tRabalho 1. O sistema organizacional do trabalho denominado de toyotismo é uma resposta à crise do fordismo dos anos 70. É correto afirmar que o toyotismo se caracteriza: a) pela rigidez na produção, principalmente pela eliminação do desperdício de tempo e movimentos, por meio do trabalho parcelar, padronizado e descontínuo. b) por ter um trabalhador qualificado e polivalente e pela produção atender às particularidades das demandas. c) por ter sua origem no modo de organização do trabalho de uma indústria auto- mobilística da China, cujo presidente era Kiichiro Toyoda, daí a derivação da sua denominação. d) pela produção em massa, pois o consumo condiciona toda a organização da produção. e) pela adoção de uma organização produtiva verticalizada, voltada para produzir somente os itens necessários na quantidade necessária, sem gerar estoque, por meio da técnica denominada de kanban, em que o trabalhador desempenha uma única tarefa. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL). Concurso para assistente social, 2011. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 2. O círculo de controle da qualidade tem como característica: a) ser obrigatória a participação dos colaboradores da linha de produção do princi- pal produto da organização. b) evitar ações de enaltecimento e motivação para a gestão da qualidade de modo a não ser caracterizado como invasivo no processo produtivo. c) evitar a participação de detentores de cargos de chefia. d) limitar o número de seus participantes. e) não remunerar seus membros. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDúSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR. Concurso Público Inmetro. Cespe – UnB, 2010. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 66 http://www.copeve.ufal.br/index.php?opcao=concurso&idConcurso=62 http://www.cespe.unb.br/concursos/ 3. Para otimizar a produção fabril no século XIX, duas teorias se destacaram:o taylorismo (Winslow Taylor – 1856-1915) e o fordismo (Henry Ford – 1863-1947). Leia e analise as afirmativas sobre os desdobramentos concretos dessas teorias. I – O taylorismo propunha uma série de normas para elevar a produtividade, por meio da maximização da eficiência da mão de obra, aprimorando a raciona- lização do trabalho e pagando prêmios pela produtividade. II – O fordismo impunha uma série de normas para aumentar a eficiência econô- mica de uma empresa. Entre elas, exigia que a produção fosse especializada e verticalizada. III – Produção especializada significa produzir um só produto em massa, ou em série, apoiando-se no trabalho especializado e em uma tecnologia que aumen- te a produtividade por operário. IV – O taylorismo foi muito benéfico à organização dos trabalhadores europeus que, por isso, criaram vários sindicatos e várias leis de proteção ao tra- balhador. V – Tanto o taylorismo como o fordismo só chegaram ao Brasil em 1980. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras; b) Somente as afirmativas I e V são verdadeiras; c) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras; d) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras; e) Todas as afirmativas são verdadeiras. UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA (UDESC), 2008. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 4. As expressões Fordismo e Taylorismo foram empregadas para explicar uma nova forma de organização do trabalho no século XX. Essas expressões têm como significado a) valorização do trabalho humano em relação às máquinas, o aumento dos salários e a participação dos operários nos lucros obtidos pelas empresas. b) a produção seria realizada em pequenos números, o que beneficiaria o consumo das massas de determinados produtos. 67 c) diminuição da jornada de trabalho e o pagamento de salários compatíveis às horas trabalhadas que suprissem todas as necessidades básicas do operariado, como: lazer, vestimentas, alimentação, saúde, moradia e educação. d) aumento de produtividade em série, a mecanização de parte das atividades, o controle das atividades dos trabalhadores, a introdução da linha de mon- tagem e de um sistema de recompensas e punições dos operários no interior das fábricas. e) substituição das máquinas pelo trabalho maciço dos operários, sem divisões e parcelamentos das tarefas, a produção e o consumo em baixa escala e o supri- mento de todas as necessidades básicas dos operários. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE (UNICENTRO), 2012. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. Atividade 5 o tRabalho naS eMpReSaS 1. Leia a reportagem a seguir. Executivos deixam trabalho em grandes empresas para atuar em outras menores Pequenas corporações também podem oferecer remunerações melhores Conseguir um cargo numa multinacional ou empresa de grande por- te nem sempre é o sonho de todos os executivos e profissionais bra- sileiros. Muitos deles estão dizendo “adeus” às grandes corporações e migrando para as menores. A troca acontece pela busca de melhor qualidade de vida, chance de enfrentar desafios maiores e de ser mais escutado – e aproveitado – no ambiente de trabalho. 68 http://www2.unicentro.br/vestibular/files/2012/10/provas_20102.pdf As pequenas corporações também podem oferecer remunerações melhores. Pesquisa realizada pela consultoria em recursos humanos Hay Group aponta que os salários, os bônus e os incentivos de longo prazo pagos pelas empresas nacionais a seus diretores e presidentes já são 22% maiores do que os oferecidos pelas multi- nacionais. Foram analisadas 312 companhias que atuam no Brasil. Mas, quando analisados só os salários, os das múltis ainda são 7% maiores. Já os incentivos de longo prazo são 14% maiores nas empresas nacionais. “Essa diferença pode ocorrer porque as em- presas nacionais têm e podem montar os incentivos de acordo com as regras do Brasil, que tem carência de executivos”, diz Rodrigo Redorat, gerente do Hay Group. O consultor organizacional e diretor da Rhumo Consultoria, Sérgio Campos, afirma que nunca houve tanto êxodo de executivos para empresas menores como agora. “Quando o executivo está em uma organização, ele não é o único. Há outros pares na mesma linha hie- rárquica. É como se houvesse várias estrelas no mesmo palco”, avalia. Nas empresas menores, a logomarca famosa é tirada das costas, mas outros benefícios são conquistados, na opinião de Campos. “Normal- mente a pessoa passa a ser ligada ao dono da empresa e a ter atuação mais forte, em nível hierárquico maior e com mais qualidade de vida. Muitas vezes passa a perder menos tempo no trânsito e ganha tempo com a família. Em alguns casos até melhora a remuneração, em fun- ção dos bônus”, diz Campos. Do lado da empresa menor, ela ganha com a experiência. “O profissional de grandes corporações já passou por diversas situações que a empresa menor ainda vai viver. Ele con- segue driblar mais os fatos adversos que ainda venham a ocorrer”, observa Campos. Reconhecimento. A volta às pequenas empresas também tem sido observada pela psicóloga Antonieta Rossi, sócia do Instituto de De- senvolvimento e Gestão Empresarial (Idege). “As empresas de grande porte muitas vezes são vistas como robozinhos. O processo não é tão humanizado. As pessoas não se sentem como parte dela e não sabem muito como contribuir. Nas menores eles se sentem como parte do 69 resultado”, observa Antonieta. O grande desafio das corporações atuais, diz, é fazer com que os profissionais contribuam mais. “As pesquisas mostram que os funcionários estão cumprindo menos do que deveriam”, afirma. [...] CHOUCAIR, Geórgea. Executivos deixam trabalho em grandes empresas para atuar em outras menores. Estado de Minas, 25 ago. 2013. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 2. Agora, refletindo sobre o que estudou nesta Unidade e sobre a reportagem lida, organize um pequeno texto que fale a respeito do tipo de empresa na qual você gostaria de trabalhar. Justifique suas escolhas. 70 http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2013/08/25/internas_ Un Ida d e 4 Funcionamento e organização do setor administrativo Agora que você já conhece um pouco mais sobre o trabalho do assistente administrativo, vamos aprofundar seus conhe- cimentos sobre as atividades envolvidas nessa ocupação e abordar outras questões relacionadas às funções realizadas por esse trabalhador. Para tanto, propomos inicialmente uma atividade que pode ser muito interessante: uma pesquisa com seus futuros colegas de trabalho. Atividade 1 conhecendo o cotidiano da ocupação Considerando o conhecimento e as facilidades individuais, cada grupo deve conversar com pessoas que trabalhem em lugares diferentes, realizando tarefas distintas. Por exemplo: um grupo pode entrevistar alguém que atua em um escritório ou estabelecimento comercial, de bairro; outro, um profissional de uma empresa maior; um terceiro, um assistente administrativo que trabalhe em uma empresa multinacional, e assim por diante. O importante é tentar coletar diferentes olhares e experiências sobre essa ocupação, pois isso poderá ajudá-los a saber se vão mesmo seguir esse caminho e de que maneira vão trabalhar no futuro. Em grupo de quatro colegas, entrevistem profissionais da área. Antes de saírem para a entrevista, você e seus colegas de grupo devem preparar um roteiro com as perguntas. O que vocêsgostariam de saber sobre a ocupação de assis- tente administrativo? Não se esqueçam de levar papel e caneta para anotar as respostas. Vocês podem começar coletando dados gerais sobre o entrevistado: 71 • nome e idade; • tempo na ocupação e como a escolheu; • lugar onde trabalha; • quais são os tipos de atividade que desenvolve na empresa onde trabalha; • dificuldades no cotidiano do trabalho; • aspectos positivos a serem destacados na realização do trabalho. Saber os principais pontos positivos e quais as dificuldades da ocupação pode ser útil para se decidir ou não por essa carreira. Realizada a entrevista, é hora de compartilhar o que vocês aprenderam. Com esse objetivo, façam um resumo com as informações mais importantes coletadas para apresentar à turma. Em seguida, produzam um cartaz (que, se possível, deve ficar afixado na sala de aula) com os principais achados desse trabalho, indicando: • o que é mais prazeroso na realização das atividades dessa ocupação; • o que é mais difícil; • o que vocês não podem esquecer para serem bons profissionais, ou seja, os pontos que merecem atenção o tempo todo. Falando sobre rotina O trabalho do assistente administrativo é permeado de rotinas, como você estu- dará em detalhes no Caderno 2: do setor administrativo, do setor comercial, do setor de recursos humanos etc. Antes de compreender as especificidades técnicas de cada um desses setores, vamos conver- sar um pouco sobre “rotina”? É muito comum ouvirmos pessoas recla- marem ou falarem que sua vida é uma rotina; que todo dia fazem tudo sempre igual... P e a n u ts , C h a rl e s S c h u lz © 1 9 9 1 P e a n u ts W o rl d w id e L L C ./ D is t. b y U n iv e rs a l U c lic k 72 Para começarmos a falar sobre o assunto, precisamos fazer uma rápida viagem no tempo. Leia o texto a seguir, que fala sobre a rotina de um camponês na Idade Média. Veja bem: durante mil anos, no período conhecido como Idade Média (entre os séculos V [5] e XV [15]), 90% da popu- lação da Europa viveu dessa forma. Ho- mens e mulheres tinham uma vida com características muito parecidas em razão das relações estabelecidas entre as pessoas em determinado contexto social, político e econômico. As ricas horas do duque de Berry é considerado um dos mais finos e luxuosos manuscritos medievais. Seus autores, os irmãos Limbourg, Paul, Hermann e Jean, foram artistas flamengos contratados pelo duque de Berry por volta de 1405. Essa iluminura (tipo de ilustração comum na Idade Média) mostra o mês de setembro, período da colheita das uvas ao redor do castelo de Saumur, na França. Como era a vida na Idade Média [...] Sábado de um típico camponês na França do século 10 começa às 5 da manhã. Ele, a esposa e os quatro filhos acordam em sua casa de um único cômodo, comem mingau de pão e dão início à labuta. O pai e os mais velhos, de 12 e 14 anos, vão para o campo – a colheita de trigo e cevada está atrasada. A famí- lia passou os dois dias anteriores cumprindo o trabalho obrigatório nas terras do senhor feudal. Há muito o que fazer. A mãe e os mais novos, de 6 e 8 anos, vão lidar com a horta e as galinhas. Todos fazem uma rápida pausa para comer (sempre que possível, peixe). O batente só termina quando já está escuro. Eles dormem juntos, sobre um amontoado de palha, iluminados por velas de sebo e aquecidos por uma pequena fogueira no centro do cômodo. Descansam felizes. O dia seguinte é o único da semana em que a rotina árdua muda um pouco: seguem o comando dos sinos e vão à missa. Rezam por suas almas e são orientados mais a temer o diabo que a adorar a Deus. Assim viveram, durante dez séculos, 90% dos habitantes do Velho Continente. [...] CORDEIRO, Tiago. Como era a vida na Idade Média. Aventuras na História, 1o abr. 2010. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. © A lb u m A rt /L a ti n s to c k 73 http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/como-era-vida- Atividade 2 a Rotina eM Minha vida 1. Voltando ao presente, pense em como é o seu dia. Escreva nas linhas a seguir, de forma objetiva, como é um dia “normal” em sua vida, desde o momento em que acorda até a hora em que vai dormir. 2. Poetas, músicos e artistas expressaram de variadas formas os seus sentimentos acerca daquilo que se torna repetitivo, rotineiro. Leia duas letras de música sobre o tema: Rotina Clemente/Marcelino Acorda cedo para ir trabalhar E o relógio de ponto a lhe observar No lar esposa e filhos a lhe esperar Sua cabeça dói, um dia vai estourar Com essa rotina, rotina Rotina, rotina 74 Sua cabeça dói, não consegue pensar E as quatro paredes a lhe massacrar Daria tudo pra ver o que acontece lá fora Mesmo sabendo que não iria suportar Essa rotina, rotina Até quando ele vai aguentar? Até quando ele vai aguentar? No lar a sua esposa lhe serve o jantar E os filhos brincam na sala de estar Levanta da poltrona e liga a TV Chegou a hora do programa começar Rotina, rotina O homem da TV lhe diz o que fazer Lhe diz do que gostar, lhe diz como viver Está chegando a hora de se desligar A sua esposa lhe convida para o prazer Rotina, rotina © Warner Chappell Edições Musicais Ltda. Todos os direitos reservados. Cotidiano Chico Buarque Todo dia ela faz tudo sempre igual Me sacode às seis horas da manhã Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca de hortelã Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar E essas coisas que diz toda mulher Diz que está me esperando pro jantar E me beija com a boca de café Todo dia eu só penso em poder parar Meio-dia eu só penso em dizer não Depois penso na vida pra levar E me calo com a boca de feijão Seis da tarde como era de se esperar Ela pega e me espera no portão Rotina: 1. Caminho utilizado normalmente; itinerário ha- bitual; DERROTINA; 2. Se- quência mais ou menos maquinal de atos e procedi- mentos habituais: Seguia sempre a mesma rotina; 3. Fig. Apego a hábitos tradi- cionais, aversão ao progres- so: “E diante da novidade, do intruso que vinha forçar as portas trancadas da roti- na, os rurais conspiravam, reagiam.” (Souza Costa, Ressurreição dos mortos.) © Dicionário Aulete. 75 http://www.aulete.com.br/ Diz que está muito louca pra beijar E me beija com a boca de paixão Toda noite ela diz pra eu não me afastar Meia-noite ela jura eterno amor E me aperta pra eu quase sufocar E me morde com a boca de pavor Todo dia ela faz tudo sempre igual Me sacode às seis horas da manhã Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca de hortelã Agora, responda às questões a seguir. 1971 © Marola Edições Musicais Ltda. a) Você conhece essas músicas? Há elementos comuns nas duas? Em caso afirmativo, quais são esses elementos? b) Que sentimento essas músicas lhe transmitem? c) O que você entende por rotina? 76 Falando da rotina no trabalho Tendo em vista a explicação do termo “rotina”, expressa no Glossário, você acha que há um “caminho utilizado normalmente; itinerário habitual”, ou seja, tarefas habituais que devem ser realizadas pelo assistente administrativo? Será que é im- portante existir uma rotina básica nesse tipo de ocupação? Se considerarmos que é importante, sim, a existência de rotinas básicas nessa ocupação, é correto dizer, então, que é preciso criar uma “sequência mais ou menos maquinal de atos e procedimentos habituais” em relação às tarefas do assistente administrativo? Veja o que diz a educadora Madalena Freiresobre rotina: [...] rotina aqui não é expressão do rotineiro que se arrasta tediosa- mente. [...] A rotina estrutura o tempo (história), o espaço (geografia) e as atividades [...] rotina é alicerce básico para que o grupo construa seus vínculos, estruture seus compromissos, cumpra suas tarefas, assuma suas responsabilidades [...]. FREIRE, Madalena. Educador: educa a dor. São Paulo: Paz e Terra, 2008. p. 118. Pois bem, é pensando no que essa autora falou que queremos conversar com você sobre rotinas básicas no setor de administração. Ainda que as tarefas exercidas pelo assistente administrativo sejam habituais e exercidas com regularidade, não precisam ser repetitivas e mecânicas, não acha? A qualidade e o cuidado na realização das tarefas têm estreita ligação com a maior ou menor consciência da importância e do sentido dessas tarefas durante sua rea- lização. Com isso, queremos dizer que, se o trabalhador sabe o que tem de fazer, sabe por que e para que tem de fazer, e ainda quais são os riscos da sua atividade, provavelmente terá maiores oportunidades de planejar suas tarefas, organizar seu tempo e seus compromissos, e cumprir suas tarefas de maneira mais estruturada e responsável. 77 Lembre-se desse aprendizado quando for estudar as ro- tinas e atividades específicas realizadas pelo assistente administrativo no Caderno 2. Para indicar quem está trabalhando ou se encontra em situação de desemprego, foi criada uma classificação: a População Economicamente Ativa (PEA), que corresponde às pessoas que estão ou não ocupadas, mas que possuem idade para o trabalho. Se existe uma forma de medir a população ativa, há também a chamada População Economicamente Inativa (PEI). São as pessoas maiores de dez anos que não estão ocupadas, nem procuraram emprego no último ano. Trata-se, em suma, de pessoas incapacitadas para o trabalho, que desistiram de buscar trabalho (chamado desemprego oculto pelo desalento) e que não querem ou não precisam trabalhar (alguns estudantes, pessoas que ficam em casa etc.). Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 6O ano/1O termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2011. Organização do setor administrativo O profissional que atua como assistente administrativo poderá trabalhar em diferentes áreas ou setores de uma empresa, e não apenas em um local predeterminado. Assim, é possível, para o assistente administrativo, rea- lizar atividades de apoio para os diversos setores de uma empresa (comercial, recursos humanos etc.), além de poder trabalhar também em diversos tipos de es- tabelecimento, como lojas, farmácias, supermercados, hotéis etc. Portanto, vamos conhecer agora a estrutura organizacio- nal das empresas e os diversos setores que a compõem, pois eles são as possíveis áreas de atuação da ocupação para a qual você está se qualificando. Pode-se dizer que as atividades da administração têm por objetivo o exercício de quatro funções básicas: • planejar; • organizar; • controlar; • dirigir. Como já vimos nas unidades anteriores, essas ativida- des, que existem desde a Antiguidade, foram organi- zadas em fábricas e indústrias a partir da Revolução Industrial. Desde esse momento, diversas teorias administrativas surgiram, de acordo com as necessidades das empresas, para dar suporte e orientar essas funções básicas. Veja a seguir um quadro-resumo dessas principais teorias. 78 Nome Principais representantes Administração científica Frederick Winslow Taylor (1856-1915) Teoria clássica da administração Jules Henri Fayol (1841-1925) Escola das relações humanas Elton Mayo (1880-1949) Teoria dos sistemas Ludwig von Bertalanffy (1901-1972) Administração por objetivos (APO) Peter Drucker (1909-2005) Outra questão importante é entender como as empresas estão organizadas do pon- to de vista da economia da qual fazem parte. A economia está dividida em três setores de atividade: primário, secundário e terciário. O setor primário compreende as atividades diretamente relacionadas à terra: o ex- trativismo, a pecuária e a agricultura. O setor secundário reúne as atividades industriais de transformação de matérias- -primas em produtos industrializados (máquinas, equipamentos, veículos, roupas, alimentos, bebidas, cosméticos, produtos de higiene e de limpeza, entre outros). O setor terciário representa as atividades ligadas ao comércio e à prestação de ser- viços, como educação, saúde, telecomunicações, transporte, limpeza, serviços de alimentação, turismo, serviços bancários, entre outros. 79 0 60,7 4 ,4 56,5 4 Setor Primário Setor Secundário Setor Terciário 33 8 26,2 19,8 2,8 22,9 22,1 2 ,0 17 ,6 20 ,8 ,7 1 ,1 13 10,0 2 22 ,0 25 ,8 17 0,0 3 ,0 3 ,0 ,0 45 ,3 4 54 ,0 5 ,7 6 70,2 Atividade 3 diStRibuição doS tRabalhadoReS poR SetoR da econoMia 1. Os gráficos favorecem a visualização de dados e informações, que estão organizados em números, datas, barras, colunas, setores etc. As linhas do gráfico apresentado a seguir indicam três variáveis – setores primário, se- cundário e terciário – e como a participação dos trabalhadores se modificou durante os anos compreendidos entre 1940 e 2009. Os valores apresentados no gráfico estão em porcentagem, de 0% a 80%. Com base nessas informações e com a ajuda do monitor, leia o gráfico a seguir. Brasil: Distribuição da população economicamente ativa por setores de produção (em %), 1940-2009 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2001 2009 Fonte: IBGE. Anuário Estatístico do Brasil, 1978, 1982, 1994, 1995, 2001, 2009. Existem dois órgãos governamentais que fazem pesquisa sobre desemprego. São eles: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, vinculado ao Governo Federal. Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade (Governo do Estado de São Paulo), que, junto com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), realiza mensalmente no Estado uma pesquisa chamada Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED). Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 6o ano/1o termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2011. © S id n e i M o u ra 80 2. Agora, responda as questões propostas. a) Qual é o título do gráfico? b) Qual é o assunto tratado no gráfico? c) Qual é a fonte das informações expressas no gráfico? d) Em que década o setor terciário superou o setor primário em participação na população economicamente ativa (PEA)? e) Em que década o setor secundário superou o setor primário em participação na população economicamente ativa (PEA)? 81 Un Ida d e 5 O fenômeno da globalização Você estudou até aqui as formas de organização do trabalho, que se alteraram no decorrer da história, mas que guardam entre si algumas semelhanças. Se o toyotismo se impôs como uma nova ordem para o trabalho, é importante destacar, entretanto, que essa forma de organiza- ção não se instalou em toda a produção, embora sua “filosofia” tenha sido rapidamente incorporada pelas empresas. Isso acon- teceu, em parte, em razão da globalização. O que se entende por globalização? Empregue a chamada “técnica do cochicho”: converse com o colega ao seu lado e troquemideias sobre o que compreendem por globalização. Em seguida, apresentem suas considerações à turma. Para isso, organize-as nas linhas a seguir, pois assim você também terá anotado suas conclusões. É importante compreender que a globalização não é um fenô- meno apenas econômico. Ela abrange questões políticas, sociais e, principalmente, a produção. 82 Vamos ver agora o que é globalização e de que maneira ela afeta as empresas e, portanto, também o trabalho do assistente administrativo. As crises dos anos 1970 A partir dos anos 1970, o mundo passou por muitas mudanças, reforçadas pela rápida industrialização em parte dos países então chamados subdesenvolvidos, aque- les poucos que, à época, passaram a ser denominados de países em desenvolvimento, como o Brasil. Além disso, houve a concentração de capitais e o aumento da capa- cidade tecnológica nos países desenvolvidos, que abrigavam as matrizes das princi- pais indústrias, as quais instalaram suas filiais por todo o planeta, e dessa forma as economias se internacionalizaram cada vez mais. Apesar desse crescimento econômico e industrial, ainda no fim dos anos 1960 surgiram as primeiras evidências de crise nos EUA, país com maior concentração de investimentos, capacidade de inovação, expansão e consumo. Para garantir sua superioridade no cenário internacional, esse país despendeu muitos recursos. Na década seguinte, de 1970, os EUA enfrentaram a inflação e o desemprego, o que ocorreu particularmente a partir da crise do petróleo em 1973. Isso porque o petróleo era a principal matéria-prima da indústria capitalista desde a 2a Revolução Industrial, fosse como fonte de energia do mundo moderno, fosse como base para a fabricação de plástico, gasolina e outros produtos químicos, além de farmacêuticos. Gerou-se, no período, uma das primeiras instabilidades financeiras do dólar, que, no final da 2a Guerra Mundial, tornara-se a moeda-padrão nas relações comerciais internacionais. © A m o ri m 83 Em virtude do apoio dos Estados Unidos a Israel na guerra árabe-israelense em 1973, os árabes, que controlavam a Organização dos Países Exportadores de Petró- leo (Opep), impuseram um forte aumento no preço do petróleo como forma de retaliação. O preço do barril, que oscilara entre 1 e 3 dólares entre 1900 e 1973, passou para 15 dólares em dois anos, abalando a estrutura de custos das indústrias por todo o mundo. Em uma crise posterior, em 1979, o preço do barril de petróleo chegou a atingir a marca dos 40 dólares. Essas crises em relação ao preço do petróleo estiveram associadas ao fato de que o controle de produção e distribuição era monopolizado por empresas estadunidenses e europeias que atuavam no Oriente Médio, as quais sempre contaram com grande poder na Opep. Parte das empresas que exploravam petróleo em muitos países dessa região não era nacional. Assim, o aumento do preço do barril foi bom, por exemplo, para empresas petroleiras internacionais que lá atuavam. Mesmo na atua- lidade, com a atuação da Opep, empresas internacionais mantêm relações estreitas com governos de países da região, influenciando a definição do preço do barril. A globalização A partir dos anos 1970, a economia e a política passaram por rápidas e profundas mudanças que contribuíram para o processo de globalização. Esse termo indica uma integração planetária dos mercados, dos meios de comunicação e dos transportes, principalmente em razão dos avanços tecnológicos da segunda metade do século XX (20) em diante. A globalização pode ser compreendida por vários ângulos, entre eles o econômico. Esse fenômeno tem como características fundamentais as mudanças tecnológicas e a sua distribuição desigual por todo o mundo, os novos processos de produção nas indústrias e um forte aumento na exportação e importação de mercadorias, bem como um intenso fluxo de produtos e de capitais pelo planeta. Seguindo essa tendência, as grandes corporações multinacionais passaram a pro- curar países ou regiões onde os custos de produção (total, de determinado produto; ou parcial, de partes ou componentes) fossem inferiores aos dos locais onde estavam até então instaladas, de modo a obter custos finais inferiores e, consequentemente, maior competitividade, ou apenas para conseguir maiores lucros. Essa prática, denominada offshoring, permite, assim, que determinado produto seja composto por componentes produzidos em países diferentes, que apresentem o menor custo de produção para certa peça ou componente específico, e que 84 sejam reunidos e montados em outro país, onde a montagem seja mais barata. Todo esse processo depende, naturalmente, do fato de que os custos logísticos na movimentação desses componentes – por exemplo, de transporte, de arma- zenamento etc. – sejam inferiores à diferença de custos de produção entre um país e outro. As tecnologias em tempos de globalização A globalização é marcada pela aliança entre ciência e técnica a serviço das gran- des empresas. Como consequência, assistimos à produção de importantes inova- ções, como a energia nuclear, a engenharia genética, os avanços na química e na engenharia de materiais, as telecomunicações (satélites, fibra óptica) e a informá- tica. Os avanços tecnológicos da segunda metade do século XX (20) invadiram todos os setores da economia, com maior ou menor intensidade e impacto cres- cente no cotidiano das pessoas. Com a microeletrônica, não apenas muitas fá- bricas foram robotizadas, mas cada vez mais os objetos tecnológicos começaram a fazer parte do dia a dia das pessoas: dos relógios digitais da década de 1970 aos tablets do século XXI (21). © A n a to lii B a b ii/ 1 2 3 R F © A n to n io M io tt o /F o to a re n a 85 A internet, por exemplo, revolucionou a maneira de trocar informações, facilitando o trabalho nas esferas pública e privada. De maneira geral, as pessoas têm cada vez mais acesso à internet, mesmo sem ter conexão em casa; podem utilizá-la nos cen- tros instalados por prefeituras ou governos estaduais, em lan houses e outros estabe- lecimentos. Atividade 1 aSpectoS tecnológicoS da globalização No mundo atual, a rápida difusão da informação proporcionada pelo avanço tec- nológico permite que acontecimentos ocorridos em diferentes partes do planeta sejam transmitidos em tempo real, como o ataque às torres gêmeas nos Estados Unidos (2001), o tsunami na Tailândia (2004) e o terremoto no Haiti (2010). Com base no texto apresentado anteriormente e no que você já estudou, responda às questões a seguir. 1. Você acha que os avanços tecnológicos encurtaram distâncias e tempo? Por quê? 2. Que repercussões você acredita que esses avanços trouxeram para as relações mundiais? 86 3. Você considera que a globalização e o maior acesso à informática permitiram às pessoas, atualmente, serem mais bem informadas? Por quê? 4. Será que todas as pessoas do mundo realmente têm acesso a todas as informações que circulam nos meios de comunicação? Justifique. 5. Você já escutou a expressão “sociedade da informação”? Em sua opinião, como ela pode ser entendida no contexto da globalização e das mudanças tecnológicas que marcaram o mundo nas últimas décadas? As empresas na globalização A crescente concorrência e a consequente necessidade de reduzir custos levaram as empresas a ampliar seu leque de atuação em diferentes continentes, partindo, sobretudo, para os países subdesenvolvidos. Estes comumente oferecem mais facilidades tanto para a instalação, como a concessão de incentivos fiscais e o favorecimento para obtenção de terrenospara implantação de fábricas, quanto para a contratação de trabalhadores com baixo custo de mão de obra, geralmen- te decorrente de altos índices de desemprego e baixa qualificação profissional dos trabalhadores. 87 Além disso, essas empresas investem em inovação e tecnologia financiando centros de pesquisa, localizados nos países desenvolvidos, com laboratórios e universidades envolvidos nessas atividades. Esses países, além disso, são os que mais investem em educação. Ao mesmo tempo que esse avanço tecnológico possibilita às empresas maior concentração de riquezas, também provoca a redução do número de empre- gados que nelas trabalham. As grandes corporações, além de controlar a produção de bens de alta tecnologia (como computadores, equipamentos de telecomunicação, aviões, remédios, vaci- nas etc.), dominam os mercados, os fornecedores para suas indústrias, as patentes e a inovação. Assim, os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento ficam dependentes des- sas grandes corporações no que diz respeito aos investimentos e à importação de produtos e serviços. Além disso, os importados – os de maior valor agregado – são mais caros do que os exportados e, quando produzidos localmente, implicam re- messas de lucros e pagamentos de licenças de produção às matrizes no exterior, em ambas as situações desfavorecendo a economia dos países subdesenvolvidos ante os países ricos. A globalização financeira na América Latina Mas a globalização não se limita à indústria e ao comércio. A globalização finan- ceira vem ocorrendo com maior intensidade desde as últimas décadas do século XX (20) e se caracteriza pela circulação de capital entre os países, ou seja, pelos fluxos internacionais de capital. De início concentrados especialmente nos países desen- volvidos, esses fluxos se intensificaram e expandiram-se para todo o planeta, tor- nando-se o principal motor da economia mundial. Por um lado, isso aconteceu graças aos avanços tecnológicos na área de telecomu- nicações, que permitiram aos investidores aplicar recursos em empresas do mundo todo sem sair de seus países de origem. Além disso, transformações no sistema financeiro mundial promoveram alterações nas regras que permitiram que valores circulassem em meio digital, pois, antes disso, a transferência de dinheiro de um país para outro só era possível em espécie. Ainda assim, a maior parte dos investimentos continuou partindo de grandes com- panhias e instituições financeiras sediadas nos países desenvolvidos. Por outro lado, a expansão dos fluxos de capital se deu em virtude dos investimen- tos estrangeiros em determinados países de economia periférica – que passaram a 88 ser definidos no âmbito mundial como países emergentes, em função dos interesses desses investidores internacionais. Na América Latina da década de 1990, por exemplo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) firmou acordos econômicos com os governos do Brasil, da Argentina e do México, nações então com altas dívidas, simpáticas ao neoliberalismo e com políticas econômicas que previam a abertura de suas economias ao capital estrangeiro. Em um primeiro momento, no entanto, os investimentos diretos nesses países restringiram-se majoritariamente a aplicações em bolsas de valores (investimen- tos especulativos), que ofereciam oportunidades de lucro a curto prazo. Os be- nefícios desse tipo de negociação ficavam, sobretudo, para os países desenvolvidos, que, além de lucrar, vendiam suas ações ao menor sinal de instabilidade econô- mica, causando danos financeiros importantes às nações emergentes. Do ponto de vista dos países emergentes, esse quadro se alterou quando foram criadas condições para atrair investimentos produtivos dos países desenvolvidos, como a implantação de filiais de empresas multinacionais, a compra de empresas nacionais e a privatização de setores estratégicos. No final do século XX (20), por exemplo, o Brasil optou por privatizar empresas dos setores de mineração, e, prin- cipalmente, toda a infraestrutura de geração e distribuição de energia elétrica, bem como a das telecomunicações, além das áreas de transportes e outras infraestruturais; o setor financeiro também se abriu ao mercado internacional, inclusive com a pri- vatização de bancos. Para isso, o País flexibilizou as regras para receber em seu território companhias estrangeiras, delas cobrando menos impostos e oferecendo-lhes ainda outras vanta- gens financeiras, a exemplo da possibilidade de pagar salários menores que aqueles vigentes em seus países de origem. No entanto, para garantir sua competitividade em escala mundial, parte dessas empresas multinacionais instituiu políticas que levaram ao crescimento da flexibi- lização das relações de trabalho, seja pelo aumento do trabalho informal, seja pela expansão da terceirização, soluções que oferecem menores custos às empresas e menos benefícios aos trabalhadores. Para as populações dos países que fizeram a opção, então, pela política conhecida como neoliberal, sobrevieram ampliação da precariedade dos vínculos trabalhistas, maior instabilidade nos empregos e, como decorrência, crescente vulnerabilidade social diante das mudanças econômicas e políticas internacionais. Paralelamente, verificou-se, também, aumento da pobreza, em razão da redução de investimentos 89 sociais e do fechamento de fábricas nacionais incapazes de concorrer com os pro- dutos importados. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 8o ano/3o termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013. Atividade 2 globalização e (deS)igualdade Social 1. Leia a frase a seguir. [...] as pessoas e os grupos sociais têm o direito a ser iguais quando a diferença os inferioriza, e o direito a ser diferentes quando a igualdade os descaracteriza. SANTOS, Boaventura de Sousa. Por uma concepção multicultural de direitos humanos. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 48, jun. 1997. p. 30. Neoliberalismo: Em 1989, os EUA e instituições financeiras, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, reunidos em Washington, formularam uma série de medidas econômicas que norteariam os rumos estratégicos de reformas sociais e econômicas que deveriam ser adotadas na Amé- rica Latina. Essas reformas impunham uma adesão à política econômica liberal, em curso na Inglaterra desde o final da década de 1970 e nos EUA desde o início dos anos 1980. Essa política, chamada de neoliberalismo, tem como ideia central que os Estados adotem a menor intro- missão possível na economia, com base no conceito de livre mercado – isto é, um mercado que regula a si mesmo, sem intervenções. Para ampliar sua compreensão sobre o tema, você pode assistir ao vídeo O Brasil e a nova ordem eco- nômica – do Programa EJA Mundo do Trabalho – CEEJA, História - Volume 3. Disponível em: . Acesso em: 4 fev. 2015. O vídeo explica o contexto histórico do final da década de 1980, marcado pelo processo de abertura políti- ca no Brasil. Especialistas também discutem os avanços da legislação trabalhista a partir da aprovação da Constituição de 1988. Em seguida, abordam-se a década de 1990 e a entrada do Brasil na ordem econô- mica do neoliberalismo. A análise de especialistas e o depoimento de dois trabalhadores explicam como as políticas econômicas e os efeitos da reestruturação produtiva transformaram o mundo do trabalho. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sdecti). História: caderno do estudante. Ensino Médio. São Paulo: Sdecti/SEE, 2015. v. 1. 90 http://www.ejamundodotrabalho.sp.gov.br/ 2. Agora, observe a charge a seguir, do ilustradorAngeli. 3. Em grupo, discutam, seguindo o roteiro: a) O que é globalização? b) A frase lida e a charge observada estabelecem relação com o fenômeno da globa- lização? Por quê? c) A globalização alterou o modo de vida das pessoas? Por quê? d) E no trabalho: Quais foram, na opinião do grupo, os efeitos causados pela glo- balização? © A n g e li - F o lh a d e S . P a u lo 2 0 .0 6 .2 0 0 0 91 Un Ida d e 6 Comunicação verbal e escrita e a linguagem não verbal Nesta última Unidade do Caderno 1, vamos tratar de um tema que diz respeito a diversas ocupações, mas que é especialmente importante para o assistente administrativo, que lida com as diversas áreas de uma empresa: a comunicação. Comunicação no trabalho Você já parou para pensar sobre a importância da comunicação em sua vida? A capacidade de raciocinar e de nos comunicar foi o que nos diferenciou dos outros animais, o que nos tornou “seres racionais”. Por conta da capacidade de pensar e de expressar por meio da linguagem pensamentos, planos, ideias, dúvidas, emoções, saberes, impressões etc., conseguimos produzir e compartilhar os conhecimentos que a humanidade construiu ao longo de sua história. Neste curso de assistente administrativo, você já aprendeu mui- tas coisas, por exemplo: sobre Revolução Industrial; quais são as principais atividades que o assistente administrativo deve realizar e os diferentes setores onde poderá trabalhar; estudou um pouco mais sobre a história do trabalho, entre muitos outros conhecimentos. Mas será que somente esses conhecimentos técnicos são sufi- cientes para se realizar bem uma atividade? E as relações entre as pessoas no ambiente de trabalho, será que dependem ape- nas desses saberes? E quanto às nossas atitudes? Elas também não contam? 92 Atividade 1 diScutindo aS RelaçõeS Responda às questões a seguir e depois compartilhe-as com a turma. 1. Para você, qual é a importância da comunicação no ambiente de trabalho? 2. Na sua opinião, quais são as atitudes que favorecem uma boa comunicação no ambiente de trabalho? 3. Que tipo de atitude você acredita que dificulta as relações no trabalho? Jeitos de falar Precisamos constantemente refletir sobre nossas atitudes, formas de agir e de nos relacionar no trabalho, pois elas podem fazer muita diferença nesse ambiente. Uma boa comunicação pode ajudá-lo a ser mais autoconfiante, a estabelecer uma boa relação com colegas, empregadores e clientes, se for o caso. Assim, da mesma forma como você está sempre atento à realização das suas atividades, precisa também tomar alguns cuidados em relação ao modo como se comunica. A cordialidade, ou seja, a gentileza e o respeito no trato com todos, torna o ambiente de trabalho mais agradável e amistoso, além de ser um fator fundamental para realizar com clareza e objetividade suas atividades. 93 Atividade 2 “teM palavRa” 1. Leia o poema a seguir, de Alice Ruiz. Tem palavra Tem palavra Que não é de dizer Nem por bem Nem por mal Tem palavra Que não se conta Nem prum animal Tem palavra Louca pra ser dita Feia bonita E não se fala Tem palavra Pra quem não diz Pra quem não cala Pra quem tem palavra Tem palavra Que a gente tem E na hora H Falta RUIZ, Alice. Tem palavra. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 2. Do que trata o poema? Alice Ruiz nasceu em Curitiba (PR) em 1946. Começou a escrever con- tos desde menina, aos nove anos. Publicou seus poemas aos 26 anos e, aos 34, lançou seu primei- ro livro. Alguns de seus poemas foram musica- dos. Talvez você conheça a música gravada por Arnaldo Antunes chama- da Socorro, que foi escri- ta por Alice Ruiz. Para apreciar a canção Socorro, veja o link dispo- nível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. © V ilm a S lo m p 94 http://www.aliceruiz.mpbnet.com.br/discografia/paralelas/ http://letras/ 3. No poema, a autora diz que “Tem palavra/Que não se conta/Nem prum animal”. Como você entendeu esses versos? 