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Otites 1
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Otites
Morgana R. Duarte- TXI
Anatomia
Otites 2
Quadrantes da membrana timpânica
Tuba auditiva (TA)
Ducto osteocartilaginoso que comunica a orelha média e a nasofaringe.
Funções
Uma tuba auditiva fisiologicamente ideal: abertura ativa e intermitente devido 
apenas à contração do músculo tensor do véu palatino durante a deglutição, os 
movimentos mandibulares e o bocejo → mantém a pressão da orelha média 
próxima à do ambiente.
A tuba está colapsada quando em repouso, protegendo a orelha média da 
pressão sonora e do refluxo de secreções da nasofaringe. 
Se essa função for prejudicada, desenvolve-se uma pressão negativa na 
orelha média.
Otites 3
A regulação da pressão pode ser prejudicada por falha no mecanismo de 
abertura (obstrução funcional) ou anatômica (obstrução mecânica).
Variações anatômicas
O desenvolvimento do tecido glandular diminui acentuadamente com o 
crescimento da TA.
O desenvolvimento da musculatura palatina aumenta com a idade, otimizando o 
mecanismo de abertura tubária no adulto.
No adulto: mais longa, mais estreita e mais vertical.
Na criança: mais curta, mais larga e mais horizontal.
 Com a idade de 7 anos, quando a tuba adquire uma 
configuração mais adulta, a prevalência de otite média é mais 
baixa. 
Otites 4
💡 A posição supina utilizada pelas crianças para alimentação aumenta o 
risco de refluxo e dessa forma, a incidência de otite média.
Otites
A otite média é, em geral, uma doença da infância.
Na maioria das crianças, ela acaba se resolvendo com as 
mudanças anatômicas e fisiológicas do próprio crescimento.
Processo de natureza inflamatória, infecciosa (ou não) que ocupa focal ou 
generalizadamente a fenda auditiva.
Otites 5
Epidemiologia e fatores de risco
A incidência de otite média acompanha a de IVAS  maior no 
inverno
2/3 de todas as crianças → ao menos 1 episódio de OMA com 1 ano de vida
90% até 7 anos
75% apresenta 3 episódios em 7 anos
Pico de incidência: entre 611 meses de idade e/ou entre 45 anos de idade.
Fatores de proteção: aleitamento materno (rico em imunoglobulinas)
Fisiopatologia
Multifatorial
A OMA se inicia com edema, engurgitamento capilar e infiltrado 
polimorfonuclear na lâmina própria da mucosa da orelha média → formação de 
Otites 6
exsudato purulento. 
Pode haver ulcerações do epitélio com tecido de granulação
Obstrução da drenagem e da ventilação → destruição óssea por ação de 
enzimas
Otites externas
Inflamação difusa do conduto auditivo externo → pode atingir o pavilhão auricular 
e membrana timpânica.
Otites 7
Fatores de risco
Estreitamentos do 
conduto auditivo
Má ventilação 
(fones, abafadores 
de ruido, 
audiopróteses)
Radiações, 
quimioterapia
Irritantes
Doenças 
sistémicas 
(diabetes, 
imunossupressão)
Doenças da pele 
como eczema, 
psoríase, seborreia
Presença de 
formações ósseas 
(exostoses e 
osteomas), uma 
situação 
frequente em 
praticantes de 
desportos 
náuticos.
Cirurgia prévia ao 
CAE
Otite média supurada
Natação, calor e a 
humidade/água
Manipulação 
inadequada, 
remoção traumática 
de cerúmen, uso de 
cotonetes
Otites 8
Etiologia
Predomínio de bactérias
Pseudomonas aeruginosa 2262%
Pode causar otite externa maligna (necrotizante)
Staphilococcus aureus 1134%
Staphilococcus epidermidis
Corynebacteria
Fisiopatologia
Estágios
� Pré-inflamatório: perda da camada lipídica
� Inflamatório
a� Leve: hiperemia, edema, otorreia clara e leve dor no tragus
b� Moderado: edema que obstrui o canal, drenagem purulenta e dor 
moderada/intensa
c� Grave: obstrução total do CAE, secreção cinza-esverdeada, edema 
pleuriauricular e adenopatia
� Inflamatório crônico: prurido crônico, canal com pele atrófica e sem cerume 
Otites 9
Quadro clínico
Otalgia, dor à manipulação do tragus, prurido, otorreia, plenitude auricular (ouvido 
tapado), perda auditiva e edema e eritema no canal auditivo.
Tratamento
Limpeza do canal auditivo.
Gotas que associam um antibiótico + corticoide → diminui o desconforto e a dor e 
que são muito eficazes.
Neomicina/polimixinaB e fluocinolona
Neomicina/polimixinaB e dexametasona
Ofloxacina e dexametasona
Ciprofloxacina e fluocinolona
Acidificação do CAE com álcool a 70° saturado de ácido bórico
Otites 10
Lavagem otológica
Rolha de cerume → hipoacusia auditiva (geralmente pelo uso de hastes de 
algodão)
Otites médias
Classificação das otites médias
Embora considerada um continuum de doença, a otite média pode ser 
subclassificada em otite média aguda OMA e otite média com efusão OME, 
com base nos sinais e sintomas. 
