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GUILHERME SOARES DE CASTRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONFLITO ENTRE ARMÊNIA E AZERBAIJÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vitória 
2024 
 
GUILHERME SOARES DE CASTRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONFLITO ENTRE ARMÊNIA E AZERBAIJÃO 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada como res.posta ao 
caso prático do curso de Mestrado em Direito da 
Fundação Universitária Iberoamericana, como 
requisitido para a obtenção de aprovação ao 
modulo de Direito Internacional Humanitário. 
 
Orientador: Profª. Dra. Erika Barony e o Prof. Dr. 
Luan Christ Rodrigues 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vitória 
2024 
 
GUILHERME SOARES DE CASTRO 
 
 
 
 
 
 
CONFLITO ENTRE ARMÊNIA E AZERBAIJÃO 
 
 
 
 
Dissertação apresentada como resposta ao caso 
prático do curso de Mestrado em Direito da 
Fundação Universitária Iberoamericana, como 
requisitido para a obtenção de aprovação ao 
modulo de Direito Internacional Humanitário. 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
____________________________________ 
Orientadora: Profª. Dra. Erika Barony 
Fundação Universitária Iberoamericana 
 
 
 
 
____________________________________ 
Prof. Dr. Luan Christ Rodrigues 
Fundação Universitária Iberoamericana 
 
 
 
 
 
 
Vitória, 11 de agosto de 2024. 
 
 
 
 
 
Castro, G.S. (2024). Conflito entre Armênia e Azerbaijão: Dissertação de Mestrado em 
Direito da Fundação Universitária Iberoamericana. 
 
 
 
RESUMO 
 
 
A Armênia e o Azerbaijão são duas repúblicas que integravam a URSS, cujo 
conflito teve origem em uma parte do território que cada uma considera como próprio. 
Dentro do conflito armado ambas as repúblicas acusaram-se mutuamente de atacarem 
alvos e a população civil. Por um lado, a Armênia acusou o Azerbaijão de atacar a 
população civil no território e alvos não militares, como instalações comerciais em geral, 
incluindo aquelas que comercializam produtos alimentícios, hospitais devidamente 
identificados, além de médicos e pacientes em tratamento nos hospitais civis mencionados 
terem sido atacados. Por outro lado, o Azerbaijão acusa a Armênia de matar famílias 
azerbaijanas no alto das colinas de Nagorno-Karadaj, uma situação que provocou o 
deslocamento da população para outros lugares. 
A pesquisa da Anistia Internacional expressa em seu site denunciou que: são 
utilizadas bombas de fragmentação em bombardeios contra os alvos e a população civil; 
decapitação e mutilação pelo exército azerbaijano. 
Também estão circulando vídeos nos quais é possível ver: pessoas com insígnias da 
cruz vermelha de equipes de saúde capturando e assassinando um guarda de fronteira 
azerbaijano; em outro vídeo, aparecem soldados armênios cortando a orelha de um soldado 
azerbaijano e arrastando outro soldado pelas ruas, amarrado pelos pés a um veículo militar; 
ambos os soldados estão supostamente mortos, sem terem sido examinados por um 
médico. Os corpos dos soldados mencionados são cremados sem identificação. Também 
são exibidos vídeos que mostram soldados azerbaijanos chutando, espancando e torturando 
prisioneiros armênios amarrados e com os olhos vendados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Conflito entre Armênia e Azerbaijão 
 
Castro, G.S. (2024). Conflito entre Armênia e Azerbaijão: Mémoire de Maîtrise en Droit de la 
Fondation Universitaire Ibéro-Américaine. 
 
 
 