4. Como você interpreta o seguinte trecho: “Tem palavra/Que a gente tem/E na hora H/Falta”? Você já se sentiu assim, sem palavra? Em que situação? 5. Você já se arrependeu por ter dito algo sem pensar? Na sua opinião, o que lhe faltou nessa situação? Existem inúmeras formas de dizer a mesma coisa. Quando temos algo a ser dito para alguém, precisamos escolher bem as palavras a fim de sermos compreendidos. Numa conversa, é importante termos claro o que desejamos comunicar e também mantermos uma atitude respeitosa com nosso interlocutor, ou seja, com quem es- tamos conversando. Tão importante quanto a clareza no que se pretende dizer é escolher bem as palavras e o jeito de falar, evitando assim levantar a voz desnecessariamente ou utilizar um tom agressivo ou irônico, por exemplo. Outro aspecto fundamental é respeitar todas as pessoas com as quais convivemos. No ambiente de trabalho, o respeito mútuo é essencial. 95 Atividade 3 Refinando o olhaR 1. Leia a crônica a seguir e depois responda às questões propostas. Vista cansada Otto Lara Resende Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou. Fugiu enquanto pôde do desespero que o roía – e daquele tiro brutal. Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio. Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe per- guntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mes- mo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer. Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que 96 morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos. Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no cora- ção o monstro da indiferença. RESENDE, Otto Lara. Vista cansada. Folha de S.Paulo, 23 fev. 1992. Opinião, p. 1-2. © by herdeiros de Otto Lara Resende. a) Do que trata o texto? b) Por que você acha que o título do texto é “Vista cansada”? 2. O que acontece entre pessoas que trabalham juntas há tempos? 3. Você acha que é comum ocorrer,no ambiente de trabalho, algo como o que ocorreu no texto com o porteiro, que não era notado? 97 4. Reflita sobre como você tem agido ao conversar com sua família, amigos e cole- gas de trabalho. Você costuma olhar as pessoas nos olhos? Fica atento à conver- sa? Costuma ser gentil e solícito? Ou em geral age com indiferença? 5. Como você interpreta o trecho final do texto: “É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença”? 6. Agora em grupo, discutam quais atitudes as pessoas devem ter no cotidiano (não apenas no ambiente de trabalho). Nessa discussão, vocês devem ter percebido como a cooperação é fundamental. Principalmente onde várias pessoas trabalham juntas, o trabalho de uma depende e interfere na atividade da outra. Referir-se a colegas, empregadores e clientes de forma respeitosa ajuda a preservar o clima de cooperação, além de tornar o ambiente de trabalho mais prazeroso para todos. Quantas vezes você ouviu falar ou teve de conviver com pessoas grosseiras que se sentem superiores às demais? Qual é a sensação que teve nessas situações? Pois é. Assim como não gostamos de conviver com alguém que não nos reconhece nem nos respeita, também não devemos agir desse modo com os colegas. 98 Pessoas são diferentes umas das outras: há diferenças físicas, no modo de pensar, no modo de agir, de idade, de gênero, de orientação sexual, entre tantas outras. Pos- suímos valores e crenças que muitas vezes divergem. Além de as pequenas regras de civilidade ajudarem a manter o ambiente de trabalho equilibrado, respeitar as diferenças e reconhecer todos como iguais é uma questão de cidadania. Gestos e expressões também comunicam Nossa maneira de agir e de comunicar diz muito sobre nós. É importante reconhecer que, em diferentes con- textos, nos comunicamos de diferentes formas, ou seja, quando estamos em casa ou entre amigos, podemos ficar mais à vontade no modo de nos vestir, e a conversa tam- bém pode ser informal. Podemos utilizar gírias, se for o caso, fazer certas brincadeiras, tudo por conta da inti- midade, não é mesmo? Bem diferente de quando estamos no trabalho ou em outra situação formal, como em uma comemoração, um casamento, uma entrevista de em- prego etc. Vale a pena notar que não nos comunicamos apenas com palavras ditas ou escritas; nossas expressões e gestos tam- bém comunicam. Por isso, é fundamental prestarmos atenção a esses aspectos. Isso não quer dizer que não podemos ficar à vontade ou ser espontâneos; apenas temos de ter cuidado para não constranger ou desres- peitar as pessoas à nossa volta. A linguagem não verbal Quando falamos em linguagem, é comum pensarmos logo no uso das palavras ditas ou escritas. Chamamos esse tipo de linguagem de verbal, tal como já discutimos nes- ta Unidade. Mas a comunicação humana não se resume Verbal: Palavra oriunda do latim verbalis cuja origem vem do vocábulo verbum, que significa “palavra”. Sen- do assim, o termo “verbal” é aquele que se constitui de palavras, já a linguagem não verbal é aquela que não uti- liza palavras, mas símbolos, sons, imagens, gestos etc. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Arte, Inglês e Língua Portuguesa: 6o ano/1o termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2011. 99 apenas à linguagem verbal, que utiliza palavras. Para nos comunicarmos, utilizamos também as linguagens não verbais, ou seja, baseadas em sinais, símbolos, sons, gestos e imagens diversas (como a fotografia, pintura, escultura) e que são encon- tradas em toda parte. Você já reparou que vivemos cercados de símbolos e sinais e que muitos deles estão relacionados à nossa saúde, segurança e também às normas de convivência funda- mentadas nas leis que vigoram em nosso País? Portanto, vamos agora refletir um pouco mais sobre essas questões tão importantes e que devem ser de conhecimento do assistente administrativo. Nas ruas, nos deparamos a todo momento com placas e sinais orientando o trânsito, avisando o que é permitido e o que é proibido, alertando para locais prioritários a idosos, gestantes, deficientes etc. Nas escolas, hospitais, lojas, farmácias e prédios públicos, en- contramos, igualmente, sinais ou avisos como: proibido fumar; piso molhado; em caso de incêndio, não use o elevador; cuidado; escada; silêncio; não buzine; respeite a fila; respeite a faixa de segurança etc. Veja alguns exemplos nas imagens a seguir. EM CASO DE INCÊNDIO Não use o elevador © P a u lo S a v a la Il u s tr a ç õ e s : D a n ie l B e n e v e n ti 100 Atividade 4 SinaiS e SíMboloS 1. Reúna-se com três colegas e elaborem uma lista de dez sinais ou avisos dos quais vocês se lembram, relacionados a saúde, segurança e prevenção de acidentes, de acordo com os locais que constam no quadro a seguir. Sinais ou avisos Para que servem Locais onde podem ser encontrados Empresas Ruas Hospitais 101 2. Agora, socializem com a turma a lista de sinais e avisos dos quais vocês se lem- braram. A classe comporá uma lista muito maior, que evidenciará o quanto a questão da prevenção de acidentes e respeito à saúde está presente em nossa vida e conta com legislação e fiscalização próprias. Atividade 5 Revelando o tRabalho i 1. Observe esta primeira fotografia e responda: a) Você já havia visto essa fotografia? b) Em sua opinião, que tipo de trabalho esses homens que aparecem na fotografia realizam? c) O que eles estão fazendo no momento da foto? © C h a rl e s C . E b b e ts /B e tt m a n n /C o rb is /L a ti n s to c k 102 d) Onde esses homens estão? Onde estão sentados? Quais elementos podem “com- provar” suas hipóteses? e) Que título você daria a essa fotografia? 2. Agora, observe esta outra fotografia e responda: a) Que idade você imagina ter a menina da foto? b) Essa é uma fotografia atual? Quais evidências podem “confirmar” sua hipótese? B ib lio te c a d o C o n g re s so , W a s h in g to n , E U A 103 3. Se ambas as fotografias fossem atuais, e acionando os conhecimentos que você já tem, que aspectos da legislação trabalhista brasileira as situações apresentadas estariam desrespeitando? 4. Agora, discuta com o colega ao lado as suas respostas e as dele. • Suas ideias são iguais ou parecidas com as dele? • Seu colega apresentou algum aspecto diferente do seu? • Você concorda com ele? Por quê? • Registre aqui suas impressões. 104 Vejamos agora a história dessas fotografias. A primeira é uma foto clássica e conhecida mundialmen- te. Trata-se de Lunch atop a skyscraper (Almoço no topo de um arranha-céu), fotografia de Charles C. Ebbets (1905-1978) feita em 1932, a qual retrata um grupo de operários da construção civil almoçando em condições de segurança muito precárias, atualmente inadmissíveis. A composição com o belo cenário de Nova Iorque ao fundo e as condições curiosas capturadas tornaram essa fotografia uma obra de arte. Trata-se de uma foto polêmica, pois houve quem disses- se que era uma montagem para uma jogada de marketing a fim de divulgar a construção do Rockefeller Center, um conjunto de edifícios comerciais, tirada no 69o andar de um dos prédios, tendo sido publicada juntamente com outras em um suplemento dominical em um jornal de grande circulação. Observe que os operários não usamA Revolução Industrial na Europa: muitos trocaram o campo pela cidade em busca de emprego. Consequentemente, a produção agrícola declinou ao mesmo tempo que aumentou a necessidade de abastecer as cidades. A agricultura, que até então era de subsis- tência, passou a ser uma atividade comercial, uma vez 5 © a k g -i m a g e s /L a tin s to c k que procurava justamente produzir cada vez mais excedentes para serem comercializados nas cidades. O ser humano sempre buscou ampliar ou substituir sua força física pelo uso de instrumentos e das forças de que dispu- nha na natureza: dos animais, das águas e dos ventos. Você vai estudar mais sobre o assunto no texto Da manufatu- ra à mecanização da produção, apresen- tado adiante. Homens utilizando ferramentas rudimentares para realização de trabalho. Roda-d’água usada para produção de energia. A fumaça da chaminé indica a queima de carvão, empregada para movimentar máquinas a vapor. Se tiver oportunidade, faça uma busca na internet e assista à abertura dos Jogos Olímpicos de 2012, ocorridos em Londres, Inglaterra. O tema foi a transformação desse país, que passou da agricultura à indústria. É o campo dando lugar às chaminés e agricultores tornando-se operários. © A lb u m /D e A g o s ti n i/G . D a g li O rt i/L a ti n s to c k © C a th e ri n e I v ill /M a tt h e w A s h to n /A M A S p o rt s P h o to /C o rb is /L a ti n s to c k © J a s o n F lo ri o /C o rb is /L a ti n s to c k © D e A g o s ti n i P ic tu re L ib ra ry /G lo w Im a g e s © A lb u m /a k g -i m a g e s /L a ti n s to c k 6 Atividade 1 Situando a Revolução induStRial 1. A Inglaterra faz parte do chamado Reino Unido. No mapa a seguir, procure localizá-lo. Caso tenha dificuldade, faça o exercício na biblioteca ou no labora- tório de informática, consultando um atlas. Aproveite para localizar também países como França, Itália, Alemanha, Espanha, Portugal. ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão representadas; colorizado para fins didáticos). 2. Pesquise na internet ou biblioteca quais foram as principais características da Revolução Industrial. Escreva sua resposta e discuta com a turma. 800 km P ro je çã o h o ri zo nt al e q u iv al e nt e 7 http://cartographie/ Da manufatura à mecanização da produção A manufatura configurou a produção no período anterior à Revolução Industrial. Ela foi caracterizada por proces- sos de trabalho em que havia a divisão das tarefas entre vários trabalhadores e a utilização de ferramentas que facilitavam a execução das atividades. No entanto, ainda não havia máquinas. Com o passar do tempo, a manu- fatura, ou seja, a produção feita com as próprias mãos, foi perdendo espaço para a mecanização. A invenção da máquina a vapor, como você já viu, per- mitiu às indústrias um salto significativo na produção, marcando o início da 1a Revolução Industrial. O traba- lho feito anteriormente de maneira artesanal era lento e heterogêneo. Se o trabalhador moldasse o barro para fazer um jarro, o próximo que fizesse poderia ser seme- lhante, mas nunca ficaria idêntico ao primeiro. As má- quinas, no entanto, ofereceram a possibilidade de tornar os produtos homogêneos. Além disso, o tempo de pro- dução passou a ser mais curto. Com isso, o proprietário passou a produzir, vender e lucrar mais. Foi nesse período também que nasceu a ideia de emprego, pois o trabalho realizado em um dia era pago pelo pro- prietário dos meios de produção. Contudo, não havia emprego para toda a população, e a pobreza e a fome se alastraram na sociedade. Se, de um lado, a produção crescia, de outro, as condições de traba- lho e de vida da população que saía do campo em busca de emprego nas cidades eram muito difíceis. Veja como eram as condições de trabalho nesse período: • os salários eram baixos; • as fábricas contratavam principalmente mulheres e crianças, sobretudo porque os salários eram ainda in- feriores aos pagos aos homens. A estes eram destinadas as funções que dependiam da força física; Emprego: Relação firmada entre o proprietário dos meios de produção – que são: ferra- mentas, terras, máquinas etc. – e o trabalhador. Nesse con- trato, o empregador compra a força de trabalho, ou seja, paga pelo trabalho realizado. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sdecti). Sociologia: caderno do estudante. Ensino Médio. São Paulo: Sdecti/SEE, 2015. v. 1. 8 • as crianças eram recrutadas em orfa- natos, a partir de quatro anos de idade, para o trabalho na indústria têxtil; • os trabalhadores não tinham direitos vinculados ao emprego, como férias ou descanso semanal, nem mesmo um con- trato de trabalho; • a jornada de trabalho diária chegava a 16 horas; • os empregados estavam sujeitos a castigos físicos e as trabalhadoras eram, com fre- quência, violentadas pelos capatazes. Se os proprietários dos meios de produção impunham essas condições aos trabalha- dores, estes, por sua vez, reagiam contra isso. Apesar da pobreza e da fome, os empregados das indústrias começaram a se orga- nizar, a fim de melhorar as condições de trabalho, até mesmo com reações violen- tas, como o movimento ludista (ou luddita), no início do século XIX (19). Esse movimento caracterizou-se por uma iniciativa dos operários: a de quebrar máquinas dentro das fábricas como forma de protesto contra as condições de tra- balho. Os que aderiram a ele acreditavam que as máquinas eram responsáveis por não haver emprego para todos. © M a ry E v a n s /D io m e d ia © N M P F T /S c ie n c e & S o c ie ty P ic tu re L ib ra ry /E a s yp ix 9 Atividade 2 MaquinaRia e eMpRego Em grupo, discutam o que compreenderam sobre as condições de trabalho na época da Revolução Industrial. Depois, respondam às seguintes questões: 1. Vocês consideram que a maquinaria era responsável por não haver emprego para todos? Por quê? 2. Quebrar máquinas era um ato contra os equipamentos? Por quê? 3. Existem semelhanças entre o emprego daquela época e o de hoje? Quais? 4. Organizem uma apresentação criativa para os demais colegas. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sdecti). Sociologia: caderno do estudante. Ensino Médio. São Paulo: Sdecti/SEE, 2015. v. 1. 10 Desenvolvimento da indústria no Brasil Apesar da fase que envolveu a extração de ouro e da riqueza gerada por ela, não houve nenhum considerável progresso industrial no País até o século XIX (19). Até a vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, era vetada a instalação de fábricas por aqui. Dessa maneira, considerando que os portos ainda se encontra- vam fechados para o comércio com outras nações, os brasileiros consumiam apenas produtos vindos de Portugal. Mesmo com a chegada de dom João VI (6o) e sua corte, a indústria no Brasil não conseguiu se desenvolver imediatamente. Em 1o de abril daquele ano, a Coroa libe- rou o estabelecimento de indústrias e manufaturas, mas os produtos brasileiros já enfrentavam a concorrência das mercadorias inglesas, que entravam no País sem pagar nenhum imposto. Assim, depois decinto de segurança nem capacete e que qualquer passo em falso seria fatal. Já a segunda fotografia retrata uma garota em linha de produção da indústria têxtil Cheney Silk Mills, em Manchester do Sul, Connecticut, Estados Unidos, em 1924. O retrato foi tirado pelo sociólogo Lewis Hine (1874-1940) e encontra-se em exposição na Biblioteca do Congresso, em Washington, D.C. (EUA). No começo do século XX (20), as crianças compunham uma boa parcela da força de trabalho industrial nos Es- tados Unidos. Esse profissional encontrou na fotografia uma forma de denunciar a exploração do trabalho in- fantil e, entre 1908 e 1924, produziu um vasto material sobre a vida das crianças naquele país. Atualmente, o trabalho do menor de 18 anos, em condições perigosas ou insalubres, é proibido pela legislação traba- lhista brasileira. Fora das áreas de risco à saúde e seguran- ça são permitidos apenas os trabalhos técnicos ou admi- nistrativos. Qualquer trabalho é vedado ao menor de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. Você sabia? A Norma Regulamenta- dora no 15 (NR 15) define quais são as atividades ou operações insalubres. Se quiser saber mais a res- peito, visite o site dispo- nível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 105 http://portal/ http://portal/ Atividade 6 Revelando o tRabalho ii Para finalizar a atividade anterior, reflita sobre o seguinte tema e o transforme em uma redação: “Acidentes de trabalho e proteção do trabalhador pelas leis: Quais desafios devem ser enfrentados?”. A ocorrência de acidentes É fato que em todos os lugares estamos sujeitos a sofrer acidentes. Você deve conhe- cer pessoas que já se acidentaram em casa, nas ruas, no local de trabalho, nas estra- das, não é mesmo? Nesta seção, vamos tratar mais especificamente da prevenção dos acidentes de trabalho. Queremos utilizar as ideias de Leonardo Boff (1938-) para darmos sequên- cia a nossa conversa. Leia as frases a seguir. 106 O grande desafio para o ser humano é combinar trabalho com cuida- do. Eles não se opõem, mas se compõem. (p. 111) O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momen- to de atenção [...]. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro. (p. 37) BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. 18. ed. Petrópolis: Vozes, 2012. Quando um acidente acontece, é muito comum que as pessoas atribuam a causa dele a uma pessoa que foi descuidada. Mas o importante é considerar a organização do trabalho, as formas de prevenção do acidente fornecidas pela empresa e, em particular, o fornecimento pelo empregador de equipamentos de proteção individual (EPI). Atividade 7 pRevenção de acidenteS 1. Leia a seguir a notícia sobre um acidente de trabalho fatal. Acidente com bobina esmaga trabalhador O auxiliar de almoxarifado A.I.A.H., 22 anos, morreu depois de ser atingido por uma bobina de lona de freio, anteontem à tarde, na em- presa F., no Distrito Industrial de Votuporanga. Ele sofreu o acidente de trabalho enquanto carregava um caminhão com as bobinas. O trabalhador chegou a ser socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimen- to Móvel de Urgência), mas não resistiu aos ferimentos e morreu. De acordo com informações da Polícia Civil, H. havia acabado de carregar o caminhão com as peças, que pesam aproximadamente 800 quilos cada uma, no galpão da fábrica, quando uma delas rolou e 107 atingiu o funcionário. Ele sofreu traumatismo no tórax e hemorragia interna. A vítima chegou a ser socorrida pelo Samu, mas morreu a caminho do pronto-socorro. Perícia A Polícia Científica realizou perícia para tentar apon- tar as reais causas do acidente. O laudo deve sair em 30 dias. A polícia aguarda o resultado pericial para abrir inquérito. O corpo foi encaminhado para o Ins- tituto Médico Legal, passou por necropsia e foi en- terrado ontem no cemitério de Tanabi. A diretoria da empresa afirmou ontem que “lamenta” o ocorrido e aguarda o resultado da perícia para se pronunciar sobre o assunto. ACIDENTE com bobina esmaga trabalhador. Diário da Região, 25 abr. 2012. 2. Agora, converse com o colega ao lado sobre as possíveis causas desse acidente e como ele poderia ter sido evi- tado. Escreva suas ideias nas linhas a seguir. A questão da segurança nas empresas é responsabilidade da própria empresa, do empregador. As Comissões Inter- nas de Prevenção de Acidentes (Cipa) têm o papel de fiscalizar o cumprimento de leis e normas que garantam a saúde e a integridade física e mental dos trabalhadores. Toda empresa com mais de 20 empregados deve ter uma Cipa, formada por trabalhadores eleitos pelos colegas. Você pode se aprofundar no assunto consultando o Caderno do Trabalhador 6 – Conteúdos Gerais – “Saúde e segurança no trabalho”. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015 108 http://www.viarapida.sp.gov.br/ Podemos, portanto, afirmar que pelo menos três aspectos precisam ser observados: • o local de trabalho; • os equipamentos; • os trabalhadores. Quanto ao local de trabalho Quando o trabalhador não utiliza os equipamentos de segurança necessários para o exercício da sua atividade profissional, pode-se dizer que está em um ambiente de risco e em uma condição insegura de trabalho. As empresas precisam adotar medi- das que tornem esse ambiente mais seguro. Veja algumas normas a serem seguidas. Sinalização de segurança A Norma Regulamentadora no 26 (NR 26) determina: 26.1 Cor na Segurança do trabalho. 26.1.1 Devem ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes. [...] 26.1.4 O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador. [...] BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 26. Sinalização de segurança. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 109 http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C Prevenção e combate a incêndios Os trabalhadores devem receber treinamento específico para combater qualquer foco ou princípio de incêndio no escritório, no galpão, no estoque etc. É preciso saber evitar que o fogo se inicie e, caso isso não seja possível, é necessário combatê-lo com rapidez e eficiência. Geralmente, os incêndios têm seu princípio em pequenos focos, que, se controlados, podem evitar acidentes maiores, pois até a chegada dos bombei- ros o fogo pode se alastrar rapidamente. Para controlá-los, é preciso ter conhecimen- to sobre a melhor forma de fazê-lo. No seu ambiente de trabalho, você poderá encontrar alguns símbolos com infor- mações quanto ao risco de incêndio. Geralmente, essa sinalização é composta por informações de proibição, de alerta, de orientação e salvamento e de equipamen- tos. Veja a seguir alguns desses símbolos. 1. Sinalização de proibição Código 1 Proibido fumar Código 2 Proibido produzir chama Código 3 Proibido utilizar água para apagar o fogo Código 4 Proibido utilizar elevador em caso de incêndio Il u s tr a ç õ e s : D a n ie l B e n e v e n ti 110 2. Sinalização de alerta Código 5 Alerta geral Código 6 Cuidado, risco de incêndio Código 7 Cuidado, risco de explosãoCódigo 8 Cuidado, risco de corrosão Código 9 Cuidado, risco de choque elétrico Il u s tr a ç õ e s : D a n ie l B e n e v e n ti 111 3. Sinalização de orientação e salvamento Código 12 Saída de emergência Código 13 Saída de emergência Código 14 Saída de emergência Código 15 Saída de emergência Código 16 Escada de emergência Il u s tr a ç õ e s : D a n ie l B e n e v e n ti 112 4. Sinalização de equipamentos Código 22 Telefone ou interfone de emergência Código 23 Extintor de incêndio Código 24 Mangotinho Código 25 Abrigo de mangueira e hidrante Código 26 Hidrante de incêndio Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13434-2. Sinalização de segurança contra incêndio e pânico. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. Il u s tr a ç õ e s : D a n ie l B e n e v e n ti 113 Classes de incêndio, métodos de extinção e extintores Classe e símbolo Tipo de material Exemplos Método de extinção Extintores Sólidos que queimam e deixam resíduos Madeira, papel, tecidos, borracha, carvão Resfriamento água, espuma química e espuma mecânica Líquidos que queimam e não deixam resíduos Gasolina, álcool, diesel, tíner, tinta, graxa, acetona Abafamento Gás carbônico, pó químico seco, espuma mecânica Elétricos que estão ligados a uma rede elétrica Quadros de distribuição, equipamentos elétricos, fios sob tensão Abafamento Gás carbônico, pó químico seco Metais pirofóricos Magnésio, zircônio, titânio, alumínio em pó, antimônio Abafamento Pó químico seco especial Materiais radioativos Césio, urânio, cobalto, tório, rádio Acionar Corpo de Bombeiros 193 Gordura animal e óleo vegetal em estado líquido ou sólido Óleo de cozinha comercial e industrial Abafamento Base alcalina Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas. Brasília: Sest/Senat, 2011. Il u s tr a ç õ e s : D a n ie l B e n e v e n ti 114 Quanto aos equipamentos Os equipamentos de proteção podem ser de uso coletivo ou individual. Equipamentos de proteção coletiva (EPC): destinados à proteção dos trabalhado- res nos locais de trabalho. Esses equipamentos são de uso coletivo, como: circulado- res de ar, hidrantes, mangueiras, detectores de fumaça, entre muitos outros. Equipamentos de proteção individual (EPI): o item 6.1 da NR 6 considera que EPI é todo dispo- sitivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos susce- tíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Capacete: equipamento de proteção de trabalha- dores que deve ser sempre utilizado onde houver risco de queda de materiais ou produtos, como na construção civil ou em armazéns. Óculos de segurança: utilizados para proteger os olhos contra a luz (radiação luminosa) ou estilhaços, em locais onde existam tais riscos. Protetores auriculares: equipamentos colocados nos ouvidos em locais de trabalho com ruídos que estejam acima de 85 decibéis, evitando assim co- locar em risco a audição dos trabalhadores. © H e lg a /A la m y /G lo w I m a g e s © h o m e s tu d io /1 2 3 R F © S e rg e y S k le z n e v /1 2 3 R F D a n ie l B e n e v e n ti 115 Máscara respiradora: utilizada em locais onde existam concentrações perigosas de poeiras, gases e trabalhos com tintas, principalmente micropul- verizadas. Botinas ou sapatos: o uso desses equipamentos visa proteger os pés do trabalhador. Existem vários modelos, dependendo do tipo de piso onde se exer- ce a atividade profissional. Luvas de segurança: na realização de trabalhos de transferência de paletes, arrumação ou manuseio de cargas. A Norma Regulamentadora no 11 (NR 11) determina os requisitos de segurança que devem ser observados nos locais de trabalho, em relação ao transporte, à mo- vimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, com o fim de prevenir acidentes. Quanto às pessoas Não bastam locais seguros e equipamentos adequados para que os acidentes não ocorram. É fundamental que as pessoas que trabalham nesses locais este- jam capacitadas, orientadas e aptas para garantir a segurança individual e coletiva. No caso dos assistentes administrativos, que trabalham muito tempo sentados e em frente ao computador, é importante atentar para a correta postura ergonômica. • O topo da tela do computador deve ficar ao nível dos olhos e sua distância deles deve ser por volta de 45 cm a 70 cm, ou seja, a distância de um braço. • Os ombros e braços devem ficar de forma relaxada, enquanto a cabeça e o pes- coço devem ficar retos em relação à tela e ao corpo. © P a u lo S a v a la © V ik to r K o s e v /1 2 3 R F © P a u lo S a v a la 116 • As costas precisam estar apoiadas no encosto da cadeira; se for o caso, colocar um suporte para que isso aconteça. 1 – Linha de visão horizontal na postura ereta 2 – Regulagem do ângulo vertical do monitor (antirreflexo) 3 – Campo de visão para leitura do vídeo 4 – Apoio dos punhos 5 – Apoio dos braços 6 – Regulagem da altura do monitor 7 – Ângulo formado entre o braço e o antebraço próximo a 90° 8 – Ajuste do encosto 9 – Apoio para os pés 10 – Regulagem da altura do assento • Os punhos devem estar em posição neutra com relação ao teclado, ou seja, a al- tura da cadeira ou do apoio do teclado precisa estar de forma a garantir que os antebraços, os punhos e as mãos fiquem retos. • O mouse deve ficar na mesma altura do teclado. • Ao mesmo tempo, os cotovelos devem ficar junto ao corpo e não esticados para a frente ou para trás. De preferência, a cadeira deve ter apoios para os braços, na altura dos cotovelos. 1 2 3 5 4 6 7 8 9 10 © H u d s o n C a la s a n s 117 • As pernas precisam ficar retas, fazendo um ângulo um pouco maior que 90 graus com o quadril, isto é, um pouco inclinadas em relação a ele. • A dobra dos joelhos não deve ficar rente ao assento, e sim manter um pequeno espaço da cadeira. • Por fim, os pés devem ficar apoiados no chão ou em um descanso para os pés. Outra coisa muito importante é fazer intervalos e, se possível, em alguns momentos, realizar exercícios de relaxamento ou alongamento dos músculos, como apresenta- do a seguir. • Incline a cabeça para um lado e para o outro, puxando-a com uma das mãos enquanto mantém o outro braço estendido para baixo. • Junte as mãos abertas, dedo com dedo, e as movimente para baixo. F o to s : © M a ri o H e n ri q u e /L a ti n s to c k 118 • Em pé, realize movimentos giratórios com os ombros, para a frente e para trás. • Com uma das mãos, puxe o cotovelo para trás até sentir que a musculatura do braço se alongou. Repita o movimento com o outro braço. • Gire as mãos em círculos, primeiro para um lado e depois para o outro. F o to s : © M a ri o H e n ri q u e /L a ti n s to c k 119 • Com a palma de uma das mãos, estique os dedos da outra mão para trás e os mantenha assim por alguns segundos. Repita o movimento com a outra mão. • Com o auxílio da outra mão e os braços esticados, dobre o punho para baixo. Repita o movimento com o outro braço. • Incline a cabeça para a frente, para um lado, para tráse finalmente para o outro lado, como se a estivesse rodando. F o to s : © M a ri o H e n ri q u e /L a ti n s to c k 120 Em relação à aquisição, utilização e manutenção dos EPI, a NR 6 estabelece as responsabilidades do empregado e empregador: 6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI: a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; b) exigir seu uso; c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e, g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. [...] 6.7 Responsabilidades do trabalhador. [...] 6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI: a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; 121 b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e, d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 6. Equipamento de proteção individual – EPI. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. A importância do conhecimento legal Todo trabalho implica responsabilidades, inclusive legais, podendo até mesmo re- sultar em punições rigorosas previstas por lei, caso não sejam observadas. Veja o exemplo da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. BRASIL. Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. Penalidades trabalhistas Para o empregador: caso a empresa deixe de fornecer os equipamentos de seguran- ça necessários, pode ser punida com multa e até mesmo interdição da empresa. Para o empregado: a não utilização dos EPI pelo empregado pode levar ao recebi- mento de advertências (verbais e por escrito), chegando até a causar sua demissão, no caso de repetição de tal comportamento. Nesse caso, a demissão acontece por justa causa, visto que a não utilização do EPI é considerada falta grave, conforme previsto no artigo 482 das Consolidações das Leis do Trabalho (CLT). Atividade 8 SeguRança no tRabalho 1. Observe a charge a seguir. 122 http://portal.mte.gov.br/data/files/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del4657compilado.htm Tradução: Eloisa Tavares 2. Agora, leia o que aponta o educador Paulo Freire: As qualidades ou virtudes são construídas por nós no esforço que nos impomos para diminuir a distância entre o que dizemos e o que faze- mos. Este esforço, o de diminuir a distância entre o discurso e a prá- tica, é já uma dessas virtudes indispensáveis – a da coerência. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. p 65. 3. Responda: a) Qual é a relação que se pode estabelecer entre a frase de Paulo Freire e a charge? C la y B e n n e tt /© 1 9 9 9 T h e C h ri s ti a n S c ie n c e M o n ito r (w w w .C S M o n it o r. c o m ). R e p ri n te d w it h p e rm is s io n . 123 b) Qual é, em sua opinião, a importância da coerência, do cuidado e do exemplo nas atitudes e ações das pessoas em relação à segurança e prevenção de acidentes no trabalho? 4. Reúna-se com três colegas e compare suas respostas com as deles. Registre as conclusões do grupo nas linhas a seguir. 124 Integração entre linguagem verbal e não verbal Para integrar tudo o que você viu nesta Unidade, pense em um capítulo de novela que você viu. Nas cenas, quem está assistindo (o espectador) ouve a fala das perso- nagens (e, em alguns momentos, a música de fundo), vê o cenário, a iluminação do ambiente, as vestimentas, a movimentação dos atores, seus gestos e suas expressões. Todo esse conjunto contribui para que o espectador atribua um significado à histó- ria e consiga dar sentido à cena que vê. Estamos lidando, nesse caso, com linguagem verbal e linguagem não verbal. Entre a linguagem verbal e a linguagem não verbal é possível afirmar que há integração, uma influenciando a outra. Atividade 9 uMa iMageM vale MaiS do que Mil palavRaS? 1. Observe com atenção a obra As respigadeiras, de Jean-François Millet: Jean-François Millet. As respigadeiras, 1857. Óleo sobre tela, 83,5 cm x 110 cm. Museu d’Orsay, Paris, França. © A lb u m A rt /P ri s m a /L a ti n s to c k 125 a) Qual sua impressão sobre a obra? b) Quais são as cores que predominam na obra? c) O que se destaca na cena? d) Agora, note bem as vestimentas das mulheres. O que essas roupas podem nos indicar? e) Por que as mulheres que aparecem na obra estão curvadas? 126 Se ainda tiver dúvidas sobre questões relacionadas à escrita e à Língua Portuguesa, retome o Caderno do Trabalhador 7 – Conteúdos Gerais – “Ler e conhecer” e o Caderno do f) “Respigar” quer dizer catar os restos do que sobrou da colheita. Essa era uma atividade das camponesas, na França, no século XIX (19), que dependiam da respiga para sobreviver. Essas mulheres recebiam au- torização para passar rapidamente antes do pôr do sol pelos campos ceifados para recolher algumas es- pigas que sobravam, depois da ceifa. Essas informa- ções mudam sua primeira interpretação da obra? Em que sentido? Trabalhador 3 – Conteúdos Gerais – “Comunicar é preciso” (disponíveis em: ; acesso em: 25 mar. 2015). Esse material traz informações que o auxiliarão a ampliar seus conhecimentos sobre comunicação, orientando essa importante atividade do assistente administrativo: se comunicar, por meio da linguagem verbal e da linguagem escrita, dentro da empresa. g) Existe um dito popular que afirma que uma imagem vale mais que mil palavras. O que você acha? A aná- lise da obra de Millet ajuda a responder a essa questão? Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Arte, Inglês e Língua Portuguesa: 6o ano/1o termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2011. Uma boa dica para aprimorarmos a nossa comunica- ção está na leitura. Por meio da leitura, podemos ex- perimentar sentimentos, sensações e situações que jamais viveríamos na realidade, e esse conhecimento nos torna melhores, nos humaniza e amplia nosso repertório cultural. 127 http://www.viarapida.sp.gov/ A história da ocupação Quem é o assistente administrativo hoje? Assistente administrativo e mercado de trabalho atual Funcionamento e organização do setor administrativo O fenômeno da globalização Comunicaçãoverbal e escrita e a linguagem não verbal www.viarapida.sp.gov.br 128 http://www.viarapida.sp.gov.br/ IIº DEPARTAMENTO PESSOAL CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL 1. INTRODUÇÃO As empresas precisam de funcionários para desenvolver suas atividades. Estes funcionários são de grande importância para que a empresa possa chegar a seus objetivos, pois a empresa será mais eficaz quanto mais eficaz forem às pessoas que a compõe. De nada adianta a empresa dispor de ótimos recursos materiais como máquinas, equipamentos, dinheiro, etc., se não possuir recursos humanos capacitados e motivados para utilizá-los. Procuramos tratar objetivamente das Rotinas Diárias no Trabalho do Departamento Pessoal das Empresas e dos Escritórios de Contabilidade, facilitando a escolha de procedimentos e recursos que ajudem a solucionar problemas, que porventura, surjam no dia-a-dia do trabalho profissional. 2. FUNÇÃO DO DEPARTAMENTO DE PESSOAL Para conseguir bons recursos humanos, a empresa deve: − recrutar e selecionar pessoas com aptidões desejadas; − desenvolver essas aptidões individuais mediante programas de treinamento; − motivar os empregados por meio de incentivos. O setor responsável por essas atividades chama-se: − Departamento de Pessoal; − Departamento de Recursos Humanos; ou − Seção de Pessoal. A opção pelos nomes acima apresentados fica a critério da empresa, combinando com sua dimensão e sistema de divisão interna. As principais rotinas de um departamento pessoal: ‹ Carteira de Trabalho ‹ Principais cálculos e descontos da folha de pagamento ‹ Férias e 13º Salário ‹ INSS e FGTS ‹ Imposto de Renda ‹ Rescisão de Contrato,etc. 3. EMPREGADO E EMPREGADOR A Lei é hierarquicamente superior a qualquer outra fonte do direito do trabalho e sempre deverá prevalecer. A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) A consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi criada pelo presidente Getúlio Vargas no dia 10 de novembro de 1943. Sua adoção garantiu muitos direitos trabalhistas, mas a legislação causa muita polêmica hoje. O Gerenciamento de Recursos Humanos em uma empresa não é dos mais simples, mas existem maneiras de torná-lo mais "leve" para o gerente ou proprietário; uma delas é selecionar e recrutar bem os funcionários. Isso porque, quanto melhor for o sistema de seleção, menores são as 130 chances de futuros problemas com os novos funcionários. CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL 4. PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO COMO SELECIONAR Para selecionar eficientemente os funcionários é necessário que, em primeiro lugar, se saiba com clareza, que tipo de profissional se está procurando, o que significa traçar o perfil do futuro funcionário. Para isto, basta listar as características desejáveis e/ou não desejáveis desse perfil. Nesse sentido, quando se está à procura de um novo atendente, por exemplo, devem-se analisar alguns pontos, como:- sexo (homem ou mulher); - grau de escolaridade; - nível de experiência; - distância entre a residência e a empresa; - faixa salarial; - número de dependentes. Visto isso, é preciso lembrar que o processo de seleção e recrutamento envolve etapas que merecem também uma atenção especial. Elaboração de Anúncios O anúncio referente à vaga disponível na empresa deve ser feito nos veículos de divulgação mais utilizados em sua região (jornal, sites, etc.), detalhando-se o "perfil" de colaborador que interessa à empresa. Auxiliar Contábli – (M /F). para Construtora. 3º Grau, experiência para Lançamentos contábeis, conciliação e fechamento de balanço. Sal. Inicial R$ 750,00 Auxiliar Admni istrativo – (M / F). para Construtora. 2º Grau, experiência em licitação / pregões, Pinhão - Pr,. Sal. Inicial R$ 500,00 Comparecer nesta 2ª feira, à Rua Escorrega Lá vai um, 64 – Centro – Fone 3000-9999 Comparecer nesta 2ª feira, à Rua Cai Cai Balão, 02 – Centro – Fone 3011-9888 Um anúncio de jornal, para atingir seus objetivos, deve conter os seguintes itens: − o título do cargo ou função – auxiliar de departamento pessoal, gerente, auxiliar de contabilidade, etc.; − os requisitos exigidos – sexo:masculino ou feminino (a vaga deve ser oferecida para os dois sexos – não pode haver discriminação quando ao sexo – art. 3º e 5º CF/88) escolaridade, experiência anterior, etc.; − as características da empresa – tipo de empresa, localização, horário de trabalho, etc.; − o que oferece – salário, benefícios e outras vantagens; − forma de contato – aonde ir, a quem procurar, em qual horário, etc. 131 CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Avaliação É preciso também fazer uma prévia avaliação dos currículos enviados e, a partir deles, selecionar os que mais se enquadram no perfil estabelecido para, então, partir para a etapa de entrevistas. Em geral, as empresas utilizam os seguintes instrumentos: − Formulário de Solicitação de Emprego; − Currículos enviados. O Formulário de Solicitação de emprego, é uma ficha que os candidatos à vaga deverão preencher, pois o objetivo é escolher o candidato mais adequado. Auxiliar de Pessoal R$ 320,00 R$ 450,00 Redução do quadro ANTEPENULTIMO PENÚLTIMO / / EMPREGO ATUAL OU ÚLTIMO 17/ 06 / 04 a 22 / 06 / 06 AJK Ferragens Ltda Rua dos Pássaros, 55 Período Dia /Mês/ Ano Empresa Endereço Fone Cargos Ocupados Salário Inicial Salário Final Motivo da saída SITUAÇÃO PROFISSIONAL Duração Completou Cursando Horário Curso Sim Ano Não que ano Estabelecimento Curso SITUAÇÃO EDUCACIONAL Com quanto? Precisa ajudar seus pais ou outros dependentes financeiramente? Trabalha Trabalha Vive com o esposo Quantos trabalham? Profissão do Lar Quantos estão estudando? Filhos casados? Quantos? Profissão Pedreiro Profissão do Lar Contato Acima Fone (41) 3666-9988 SITUAÇÃO FAMILIAR Nacionalidade Brasileira Nacionalidade Brasileira Trabalha Menores de 14 anos Quantos? Nome do Pai Jose Oliveira Silva Nome da Mãe Maria José Silva Nome do (a) esposo (a) Jussara Silva Nº de filhos Maiores Menores Cidade Colombo CEP 85000-000 Apto Estado Civil Casado Data de Nascimento 23/08/1979 Nº 25 Local de Nascimento Tijucas do Sul / Paraná Idade 28 Sexo Masculino Nome José de Oliveira Silva Nacionalidade Brasileira Endereço Rua das Gaivotas Bairro Monte Castelo CANDIDATO R$ 450,00 Pretensão Salarial Cargo para o qual se candidata AUXILIAR DE PESSOAL SOLICITAÇÃO DE EMPREGO 132 CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Entrevista A entrevista pode ser um pouco impessoal, a fim de conseguir certo relaxamento do entrevistado e, assim, conhecê-lo melhor. É necessário questionar as informações apresentadas no currículo e pedir um detalhamento delas, como experiência profissional adquirida, escolaridade e cursos diversos. ‹ Para isso, fazem-se perguntas abordando os seguintes aspectos: para verificar se o candidato já trabalhou; quantas vezes mudou de emprego e quais os motivos da mudança; sua experiência profissional. − para verificar se o candidato estuda, separou de estudar e, se for o caso, por que isso ocorreu; se − pretende continuar estudando; de quais matérias mais gosta. − para verificar o que o candidato espera da empresa e o que pretende dar-lhe em troca. − para verificar se o relacionamento do candidato com a família e os amigos é bom; − seus principais interesses: esporte, música, leitura, cinema, teatro, etc. Testes É sempre interessante fazer um teste escrito com o candidato à vaga para conhecer suas agilidades, inteligência e raciocínio. Mesmo que não sejam feitas provas específicas para o candidato, é possível que, pelo menos, seja requerida uma redaçãono estilo dissertação sobre assuntos diversos, sobre o próprio candidato (seu interesse na vaga em aberto, suas experiências anteriores, seus planos, metas e aspirações) ou sobre um tema atual (guerra, crise do petróleo e eleições). Descreva resumidamente sua experiência profissional Como tomou conhecimento da vaga? Responsabilizo-me pela veracidade das informações por mim prestadas neste formulário. Curitiba 15 agosto 07 José de Oliveira Silva , de de . 