Otites 11
Resistência aos ATBs: relacionada principalmente aos agentes produtores de B-
lactamase
20% das bactérias agentes da OMA são produtoras de B-lactamase
S. pneumoniae tem desenvolvido resistência à penicilina 
Otite média aguda (OMA)
Início rápido dos sintomas e sinais de inflamação da orelha média acompanhada 
por efusão. Os sinais de inflamação incluem abaulamento ou plenitude da 
membrana timpânica MT, hiperemia da MT e perfuração aguda da MT com 
otorreia. Os sintomas abrangem otalgia, irritabilidade e febre
Otite média com efusão (OME)
Definida como efusão na orelha média EOM sem sinais e sintomas de 
inflamação aguda, como encontrado na OMA.
A- Otite média aguda
Quadro clínico
Geralmente é relatado otalgia súbita pós estado gripal.
Otites 12
� Otalgia: piora com deglutição ou ao assoar o nariz
� Hipoacusia
� Sensação de plenitude auricular (ouvido “tapadoˮ)
� Ruídos subjetivos
� Pulsações auriculares sincrônicas com os batimentos cardíacos (sinal de 
Scheibe)
a� Equivale a um empiema da caixa do tímpano
Exame físico
Hiperemia da MT  abaulamento e/ou secreção purulenta
Abaulamento da membrana timpânica na otoscopia
Otites 13
Tratamento
Em alguns casos é indicado iniciar a ATB, em outros, apenas tratamento 
sintomático e conduta expectante. 
Presença de supuração (uni ou bilateral) → iniciar ATB imediatamente
Antibioticoterapia: amoxicilina via oral por 10 dias
Remissão da febre após 4872h
Se não houver, utilizar outro ATB (amoxi + ác. clavulânico, cloranfenicol, 
cefaclor ou outras cefalosporinas de 2a geração)
� Sintomáticos: analgésicos, antitérmicos e AINES
� Timpanocentese e/ou meringotomia
a� Perfuração da membrana timpânica no quadrante antero-inferior da MT 
para evitar lesão da cadeia ossicular ou da janela redonda.
Otites 14
💡 Muitos pacientes com efusão na orelha média tratada adequadamente 
vai se resolver espontaneamente em até 3 meses (média de 40 dias).
Critérios de não severidade: otalgia discreta com febre 39°C nas últimas 24h
Critérios de severidade: otalgia moderada/severa com febre 39°C
RN: amoxicilina + aminoglicosídeo (gentamicina)
Risco de infecção no canal do parto
ATB IV (intravascular): casos de complicações de OMA em crianças com diarreia 
e vômitos
Otite média aguda supurada
MT perfurada onde há o extravasamento de secreção mucopurulenta 
acompanhada de alívio da dor
Se houver otite externa associada → introduzir gotas otológicas tópica
Se não houver otite externa associada → manter tratamento com ATB oral e 
proteger a orelha da entrada de água.
Complicações
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Mastoidite: aumento do volume, abaulamento retroauricular, sinais flogísticos, dor 
à palpação e à percussão, deslocamento/protusão anterior do pavilhão auricular
Pode evoluir como meningite ou labirintite infecciosa.
Internação hospitalar e ATB empírico.
B- Otite média recorrente (OMAR)
Definição
3+episódios de OMA em 6 meses ou 4 episódios de OMA em 1 ano.
💡 Prevenção de futuras crises inclui tratar as possíveis causas locais: 
hipertrofia adenoidiana, quadros alérgicos nasais, sinusites, déficits 
imunológicos, fatores ambientais higiênico-dietéticos e ATB inadequada.
Tratamento
Com secreção: abordadas como pacientes com OMS
Sem secreção: como se segue ⬇
C- Otite média secretora (OMS)
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Ou otite média efusional OME, otite média serosa, otite média serosa, otite média 
mucoide etc.Presença de líquido na cavidade da orelha média, sem evidências de infecção, 
estando a membrana timpânica íntegra.
Quadro clínico
Crianças: pode ser assintomático ou pode haver perda auditiva condutiva, otalgia, 
história de IVAS recorrentes ou OMAR.
Adultos: hipoacusia e plenitude auricular, pode haver autofonia e zumbido.
Exame físico
Otoscopia: avaliação da posição (retrações e abaulamentos), mobilidade e cor da 
membrana timpânica
Anormal: opaca e pode aparecer amarela ou azul (efusão)
Podem ser vistas bolhas de ar que se movem com a manobra de Valsava
💡 Manobra de Valsava: técnica em que se prende a respiração, segurando 
o nariz com os dedos e, em seguida, é necessário forçar a saída de ar, 
fazendo pressão
Pode ser benéfica por acelerar a cura ou nociva se facilitarem a disseminação 
de germes da nasofaringe para a orelha média.
Otite média aguda com efusão
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Nasofibroscopia: deve excluir tumorações (vegetações adenoides, neoplasias) 
em nasofaringe que estejam obstruindo a tuba auditiva.
Outros exames: audiometria (observa se há hipoacusia condutiva com gap de 
2540dB e impedanciometria.
Tratamento
Pode durar de 12 meses e se resolver espontaneamente → tratamento não 
necessário
Tratamento considerado se secreção na orelha média 2 meses
Objetivo: reverter o grau de perda auditiva e prevenir a perpetuação das 
alterações na orelha média (que podem evoluir para OMC
Tratamento clínico: prevenção e tratamentos (vacinas, ATBs e antivirais), terapia 
anti-inflamatória AIEs e AINES e ventilação na orelha média via tuba auditiva 
(insuflações, manobra da Valsava).
Tratamento cirúrgico: miringotomia com colocação de tubo de ventilação TV.
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Evita-se o quadrante póstero-superior pelo risco de lesão da cadeia ossicular

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