RÉSUMÉ 
 
L'Arménie et l'Azerbaïdjan sont deux républiques issues de l'Union soviétique, dont 
le conflit trouve son origine dans une partie du territoire que chacune considère comme étant 
la sienne. Dans le cadre de ce conflit armé, les deux républiques se sont mutuellement 
accusées d'attaquer des cibles et des populations civiles. D'une part, l'Arménie a accusé 
l'Azerbaïdjan d'attaquer la population civile sur le territoire ainsi que des cibles non militaires, 
telles que des installations commerciales en général, y compris celles qui commercialisent 
des produits alimentaires, des hôpitaux dûment identifiés, en plus des médecins et des 
patients en traitement dans les hôpitaux civils mentionnés qui auraient été attaqués. D'autre 
part, l'Azerbaïdjan accuse l'Arménie d'avoir tué des familles azerbaïdjanaises sur les 
hauteurs de Nagorno-Karadaj, une situation qui a entraîné le déplacement de la population 
vers d'autres endroits. 
L'enquête d'Amnesty International exprimée sur son site a dénoncé l'utilisation de 
bombes à fragmentation lors de bombardements contre des cibles et la population civile, 
ainsi que des décapitations et mutilations commises par l'armée azerbaïdjanaise. 
Des vidéos circulent également dans lesquelles on peut voir : des personnes portant 
les insignes de la croix rouge des équipes médicales capturer et assassiner un garde-
frontière azerbaïdjanais ; dans une autre vidéo, des soldats arméniens apparaissent en train 
de couper l'oreille d'un soldat azerbaïdjanais et d'en traîner un autre dans les rues, attaché 
par les pieds à un véhicule militaire ; les deux soldats seraient morts, sans avoir été 
examinés par un médecin. Les corps des soldats mentionnés sont incinérés sans 
identification. Des vidéos montrent également des soldats azerbaïdjanais frappant, battant et 
torturant des prisonniers arméniens ligotés et les yeux bandés. 
 
 
 
 
 
Mots-clés : Conflit entre l’Arménie et l’Azerbaïdjan 
 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 
1.1 Formatação ........................................................................................................ 13 
2 DESENVOLVIMENTO: ...................................................................................... 13 
2.1 O que expressa o DIH sobre a situação dos mortos de uma parte do conflito 
mantidos em poder pela outra parte? ................................................................. 13 
2.1.1 Tratamento dos Mortos no Contexto do DIH ...................................................... 14 
2.1.2 Obrigações Adicionais sob o Protocolo Adicional I ............................................. 14 
2.1.3 Perspectivas Jurídicas e Éticas .......................................................................... 15 
2.2 Os militares capturados são prisioneiros de guerra? Qual é o fundamento legal? 
15 
2.2.1 Definição e Status de Prisioneiros de Guerra ..................................................... 15 
2.2.2 Direitos dos Prisioneiros de Guerra .................................................................... 15 
2.2.3 Obrigações das Partes em Conflito .................................................................... 16 
2.2.4 Fundamentação Legal ....................................................................................... 16 
2.3 O uso de emblemas por militares é proibido. Forneça o fundamento legal. ....... 16 
2.3.1 Fundamento Legal ............................................................................................. 17 
2.3.2 Importância da Proibição ................................................................................... 17 
2.4 O que é expresso sobre munições de fragmentação que impactam alvos e a 
população civil? ................................................................................................. 18 
2.4.1 Proibição e Regulação Internacional .................................................................. 18 
2.4.2 Fundamento Adicional no Direito Internacional Humanitário .............................. 19 
2.4.3 Consequências Humanitárias e Jurídicas .......................................................... 19 
2.5 O que é expresso sobre o ataque aos hospitais civis e à equipe médica 
hospitalar? ......................................................................................................... 19 
2.5.1 Proteção dos Hospitais Civis .............................................................................. 20 
2.5.2 Proteção do Pessoal Médico ..............................................................................20 
2.5.3 Princípios de Distinção e Proporcionalidade ...................................................... 20 
 
2.5.4 Violação e Responsabilidade Jurídica ................................................................ 21 
3 CONCLUSÃO .................................................................................................... 21 
 
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 23 
 
 
 13 
1 INTRODUÇÃO 
Este trabalho é composto por um questionaario indicado pela Fundação Universitária 
Iberoamericana, como requisitido para a obtenção de aprovação ao modulo de Direito 
Internacional Humanitário. 
O caso apresentado sobre o conflito entre a Armênia e o Azerbaijão envolve 
questões complexas relacionadas ao Direito Internacional Humanitário (DIH). Para elaborar 
uma resposta detalhada e fundamentada em termos legais, com base nas normas do DIH e 
outras referências legais pertinentes, é necessário abordar cada uma das perguntas 
formuladas. 
1.1 FORMATAÇÃO: 
A American Psychological Association (APA) não possui normas específicas para 
a estruturação de trabalhos acadêmicos, como monografias, dissertações e teses. O 
Sistema Integrado de Bibliotecas (SiBi) indica a utilização das normas ABNT para a 
estrutura dos trabalhos e,se desejar, a APA para o uso em citações, referências, quadros, 
gráficos e tabelas. 
Fonte: Arial, tamanho 11, ao longo de todo o texto, incluindo 
Referências, Notas de Rodapé, Tabelas, etc. 
Espaçamento: entre linhas 1,5 
Alinhamento: justificado. 
Este arquivo já está formatado conforme as regras acima descritas. 
 