133 CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL ’ Para verificar, por exemplo, se os candidatos possuem aptidões para atuar na área de , podem ser utilizados os seguintes testes: − redação de um texto: para verificar se o candidato redige de forma compreensível e correta; − exercícios aritméticos: para verificar se o candidato sabe solucionar questões e problemas com a utilização das quatro operações e de cálculos de percentagem e juros; − questões de conhecimentos gerais: para verificar o grau de conhecimento geral do candidato; − conhecimentos básicos de informática e utilização do equipamento; − testes psicológicos: esse tipo de teste exige a participação de um psicólogo no processo de seleção. Os testes psicológicos são optativos: de acordo com os interesses da empresa em relação ao selecionado. Procura-se verificar, principalmente, as aptidões mentais do candidato, isto é, a inteligência, a memória e a atenção. Faça sua parte: é preciso avaliar cuidadosamente os currículos, as entrevistas e os testes, traçando as características do funcionário que mais se adequar ao perfil da vaga. Assim, será possível conhecer melhor os candidatos e selecionar com maior precisão o colaborador ideal. 5. DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA ADMISSÃO DE EMPREGADOS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA ADMISSÃO DO FUNCIONÁRIO: Para que se faça possível à admissão de empregado, torna-se indispensável que ele possua e apresente, no Departamento de Pessoal, a seguinte documentação, que é obrigatória, conforme normas do Ministério do Trabalho: a) Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS; b) Atestado de Saúde Ocupacional – ASO; c) Título de eleitor, para os maiores 18 de anos; d) Certificado de reservista ou de alistamento militar; e) Certidão de nascimento, casamento ou Carteira de Identidade – RG, conforme o caso; f) Cartão de Identificação do Contribuinte – CIC/CPF; g) Documento de Inscrição no PIS/PASEP – DIPIS, ou anotação correspondente na CTPS; h) Cópia da certidão de nascimento de filhos menores de 14 anos, para fins de recebimento de salário-família; i) Cartão da Criança, que substitui a carteira de vacinação; j) Comprovante de endereço; k) 2 fotos 3x4. RETENÇÃO DOS DOCUMENTOS – PROIBIÇÃO Não é permitida a retenção de qualquer documento de identificação pessoal, mesmo que apresentado por xerocópia autenticada, inclusive de comprovante de quitação com o serviço militar, título de eleitor, CTPS, registro de nascimento, certidão de casamento, comprovante de naturalização e carteira de identidade de estrangeiro. Portanto, é recomendável que a entrega, pelo empregado, dos documentos citados, bem como a respectiva devolução, sejam feitas com contra-recibo. 134 CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL PREENCHIMENTO DE DOCUMENTOS ’ Em posse dos documentos deve-se: a) Efetuar as anotações e devolvê-la no prazo máximo de 48 horas; b) Preencher o livro ou ficha de registro de empregados; c) Formalizar o contrato de trabalho e, caso haja cláusulas específicas que rejam o vínculo empregatício e registrá-la na CTPS; d) Preencher a ficha de salário família; e) Celebrar acordo coletivo com o sindicato da categoria; f) Preencher a declaração de dependentes para fins de Imposto de Renda; g) Preencher a ficha referente ao Programa Controle Médico de Saúde; h) Cadastramento no PIS; i) Incluir o nome do empregado no cadastro de Empregados e Desempregado – CAGED. SIGNIFICADO DE ALGUNS DOCUMENTOS ‹ Registro Geral, Cédula de Identidade; ‹ : Cadastro de Pessoa Física; ‹ : Carteira de Trabalho e Previdência Social; ‹ : Programa de Integração Social; ‹ Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público. 135 CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL MODELO FICHA DE REGISTRO DE EMPREGADO MODELO DE ENTREGA E DEVOLUÇÃO CTPS Assinatura do Empregador Carteira Profissional nº 0005542 Série 0000/10 . Nome: (00001) JOSILDO DE TAL Recebemos a Carteira Profissional supra discriminada para atender as anotações e que será devolvida dentro de 48 horas, de acordo com a Lei em Vigor Curitiba, 15 de AGOSTO de 2007. Decreto Lei nº 229 de 28/02/1967 (Alterando o Art.29 da Lei 5.452 CLT) Empresa: MODELO DE INFORMAÇÃO LTDA RECIBO DE ENTREGA DE CARTEIRA PROFISSIONAL PARA ANOTAÇÕES 136 CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Observação: Relativo aos Comprovantes de entrega e devolução da CTPS, os funcionários devem entregar a CTPS à empresa e esta devolvê-la em 48 horas, mediante recibo. O Setor de Pessoal deverá verificar se há o comprovante de entrega e devolução da CTPS na ocasião da admissão, na saída para férias e na saída do funcionário da empresa. PIS / PASEP 5.7.1 CADASTRAMENTO Para participar do PIS, é necessário que o empregado esteja devidamente cadastrado. Em caso negativo, a empresa, por ocasião da admissão, deve proceder ao respectivo cadastramento, que deverá ser efetuado mediante o preenchimento do DCT – Documento de Cadastramento do Trabalhador. Assinatura do Empregado Carteira Profissional nº 0000000 Série 0000/ . Nome: (00001) JOSILDO DE TAL Recebi a devolução da Carteira Profissional supra discriminada com as respectivas anotações. Curitiba, 16 de AGOSTO de 2007. Decreto Lei nº 229 de 28/02/1967 (Alterando o Art.29 da Lei 5.452 CLT) Empresa: MODELO DE INFORMAÇÃO LTDA COMPROVANTE DE DEVOLUÇÃO DA CARTEIRA PROFISSIONAL 137 CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL 5.8 RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS – RAIS A RAIS constitui uma das obrigações relativas ao PIS / PASEP. Deve ser apresentada, anualmente, por meio de formulários impressos, fitas magnéticas ou disquetes de processamento de dados, a critério do empregador. A entrega da RAIS acontece anualmente, nos meses de fevereiro e março, até os dias- limites fixados pela CEF. Por intermédio da RAIS, acontece a participação do empregado no “Fundo PIS / PASEP”. A omissão de dados na RAIS, por parte do empregador, prejudicará o empregado nesse pagamento. 6. EXAME MÉDICO PCMSO O empregado deve passar por exames médicos antes de ser admitido, o médico será indicado pela empresa, o médico irá emitir um documento chamado Atestado de Saúde Ocupacional de acordo com o PCMSO. PCMSO Significa (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) Artigo 168 da CLT: Será Obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições estabelecidas neste artigo. Durante o seu desenvolvimento, o PCMSO tem por objetivo: “A prevenção e preservação da saúde do conjunto dos trabalhadores da empresa”. ’ Visando a atingir seus objetivos, todos os empregados deverão realizar, obrigatoriamente, os seguintes exames médicos: − Admissional - na admissão do funcionário é obrigatório o exame médico admissional; − Periódicos - a cada ano ou em intervalos menores (normalmente é semestral) para trabalhadores expostos a riscos; − Demissional - na saída do funcionário da empresa é obrigatório o exame médico demissional. 138 CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL – ASO (emitido pelo médico). 7. REGISTRO NA EMPRESA O empregado deve ser registrado logo no primeiro dia de trabalho, seja estagiário, experiência, por tempo determinado ou indeterminado. Em todas as atividades será obrigatório para o empregador o registro dos respectivosfuncionários. Podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo ministério do trabalho. DADOS NECESSÁRIOS PARA O REGISTRO − Dados de identificação do funcionário; − Dados da Carteira de Trabalho (CTPS); − Cargo; − Data de Admissão e Demissão; − Salário e forma de pagamento; − Local e horário de trabalho; − Sobre férias; − Banco para depósito do FGTS e número de cadastramento no PIS/PASEP. 139 CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL CARTEIRA DE TRABALHO Carteira de trabalho é o documento que identifica o trabalhador. Nela são anotados todos os dados referentes à sua vida profissional: data da admissão e da demissão, conta do F.G.T.S., férias, promoções, salários, etc. É um documento fundamental, pois é obrigatório para o exercício de qualquer emprego, inclusive de natureza rural, temporário ou para trabalhar por conta própria em qualquer atividade profissional remunerada. Para tirar a carteira de trabalho, basta que a pessoa tenha mais de dezesseis anos e procure um órgão do Ministério do Trabalho ou a Secretaria de Trabalho. Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS do empregado: O empregado apresentará a CTPS para o empregador que o admitir, entregando-lhe recibo desta obtenção para efetuar as anotações e devolvê-la no prazo máximo de 48 horas; Anotações ‹ A data de admissão; ‹ O cargo; ‹ A remuneração e as condições especiais se houver. Carteira de Trabalho é um documento muito importante, tem como função registrar todas as empresas onde você trabalhou e os cargos que ocupou. A Carteira de Trabalho e Previdência Social é hoje, por suas anotações, um dos únicos documentos a reproduzir com tempestividade a vida funcional do trabalhador. Assim, garante o acesso a alguns dos principais direitos trabalhistas, como seguro-desemprego, benefícios previdenciários e FGTS. 140 CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Preenchimento da Carteira de Trabalho Carteira de Trabalho: É facultativa a adoção de sistema de preenchimento manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho. Preenchimento do Contrato de Trabalho: Nesta página devem constar os dados do empregado (empresa) e as informações referentes à admissão do empregado como: cargo, data de admissão, remuneração entre outras informações. Alterações de Salários: Deve ser anotado sempre que o empregado tiver aumento de salário ou alteração de função. 17 141 18 CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Anotações Gerais: Como o próprio nome diz, esta página pode ser utilizada em diversas situações: − Contrato de experiência (se existir); − Contrato de inscrição no PIS; − Contrato por prazo determinado; − Afastamentos (ex: doenças, licença maternidade) entre outras; − Contribuição Sindical - é uma taxa anual, obrigatória, paga pelo trabalhador ao sindicato de sua categoria profissional. O desconto da Contribuição deve ser realizado todo mês de março e corresponde a 1 dia de trabalho, independente da forma de remuneração. Anotações de Férias: Anotar o período em que o empregado gozou suas férias. FGTS: Fundo de Garantia por Tempo de Serviço: Todo trabalhador tem direito ao FGTS até o dia 7 de cada mês, no valor de 8% da remuneração paga ao funcionário. A empresa deverá depositar em uma conta vinculada (não pode ser movimentada pelo empregado), em um banco escolhido por ela, no qual terá obrigação de enviar à Caixa Econômica Federal, que controla o FGTS. Sendo assim todos os dados correspondentes a esta ação devem ser anotados na Carteira de Trabalho na página do FGTS. 7.3 CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO Contrato Individual é o acordo tácito ou expresso, verbal ou escrito, por prazo determinado ou indeterminado, que corresponde a uma relação de emprego, que pode ser objeto de livre estipulação dos interessados em tudo quanto não contravenha as disposições de proteção do trabalho, às convenções coletivas que lhe seja aplicável e as decisões de autoridades competentes. Caracteriza-se toda vez que uma pessoa física prestar serviço não eventual a outra pessoa física ou jurídica, mediante subordinação hierárquica e pagamento de uma contraprestação denominada salário.(CLT, arts. 442 e 443, caput) 142 19 CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Contrato por prazo Indeterminado Este é um contrato comum que não existe período pré-definido, normalmente, quando acaba a vigência do contrato de experiência, não havendo dispensa por parte do empregador, nem o desejo de ser dispensado por parte do empregado, entra-se no período de contrato por tempo indeterminado. Contrato por prazo Determinado O contrato por prazo determinado é um contrato normal, porém com o período definido. Com a Lei 9.601/98 instituiu o contrato por prazo determinado com duração máxima de dois anos, exclusivamente para atividade de natureza transitória. Duração: no máximo de dois anos. Prorrogação: Só poderá ser prorrogado uma vez, e no máximo para dois anos, se ultrapassar o prazo de dois anos o contrato passará a ser contrato por prazo indeterminado. Intervalo para o novo contrato: Mínimo de 6 meses para ser renovado o contrato. Rescisão: Art. 479 da CLT. Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, a metade, da remuneração a que teria direito até o término do contrato. Art. 480 da CLT Havendo termo estipulado, o empregado não poderá se desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que deste fato lhe resultarem. Contrato de Experiência O contrato de experiência é uma modalidade do contrato por prazo determinado, cuja finalidade é a de verificar se o empregado tem aptidão para exercer a função para a qual foi contratado. Da mesma forma, o empregado, na vigência do referido contrato, verificará se adapta à estrutura hierárquica dos empregadores, bem como às condições de trabalho a que está subordinado. Todo empregado em experiência deve ser registrado na empresa e ter sua Carteira de Trabalho anotada. Duração: Conforme determina o artigo 445, parágrafo único da CLT, o contrato de experiência não poderá exceder 90 dias. Prorrogação: O artigo 451 da CLT determina que o contrato de experiência só poderá sofrer uma única prorrogação, sob pena de ser considerado contrato por prazo indeterminado. Desta forma, a prorrogação do contrato de experiência não poderá ultrapassar 90 dias, e nem sofrer mais de uma prorrogação. 143 20 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Exemplo 1: − No primeiro exemplo, atingimos o máximo em vigência de contrato de experiência 90 (noventa) dias, com uma prorrogação. − No segundo exemplo, não atingimos o máximo de vigência de contrato de experiência, mas, como é permitida somente uma prorrogação, o prazo máximo, neste caso, é de 60 (sessenta) dias. Sucessão de Novo Contrato: Para celebração de novo contrato de experiência, deve-se aguardar um prazo de 6 meses, no mínimo, sob pena do contrato ser considerado por tempo indeterminado. Cumpre-nos lembrar que novo contrato justifica-se somente para nova função, uma vez que não há coerência alguma em se testar o desempenho da mesma pessoa na mesma função antes testada. Rescisão: Art. 479 da CLT. Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, a metade, da remuneração a que teria direito até o término do contrato. Contrato de experiência = 45 dias Prorrogação = 45 dias Total= 90 dias Exemplo 2: Contrato de experiência = 30 dias Prorrogação = 30 dias Total = 60 dias 144 http://www.paulodantas.com.br/ 21 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Modelo Contrato de Experiência CONTRATO DE EXPERIÊNCIA Empresa: MODELO DE INFORMAÇÃO LTDA Empregado: JUCA DA SILVA CTPS nº.: 54566 / 0010 PIS nº.: 122.78573.06.4 1. O EMPREGADO (A) prestará serviço na função de AUXILIAR DE ESCRITÓRIO, tendo inclusive outras tarefas determinadas pela empresa, desde que compatíveis com suas atribuições. 2. LOCAL DE TRABALHO: RUA ESCORREGA LÁ VAI UM, 64, na cidade de CURITIBA, podendo ser transferido quantas vezes for preciso para qualquer ponto do País. 3. HORÁRIO DE TRABALHO: SEGUNDA A QUINTA: 08:00 AS 12:00 – 13:00 AS 18:00 Sexta: 08:00 as 12:00 – 13:00 as 17:00 Podendo ser alterado quantas vezes for preciso par qualquer horário. Os intervalos de alimentação serão fixados, e poderão ser livremente alterados pela empresa. 4. Perceberá o EMPREGADO (A) a remuneração de R$ 420,00 (QUATROCENTOS E VINTE REAIS) por horas trabalhadas, sendo o pagamento efetuado mensalmente. 5. O EMPREGADO (A) pagará todos os prejuízos que causar à empresa mesmo por motivo de falta de cuidado. 6. Ficam autorizados os seguintes descontos decorrentes de adiantamentos para seguro de vida, convênio farmácia, convênio médico e odontológico, convênio com lojas, convênio com mercados, vale alimentação. 7. O EMPREGADO (A) se comprometa a usar os equipamentos de segurança e uniformes fornecidos, sob pena de ser punido (a) por falta grave nos termos da Legislação vigente e demais disposições inerentes à Segurança e Medicina do Trabalho. 8. Este contrato tem início na data da assinatura, terminando em 16 / 01 / 2007 Se o contrato continuar após essa data, considerar-se-á prorrogado automaticamente para 17 / 03 / 2007 . 9. Opera-se a rescisão de contrato pela decorrência do prazo ou por vontade de uma das partes; fica esta obrigada a pagar 50% dos salários devidos até o final (metade do tempo combinado restante), nos termos do artigo 479 de CLT. Nenhum aviso prévio é devido pela rescisão do presente Contrato. 10. Permanecendo o EMPREGADO (A) a serviço da empregadora após o término da experiência, continuarão em vigor as cláusulas constantes deste contrato, passando a ser por prazo indeterminado. MONTES CLAROS, 18 de DEZEMBRO de 2017 . _ _ Empregador Empregado Testemunhas: _ 1ª _ 2ª 145 http://www.paulodantas.com.br/ 22 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL 8. OUTRAS FORMAS DE CONTRATAÇÃO CONTRATAÇÃO DE MENOR Considera-se menor, para efeitos do Direito do Trabalho, o trabalhador de 14 a 18 anos de idade (artigo 402 da CLT), sendo proibido qualquer trabalho menor de 16 anos, exceto na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. (CF, art. 7º, XXXIII, Emenda Constitucional 20/98 e Lei 10.097/2000 que alterou o art. 403 da CLT). Menores de 18 anos dependem de autorização dos seus representantes legais para contratar, devendo assisti-lo em todos os documentos referentes à admissão e rescisão, do contrario não terão validade (não tem capacidade plena para os atos da vida civil). É proibido o trabalho menor nas seguintes condições (CLT, arts 403 a 405). − Em horário noturno; − Em locais e serviços perigosos ou insalubres; − Em locais e serviços prejudicais a sua moralidade; − Em atividade que exija força muscular acima de 20 kg para trabalho continuo ou 25 kg para trabalho ocasional; O menor se sujeita á jornada normal de 8 horas diárias e 44 semanais, permitida a compensação de horas, mediante acordo ou convenção coletiva. (CLT, arts. 411 a 413). CONTRATAÇÃO DE ESTAGIÁRIO O Estágio é o período de tempo em que o estudante exerce sua profissão mediante a prática e o aperfeiçoamento de ensinamentos teóricos ministrados na escola. A lei que regula os estágios remunerados de estudantes de 2º (segundo) e 3º (terceiro) graus é a Lei nº. 6.494, de 07 de dezembro de 1977. Vínculo empregatício / Remuneração “A realização do estágio remunerado não acarretará vínculo empregatício de qualquer natureza”. O comprovante da inexistência de vínculo empregatício é a celebração do Termo de Responsabilidade, entre a concedente (empresa), interveniente (instituto de ensino) e o estagiário (estudante). Sobre a remuneração paga ao estagiário não incidem encargos previdenciários, sendo, no entanto obrigatório à concedente contratar apólice de seguro para garantias ao estagiário durante o período de estágio. 146 http://www.paulodantas.com.br/ 23 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Termo de Compromisso de Estágio ACORDO DE COOPERAÇÃO E TERMO DE COMPROMISSO DE ESTÁGIO (Instrumento Jurídico de que tratam o Artigo 5º e o Parágrafo 1º do Artigo 6º do Decreto 87.497/82, que regulamentou a Lei 6.494/77). ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----------------- Aos 05 dias do mês de julho de 1.999, na cidade de Curitiba/Pr., neste ato as partes a seguir nomeadas: INSTITUIÇÃO DE ENSINO FACULDADE: Endereço: Bairro: Curitiba – Paraná CEP: Fone: e-mail: CNPJ / MF: Representada por: Cargo: UNIDADE CONCEDENTE EMPRESA: EMPRESA MODELO DE INFORMAÇÃO LTDA Endereço: Rua Escorrega Lá Vai UM, 64 Curitiba – Paraná CEP: 81.000-000 Fone: (xx) 3999-9999 CNPJ / M: 00.000.000/0001-00 Responsável pelo Convênio: Professor Gastão Cargo: Coordenador do Serviço de Assistência ao Estudante ESTAGIÁRIO (A) Nome: JOAQUINA DA SILVA Endereço: Rua das Oliveiras, 06 Bairro: Das Olivas Fone: (xx) 3888-99-00 Curso: Engenharia Código do aluno: 0000/00-02 Ajustam o presente Acordo de Cooperação e Termo de Compromisso de Estágio que se regerá pelas cláusulas e condições seguintes: CLÁUSULA 1 – O ACORDO DE COOPERAÇÃO e TERMO DE COMPROMISSO DE ESTÁGIO tem por objetivo formalizar as condições básicas para a realização de ESTÁGIO DE ESTUDANTE da INSTITUIÇÃO DE ENSINO junto à EMPRESA MODELO DE INFORMAÇÃO LTDA, o qual, obrigatório ou não, deve ser de interesse curricular e pedagogicamente útil, entendido o ESTÁGIO como uma ESTRATÉGIA DE PROFISSIONALIZAÇÃO que integra o PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM. CLÁUSULA 2 – O ACORDO DE COOPERAÇÃO e TERMO DE COMPROMISSO DE ESTÁGIO-TCE, entre o (a) JOAQUINA DA SILVA e a EMPRESA MODELO DE INFORMAÇÃO LTDA, com interveniência da INSTITUIÇÃO DE ENSINO nos termos do Parágrafo 1º do Artigo 6º do Decreto 87.497/82, tem por finalidade particularizar a relação jurídica especial, caracterizando a não vinculação empregatícia. CLÁUSULA 3 – A unidade Concedente pagará o SEGURO CONTRA ACIDENTES PESSOAIS a ser feito em favor do ESTAGIÁRIO, proporcionado pela Apólice nº VG 930008e APC 970003 da Nobre Clube do Brasil. 147 http://www.paulodantas.com.br/ 24 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL CLÁSULA 4 – Ficam compromissadas entre as partes as seguintes condições básicas para a realização do ESTÁGIO: a) este TCE terá vigência de 01/07/06 a 01/06/07, podendo ser denunciado a qualquer tempo, unilateralmente, mediante comunicação escrita ou ser prorrogado através da emissão de um TERMO ADITIVO. b) as atividades de ESTÁGIO a serem cumpridas pelo ESTAGIÁRIO, serão desenvolvidas no horário das 14:00 às 18:00 horas, totalizando 20 horas semanais, podendo, no período de férias ou recessos escolares, ser alteradas de comum acordo entre o ESTÁGIARIO e a UNIDADE CONCEDENTE. c) durante o ESTÁGIO, o ESTUDANTE receberá uma bolsa mensal de R$ 400,00 por mês. d) as atividades principais a serem desenvolvidas pelo ESTAGIÁRIO, em caráter subsidiários e complementares, compatíveis com o curso ao qual se refere: 1) Relatório da evolução da obra localizada na Avenida07 de setembro, 4911; 2) Verificação inicial dos parâmetros construtivos, nas áreas de propriedade da empresa, especificados pela PMC (guia amarela); 3) Conferência dos arquivos mantidos no almoxarifado da obra localizada na Avenida 07 de setembro, 4911, podendo ser ampliadas, reduzidas, alteradas ou substituídas, de acordo com a progressividade do ESTÁGIO e do Currículo, sempre dentro do contexto Básico da Profissão. CLÁSULA 5 – No desenvolvimento do ESTÁGIO ora compromissado, caberá: À UNIDADE CONCEDENTE a) proporcionar ao ESTAGIÁRIO atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, compatíveis com o Contexto Básico da Profissão, ao qual o Curso se refere. b) Proporcionar à INSTITUIÇÃO DE ENSINO, sempre que necessário subsídios que possibilitem o acompanhamento, a supervisão e avaliação do ESTÁGIO. AO ESTAGIÁRIO cumprir com todo o empenho e interesse, toda a programação estabelecida para seu ESTÁGIO. observar e obedecer às normas internas da UNIDADE CONCEDENTE. Elaborar e entregar à INSTITUIÇÃO DE ENSINO, relatório(s) sobre o ESTÁGIO, na forma, prazo e padrões estabelecidos. CLÁUSULA 6 – Constitui motivos para a INTERRUPÇÃO AUTOMÁTICA DA VIGÊNCIA do presente ACORDO DE COOPERAÇÃO e TERMO DE COMPROMISSO DE ESTÁGIO: a conclusão ou abandono do curso e o trancamento da matrícula. o não cumprimento do conveniado neste ACORDO DE COOPERAÇÃO e TERMO DE COMPROMISSO DE ESTÁGIO. E por estarem de comum acordo com as condições deste Acordo de Cooperação e Termo de Compromisso de Estágio, as partes assinam em 03 (três) vias de igual teor. Curitiba, 01de julho de 2006. ENSINO DE ESTUDO EMPRESA _ _ _ ASSINATURA 148 http://www.paulodantas.com.br/ 25 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL CONTRATAÇÃO DE APRENDIZ (Lei nº. 10.097/2000 regulamentada pelo decreto 5.598 de 01/12/2005, que alterou na CLT, arts. 428 a 433). Aprendiz é o maior de 14 anos e menor de 24 anos que celebra contrato de aprendizagem, na forma prevista no artigo 428 da CLT. Na hipóteses de aprendizes portadores de deficiência não se aplica a idade máxima prevista. O contrato de aprendizagem deve ser ajustado por escrito e por prazo determinado não superior a dois anos (CLT, art. 428, § 3º). Para a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na CTPS, matricula e freqüência do aprendiz à escola, caso não haja concluído o ensino fundamental, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnica profissional, sendo aquelas identificadas no art. 8º e §, do Decreto 5.598/2005 (SENAI, SENAC, SENAR, SENAT, SESCOOP, Escolas Técnicas de Educação e Agro técnicas e as Entidades sem fins lucrativos). ‘O descumprimento da legislação e regulamento importará na nulidade do contrato de aprendizagem, estabelecendo vínculo empregatício diretamente com a empresa”. Remuneração / Duração do Trabalho / Férias Com relação à remuneração, ao aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo hora (CLT, art. 428 § 2º e art. 17 e §o único do decreto 5.598 de 1/12/2005). A duração do trabalho do aprendiz não excederá de 06 horas diárias. Este limite poderá ser de até 8 horas diárias para os aprendizes que já tenham concluído o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica. São vedadas a prorrogação e compensação de jornada (CLT, art. 432 e § 1º). As férias do aprendiz devem coincidir com as férias escolares (art. 25 do Decreto 5.598 de 01/12/2005) FGTS / Vale Transporte Nos contratos de aprendizagem, aplicam-se as disposições da Lei 8.036/1990. A contribuição do FGTS corresponderá a 2% da remuneração paga ou devida, no mês anterior (Art. 24 e § único do Decreto 5.598). Vale transporte: É assegurado ao aprendiz o direito do vale-transporte. O contrato de aprendizagem extinguir-se-á No seu termo ou quando o aprendiz completar 24 anos, exceto na hipótese de aprendiz deficiente, ou antecipadamente nas seguintes hipóteses: (CLT, art. 433). − Desempenho insuficiente ou inadequação do aprendiz; − Falta disciplinar grave; 149 http://www.paulodantas.com.br/ 26 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL − Ausência injustificada à escola que implique a perda do ano letivo; − A pedido do aprendiz. Contrato de Aprendizagem CONTRATO DE APRENDIZAGEM Pelo presente instrumento, entre as partes, (qualificação completa), neste ato representada pelo seu responsável legal, doravante designada EMPREGADOR, e o (a) menor (qualificação completa), neste ato assistido pelo seu responsável legal, Senhor (nome), doravante designado como EMPREGADO, fica justo e acertado o seguinte: 1º - O EMPREGADOR admite a seus serviços o EMPREGADO, comprometendo-se lhe propiciar formação profissional na ocupação de ........................................................ , sob o regime de aprendizagem. 2º - A aprendizagem referida na cláusula anterior desenvolver-se-á em duas fases: a primeira, em Unidade de Formação Profissional do ........ e, segunda, sob a forma de estágio de prática profissional, no estabelecimento do EMPREGADOR. 3º - A duração da aprendizagem será de ........meses, compreendendo duas fases referidas na cláusula anterior. 4º - O salário do EMPREGADO não será, em nenhuma hipótese, inferior a 50% (cinqüenta por cento) do salário mínimo durante a primeira metade da duração máxima da aprendizagem e nem inferior a 2/3 (dois terços) desse piso durante a segunda metade, conforme dispõem a Lei nº 6.086/74 e artigo 80 da Consolidação das Leis do Trabalho. 5º - O EMPREGADOR obriga-se a registrar na Carteira de Trabalho e Previdência Social do EMPREGADO, de acordo com o artigo 5º do Decreto nº 31.546, de 06.10.52 e art. 3º da Portaria MTIC nº 43, de 27.04.53, a vigência do presente Contrato de Aprendizagem. 6º - O EMPREGADO compromete-se a exibir ao EMPREGADOR, sempre que solicitado, o documento emitido pelo ........... I, que comprove sua freqüência às aulas e registre seu aproveitamento escolar. 7º - Sempre que o EMPREGADO deixar de comparecer à Unidade de Formação Profissional do I, durante a fase escolar da aprendizagem, ou do estabelecimento do EMPREGADOR durante o período de estágio de prática profissional, sem justificação aceitável, perderá o salário dos dias em que se der a falta. 8º - Durante os períodos de recesso escolar (período entre dois semestres letivos, quando são suspensas as aulas nas Unidades de Formação Profissional do I), o EMPREGADO poderá ser convocado pelo EMPREGADOR para prestação de serviços em seu estabelecimento, observado o Capítulo da CLT relativo a férias. 9º - O EMPREGADO obriga-se: a) a participar regularmente das aulas e demais atos escolares na Unidade de Formação Profissional do ....... em que estiver matriculado, bem como a cumprir seu regimento e disposições disciplinares; b) a obedecer às normas e aos regulamentos vigentes no estabelecimento do EMPREGADOR, durante a fase de realização do estágio de prática profissional. 10º - O não cumprimento, pelo EMPREGADO, de seus deveres, bem como a falta de razoável aproveitamento na aprendizagem ou a não observância, pelo EMPREGADOR, das obrigações assumidas neste instrumento, serão considerados causas justas para rescisão do presente Contrato de Aprendizagem. E, por estarem justos e contratados, assinam o presente instrumento na presença das testemunhas abaixo nomeadas. ......................, .......de .....................de........ 150 http://www.paulodantas.com.br/ 27 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL _ Empregador Empregado _ _ Responsável Legal Testemunhas: _ _ _ _ 8.4 CONTRATAÇÃO DE TRABALHO TEMPORÁRIO (Lei nº. 6.019, de 03/01/1974 e InstruçãoNormativa nº. 3, de 22/04/2004 – TEM/SRT). O Contrato de trabalho temporário é aquele que, por intermédio de empresa de trabalho temporário, o trabalhador presta serviço para uma determinada empresa (tomadora de serviço), visando atender a necessidade transitória de substituição de empregados de seu quadro regular e permanente, ou acréscimo extraordinário de serviço. A empresa tomadora de serviços deve firmar contrato com a empresa de trabalho temporário (art. 9 a Lei 9.016/74) e não diretamente com o trabalhador temporário. A empresa tomadora poderá exigir da empresa de trabalho temporário comprovantes da regularidade de sua situação com o INSS. O trabalhador temporário é empregado da empresa de trabalho temporário e com esta será celebrado seu contrato de trabalho (art. 11 da Lei 6.019/74), embora preste serviço no estabelecimento da empresa tomadora de serviços. Prazo Inicial do Contrato O prazo inicial do contrato é de três meses, podendo ser prorrogado por uma única vez, por igual prazo, em relação ao mesmo trabalhador, desde que atendido os seguintes pressupostos: a) Prestação de serviços destinados a atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente que exceda três meses; ou b) Manutenção das circunstâncias que geraram o acréscimo extraordinário dos serviços e ensejaram a realização do contrato de trabalho temporário. A prorrogação será automaticamente autorizada, mediante comunicação pela empresa tomadora ao órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego, na vigência do contrato inicial. A Instrução Normativa IN SRT 03/2004 que previa as condições para prorrogação do contrato de trabalho temporário foi revogada pela IN SRT 5/2007. Revoga a Instrução Normativa nº. 3, de 22 de abril de 2004, que dispõe sobre a prorrogação do contrato da empresa de trabalho temporário com a empresa ou entidade tomadora, em relação a um mesmo empregado. O Secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, no uso das atribuições previstas no Decreto nº. 5.063, de 3 de maio de 2004, que aprovou a estrutura 151 http://www.paulodantas.com.br/ 28 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL regimental do Ministério do Trabalho e Emprego, resolve: Art. 1º Fica revogada a Instrução Normativa nº. 3, de 22 de abril de 2004. Art. 2º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação Prazo Inicial do Contrato O prazo inicial do contrato é de três meses, podendo ser prorrogado por uma única vez, por igual prazo, em relação ao mesmo trabalhador, desde que atendido os seguintes pressupostos: c) Prestação de serviços destinados a atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente que exceda três meses; ou d) Manutenção das circunstâncias que geraram o acréscimo extraordinário dos serviços e ensejaram a realização do contrato de trabalho temporário. A prorrogação será automaticamente autorizada, mediante comunicação pela empresa tomadora ao órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego, na vigência do contrato inicial. A Instrução Normativa IN SRT 03/2004 que previa as condições para prorrogação do contrato de trabalho temporário foi revogada pela IN SRT 5/2007. Revoga a Instrução Normativa nº. 3, de 22 de abril de 2004, que dispõe sobre a prorrogação do contrato da empresa de trabalho temporário com a empresa ou entidade tomadora, em relação a um mesmo empregado. O Secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, no uso das atribuições previstas no Decreto nº. 5.063, de 3 de maio de 2004, que aprovou a estrutura regimental do Ministério do Trabalho e Emprego, resolve: Art. 1º Fica revogada a Instrução Normativa nº. 3, de 22 de abril de 2004. Art. 2º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação 152 http://www.paulodantas.com.br/ 29 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Prazo Inicial do Contrato O prazo inicial do contrato é de três meses, podendo ser prorrogado por uma única vez, por igual prazo, em relação ao mesmo trabalhador, desde que atendido os seguintes pressupostos: e) Prestação de serviços destinados a atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente que exceda três meses; ou f) Manutenção das circunstâncias que geraram o acréscimo extraordinário dos serviços e ensejaram a realização do contrato de trabalho temporário. A prorrogação será automaticamente autorizada, mediante comunicação pela empresa tomadora ao órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego, na vigência do contrato inicial. A Instrução Normativa IN SRT 03/2004 que previa as condições para prorrogação do contrato de trabalho temporário foi revogada pela IN SRT 5/2007. Revoga a Instrução Normativa nº. 3, de 22 de abril de 2004, que dispõe sobre a prorrogação do contrato da empresa de trabalho temporário com a empresa ou entidade tomadora, em relação a um mesmo empregado. O Secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, no uso das atribuições previstas no Decreto nº. 5.063, de 3 de maio de 2004, que aprovou a estrutura regimental do Ministério do Trabalho e Emprego, resolve: Art. 1º Fica revogada a Instrução Normativa nº. 3, de 22 de abril de 2004. Art. 2º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação A Instrução Normativa 574 de 22.11.2007 estabeleceu novas regras que prevêem a possibilidade da prorrogação do contrato de trabalho temporário. O contrato de trabalho temporário poderá ser prorrogado uma única vez, pelo mesmo período, desde que a empresa tomadora ou cliente informe e justifique que: I - a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente excedeu ao prazo inicialmente previsto; e II - as circunstâncias que geraram o acréscimo extraordinário dos serviços e ensejaram o contrato de trabalho temporário foram mantidas. 153 http://www.paulodantas.com.br/ 30 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Vínculo de emprego O trabalhador, nesta modalidade de contrato, mantém vínculo de emprego diretamente com a empresa prestadora do serviço que é a responsável por assegurar ao trabalhador temporário os seguintes direitos: a) Remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora, calculados a base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional; b) Jornada de oito horas; c) Adicional de horas extraordinárias não excedentes de duas, com acréscimo de 50%. d) Férias proporcionais, de 1/12 por mês de serviço ou fração igual ou superior a 15 dias, exceto em caso de justa causa e pedido de demissão. e) Repouso semanal remunerado; f) Adicional por trabalho noturno; g) Seguro contra acidentes do trabalho; h) Proteção previdenciária; i) Depósitos do FGTS; j) Anotação na CTPS da condição de trabalhador temporário. A empresa tomadora dos serviços responde subsidiariamente pelas obrigações legais devidas ao trabalhador. CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO MODELO CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO Pelo presente instrumento particular de Contrato de Trabalho Temporário, na melhor forma do direito de um lado, (qualificação completa), doravante simplesmente designada EMPRESA e, de outro lado, (qualificação completa), doravante designado simplesmente TEMPORÁRIO, têm entre si justo e contratado o seguinte: Cláusula primeira - A EMPRESA, neste ato, encaminha o empregado Temporário à empresa ..............................................., onde o mesmo se compromete a prestar serviços temporariamente, sob o Regime Jurídico da Lei nº 6.019/74, regulamentada pelo decreto nº 73.841/74, na condição de Trabalhador Temporário na função especificada em contrato para atender à:( ) Necessidade transitória de substituição de pessoal regular permanente. ( ) Acréscimo extraordinário de serviços. 154 http://www.paulodantas.com.br/ 31 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Cláusula segunda - Os serviços prestados pelo Temporário, serão pagos pela EMPRESA, sempre com base nas horas efetivamente trabalhadas, sendo o salário de R$ ................. por ................, na função ............................., conforme declarou ser habilitado. Cláusula terceira - A duração do presente contrato será de até noventa dias, conforme determinação do art. 10 da Lei nº 6.019/74, salvo existindo comunicação ao Ministério do Trabalho. Cláusula quarta - O TEMPORÁRIO obedecerá ao horário determinado pela empresa CLIENTE para seus empregados. Parágrafo único - Na hipótese de o TEMPORÁRIO trabalhar além de oito horas diárias, ou quarenta e quatro horas semanais, havendo acordo escrito de prorrogação de horas compensadas de jornada, fará jus ao adicional de horas extras, previsto no art. 12 alínea "b" da Lei nº 6.019/74. Cláusula quinta - O TEMPORÁRIO obriga-se a, no desempenho de suas atividades acatar integralmente a todas as ordens, instruções e normas consagradas no regulamento interno da Empresa CLIENTE. Cláusula sexta - Em conformidade ao estipulado no art. 12 da Lei nº 6.019/74 ao TEMPORÁRIO ficam assegurados os direitos infra: a) Remuneração equivalente à percebida pelos empregados da mesma categoria de empresa tomadora ou cliente, calculada à base horária, garantida em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional; b) Acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) das horas extraordinárias efetivamente trabalhadas, ficando a prestação destas sempre condicionadas ao horário e interesses da empresa CLIENTE; c) Férias proporcionais, nos termos da Lei nº 5.107/66 regulamentada pelo Decreto nº 59.820/66; d) Repouso Semanal Remunerado, nos casos e normas previstas em Lei; e) Adicional por trabalho noturno na hipótese de sua ocorrência; f) Seguro contra Acidente do Trabalho; g)Proteção previdenciária, na conformidade da Lei Orgânica da Previdência Social; a) Anotação na CTPS nos termos da circular nº 60/005.0 de 11/03/80. Parágrafo único - Para os efeitos da Previdência Social, o TEMPORÁRIO, equiparado a autônomo não inscrito, conforme disposto na alínea "h" supra, sofrerá o desconto pela EMPRESA, da contribuição obrigatoriamente incidente em sua remuneração, servindo a Segunda via do envelope de pagamento, como comprovante perante o INSS. Cláusula sétima - A remuneração do TEMPORÁRIO sofrerá o desconto previsto na cláusula anterior, além de Imposto de Renda Retido na Fonte. Em caso de dano causado em objeto de propriedade ou posse da empresa CLIENTE, ou da EMPRESA, fica autorizado o desconto, da remuneração devida ao TEMPORÁRIO quer o dano tenha sido provocado por dolo, quer por culpa em sentido estrito. Cláusula oitava - A vigência deste contrato inicia-se na data da assinatura, e termina quando o cliente der a tarefa por encerrada, não podendo, em qualquer hipótese ultrapassar o prazo previsto na cláusula terceira, salvo comunicação ao Ministério do Trabalho. Parágrafo único - Considerar-se-á rescindido, de pleno direito, por justa causa, o presente contrato, na eventualidade de prática do empregado das faltas capituladas no art. 482 da CLT assim como na eventualidade de prática pelo empregador, de quaisquer das faltas capituladas no art. 483da CLT, conforme é disposto no art. 13 da Lei nº 6.019/74. E assim, por estarem justos e contratados, comprometendo-se dar fiel e cabal cumprimento ao que no mesmo contém, assinam este contrato datilografado em três vias, de um só teor, na presença de duas testemunhas. Local e Data. 155 http://www.paulodantas.com.br/ 32 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL EMPRESA TEMPORÁRIO Testemunhas: _ _ A empresa tomadora ou cliente deverá protocolizar, no órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, o requerimento de prorrogação do contrato de trabalho temporário, até 15 (quinze) dias antes do término do contrato. 