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DIREITO CIVIL V
 FAMÍLIA (Aula 10)
Prof.ª Ma. Dominick Luzolo Veloso Bongo
 
TUTELA 
Representação legal de menor, relativa ou absolutamente incapaz
Pais declarados ausentes, falecidos ou decaídos do poder familiar (perda ou suspensão) – art. 1.728.
Tutores: 
a) Tutores testamentários ou documentais: Direito de nomeação aos pais, em conjunto, por testamento ou ato autêntico (art. 1.729) – Na nomeação de mais de um tutor por testamento sem indicação de precedência, a tutela caberá ao primeiro, com sucessão dos demais pela ordem de nomeação 
b) Tutores legítimos: Parentes instituídos na ordem de preferência (Ascendentes – Colaterais até o 3º grau - art. 1.731) - Ausência de nomeação válida dos pais – Possibilidade do juiz alterar a ordem no interesse do menor 
c) Tutela dativa: Tutor idôneo e residente no domicílio do menor: Ausência dos pais + Ausência de nomeação válida dos pais + Inexistência de parentes consanguíneos (art. 1.732) 
 
Incapacidade para exercício da tutela: Múnus público – Capacidade especial – Rol de pessoas impedidas ou exoneradas de exercer a tutela (art. 1.735):
a) aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens; 
b) aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor; 
c) os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela; 
d) os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena; 
e) as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores; 
f) aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela 
Pessoas que podem se escusar da tutela (podem negar) (art. 1.736): Petição nos autos da designação de tutela – 10 dias subsequentes à designação (art. 1.738): 
a) mulheres casadas; 
b) maiores de sessenta anos; 
c) aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos; 
d) os impossibilitados por enfermidade; 
e) aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela; 
f) aqueles que já exercerem tutela ou curatela; 
g) militares em serviço; 
Art. 1737. Quem não for parente do menor não poderá ser obrigado a aceitar a tutela, se houver no lugar parente idôneo, consanguíneo ou afim, em condições de exercê-la.
Art. 1738. A escusa apresentar-se-á nos dez dias subsequentes à designação, sob pena de entender-se renunciado o direito de alegá-la; se o motivo escusatório ocorrer depois de aceita a tutela, os dez dias contar-se-ão do em que ele sobrevier.
Art. 1739. Se o juiz não admitir a escusa, exercerá o nomeado a tutela, enquanto o recurso interposto não tiver provimento, e responderá desde logo pelas perdas e danos que o menor venha a sofrer.
Atos praticados pelo tutor sem prévio controle judicial (art. 1.740, 1.741 e 1.747): 
a) dirigir a educação, defendê-lo e prestar-lhe alimentos; 
b) reclamar do juiz que providencie correção; 
c) adimplir os demais deveres que normalmente cabem aos pais, ouvida a opinião do menor, se este já contar doze anos de idade 
d) administrar os bens do tutelado, em proveito deste, cumprindo seus deveres com zelo e boa-fé, sob a inspeção do juiz; 
e) representar e assistir o menor; 
f) receber as rendas e pensões do menor, e as quantias a ele devidas; 
g) fazer-lhe as despesas de subsistência e educação, bem como as de administração, conservação e melhoramentos de seus bens; 
h) alienar os bens do menor destinados a venda; 
i) promover-lhe, mediante preço conveniente, o arrendamento de bens de raiz. 
Atos praticados pelo tutor mediante autorização judicial (art. 1.748 e 1.749) 
a) pagar as dívidas do menor; 
b) aceitar por ele heranças, legados ou doações, ainda que com encargos; 
c) transigir; 
d) vender-lhe os bens móveis, cuja conservação não convier, e os imóveis nos casos em que for permitido (manifesta vantagem, mediante prévia avaliação judicial - art. 1.750) 
e) propor em juízo as ações, ou nelas assistir o menor, e promover todas as diligências a bem deste, assim como defendê-lo nos pleitos contra ele movidos 
f) adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor; 
g) dispor dos bens do menor a título gratuito; 
h) constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor. 
Prestação de contas (art. 1.755): Submissão de balanço no fim de cada ano (art. 1.756) – Contas: de dois em dois anos – Deixar o exercício da tutela – Quando o juiz achar conveniente (art. 1.757) – Contas prestadas por seus herdeiros ou representante (morte, ausência ou interdição – art. 1.759) 
	Cessação da tutela 	Cessação das funções de tutor
	Maioridade 			Expiração do termo obrigatório: 02 anos (regra – art. 1.765) 
	Emancipação 			Sobrevir escusa legítima 	
	Adoção 			Remoção 
	Reconhecimento 			Negligência, prevaricação ou incapacidade superveniente (art. 1.766) 	
	Falecimento do tutor ou tutelado 	Falecimento do tutor ou tutelado 
Art. 1757. Os tutores prestarão contas de dois em dois anos, e também quando, por qualquer motivo, deixarem o exercício da tutela ou toda vez que o juiz achar conveniente.
Parágrafo único. As contas serão prestadas em juízo, e julgadas depois da audiência dos interessados, recolhendo o tutor imediatamente a estabelecimento bancário oficial os saldos, ou adquirindo bens imóveis, ou títulos, obrigações ou letras, na forma do § 1 o do art. 1.753 .
Art. 1759. Nos casos de morte, ausência, ou interdição do tutor, as contas serão prestadas por seus herdeiros ou representantes.
Art. 1765. O tutor é obrigado a servir por espaço de dois anos.
Parágrafo único. Pode o tutor continuar no exercício da tutela, além do prazo previsto neste artigo, se o quiser e o juiz julgar conveniente ao menor.
CURATELA 
Representação legal de maior incapaz (art. 1.767):
a) Impedido de exprimir opinião (causa transitória ou permanente): Nascituro (art. 1.779) Falecimento do pai + Gravidez da mulher sem poder familiar 
b) Ébrios habituais e viciados em tóxicos 
c) Pródigos (emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado – art. 1.782) 
Quem pode pedir a intervenção (art. 747, NCPC): Cônjuge ou companheiro – Parentes – Tutores – Representantes da entidade que abriga o interditando – MP (art. 748, NCPC)
Curadores (art. 1775):
a) Cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato 
b) Pai/Mãe 
c) Descendente mais apto (Proximidade de grau) 
d) Escolhido pelo juiz 
Possibilidade de curatela compartilhada (art. 1.775-A) – Pessoa com deficiência
Pedido de interdição: Descrição dos fatos que demonstrem a incapacidade – Momento do início (art. 749, NCPC) – Curador provisório (atos determinados) – Laudo médico ou justificativa da impossibilidade de juntada (art. 750, NCPC) – Citação para entrevista do interditando (art. 751, NCPC) – Possibilidade de oitiva de parentes e pessoas próximas
Impugnação da interdição: 15 dias da entrevista (art. 752, NCPC) – Assistência por advogado ou nomeação de curador especial - MP fiscal da lei
Instrução: Produção de prova pericial (art. 753, NCPC) – Especificação dos atos sob curatela (laudo)
Decretação de interdição: Sentença – Nomeação de Curador + Fixação dos limites (características pessoais do interdito) – Registro de pessoas naturais – Publicação (sítio do TJ + plataforma de editais do CNJ + Imprensa oficial + Imprensa local) (755 CPC)
Poderes: Curatelado + Filhos e seus bens (art. 1.778, CC + art. 757. NCPC) – Salvo outra solução conveniente aos interesses do incapaz
Busca de tratamento para dar autonomia: Obrigação do curador (art. 758, NCPC)
Prestação de contas: Cônjuge + Regime de comunhão universal (dispensa – determinação judicial - art. 1.783 – REsp 1.515.701/RS)
Levantamento da interdição: Cessação da causa (art. 756, NCPC) – Pedido do interdito, curador ouMP – Levantamento parcial (art. 756, § 4º NCPC)
Art. 1.778. A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens dos filhos do curatelado, observado o art. 5 o.
Art. 757. A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens do incapaz que se encontrar sob a guarda e a responsabilidade do curatelado ao tempo da interdição, salvo se o juiz considerar outra solução como mais conveniente aos interesses do incapaz
Art. 758. Não havendo provas a produzir, o juiz dará a sentença em 10 (dez) dias; havendo-as, designará audiência de instrução e julgamento.
Art. 1.783. Quando o curador for o cônjuge e o regime de bens do casamento for de comunhão universal, não será obrigado à prestação de contas, salvo determinação judicial.
Art. 755 CPC. Na sentença que decretar a interdição, o juiz:
§ 3º A sentença de interdição será inscrita no registro de pessoas naturais e imediatamente publicada na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 6 (seis) meses, na imprensa local, 1 (uma) vez, e no órgão oficial, por 3 (três) vezes, com intervalo de10 (dez) dias, constando do edital os nomes do interdito e do curador, a causa da interdição, os limites da curatela e, não sendo total a interdição, os atos que o interdito poderá praticar autonomamente.
 