2 DESENVOLVIMENTO 
2.1 O que expressa o DIH sobre a situação dos mortos de uma parte do conflito 
mantidos em poder pela outra parte? 
O Direito Internacional Humanitário (DIH), também conhecido como o "direito dos 
conflitos armados" ou "direito da guerra", estabelece um conjunto de normas que visam 
proteger as pessoas que não participam ou deixaram de participar das hostilidades, como os 
mortos em combate. A questão da situação dos mortos de uma parte do conflito mantidos 
 14 
em poder pela outra parte é abordada principalmente nas Convenções de Genebra de 1949, 
que são a base do DIH moderno, e nos seus Protocolos Adicionais. 
2.1.1Tratamento dos Mortos no Contexto do DIH 
O DIH impõe obrigações específicas às partes em conflito quanto ao tratamento dos 
mortos. De acordo com o Artigo 15 da Primeira Convenção de Genebra de 1949, as 
partes envolvidas no conflito devem adotar todas as medidas possíveis para "procurar e 
recolher os feridos e os doentes" e "proteger os mortos contra a pilhagem". Esse artigo 
estabelece a obrigatoriedade de respeito pelos corpos dos mortos, independentemente de a 
quem pertençam. 
Além disso, o Artigo 16 da mesma convenção exige que as partes no conflito façam 
todos os esforços possíveis para "identificar os mortos", o que inclui a coleta de informações 
que possam auxiliar na identificação, como documentos, chapas de identificação e 
quaisquer outros meios disponíveis. Esses dados devem ser enviados à parte adversária 
para garantir que os corpos possam ser identificados e, se possível, repatriados para seus 
países de origem ou devolvidos às suas famílias. 
O Artigo 17 da Primeira Convenção de Genebra determina que, no caso de 
sepultamento ou cremação, os corpos devem ser honrados de forma digna, 
preferencialmente de acordo com os ritos religiosos da pessoa falecida. Além disso, deve-se 
proceder ao enterro individual em sepulturas devidamente marcadas e documentadas para 
facilitar a futura exumação e identificação. 
2.1.2 Obrigações Adicionais sob o Protocolo Adicional I 
O Protocolo Adicional I às Convenções de Genebra de 1977, que se aplica a 
conflitos armados internacionais, reforça essas obrigações. Conforme o Artigo 34, as partes 
em conflito devem registrar informações relativas ao local de sepultamento dos mortos para 
assegurar que, após o término das hostilidades, os corpos possam ser recuperados, 
identificados e repatriados, se solicitado. 
O protocolo também exige que as partes forneçam acesso às organizações 
humanitárias, como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), para auxiliar na 
busca, recuperação e identificação dos mortos. O CICV desempenha um papel crucial em 
monitorar a conformidade com estas normas e em facilitar o intercâmbio de informações 
entre as partes conflitantes. 
 15 
2.1.3 Perspectivas Jurídicas e Éticas 
A proteção e o respeito pelos mortos são princípios fundamentais do DIH, refletindo a 
dignidade humana que deve ser mantida mesmo na guerra. Violação dessas normas, como 
a mutilação de corpos ou o impedimento da identificação e repatriação dos mortos, pode 
constituir uma grave violação do DIH, podendo ser classificada como crime de guerra sob o 
Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional (TPI) . 
2.2 Os militares capturados são prisioneiros de guerra? Qual é o fundamento legal? 
No contexto dos conflitos armados internacionais, o status de "prisioneiro de guerra" 
(PoW, na sigla em inglês) é atribuído aos militares capturados pela parte adversária, e isso é 
amplamente regulado pelo Direito Internacional Humanitário (DIH). Este status está 
fundamentado na Terceira Convenção de Genebra de 1949, que estabelece os direitos e 
obrigações tanto dos prisioneiros de guerra quanto das potências detentoras. 
2.2.1 Definição e Status de Prisioneiros de Guerra 
Conforme a Terceira Convenção de Genebra de 1949, mais especificamente no 
Artigo 4, os militares capturados de uma das partes em conflito são considerados 
prisioneiros de guerra. Esta definição inclui membros das forças armadas regulares, milícias 
e outros corpos voluntários que pertençam a uma das partes em conflito, desde que estejam 
sob o comando de uma autoridade superior, usem um distintivo fixo que os identifique à 