9. EXIGÊNCIAS LEGAIS LIVRO DE INSPEÇÃO DO TRABALHO As empresas sujeitas à inspeção do trabalho são obrigadas a possuir livro denominado “Inspeção do Trabalho”, a fim de que nele seja registrada, pelo agente de inspeção, sua visita ao estabelecimento, declarando a data e a hora do início e término desta, assim como o resultado da inspeção. (Art. 628 § 1º e 2º) No livro serão registradas, ainda, se for o caso, todas as irregularidades verificadas e as exigências feitas, com os respectivos prazos para atendimento. Devem ser anotados, também, pelo agente da inspeção, de modo legível, os elementos de sua identificação funcional. Havendo mais de um estabelecimento, filial ou sucursal, as empresas deverão possuir tantos livros quantos forem esses estabelecimentos, devendo permanecer cada livro no estabelecimento respectivo, vedado sua centralização. As empresas atualmente estão dispensadas do registro do livro nas Delegacias Regionais do Trabalho. As microempresas encontram-se desobrigados da manutenção do livro “Inspeção do Trabalho”. Quadro de Horário de Trabalho O quadro de horário de trabalho é obrigatório, podendo a empresa optar pelo modelo simplificado, devendo afixá-lo em local bem visível. Com relação aos empregados menores (de 14 a 18 anos), a empresa deve relacioná-los em quadro de horários especiais, adquiridos em papelarias especializadas (Quadro de Horário de Trabalho de Menores). O Quadro de Horário de Trabalho simplificado foi criado pela Portaria MTB nº 3.088, de 28 de abril de 1980, podendo ser utilizado pelas empresas cujos empregados da mesma seção ou turma obedeçam a horário único. 156 http://www.paulodantas.com.br/ 33 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL As microempresas estão dispensadas de afixar o Quadro de Horário de Trabalho. VALE-TRANSPORTE De acordo com a Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985, regulamentada pelo Decreto nº 92.180, de 19 de dezembro de 1985, o trabalhador tem o direito do recebimento do vale-transporte para seu deslocamento até o local de trabalho. O vale-transporte será entregue ao trabalhador, mediante recibo, no início de cada mês, em sistema de fichas ou tíquetes, fornecidos pelas empresas de transportes coletivos e adquiridos pela empresa empregadora. O vale-transporte não poderá ser pago direto ao empregado, sob a forma de numerário. O valor dos vales entregues ao trabalhador poderá ser descontado no fim do mês, na folha de pagamento até o limite de 6% (seis por cento) de seu salário-base. 9.4.1 OPÇÃO DE VALE TRANSPORTE E RELAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO DE VALES , de de . Observação: 0001111 00002 08:00 12:00 a 14:00 18:00 Dom/Dom 7668995 00001 08:00 12:00 a 14:00 18:00 Dom/Dom 0000010 00022 08:00 12:00 a 14:00 18:00 Dom/Dom Saída Desc. Seção Número Série Ent. Intervalo Nome da Função Auxiliar Produção Operador Enc. Produção Cód. Nome do Funcionário Analise das Flores Martin Afonso Silvana Viana Atividade: TREINAMENTOS / CONSULTAS HORÁRIO DE TRABALHO EMPRESA MODELO DE INFORMAÇÕES LTDA Rua Escorrega Lá Vai Um, 64 Empresa: Modelo de Informação Ltda Endereço: Rua Escorrega Lá Vai Um, 64 Dias CNPJ: 00.000.000./0001-00 Código Nome do Funcionário Linha Tarifa Quant. Total 0001 0002 0003 Total Joaquim da Silva Hélcio Souza Hildebrando Ferreira úteis 25 25 25 Assinatura Municipal 1,90 1,90 1,90 40 80 40 76,00 76,00 ..... / ..... / ..... ..... / ..... / ..... ..... / ..... / ..... 157 http://www.paulodantas.com.br/ 34 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL SOLICITAÇÃO DE VALE TRANSPORTEum período no qual criar indústrias no território do Brasil era proibido, houve a fase na qual privilégios eram concedidos aos produtos fabrica- dos na Inglaterra, fazendo com que a atividade industrial no País tardasse a se desenvolver. Operários em frente a uma fábrica paulista fundada no século XIX (19): a indústria metalúrgica se desenvolveu bem depois. M u s e u d a Im ig ra ç ã o d o E s ta d o d e S ã o P a u lo 11 Alguns historiadores chegam a afirmar que o capitalismo – modo de produção baseado na indústria e no traba- lho assalariado – só se firmou no Brasil depois da dé- cada de 1930, mais de cem anos após a Proclamação da Independência. Atividade 3 Refletindo SobRe o tRabalho Levando em consideração as questões até aqui discutidas sobre trabalho, responda: 1. Pense em uma sociedade indígena isolada do mundo moderno. Os índios trabalham? Se essa sociedade não conhece o dinheiro, como o trabalho é pago? 2. Pense agora na sociedade em que você vive. A chama- da dona de casa trabalha? Você sabia? Existem vários modos de produção (escravista, ca- pitalista, socialista etc.). Cada um é formado por um conjunto de forças pro- dutivas e pelas relações técnicas e sociais que de- terminam essas forças. O capitalismo, por exemplo, tem como protagonistas das forças produtivas os patrões e os empregados. 12 3. Discuta com os colegas a diferença entre trabalho pago e não pago. Escreva a seguir a que conclusões chegaram. A Era Vargas Getúlio Vargas (1882-1954) ficou no poder por 15 anos (de 1930 a 1945), comandando o País de forma ditatorial – sem que ocorressem eleições e sem permitir manifestações políticas de oposição nem a expressão da população. Depois, voltou ao poder, dessa vez eleito pelo povo, governando entre 1951 e 1954. Durante sua primeira passagem pela Presidên- cia da República, Vargas deparou-se com uma forte crise econômica – efeito da Grande De- pressão que se seguiu à quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929 – e a combateu promovendo o fortalecimento da indústria e investindo em infraestrutura. © F o lh a p re s s 13 De acordo com sua política de desenvolvimento, o go- verno faria intervenções diretas na economia, ficando o Estado responsável pela criação de indústrias de base – aquelas que produzem matérias-primas para outras em- presas. Também conhecidas como indústrias de bens de produção ou indústrias pesadas, elas incluem principal- mente os ramos siderúrgico, metalúrgico, petroquímico e de cimento. Companhia Vale do Rio Doce, 1961. Essas indústrias de base, por sua vez, dariam suporte para que os demais setores industriais se desenvolvessem. Vá- rias indústrias e diversos institutos de pesquisa, todos estatais, foram criados nesse período. Entre as empresas públicas fundadas por Vargas podemos citar a Companhia Siderúrgica Nacional (1941), a Com- panhia Vale do Rio Doce (1942), a Fábrica Nacional de Motores (1942-1985) e a Companhia Hidro Elétrica Vale do São Francisco (1945). A instalação dessas indústrias fez parte da política de substituição de importações adotada pelo então presidente. Você sabia? substituição de impor- tações é o nome do pro- cesso econômico que leva ao aumento da produção interna de um país e à diminuição de suas im- portações. Em outras pa- lavras, o país passa a produzir aquilo que vai consumir para não preci- sar comprar os produtos de fora, valorizando, as- sim, a indústria nacional. © F o lh a p re s s 14 JK: 50 anos em 5 Juscelino Kubitschek (1902-1976), conhecido como JK, assumiu a Presidência da República em 1956, após um período de turbulências na política que culminou com o suicídio de Getúlio Vargas em 1954, interrompendo seu segundo governo. O vice de Vargas, Café Filho (1899-1970), chegou a comandar o governo, mas foi afastado pouco mais de um ano depois por problemas de saúde. O presidente Juscelino Kubitschek durante inauguração da fábrica da montadora Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP), 1959. JK, eleito em 1955, seguiu uma política considerada “desenvolvimentista” e dizia que sua meta de governo era fazer o Brasil avançar “50 anos em 5”. A promessa entusiasmou o País. Na economia, a proposta de Juscelino era acelerar o desenvolvimento industrial e, para isso, tinha como um de seus focos as indústrias de base, já mencionadas. Mas o governo também apostou na atração de investimentos estrangeiros, incenti- vando a instalação de empresas internacionais, principalmente do setor automobi- lístico. Isso levou o País a criar uma enorme dívida, com consequências sérias para as décadas seguintes. A fundação de Brasília, que substituiu o Rio de Janeiro como capital federal, ocorreu em 21 de abril de 1960, durante a presidência de JK. A promessa de deslocar o núcleo do poder político para o Planalto Central era um dos itens do seu Plano de Metas. © A c e rv o U H /F o lh a p re s s 15 Novas mudanças: o período da Ditadura Militar De 1964 a 1985, o Brasil mergulhou num dos capítulos mais sombrios de sua história: uma ditadura militar marcada pela censura, violência e repressão. No dia 1o de abril de 1964, um golpe militar derrubou o presidente João Goulart (1918-1976). Com isso, encerrou-se um governo que permitia, pela primeira vez na história do País, manifestações populares e de trabalhadores, sem repressão. Inibiu- -se também o processo de politização do povo brasileiro que estava em curso. Tropas da Polícia Militar combatem passeata de estudantes nas ruas do centro da capital paulista, meses antes da aprovação do Ato Institucional nº 5 (AI-5) de 1968, que deu poderes absolutos ao presidente durante o regime militar. Os primeiros anos da ditadura militar foram marcados pela criação de diversos atos institucionais, intervenções diretas na Constituição Federal. Em 1968, em represália aos opositores, o novo governo baixou o Ato Institucional no 5 O golpe militar foi chamado de revolução por seus articuladores. Na perspectiva de confundir o povo e a imprensa, os golpistas não podiam chamar essa medida de “golpe”, pois daria um tom de ilegalidade ao acontecimento (o que poderia gerar descontentamento popular). Então, em vez disso, os golpistas da ditadura o chamaram de revolução para parecer que estavam “inovando” ou “mudando”, de forma radi- cal e armada (revolucionária), uma situação de descontentamento expressa pela sociedade em geral. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 9º ano/4º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013. © A rq u iv o /E s ta d ã o C o n te ú d o /A E 16 Você pode recordar ou estudar mais o assunto consultando o Caderno do Trabalhador 5 – Conteúdos Gerais – “Repassando a história”. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. Eles não usam black-tie (direção de Leon Hirszman, 1981) é um filme que expõe os problemas vivenciados entre pai e filho, ambos operários e com diferentes posições ideológicas, em um contexto de greves e lutas dos trabalhadores nos anos 1980. (AI-5), o mais autoritário dos atos, que suprimiu as liberdades políticas e de expressão dos brasileiros. Qualquer ação considerada subversiva pelos agentes do poder poderia resultar em prisão, tortura,Nome: Hildebrando Ferreira Cargo: Motorista Função Motorista Departamento: Almoxarifado Opto pela utilização do Vale Transporte Não opto pela utilização do Vale Transporte Nos termos do artigo 7o do Decreto No. 95.247 de 17 de novembro de 1987 solicito receber o Vale Transporte e comprometo-me: a utilizá-lo exclusivamente para meu efetivo deslocamento residência-trabalho e vice-versa; a renovar anualmente ou sempre que ocorrer alteração no meu endereço residencial ou dos serviços e meios de transporte mais adequados ao meu deslocamento residência / trabalho e vice-versa; autorizo a descontar até 6% (seis por cento) do meu salário básico mensal para concorrer ao custeio do Vale Transporte (conforme o artigo 9o do Decreto No. 95.247/87); declaro estar ciente de que a declaração falsa ou o uso indevido do Vale Transporte constituem falta grave (conforme o parágrafo 3o do artigo 7o do Decreto No. 95.247/87). Minha Residência atual: Rua / Avenida Rua das Araucárias, 67 Bairro: São Pedro Curitiba / Paraná CEP: 80.000-000 MEIOS DE TRANSPORTES 1 – RESIDÊNCIA / TRABALHO Tipo Municipal Nome da Linha / Quantidade Vila São Pedro / 01 2 – TRABALHO / RESIDÊNCIA Empresa Transportadora Marechal 2. Tipo Nome e Número da Linha Empresa Transportadora Municipal Vila São Pedro / 01 Marechal , de de . 158 http://www.paulodantas.com.br/ 35 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL 9.5 CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E DESEMPREGADO – CAGED Cumprindo as determinações da Lei 4.923-65, os estabelecimentos que registram movimentos de empregados (admissão e desligamento) deverão informar ao Ministério do Trabalho, até o dia 07 (sete) do mês seguinte, os movimentos havidos no mês. Para cumprir a exigência, envia-se o arquivo com os movimentos, por meio da Internet, utilizando- se o ACI (Aplicativo do GAGED Informatizado), disponível na página www.mte.gov.br. 10. JORNADA NORMAL / LEGAL DE TRABALHO É o tempo de duração do trabalho para o trabalhador em qualquer atividade privada, que não exceder de oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, desde que não seja expressamente fixado outro limite. (CLT, art. 58 e CF / 88, art. 7º inciso XIII) Observação: A jornada de trabalho (retirar a expressão diária, visto que jornada corresponde a dia) de 8 horas e de 44 horas semanais resulta no módulo mensal de 220 horas (incluindo o domingo – descanso semanal), em face da contagem das horas de repouso semanais remunerados. HORÁRIO DE TRABALHO É o limite da jornada de trabalho. Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja a disposição do empregador, aguardando ou executando as ordens. ’ 05 dias (segunda a sexta) x 8 horas = 40 horas 1 dia (sábado) 4 horas = 4 horas Total = 44 horas Oito horas de segunda a sexta e quatro horas aos sábados, perfazendo um total de quarenta e quatro horas semanais. O cartão ponto ou de controle de horário não pode ser rasurado, para que apuração das horas possa ser apurada sem erros. Colher a assinatura do trabalhador no mesmo ao final de cada mês. Deve permanecer arquivado e a disposição de eventual fiscalização Observação: É importante haver rígido controle de horário, conforme previsão consolidada (CLT, art. 58, § 1º) “Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária às variações de horário no registro ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.” 159 http://www.paulodantas.com.br/ http://www.mte.gov.br/ 36 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL COMPENSAÇÃO DE HORAS A Consolidação das Leis do Trabalho, no artigo 59, estabelece: “A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de duas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.” Nove horas de segunda a quinta-feira (oito horas normais e uma de compensação) e na sexta- feira oito horas. Observação: No caso de compensação de horário semanal, deverá o empregador, fazer acordo individual de prorrogação do horário de trabalho por escrito a fim de não trabalhar aos sábados para o cumprimento das 44 horas semanais. JORNADA DE TRABALHO E INTERVALOS A jornada de trabalho mais comum é de oito horas (CLT, art. 58). Porém, existem jornadas de trabalhos com variados limites de duração, jornada de regime de tempo parcial (CLT, art. 58-A) e ainda, em razão da profissão ou ocupação desempenhada, sendo os limites estabelecidos por lei própria, chamados jornadas especiais. (ex.: jornalista (5 horas), telefonista (6 horas)). A Consolidação das Leis do Trabalho estabelece, ainda, que entre duas jornadas de trabalho haverá um intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso (CLT, art. 66), denominado intervalo interjornadas (entre duas jornadas). 04 dias (segunda a quinta) x 9 horas = 36 horas 1 dia (sexta) 8 horas Total = 8 horas = 44 horas 240 m / 60 m = 04 h 2.640 m / 60 m = 44 h = 08 h = 480m + 48 m x 5 08 horas x 5 dias (segunda a sexta) = 40 h x 60 m = 2.400 m / 60 m = 40 h 48 min x 5 dias (segunda a sexta) = 160 http://www.paulodantas.com.br/ 37 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORAS ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORAS DE TRABALHO Acordo para compensação de horas de trabalho que entre si fazem, de um lado o empregador Empresa Modelo de Informação Ltda, e de outro lado o empregado que subscreve o presente nas seguintes condições: Cláusula Primeira O presente acordo vigorará por prazo indeterminado. Cláusula Segunda Fica acordada a possibilidade de elasticidade de jornada de trabalho do empregado, visando à extinção total ou parcial da jornada em outro dia da semana, ficando certo que pelo trabalho realizado em prorrogação compensatória, não será devido qualquer acréscimo. Cláusula Terceira Fica convencionado, de acordo com as disposições legais vigentes, o seguinte horário normal de trabalho semanal: Segunda .......... de 08:00 as 18:00 horas, com 01:00 para refeição e descanso. Terça .......... de 08:00 as 18:00 horas, com 01:00 para refeição e descanso. Quarta .......... de 08:00 as 18:00 horas, com 01:00 para refeição e descanso. Quinta .......... de 08:00 as 18:00 horas, com 01:00 para refeição e descanso. Sexta .......... de 08:00 as 17:00 horas, com 01:00 para refeição e descanso. Sábado .......... de as horas, com para refeição e descanso. Domingo ......... de as horas, com para refeição e descanso. Perfazendo o total de 44 horas semanais. E por estarem de pleno acordo, as partes assinam o presente em duas vias. empresa empregado Testemunha Testemunha 161 http://www.paulodantas.com.br/ 38 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL REPOUSO SEMANAL É assegurado a todo empregado um repouso semanal de 24 horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, o qual deve coincidir com o domingo, no todo ou em parte (CLT, art. 67). A Lei 605/49, no 1º artigo e a atual Constituição Federal no artigo 7º, XV estabelecem o repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos, feriados civis e religioso, de acordo com a tradição local. Observação: Os empregados que durante a semana anterior não cumprirem integralmente a carga semanal, não farão jus ao privilégio de receber salário sem trabalhar. − Integralmente: se a carga semanal é de 44 horas, o empregado terá que trabalhar às 44 horas para ter direito ao DSR. Caso trabalhe qualquer número de horas inferior, perderá o direito ao repouso. (Art. 6º da referida Lei) − Semana anterior: para os efeitos do pagamento da remuneração, entende-se como semanao período de segunda feira a domingo, anterior à semana em que recair o dia de repouso. (Decreto 27.048/49) Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 O empregado faltou ou chegou atrasado no dia 11, ele perderá além deste dia apenas a remuneração do dia 23. Se o atraso ou falta ocorresse no dia 01, perderia além do dia de falta, a remuneração do dia 9 e do dia 7, que é um feriado. INTERVALOS PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO (INTRAJORNADA – NA MESMA JORNADA) Em qualquer trabalho continuo, com duração que exceda de 6 horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso e alimentação, no mínimo de uma hora e, salvo acordo ou convenção coletiva, não poderá exceder de duas horas (CLT, art. 71). VOTAR / / / / 8h 11h 13h 18h Intervalo não computado na jornada 162 http://www.paulodantas.com.br/ 40 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL A jornada de trabalho não excedendo 6 e ultrapassando 4 horas, obriga a concessão de um intervalo de 15 minutos (CLT, art. 71, § 1º). ‹ : Observação: − Os intervalos de descanso não serão computados na jornada; − Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), por analogia o digitador permanente, a cada 90 minutos de trabalho consecutivo (permanente esforço) corresponderá um repouso de 10 minutos, não deduzidos da duração da jornada (CLT, art.72); − A não concessão do intervalo para descanso implica pagar, como hora extra o tempo de intervalo suprimido, sem prejuízo de eventual autuação por parte da Fiscalização do Ministério do Trabalho; − Existem jornadas especiais, como salientamos inicialmente, dentro as quais destacamos: Telefonista (6 horas), Jornalista (5 horas). TRABALHO NOTURNO Considera-se trabalho noturno aquele prestado entre as 22 horas de um dia e às 5 horas do dia seguinte. Neste período, a hora noturna é computada com de 52 minutos e 30 segundos e a remuneração normal terá acréscimo de 20%, integrando-se no salário para todos os efeitos legais, enquanto perdurar essa situação (CLT, art. 73). : A mudança do empregado para o turno diurno, mediante sua concordância, acarreta a perda do adicional noturno, sem integração do seu valor no salário ou indenização. É proibido o trabalho noturno para o empregado menor de 18 anos. Observação: Muito cuidado na adoção de horários mistos (diurno-noturno) e ao trabalho prestado após as 5 horas em seqüência ao horário noturno (noturno-diurno). OTST através da resolução 129/2005 alterou a Súmula 60, estabelecendo: ‹ Adicional Noturno Integração − O adicional noturno, pagos com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. − Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogado esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73 § 5º da CLT. 14h15 11h 11:15h Intervalo não computado na jornada 8h / / / / 163 http://www.paulodantas.com.br/ 41 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL HORAS EXTRAS A jornada normal (diária) poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de duas, mediante acordo escrito entre empresa e empregado ou contrato coletivo de trabalho (CLT, art. 59 e CF/88, art. 7º, inciso XVI). Empregado que exerça atividades externas, incompatíveis com a fixação de horário de trabalho, ou seja, impossibilidade de a empresa controlar a jornada de trabalho, não estará abrangido pelo regime de horas extras (CLT, art.62 I), esta condição deve ser anotada na CTPS e registro de empregados. As horas extraordinárias prestadas habitualmente, por mais de um ano, podem se suprimidas, mediante o pagamento de indenização correspondente à média das horas extras do último ano, pelo valor da hora extra do mês da supressão, multiplicado pelo número de anos mais a fração igual ou superior a 6 meses, de prestação de serviço extraordinário. ‹ : − Salário 600,00 − 220 horas / mês − 30 horas − Mês de Setembro 2007 - 5 domingos e 1 feriado Salário : nº de horas trabalhadas no mês + 50% horas trabalhadas = valor das horas extras (600,00 : 220h = 2,7273 (valor de 1h) + 50% = 4.0910) (valor de 1h extra) x 30h extras = 122,73 DSR = + 30 dias de setembro – 6 (domingos e feriados) = 24 dias úteis DSR = 122,73 : 24d x 6 = 30,68 Valor a receber do mês = 600,00 + 122,73 + 30,68 = 753,41 11. SALÁRIO É a remuneração devida pelo empregador ao empregado pela prestação de serviços do último, em decorrência de um contrato de trabalho, sendo inadmissível sua redutibilidade. É permitido que o salário seja pago em parte por utilidades, num percentual máximo de 70 % (setenta por cento). SALÁRIO MÍNIMO É instituído pelo Governo Federal. Nenhum empregado poderá receber menos que o previsto pelo salário mínimo por trabalho executado nas horas regulares da empresa. Um empregado receberá menos que o salário mínimo quando também trabalhar em horário reduzido, ou seja, receberá na proporção de sua carga horária. FORMA DE PAGAMENTO DE SALÁRIOS Ao se concluir determinado período de trabalho, seja ele semanal, quinzenal ou mensal, terá o empregado o direito de receber seu salário, sendo este fixado em seu contrato de trabalho e inscrito na CTPS. Note-se que o critério a ser adotado para a fixação do salário nada tem a ver com os intervalos que se pagam ao empregado. 164 http://www.paulodantas.com.br/ 42 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL ‹ : − um empregado com sua base de cálculo em horas pode receber por mês. Sua base de cálculo é a hora, mas a forma de pagamento é mensal. Salário Mensal É estabelecido com base no calendário oficial, sendo apurado no fim de cada mês o valor a ser percebido pelo empregado, considerando mês, para todos os fins, o período de 30 (trinta) dias, não se levando em consideração se este mês tem 26, 28, 29 ou 31 dias. Nessa forma de pagamento de salários, deverá o empregador pagar ao seu empregado até o quinto dia útil do mês seguinte, sendo considerado o sábado como dia útil. Salário Quinzenal É estabelecido com base em quinze dias do mês, devendo o valor apurado ser pago até o 5º dia da quinzena vencida, ou seja, os pagamentos serão efetuados no dia 20 do mês correspondente e no dia 5 do mês subseqüente. Salário Semanal Tem como base a semana, devendo o valor ser apurado até o 5º (quinto) dia da semana vencida. Salário-Comissão A comissão é a forma de salário pelo qual o empregado recebe um percentual do produto cuja venda intermedeia. É sempre assegurada ao empregado a percepção de, no mínimo, um salário- mínimo ou salário normativo da categoria profissional. SALÁRIO EXTRA A duração normal de trabalho é de 8 (oito) horas e de 44 (quarenta e quatro) horas semanais, salvo casos especiais previstos em lei. Tal jornada pode ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente a duas, diárias, mediante acordo por escrito entre o empregado e o empregador, ou contrato coletivo de trabalho, sendo que, nesse caso, as horas extras deverão sofrer um acréscimo de, pelo menos, 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da hora normal. No caso de haver horas extraordinárias em domingos e feriados, o acréscimo será de 100% (cem por cento) sobre a hora normal. Ressalvamos que, em determinadas categorias profissionais, os empregados logram maiores percentuais sobre as horas, mediante acordos ou dissídios coletivos. ADICIONAIS Adicional Noturno Considera-se noturno o trabalho realizado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte; isso para o trabalhador urbano. Já para o trabalhador rural que trabalha na lavoura, o trabalho noturno é das 21 (vinte e uma) horas de um dia às 5 (cinco)horas do dia seguinte; e para o rural que trabalha na pecuária, é das 20 (vinte) horas de um dia às 4 (quatro) horas do outro. Para o trabalhador urbano, a hora noturna tem a duração normal de 52 (cinqüenta 165 http://www.paulodantas.com.br/ 43 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL e dois) minutos e 30 (trinta) segundos. Para o trabalhador rural, a hora tem a mesma que a diurna, ou seja, 60 (sessenta) minutos. Para o trabalhador urbano, além da redução da hora normal, incide o adicional noturno de pelo menos 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora normal diurna. Para o trabalhador rural, não existe a vantagem da redução da hora; em contrapartida, o adicional noturno é de, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor da hora normal diurna. No caso de o empregado fazer horas extras noturnas, deve--se aplicar o adicional de horas extras sobre o valor da hora noturna. Adicional de Periculosidade São consideradas atividades ou operações perigosas aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos, em condições de risco acentuado. O empregado que trabalha em condições de periculosidade faz jus a um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário que percebe. Se o empregado já recebe o adicional de insalubridade, poderá optar em receber este ou aquele. Adicional de Insalubridade São consideradas insalubres as atividades que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, expõem o empregado a agentes nocivos à saúde, acima dos limites e tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e o tempo de exposição aos seus efeitos. A insalubridade será caracterizada e classificada em consonância com as normas baixadas pelo Ministério do Trabalho. O exercício de trabalho em condições insalubres assegura ao empregado um adicional equivalente a (conforme Súmula 17 do TST): − 40% (quarenta por cento) sobre o salário mínimo, para a insalubridade de grau máximo; − 20% (vinte por cento) sobre o salário mínimo, para a insalubridade de grau médio; − 10% (dez por cento) sobre o salário mínimo, para a insalubridade de grau mínimo. Observação: Se a categoria profissional tiver piso normativo, a base de cálculo do adicional de insalubridade será este, de acordo com o enunciado da Súmula 228 do TST. SALÁRIO-FAMÍLIA Também é benefício da Previdência Social, mas com características especiais, porque, além de devido a segurados em atividade, funciona em regime de compensação. O salário-família é devido ao segurado empregado (exceto o doméstico) ou trabalhador avulso que recebe atualmente, ou inválido, sem limite do número de filhos; e também dão direito a ele, nas mesmas condições, o enteado e o menor sem recursos, quando o segurado é tutor dele Salário-família » Valor do benefício O trabalhador que ganhar até R$ 449,93 o valor do salário-família será de R$ 23,08, por filho, ou equiparado, de até 14 anos incompletos ou inválidos. Para o trabalhador que receber de R$ 449,94 até 676,27, o valor do salário-família por filho, ou equiparado, de até 14 anos incompletos ou inválidos, será de R$ 16,26. Se a mãe e o pai estão nas categorias e faixa salarial que têm direito 166 http://www.paulodantas.com.br/ 44 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL ao salário-família, os dois recebem o benefício. O valor da quota será proporcional aos dias trabalhados nos meses de admissão e demissão do empregado. Para o trabalhador avulso, a quota será integral independentemente do total de dias trabalhados. Quanto ao seu Pagamento A empresa paga o salário-família dos seus empregados e desconta o total pago do valor das contribuições que tem a recolher. Quando a empresa não paga os salários por mês, o salário- família deve ser pago com o último pagamento relativo ao mês. No caso de trabalhador avulso, é o sindicato ou Órgão Gestor de Mão-de-Obra que paga, mediante convênio com o INSS. O salário-família não se incorpora ao salário e, por isso, não incide sobre ele o desconto da contribuição para a previdência social. SALÁRIO MATERNIDADE É o beneficio a quem tem direito à segurada da Previdência Social por ocasião do parto. O INSS exige da segurada carência de dez contribuições mensais para conceder o salário maternidade. É devido à segurada gestante, empregada (inclusive as domésticas), trabalhadoras avulsa ou especial, nas mesmas condições da legislação trabalhista. A renda mensal do salário maternidade é correspondente: − Para a empregada, ao seu salário integral; − Para a empregada doméstica, ao valor do seu último salário de contribuição; − Para a trabalhadora avulsa ao valor da última remuneração correspondente a um mês de trabalho; − Para a segurada especial, a um salário mínimo; Para a contribuinte individual e a segurada facultativa, o valor do salário maternidade consiste em 1/12 avos da soma dos 12 últimos salários de contribuição, apurados em um período não superior a 15 meses. Quando é devido o salário-maternidade A partir do 8º mês de gestação mediante atestado médico fornecido pelo Sistema Único de Saúde – SUS; a partir da data do parto, com a apresentação da Certidão de Nascimento e do atestado médico. Quando o parto ocorrer sem acompanhamento médico, a comprovação ficará a cargo da perícia médica do INSS. Porquanto tempo se recebe o Salário-maternidade O recebimento do salário família (é pago): por 120 dias a partir do parto ou, se a segurada preferir 28 dias antes e 91 dias após o parto; em caso e aborto não criminoso, comprovado mediante atestado médico pelo SUS, o beneficio será pago durante duas semanas. “O salário maternidade é pago pela empresa, a qual se ressarce do valor despendido na guia de recolhimento (GPS).” 167 http://www.paulodantas.com.br/ 45 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Demissão da Gestante O salário maternidade só é devido enquanto existe a relação de emprego. A empresa que despede sem justa causa a empregada gestante tende a arcar com os ônus trabalhistas da demissão. Observação: É garantida à gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses (150 dias) após o parto, a manutenção do seu contrato de trabalho (CF / 88. Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, art. 10, inciso II, letra “b”) 11.7 CÁLCULO FOLHA DE PAGAMENTO AGOSTO / 2017 É estabelecido com base no calendário oficial, sendo apurado no fim de cada mês o valor a ser percebido pelo empregado, considerando mês, para todos os fins, o período de 30 (trinta) dias, não se levando em consideração se este mês tem 28, 29 ou 31 dias. Nessa forma de pagamento de salários, deverá o empregador pagar ao seu empregado até o quinto dia útil do mês seguinte, sendo considerado o sábado como dia útil − Joana Lopes Salário mensal: R$ 400,00 (quatrocentos reais). Horas extras: 05 (cinco), com adicional de 50% (cinqüenta por cento) Adicional de insalubridade: grau médio Salário-família: 1 (uma) cota − Lígia dos Santos Salário mensal: R$ 300,00 (trezentos reais) Adicional de insalubridade: grau médio Salário- família: 1 (uma) cota − Mário da Silva Salário mensal: R$ 500,00 (quinhentos reais) Horas extras: 02 (duas), com adicional de 50% (cinqüenta por cento) Adicional de insalubridade: grau médio − Romildo da Cruz Salário mensal: R$ 450,00 (quatrocentos e cinqüenta reais) Adicional de insalubridade: grau médio Salário-família: 1 (uma) cota − Carlos Silveira Salário mensal: R$ 1.700,00 (um mil e quinhentos reais) Sem dependentes Optou por não receber vale-transporte 168 http://www.paulodantas.com.br/ 46 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL FOLHA DE PAGAMENTO Empresa: Empresa de Informação Ltda CNPJ: 00.000.000/0001-99 Endereço:Competência: Agosto / 2007 - Dias úteis: 27 dias - Domingos e Feriados: 04 Código Nome Função Salário Base Situação 0001 Joana Lopes Auxiliar de Produção 400,00 - Mensal Ativo Mov. Histórico Referência Valor Mov. Histórico Referência Valor 001 Salário Mensal 220:00 400,00 017 Vale Transporte 30 6% 24,00 019 Horas Extras 5:00 13,64 700 INSS 7,65% 37,15 040 Insalubridade 20% 70,00 025 DSR 2,02 500 Salário Família 1 quota 23,08 Total dos Vencimentos 508,74 Total dos Descontos 61,15 Total Líquido a receber 447,59 701 Base de INSS 485,66 705 FGTS 8% 38,85 702 Base de FGTS 485,66 703 Base de IRRF 01 Dep. 339,53 Código Nome Função Salário Base Situação 0002 Ligia Santos Auxiliar Limpeza 300,00 - Mensal Ativo Mov. Histórico Referência Valor Mov. Histórico Referência Valor 001 Salário Mensal 220:00 300,00 017 Vale Transporte 30 6% 18,00 040 Insalubridade 20% 70,00 700 INSS 7,65% 28,31 500 Salário Família 1 quota 23,08 Total dos Vencimentos 393,08 Total dos Descontos 46,31 Total Líquido a receber 346,77 701 Base de INSS 370,00 705 FGTS 8% 29,60 702 Base de FGTS 370,00 703 Base de IRRF 01 Dep. 232,72 Código Nome Função Salário Base Situação 0003 Mario Silva Operador de Maquina 500,00 - Mensal Ativo Mov. Histórico Referência Valor Mov. Histórico Referência Valor 001 Salário Mensal 220:00 500,00 017 Vale Transporte 30 6% 30,00 019 Horas Extras 2:00 6,82 700 INSS 7,65% 44,20 040 Insalubridade 20% 70,00 025 DSR 1,01 Total dos Vencimentos 577,83 Total dos Descontos 74,20 Total Líquido a receber 503,63 701 Base de INSS 577,83 705 FGTS 8% 46,23 702 Base de FGTS 577,83 703 Base de IRRF 533,63 169 http://www.paulodantas.com.br/ 47 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Código Nome Função Salário Base Situação 0004 Romildo Cruz Chapa 450,00 - Mensal Ativo Mov. Histórico Referência Valor Mov. Histórico Referência Valor 001 Salário Mensal 220:00 450,00 017 Vale Transporte 30 6% 27,00 040 Insalubridade 20% 70,00 700 INSS 7,65% 39,78 500 Salário Família 1 quota 16,26 Total dos Vencimentos 536,26 Total dos Descontos 66,78 Total Líquido a receber 469,48 701 Base de INSS 520,00 705 FGTS 8% 41,60 702 Base de FGTS 520,00 703 Base de IRRF 02 Dep. 232,38 Código Nome Função Salário Base Situação 0005 Carlos Silveira Encarregado de Produção 1.500,00 - Mensal Ativo Mov. Histórico Referência Valor Mov. Histórico Referência Valor 001 Salário Mensal 220:00 1.700,00 700 INSS 7,65% 187,00 704 IRRF 15% 29,90 Total dos Vencimentos 1.700,00 Total dos Descontos 216,90 Total Líquido a receber 1.483,10 701 Base de INSS 1.700,00 705 FGTS 8% 136,00 702 Base de FGTS 1.700,00 703 Base de IRRF 1.513,00 RESUMO DA FOLHA Empresa: Empresa de Informação Ltda CNPJ: 00.000.000/0001-99 Endereço: Competência: Agosto / 2007 - Dias úteis: 27 dias - Domingos e Feriados: 04 Código Histórico Proventos Descontos Totais Nº Func. 001 Salário Mensal 3.350,00 05 019 Horas Extras 20,46 02 040 Insalubridade 280,00 04 025 DSR 3,03 02 500 Salário Família 62,42 03 017 Vale Transporte 99,00 04 700 INSS 336,44 05 704 IRRF 29,90 01 Total dos Eventos 3.715,91 465,34 3.250,57 701 Base de INSS 3.653,49 702 Base de FGTS 3.653,49 703 Base de IRRF 1.513,00 705 FGTS 292,28 170 http://www.paulodantas.com.br/ 50 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL − Empregadores: INSS 11% Elido Silva .......... Pró-labore................. R$ 1.100,00 Elucida Silva ...... Pró-labore: ........ R$ 1.100,00 ... R$ 2.200,00 .............. 242,00 − Serviços Profissionais (autônomo): Marilena Juca ................................... R$ 850,00 .............................. 93,50 .................335,50 RECIBO DE PAGAMENTO A AUTONOMO - RPA Nº do Recibo Nº do Talão Nome ou Razão Social da Empresa Matricula (CNPJ ou INSS) Empresa Modelo de Informação Ltda 00.000.000/0001-99 Recebi da Empresa acima Identificada pela prestação de serviço ....................................................... a importância de R$ 850,00 (Oitocentos e cinqüenta reais. x.xx.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x). Valor já reembolsado no mês Saldo CARRETEIRO (CÁLCULO DO VALOR DO REEMBOLSO) Aplicar 10% sobre o valor de mão-de-obra (11,71% do FRETE). O Resultado corresponderá ao REEMBOLSO, respeitado como limite máximo o valor o valor registro no campo SALDO. Número de Inscrição Nº. INSS: Nº CPF: ESPECIFICAÇÃO I Valor do Serviço prestado ......................... R$ 850,00 II Reembolso (10% de até o salário-base) ............ R$ Soma ..... R$ 850,00 DESCONTO III IRRF .................... R$ 0,00 IV INSS ................... R$ 93,50 V Outros ................. R$ 0,00 VALOR LIQUIDO R$ 756,50 Salário Base TAXA Valor máximo p/ reembolso 171 http://www.paulodantas.com.br/ 51 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL COMPOSIÇÃO DA GPS SALÁRIO-BASE DE CONTRIBUIÇÃO − Salário Total Folha Pagamento 3.653,49 − Folha de Pró-labores 2.200,00 − Folha de autônomos 850,00 3.050,00 DESCONTO SEGURADO − Folha de Pagamento 336,44 − Pró-Labore e Autônomos 335,50 671,94 ENCARGOS SOCIAIS DA EMPRESA − Empresa (20%) 730,70 − Seguro Acidente Trabalho (2%) 73,07 − Pró-Labores e Autônomos (20%) 610,00 − (-) Salário-Família (62,42) 1.351,35 − Terceiros (5,8%) 211,90 TOTAL 2.235,19 172 http://www.paulodantas.com.br/ 52 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL IRF (Imposto de Renda na Fonte) sobre salário Tabelas Progressivas para Cálculo - IR na Fonte e Carnê Leão De Janeiro de 2007 a Junho de 2007 Base de Cálculo Mensal Alíquota Parcela a deduzir Até 1.313,69 Isento De 1.313,70 até 2.625,12 15% R$ 197,05 Acima de 2.625,12 R$ 525,19 DEDUCAO POR DEPENDENTES R$ 132,05 TABELA DO IRF - IMPOSTO DE RENDA NA FONTE - 2008 Tabelas Progressivas para Cálculo - IR na Fonte e Carnê Leão De Janeiro de 2008 a Dezembro de 2008 Base de Cálculo Mensal Alíquota Parcela a deduzir Até 1.372,81 Isento De 1.372,82 até 2.743,25 15% R$ 205,92 Acima de 2.743,25 R$ 548,82 DEDUCAO POR DEPENDENTES R$ 137,99 29,90 09 VALOR DOS JUROS E / OU ENCARGOS DL – 1.025/69 10 VALOR TOTAL 12 AUTENTICAÇÃO BANCÁRIA ( Somente 1ª e 2ª vias) ATENÇÃO É vedado o recolhimento de tributos e contribuições administradas pela Secretaria da Receita Federal cujo valor total seja inferior a R$ 10,00. Ocorrendo tal situação, adicione esse valor ao tributo / contribuição de mesmo código de períodos subseqüentes, até que o total seja igual ou superior a R$ 10,00. 08 VALOR DA MULTA 08/08/2007 29,90 EMPRESA MODELO DE INFORMAÇÃO LTDA (41) 9999-9999 06 DATA DE VENCIMENTO 07 VALOR DO PRINCIPAL 05 NÚMERO DE REFERÊNCIA 03/08/2007 0561 04 CÓDIGO DA RECEITA 03 NÚMERO DO CPF OU CNPJ MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL Documento de Arrecadação das Receitas Federais DARF 01 NOME / TELEFONE 02 PERÍODO DE APURAÇÃO 173 http://www.paulodantas.com.br/ 53 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL 12. FÉRIAS AQUISIÇÃO DE FÉRIAS O empregado adquire o direito de férias após 12 meses de vigência do contrato de prestação de trabalho. Não é possível conceder férias individuais a empregados com período aquisitivo incompleto, salvo no caso de férias coletivas (CLT, art. 130, 139 § 1º). As férias deverão ser concedidas dentro dos 12 meses subseqüentes à aquisição do direito, sob pena de serem pagas em dobro, e os dias de gozo que ultrapassarem este período, serão remunerados em dobro (CLT, arts. 134 e 137). A época de concessãode férias é que melhor convier aos interesses da empresa, não havendo impedimento de ser negociada entre as partes objetivando estabelecer o melhor período de gozo pelo empregado sem prejuízo dos interesses da empresa. O empregado estudante, menor de 18 anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. Para os empregados menores de 18 anos e maiores de 50 anos de idade, as férias sempre serão concedidas em uma única vez. As férias serão concedidas em um só período. Somente em casos excepcionais (a lei não especifica, devendo a empresa documentar a razão para efeitos legais) serão concedidas em dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias corridos (CLT, art. 134 § 1º). O empregado com contrato de trabalho suspenso e que tenha adquirido direito a férias antes do afastamento, só poderá gozá-las após o retorno às atividades normais. PROPORCIONALIDADE DE FÉRIAS O empregado terá direito a férias na seguinte proporção (CLT, art. 130): 30 dias corridos se o empregado tiver 5 faltas injustificadas durante o período aquisitivo. 24 dias corridos se o empregado tiver de 6 a 14 faltas injustificadas durante o período aquisitivo. 18 dias corridos se o empregado tiver de 15 a 23 faltas injustificadas durante o período aquisitivo. 12 dias corridos se o empregado tiver de 24 a 32 faltas injustificadas durante o período aquisitivo. 