TOMADA DE DECISÃO APOIADA
É um processo judicial criado pela Lei Brasileira de Inclusão (Incluído pela Lei n° 13.146, de 2015) (Vigência)
 para garantir apoio à pessoa com deficiência em suas decisões sobre atos da vida civil e assim ter os dados e informações necessários para o pleno exercício de seus direitos. É um processo autônomo, com rito próprio, no qual a própria pessoa com deficiência indica os apoiadores de sua confiança a serem nomeados pelo juiz. Do processo judicial de tomada de decisão apoiada participam, além da parte interessada e das duas pessoas apoiadoras, o juiz, que é assistido por uma equipe multidisciplinar, e o Ministério Público.
TOMADA DE DECISÃO APOIADA 
Eleição (pedido do apoiado) de 02 pessoas idôneas, com vínculo e confiança por pessoa com deficiência – APOIO para exercício da capacidade (art. 1.783-A)
Termo: limites do apoio (vigência) + Compromissos dos apoiadores (art. 1.783-A, § 1º)
Assistência de equipe multidisciplinar + Oitiva do MP + Oitiva do apoiado e apoiadores (art. 1.783-A, § 3º)
Divergência entre apoiado e apoiadores (negócio com risco ou prejuízo relevante): Decisão judicial após oitiva do MP
Denúncia do apoiador: Negligência - Pressão indevida – Inadimplemento das obrigações assumidas (art. 1.783-A, § 7º)
Destituição do apoiador – Nomeação de outro apoiador (oitiva do apoiado) 
Desligamento do apoiador: Solicitação sujeita à decisão judicial
Fim do apoio: Solicitação a qualquer momento pelo apoiado
Art. 1783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade. 
§ 1 o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar. 
§ 2 o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo. 
§ 3 o Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio. § 4 o A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado. 
§ 5 o Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao apoiado. 
§ 6 o Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão. 
§ 7 o Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz. 
§ 8° Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de apoio. § 9° A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoiada. 
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria.
§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições referentes à prestação de contas na curatela. 
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