distância, portem armas abertamente e conduzam suas operações de acordo com as leis e 
costumes de guerra. 
Além disso, a convenção também abrange pessoas que acompanham as forças 
armadas sem serem membros diretos, como jornalistas de guerra e contratantes civis, 
desde que capturados pelo inimigo durante o exercício de suas funções. 
2.2.2 Direitos dos Prisioneiros de Guerra 
Os prisioneiros de guerra têm direitos específicos garantidos pelo DIH. Estes direitos 
são projetados para assegurar que, apesar de estarem em poder da potência inimiga, eles 
sejam tratados com humanidade e respeito, preservando a sua dignidade. Entre os direitos 
mais importantes estão: 
 16 
1. Tratamento Humano: Conforme o Artigo 13 da Terceira Convenção de Genebra, 
os prisioneiros de guerra devem ser sempre tratados com humanidade. Qualquer ato 
de violência, intimidação, insultos ou tratamento degradante é proibido. 
2. Assistência Médica e Saúde: Os prisioneiros têm direito a assistência médica e 
cuidados de saúde, comparáveis aos oferecidos às próprias tropas da potência 
detentora (Artigos 30-32). 
3. Correspondência e Comunicação: Os prisioneiros de guerra têm o direito de se 
comunicar com seus familiares e receber pacotes de ajuda humanitária (Artigos 70-
77). 
4. Processo Justo: Se acusados de crimes, os prisioneiros de guerra têm direito a um 
julgamento justo, de acordo com os princípios do devido processo legal 
estabelecidos na convenção (Artigos 82-108). 
2.2.3 Obrigações das Partes em Conflito 
A potência detentora tem várias obrigações em relação aos prisioneiros de guerra, 
como a obrigação de respeitar suas vidas, dignidade e integridade física e mental. Além 
disso, devem ser protegidos contra atos de violência, represálias e serem mantidos em 
condições adequadas, tanto no que se refere à alimentação quanto ao alojamento. 
2.2.4 Fundamentação Legal 
A base legal para o tratamento dos militares capturados como prisioneiros de guerra 
está no DIH, especialmente nasdisposições da Terceira Convenção de Genebra. O 
Protocolo Adicional I às Convenções de Genebra de 1977 também reforça essas normas, 
ampliando a proteção aos combatentes capturados em conflitos armados internacionais. 
A aplicação dessas normas é reforçada pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal 
Internacional (TPI), que em seu Artigo 8 classifica a violação grave dos direitos dos 
prisioneiros de guerra como crimes de guerra. Isso inclui, por exemplo, a tortura, os 
tratamentos desumanos ou o assassinato de prisioneiros de guerra. 
2.3 O uso de emblemas por militares é proibido. Forneça o fundamento legal. 
O uso indevido de emblemas de proteção por militares, como a Cruz Vermelha e o 
Crescente Vermelho, é expressamente proibido pelo Direito Internacional Humanitário (DIH). 
Esses emblemas são reconhecidos internacionalmente como símbolos de proteção e 
neutralidade, usados para identificar e proteger unidades médicas, hospitais de campanha, 
e veículos de transporte de feridos durante conflitos armados. O uso incorreto ou abusivo 
 17 
desses emblemas pode constituir uma grave violação das normas do DIH e ser considerado 
um ato de perfídia, que é proibido pela legislação internacional. 
2.3.1 Fundamento Legal 
A proibição do uso indevido de emblemas protetores está claramente estabelecida 
na Primeira Convenção de Genebra de 1949 e em seus Protocolos Adicionais: 
1. Primeira Convenção de Genebra (1949): O Artigo 53 desta convenção estabelece 
que o uso do emblema da Cruz Vermelha ou do Crescente Vermelho é restrito às 
entidades autorizadas, como serviços médicos das forças armadas e organizações 
de socorro oficialmente reconhecidas. Qualquer uso não autorizado, especialmente 
em situações de combate, é estritamente proibido. 
2. Protocolo Adicional I às Convenções de Genebra (1977): O Artigo 37 do 
Protocolo Adicional I expande essa proibição, especificando que o uso indevido de 
emblemas de proteção em combate pode ser considerado uma perfídia. A perfídia é 
definida como o ato de enganar o adversário para levá-lo a acreditar que tem direito 
à proteção sob o DIH, levando-o a baixar a guarda para ser atacado. O uso de 
emblemas de proteção com o intuito de enganar o inimigo, portanto, é uma violação 
grave e constitui crime de guerra. 