0 dias corridos se o empregado tiver mais de 32 faltas injustificadas durante o período aquisitivo Duração do Período de Férias 174 http://www.paulodantas.com.br/ 54 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL FÉRIAS – PERDA DO DIREITO Não terá direito a férias o empregado que durante o período aquisitivo (CLT, art. 133). − Deixar o emprego e não readmitido dentro dos 60 dias subseqüentes a sua saída; − Perceber licença remunerada por mais de 30 dias. Neste caso o empregado fará jus ao recebimento do adicional do 1/3; − Deixar de trabalhar por mais de 30 dias, com a percepção de salário, em virtude de paralisação dos serviços da empresa, devendo ser comunicado ao Ministério do Trabalho e ao Sindicato dos Trabalhadores, com antecedência de 15 dias, as datas de ínicio e término da paralisação, afixando avisos nos respectivos locais de trabalho; − Perceber da Previdência Social prestações decorrentes de acidente do trabalho ou auxilio doença, por mais de seis meses, embora descontínuos; Em qualquer uma dessas hipóteses, iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo de férias a partir do retorno do empregado ao trabalho. NÃO SERÁ CONSIDERADA FALTA PARA EFEITO DE PERDA DO DIREITO A FÉRIAS (CLT, ART. 131) − Até dois dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa declarada na CTPS, que viva sob a dependência econômica do empregado; − Até 3 dias consecutivos, em decorrência de casamento; − Por 5 dias, em caso de nascimento de filho (Paternidade); − Por 1 dia, em cada 12 meses de trabalho, para doação de sangue, o qual deverá ser devidamente comprovado; − Até dois dias para se alistar, eleitor; − Durante a licença-maternidade de 120 dias (CLT, art. 392 e CF art. 7º XVIII), adoção ou guarda judicial (CLT, art. 392 – A) e aborto não criminoso (CLT, art. 395); − Por motivo de auxilio doença ou acidentário, por período inferior a 6 meses; − Ausências que não tiverem determinado o desconto do determinado salário; − Exigência do serviço militar – apresentação anual de reservista; − Servir como jurado; − Comparecimento como parte na Justiça do Trabalho; − Comparecimento para depor como testemunha, quando arrolado ou convocado; − Realização de exame vestibular, para ingresso no ensino superior; − Pelo dobro de dias pela convocação do serviço eleitoral. COMUNICAÇÃO DE FÉRIAS A concessão de férias deve ser comunicada ao empregado, por escrito, com antecedência de no mínimo 30 dias, que necessariamente assinara a notificação (CLT, art. 135). REMUNERAÇÃO DE FÉRIAS As férias e o abono, se houver, devem ser pagos ao empregado até 2 dias antes do inicio do gozo, com o salário devido nessa data, computando-se adicionais noturno, insalubre, perigoso, tempo de serviço (qüinqüênio), horas extraordinárias, etc, na base de calculo das mesmas (CLT, arts. 142 e 145). 175 http://www.paulodantas.com.br/ 55 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL ABONO PECUNIÁRIO Faculta-se exclusivamente ao empregado, independentemente de vontade do empregador, converter 1/3 do período de férias a que tiver direito, em abono pecuniário, sendo necessário requerer a empresa, até 15 dias antes do término do período aquisitivo. O valor do abono será o da remuneração devida nos dias correspondentes às férias, com o acréscimo do terço constitucional. Sobre o abono não haverá incidência previdenciária, nem FGTS, sendo devido o desconto do Imposto de Renda. (CLT, art. 143) FÉRIAS COLETIVAS A empresa pode conceder férias coletivas, simultaneamente, a todos os seus empregados, ou apenas a determinados setores, estabelecimentos ou secções. Neste caso, as férias poderão ser gozadas em dois períodos anuais, desde que nenhum deles seja inferior a 10 dias consecutivos (CLT, art. 139 § 1º). Para a empresa conceder férias coletivas, é necessário comunicar o órgão local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de 15 dias, as data de ínicio e término das férias coletivas, relacionando os estabelecimentos, setores ou seção que serão abrangidos pela medida, bem como, enviar cópia dessa comunicação ao Sindicato dos Trabalhadores, afixando avisos nos locais de trabalho (CLT, 139 § 2º e 3º). Ao empregado contratado há menos de 12 meses, a empresa pagará férias proporcionais, iniciando-se novo período aquisitivo (CLT, art. 140). A empresa poderá anotar o período das férias coletivas na CTPS mediante carimbo, aprovado pelo Ministério do Trabalho, quando o número de empregados contemplados for superior a 300 (CLT, art. 140). Nas férias coletivas a conversão de 1/3 das férias em abono pecuniário deverá ser objeto de acordo coletivo (negociado / pactuado entre empresa e Sindicato), independendo de requerimento individual. Férias devem iniciar no 1º dia útil da semana Algumas Convenções Coletivas de Trabalhos, estabelecem: “As férias, salvo manifestação em contrário do empregado, terão seu ínicio no primeiro dia útil da semana”. Logo, o ínicio de férias individuais ou coletivas, não pode acontecer em sábado, domingo, feriado ou dia compensado, devem iniciar no primeiro dia útil da semana. 176 http://www.paulodantas.com.br/ 56 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Comunicação de Férias Coletivas COMUNICAÇÃO PARA FÉRIAS COLETIVAS A empresa ......................................, com sede na Rua ......................................, inscrita no CNPJ sob o nº ......................................, atendendo ao disposto no parágrafo 2º do artigo 139 da CLT, comunica que no período de ....../....../...... a ....../....../ ................ , concederá férias coletivas a todos os empregados existentes nesta empresa (ou no setor de ..................). Cidade, Estado, ...... de ..................... de ...... . Assinatura do responsável legal da empresa 12.9 FÉRIAS EM DOBRO A não concessão de férias nos 12 meses subseqüentes ao período de aquisição, dá ao empregado o direito ao dobro da remuneração devida, sem prejuízo de gozo. (CLT, art. 137). 12.10 FÉRIAS VENCIDAS, INDENIZADAS E PROPORCIONAIS Férias vencidas, indenizadas e proporcionais, serão remuneradas na proporção de 1/12 avos por mês ou fração igual ou superior 14 dias de trabalho, observando-se as causas ocorridas no período aquisitivo. (CLT, art. 130 e § único do art. 146). Na cessação do contrato de trabalho(rescisão pelo empregador, pelo empregado, termino de contrato por tempo determinado ou falecimento do empregado), qualquer que seja sua causa, é devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, correspondente ao período de férias que tenha adquirido. (CLT, art. 146). Na cessação do contrato de trabalho, após 12 meses de serviço, o empregado, exceto se demitido por justa causa, terá direito ao pagamento relativo ao período incompleto de férias, na forma do art. 130. (CLT, art. 146 e § único). Nos contratos de trabalho por prazo determinado e na despedida sem justa causa, mesmo antes de completar 12 meses de serviço, o empregado terá direito a remuneração de férias proporcionais. (CLT, art. 147). 177 http://www.paulodantas.com.br/ 57 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL 12.11 EXEMPLOS DE CÁLCULO Férias de 30 dias Empregado admitido em 04/09/2005 com salário mensal de 1.700,00, tendo 2 dependentes iniciou o gozo de férias em 01/07/2007. Período aquisitivo: 04/09/2005 a 03/09/2006 Período de gozo: 01/07/2007 a 30/07/2007 Férias 30 dias 1.700,00 Férias 30 dias 1/3 = 1.700,00 : 3 566,66 Total 2.266,66 (-) INSS 11% 249,33 (-) IRRF – (Imposto Retido na Fonte) Férias + 1/3 2.266,66 (-) INSS (2.266,66 x 11%) 249,33 (-) Dependentes (2 x 132,05) 264,10 Base cálculo do Imposto (Ver tabela) 1.753,23 Cálculo do Imposto (1.753,23 x 15%) 262,98 Parcela a Deduzir (Ver tabela) 197,05 Imposto Retido 65,93 Remuneração de Férias (2.666,66 – 249,33 – 65,93) 1.951,40 FÉRIAS Empresa: EMPRESA MODELO DE INFORMAÇÃO LTDA CNPJ: 00.000.000/0001-99 Funcionário: Fulano de Tal Depto: CTPS: 0000000 / 00000 Admissão: 00/00/0000 NOTIFICAÇÃO DE FÉRIAS Função: Auxiliar de Pessoal Até 30 (trinta) dias antes do ínicio das férias, a empresa abaixo comunica a concessão de férias 30 dias Faltas: 00 dia Período Aquisitivo: 04/09/2005 à 03/09/2006 Período de gozo: 01/07/2007 à 30/07/2007 Data ..... / ..... / ..... Data ..... / ..... / ..... Assinatura do Funcionário Assinatura da Empresa RECIBO DE FÉRIAS Descrição Proventos Descontos 009 - Férias 1.700,00 597 – 1/3 Férias 566,66 799 – INSS Férias 249,33 800 – IRRF Férias 65,93 Totais 2.266,66 315,26 Líquido 1.951,40 178 http://www.paulodantas.com.br/ 58 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Um mil, novecentos e cinqüenta e um reais, quarenta centavos ...................................................... Observação: Observar que a notificação de férias é com 30 (trinta) dias de antecedência, e o pagamento é efetuado com 02 (dois) dias antes do inicio do gozo. Férias com Abono Pecuniário Considerando empregado admitido em 04/09/2005 com salário mensal de 1.700,00, tendo 2 dependentes, solicitou a concessão do abono pecuniário 15 dias antes do término do período aquisitivo e iniciou o gozo de férias em 01/07/2007. Período aquisitivo: 04/09/2005 a 03/09/2006 Período de gozo: 01/07/2007 a 20/07/2007 Férias 20 dias = 1.700,00 : 30dx 20d 1.133,33 (1) Férias 20 dias 1/3 = 1.133,33 : 3 377,78 (1) Abono de Férias 10 dias = 1.700,00 : 30d x 10d 566,66 (2) Abono de Férias 10 dias 1/3 = 566,66 : 3 188,89 (2) Total 2.266,66 (-) INSS 11% de 1.511,11 (1.133,33 + 377,78) 166,22 (-) IRRF – (Imposto Retido na Fonte) Férias + 1/3 2.266,66 (-) INSS (1.511,11 x 11%) 166,22 (-) Dependentes (2 x 132,05) 264,10 Base cálculo do Imposto (Ver tabela) 1.836,34 Cálculo do Imposto (1.836,34 x 15%) 275,45 Parcela a Deduzir (Ver tabela) 197,05 Imposto Retido 78,40 Remuneração de Férias (2.666,66 – 166,22 – 78,40) 2.022,04 (1) Incide INSS e FGTS (2) Não Incide INSS e FGTS 179 http://www.paulodantas.com.br/ 60 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL FÉRIAS Empresa: EMPRESA MODELO DE INFORMAÇÃO LTDA CNPJ: 00.000.000/0001-99 Funcionário: Fulano de Tal Depto: CTPS: 0000000 / 00000 Admissão: 00/00/0000 NOTIFICAÇÃO DE FÉRIAS Função: Auxiliar de Pessoal Até 30 (trinta) dias antes do ínicio das férias, a empresa abaixo comunica a concessão de férias 30 dias Faltas: 00 dia Período Aquisitivo: 04/09/2005 à 03/09/2006 Período de gozo: 01/07/2007 à 20/07/2007 Data ..... / ..... / ..... Data ..... / ..... / ..... Assinatura do Funcionário Assinatura da Empresa RECIBO DE FÉRIAS Descrição Proventos Descontos 009 - Férias 1.133,33 597 -1/3 Férias 377,78 598 - Abono de Férias 755,55 799 – INSS Férias 166,22 800 – IRRF Férias 78,40 Totais 2.266,66 244,62 Líquido 2.022,04 Dois mil, vinte e dois reais, quatro centavos. ..................................................................................... Data ..... / ..... / ..... Assinatura do Funcionário 180 http://www.paulodantas.com.br/ 62 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL O décimo terceiro salário é direito do empregado urbano e rural (também é devido ao empregado doméstico, regulado por lei especial) e corresponde a 1/12 da remuneração do mês de dezembro, por mês trabalhado. O pagamento deve ser efetuado em duas parcelas, sendo a primeira entre 1º de fevereiro e 30 de novembro (adiantamento do 13º salário) e a segunda até o dia 20 de dezembro. (Leis 4.090, de 12/08/1962 e 4.749 de 12/08/1965 (regulamentada pelo Dec. Lei 57.155/65, CF / 88, art. 7º, inciso VIII)). A primeira parcela é paga como adiantamento , devido o FGTS, e corresponde a 50% da remuneração devida no mês anterior a esse pagamento. A segunda parcela será paga integral, tomando-se por base a remuneração devida no mês de dezembro, deduzindo- se o IRRF e INSS, e do resultado se deduz o valor adiantado na primeira parcela, pelo valor real que foi pago. O cálculo de IRRF e do INSS, quando do pagamento da segunda parcela, será em separado de qualquer outro recebimento 1ª PARCELA Salário: 1.900,00 x 50% = 950,00 (1ª parcela) 0001 EMPRESA MODELO DE INFORMAÇÃO LTDA Demonstrativo de Pagamento de Salário Rua Escorrega lá vai um, 64 01/01/2006 a 30/11/2005 GERAL 00.000.000/0001-99 0001 TERTULIANO DE SOUZA ASSISTENTE CONTÁBIL Cód. Descrição Referência Vencimento Descontos 005 1ª Parcela Décimo Terceiro Salário 12,00 950,00 950,00 0,00 Valor Liquido 950,00 Salário Base 1.900,00 Sal. Contr. INSS 0,00 Base Cal. FGTS 950,00 FGTS do mês 76,00 Base Cal. IRRF 0,00 Faixa IRRF Declaro ter recebido a importância líquida discriminada neste recibo / / ASSINATURA DO FUNCIONÁRIO Observação: Na 1ª parcela não há incidência de INSS e Imposto de Renda e há incidência de FGTS, que será recolhido junto com o salário de novembro na GFIP. VOLTAR 13. DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO 181 http://www.paulodantas.com.br/ 63 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL 2ª Parcela Salário Bruto 1.900,00 (-) INSS (1.900,00 x 11%) Tabela INSS (209,00) (-) IRRF (Imposto de Renda na Fonte) Rendimento Bruto 1.900,00 (-) INSS (1.900,00 x 11%) (209,00) (-) Dependentes (2 x 132,05) (264,10) Base de Cálculo do Imposto (Ver Tabela IR) 1.426,90 Cálculo do Imposto = 1.426,90 x 15% 214,04 Parcela a deduzir (ver tabela IR) 197,05 Imposto de Renda Retido 16,99 16,99 13º Salário Líquido (1.900,00 – 198,00 – 30,60) 1.674,01 (-) 1ª parcela 950,00 2ª parcela 724,01 0001 EMPRESA MODELO DE INFORMAÇÃO LTDA Demonstrativo de Pagamento de Salário Rua Escorrega lá vai um, 64 01/01/2006 a 30/11/2005 GERAL 00.000.000/0001-99 0001 TERTULIANO DE SOUZA ASSISTENTE CONTÁBIL Cód. Descrição Referência Vencimento Descontos 006 508 799 800 2ª Parcela Décimo Terceiro Salário 1ª Parcela Décimo Terceiro Salário INSS 13ª Salário IRRF 13º Salário 12,0011% 1.900,00 950,00 209,00 16,99 950,00 0,00 Valor Liquido 724,01 Salário Base Sal. Contr. INSS 1.900,00 1.900,00 Base Cal. FGTS 950,00 FGTS do mês 76,00 Base Cal. IRRF 1.426,90 Faixa IRRF Declaro ter recebido a importância líquida discriminada neste recibo / / ASSINATURA DO FUNCIONÁRIO Observação: Na 2ª parcela há incidência de INSS e Imposto de Renda sobre o total do 13º salário R$ 1.900,00 e há incidência de FGTS 50% do 13º salário, que será recolhido com o salário de dezembro na GFIP. OUTROS Para a apuração do 13º salário, caso o empregado tenha salário fixo mais parte variável, deve-se apurar a média mensal da parte variável até o mês anterior ao pagamento, e o resultado somado a parte fixa. VOLTAR 182 http://www.paulodantas.com.br/ 64 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL O empregado afastado do serviço de 15 dias, por auxilio-doença ou acidentário, faz jus ao pagamento proporcional aos meses (fração igual ou superior a 15 dias) em que o mesmo ficou a disposição da empresa. Observação: − O salário maternidade voltou a ser satisfeito às empregadas pelas empresas. Conseqüentemente, na mesma forma, será satisfeita a parcela correspondente ao 13º salário. As empresas podem efetuar a compensação por ocasião do recolhimento das demais contribuições previdenciárias devidas. (Lei 10.710 de 05/08/2003, art. 72 § 1ª); − O empregado convocado para prestação do serviço militar, não fará jus ao 13º salário do período de afastamento; − Quando da extinção do contrato de trabalho, salvo por justa causa ou culpa recíproca, o trabalhador fará jus ao 13º salário proporcional ao tempo em ficou a disposição da empresa, calculada conforme a remuneração do mês da rescisão sendo considerada a fração de 15 dias durante o 1/12 para fins de pagamento; − Na rescisão do contrato de trabalho por justa causa é devido o 13º salário se vencido, não proporcional; − A parcela do 13º salário correspondente ao tempo de aviso prévio indenizado não é considerada salário de contribuição e não deve sofrer incidência de INSS, mas somente se indenizado. VOLTAR 183 http://www.paulodantas.com.br/ 65 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL É a comunicação que uma parte do contrato de trabalho deve oferecer à outra quando pretender rescindir o referido contrato sem justa causa, de acordo com o prazo previsto em lei, sob pena de pagar indenização substitutiva. O aviso prévio é especifico para contrato de trabalho por prazo indeterminado e tem por finalidade, quando concedido por empresa, possibilitar ao empregado a procura de novo emprego. Se concedido pelo empregado, a finalidade é proporcionar à empresa a oportunidade de contratar e treinar novo empregado para o desempenho da função, durante o período de aviso prévio. (CLT, art. 487 e CF / 88, art. 7º, XXI). “A data de afastamento do empregado, quando concedido o aviso prévio, será a do último dia trabalhado.” Quando o empregado trabalhar o período do aviso prévio, o prazo para o pagamento das verbas rescisórias será o primeiro dia posterior ao último dia do prazo do aviso. O aviso prévio deve ser pago com a remuneração do mês da concessão e dos dias de aviso recaiam no mês seguinte, havendo reajuste salarial, serão remunerados pelo salário reajustado. A dispensa de empregado, sem justa causa, cujo termo final do aviso prévio ocorra no período de 30 dias que antecede a data base de sua categoria, enseja a indenização adicional em valor equivalente a um salário base do trabalhador demitido (multa do Trintídio – Art. 9º das Leis 6708/79 e 72385/84). AVISO PRÉVIO TRABALHADO Ocorre quando o empregador concede aviso prévio e exige o trabalho no seu período. Na hipótese do empregado pedir demissão, é sua obrigação trabalhar no período do aviso. Durante o prazo do aviso prévio, quando concedido pela empresa, a jornada de trabalho será reduzida em 2 horas diárias, sem prejuízo do salário integral. O empregado pré-avisado poderá optar em trabalhar sem a redução das 2 horas diárias, não trabalhando nos últimos 7 dias do prazo do aviso, sem prejuízo do salário. Nesta hipótese, o empregado trabalha 23 dias e recebe o salário de 30 dias de aviso prévio. O aviso prévio, quando concedido pelo empregado, não o isenta da prestação de trabalho no respectivo prazo, integralmente. VOLTAR 14. AVISO PRÉVIO 184 http://www.paulodantas.com.br/ 66 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL AVISO PRÉVIO INDENIZADO Ocorre quando a empresa dispensa o empregado, sem justa causa, e o libera do trabalho respectivo prazo do aviso, indenizando-o. Se o empregado pede demissão deve trabalhar no prazo do aviso, caso não trabalhe, deverá indenizar os dias não trabalhados, podendo o valor ser descontado das verbas rescisórias (rubrica de salário) a quem tem direito (CLT, art. 487 § 1º e 2º). LIBERAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO O direito ao aviso prévio é irrenunciável. O pedido de empregado pré-avisado para não cumprir o prazo, com perda da remuneração dos dias faltantes, se atendido pela empresa, não a isenta do pagamento integral do aviso, exceto se o empregado comprovar documentalmente ter novo emprego. ... ocorrerá a dispensa de cumprimento do aviso prévio, no todo ou em parte, quando e após o empregado houver comprovado já ter obtido novo emprego ou outra atividade expressamente declarado, fazendo o empregado jus ao salário dos dias trabalhados. INCIDÊNCIAS NO AVISO PRÉVIO O valor do aviso prévio trabalhado é considerado salário e serve de base de incidência de INSS, FGTS e IRRF. Já, no caso de aviso prévio indenizado e a respectiva proporção de 13º salário, não incide INSS e IRRF. VOLTAR 185 http://www.paulodantas.com.br/ 67 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL MODELOS DE AVISO PRÉVIO − Modelo Aviso Prévio Trabalhado − Modelo Aviso Prévio Indenizado VOLTAR 1ª 2ª Ciente – Assinatura do Empregado IMPRESSÃO DIGITAL Testemunhas: AVISO PRÉVIO Empresa: Modelo de Informações Ltda Endereço: Rua Escorrega Lá Vai Um, 64 Funcionário: Leão Labirinto CTPS Admissão Função 0136007 / 00010 01/01/2007 Auxiliar de Pessoal Vimos pela presente informar que a 30 (trinta) dias a contar desta data, estamos dispensando V.Sª, dos serviços que presta a esta empresa, devendo o aviso ser cumprido, ficando à sua escolha as opções abaixo. Redução de duas horas diárias Redução de 07 dias corridos Curitiba, 09 de abril de 2007 . Outrossim, informamos que o acerto de suas verbas rescisórias será efetuado no dia 09 de maio de 2007, após as 16:00 horas. Data: Assinatura do Empregador 1ª 2ª Ciente – Assinatura do Empregado IMPRESSÃO DIGITAL Testemunhas: Vimos pela presente informar que a partir desta data, estamos dispensando V.Sª, dos serviços que presta a esta empresa. Curitiba, 09 de abril de 2007. Outrossim, informamos que o acerto de suas verbas rescisórias será efetuado no dia 18 de abril de 2007, após as 16 horas. Data: Assinatura do Empregador Função Auxiliar de Pessoal Admissão 01/01/2007 AVISO PRÉVIO Modelo de Informações Ltda Rua Escorrega Lá Vai Um, 64 Leão Labirinto Empresa: Endereço: CTPS 0136007 / 00010 186 http://www.paulodantas.com.br/ 68 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL − Modelo de Solicitação de Dispensa VOLTAR 1ª 2ª Testemunhas: Assinatura do Empregado Ciente – Assinatura do Empregador IMPRESSÃO DIGITAL Data Empresa: Modelo de Informações Ltda Endereço: Rua Escorrega Lá Vai Um, 64 Pela presente,o empregado acima solicita ser dispensado no fim de 30 (trinta) dias, a contar do dia seguinte a esta data Curitiba, 09 de abril de 2007. A presente solicitação vale, também como Aviso Prévio para todos os efeitos legais. Função Auxiliar de Pessoal 0136007 / 00010 01/01/2007 SOLICITAÇÃO DE DISPENSA Funcionário: Leão Labirinto CTPS Admissão 187 http://www.paulodantas.com.br/ 69 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL O Instituto Nacional do Seguro Social passa a englobar os antigos INPS e IAPAS. RECOLHIMENTO PREVIDENCIÁRIO O recolhimento previdenciário parte dos contribuintes obrigatórios (empregados, empresários, autônomos, avulsos, equiparados a autônomos facultativos e contribuintes em dobro) e empresas ou equiparadas. RECOLHIMENTO EM GPS – CONTRIBUINTE INDIVIDUAL Os contribuintes individuais utilizam-se da GPS (Guia da Previdência Social) para efetuarem seus recolhimentos. O cadastramento do contribuinte individual será feito nas agências do INSS ou pela Internet na página www.mpas.gov.br ou com o numero de inscrição no PIS. OBRIGAÇÕES DAS EMPRESAS PARA COM O INSS − Manter a contabilidade em dia, não podendo exceder a 06 (seis) meses o atraso, quando da fiscalização da previdência; − Manter toda a documentação referente ao pessoal em dia e disponível para a verificação, bem como as folhas de pagamento dos empregados, folha de pagamento do pró--labores, dos sócios e dos pagamentos a terceiros. TABELA DE CONTRIBUIÇÃO Segurados empregados, inclusive domésticos e trabalhadores avulsos VOLTAR 15. INSS Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para pagamento de remuneração a partir de 1º de abril de 2007 Salário de contribuição (R$) Alíquota (%) Até RS 868,29 7,65 * De 868,30 a R$ 1.140,00 8,65 * De R$ 1.140,01 a R$ 1.447,14 9,00 De 1.447,15 até R$ 2.894,28 11,00 * Alíquota reduzida para salários e remunerações até três salários mínimos, em razão do disposto no inciso II do art. 17 da Lei nº. 9.311, de 24 de outubro de 1996, que instituiu a Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e de Direitos de Natureza Financeira – CPMF. 188 http://www.paulodantas.com.br/ http://www.mpas.gov.br/ 70 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL A criação do FGTS ocorreu com o objetivo de substituir a indenização e eliminar a estabilidade do empregado, que poderá ser demitido a qualquer tempo, pois já tem sua indenização depositada no FGTS. A partir da Constituição de 1988, todo empregado admitido já tem assegurado o direito aos depósitos do FGTS, não havendo mais a necessidade de opção pelo Fundo. DEPÓSITO Recolhimento mensal, obrigatório, que o empregador deve fazer a favor do empregado, nas agências da Caixa Econômica Federal (CEF) ou em banco de sua livre escolha. Os depósitos são efetuados em conta vinculada individual, sendo a Caixa Econômica Federal gestor do FGTS. Os recolhimentos do FGTS são efetuados por meio da GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social). A GFIP e GPS são emitidas pelo SEFIP (Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social). A transmissão dos dados da GFIP serão feitos por meio do Sistema CONECTIVIDADE SOCIAL da CEF. Os Programas SEFIP e Conectividade Social encontram-se à disposição nas agências da Caixa Econômica Federal ou por download nos sites: − www.mpas.gov.br ; − www.caixa.gov.br . Outras Obrigações de Depósito do FGTS: − prestação de serviço militar; − licença para tratamento de saúde até 15 (quinze) dias; − licença por acidente de trabalho; − licença à gestante. Base de cálculo e alíquota aplicável A base de cálculo do FGTS é o salário bruto do empregado,sendo a alíquota aplicável de 8%. VOLTAR 16. FGTS 189 http://www.paulodantas.com.br/ http://www.mpas.gov.br/ http://www.caixa.gov.br/ 70 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL FGTS de Diretor Não-Empregado e Doméstico Levando-se em consideração que o diretor é a pessoa que exerce cargo de administração previsto em lei, estatuto ou contrato social, independentemente da denominação ou cargo, podem as empresas equiparar seus administradores não empregados aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS. O empregador de trabalhadores domésticos poderá depositar, de forma facultativa, mensalmente, o FGTS de seus empregados, seguindo as mesmas regras dos demais trabalhadores. VOLTAR 190 http://www.paulodantas.com.br/ 71 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL AUXILIO DOENÇA É um beneficio devido ao segurado que, após cumprir a carência, quando for o caso, ficar incapacitado para o trabalho ou atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos, por motivo de doença. A incapacidade para o trabalho deve ser comprovada através de exame realizado pela perícia médica da Previdência Social. Quem paga o Auxilio Doença ? A empresa é quem paga a remuneração do (a) empregado (a), nos primeiros quinze dias do afastamento. A Previdência Social paga o beneficio: Ao empregado (a), a partir do 16º dia da data do afastamento da atividade. Quando o Benefício deixa de ser pago ? O benefício deixa de ser pago quando: − o segurado recupera a capacidade de trabalho; − esse beneficio se transforma em aposentadoria por Invalidez ou idade; − o segurado solicita alta médica e tem concordância da perícia medica da Previdência Social; − o segurado vier a falecer. AUXILIO DOENÇA ACIDENTÁRIA É um benefício devido ao segurado empregado (a) que ficar incapacitado para trabalhar em decorrência de acidente de trabalho. Acidente de trabalho é aquele que ocorre no exercício da atividade a serviço da empresa e provoca lesão corporal ou perturbações funcionais, que pode causar morte, a perda ou a redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. Quem deve comunicar o Acidente de Trabalho e o seu prazo A comunicação de Acidente de trabalho – CAT deverá ser feita pela empresa, ou na falta desta, pelo próprio acidentado, sem dependentes, pela entidade sindical competente, pelo médico assistente ou por qualquer autoridade pública. VOLTAR 17. BENEFICIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 191 http://www.paulodantas.com.br/ 72 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL O prazo para comunicar o acidente de trabalho: Até o primeiro dia útil seguinte da ocorrência e, em cão de morte, de imediato. Quem paga o Auxilio Acidentário? A empresa: Ela paga a remuneração do último dia trabalhado, ou do dia do acidente – conforme o caso, mais os quinze dias seguintes. A Previdência Social: Paga o beneficio ao empregado (a), a partir do 16º dia da data do afastamento da atividade. Quando o Benefício deixa de ser pago? O benefício deixa de ser pago quando: − o segurado recupera a capacidade de trabalho; − esse beneficio se transforma em aposentadoria por Invalidez; − o segurado solicita alta médica e tem concordância da perícia medica da Previdência Social; − o segurado vier a falecer. ‘Durante o beneficio de Auxilio doença acidentário o empregado, tem garantia da manutenção do contrato de trabalho até 12 meses após a cessação do auxilio doença acidentário.” VOLTAR 192 http://www.paulodantas.com.br/ 73 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Existem vários termos jurídicos similares que conceituam o término / rompimento do contrato de trabalho, tais como: cessação, demissão, dissolução, dispensa e rescisão, sendo o último mais usual. Os procedimentos indispensáveis àformalização da rescisão contratual são disciplinados pela CTL, art. 477. A rescisão do contrato de trabalho do empregado com mais de um ano de empresa, para sua validade haverá necessidade de assistência (homologação) perante o Sindicado Profissional ou autoridade do Ministério do Trabalho (CLT, art.477, § 1º e 3º). 18.1 VERBAS RESCISÓRIAS A dispensa sem justa causa, motivada pelo empregador, assegura ao empregado valores rescisórios sob os seguintes títulos. Rescisão por dispensa sem justa causa, com mais de um ano de serviço, assegura ao empregado as seguintes verbas rescisórias;: − aviso prévio (CLT, art. 487); − saldo de salário (CLT, art. 462); − 13º salário (Decreto 57.155/65, art. 7º); − férias vencidas (se não gozadas) (CLT, art. 146); − férias proporcionais (CLT, art. 146, § único); − acréscimo de 1/3 sobre férias (CF / 88, art. 7º, inciso XVII); − FGTS sobre valores rescisórios de natureza não indenizatória (Lei 8.036/90, art.15). − Multa sobre o FGTS a que faz jus ao empregado (depósito de 40% + 10%) (Lei 8.036/90, art. 18 e Lei complementar nº 110/2001, art. 1º). Rescisão por dispensa sem justa causa, antes de completar um ano de serviço, assegura ao empregado as seguintes verbas rescisórias: − aviso prévio; − saldo de salário; − 13º salário; − férias proporcionais; − acréscimo de 1/3 sobre férias; − FGTS sobre valores rescisórios de natureza não indenizatória (deposito na conta vinculada); − Multa sobre o FGTS a que faz jus o empregado (depósito de 40$ + 10%). VOLTAR 18. RESCISÃO CONTRATUAL 193 http://www.paulodantas.com.br/ 74 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Ao empregado, com menos de um ano de contrato de trabalho, que solicitar demissão do emprego, sem motivo, são assegurados valores rescisórios nos seguintes títulos; ou rescisão por pedido de demissão sem motivo, antes de completar um ano de contrato, assegura ao empregado as seguintes verbas rescisórias: (aplica-se também na hipótese: Morte de empregado antes de um ano de contrato, sendo o pagamento realizado aos dependentes, reconhecidos pelo INSS ou decisão judicial): − saldo de salário; − 13º salário; − férias proporcionais (por força das Súmulas n.ºs 171 e 261 do TST); − FGTS sobre valores rescisórios de natureza não indenizatória (depósito na conta vinculada). Ao empregado, com um ano ou mais de contrato de trabalho, que solicitar demissão do emprego, sem motivo, são assegurados valores rescisórios nos seguintes títulos: ou rescisão por pedido de demissão, sem motivo com mais de um ano de contrato, assegura ao empregado as seguintes verbas rescisórias: (aplica-se também na hipótese: Morte de empregado com mais de um ano de contrato, sendo o pagamento realizado aos dependentes, reconhecidos pelo INSS ou decisão judicial): − saldo de salário; − 13º salário; − férias vencidas (se não gozadas); − férias proporcionais; − acréscimo de 1/3 sobre férias; − FGTS sobre valores rescisórios de natureza não indenizatória (deposito na conta vinculada). Observação: O pedido de demissão de empregado com um ano ou mais de contrato, exige obrigatoriamente para sua validade, a assistência do respectivo Sindicato Profissional a que se vincule o trabalhador ou do Ministério do Trabalho. Ao empregado demitido por justo motivo (justa causa), com menos de um ano de contrato, são assegurados valores rescisórios nos seguintes títulos: ou rescisão por dispensa com justa causa, antes de completar um ano de serviço, assegura ao empregado as seguintes verbas rescisórias: − saldo de salário; − FGTS sobre valores rescisórios de natureza não indenizatória (deposito na conta vinculada). 194 http://www.paulodantas.com.br/ 76 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Ao empregado demitido por justo motivo (justa causa), com um ano ou mais de contrato, são assegurados valores rescisórios nos seguintes títulos: ou rescisão por dispensa com justa causa, com mais de um ano de serviço, assegura ao empregado as seguintes verbas rescisórias: − saldo de salário; − férias vencidas com adicional de 1/3 (se não gozadas); − FGTS sobre valores rescisórios de natureza não indenizatória (deposito na conta vinculada). Observação: Comunicar, por escrito, a falta cometida pelo empregado demitido por justa causa. A extinção de contrato de experiência ou rescisão de contrato de experiência por término do prazo contrato, no final do prazo nele estabelecido, assegura ao empregados valores rescisórios nos seguintes títulos: − saldo de salário; − 13º salário proporcional; − férias vencidas (se não gozadas); − férias proporcionais; − acréscimo de 1/3 sobre férias; − FGTS sobre valores rescisórios de natureza não indenizatória (deposito na conta vinculada). Observação: − Se a rescisão for antecipada (antes do término), alem das verbas rescisórias asseguradas anteriormente, o empregador deverá indenizar 50% da remuneração a que o empregado teria direito até o final do prazo (CLT, art. 479). − Se a rescisão for antecipada (contrato de experiência) por iniciativa do empregado, este deve indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultar, não podendo ultrapassar a indenização a que teria direito em idênticas condições (CLT, art. 480, § 1º). PRAZO PARA O PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS Até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato, nas seguintes circunstâncias: − aviso prévio cumprido integralmente até o último dia de trabalho (sem redução dos sete dias); − término ou rescisão antecipada de contrato por prazo determinado (não há aviso prévio); − morte do empregado (término do contrato é o dia do óbito), ressalvado a empresa não souber a quem pagar (dependente legal não habilitado). 195 http://www.paulodantas.com.br/ 78 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, nas seguintes circunstâncias: − quando da ausência do aviso prévio; − indenização do aviso prévio; − ou na dispensa de seu cumprimento. MULTA POR ATRASO DO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS O empregador que não observar os prazos previstos, pagará multa, em valor equivalente ao último salário do empregado (CLT, art. 477, § 8º). Indenização Adicional “Trintídio” Na dispensa sem justa causa do empregado que antecedem a data-base (Leis 6.708/79 e 7.238/84, art.9º). “O empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30 (trinta) dias que antecede a data de sua correção salarial, terá direito à indenização adicional equivalente a um salário mensal.” A indenização não é devida nas seguintes hipóteses: pedido de demissão; demissão por justa causa; término do contrato por prazo determinado e contrato de experiência; aposentadoria. VOLTAR 196 http://www.paulodantas.com.br/ 79 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL CALCULO DA RESCISÃO Para não ter problemas futuros com rescisão de contrato com funcionários, é de vital importância que todos os documentos estejam devidamente preenchidos, pois são as provas que podem ser exigidas em uma provável ação trabalhista. São três a rescisões: − Pedido de Demissão − Sem Justa Causa − Por Justa Causa Rescisão sem justa Causa − É a rescisão mais comum e que gera maior remuneração César de Paula Salário: 720,00 Admitido: 04/06/2006 Demitido: 31/07/2007 Inicio do Aviso: 01/08/2007 Aviso Prévio Trabalhado: ....................................... 720,00 Início: 01/08/2007 Término: 30/08/2007 Férias Vencidas: 04/06/2006 à 04/06/2007 ‹ 12/12 avos = 720,00 Férias Proporcionais: 05/06/2007 à 30/08/2007 ‹ 3/12 avos = 180,00 ‹ Salário : 12 (meses do ano) x 3 (meses trabalhados) ‹ 720,00 : 12 x 3 = 180,00 1/3 sobre as férias:‹ (vencidas + proporcionais) ‹ (720,00 + 180,00) : 3 = 300,00 Total: 720,00 + 180,00 + 300,00 = 1.200,00 13º Salário Proporcional: 01/01/2007 a 30/08/2007 ‹ 08/12 avos = 480,00 ‹ salário : 12 (meses do ano) x 8 (meses trabalhados no ano) ‹ (720,00 : 12) x 8 = 480,00 197 http://www.paulodantas.com.br/ 81 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL Valor do acerto até aqui: − Aviso prévio 720,00 − Férias 1.200,00 − 13º Salário 480,00 Total bruto: 2.400,00 FGTS Saldo da conta com depósito em julho: 970,00 Quitação do mês: 96,00 ‹ (720+480) x 8% Multa: 40% sobre o fundo de garantia ‹ (saldo do mês = quitação do mês) ‹ (970,00 + 96,00) x 50% = 533,00 Observação: A multa é de 50%, sendo 40% para o funcionário e 10% para a previdência, quem for demitido sem justa causa, não receberá diretamente da empresa, o valor correspondente a 40% do valor do FGTS. A empresa deve depositar esses 40% na conta do FGTS do empregado, até a data da rescisão e o demitido só poderá fazer o saque posteriormente, junto com os depósitos anteriores atualizados. Descontos: INSS: Aviso prévio 55,08 (aviso prévio x 7,65%) (720,00 x 7,65%) = 55,08 INSS: 13º Salário 36,72 (13º salário x 7,65%) (480,00 x 7,65%) = 36,72 Total INSS 91,80 Total a ser pago ao funcionário: Salário bruto – descontos (2.400,00 – 91,80) = 2.308,20 (salário liquido) Saldo a saque FGTS = 1.492,40 Valor Total (2.308,20 + 1.492,40) = 3.800,60 198 http://www.paulodantas.com.br/ 83 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL TERMO DE RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO VOLTAR 199 http://www.paulodantas.com.br/ 80 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL GUIA DE RECOLHIMENTO RESCISÓRIO DO FGTS E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL VOLTAR 200 http://www.paulodantas.com.br/ 81 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL - Guia de recolhimento rescisório do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço Lembramos que o uso da GRRF em substituição à GRFC, será obrigatório para todas as empresas a partir de 01/08/2007. GRRF é o instrumento criado para que os empregadores façam o recolhimento rescisório do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS instituída pela Lei 9.491/97, de 09 de Setembro de 1997. A de Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS – GRRF é baseada no saldo existente nas bases do FGTS, bem como o cálculo dos respectivos valores a serem recolhidos, possibilitando inclusive, a utilização dos dados existentes nos sistemas de folha de pagamento dos empregadores. Para obter informações e esclarecimentos sobre a legislação do FGTS, utilizada na GRRF, consulte as informações disponíveis no site www.caixa.gov.br. VOLTAR 201 http://www.paulodantas.com.br/ http://www.caixa.gov.br/ 82 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL 18.5 TABELA PRÁTICA DE INCIDÊNCIA DO INSS, FGTS E IR / FONTE Apresentamos abaixo a relação das verbas de Folha de Pagamento e a incidência do INSS, FGTS e IR / Fonte sobre as diferentes verbas: RENDIMENTOS IR / FONTE INSS FGTS Abono de Férias com mais 1/3 Sim Não Não Abonos Sim Sim Sim Adicional de Insalubridade Sim Sim Sim Adicional de Periculosidade Sim Sim Sim Adicional de Transferência Sim Sim Sim Adicional Noturno Sim Sim Sim Alimentação através do PAT Não Não Não Auxilio Doença (primeiros 15 dias) Sim Sim Sim Aviso Prévio Indenizado Não Não Sim Aviso Prévio Trabalhado Sim Sim Sim Bolsa de Estudo paga a Estagiário Não Não Não Comissões/Gratificações/Prêmios Sim Sim Sim Décimo Terceiro Salário – 1ª parcela Não Não Sim Décimo Terceiro Salário – 2ª parcela Sim Sim Sim (*) Décimo Terceiro Salário na Rescisão Sim Sim Sim Décimo Terceiro Salário do Aviso Prévio Não Não Não Férias Normais com mais 1/3 Sim Sim Sim Férias Indenizadas com mais 1/3 Sim Não Não Habitação Sim Sim Sim Horas Extras ou Extraordinárias Sim Sim Sim Indenização Adicional (Lei 7.238/84-Art. 9º) Não Não Não Multa Contratual do Artigo 22 Não Não Não Quebra de caixa Sim Sim Não Repouso Semanal Remunerado Sim Sim Sim Salários Sim Sim Sim Salário Maternidade (pago pelo INSS) Sim Sim Sim Vale Transporte Não Não Não Uniformes e Vestimentas de Trabalho Não Não Não A incidência do FGTS na 2ª parcela do 13º salário será sobre a diferença entre o valor total e o adiantamento da 1ª parcela. VOLTAR 202 http://www.paulodantas.com.br/ 83 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL O empregado demitido sem justa causa que permanecer desempregado após o saque do FGTS encaminhará a sua CD (Comunicação de Dispensa) ao órgão do SINE ou ao Ministério do Trabalho. O seguro-desemprego poderá ser recebido em até 5 (cinco) parcelas mensais, caso o trabalhador permaneça desempregado por todo esse período, podendo ser estendido em até 6 (seis) parcelas em casos especiais. Não terá direito ao seguro-desemprego o trabalhador que estiver aposentado ou que não tiver vínculo empregatício, no mínimo por seis meses, com a contratante, bem como tiver sido demitido por justa causa. O QUE É SEGURO DESEMPREGO? Benefício temporário concedido ao trabalhador desempregado, dispensado sem justa causa. A QUEM SE DESTINA? − Ter recebido salários consecutivos nos últimos 06 (seis) meses; − Ter trabalhado pelo menos 06 (seis) meses nos últimos 36 (trinta e seis) meses; − Não estar recebendo nenhum benefício da Previdência Social de prestação continuada, exceto auxílio acidente ou pensão por morte. − Não possuir renda própria para o seu sustento e de seus familiares. COMO REQUERER? Ao ser dispensado sem justa causa, o trabalhador receberá do empregador o formulário próprio. ‹ , em duas vias, devidamente preenchido. Deverá, então, dirigir-se-á a um dos locais de entrega (Caixa Econômica Federal ou Posto Credenciados) PRAZO PARA A ENTREGA DO REQUERIMENTO Para requerer o benefício o trabalhador terá um prazo de 07 (sete) a 120 (cento e vinte) dias, contados a partir da data de sua dispensa. VOLTAR 19. SEGURO-DESEMPREGO 203 http://www.paulodantas.com.br/ 84 www.cross.edu.br CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL TABELA DAS PARCELAS DO SEGURO DESEMPREGO: MESES TRABALHADOS PARCELAS de 06 a 11 meses 03 de 12 a 23 meses 04 de 24 ou mais 05 204 http://www.paulodantas.com.br/ IIIº MARKETING E TELEMARKETING 206 MARKETING, O QUE É ISSO? CAPITULO - 1 PALAVRAS - CHAVE MERCADOS – Conjunto e/ou lugar de compradores reais ou potenciais em posição de demandar produtos. TROCA – Processo pelo qual duas ou mais partes dão algo de valor, uma a outra, para satisfazer necessidades e desejos. PRODUTOS – Qualquer coisa capaz de satisfazer necessidades, incluindo itens tangíveis, serviços e idéias oferecidas para atrair a atenção, uso ou consumo. ANTES DE QUALQUER COISA, PARA QUE ESTUDAR MARKETING? Não obstante existam muitas críticas sobre o marketing, até mesmo quanto à validade dos seus objetivos, o marketing faz parte da cadeia de consumo do mundo capitalista. Todo produto ou serviço consumido na sociedade moderna sofre pressões diretas ou indiretas do mercado ou dos concorrentes, e apenas com o conhecimento dessa área da administração poderemos formar uma base mais segura para lutar por um espaço no mercado. O TERMO MARKETING Antes de começarmos é interessante fazer um esclarecimento a respeito do termo em inglês. No Brasil, por volta de 1954, “marketing” foi traduzido por mercadologia (época na qual se iniciaram movimentos para a sua implantação nos cursos superiores). Entretanto a palavra em inglês significa “ação no mercado” e não simplesmente “estudo do mercado”extradi- ção e até morte. Dez anos depois da publicação do AI-5, em 12 de maio de 1978, mais de 3 mil metalúrgicos de uma montado- ra de caminhões em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, desafiaram a truculência dos generais: eles en- traram na fábrica, mas deixaram as máquinas desligadas. Tinha início, assim, a primeira de uma série de greves organizadas pela categoria, que se estenderam até o ano seguinte. Aumento salarial e melhores condições de tra- balho estavam na pauta de reivindicações. Entretanto, mais do que as demandas relacionadas direta- mente ao trabalho, as mobilizações dos grevistas das indús- trias metalúrgicas em São Paulo (e depois em Minas Gerais) tornaram-se símbolo da luta pela redemocratização do País, já que, na época, o Estado vetava manifestações públicas. Atividade 4 peSquiSa e Reflexão Com a supervisão do monitor, você e seus colegas vão debater a importância dos movimentos grevistas durante a Ditadura Militar e das vitórias conquistadas pelos traba- lhadores em consequência disso. Vocês podem pensar em respostas a perguntas como estas: Quais foram as principais categorias de trabalhadores envolvidas nesses movimentos? E o País, o que ganhou a médio e longo prazos? 