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HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão; V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; (Pagamento + homologação) VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149. PAGAMENTO Art. 162. O pagamento é efetuado: I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. § 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda corrente. § 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado. (...) ↱ Devendo para a MESMA PESSOA - DIFERENTES TRIBUTOS Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas: I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária; II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; CTI III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; IV - na ordem decrescente dos montantes. (Recebe a de maior valor quando não estiver próximo de prescrever. Caso esteja próximo, recebe a de menor valor e mais próximo da prescrição.) O art. 163 trata da situação na qual um mesmo sujeito passivo tenha dois ou mais débitos com o mesmo sujeito ativo. Neste caso, a ordem de pagamento será: 1º) Os débitos de obrigação própria, isto é, aqueles cujo devedor seja contribuinte, obedecendo a seguinte seqüência: Contribuições de Melhoria; Taxas; Impostos. 2º) Os débitos decorrentes de responsabilidade tributária. Deve ser observado, nas respectivas situações acima, a ordem crescente dos prazos de prescrição e a ordem decrescente dos montantes. Atenção! O art. 163 deve ser interpretado conjuntamente com o art. 187, parágrafo único, que trata de concurso de preferências: primeiro, União, em segundo, Estados e DF (conjuntamente e pro rata), por último, Municípios (conjuntamente e pro rata). Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-lo. O art. 166 diz respeito a tributos indiretos, isto é, aqueles que são pagos por determinada pessoa (contribuinte de direito; ex: comerciante), no entanto, o encargo é repassado para uma outra pessoa (contribuinte de fato; ex: consumidor). Recordando... regra geral: aquele que paga um valor indevido ou maior que o devido tem direito a restituição. Pois bem, nos tributos indiretos, a questão deve ser analisada por outra ótica. Se o contribuinte de direito repassou o encargo do tributo para um terceiro e, mais a frente, percebeu-se que tal ônus não correspondia ao previsto na lei, havendo direito a restituição, seria justo restituir o excesso ao primeiro? Em termos práticos, suponha que um comerciante (contribuinte de direito) recolheu aos cofres públicos – a título de ICMS – R$2.000,00 incluídos no preço de uma venda feita ao consumidor (contribuinte de fato). Admita-se que, mais tarde, seja descoberto que o valor correto era de R$1.000,00. Teria o comerciante o direito à restituição do excesso pago? Resposta: Ver art. 166 do CTN. Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. Situação já estudada... LC 118/05, art. 3º... cabendo aqui só acrescentarmos que depois algumas mudanças de entendimento dos nossos Tribunais Superiores, em meados do ano de 2012, parece que a questão ficou pacificada e STJ e STF passaram a adotar o mesmo posicionamento, vejamos: RECURSO ESPECIAL Nº 1.269.570 - MG (2011/0125644-3) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA (ART. 543-C, DO CPC). LEI INTERPRETATIVA. PRAZO DE PRESCRIÇÃO PARA A REPETIÇÃO DE INDÉBITO NOS TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ART. 3º, DA LC 118/2005. POSICIONAMENTO DO STF. ALTERAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO STJ. SUPERADO ENTENDIMENTO FIRMADO ANTERIORMENTE TAMBÉM EM SEDE DE RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. 1. O acórdão proveniente da Corte Especial na AI nos Eresp nº 644.736/PE, Relator o Ministro Teori Albino Zavascki, DJ de 27.08.2007, e o recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.002.932/SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.11.2009, firmaram o entendimento no sentido de que o art. 3º da LC 118/2005 somente pode ter eficácia prospectiva, incidindo apenas sobre situações que venham a ocorrer a partir da sua vigência. Sendo assim, a jurisprudência deste STJ passou a considerar que, relativamente aos pagamentos efetuados a partir de 09.06.05, o prazo para a repetição do indébito é de cinco anos a contar da data do pagamento; e relativamente aos pagamentos anteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior (tese dos 5+5). 2. No entanto, o mesmo tema recebeu julgamento pelo STF no RE n. 566.621/RS, Plenário, Rel. Min. Ellen Gracie, julgado em 04.08.2011, onde foi fixado marco para a aplicação do regime novo de prazo prescricional levando-se em consideração a data do ajuizamento da ação (e não mais a data do pagamento) em confronto com a data da vigência da lei nova (9.6.2005). 3. Tendo a jurisprudência deste STJ sido construída em interpretação de princípios constitucionais, urge inclinar-se esta Casa ao decidido pela Corte Suprema competente para dar a palavra final em temas de tal jaez, notadamente em havendo julgamento de mérito em repercussão geral (arts. 543-A e 543-B, do CPC). Desse modo, para as ações ajuizadas a partir de 9.6.2005, aplica-se o art. 3º, da Lei Complementar n. 118/2005, contando-se o prazo prescricional dos tributos sujeitos a lançamento por homologação em cinco anos a partirdo pagamento antecipado de que trata o art. 150, §1º, do CTN. 4. Superado o recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.002.932/SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.11.2009. 