3. Convenção sobre a Proibição ou Restrição do Uso de Certas Armas 
Convencionais (1980): Esta convenção, em seus protocolos, também aborda o uso 
de sinais e emblemas, reforçando a proibição de uso indevido em contextos 
específicos, como em operações militares que poderiam confundir os combatentes. 
2.3.2 Importância da Proibição 
A razão fundamental para essa proibição é a preservação da confiança e da eficácia 
dos emblemas de proteção. Esses emblemas são designados para garantir que instalações 
e veículos médicos, bem como pessoal de saúde, possam operar sem serem alvo de 
ataques, mesmo em meio a conflitos armados. O uso indevido enfraquece essa proteção e 
pode levar à desconfiança e ao aumento da violência contra aqueles que deveriam ser 
protegidos sob o DIH. 
Além disso, a violação dessa norma pode ter consequências graves, tanto no campo 
de batalha quanto em termos legais. O uso indevido de emblemas pode ser julgado como 
crime de guerra no âmbito do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional (Artigo 
 18 
8), especialmente se resultar em morte, ferimentos graves, ou se for feito para facilitar 
operações militares enganosas. 
2.4 O que é expresso sobre munições de fragmentação que impactam alvos e a 
população civil? 
As munições de fragmentação, também conhecidas como bombas de 
fragmentação, são armas explosivas que se dispersam em múltiplos projéteis menores, 
chamados submunições, sobre uma área extensa. Essas submunições podem atingir 
indiscriminadamente tanto alvos militares quanto civis, e muitas vezes não explodem 
imediatamente, permanecendo como perigosos resíduos explosivos de guerra. O uso 
dessas armas tem sido objeto de severas críticas e restrições no Direito Internacional 
Humanitário (DIH), principalmente devido ao seu impacto devastador sobre a população 
civil. 
2.4.1 Proibição e Regulação Internacional 
A principal base legal para a proibição e regulação do uso de munições de 
fragmentação encontra-se na Convenção sobre Munições de Fragmentação de 2008 
(também conhecida como Convenção de Oslo). Esta convenção é um tratado internacional 
que proíbe o uso, produção, armazenamento e transferência de munições de fragmentação, 
estabelecendo ainda obrigações claras para a destruição dos estoques existentes e a 
limpeza das áreas contaminadas. 
1. Proibição de Uso e Produção: O Artigo 1 da Convenção sobre Munições de 
Fragmentação proíbe os Estados-partes de usarem, desenvolverem, produzirem, 
adquirirem, estocarem, conservarem ou transferirem munições de fragmentação. 
Esta proibição visa prevenir os efeitos indiscriminados dessas armas, que são 
altamente perigosas para civis durante e após o conflito. 
2. Proteção de Civis: O Artigo 2 define munições de fragmentação como aquelas que 
liberam múltiplas submunições explosivas, e especifica que essas armas têm um 
impacto indiscriminado, especialmente em áreas civis. Como resultado, o uso de tais 
munições viola princípios fundamentais do DIH, como o princípio da distinção entre 
combatentes e civis, e o princípio da proporcionalidade, que proíbe ataques que 
causem perdas civis excessivas em relação à vantagem militar concreta e direta 
prevista. 
3. Obrigações de Remoção e Assistência: A convenção também estabelece 
obrigações para os Estados-partes em relação à limpeza das áreas contaminadas e 
 19 
assistência às vítimas. O Artigo 4 obriga os Estados a realizarem a remoção e 
destruição das submunições não explodidas, enquanto o Artigo 5 exige que sejam 
prestados serviços de assistência médica e reabilitação às vítimas, bem como 
programas de reintegração social e econômica. 
2.4.2 Fundamento Adicional no Direito Internacional Humanitário 
Além da Convenção de Oslo, o Protocolo Adicional I às Convenções de Genebra 
de 1977 fornece uma base legal adicional para a restrição ao uso de armas que tenham 
efeitos indiscriminados, como as munições de fragmentação. O Artigo 51 deste protocolo 
proíbe ataques que não sejam dirigidos a alvos militares específicos ou que empreguem 
métodos ou meios de combate que não possam ser dirigidos contra um objetivo militar 
específico, o que inclui o uso de armas de largo alcance ou de efeito dispersivo em áreas 
densamente povoadas. 
Além disso, o Artigo 35 do mesmo protocolo reforça a proibição do uso de armas 