17 http://www.viarapida.sp.gov.br/ Un Ida d e 2 Quem é o assistente administrativo hoje? Para obter uma boa formação, é preciso saber que tipo de pro- fissional você pode ser e quais são as maneiras de ingressar no mercado de trabalho na área que você deseja. Vamos começar o percurso com as seguintes perguntas: Onde você quer estar trabalhando daqui a cinco meses? Como você se vê? Em que tipo de estabelecimento? Você se imagina trabalhando em empresas? São muitas as possibilidades, não é mesmo? E, certamente, durante este curso, você vai imaginar outras tantas. Os conhecimentos que os trabalhadores vão adquirindo ao longo de suas trajetórias de formação e de vida, ou seja, aquilo que apren- dem com a prática cotidiana, dentro e fora do trabalho, ou em cursos de formação profissional, são importantíssimos para o de- senvolvimento da carreira e para que consigam um bom emprego. Por isso, antes de começarmos a observar de forma mais deta- lhada cada um dos aspectos da ocupação de assistente adminis- trativo, convidamos você a olhar para seus conhecimentos atuais. Afinal, você já tem conhecimentos, experiências e per- cepções que podem ser úteis no dia a dia dessa ocupação. Nos- sa proposta é identificar esses itens, por duas razões. A primeira delas é que há muitas coisas que já fizemos (ou ainda fazemos) e não valorizamos. Certamente você possui saberes adquiridos durante a vida, por meio de experiências e aprendizagens obtidas na escola ou fora dela. A segunda razão para identificar seus conhecimentos e experiên- cias é que isso vai permitir a você e seus colegas compartilharem saberes. Um ajudará o outro a reconhecer e a extrair, das vivências individuais, saberes que podem ser úteis para a ocupação que estão buscando. 18 Aprender a ouvir é um grande começo. Essa é uma característica importante (e valorizada) quando buscamos uma ocupação na qual precisamos lidar com pessoas diferentes o tempo todo. Atividade 1 Sua hiStóRia de vida 1. Escolha alguém da classe – de preferência, uma pessoa que ainda não conheça bem – para formar uma dupla com você. Um de vocês conta sobre sua vida enquanto o outro anota o que achar importante. Depois, vocês vão trocar de posição. Não deixem nenhum detalhe de fora. Vocês devem falar sobre seus estudos, trabalhos e bicos; o que fazem no dia a dia (seus hábitos cotidianos); do que gostam de fazer para se divertir e relaxar; o que sabem fazer em casa; o que aprenderam um dia, mas hoje não sabem mais fazer etc. Falem também sobre como vocês são: do que gostam e não gostam; se são organizados, dorminhocos, falantes etc. Vocês terão cerca de 40 minutos para essa parte da atividade. Cada um da dupla pode falar durante 20 minutos, mais ou menos, sem ser interrompido pelo outro (a menos que seja para esclarecer dúvidas). Lembre-se de que existem conhecimentos: • de tipos diferentes – relacionados à comunicação (fala e escrita), aos números, aos esportes, às habilidades manuais etc.; • que aprendemos em lugares diferentes – na escola, no trabalho, na vizinhança, na reunião da associação de bairro etc.; • que aprendemos de maneiras diversas – olhando os outros fazendo (ou seja, pelo exemplo), lendo, exercitando etc. 2. Agora, que tal organizar todas essas informações, fazendo uma lista dos seus conhecimentos? Vocês farão isso em dupla, tendo como base a conversa e as anotações efetuadas pelo colega na questão anterior. No entanto, cada um deve escrever no próprio caderno o que descobriu (ou já sabia) sobre si mesmo. Você pode se basear no modelo apresentado a seguir. 19 Meus estudos Exemplo Minhas características Até que ano estudei Estudei até o 5o ano (parei em 1999). Cursos de qualificação que fiz Nenhum. Conhecimentos relacionados às minhas experiências de trabalho Trabalhei no setor de estoque de um supermercado. Conhecimentos relacionados ao meu jeito de ser e agir Gosto bastante de conversar. Tenho facilidade para organizar as contas de casa. Outras coisas que sei ou aprendi Sei jogar bola e desenho bem. 20 Agora, após ter refletido sobre sua própria trajetória e os conhecimentos que cons- truiu, vamos fazer uma primeira aproximação com conhecimento das atividades que você precisa aprender para exercer a ocupação de assistente administrativo. Atividade 2 o que eu Sei SobRe a ocupação de aSSiStente adMiniStRativo? Pense no que você sabe sobre ser assistente administrativo e anote suas respostas nos espaços a seguir. 1. O que um assistente administrativo faz? 2. Quais os conhecimentos necessários para ser um profissional dessa área? Classificação Brasileira de Ocupações O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) produz um documento chamado Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), que busca expressar e definir as ocupações existentes em todo o País, não apenas no Estado de São Paulo. Ele des- creve mais de 2 mil ocupações e diz o que é preciso para exercê-las: a escolaridade necessária, o que cada profissional deve fazer, onde pode atuar etc. Entre as infor- mações que constam desse documento, existe um grupo que nos interessa definir neste momento: quem é o assistente administrativo hoje. 21 A CBO organiza as ocupações em “famílias”. A família ocupacional do assistente administrativo é a de código 4 110, denominada como “Agentes, assistentes e auxilia- res administrativos”, na qual encontramos a definição do que faz e do que deve saber fazer um trabalhador que pretende exercer essa ocupação. Para o assistente administrativo, a CBO traz alguns si- nônimos de como a ocupação pode ser conhecida; essa diferenciação de nomenclatura pode acontecer por di- versas razões: seja porque a ocupação é conhecida por nomes variados, seja porque pode ter um nome diferen- te de acordo com a cultura local de muitos Estados e municípios em todo o Brasil. Vejamos quais são, então, os sinônimos dados para o assistente administrativo na descrição da CBO: • agente administrativo; • assistente administrativo sindical; • assistente de compras; • assistente de escritório; • assistente técnico – no serviço público. Por se tratar de uma “família ocupacional”, encontramos nesse grupo não apenas a ocupação de assistente admi- nistrativo, mas tambémcomo a tradução sugere. Não entrarei no mérito da discussão de qual forma é mais apropriada apenas advirto que utilizarei os dois termos indiscriminadamente e que seus significados, muitas vezes, são os mesmos. O QUE É MARKETING O estudo de marketing é extremamente válido no ambiente acadêmico e mais valioso fora dele. Executivos buscam conhecimentos de marketing para melhorar o desempenho de suas empresas. Entidades beneficentes igualmente aplicam técnicas de marketing mercadológicas para aumentar a angariação de donativos. Instituições religiosas; partidos políticos, profissionais liberais e muitos outros grupos entidades buscam melhores resultados através da aplicação das técnicas de marketing. O problema é que, independentemente da sua importância para a vida moderna, a falta de conhecimento a seu respeito é ainda muito expressiva. É muito comum que as pessoas pensem que o marketing significa apenas vendas ou somente propaganda e promoção. Marketing, como veremos abaixo, é muito mais do que isso. O CONCEITO DE MARKETING A definição clássica de marketing é (Definida pela Associação Americana de Marketing em 1960): • O desempenho das atividades comerciais que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou usuário. Muitas pessoas acreditam que esta definição esteja incompleta, mas é suficiente para nos dar uma boa idéia sobre a amplitude do espectro de atuação do marketing. Outra definição muito utilizada no mercado é a de Philip Kotler, (tido como o papa do marketing moderno) que diz: • Marketing é o processo administrativo pelo qual se obtém o que se necessita e se deseja através da criação e troca de produtos e valor entre pessoas; Bem aí estão duas definições bem aceitas pelo mercado, só que eu sei que elas definem, mas não explicam. Podemos tentar explicar de outra forma bem mais simples: Marketing é estratégia; E para mim essa afirmação é a mais correta para descrever as ações e o pensamento de pessoas e empresas orientadas para o marketing. O conceito de pensamento e ações estratégicas tem conseqüências diversas, e às 207 vezes (erroneamente, pois são muito incompletas), são chamadas de definições de marketing. Mas como não podemos deixar de citar os clássicos, vamos dar uma olhada nessas afirmações: • Marketing é conquistar e manter clientes (Theodore Levitt); • Marketing é a atividade que visa satisfazer as necessidades e desejos dos clientes; • Marketing é a melhoria do padrão de qualidade de vida; • Marketing é a atividade para facilitar a troca, visando atender as exigências do mercado e as expectativas do consumidor; • Marketing é, o conjunto de atividades que visam fixar o foco no que é realmente necessário e essencial para se obter o sucesso; • O marketing quer que o consumidor se transforme em um cliente. • Um processo de planejamento empresarial ordenado, em uma palavra: uma forma de gestão. Para finalizar: Marketing é isso, o conjunto de atividades e estratégias necessárias para levar bens e serviços, do produtor ao consumidor, com o objetivo de transformar este consumidor em cliente. (Joaquin) O VOCABULÁRIO DE MARKETING O vocabulário usado por profissionais de marketing é extremamente complexo e elitista. Muitos termos novos são criados todos os dias, e quase todos eles em inglês. Observando um profissional de marketing temos a impressão de que o objetivo é criar um vocabulário específico que seja compreendido apenas por outro “marketeiro”. Essa afirmação é reforçada pelo fato de existir um dicionário para termos de marketing. Neste cenário que se apresenta, nossa proposta é apresentar alguns dos termos que utilizaremos com mais freqüência nas nossas aulas. 1. Consumidor x cliente: Para o marketing existe uma grande diferença entre estes dois indivíduos. De forma bem simplista podemos definir assim: Consumidor: Todo indivíduo que tem intenção e condição de compra. Cliente: Todo indivíduo que compra preferencialmente da minha empresa. Ex: Estou com fome, paro na primeira padaria que vejo na rua e compro um pão (estou agindo como consumidor). Estou com fome, mas atravesso a cidade para ir à lanchonete do “Seu José”, porque lá gosto da maneira como sou atendido (eu sou um cliente). 2. Necessidades x desejos: Como dissemos acima, marketing trabalha baseado em algumas premissas. A questão da relação necessidade x desejo é uma das mais importantes premissas. Inclusive, saber disso é muito importante, pois o marketing não cria necessidades, ele estimula desejos. Atentem às definições: Necessidade: Coisas/bens que o ser-humano precisa para sobreviver. Em geral são intrínsecas ao ser-humano, fazendo parte de sua condição para sobreviver. Ex: Alimento, roupas, moradia, água... Desejo: Um desejo é satisfeito quando uma necessidade é satisfeita de forma específica e profunda. Ex: Quando satisfaço minha necessidade de alimento com um Big Mac, isso é um desejo. Isso vale ao satisfazer minha necessidade de roupa com um terno Armani ou ao satisfazer minha necessidade de moradia com um apartamento de 600 m2 no Batel. 3. Mercado: Pode ser definido a partir da existência de uma necessidade ou um desejo. Isso é sem duvida, condição básica para existência de um mercado e conseqüentemente de uma empresa. Segundo o livro Gerência de Marketing, da editora do Senac, existem 3 condições básicas para a existência de um mercado: 1. Que o consumidor perceba a existência de uma necessidade. 2. Que exista pelo menos um produto para satisfazê-la. 3. Que exista a capacidade de compra. Ainda sobre o termo mercado, há mais duas observações interessantes a se fazer: 208 Mercado existente: Aquele que apresenta produtos e serviços que atendem a necessidades e desejos percebidos pelos consumidores que dispõem de recursos para adquiri-los. Mercado potencial: Aquele que ainda não é um mercado, pois uma das condições acima não ocorre. Será mercado assim que todas a três condições estejam presentes. RELAÇÃO DO MARKETING COM O DESIGN É muito interessante verificar que muitas pessoas não percebem essa relação, mas marketing e design trabalham com a mesma matéria-prima e oferecem os mesmos serviços/produtos ao consumidor. Tanto o marketing quanto o design vendem ou produzem sentimentos. Ambos, também, tem na identificação e satisfação dos desejos do cliente a sua maior fonte de informação e matéria-prima. Só para complementar a questão da informação, vejam um exemplo de definição de informação: (por Waldez Luiz Ludwuing) “A informação é uma coisa que destrói incertezas. É miscível e a unidade é o bit. Um bit destrói uma incerteza. Ela também é sinérgica, difusora, partilhável, substituidora e resumível. E não existe dono da informação”. Marketing como estratégia projetual Artigo - 1 Para complementar a questão da importância do conhecimento de marketing para o designer, reproduzo, na integra um texto escrito por Carla Niemeyer e publicado na Revista Design Gráfico número 55. Marketing como estratégia projetual A importância de complementar à formação do designer com conhecimentos de marketing. No dia-a-dia somos influenciados pelo que vemos, ouvimos, cheiramos, saboreamos e sentimos. Nossas decisões são freqüentemente guiadas por gostos pessoais e repertório próprio, fruto de laços efetivos e influências culturais. A globalização vem provocando sensíveis mudanças no comportamento do mercado. Os novos paradigmas para o desenvolvimento empresarial explicitam o indispensável estreitamento das relações empresa/mercado, no sentido de captar o desejo do consumidor. Constantemente chegam ao mercado novas marcas e novos produtos com promessas incríveis de mudar nosso dia-a-dia, lavar mais branco, ter mil e uma utilidades. Aí se insere a atividade do designer, profissional que traduz visualmente em grafismos, letras e diversas aplicações, valores antes intangíveis, maleáveis e subjetivos. Desse modo o designer cumpre a sua missão de fazer a ponte entre a empresae o consumidor que ela pretende atingir. Ao estabelecer essa relação, o trabalho do designer será finalmente fator determinante da decisão do usuário, induzindo – o no momento da compra à aquisição de um produto, em detrimento de outro. O produto, a marca e suas aplicações são, muitas vezes, as únicas formas de comunicação entre uma empresa e seu mercado. É cada vez maior o percentual de empresas que investem em design e o vêem como instrumento estratégico na construção e fidelização de suas marcas e produtos. O design se firma então como fator diferencial decisivo para a competitividade empresarial e para a consolidação de seu espaço no mercado. Em muitas situações, o que move o consumidor a comprar um produto não é o seu preço nem as características funcionais, mas, principalmente, os valores intangíveis que tornam um produto atraente. É fundamental que os designers gráficos não se limitem à criatividade e ao bom senso no desenvolvimento de projetos para os seus clientes. É essencial que as decisões projetuais estejam mais do que nunca baseadas e inseridas na realidade do mercado e na estratégia do cliente, considerando questões quanto a ponto – de – venda, público – alvo, similares, estratégia empresarial. Esses fundamentos irão dar vigor ao projeto e favorecer a interlocução do designer com seu cliente por propiciar uma linguagem comum a ambos. O marketing é, portanto, essencial para nortear o designer sobre o melhor partido a tomar na elaboração e execução de um projeto. É lamentável que os designers acreditem em que conhecimentos em softwares e criatividade sejam suficientes para processo projetual. 209 GERENCIA E ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING CAPÍTULO - 2 PALAVRAS - CHAVE ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING – Análise, planejamento, implementação, monitoramento e controle de programas desenhados para criar, construir e manter trocas benéficas com consumidores alvo para atingir objetivos organizacionais. DEMANDA DE MERCADO – Volume total comprado em uma área geográfica específica por um grupo de clientes específicos em uma época específica sob um programa de marketing específico. PARTICIPAÇÃO DE MERCADO – porcentagem que uma empresa detem do total das vendas em um certo mercado. POTENCIAL DE MERCADO – Limite aproximado da demanda de mercado Antes de começarmos a estudar o marketing propriamente dito apresentarei um pouco da gestão voltada para o marketing, esperando com isto tornar claro o que faz um gerente de marketing. Alem de criar e implementar planos estratégicos que relacionam as metas e os recursos organizacionais às oportunidades de mercado, o gerente de marketing coordena suas implementações e, para isso, se envolve em várias atividades. São elas: 1. Atividades analíticas que identificam e avaliam ameaças e oportunidades no mercado. 2. Atividades de planejamento que desenvolvem estratégias a longo e a curto prazos para cultivar oportunidades atrativas no mercado. 3. Atividades de implementação que coordenam, motivam e direcionam as pessoas para atingir objetivos de negócio e de mercado. 4. Atividades de controle e monitoramento que tomam as medidas apropriadas quando o desempenho fica aquém dos objetivos. Uma consideração deve ser feita. Não é necessário que exista a figura do gerente de marketing propriamente dito. Em inúmeras empresas a função de gerência de marketing é desenvolvida por gerentes de vendas, de produção ou até por pessoas de propaganda. O que define se a gestão é voltada para o marketing são as atividades que a pessoa desempenha. Se forem atividades de análise, planejamento, implementação e controle podemos dizer que isto é gestão de marketing. CRIANDO E MANTENDO NÍVEIS DE DEMANDA Embora muitas pessoas em uma organização se qualifiquem como gerentes de marketing, o enfoque aqui será no profissional com o título que fica no topo da pirâmide do setor. Ao criar e implementar planos estratégicos desenhados para relacionar as ofertas do composto de mkt às necessidades dos mercados e consumidores alvo, o gerente também cria ou mantém vários estados de demanda consistentes com os objetivos da empresa. Abaixo veremos os oito estados de demanda que Philip Kotler levanta, e que gerentes de marketing precisam conseguir reconhecer, identificar e responder: • Demanda negativa – Acontece quando uma parcela importante do mercado não gosta de determinado produto, e pode pagar para evitá-lo. Aqui o gerente de marketing deve definir as razões desse estado de demanda e planejar estratégias para inverter uma situação adversa. • Demanda inexistente – acontece quando consumidores alvo não estão motivados ou estão indiferentes ao produto. Assim a tarefa do gerente de mkt é ligar benefícios em potencial do produto às necessidades e interesses de clientes em potencial 210 • Demanda latente – É quando muitos consumidores alvo compartilham forte desejo de compra que não pode ser satisfeito pelos produtos ou serviços existentes no mercado. Neste caso a tarefa do gerente de mkt é medir o tamanho desta demanda e providenciar produtos ou serviços para supri-la. • Demanda declinante – acontece quando se percebe que a demanda está declinando. Neste caso o gerente de mkt deve analisar as causas e planejar estratégias para reverter esta tendência. • Demanda irregular – É quando as oscilações de demanda sazonal, diária ou até horária causam diferenças significantes no uso ou consumo do produto. Aqui cabe ao gerente de mkt tentar alternar a configuração da demanda, modificando as variáveis do composto de marketing. • Demanda plena – É quando uma empresa tem tudo o que se necessita em matéria de demanda. Aqui o gerente de mkt deve monitorar as mudanças nas necessidades dos clientes e estar atento à concorrência para manter este nível de demanda. • Demanda excessiva – É quando a demanda é mais alta do que aquela que a organização consegue absorver. Aqui o gerente de mkt deve encontrar formas de desestimular o consumo da demanda naquele momento. • Demanda indesejada – é quando produtos como cigarros e álcool desafiam os gerentes de mkt a criarem estratégias para persuadir as pessoas a abandonarem esses produtos. 211 EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE MARKETING CAPÍTULO - 3 CONCEITO DE MARKETING Existem pessoas que alegam a existência de marketing na idade média, exemplo: o artesão que fazia seu sapato (produto), estabelecia um determinado valor que poderia ser duas moedas ou uma galinha (preço), ia até a praça da vila (distribuição) e berrava aos quatro ventos (promoção). Será que isto é marketing? Temos que concordar, no entanto, que a comercialização moderna não consiste apenas da transferência de produtos do produtor para o consumidor. Então o que o diferencia das comercializações antigas? Um importante diferenciador é a postura atual dos comerciantes. O artesão fazia foco única e exclusivamente no seu sapato (produto), hoje o foco (o início do processo) é o consumidor. Todo o esforço é feito com o objetivo de satisfazê-lo. Esta orientação é conhecida como conceito de marketing que diferencia as empresas modernas, que o aplicam, das formas tradicionais e antigas de comercialização. Ok, mas de onde apareceu o “tal” conceito de marketing? EVOLUÇÃO DO MARKETING: Para simplificar podemos dizer que o conceito evolui a partir das mudanças na ênfase da comercialização. Abaixo veremos – de forma bem simplista – algumas etapas na evolução do marketing. SIMPLES TROCA: Escambo e feiras. Não há vestígios do mkt, pois ocorre uma simples relação de troca e divisão total de bens, o único foco é o produto. CAPITALISMO PRIMITIVO: Primeiros passos da indústria mecânica primitiva (têxtil). O mkt era primitivo, pois os produtos não tinham marca, embalagem e a qualidade eram duvidosas. Existem vestígios de mkt como base de distribuição de produtos, mas o foco ainda é o produto. ECONOMIA MONETÁRIA – INÍCIO ERA DA PRODUÇÃO: Consumo maior com maior número de compradores ávidos por produtose serviços. A produção era quase artesanal. A palavra de ordem é produzir. Começam a surgir as indústrias. Ocorre a formação do lucro. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – ERA DA PRODUÇÃO (Após 1930) Fase da produção em série. Taylor entra em cena e desenvolve-se a administração organizada, relações voltadas à produção de massa, sem se preocupar com o mercado. Foco no produto, pouca ou nenhuma concorrência e a demanda era maior que a oferta. O mkt era somente a relação entre a venda e o consumidor; “você pode ter um carro de qualquer cor, desde que seja preto” (Henry Ford). DESENVOLVIMENTO ECÔNOMICO – ERA DE VENDAS Entre 1930 e 1950 (pós-guerra); aumento substancial da concorrência, surgem sinais de excesso de oferta, as vendas não eram constantes. Começa a se fazer foco no cliente, dando-lhe maior diversidade de produtos (tamanhos, cores, modelos, tecidos). Técnicas (Mkt.) de venda agressivo e foco na concorrência tipo: o meu produto é melhor que o dele. O cliente passa a dominar a cena, empresas querem que consumidores virem clientes. Aqui o cliente é coroado príncipe. ERA DO MARKETING (1950 – Hoje) Atender as necessidades dos consumidores passa a ser a palavra de ordem. Foco no cliente, obter a satisfação de desejos. Mkt voltado totalmente a encantar o cliente (o cliente sobe ao trono e vira rei), transformar o consumidor em cliente. PREVISÕES PARA O FUTURO: Personalização - Depois do mkt direto, mkt serviços, mkt segmentação e mkt relacionamento, a tendência do futuro é o mkt um a um: mkt interativo. Só produzir o que o cliente quer *. 212 De uma forma ainda mais simplificada podemos demonstrar a evolução do marketing da seguinte forma: 1 – PRODUTOS ARTESANAIS/INDIVIDUAIS 2 – PRODUÇÃO DE MASSA 3 – VENDAS EM MASSA 4 – MERCADO DE MASSA 5 – SEGMENTOS DE MERCADO 6 – NICHOS DE MERCADO 7 – IDENTIFICAÇÃO DO CONSUMIDOR INDIVIDUAL 8 – INTERAÇÃO COM O CONSUMIDOR INDIVIDUAL 9 – FIDELIZAÇÃO ATRAVÉS DE PRODUTOS INDIVIDUAIS PARA PENSAR: Algumas empresas ainda acreditam que basta fazer um produto de “qualidade” e nada mais será necessário. Outras empresas praticam técnicas de vendas agressivas com a finalidade de “tirar” pedidos, não importando que os seus vendedores sejam detestados por isso — a satisfação do consumidor fica relegada a um segundo plano. É evidente que o objetivo principal da aplicação do conceito de marketing é o lucro. Só que isto deve ser posto de outra forma, o lucro não é o objetivo, é a recompensa por criar clientes satisfeitos. 213 AMBIENTES DE MARKETING CAPÍTULO - 4 PALAVRAS - CHAVE AMBIENTE INTERNO – Conjunto de forças sobre as quais a empresa tem algum controle. AMBIENTE EXTERNO – Conjunto de forças sobre as quais a empresa não tem total controle, mas pode exercer alguma influência. MACROAMBIENTE – Conjunto composto pelas grandes forças econômicas, demográficas, socioculturais, político-legais, etc... sobre as quais a empresa não tem nenhum controle, mas sofre as conseqüências. Toda empresa atua em determinado ambiente que geralmente tem como característica a instabilidade. As modificações que ocorrem são freqüentes e sugerem que os planos de marketing inicialmente propostos devem ser flexíveis para se adaptarem as novas situações. Esse ambiente no qual a empresa atua é chamado de ambiente de marketing; vamos dar uma olhada: AMBIENTE DE MARKETING: Agentes e forças que afetam a habilidade da empresa em desenvolver e manter relacionamentos com seus clientes. Cabe ao marketing identificar as mudanças ambientais que vão interferir nesse relacionamento, determinando se são oportunidades ou ameaças ao sucesso da empresa/produto. O ambiente de marketing pode ser dividido em Ambiente Interno, Externo e Macro Ambiente (variáveis não controláveis). Ex: crise energia, mudança moeda, plano econômico, taxa de juros, taxa de câmbio, recessão, mudança legislação, natureza. OBS: Existem autores que chamam os ambientes interno e externo de Micro ambiente, e o definem como: forças no ambiente da organização que afetam o planejamento de marketing. Para Pensar: Se há uma coisa que nesse mundo nunca muda, é que tudo muda nesse mundo. (Jonathan Swift, reformador social inglês). AMBIENTE INTERNO: Ele é composto pelas variáveis que a empresa tem muito controle, como a empresa em si, com toda sua estrutura de departamentos (financeiro, recursos humanos, produção, etc.,) e seus funcionários. É o ambiente imediato da empresa que afeta sua habilidade em atender seu mercado. Se tudo funciona bem e de forma organizada será melhor e mais fácil. Ex: O funcionário feliz tem atitudes positivas que contagiam os clientes. AMBIENTE EXTERNO: É composto pelas variáveis externas a empresa, mas que ela ainda tem algum controle ou capacidade de negociação tal como fornecedores, concorrentes, clientes e o nosso mercado. Vamos dar uma olhada mais de perto neles: Fornecedores: Os fornecedores exercem influência, positiva ou negativa, no nosso negócio. Vejam alguns exemplos da influência dos fornecedores no nosso negócio: Ex: Fornecimento e qualidade de matéria-prima, atrasos na entrega ou entrega just-in-time, desconto para cotas maiores, existência ou não intermediários, existência ou não parceiros, etc. Clientes: O comportamento do consumidor pode sofrer alterações ou influências, estas podem ser de ordem: • social (família, escola), • cultural (marca, status, religião). • psicológicas (preço, publicidade, valor), • pessoais (personalidade, experiências, incertezas). Mercado: O mercado de uma empresa não é composto apenas de clientes, ele pode ser subdividido em: • Mercado Consumidor: quem compra produtos/serviços para consumo pessoal; • Mercado Industrial: quem compra produtos/serviços para produção de outros produtos/serviços; • Mercado Revendedor: quem compra produtos/serviços para revenda e obtenção de lucro; • Mercado Governamental: compra produtos/serviços p/ produzir ou transferi-los a quem precisa sem visar lucro; 214 • Mercado Internacional: compradores externos de produtos/serviços para mercados revenda e ou industrial; Concorrência: A concorrência e a competitividade exercem muita influência no nosso negócio, mas ainda são variáveis que podem ser previstas ou negociadas, Ex: podemos adotar a estratégia de BENCHMARKING (“copiar” os pontos positivos do meu concorrente para adaptá-los na minha empresa e transformá-los em oportunidades para obtenção do meu sucesso), podemos comprar um concorrente, podemos mudar de ponto, podemos fazer um acordo com um concorrente. MACROAMBIENTE: Além do ambiente interno e externo que geram influências diretas, ainda existem as forças do macro ambiente. Estas são as tendências ditas “incontroláveis”, que em geral são de ordem: • Sócio Demográfico: Variação da população (distribuição geográfica, idade, nascimento, casamento, mortalidade, separações, religião, crenças, valores); • Econômicos: Variação do poder de compra (renda, preço, poupança, crédito, endividamento, mudança no padrão dos gastos); • Tecnológico: Variação ou aparecimento de novas tecnologias (pesquisa, novas descobertas, inovação, acidentes); • Político - Legais: Variações ou mudanças de governo (leis, pressão de grupos de influência, sindicatos, políticas, defesa do consumidor, eleições). Para descobrir tais influências do ambiente pode se utilizar alguns sistemas de levantamento de informações. Um deles é o sistema dos 4 A’s. Análise, Adaptação, Ativação e Avaliação. Veremos mais à frente como utilizá- lo. 215 FERRAMENTE DE ANÁLISE AMBIENTAL - 4 A’s CAPÍTULO - 5 PALAVRAS – CHAVE COMÉRCIO – componentes do mercado composto por atacadistas e varejistas que compram bens e serviços para venda ou aluguel. FORNECEDORES – individuos ou organizações que fornecem os recursos necessários para uma empresa e seus concorrentes produzirem bens e/ou serviços. PRODUTORES – componentes do mercado organizacional que adquirem produtos e serviços e os transformam emoutros produtos e serviços, que são vendidos alugados ou, de alguma outra forma, fornecidos a terceiros (também chamado de mercado industrial). ANÁLISE: identificar as forças que influenciam o mercado e suas interações com a empresa. Como identificar? Com pesquisas de mercado, sistema de informação em marketing ou simplesmente ouvindo nossos consumidores. Abaixo estão algumas informações interessantes de serem levantadas com nossos públicos alvos: O QUE? • que tipo de benefícios os clientes estão buscando? • que atributos do produto são importantes para meu cliente? • que fatores influenciam a demanda? • o que eu vendo? • quais são os critérios de compra? • quais são as bases de comparação? • quais são os riscos percebidos? • que serviços meus clientes esperam receber? QUANDO/QUANTO? • quando é tomada a primeira decisão de compra? • quando o produto é comprado novamente? • quanto o cliente compra? • quantos estão dispostos a pagar? • quanto é meu custo? COMO? • como os clientes compram? • como comunicar ao meu cliente a existência do meu produto? • como os clientes usam meu produto? • como é o acesso ao produto? POR QUÊ? • por quê os clientes compram? • por quê escolhem uma marca em relação à outra? • por quê compra do meu concorrente e não de mim? ONDE? • onde é tomada a decisão de compra? • onde estão meus produtos? • onde compram meu produto? • onde colocar à venda meus produtos? • onde estão meus clientes? • onde estão meus concorrentes? • onde o cliente procura informações sobre meus produtos? QUEM? • quem compra meu produto? • quem são meus concorrentes? • quem é meu segmento? • quem compra do meu concorrente? • quem é meu cliente? Adaptação: Uma vez respondidas as questões da análise é preciso adequar as linhas de produtos ou serviços às necessidades do cliente. Devem ocorrer mudanças onde forem percebidos pontos fracos e manutenção dos pontos fortes. Na adaptação o foco é somente o PRODUTO. Ativação: Após as mudanças e adaptações no produto iremos ativar as outras forças do composto de mkt: preço, ponto e promoção para que também ajudem a trazer satisfação aos nossos clientes. Iremos investir mais ou menos em publicidade, vamos mudar o posicionamento do produto, talvez tentar diminuir custos para poder baixar o preço ou aumentar nossos canais de distribuição. Avaliação: é o controle e verificação dos resultados que as mudanças trouxeram, objetivando neutralizar ao máximo o impacto dos ambientes no produto e na imagem que meu cliente tem da minha empresa/produto ou serviço. 216 SISTEMAS DE MARKETING (Marketing Mix) CAPÍTULO - 6 PALAVRAS - CHAVE MERCADO – compradores atuais ou potenciais de um produto. SISTEMAS DE MARKETING – Grupo de entidades que interage regularmente formando um conjunto unificado. Essas entidades incluem a organização que está realizando o mkt, o produto que está sendo colocado no mercado, o mercado alvo, os intermediários e tudo o que facilita a troca de valores. SISTEMAS DE MARKETING: Como vimos anteriormente é necessário muito mais que um bom produto ou um excelente vendedor para que um produto alcance o sucesso. Para isso o marketing tenta conhecer e controlar as variáveis que influenciam o desempenho dos produtos no mercado. Estes elementos estão descritos nos sistemas de marketing. Veremos dois dele o sistema simples e o sistema composto ou marketing mix, o mais utilizado. SISTEMA SIMPLES DE MARKETING: A empresa possui produtos/serviços que quer colocar no mercado, se o mercado quiser absorver esses produtos/serviços então ocorre a venda e o retorno para a empresa. A empresa pode fomentar suas vendas com a comunicação e pode até coletar informações sobre o mercado com o uso de pesquisas. O mercado é todas as pessoas que querem e podem consumir, ou seja, que estão aptos a assumir um processo de troca para satisfazer alguma necessidade ou desejo. Neste sistema trabalharemos sempre com consumidores. O potencial deste mercado é decidido pela relação de oferta X demanda. É uma simples relação de compra e venda. Vai produto, volta dinheiro (din din). SISTEMA COMPOSTO DE MARKETING (MIX DE MARKETING): No sistema simples de marketing uma variável importante é deixada de fora. Percebendo isso, criou-se o sistema composto de marketing. Ele é chamado assim, pois esse é o nome dado a cada uma das variáveis que ele controla. Jerome McCarthy, um autor americano, desenvolveu um modo de simplificar a memorização das variáveis controláveis, que classificou com a sigla dos 4p’s. Os 4p’s são o conjunto de instrumentos de mkt (variáveis controláveis) que a empresa usa para atingir seu cliente potencial. Como ele era americano, as variáveis estavam em inglês: “product, price, promocion, point of sale”. Traduzindo para o português os 4Ps ficam assim: Produto, preço, ponto venda e promoção. Vale uma ressalva: no terceiro composto usa-se Ponto de venda por questões de tradução, na realidade este composto também engloba a questão distribuição, e no composto Promoção estaremos falando sempre das questões relacionadas com a comunicação com o mercado. 217 Como podemos ver na ilustração abaixo, este modelo é superior ao modelo simples, pois controla mais variáveis e permite que o foco do processo seja o cliente, que recebe o produto desejado (qualidade) e gera informações para que a empresa continue fornecendo o que o mesmo deseja. Analisaremos agora cada um dos compostos que formam o composto de marketing: COMPOSTO PRODUTO: Marca, embalagem, qualidade, design, características, benefício, assistência técnica, utilidade, garantia, tamanho, cor, desempenho, etc.. Produto Tangível: produto em si (carro). Produto Ampliado: tangível + serviços (carro + garantia). Produto Genérico: benefício esperado com produto velocidade/desempenho/status COMPOSTO PREÇO: Desconto, lista preço, subsídios, crédito, financiamento, políticas diferenciadas, custo, preço venda, fluxo caixa, à vista, a prazo, etc... Preço Psicológico: 399,99. Preço Promocional: incentivado (lançamento); leve3, pague 2. Preço Limite: preço máximo que o cliente está disposto a pagar. Preço Desconto: sazonal (épocas do ano), especial (natal, páscoa, ponta estoque), quantidade (5 x 2 = 10 ou 10 x 1 = 10). COMPOSTO PONTO DE VENDA/DISTRIBUIÇÃO: Logística, transporte, distribuidores, centros de distribuição, intermediários, parceiros, varejo, atacado, armazenagem, estoque, expedição, etc... COMPOSTO PROMOÇÃO: Divulgação, publicidade, relações públicas, assessoria de imprensa, merchandising, propaganda, relações públicas, sorteios, eventos, feiras, promoção no ponto de venda, etc. 218 ANOTAÇÕES 219 SEGMENTAÇÃO CAPÍTULO - 7 PALAVRAS – CHAVE BASES DA SEGMENTAÇÃO – Critérios geográficos, demográficos, psicográficos e comportamentais usados para identificar e definir segmentos de mercado. MARKETING DE “MASSA” – Estratégia de selecionar e desenvolver uma única oferta para todo o mercado. MARKETING DE PRODUTO DIFERENCIADO – Estratégia de selecionar e desenvolver duas ou mais ofertas, cada uma com características e benefícios diferentes, para satisfazer as necessidades de um único segmento de mercado (também chamado de mkt concentrado). MARKETING DE PRODUTO DIRECIONADO – Estratégia de selecionar e desenvolver uma série de ofertas, para satisfazer as necessidades de segmentos de mercado específicos (também chamado de mkt diferenciado). O profissional de marketing deverá pensar sempre em uma forma de atuar no mercado visando alcançar os seus objetivos. O que nem sempre é tão simples quanto parece. A melhor forma de começar é traçar uma clara definição do que vêm a ser este mercado. A única forma pela qual a empresa poderá vender um produto a alguém é se esse alguém existir. Explicando: deve existir um indivíduo com uma necessidade quepossa ser satisfeita com a compra daquele produto. É também necessário que o indivíduo tenha capacidade de adquirir o produto. Por isso o conhecimento do mercado no qual ele trabalha é se suma importância para o profissional de marketing. MERCADOS DE CONSUMO E INDUSTRIAL Um dos primeiros passos a serem tomados pelo profissional de marketing é determinar de maneira eficiente o mercado visado, para posteriormente selecionar o grupo que ele tem mais interesse em atingir com os programas de Mkt. Este será o seu mercado-alvo. Como vimos anteriormente, o mercado não é composto apenas por clientes, ele pode ser subdividido em: mercado consumidor, mercado industrial, mercado revendedor, mercado governamental, mercado internacional. Então de cara já existe uma diferenciação, o uso final que será dado ao produto. Neste caso, a separação geralmente é feita considerando-se mercado industrial e de consumo. No mercado de consumo, o comprador compra produtos para uso pessoal. No mercado industrial, o comprador adquire os produtos para serem usados na fabricação de outros produtos, ou então para ajudar no desempenho operacional da empresa, ou ainda para revenda. O mercado no qual a empresa se propõe a atuar determina diferenças na abordagem de cada um deles. Quem escolher trabalhar com o mercado de consumo deverá conhecer a estrutura deste mercado, o que passa por conhecer quem compra, como compra, o que influencia a compra, etc., ao passo que quem trabalha com o mercado industrial deverá conhecer principalmente as características de uso dos seus produtos nas empresas visadas. ABORDAGENS DE MERCADO Antes de tudo, quem é o mercado? Isso já respondemos acima; Todas as pessoas que querem e podem consumir, ou seja, que estão aptas a assumir um processo de troca para satisfazer uma necessidade ou desejo. Só que do ponto de vista do Mkt essa visão é pouco eficiente, pois se o mercado é muito grande os esforços necessários para atender esse mercado serão enormes e pode não ser viável, ou pode acontecer um desperdício muito grande destes esforços pela pluralidade de indivíduos (como já sabemos, duas pessoas nunca são iguais). Temos aqui outra diferenciação, a forma como a empresa aborda o mercado. A estratégia escolhida irá se refletir no relacionamento da empresa com os consumidores ou até mesmo no próprio produto. Vamos dar uma olhada em três formas diferentes de abordar o mercado: 220 Abordagem Pulverizada (consumidores com preferências difusas) Dizemos que uma empresa usa esta abordagem quando uma empresa usa um único composto de Mkt para todo o mercado. Quando o produto está dirigido ao mercado como um todo, ou seja, não existe a divisão em segmentos. Ex: A Coca-Cola durante muitos anos promoveu o seu produto principal sem considerar as várias diferenças existentes, apesar de saber que muitos deles não comprariam seus produtos por motivos estéticos por causa do açúcar ou por preferirem outros sabores como limão ou laranja. Ex: Sal é outro produto trabalhado de forma pulverizada, toda pessoa que cozinha compra sal. Em mercados muito competitivos, esta abordagem não deve ser utilizada, pois muitos consumidores de grupos menores poderão ser negligenciados. Abordagem por Segmento (consumidores com preferências homogêneas) Ao invés de considerar o mercado como um todo, o profissional poderá dividir seu mercado em partes menores. Neste caso ele irá selecionar e agrupar características mais importantes dos consumidores que possam determinar diferenças no consumo e abordar estes grupos com estratégias diferentes, inclusive diferenciando seus produtos. No momento em que o profissional passa a agrupar os consumidores com características comuns, ele estará fazendo uso do processo de segmentação. Ops, palavra nova, o que é isso? Segmentação pode ser definida como o processo de agregação de consumidores com características homogêneas, diferenciadas de outros grupos, com o objetivo de planejar programas de Mkt que se aproximem mais da satisfação de desejos e necessidades do grupo escolhido como mercado-alvo. Cada um destes agrupamentos é chamado de Segmento. Ex: Pessoas que se preocupam em ser saudáveis. Abordagem por Nicho (consumidores com preferências conglomeradas ou específicas) Seguindo essa tendência de aproximação com o consumidor, os mercado tendem a se dividir cada vez mais. Os segmentos passam a ser reduzidos a parcelas menores (onde menos indivíduos têm mais características em comum). Esses segmentos dentro do segmento são chamados de nichos. Assim, enquanto um segmento é caracterizado por sexo e idade, um nicho é caracterizado por sexo, idade, religião, hábitos de compra e benefícios esperados do produto. Ex: O segmento das pessoas que se preocupam com ser saudáveis possui os seguintes nichos: pessoas que vivem na academia, as que vivem fazendo regime e só comem alface, os “naturebas” do arroz integral, os que não fumam, e assim por diante. PROCEDIMENTOS/CRITÉRIOS PARA SEGMENTAÇÃO Segmentação é um conceito relativamente novo, mas já existem procedimentos para estabelecer segmentos, pois nem sempre a divisão de mercados poderá resultar em bons negócios para a empresa. Às vezes, certos segmentos são tão inexpressivos que não justificam a ação. Por isso alguns requisitos para uma boa segmentação são necessários. Vamos dar uma olhada como se faz: 1 – ESTÁGIO DO LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÃO Mais uma vez nos deparamos com a informação. Existe uma relação estreita entre a qualidade/quantidade de informação coletada e o sucesso da segmentação. Para não errar é necessário obter informações para decidir se o segmento justifica o trabalho. Que tipo de informação? Para ser útil o segmento ou o nicho devem atingir os seguintes critérios: 1.1 - Mensurabilidade Aqui tentaremos descobrir o número de consumidores que constituem o segmento/nicho, pois isto é importante para que sejam feitas estimativas. É aqui que iremos avaliar o potencial em termos quantitativos. Ex: Qual o número de adolescentes fumantes? 