que causem danos supérfluos ou sofrimentos desnecessários, aplicável também às 
munições de fragmentação, dadas suas consequências persistentes e indiscriminadas. 
2.4.3 Consequências Humanitárias e Jurídicas 
O uso de munições de fragmentação em conflitos armados tem sido amplamente 
condenado por organizações humanitárias, como o Comitê Internacional da Cruz 
Vermelha (CICV) e a Anistia Internacional, devido ao elevado número de vítimas civis e à 
prolongada ameaça que representam após o término dos combates. As submunições que 
não explodem no momento do impacto transformam-se em minas terrestres não detonadas, 
continuando a causar mortes e mutilações muitos anos após o fim dos conflitos. 
Sob o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, o uso de armas que 
causam efeitos indiscriminados e desproporcionais em áreas civis pode ser considerado 
crime de guerra, reforçando a responsabilidade legal dos comandantes militares e líderes 
políticos que autorizam o uso dessas armas. 
2.5 O que é expresso sobre o ataque aos hospitais civis e à equipe médica hospitalar? 
O ataque a hospitais civis e à equipe médica hospitalar é expressamente proibido 
pelo Direito Internacional Humanitário (DIH), que visa proteger as pessoas e instalações que 
não participam diretamente das hostilidades em conflitos armados. O DIHestabelece uma 
 20 
série de normas e princípios que garantem a inviolabilidade de instalações médicas e o 
tratamento seguro e imparcial de feridos e doentes, independentemente de sua afiliação. 
2.5.1 Proteção dos Hospitais Civis 
A proteção dos hospitais civis é uma das principais preocupações do DIH, refletida 
tanto nas Convenções de Genebra quanto em seus Protocolos Adicionais. O Artigo 18 da 
Quarta Convenção de Genebra de 1949, relativa à proteção de pessoas civis em tempos 
de guerra, estabelece que os hospitais civis organizados para fornecer cuidados aos feridos, 
doentes, enfermos e parturientes não devem ser objeto de ataques em nenhuma 
circunstância. Estes hospitais devem ser respeitados e protegidos pelas partes em conflito, 
desde que não sejam usados para cometer atos prejudiciais ao inimigo fora de suas funções 
humanitárias. 
O Protocolo Adicional I às Convenções de Genebra de 1977 reforça essa 
proteção. O Artigo 12 do protocolo afirma que as unidades e estabelecimentos médicos 
civis, inclusive hospitais, não podem, em nenhuma hipótese, ser objeto de ataque. Eles são 
considerados bens protegidos, e qualquer violação dessa proteção pode ser classificada 
como uma grave violação do DIH. 
2.5.2 Proteção do Pessoal Médico 
Além das instalações médicas, o DIH também garante a proteção do pessoal médico 
envolvido no atendimento de feridos e doentes. O Artigo 20 da Primeira Convenção de 
Genebra de 1949 assegura que o pessoal médico, seja militar ou civil, deve ser respeitado e 
protegido em todas as circunstâncias. Este artigo é complementado pelo Artigo 15 do 
Protocolo Adicional I, que proíbe qualquer forma de violência, intimidação ou represália 
contra o pessoal médico. 
A proteção conferida ao pessoal médico estende-se também àqueles que estão em 
trânsito para realizar suas funções, assim como ao uso de emblemas de proteção, como a 
Cruz Vermelha ou o Crescente Vermelho, que devem ser respeitados por todas as partes 
em conflito. 
2.5.3 Princípios de Distinção e Proporcionalidade 
Dois princípios fundamentais do DIH, a distinção e a proporcionalidade, são 
particularmente relevantes quando se trata de ataques a hospitais civis e equipes médicas. 
O princípio da distinção obriga as partes em conflito a diferenciar entre combatentes e não 
 21 
combatentes, assim como entre alvos militares e civis. Hospitais civis e pessoal médico são 
considerados não combatentes e, portanto, não podem ser alvos legítimos de ataques 
militares. 
O princípio da proporcionalidade complementa esse entendimento, estabelecendo 
que os ataques não devem causar danos colaterais excessivos em relação à vantagem 
militar concreta e direta esperada. Um ataque que cause danos significativos a hospitais ou 
ao pessoal médico sem uma vantagem militar substancial seria considerado desproporcional 
e, portanto, ilegal sob o DIH. 
2.5.4 Violação e Responsabilidade Jurídica 