1.2 - Substanciabilidade 221 Aqui avaliaremos o grau pelo qual os segmentos são lucrativos. Ele deve ser o mais homogêneo possível para merecer ser segmentado. Ex: Fomos segmentando e descobrimos que ninguém nunca fez um carro para anões, mas será que eles podem pagar? 1.3 - Acessibilidade Aqui avaliaremos o grau pelo qual os segmentos podem ser efetivamente buscados e atendidos. Vou realmente alcançar meu segmento com isso? Ex: Pretendo fazer um perfume para homens empreendedores, que freqüentam bares na quarta e no sábado. Será que vou realmente conseguir determinar esse segmento/nicho? 2 – ESTÁGIO DA ANÁLISE De posse da informação coletada é necessário avaliar quão lucrativo o segmento analisado pode ser, definindo assim qual segmento/nicho vou atuar. Aqui podemos perceber que ao invés de trabalhar um produto para um segmento pode ser mais rentável adaptar esse produto para três nichos diferentes. Atenção: É impossível decidir qualquer coisa aqui sem levar em conta as influências do ambiente, por isso podemos utilizar o sistema dos 4 A’s. (Análise, Adaptação, Ativação e Avaliação). 3 – BASES PARA A SEGMENTAÇÃO DE MERCADO As características que podem ser utilizadas para a segmentação de mercado são muitas. Abaixo mostrarei algumas delas. Só que atenção; cabe ao profissional decidir quais características são mais ou menos pertinentes, o critério que se usa é o produto com o qual estamos trabalhando. E geralmente os segmentos são formados por combinação dessas variáveis que acabam formando um filtro o qual exclui indivíduos que não desejamos: 1. Estágio dos solteiros Poucos compromissos financeiros: líderes de opinião para a moda; orientação ao lazer. Compram: equipamentos básicos de cozinha, carros, equipamentos para jogos, férias, som, vida noturna... 2. Recém-casados: jovens sem filhos Estão melhor financeiramente do que serão no futuro próximo. Compram mais freqüentemente bens duráveis.Compram: carros, refrigeradores, fogões, móveis e férias. 3. Casais jovens, com filhos mais jovens abaixo de 6 anos: (ninho cheio 1) Compram casas, possuem poucos bens; insatisfeitos com poupança e posição financeira, interessados em novos produtos, são influenciados pela propaganda. Compram: lavadoras, secadoras, TV, baby food, vitaminas, pastilhas para gargantas, bonecas etc. 4. Casais jovens com o filho mais novo com 6 anos ou mais (ninho cheio 2) Melhor posição financeira, algumas esposas trabalham, menos influenciadas pela propaganda, compram produtos em embalagens maiores. Compram: comida, material de limpeza, lições de música, pianos. 5. Casais mais idosos, com filhos dependentes (ninho cheio 3). Posição financeira ainda melhor; mais esposas trabalham; alguns filhos conseguem emprego; são pouco influenciados pela propaganda; compram bens duráveis. Compram: móveis novos, viajam de carro, freqüentemente compram serviços dentários, revistas, produtos mais supérfluos. 6. Casais mais idosos, sem filhos vivendo com elas, cabeça do casal ainda trabalhando (ninho vazio 1). Propriedade de imóvel; mais satisfeitos com posição financeira e poupança; interessados em viagens e recreação; educação própria. Dá donativos e contribuições. Não se interessa por novos produtos. 222 Compram: férias, luxo, melhorias no lar. 7. Casais mais idosos, sem filhos vivendo com eles, cabeça do casal aposentado (ninho vazio 2). Brusco corte nos rendimentos. Mantém a casa. Compra: aparelhos médicos, produtos que ajudam a saúde, digestão e sono. 8. Sobreviventes solitários Rendimento ainda é bom, mas ficam mais propensos a vender a casa e querem viajar. 9. Sobreviventes solitários aposentados Alguns medicamentos são necessários; redução drástica nos rendimentos. Necessidade especial para atenção, afeição e segurança. 4 - VARIÁVEIS PARA ANÁLISE DE MERCADOS DE CONSUMO (Critérios para Segmentação) Características geográficas: regiões, centros urbanos, suburbanos ou rurais, cidades, municípios ou estados. Variáveis demográficas/sócio-econômicas: Idade: bebês, crianças de 7 – 10 anos, adultos, adolescentes, etc. Sexo: masculino, feminino. Raça: branca, negra, amarela, etc. Nacionalidade: brasileira, argentina, alemã, italiana, etc. Renda: 1 a 2 salários, 3 a 4, etc. Educação: secundária, universitária, pós-graduado, etc. Ocupação: fazendeiros, aposentados, operários, profissionais liberais, etc. Tamanho de família: 1 ou 2 membros, 3 ou 4, mais de 4. Ciclo familiar: jovens solteiros, casados, sem filho etc. Religião: católicos, judeus, protestantes, etc. Classe social: classe A, B, C ou D. Variáveis psicográficas: Personalidade: autoritários, ambiciosos, sociáveis, etc. Estilo de vida: atividade, interesse e opinião. Atitudes: favoráveis, não favoráveis. Percepção: como os consumidores percebem o produto: mais técnico ou menos técnico, útil, status ou econômico, e quaisquer outros atributos que sirvam de comparação. Aspectos relacionados com o produto: Uso do produto: intensidade alta, média ou baixa. Sensibilidade a preço: mais sensíveis menos sensíveis. Lealdade à marca: leais, não leais, muito leais. Benefícios: status, economia, conveniência etc. Variáveis comportamentais: Influência na compra: criança, esposa, amigos etc. Hábitos de compra: freqüência, quantidade, locais, dias da semana etc. Intenção: indecisos, propensos, interessados, desejosos etc. 5 - VARIÁVEIS PARA ANÁLISE DE MERCADOS INDUSTRIAIS 223 (Critérios para Segmentação) Tamanho: grandes, médias e pequenas empresas. Região: norte, nordeste, sul; capital, interior; São Paulo, Rio. Usuários do produto: indústria, plásticos, farmacêuticos, alimentícios, etc. COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR (fatores internos e externos) CAPÍTULO - 8 PALAVRAS – CHAVE APRENDIZADO – Mudanças no comportamento de um indivíduo resultantes da experiência. ATITUDE – tendência por uma ação, sentimento ou avaliação cognitiva e duradoura de uma pessoa dirigida para um objeto, idéia ou pessoas em particular. CICLO DE VIDA FAMILIAR – Série de estágios por que uma família passa, cada um caracterizado por necessidades diferentes e por padrões comportamentais adquiridos. CLASSES SOCIAIS – Divisões sociais que são relativamente homogêneas, duradouras e ordenadas hierarquicamente, nas quais os membros compartilham valores e comportamentos similares. CULTURA – Símbolos e artefatos criados pelas pessoas e passados de uma geração para outra como determinantes e reguladores do comportamento humano em uma dada sociedade. ESTILO DE VIDA – Padrão de vida que abrange as atividades, os interesses e as opiniões de cada indivíduo. MOTIVAÇÃO – Força que ativa o comportamento orientado para as metas. PERCEPÇÃO – Processo de selecionar, organizar e interpretar os estímulos recebidos através dos sentidos; as percepções formam o comportamento. PERSONALIDADE – Padrão de traços únicos do indivíduo que levam a respostas comportamentais consistentes e duradouras. O PROCESSO DE COMPRA Para lançar no mercado produtos que atinjam os objetivos de marketing ou mesmo, para manter um nível satisfatório de atendimento, torna-se necessário entender a razão e a forma pela qual os consumidores realizam suas compras. Somente através do entendimento deste processo será possível viabilizar produtos e serviços que atendam exatamente aos desejos e necessidades dos consumidores. Devido à importância desse estudo foram realizados estudos e teorias para auxiliar na interpretação desses anseios. Esses estudos envolvem várias áreas, tal como: psicologia, sociologia, economia e antropologia. Apesar de parecer uma coisa simples, quando o consumidor decide uma compra ele age em decorrência de uma série de influências de ordem interna e externa. Como fatores internos, estão incluídos os principais componentes da estrutura psicológica do indivíduo. As influências externas vêm do meio ambiente no qual ele está inserido, as quais ele acaba incorporando ao seu comportamento. Estas influências são facilmente percebidas na compra de bens duráveis (isso acontece, pois bens de consumo muitas vezes a compra é por conveniência). O consumidor irá procurar informações a respeito de várias ofertas de mercado, irá comparar qualidade e preços para finalmente decidir na compra daquele produto que proporcionar os maiores benefícios percebidos. Essas seriam as fases de compra de produtos de consumo para uso próprio, não industriais, que está ilustrado no modelo abaixo. Processo de decisão de compra NECESSIDADE — INFORMAÇÃO — AVALIAÇÃO — DECISÃO — PÓS-COMPRA Do esquema acima a única etapa que não comentamos nada é a pós-compra. A teoria mais importante que se refere a estes sentimentos é a de Festinger, conhecida como dissonância cognitiva. De acordo com essa teoria, não existe um convívio harmonioso entre atitudes, crenças e cognição, após uma tomada de 224 decisão. Então o indivíduo entrará em um estado de ansiedade; o grau dessa intensidade (maior ou menor) dependerá de fatores como: 1 – O grau de importância psíquica e financeira da decisão. Ex: Uma casa 2 – Número elevado de alternativas. Ex: Carro usado Quando ocorre essa dissonância, o indivíduo procura diminuí-la, agindo de uma das seguintes maneiras: 1 – Procurar informações que reforcem a sua decisão 2 – Percebe mais informações que reforçam a decisão 3 – Evita os aspectos negativos e reforça os positivos (percepção cognitiva) Como pode ser percebido o ato de compra é um processo de decisão. O consumidor passa por várias etapas até chegar a decisão final, por isso os profissionais de marketing agem em cada uma das etapas, com test-drives, descontos e propaganda para reforçar a escolha. Um exemplo claro é a indústria automotiva que vive em função da propaganda, pois nesse segmento a relação custo/benefício não é clara devido ao excesso de opções. O CONSUMIDOR Entender as etapasdo processo decisório não é, porem, tudo. Devemos também conhecer o nosso consumidor, tarefa essa que esta entre as mais difíceis do marketing. Que tipo de influencias ele recebem? Como falamos antes são internas e externas: Internas: Fatores psicológicos, como: motivação, aprendizagem, percepção, atitudes personalidade. Externas: Família, classe social, grupos de referencia, e cultura. Inserir /comentar gráfico de influências. Afora as influências sofridas pelo consumidor, o profissional de mkt também deve levar em conta que na hora da compra o consumidor pode/ou não desempenhar uma seqüência de papéis conforme mostrado no modelo abaixo: INICIADOR — INFLUENCIDOR — DECISOR — COMPRADOR — USUÁRIO Ex: Carro da esposa ou do casal, brinquedo da criança, venda de enciclopédias. A – FATORES INTERNOS A.1 – MOTIVAÇÃO Uma força interna que dirige o comportamento das pessoas é a motivação. Motivação é o fator que impulsiona um ato de consumo. Essa motivação poderá ser de ordem fisiológica (fome) ou psicológica (status). Um esforço para coordenar a hierarquia das necessidades foi feito por Maslow. Ele (psicólogo) desenvolveu uma teoria de que a satisfação dos desejos e necessidades do ser humano nunca cessa. Essa teoria é chamada de hierarquia das necessidades e é representada pela Pirâmide de Maslow. Segundo ele existem vários níveis de necessidades até chegar ao objetivo e uma vez que uma é atingida surgem outros níveis, e enquanto essas necessidades não forem supridas serão predominantes. Os níveis são: 226 Auto-realização: Produtos que alimentam o status. Aqui estão os best sellers, caminho de Santiago, estar bem consigo mesmo. Estima: Reconhecimento dos outros membros do seu metiêr (clubes, joga golfe), status (mostrar aos outros que chegou lá), prestígio. Relacionamento ou Afeição: Amor e carinho, amizade, filiação (fazer parte de um grupo). Segurança: Poupança, seguro de vida, casa própria (proteção). Fisiológicas: Alimento, sede, abrigo e sexo (sobrevivência básica). Isso é importante para nós, pois cada pessoa se encontra em um determinado estágio, e se quisermos “acertar” é necessário saber para que tipo necessidade tal produto é destinado. Ex: Propagandas, caderneta de poupança, bebida, carros, cigarros, etc... A.2 – APRENDIZAGEM Outro fator que é de interesse dos profissionais de mkt é como as pessoas aprendem a consumir. Sabe-se que o aprendizado é uma alteração de comportamento mais ou menos permanente que ocorre como resultado da prática. Ex: Martele seu dedo e veja se você não aprende a nunca mais errar o prego... Existem algumas formas que explicam o aprendizado, vamos ver algumas delas: Teoria do Estímulo e resposta Fome: comprar um doce, se o doce satisfaz = reforço positivo, se não satisfizer o inverso acontece, e o reforço é negativo (tentativa e erro). Generalização: Se um doce de cara boa satisfaz, todos os doces de cara boa satisfazem. Discriminação: se o doce do dia anterior (aprovado) era bom e o de hoje não está bom começo a discriminar algumas das minhas generalizações. Teoria Cognitiva Segundo esta teoria, quando o consumidor volta, ele não o faz apenas porque a experiência foi positiva e sim por que ele raciocinou com os elementos possíveis, verificando o custo/benefício dessa compra. A diferença consiste em que enquanto uma aprende por ato mecânico instintivo, a outra defende que aprendemos através do pensamento, da lógica, mesmo sem experiências anteriores. Acredito que a primeira se aplica a bens de consumo de pouco valor, ao passo que, a outra é usada em produtos mais complexos. A.3 – PERCEPÇÃO É o processo pelo qual o indivíduo seleciona, organiza e interpreta a informação para dar significado ao mundo. Utilizamos filtros, somos seletivos, percebemos estímulos de nosso interesse de forma mais eficaz. A percepção trata da seleção e da atenção. A forma como vemos as coisas ao nosso redor varia com base na nossa bagagem cultural (a semiótica ajuda a explicar esse fenômeno). À medida que adquirimos maiores conhecimentos e experiências, nossa estrutura interna cognitiva vai se alterando também. Ex: os carros amarelos metálicos. Outro fato importante a ser levantado aqui é a percepção seletiva, este fato se dá, pois nós somos seletivos em relação ao mundo que nos rodeia (isto se deve em grande parte ao excesso de informação existente nos dias de hoje.) Esse fenômeno é facilmente percebido quando, por exemplo, uma senhora moralista estiver assistindo TV 227 e entrar no ar um comercial com mulher pelada ou cenas de sexo, ela poderá “desligar-se” do comercial por ser contra seus princípios morais. A.4 – ATITUDES Atitudes consistem no conhecimento e sentimentos positivos ou negativos a respeito de algum objeto. As atitudes são normalmente apreendidas no convívio dos indivíduos com os grupos sociais que freqüentam. Por isso existem pessoas com atitudes favoráveis e desfavoráveis em relação a certos produtos. É o julgamento que o consumidor faz, conforme suas expectativas e experiências no uso do produto. A atitude irá medir o grau de satisfação do consumidor: Satisfação = expectativas X performance percebida. Mudar uma atitude desfavorável é um trabalho difícil e demanda investimentos pesados, e normalmente essas atitudes são levantadas em pesquisas de mercado e opinião. A.4 – PERSONALIDADE É a composição da base da personalidade do indivíduo que interessa ao profissional de mkt. Esta informação é necessária para que eles possam relacionar diferenças no consumo com base na personalidade. Quem contribuiu muito para esses estudos foi Sigmund Freud. Segundo ele a personalidade é constituída de um id, que é herdado, constituindo-se pelos impulsos primitivos sendo o “liberador”. Além deste, outro componente da personalidade é o superego, que é a representação dos valores da sociedade, agindo como o “controlador” e constituindo-se pelas proibições sociais. O ego é o elo de ligação entre o id e o superego, pois regula os impulsos do id, ligando-se à realidade e tornando as satisfações em comportamentos socialmente aceitáveis. De forma mais simples podemos dizer que o id é a reação emocional, o superego é a reação racional e o ego media/equilibra esses impulsos. B. FATORES EXTERNOS Como falamos anteriormente os fatores externos são as influências do meio ambiente, família, classes sociais, grupos de referência e cultura. De acordo com o meio onde estamos inseridos agiremos desta ou daquela forma. Ex: Segundo nossa cultura dificilmente cantaremos e dançaremos em um velório. Vamos ver abaixo cada um desses fatores: B.1 – FAMÍLIA Este fator consiste na transmissão de valores e comportamentos de pai para filho. É um dos primeiros determinantes no comportamento do indivíduo. É através da família que iremos assimilar certos hábitos de consumo e, tendenciosamente, iremos continuar a agir dessa forma em nossos atos de consumo. Ex: em casa a mãe usa a marca de café X; tendenciosamente, quando casarmos, iremos comprar a marca de café X, pois era a marca que a mãe confiava. B.2 - CLASSE SOCIAL É evidente que as classes sociais determinam diferenças no comportamento dos indivíduos. Ex: Uma tesoura pode ser comprada nas Lojas Americanas, em um armarinho de bairro ou na Natam, todas irão cortar papel, mas terão preços diferençados. B.3 - GRUPOS DE REFÊRENCIA Também são importantes influenciadores no processo de compra, são divididos em dois grupos primários e secundários. Esses grupos normalmente utilizam as mesmas marcas, possuem gírias e vocabulários próprios, costumam ir aos mesmos lugares (bares, restaurantes...). • Primários: A influência destes grupos próximos é muito intensa. Família, amigos, vizinhos, namorado. Esse grupo é muito explorado pela propaganda, pois a “palavra destes influenciadores” tem muito valor. Ex: Promoção Net indique um amigo e ganhe uma viagem. • Secundários: Clubes, associações, equipe do trabalho,colegas da faculdade. Ex: Se no seu clube de tênis todos usam Lacoste você provavelmente usará para não se sentir deslocado. 228 B.4 - CULTURA São os valores básicos desenvolvidos numa sociedade, como a moral, costumes, realização pessoal, trabalho, juventude, status... Os fatores culturais exercem a mais ampla e profunda influência sobre o comportamento do consumidor. Crescemos absorvendo esses valores, logo, todos os nossos atos estarão inseridos no contexto cultural vigente. Ex: As pessoas sabatistas, os hábitos alimentares dos judeus. 229 COMPOSTO PRODUTO - CLASSIFICAÇÕES CAPÍTULO - 9 PALAVRAS – CHAVE BENS INDUSTRIAIS – Produtos usados na fabricação de outros produtos que são vendidos ou alugados ou de alguma forma fornecidos a terceiros. PRODUTO – Conjunto de características físicas, serviços ou atributos simbólicos oferecido ao mercado para sua atenção, uso ou consumo. NOVO PRODUTO – Produto que é visto como novo pelos clientes potenciais, ele pode ser completamente novo – um produto original, um produto melhorado, um produto modificado ou uma marca nova de um produto existente. LINHA DE PRODUTO – Grupo de produtos relacionados pelas considerações de marketing, técnicas e uso final. SERVIÇO – Itens intangíveis, perecíveis, variáveis, atividades interativas, oferecidas para venda para satisfazer as necessidades nos mercados consumidor e organizacional. CONCEITO DE PRODUTO Uma definição boa para produto é a de Alexandre Las Casas, que diz: produto é o objeto principal das relações de troca que podem ser oferecidas num mercado para pessoas físicas ou jurídicas, visando proporcionar satisfação a quem os adquire ou os consome. Esta é sem dúvida uma boa definição, mas não podemos esquecer que existe a visão ampliada do produto, que permite incluir serviços, personalidades, lugares, organizações e idéias como objeto de marketing. Um bom exemplo são vocês, estudantes, que ao saírem da universidade serão personalidades que estarão sendo objeto de marketing. Vocês terão que saber apresentar e demonstrar o produto. Terão de estar onde as pessoas tenham acesso a vocês, terão que ter um preço adequado (nem muito caro nem muito barato) e terão que fazer a promoção deste produto. Está claro? Então continuamos. Seja lá qual for o item a ser comercializado é muito importante observar que, quando as pessoas compram alguma coisa, geralmente procuram algo mais que as características físicas existentes. CLASSIFICAÇÃO SOBRE OS BENEFÍCIOS PROPORCIONADOS POR PRODUTOS A determinação dos benefícios a serem oferecidos dependerá muito das ofertas da concorrência e expectativas dos clientes no mercado de atuação da empresa. É importante para esclarecer este ponto apresentar algumas definições básicas de produto segundo os benefícios que estes podem proporcionar. Produto Básico O produto básico é de certa forma, o mínimo que se pode esperar. É o produto essencial, sem características ou benefícios adicionais. Ex: Imagine um carro 1.0, sem nenhum acessório, sem garantia, sem concessionárias, isso é o produto básico. Existem pessoas que chamam o produto básico de produto tangível, é uma discussão possível, de qualquer forma eu acredito que sejam apenas duas nomenclaturas distintas para uma mesma coisa. Produto Ampliado São todos os benefícios extras adicionados ao produto que fazem parte de uma compra. Ao comprarmos uma televisão recebemos todos os benefícios do produto básico (ornamento para a sala de estar, lazer, acesso à informação, entretenimento, etc...) e alguns benefícios extras, como garantias, assistência técnica entre outros. Outro exemplo bom exemplo é o computador, alem do mesmo recebemos programas, cursos, horas de internet e garantias, isso é o produto ampliado. Podemos dizer que o produto ampliado é um esforço do vendedor ou da empresa em diferenciar seu produto da concorrência. 230 Um efeito que acontece freqüentemente e vale a pena ser ressaltado é que, à medida que benefícios são colocados, ou melhor, adicionados ao produto. Duas coisas podem acontecer: ou os clientes sentem suas necessidades insatisfeitas por ofertas indevidas ou incompletas ou então se acostuma a receber certos benefícios devido às ofertas idênticas da concorrência. Em ambos casos, passam a esperar certos benefícios. Produto esperado São benefícios que os consumidores esperam ou estão acostumados a receber através de outras ofertas de mercado. Neste sentido, a análise da diferença existente entre o produto ampliado e o produto esperado é que determinará os benefícios válidos para a diferenciação do produto. A chamada “criação de um algo a mais no produto”. Para alguns estudiosos o produto esperado também pode ser chamado de produto genérico. Não creio que seja interessante entrar nessa discussão, por isso usaremos aqui o termo produto esperado por acreditar que este seja de mais fácil assimilação. É interessante ressaltar que em mercados muito competitivos, ou em mercados que de uma hora para outra se tornam competitivos, o produto ampliado — freqüentemente — torna-se produto esperado com muita rapidez e empresas sem capacidade de acompanhar esse ritmo acabam perdendo a competitividade. Produto diferenciado O produto diferenciado é o esforço máximo que a empresa faz para tentar tornar um produto único. É geralmente adicionado ao produto algum benefício que é muito relevante ao consumidor. De uma forma simplista podemos dizer que o produto contém algum beneficio diferenciador se só ele o tem. A partir do momento que outro concorrente passa a oferecer esse benefício ele tem grandes chances de virar produto esperado ou ampliado. CLASSIFICAÇÃO DE BENS DURÁVEIS E NÃO DURÁVEIS Com o objetivo de facilitar o trabalho de planejamento de MKT se convencionou classificar os produtos de algumas maneiras. As mais conhecidas são – Bens duráveis e não duráveis e se é produto de consumo (dirigido ao consumidor final) e produtos industriais (dirigido a organizações). Vamos dar uma olhada em cada um deles. Existe a convenção de atribuir a um bem durável o tempo de vida de pelo menos três anos. Já aos bens com durabilidade curta ou que se esgotam após o uso nós chamamos de bens não duráveis. A diferença destes tipos de produtos é clara, em geral, bens duráveis são vendidos através de seus atributos, por exemplo: durabilidade, assistência técnica, etc... e geral, gastasse mais tempo pesquisando. Já bens não duráveis fazem foco na disponibilidade, adaptabilidade (cores, tamanhos), variedade e às vezes, preço. PRODUTOS DE CONSUMO São produtos de consumo os bens e serviços direcionados a consumidores. Podem ser carros, chicletes, pizza em casa e outros. Novamente com o intuito de facilitar eles são agrupados conforme os consumidores decidem a compra: de conveniência, de compra comparada, der especialidade e produtos não procurados. Produtos de conveniência: são produtos/serviços comprados com freqüência e com esforço mínimo. Em geral são produtos baratos, que não se pensa muito para comprar. Ex: alimentos, meia, camiseta, serviço de lavanderia. Produtos de compra comparada: são produtos/serviços que, para serem comprados, demandam algum esforço. Faz-se comparação entre as alternativas possíveis e pensa-se a respeito, pois em geral são mais caros e um erro na seleção traria algum malefício. Ex: equipamentos eletrônicos, médicos. Produtos de especialidade: são produtos/serviços que de certa forma (em algum aspecto) são únicos. Geralmente são produtos/serviços caros e que se compram com baixíssima freqüência. Ex: Casa, faculdade, carro de luxo, o médico que irá fazer o seu transplante de córnea. 231 Produtos não procurados: Produtos que os consumidores não e talvez nem tenham conhecimento. Este tipo de produto — em geral — é comprado devido ao esforço do marketing e da publicidade em nos mostrar o mesmo. É interessante comentar que, de acordo com as circunstancias, pode ser classificado em diferentescategorias, por exemplo: Uma gravata pode ser um produto de conveniência para um executivo que a usa diariamente, um produto de compra comparada quando você está escolhendo a gravata que vai usar no dia do noivado e um produto de compra por especialidade se for a gravata que você vai usar no dia do seu casamento. OBS: Vale lembra que a estratégia usada no marketing de cada produto esta intimamente ligado com a “sua classificação” e vice versa. Por isso, saber destas classificações ajuda a desenvolver a estratégia correta para cada produto. Ex: Para um produto de conveniência é interessante ter um preço baixo e uma ampla distribuição, outra coisa necessária aos produtos de conveniência deverá uma embalagem atraente, pois, em geral, sua compra é decidida no ponto de venda. O mesmo não é tão importante em um produto de especialidade. PRODUTOS INDUSTRIAIS A classificação utilizada nos produtos industriais leva em conta o destino ou a utilização: Instalações, Equipamentos/Acessório, Componentes, Matéria Prima, Suprimentos e Serviços industriais. Instalações: Bens industriais fixos utilizados para produzir outros bens ou serviços. Ex: Call centers, Caldeiras, Linhas de montagem. Equipamento ou Acessório: Equipamento ou ferramenta utilizado no processo de produção que não faz parte do produto. Ex: Fresas, Martelo, Pallet. Componentes: Peças e materiais processados que farão parte do produto acabado. Ex: Painéis de plástico utilizados nas portas dos automóveis. Matéria prima: Materiais não processados que são transformados para fazerem parte dos componentes ou do produto acabado. Ex: Algodão, plástico, borracha. Suprimento: Bens ou serviços consumidos durante o processo de produção, mas que não irão fazer parte do produto acabado. Ex: Cartucho de impressora. Serviços industriais: serviços que dão suporte ao processo ou a empresa Ex: prestação de serviço de limpeza e segurança. 232 COMPOSTO PRODUTO - CICLO DE VIDA DO PRODUTO CAPÍTULO - 10 PALAVRAS – CHAVE CICLO DE VIDA DO PRODUTO (CVP) – estágios de desenvolvimento e declínio através dos quais um produto bem sucedido normalmente segue em frente. Cada estagio sugere as mudanças nos desafios competitivos e nas respostas dos compostos de marketing. 1 - CICLO DE VIDA DE PRODUTOS É a análise da evolução de um produto ou serviço durante sua existência ou vida útil no mercado. Ao afirmar que produtos têm um ciclo de vida, afirmamos também que: • produtos têm vida limitada • as vendas de produtos passam por estágios diferentes com desafios específicos • lucros variam (crescem ou diminuem) conforme o estágio que o produto se encontra • produtos requerem estratégias de marketing diferenciadas para cada estágio 1.a - INTRODUÇÃO (MENINO PRODÍGIO) Está é a fase de lançamento do produto, muitas vezes neste estágio a concorrência é pequena ou até inexistente. O crescimento de vendas do produto é lento, pois o consumidor ou às vezes e a empresa está/estão realizando testes de mercado. Custo de investimento em promoção neste estágio é alto para desenvolver aceitação do produto. As estratégias de preço em geral são experimentas neste estágio – pode ser alto para limitar o consumo, pode ser mais baixo que o da concorrência, para penetrar no mercado – o lucro geralmente é baixo ou inexistente devido aos custos com promoção e instauração da cadeia de distribuição e assistência. Exemplo de alguns produtos neste estágio: Direct TV, Peugeot 206, OMO líquido. 1.b - CRESCIMENTO (PRODUTO ESTRELA) Neste estágio o produto é rapidamente aceito pelo mercado, começa a ter bons índices de recompra bem como a presença de concorrentes. Começam a surgir produtos semelhantes e variedade de marcas. Os investimentos em promoção agora estão voltados para a manutenção ou às vezes para novas abordagens de mercado (em geral devido à presença de concorrentes). Devido à economia de escala proporcionada pelo aumento das vendas a tendência é de diminuição do preço e equilíbrio na margem de lucro. Ampliação dos canais de distribuição e assistência. Tendência à abertura de novos segmentos e a fidelização. Exemplo de alguns produtos neste estágio: Renault, Scenic, Ariel, vendas pela internet. 1.c - MATURIDADE (VACA LEITEIRA) Com vendas estabilizadas, o produto já conhecido e aceito pelo mercado os esforços de comunicação são direcionados a manutenção, lembrança (recall) e fidelização. Em geral neste estágio o número de concorrente diretos é menor, só que estes possuem mais qualidade. 233 Distribuição chega próxima do limite (não há mais mercados) Produto massificado, às vezes é possível modificar o uso para ganhar novos mercados (minancora). Lucros estabilizados com viés de baixa. Exemplo de alguns produtos neste estágio: OMO, Nescafé, maisena, Gol (novo), Nescau. 1.d - DECLÍNIO (ABACAXI) Período de queda nas vendas diminui a aceitação no mercado, a concorrência diminui, pois não há interesse, baixa ou nenhuma ação de comunicação. Vende-se apenas onde isso é possível sem investimento. Preço às vezes acaba subindo devido à economia de escala que diminui e cobertura dos custos, lucro tende a desaparecer. Abandono do produto. Exemplo de alguns produtos neste estágio: Maquina de escrever, Uno, Óleo de Soja. 2 - MATRIZ PORTFÓLIO É uma análise aplicável a todos os produtos/serviços de uma empresa. Baseia-se na análise multidirecional que considera o eixo horizontal como participação de mercado e o eixo vertical como sendo o potencial de crescimento do determinado produto. 2.a – MENINO PRODÍGIO Baixa Participação de mercado e alto potencial de crescimento 2.b – ESTRELA Alta participação de mercado com alto potencial de crescimento 2.c – VACA LEITEIRA Alta participação de mercado com baixo potencial de crescimento 2.d – ABACAXI Baixa participação de mercado e baixo potencial de crescimento 234 COMPOSTO PRODUTO – DEMAIS ELEMENTOS DO COMPOSTO PRODUTO CAPÍTULO - 11 OUTROS ELEMENTOS DO PRODUTO Além das características diferenciadoras de um produto no seu aspecto básico, existem outros elementos que o compõem e que são importantes e quase que tão determinantes no momento da tomada de decisão. Quanto melhor elaborados estes outros elementos forem, maior será a chance para a sua colocação no mercado. Muitos são esses outros elementos e qual é mais ou menos importante dependerá do tipo do produto e de quão competitivo é o mercado no qual ele está inserido, mas os elementos mais estudados são: a marca, a embalagem, os serviços agregados e as garantias, a qualidade e o design do produto. MARCA A marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho que serve para identificação de dos produtos ou linha de produtos. Podem ser marca de um fabricante como a Antártica ou de um produto como Fanta, pode ainda caracterizar uma linha de produtos como a Philips ou um distribuidor como a Renner. Vejamos abaixo algumas das funções práticas das marcas: • Diferenciação - ao comprarem produtos associam à marca uma série de atributos, com base em informações e experiências anteriores. • Identificação - servem de proteção para fabricantes, distribuidores e consumidores. • Fidelização - Apenas com o uso dela é possível criar lealdade para com um produto, e dessa forma conseguir a venda antecipada do produto. EMBALAGEM A embalagem é o invólucro protetor do produto e tem entre suas funções principais facilitar armazenagem e transporte além de proteger, facilitar o seu uso, conservar e ajudar a vender. A embalagem sempre foi importante fator de diferenciação, pois em geral é nele que esta impressa a marca do produto, mas hoje com o crescimento do auto-serviço em vários serviços a embalagem ganha mais valor do que nunca, vejamos abaixo algumas das funções que as embalagens devem atender: • Funcional - muitos produtos: sopa, sabão em pó, óleo, etc. precisam ser transportados. • Proteção – alguns produtos sem embalagens adequadas não chegam em condiçõesde consumo: lâmpadas, ovos, etc... • Transporte – as embalagens devem permitir o correto transporte e estocagem do produto. Não é incomum utilizar caixas para transporte (atacado) que se transformam em expositores ao tirar uma aba ou cortar uma parte. • Conveniências – além de proteger a embalagem pode oferecer mais: uma tampa para medir a quantidade de sabão, canudinhos para beber, vidro que vira copo após o uso, etc... • Segurança - a embalagem deve proporcionar segurança contra violações e adulterações como um lacre, por exemplo, • Promoção – em tempos de auto-serviço a embalagem é chamada de vendedor silencioso, muitas vezes a embalagens precisa mostra o produto através de janelas ou transparências. • Distinção – a coca cola com a garrafa curvilínea e o boticário com a ânfora se diferenciam e marcam seu espaço. • Imagem – ultimamente as embalagens tem sido usadas como uma extensão da publicidade e auxiliam no trabalho de construção de imagem de marca, um bom exemplo são as embalagens ecologicamente corretas que contribuem muito com a imagem da marca. • Consumo – O tamanho da embalagem pode viabilizar um custo mais acessível através da utilização de tamanhos mais econômicos como as garrafas pet de dois e 2,5 litros O rótulo é outro componente e a parte da embalagem que traz as informações do produto. Pode ser, desde um pequeno selo que diz a origem do produto como “maça Argentina” ou até o rótulo do Nescafé, que inclui endereços de atendimento ao consumidor, receitas e todas as informações do produto. 235 SERVIÇOS E GARANTIAS DO PRODUTO Serviços em geral são um mal necessário para as empresas. Muitas vezes o serviço de assistência define o consumo ou não do produto. Hoje dificilmente uma pessoa compra qualquer produto que não possua uma cadeia de prestadores de cediços adequada. A garantia por sua vez é muito usada para criar maior credibilidade na venda de diversos produtos. Um consumidor pode ficar relutante na compra de determinado produto, principalmente se o valor for elevado, mas se o fabricante se responsabilizar por qualquer falha através da garantia, o consumidor já tem um argumento para vencer essa incerteza. Podemos inclusive dizer que em alguns segmentos a garantia já faz parte do produto esperado, onde os consumidores já estão preparados a recebe-lo, como no caso dos automóveis. QUALIDADE A importância do aspecto qualidade para o marketing é incontestável. A satisfação derivada dos produtos esta muito relacionado com o desempenho esperado pelos clientes. Vale apenas ressaltar que não é sempre uma questão de oferecer o máximo o de qualidade e sim oferecer a qualidade que o consumidor espera. O Rolls Royce é um carro feito com muita qualidade, mas é vendido a um pequeno segmento de consumidores, enquanto o Gol ou o Uno é carros de “baixa qualidade” mas são bem vendidos e em geral os compradores ficam satisfeitos com a sua compra. DESIGN Um bom design pode acrescentar muito valor a um produto, e esse valor não necessariamente poderá se refletir em um custo mais elevado. Alguns produtos têm as suas parte funcional, por exemplo, já resolvida, nesse caso a forma pode ser o elemento de decisão. Em outros casos a correta definição da função, seja do ponto de vista da ergonomia ou da segurança pode ser o elemento de decisão. Como exemplo podemos citar os computadores da Apple ou as Utilidades domésticas da Alessi 236 COMPOSTO PRODUTO – MARCAS CAPÍTULO - 12 MARCAS As marcas são importantes fatores de identificação e diferenciação. Além disso, servem para certificar a qualidade dos produtos e proteger os fabricantes. As marcas valorizam os produtos e permitem a criação de um posicionamento para os mesmos. MAS O QUE É MARCA? Definição (Comitê de definições da American Marketing Association): Todo sinal distintivo, visualmente perceptível, que identifica e distingue produtos e serviços de seus similares, bem como certifica a qualidade dos mesmos. Outras definições: • É um nome, termo, sinal, símbolo, desenho, ou combinação deles que identifica bens e serviços e visa diferenciá-los dos seus concorrentes; • Nome de marca – é à parte que pode ser pronunciada ou é pronunciável. Ex: Avon, Coca Cola, Nestlé. • Marca Registrada – é uma marca a qual é dada proteção legal, com apropriação exclusiva, isto é, ninguém mais pode usa-la. Ex: Coca Cola, O boticário. • Logomarca – é à parte da marca reconhecida ou reconhecível, porem não é pronunciável, como um símbolo, cores ou desenho. Ex: a maça da Apple, o coelhinho da Playboy, a estrela da Mercedes-Benz. Para escolher uma marca devemos levar em consideração alguns fatores; A escolha da marca deve levar em conta alguns critérios. Deve ser compreendida pelos consumidores em geral, tendo, se possível um nome curto e isento de conotações negativas ou ofensivas. Deve ser de fácil leitura e pronúncia; ter expressividade, reconhecimento e memorização fáceis; ser adaptável a qualquer veículo ou meio de divulgação; ser desvinculada de tempo para não ficar ultrapassada; estar juridicamente disponível para uso; e estar associada à imagem do produto, abaixo alguns critérios que devem ser levados em conta: • Compreensão por parte dos consumidores; • Facilidade de pronuncia, leitura e escrita da marca; • Ser atemporal, ou seja, vencer a barreira do tempo e não estar vinculada à época ou tempo. • Fácil memorização • Associação à imagem e posicionamento do produto • Gerar e agregar valor tornar-se patrimônio da empresa. NÍVEIS DE SIGNIFICADO A marca pode englobar até quatro níveis de significado, ou seja, quando compramos determinado produto de determinada marca, associamos a uma série de fatores intrínsecos, muitas vezes não percebidos. 1 – Atributos Quando a marca nos remete aos atributos e qualidades do produto, normalmente trabalhados no posicionamento do mesmo, Ex: Mercedes Benz: Sugere atributos como durável, boa concepção, velocidade, alto preço. Por muitos anos a Mercedes Benz trabalhou o lema “o melhor motor do mundo” o que, devido ao seu posicionamento, proporcionou novos atributos à percepção do produto. 2 – Benefícios Os consumidores não compram produtos e sem benefícios, sejam eles funcionais ou emocionais. Ex: no mesmo caso da Mercedes Benz os atributos podem ser vistos como benefícios. Ex: o fato de ser um carro durável é um benefício (funcional) já que não terei que comprar um carro novo nos próximos anos. O alto preço também é um benefício (emocional) já que pelo carro ser caro, ele me faz sentir importante e admirado. 237 A boa concepção do carro “pelo carro ser bom estarei mais seguro em caso de acidente” é um benefício funcional e emocional. 3 – Valores As marcas agregam valor, tanto para os produtos quanto para os consumidores que buscam e valorizam desempenho, segurança e status. E estão dispostos a pagar um pouco mais por um produto que possua todos esses atributos. 4 – Personalidade A busca de determinada marca muitas vezes remete a personalidade do consumidor em questão, ou seja, ele se projeta no produto buscando identificar-se. A marca atrai consumidores cuja auto imagem, seja ele real ou desejada, se encaixa na imagem percebida da marca. Comentário: O desafio é desenvolver significados profundos para a marca, que reforcem seu posicionamento e defina a imagem da marca e do produto que estão sendo trabalhados. APRESENTAÇÃO DE UMA MARCA Quanto à apresentação de uma marca, isto é, a forma como será graficamente apresentada, temos a seguinte classificação (de acordo com o INPI): Nominativa: Constituída apenas por palavras e algarismos: Marlboro, Volvo, Motorolla, 775. Figurativa: Constituída por desenhos, imagem, figura ou forma estilizada de sinal gráfico: maça da Apple, estrela da Mercedes, anéis da Audi. Mista: Combinação de elementos nominativos e figurativos cuja grafia se apresente de forma estilizada: IBM, Coca Cola, BIC. Tridimensional: Constituída de forma plástica de produtonove outras que têm afinidade e atividades em comum com a de assistente administra- tivo. São elas, com seus respectivos sinônimos: 1. auxiliar de escritório: auxiliar administrativo, auxiliar de compras, escriturário; 2. atendente de judiciário; 3. auxiliar de judiciário; 4. auxiliar de cartório; 5. auxiliar de pessoal: apontador de cartões de ponto; Você sabia? A descrição para cada ocupação da CBO é feita pelos próprios trabalhado- res. Dessa forma, temos a garantia de que as infor- mações vêm de quem atua no ramo e, portanto, conhece bem a ocupação. Para ler esse documento na íntegra, acesse, no la- boratório de informática, o site do MTE, disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. Ao ler esse documento, você poderá até mesmo conhecer as instituições e os profissionais que descreveram as ativida- des realizadas pelos as- sistentes administrativos. 22 6. auxiliar de estatística: controlador de estatística; 7. auxiliar de seguros: auxiliar técnico de seguros; 8. auxiliar de serviços de importação e exportação: auxiliar de tráfego de exportação e importação, conferente de documentação de importação e exportação, conferen- te de exportação; 9. agente de microcrédito: agente de microfinanças, as- sessor de microcrédito, assessor de microfinanças, coordenador de microcrédito. A descrição resumida (sumária), feita pela CBO, sobre o que fazem esses trabalhadores é a seguinte: Executam serviços de apoio nas áreas de recursos hu- manos, administração, finanças e logística; atendem fornecedores e clientes, fornecendo e recebendo infor- mações sobre produtos e serviços; tratam de documen- tos variados, cumprindo todo o procedimento neces- sário referente aos mesmos [...]. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. Durante a leitura, mantenha um dicionário por perto. Talvez você precise consultar o significado de algumas palavras para compreender o texto. O monitor também pode ajudá-lo nesse caso, explicando atividades ou termos desconhecidos por você ou por algum de seus colegas. Atividade 3 oS conheciMentoS pReviStoS na cbo e oS SeuS pRópRioS conheciMentoS No quadro a seguir, estão descritas as atividades que o assistente administrativo pode realizar em seu cotidia- no de trabalho, de acordo com a descrição feita pelos 23 http://www.mtecbo.gov.br/ profissionais que participaram da CBO, e que pode variar conforme o ramo de atividade da empresa e os departamentos em que é possível trabalhar. O monitor ou alguém da sua turma vai ler, em voz alta, cada um dos itens a seguir e as áreas de atividades que lhes são correspondentes. Acompanhe atentamente essa leitura e, enquanto estiver ouvindo, aproveite para assinalar ao lado de cada uma das atividades umas das opções seguintes: • aquelas que você já sabe fazer; • as que sabe mais ou menos, ou seja, aquelas cujo conhecimento você precisa aprimorar; • as que não sabe fazer ou, mesmo, a respeito das quais nunca ouviu falar. Tratar documentos Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenho Registrar a entrada e saída de documentos Conferir notas fiscais, faturas de pagamentos e boletos Triar documentos Distribuir documentos Conferir dados e datas Verificar documentos Identificar irregularidades nos documentos 24 Tratar documentos Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenho Localizar documentos Classificar documentos Atualizar informações Solicitar cópias de documentos Receber documentos Formatar documentos Submeter pareceres Arquivar documentos Preencher documentos Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenho Digitar textos e planilhas Preencher formulários e/ou cadastros 25 Preencher documentos Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenho Preparar minutas Digitar notas e lançamentos contábeis Preencher ficha de movimentação de pessoal Preparar relatórios, formulários e planilhas Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenho Coletar dados Verificar índices econômicos e financeiros Elaborar planilhas de cálculo Elaborar organogramas, fluxogramas e cronogramas Efetuar cálculos Requisitar pagamentos Ajustar contratos 26 Preparar relatórios, formulários e planilhas Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenho Dar apoio operacional para elaboração de manuais técnicos Realizar prestação de contas Conferir cálculos Redigir atas Elaborar correspondência Colher assinaturas Acompanhar processos administrativos Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenho Verificar prazos estabelecidos Localizar processos administrativos Acompanhar notificações de não conformidade Encaminhar protocolos internos 27 Acompanhar processos administrativos Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenho Acompanhar andamento de pedidos Convalidar publicação de atos Expedir ofícios e memorandos Solicitar informações cadastrais Atualizar cadastros Atualizar dados de planejamento Acompanhar organogramas, fluxogramas e cronogramas Atender clientes e/ou fornecedores Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenho Fornecer informações sobre produtos e serviços Identificar natureza das solicitações dos clientes Fornecer informações da empresa 28 Atender clientes e/ou fornecedores Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenho Registrar reclamações dos clientes Receber clientes e/ou fornecedores Identificar perfil dos clientes e/ou fornecedores Esclarecer dúvidas Solicitar documentos Coletar referências pessoais Executar rotinas de apoio na área de recursos humanos Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenho Executar procedimentos de recrutamento e seleção Orientar funcionários sobre direitos e deveres Dar suporte administrativo à área de treinamento Atualizar dados dos funcionários 29 Executar rotinas de apoio na área de recursos humanos Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenho Auxiliar na avaliação de pessoal Auxiliar no controle de pessoal (afastamento, férias, horas extras...) Prestar apoio logístico Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenho Controlar material de expediente Levantar a necessidade de material Requisitar materiais Solicitar compra de material Conferir material solicitado Providenciar devolução de material fora de especificação Distribuir material de expediente 30 Prestar apoio logístico Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenhoou embalagem, cuja forma tenha capacidade distinta em si mesma: A pecinha de plástico do durex da 3M, a Garrafa da Coca Cola, o vidro em forma de Ânfora do Boticário. Outra solicitação para registro de marca no INPI é que ao resolver adotar para um produto a sua marca, deve-se denominá-la como: Marca Individual: Um nome único identifica o produto, independentemente do fabricante. Ex: OMO (Gessy Lever), Gol (Volkswagen), Hollywood (Souza Cruz), Sprite, Fanta (Coca Cola Company). Marca de Família: Os produtos são designados com a marca do grupo, ou seja, todos eles terão a mesma designação. Ex: Antártica (cerveja, guaraná, água tônica...), Brastemp (Geladeira, freezer, Maquina de lavar louça e roupas), Audi (A8, A6, A4, A3). Marca de Família por linha de produtos Também conhecida como marca de família individual, onde cada linha de produtos recebe um nome diferente das demais. Ex: Volvo os sedan são S40, S80, as Stage Wagon são V40, V60, V80, os coupe são C40, C70, Os Congelados Todo Sabor da Sadia, ele são sempre Todo Sabor... Marca Combinada Utiliza o nome da empresa fabricante associada a uma marca individual para cada produto. Ex: Kellog’s (Kellog’s All Brain, Kellog’s Corn Flakes, Kellog’s Sucrilhos, Kellog’s). 238 Comentário: A principal vantagem em usar uma marca individual é o fato de não correr riscos, ou seja, se um produto não der certo ou não for bem aceito a imagem da empresa não será prejudicada. Ex: Taí x Kuat, o Taí era da Coca Cola Company não deu certo, mas não “riscou” a imagem da Coca Cola e isso lhe permite tentar lançar um novo produto, o que foi feito agora com o Guanará Kuat. Além disso, a marca individual permite e facilita a segmentação do mercado, ou seja, é possível uma abrangência maior do mercado, qualidades diferenciadas dos produtos, estratégias independentes e maior controle. Ex: OMO x Unilever. Só por isso eles podem trabalhar distintamente como OMO, Minerva e Campeiro, da mesma forma que a Procter&Glamble vende Ariel, Ace e Bold. Por outro lado, ao usar o nome de família, como no caso da Antártica e Brastemp, tem-se o benefício de custos menores de introdução do produto, uma vez que a imagem coorporativa ajuda a construir a imagem do produto. Da mesma forma, é preciso que todos os produtos mantenham um mesmo padrão de qualidade, pois caso alguma perca seu nível de qualidade a imagem de todos os outros produtos da marca poderá ser abalada (este é o princípio da generalização). SIMBOLOGIA E A LOGOTIPIA Quanto à simbologia e logotipia temos as seguintes classificações: Selo: Um nome ou um conjunto inserido em uma forma determinada de fundo. Ex: Ford, Kodak, Itaú, HP, Perdigão, Esso. Monoselo: Apenas as iniciais inscritas em determinado fundo. Ex: Volkswagen, General Eletric. Monograma: Inicias do nome da empresa usadas de forma única e padronizadas. Ex: IBM, RCA, AGF (seguros), USP, SEAT. Logotipo: O nome da companhia escrita de forma única e padronizada. Ex: Coca Cola, Banespa. Pictograma: Sinal gráfico, que por analogia sugere a atividade da empresa. Ex: Copel, Telefônica, Rede Globo. Símbolo: Sinal Gráfico, geométrico ou não que representa a marca por convenção. Ex: Mercedes Benz, Apple, HSBC, Chevrolet. FIDELIZAÇÃO E IMAGEM DA MARCA O valor agregado às marcas gera percepções que influenciarão a visão do consumidor em relação ao reconhecimento e fidelização das marcas. A imagem da marca provem de seu posicionamento, trabalhado através da publicidade, propaganda, promoções e outros artifícios da comunicação. As marcas são os ícones mais valiosos do mundo dos negócios e geram milhões em investimentos. DECLÍNIO DA FIDELIZAÇÃO À MARCA Se por um lado fala-se muito em fidelização, que o nosso consumidor se torne fiel, que ele só compre de mim e compre somente o meu produto, as tendências para o futuro nos dão um parecer contrário a fidelização das marcas. A capacidade tecnológica facilitou a “cópia” de produtos bem sucedidos e as mudanças de marca estimulados por descontos tentadores podem enfraquecer seriamente a fidelidade às marcas em muitas categorias. São esses 2 fatores (promoção com redução de custos e paridade na qualidade dos produtos) que estão acelerando a erosão da fidelização. A falta de diferenciação entre produtos diante do olhos do consumidor, e a constante queda no poder aquisitivo da população leva a tomada de decisão de compra a um nível único, relacionado ao preço; ou seja, se tenho 239 uma opção mais barata, que ainda por cima oferece desconto ou ações promocionais como descontos, cupons de concursos e ainda tenho qualidade, por que vou continuar comprando tal produto? Provavelmente vou troca- lô. CURIOSIDADE: Existe sempre confusão quando se fala da diferença entre marca e logotipo, vejam como RABAÇA e BARBOSA expõem: a) nome da empresa: sinalização verbal de origem, responsabilidade e autoria da produção, comércio ou serviço; b) símbolo visual: figurativo ou emblemático; c) logotipo: representação gráfica do nome, com fonte \específica, fixa e característica; d) marca corporativa ou logomarca: composição gráfica, permanente e característica constituída pelo nome, símbolo e logotipo. Porém, segundo MURPHY e ROWE (1992; p.6), falar de marcas e logotipos como duas coisas distintas é um tanto desorientador, pois muitas das marcas mais famosas do mundo (Coca-Cola, Kellogg's, ou Ford, por exemplo) são nomes de marca que se apresentam em uma forma gráfica distintiva. A marca composta é tanto um nome de marca como uma imagem de marca". O mesmo é apontado por JANSSEN (1994) quando afirma que a palavra 'logotipo' combina os conceitos de palavra e imagem, porém, em muitos casos, o nome ou iniciais da empresa estão incorporados em um desenho característico. Nesse tipo de logotipo, o texto constitui também a imagem. Atualmente, então, muitas das publicações e profissionais do meio publicitário usam o termo marca para todo o conjunto de elementos que identificam uma empresa ou produto; e o termo logotipo para a representação gráfica da marca, possuindo ou não símbolo ou emblema distintos. Em sala também adotaremos esta terminologia simplificada. 240 COMPOSTO PRODUTO – POSICIONAMENTO CAPÍTULO - 13 POSICIONAMENTO, O QUE É ISSO? O jovem hoje não calça tênis, calça Nike, Reebok. Não veste jeans, veste Levi's, Lee, M.Officer. Por quê? Porque a marca passou a fazer parte da sua vida, do seu dia-a-dia. Mas não é apenas o fato de que eles lembram de uma marca que deve nos chamar a atenção, mas sim, o fato é que ele lembra destas e não de outras, a isso sim deveríamos perguntar por que? Algo que com influi tremendamente no recall (índice de lembrança) de uma ou de outra marca é com certeza o posicionamento, que se fossemos descreve-lo em apenas uma frase poderíamos dizer que ele é a maneira pela qual queremos que nosso consumidor veja nosso produto/serviço. Ou ainda podemos dizer que é a definição da imagem da marca e do perfil do produto/serviço que iremos comunicar ao consumidor. Quando alguns autores afirmam que todas as grandes marcas têm em sua imagem um espírito, uma emoção e uma personalidade (posicionamento) bem definida, e muitos pesquisadores concordam afirmando que o posicionamento de marca é parte da razão pela qual consumidores compram um produto ao invés do outros ou pagam mais por um produto do que por outro. "Suas imagens têm um foco emocional tão preciso que podemos definir com apenas algumas palavras: Marlboro, o domínio sobre o seu território; Coca-Cola, emoção e vitalidade; Hugo Boss veste os líderes; Levi's, o rústico autêntico; Omo, reconhecimento e valorização da dona-de-casa; Impulse, o sonho de Cinderela; BMW, poder e sofisticação; Channel, a elegância clássica; Free, inteligência e espontaneidade". Após várias tentativas de explicar tão estranho conceito consegui que o meu colega engenheiro entendesse o que era posicionamento. Ele exemplifica para tentar checarControlar expedição de malotes e recebimentos Controlar execução de serviços gerais (limpeza, transporte, vigilância) Pesquisar preços Solicitar entrega de documentos Solicitar recursos de viagens Intermediar contatos Auxiliar na organização de eventos internos Organizar o setor Prospectar clientes Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenho Mapear área de atuação BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 31 http://www.mtecbo.gov.br/ O que mais diz a CBO São ainda contemplados na CBO conhecimentos relacionados: • à escolarização formal e à formação profissional dos trabalhadores, por meio de cursos e/ou de experiências de trabalho; • a atitudes pessoais que interferem no desempenho profissional. Atividade 4 MaiS infoRMaçõeS da cbo Você vai fazer, com relação a esses saberes, o mesmo exercício realizado na ativida- de anterior. Escolarização e formação/ experiência profissional Sim Não Cursando Ensino Médio completo Treinamentos e cursos Curso de idiomas Atitudes pessoais Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenho Demonstrar iniciativa Trabalhar em equipe 32 Atitudes pessoais Conhecimentos que tenho Conhecimentos que preciso aprimorar Conhecimentos que não tenho Demonstrar flexibilidade Demonstrar capacidade de adaptação de linguagem Demonstrar capacidade de negociação Demonstrar capacidade de empatia Demonstrar capacidade de observação Demonstrar persistência Demonstrar facilidade de comunicação Transmitir credibilidade Contornar situações adversas Demonstrar criatividade Demonstrar autocontrole Demonstrar capacidade de organização BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 33 http://www.mtecbo.gov.br/ Se você desconhece a maior parte dessas atividades ou acha que não sabe executá-las direito, não se sinta mal. Muitas delas fazem parte apenas do cotidiano de trabalhadores ex- perientes, com algum tempo de atuação no mercado. Além disso, um dos objetivos deste curso de qualificação é desenvolver alguns desses conhecimentos, que podem ser considerados mais “técnicos” e estão diretamente relacionados à ocupação de assistente administrativo. É exatamente para saber (ou saber melhor) como fazer esse trabalho que você está neste curso. Guarde o quadro com você. No final do curso, você vai utilizá-lo novamente. Algumas questões relevantes relacionadas ao exercício da ocupação Para finalizar esta Unidade, falaremos agora de algumas conquistas para essa categoria profissional. Lei Antifumo A primeira delas está relacionada a uma questão de saú- de: a proibição do fumo em ambientes fechados. Para compreender melhor o que essa lei significa para os trabalhadores que atuam em ambientes fechados, antes temos de falar um pouco sobre o tema saúde. Observe a definição de saúde utilizada pela Agência Na- cional de Vigilância Sanitária (Anvisa): A Organização Mundial da Saúde – OMS define saúde como “o completo estado de bem-estar físico, Você sabia? Existe um órgão público para fiscalizar e normati- zar todos os setores rela- cionados a produtos e serviços que possam afe- tar a saúde da população brasileira. A Anvisa, vin- culada ao Ministério da Saúde, atua também na área de alimentos: coor- dena, supervisiona e con- trola as atividades de registro, informações e inspeção, controle de ris- cos e estabelecimento de normas e padrões. O ob- jetivo é garantir as ações de vigilância sanitária de alimentos, bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas embalagens, aditi- vos alimentares e coad- juvantes de tecnologia, limites de contaminantes e resíduos de medica- mentos veterinários. Essa atuação é compartilhada com outros ministérios, como o da Agricultura, Pecuária e Abastecimen- to, e com os Estados e municípios que integram o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Sai- ba mais sobre esse órgão acessando o site da Anvisa. Disponível em: . Aces- so em: 25 mar. 2015. 34 http://www.anvisa.gov.br/ mental e social, e não simplesmente a ausência de enfermidade”. Tal conceito tem uma profunda relação com o desenvolvimento e expressa a associação entre qualidade de vida e saúde da população. A saúde, nesse sentido, é resultado de um processo de produção social e sofre influência de condições de vida adequadas de bens e serviços. AGêNCIA NACIONAL DE VIGILâNCIA SANITáRIA (ANVISA). A Anvisa na redução à exposição involuntária à fumaça do tabaco. Brasília: Anvisa, 2009. p. 4. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. Durante muitas décadas, enquanto o hábito de fumar era permitido em am- bientes fechados, como empresas e lojas, os trabalhadores desses locais ficavam expostos à inalação dessa fumaça. As pessoas que inalam fumaça mesmo sem tragar são denominadas “fumantes passivas”. É comprovado que os fumantes passivos também são atingidos pelo mal que a fu- maça do tabaco provoca na saúde. Segundo informações da Anvisa: Quando o cigarro é aceso, somente uma parte da fumaça é tragada pelo fumante, e cerca de 2/3 da fumaça gerada pela queima é lançada no ambiente, através da ponta acesa do produto (cigarro, charuto, cigarrilhas e outros). Essa fumaça, denominada corrente secundária, somada à fumaça exalada pelo fumante, forma, em ambientes fechados, a Fumaça Ambiental do Tabaco (FAT) ou Poluição Tabagística Ambiental (PTA). AGêNCIA NACIONAL DE VIGILâNCIA SANITáRIA (ANVISA). A Anvisa na redução à exposição involuntária à fumaça do tabaco. Brasília: Anvisa, 2009. p. 5. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 35 http://portal.anvisa.gov.br/wps/ http://portal.anvisa.gov.br/wps/ Estudos informam que os malefícios provocados por essa fumaça ambiental podem ser tão fortes quanto aqueles causados pela fumaça inalada diretamente pelo fuman- te ao tragar um cigarro. Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, a PTA é a maior fonte de poluição em ambientes fechados e o tabagismo passivo, a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, perdendo apenas para o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool. (IARC, 1987; Surgeon General, 1986; IARC, 2002.) AGêNCIA NACIONAL DE VIGILâNCIA SANITáRIA (ANVISA). A Anvisa na redução à exposição involuntária à fumaça do tabaco. Brasília: Anvisa, 2009. p. 6. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. Os trabalhadores expostos a essas condições, como aqueles que trabalham em espaços fechados, como escritórios, têm, segundo estudos, um risco entre 300% e 400% maior de contaminação do que qualquer outra categoria ocupacional. Tendo em vista toda essa questão, que é de saúde pública, diversos Estados e municípios se mobilizaram no sentido de aprovar leis que proibissem o fumo em ambientes fechados. No Estado de São Paulo, no dia 7 de maio de 2009, entrou em vigor a Lei no 13.541, que proíbe o consumo de cigar- ros, cigarrilhas,charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígeno em ambientes fechados. Diz a lei: Artigo 1o – Esta lei estabelece normas de proteção à saúde e de responsabili- Você sabia? O cigarro é composto por cerca de 400 subs- tâncias, das quais aproxi- madamente 200 são tóxicas. Dentre as subs- tâncias tóxicas, 40 são cancerígenas, ou seja, podem provocar o apare- cimento de câncer. 36 http://portal.anvisa.gov/ dade por dano ao consumidor, nos termos do artigo 24, incisos V, VIII e XII, da Constituição Federal, para criação de ambientes de uso co- letivo livres de produtos fumígenos. Artigo 2o – Fica proibido no território do Estado de São Paulo, em ambientes de uso coletivo, públicos ou privados, o consumo de cigar- ros, cigarrilhas, charutos ou de qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco. § 1o – Aplica-se o disposto no “caput” deste artigo aos recintos de uso coletivo, total ou parcialmente fechados em qualquer dos seus lados por parede, divisória, teto ou telhado, ainda que provisórios, onde haja permanência ou circulação de pessoas. § 2o – Para os fins desta lei, a expressão “recintos de uso coletivo” compre- ende, dentre outros, os ambientes de trabalho, de estudo, de cultura, de culto religioso, de lazer, de esporte ou de entretenimento, áreas comuns de condomínios, casas de espetáculos, teatros, cinemas, bares, lanchone- tes, boates, restaurantes, praças de alimentação, hotéis, pousadas, centros comerciais, bancos e similares, supermercados, açougues, padarias, farmá- cias e drogarias, repartições públicas, instituições de saúde, escolas, museus, bibliotecas, espaços de exposições, veículos públicos ou privados de trans- porte coletivo, viaturas oficiais de qualquer espécie e táxis. [...] SÃO PAULO (Estado). Lei no 13.541, de 7 de maio de 2009. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. Atividade 5 algunS iMpactoS da lei antifuMo 1. Leia a reportagem a seguir, que discute a regulamentação da Lei Antifumo em âmbito federal. 37 http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2009/lei-13541-07.05.2009.html Lei Antifumo passa a valer a partir desta quarta (3) por Portal Brasil Publicado: 03/12/2014 09h08 Regulamentação proíbe fumar em ambientes fechados de todo o País. Antes da lei federal, oito estados já tinham normas próprias A partir desta quarta-feira (3), passa a valer em todo o País a chama- da Lei Antifumo, que proíbe, entre outras coisas, fumar em ambientes fechados públicos e privados. Aprovada em 2011, mas regulamentada em 2014, a Lei 12.546 proíbe o ato de fumar cigarrilhas, charutos, cachimbos, narguilés e outros produ- tos em locais de uso coletivo, públicos ou privados, como halls e corre- dores de condomínios, restaurantes e clubes – mesmo que o ambiente esteja parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou toldo. Antes da regulamentação oito estados brasileiros já contavam com leis próprias sobre o tema. São eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Ron- dônia, Roraima, Amazonas, Mato Grosso, Paraíba e Paraná. Entre- tanto, com a decisão, o que passará a valer sobre a matéria é a nova lei federal, que deverá influenciar os hábitos de 11% da população brasileira, composta por fumantes. Nas Américas, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), 16 países já estabeleceram ambientes livres de fumo em todos os locais públicos fechados e de trabalho: a Argentina, Barbados, o Canadá, Chile, a Colômbia, Costa Rica, o Equador, a Guatemala, Honduras, a Jamaica, o Panamá, Peru, Suriname, Trinidad e Tobago, o Uruguai e a Venezuela. A lei ainda extingue os fumódromos e acaba com a possibilidade de propaganda comercial de cigarros, mesmo nos pontos de venda, onde era permitida publicidade em displays. Em caso de desrespeito à nor- ma, os estabelecimentos comerciais podem ser multados e até perder a licença de funcionamento. Fica liberada apenas a exposição dos produtos, acompanhada por mensagens sobre os males provocados pelo fumo. 38 Além disso, os fabricantes terão que aumentar no próprio produto os espaços para avisos sobre os danos causados pelo tabaco. Pela nova regra, a mensagem deverá ocupar 100% da face posterior das emba- lagens e de uma de suas laterais. onde pode fumar? Será permitido fumar em casa, em áreas ao ar livre, parques, praças, áreas abertas de estádios de futebol, vias públicas e tabacarias, que devem ser voltadas especificamente para esse fim. Entre as exceções estão também cultos religiosos, onde os fiéis po- derão fumar caso faça parte do ritual. opiniões Entre os frequentadores de bares e restaurantes, a lei não é unanimi- dade. A estudante Fábia Oliveira, 18 anos, disse ser a favor de leis mais rigorosas contra quem fuma em ambientes fechados. “É um desrespeito com quem não gosta de cigarro. A pessoa que fuma prejudica todos que estão à sua volta. Você acaba se prejudican- do, contra a sua vontade, pela escolha dos outros. Ninguém é obriga- do a sentir o cheiro de cigarro”, acrescentou. O supervisor Diego Passos, 31 anos, é contra a lei e acredita que a norma não surtirá efeito. “Quem fuma dentro de um bar, por exemplo, vai continuar fumando. Não poderei ir a uma boate, a um bar porque fumo? Nenhuma lei é capaz de fazer uma pessoa parar de fumar. Além do mais, não há fiscalização”, disse. Para o presidente da regional de São Paulo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Percival Maricato, o dia a dia de bares e restaurantes deve mudar pouco, uma vez que a lei já vem sendo cumprida pela maior parte dos estabelecimentos mesmo antes da regulamentação. 39 “A meu ver, não vai mudar coisa alguma. Já estava proibido fumar em locais fechados. Mas achamos que a lei é um tanto leonina. Há excessos visíveis. O infeliz do fumante é tratado como um leproso na idade média”, disse. Para Maricato, as novas normas representam uma espécie de regula- ção que vem sendo imposta ao setor. “Daqui a pouco, bares e restaurantes vão parecer uma repartição pública, com cartazes e dizeres. E estamos falando de um local onde as pessoas vão para descontrair. Há cada vez mais intervenção do Estado, dizendo o que o indivíduo pode ou não pode fazer “, apontou. LEI Antifumo passa a valer a partir desta quarta (3). Portal Brasil, 3 dez. 2014. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 2. Agora, com a ajuda do monitor, escreva sobre quais são, em sua opinião, os pontos positivos e negativos da Lei Antifumo. Assédio moral e assédio sexual: Você já ouviu falar? Este tópico tem como objetivo discutir as condições de trabalho que nem sempre são visíveis, mas podem causar danos à saúde e à integridade do empregado. Nos períodos difíceis da economia, os trabalhadores amargam forte aumento dos níveis de desemprego e, com isso, a situação de temor aumenta na mesma proporção. Se não há emprego para todos, as empresas podem passar a cobrar mais dos empre- gados: novas atitudes, novos comportamentos, grau de escolaridade mais elevado etc. Esse clima de medo em relação à perda do emprego pode gerar um sentimento de insegurança entre os trabalhadores. 40 http://www.brasil.gov.br/saude/2014/12/lei-antifumo-passa-a-valer- Compreender as situações de trabalho, como ele é organizado e qual é a autonomia de cada trabalhador para resolver determinadas situações ajuda a não agravar a angústia das pessoas envolvidas. Por exemplo: no supermercado, a fila está imensa. A culpa é da funcionária do caixa ou da administração do supermercado, que não contrata pessoas suficientes para atender os clientes?Normalmente é o trabalhador quem escuta as reclamações. A tentativa de construir uma sociedade mais justa passa pela tomada de consciência sobre os limites que o trabalho impõe, especialmente em determinadas situações, como as de crise e falta de vagas no mercado. Mas o que é assédio moral? Você já ouviu falar nesse termo? De acordo com o site Assédio Moral no Trabalho, humilhação e assédio moral são diferentes. Assédio moral é, portanto, uma situação em que há uma deterioração intencional das condições de trabalho, na qual as chefias exercem um papel negativo sobre os subordinados. A pessoa que sofre o assédio moral, em geral, fica isolada, não parti- cipando das atividades da empresa. Segundo o site, a humilhação não é assédio moral porque esse tipo de assédio possui algumas características: O que é humilhação? [...] É um sentimento de ser ofendido/a, menosprezado/a, rebaixado/a, inferiorizado/a, submetido/a, vexado/a, constrangido/a e ultrajado/a pelo outro/a. É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil. Magoado/a, revoltado/a, perturbado/a, mortificado/a, traído/a, envergonhado/a, indignado/a e com raiva. A humilha- ção causa dor, tristeza e sofrimento. E o que é assédio moral no trabalho? É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigidas a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-a a desistir do emprego. ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 1. repetição sistemática; 2. intencionalidade (forçar o outro a abrir mão do emprego); 3. direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida como bode expiatório); 4. temporalidade (durante a jornada, por dias e meses); 5. degradação deliberada das condições de trabalho. ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 41 http://www.assediomoral.org/ http://www.assediomoral.org/ Pesquisas realizadas permitiram identificar algumas estratégias utilizadas pelo agressor, ou seja, aquele que pratica o assédio moral: Assédio moral prejudica a saúde As consequências do assédio moral para a saúde são muitas. Em entrevistas com pessoas que sofreram assédio moral, a médica Margarida Barreto identificou que homens e mulheres reagem de formas diferentes a agressões. Veja os resultados da pesquisa: Consequências do assédio moral à saúde Entrevistas realizadas com 870 homens e mulheres vítimas de opressão no ambien- te profissional revelam como cada sexo reage a essa situação (em porcentagem). Sintomas Mulheres Homens Crises de choro 100 – Dores generalizadas 80 80 Palpitações, tremores 80 40 Sentimento de inutilidade 72 40 Insônia ou sonolência excessiva 69,6 63,6 Depressão 60 70 Diminuição da libido 60 15 Sede de vingança 50 100 • Escolher a vítima e a isolar do grupo. • Impedir de se expressar e não explicar o porquê. • Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos pares. • Culpabilizar/responsabilizar publicamente, podendo os comentários de sua incapacidade invadir, inclu- sive, o espaço familiar. • Desestabilizar emocional e profissionalmente. A vítima gradativamente vai perdendo simultaneamente sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho. • Destruir a vítima (desencadeamento ou agravamento de doenças preexistentes). A destruição da vítima engloba vigilância acentuada e constante. A vítima se isola da família e amigos, passando muitas vezes a usar drogas, principalmente o álcool. • Livrar-se da vítima, que é forçada a pedir demissão ou é demitida, frequentemente, por insubordinação. • Impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade. ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 42 http://www.assediomoral.org/ Assédio sexual ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. O assédio sexual é uma forma de coação que ocorre, principalmente, com mulheres. Imagine uma situação: o chefe da produção conta a Neide que ela será demitida em 15 dias. Ela se apavora, pois é responsável pelo sustento de sua família. Diante da reação de medo, o chefe começa a insinuar que atitudes dela podem reverter essa situação. Ou seja, ele espera “favores sexuais” dela para mantê-la no emprego. Essa cena é muito comum e pode também acontecer com homens, mas é mais rara. As mulheres são as maiores vítimas de tal prática. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) reuniu uma comissão de ética e elaborou uma cartilha para esclarecer o que são assédio moral e assédio sexual. Para o MTE, assédio sexual no ambiente de trabalho: [...] consiste em constranger colegas por meio de cantadas e insinuações constantes com o objetivo de obter vantagens ou favorecimento sexual. Essa atitude pode ser clara ou sutil; pode ser falada ou apenas insinuada; pode ser escrita ou explicitada em gestos; pode vir em forma de coação, quando alguém promete promoção para a mulher, desde que ela ceda; ou, ainda, em forma de chantagem. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Assédio moral e sexual no trabalho. Brasília: MTE, Ascom, 2009. p. 32. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. Sintomas Mulheres Homens Aumento da pressão arterial 40 51,6 Dor de cabeça 40 33,2 Distúrbios digestivos 40 15 Tonturas 22,3 3,2 Ideia de suicídio 16,2 100 Falta de apetite 13,6 2,1 Falta de ar 10 30 Passa a beber 5 63 Tentativa de suicídio – 18,3 43 http://www.assediomoral.org/ http://www.eln.gov.br/opencms/export/sites/ É importante saber que o assédio sexual é crime previsto na Lei federal no 10.224, de 2001, com pena de um a dois anos de detenção. O MTE recomenda que, nesses casos, a pessoa assediada deve: Atividade 6 identificação de aSSédio MoRal e Sexual 1. Em grupo, conversem e listem frases ouvidas em situações vividas por vocês (ou contadas a vocês) nas quais os chefes ou empregadores procuravam constranger ou humilhar funcionários. • Dizer claramente não ao assediador. • Contar para os(as) colegas o que está acontecendo. • Reunir provas, como bilhetes, presentes e outras. • Arrolar colegas que possam ser testemunhas. • Relatar o acontecido ao setor de recursos humanos. • Relatar o acontecido ao Sindicato. • Registrar a ocorrência na Delegacia da Mulher e, na falta dessa, em uma delegacia comum. • Registrar o fato na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Assédio moral e sexual no trabalho. Brasília: MTE, Ascom, 2009. p. 37. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2015. 44 http://www.eln.gov.br/opencms/export/sites/ 2. Relatem os acontecimentos e as consequências ocorridos com vocês e/ou com as pessoas que lhes contaram essas situações. 3. Vocês acham que essas situações configuram assédio moral, humilhação ou as- sédio sexual? Justifiquem as respostas. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 8o ano/3o termo do Ensino Fundamental.São Paulo: Sdect, 2013. 45 Un Ida d e 3 Assistente administrativo e mercado de trabalho atual Após termos estudado e compreendido um pouco mais sobre a história das empresas e da ocupação de assistente administra- tivo na Unidade 1, e identificado seus conhecimentos e falado sobre questões importantes para o exercício dessa ocupa- ção na Unidade 2, vamos dar mais um passo e nos dedi- car, nesta Unidade, a nos familiarizarmos melhor com o universo atual das empresas. O objetivo é conhecer mais a fundo os possíveis locais e possibilidades de trabalho para a ocupação de assistente A forma ideal de trabalho é sempre aquela que garante os direitos do trabalhador. Entretanto, essa possibilidade nem sempre está disponível para todas as pessoas. Para saber mais sobre questões relacionadas ao tema trabalho, reveja o Caderno do Trabalhador 1 – Conteúdos Gerais – “História do trabalho” e o Caderno do Trabalhador 4 – Conteúdos Gerais – “Trabalhar por conta própria”. Disponíveis em: . Acesso em: 25 mar. 2015. administrativo. As empresas são, sem dúvida, os locais privilegiados para os trabalhadores dessa ocupação. Nesta Unidade, portanto, vamos conhecer os principais tipos de empresa e suas características mais relevantes. A maneira como você vai trabalhar e os vínculos empre- gatícios também podem ser diferenciados: você pode trabalhar como empregado assalariado para alguém ou para alguma empresa (na indústria, no co- mércio etc.); você pode trabalhar por conta própria, montando o seu negócio (sozinho ou com um sócio), ou como au- tônomo, prestando serviços em estabelecimentos como pessoa jurídica. 46 http://www.viarapida.sp.gov.br/ Conhecendo a administração das empresas Vamos falar agora sobre as principais formas de organização de empresas/indústrias. É importante entender essa organização, inclusive do ponto de vista histórico, pois no desenvolvimento de seu trabalho o assistente administrativo precisará conhecer o funcionamento da empresa de forma global. Pense em alguma atividade que você costuma fazer em casa: cozinhar, higienizar o banheiro, consertar a porta do armário etc. Talvez, mesmo que inconscientemente, você se organize para fazer essas tarefas: calcula o tempo que levará para realizá-las; verifica se tem todos os ingredientes para fazer um prato, ou se tem o parafuso certo, ou os produtos para a limpeza; e faz uma lista para não se esquecer de nada nas compras. Ainda avalia o resultado: se o prato ficou bom, se a limpeza ficou adequada e assim por diante. Se você considerar o trabalho realizado nas indústrias, no comércio e na prestação de serviços, verá que algumas situações são muito semelhantes. Porém, na empresa, a organização é estudada para que cada trabalhador faça mais em menos tempo. Essa foi a lógica arquitetada no início do século XX (20) por Frederick Winslow Taylor (1856-1915), cujo pensamento ficou conhecido em todo o mundo como taylorismo. Como pensava Taylor no início do século XX (20)? Taylor acreditava que os operários “faziam cera” no trabalho, conforme a própria expressão utilizada por ele, que escondiam dos patrões como realiza- vam cada atividade e eram contrários a produzir diariamente tanto quanto fosse possível. Ele também achava que os sindicatos tinham uma visão errada, pois queriam que os operários trabalhassem menos e em melhores condições. Como solução para esse caso, desenvolveu o que chamou de “organização científica do trabalho”. Como era essa organização? Taylor observou o trabalho dos carregadores de barras de ferro, operários em gran- de parte provenientes dos países da Europa que se encontravam em situação econô- mica difícil. Havia 75 carregadores e cada barra pesava 45 quilos. Cada homem carregava 12,5 toneladas de ferro por dia trabalhado. 47 © J e s ú s T a rr u e lla /a g e fo to s to c k /E a s y p ix © G a ry M o o n /a g e f o to s to c k /E a s y p ix Números Antes do taylorismo Com o taylorismo Carregadores 75 75 Toneladas transportadas por dia (1 tonelada = 1 000 quilos) 12,5 47 Como ele conseguiu aumentar a produtividade? • Segundo ele, uns planejam e outros executam o tra- balho, ou seja, ele compreendia que alguns eram des- tinados a pensar e outros a executar. Por isso, havia a divisão entre os que pensavam como carregar as barras e os que só utilizavam a força física. • Com base na observação do trabalho, propôs o contro- le do tempo e dos movimentos, isto é: ele sabia que um movimento era feito em “x” segundos e outro em “y” segundos. A intenção era que o empregador tivesse controle sobre todo o processo de trabalho e, assim, na visão de Taylor, os empregados não fariam mais “cera”. • O trabalhador precisava obedecer aos comandos, ini- cialmente pensados por Taylor, sobre o momento e o tempo exatos de se mover, sempre com a vigilância e a supervisão constantes das chefias. Produtividade: Resultado da divisão da produção física obtida numa unidade de tem- po (hora, dia, ano) por um dos fatores empregados na produção (trabalho, terra, ca- pital). Em termos globais, a produtividade expressa a uti- lização eficiente dos recursos produtivos, tendo em vista alcançar a máxima produção na menor unidade de tempo e com os menores custos. SANDRONI, Paulo. Dicionário de economia do século XXI. 8. ed. revista e ampliada. Rio de Janeiro: Editora Record, 2014. p. 694. 48 Taylor, no entanto, considerou que nem todo carregador poderia executar seu mé- todo e, assim, incluiu mais um item em sua lista de procedimentos para obter a produção pretendida: a seleção científica do trabalhador, acompanhada do devido treinamento para realizar a tarefa tal como esperada por quem a planejou. Taylor observou o comportamento dos carregadores, pois, em sua concepção, não seria qualquer operário que se submeteria às exigências. Ele pesquisou o passado, o caráter, os hábitos e, principalmente, as pretensões de cada trabalhador. Finalmen- te, encontrou um imigrante holandês cujos hábitos lhe pareceram adequados. Este estava construindo, ele mesmo, a casa para morar com sua família. Fazia isso pela manhã; corria para o emprego, onde carregava barras de ferro; e, ao voltar para casa, continuava a construção. Todos diziam que esse operário era muito econômico. Esse trabalhador que reuniu as “qualidades” que Taylor desejava chamaremos de Schmidt. Atividade 1 SchMidt e tayloR 1. Leia, a seguir, o diálogo de Taylor com Schmidt, o trabalhador que ele pretendia selecionar. Esse diálogo foi retirado do livro Princípios de administração científica, que teve sua primeira edição publicada em 1911. – Schmidt, você é um operário classificado? – Não sei bem o que o senhor quer dizer. – Desejo saber se você é ou não um operário classificado. – Ainda não o entendi. – Venha cá. Você vai responder às minhas perguntas. Quero saber se você é um operário classificado, ou um desses pobres-diabos que andam por aí. Quero saber se você deseja ganhar $ 1,85 dólar por dia, ou se está satisfeito com $ 1,15 dólar que estão ganhando todos esses tontos aí. 49 – Se quero ganhar $ 1,85 dólar por dia? Isto é que quer dizer um ope- rário classificado? Então, sou um operário classificado. – Ora, você me irrita. Naturalmente que deseja ganhar $ 1,85 por dia; todos o desejam. Você sabe perfeitamente que isso não é bastante para fazer um operário classificado. Por favor, procure responder às minhas perguntas e não me faça perder tempo. Venha comigo. Vê esta pilha de barras de ferro? – Sim. – Vê este vagão? – Sim. – Muito bem. Se você é um operário classificado, carregará todas estas