Os ataques intencionais a hospitais civis e ao pessoal médico são classificados como 
crimes de guerra sob o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional (Artigo 8). Isso 
inclui ataques deliberados contra unidades médicas e instalações que não estejam sendo 
usadas para fins militares. A responsabilidade por tais atos pode recair sobre comandantes 
militares e líderes políticos que ordenam ou permitem tais ataques. 
Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, através da Resolução 
2286 (2016), condenou veementemente os ataques contra instalações e pessoal médico em 
zonas de conflito, destacando a importância de respeitar e proteger os serviços de saúde. 
3 CONCLUSÃO 
Em síntese, o DIH estabelece obrigações claras e rigorosas sobre o tratamento dos 
mortos no contexto dos conflitos armados. As partes em conflito devem garantir o respeito, a 
identificação e a devolução dos corpos, preservando sua dignidade e facilitando o luto e a 
justiça para os familiares. A não observância dessas obrigações pode resultar em graves 
consequências jurídicas internacionais. 
Noutro ponto, os militares capturados em conflitos armados internacionais são 
reconhecidos como prisioneiros de guerra conforme o DIH. Este status garante-lhes um 
conjunto abrangente de direitos e proteções legais, os quais devem ser rigorosamente 
respeitados pelas partes em conflito. A violação desses direitos não só constitui uma 
infração grave das Convenções de Genebra, como também pode levar a responsabilizações 
jurídicas internacionais. 
Além disto, o uso de emblemas de proteção por militares em situações não 
autorizadas é uma violação clara das normas do Direito Internacional Humanitário. Essa 
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prática é proibida porque compromete a neutralidade e a proteção dos emblemas, que são 
vitais para a segurança dos serviços médicos e dos civis em tempos de guerra. As bases 
legais para essa proibição estão bem estabelecidas nas Convenções de Genebra, nos 
Protocolos Adicionais e no Estatuto de Roma, que juntas formam a espinha dorsal do DIH e 
do direito penal internacional. 
Ademais, as munições de fragmentação são amplamente proibidas pelo Direito 
Internacional Humanitário devido ao seu impacto devastador e indiscriminado sobre a 
população civil. A Convenção sobre Munições de Fragmentação de 2008, junto com as 
normas consagradas nos Protocolos Adicionais às Convenções de Genebra, estabelece 
uma proibição rigorosa e obrigações para mitigar as consequências dessas armas. O não 
cumprimento dessas normas pode resultar em graves consequências humanitárias e 
jurídicas, incluindo a responsabilização por crimes de guerra. 
Por fim, o DIH protege de forma robusta os hospitais civis e as equipes médicas em 
tempos de guerra, reconhecendo a sua importância crucial para o atendimento humanitário. 
Qualquer ataque contra essas instalações ou pessoal é uma violação grave das normas 
internacionais e pode ser considerado um crime de guerra. As partes em conflito têm a 
obrigação de garantir que as operações militares sejam conduzidas de maneira a evitar 
danos a esses bens protegidos e a manter o respeito pela dignidade humana. 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
Convenção de Genebra relativa à Melhoria da Situação dos Feridos e Doentes das Forças 
Armadas em Campanha, 12 de agosto de 1949. 
Protocolo Adicional às Convenções de Genebra de 12 de agosto de 1949, relativo à 
Proteção das Vítimas dos Conflitos Armados Internacionais (Protocolo I), 8 de junho de 
1977. 
Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, 17 de julho de 1998. 
 
Convenção de Genebra relativa ao Tratamento dos Prisioneiros de Guerra, 12 de agosto de 
1949. 
Convenção sobre a Proibição ou Restrição do Uso de Certas Armas Convencionais, 10 de 
outubro de 1980. 
Convenção sobre Munições de Fragmentação, 30 de maio de 2008. 
Comitê Internacional da Cruz Vermelha. (2021). Cluster munitions and international 
humanitarian law. Disponível em: ICRC 
Convenção de Genebra relativa à Proteção de Pessoas Civis em Tempo de Guerra, 12 de 
agosto de 1949. 
Conselho de Segurança das Nações Unidas. Resolução 2286 (2016), S/RES/2286 (2016), 3 
de maio de 2016.

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