5. Recurso especial não provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da PRIMEIRA SEÇÃO do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, o seguinte resultado de julgamento: "A Seção, por unanimidade, negou provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator." Brasília (DF), 23 de maio de 2012. Percebam que o que ficou valendo mesmo é a data do ajuizamento da ação, desse modo, para as ações ajuizadas a partir de 9.6.2005, vale a regra nova » cinco anos contados do pagamento indevido. Por outro lado, quem ajuizou ação até o dia 8.6.2005, vale a regra antiga » cinco anos contados da homologação, ou seja, 5 +5. Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição. Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada. COMPENSAÇÃO É possível toda vez que o devedor tributário seja, ao mesmo tempo, credor da mesma pessoa jurídica de direito público. A compensação somente poderá ser permitida mediante lei (art. 97, VI) e está prevista nos arts. 170 e 170-A do CTN. Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento. Percebam que o artigo fala da compensação de CT com quaisquer outros tipos de créditos, desde que esses sejam líquidos e certos, já vencidos ou que vão vencer, do mesmo sujeito passivo com a mesma pessoa jurídica de direito público. Esclareça-se: fica a cargo de cada ente público regular, por lei, suas próprias regras de compensação. Por exemplo, no âmbito federal, a Lei nº 8.383/91 (art. 66) permite a compensação de tributos federais da mesma “espécie” (mesma destinação constitucional ou quando arrecadados pelo mesmo sujeito ativo). Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. TRANSAÇÃO Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e conseqüente extinção de crédito tributário. Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso. Quanto à transação, lembre-se que a palavra “determinação” deve ser entendida como “terminação”. REMISSÃO É um favor fiscal no qual se perdoa dívida tributária e somente poderá ser concedida por lei. Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: I - à situação econômica do sujeito passivo; II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; III - à diminuta importância do crédito tributário; IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso; V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155. Atenção! Remissão (perdão) ≠ Remição (resgatar). 13/09/2021 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA Decadência · Constituir · Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. A decadência no direito tributário tem sido motivo de inúmeras controvérsias na doutrina e na jurisprudência, sobretudo, no STJ. Em regra, a decadência é uma forma extintiva de direito subjetivo (do sujeito ativo), constante numa relação jurídica de direito material ou substantivo. O instituto em comento visa atacar, desse modo, o próprio direito, promovendo o seu decaimento ou seu perecimento, o que obsta a constituição do CT pelo Fisco. Prosseguindo... dois são os comandos do CTN adstritos à temática geral da decadência: 1º) o art. 173, I que prevê como marco inicial o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; 2º) o art. 150, § 4º que prevê a data da ocorrência do FG. A ambos, somar-se-á o prazo de 5 anos, denominado “qüinqüênio” decadencial. O art. 173, I é considerado a regra geral, de modo que alcança os tributos cujos lançamentos são: por declaração ou misto; direto ou de ofício; por homologação “sem antecipação de pagamento”. Exemplo: IPTU, relativo ao ano de 2000, pode ser lançado até quando? Sendo o IPTU lançado de ofício, aplica-se o art. 173, I do CTN. Desta forma, passo a passo temos: 2000 .................... ano em que o lançamento poderia ter sido efetuado. 2001 .................... exercício seguinte ao ano em que o lançamento poderia ter sido efetuado. 01/01/2001 ........... 1º dia do exercício seguinte (aqui começa a contagem) 01/01/2002 ........... 1 ano 01/01/2003 ........... 2 anos 01/01/2004 ........... 3 anos 01/01/2005 ........... 4 anos 01/01/2006 ........... 5 anos Resposta: Em 01.01.2006 se opera a decadência, porquanto, o lançamento deve ser feito até 31.12.2005. O inciso II trata, por exemplo, da situação onde o lançamento tenha sido feito com algum vício formal e tenha sido proferida uma decisão judicial, ou mesmo administrativa, anulando-o. Quando esta decisão não for mais passível de recurso (for definitiva), o prazo decadencial terá início no dia seguinte desta data; isto é, o Fisco terá 5 anos para efetuar novo lançamento (teoria do benefício do erro a favor do infrator). O disposto no parágrafo único do art. 173 é aplicável nos casos em que, durante o lapso de tempo compreendido entre o FG e o início da fluência do prazo decadencial, a Administração Tributária adota medida preparatória para o lançamento, ocorrendo, assim, uma antecipação do dies a quo do prazo decadencial, para a data da providência preparatória de constituição do CT. Na hipótese de lançamento por homologação, ( O contribuinte faz tudo, além de antecipar o pagamento. ISS, IPI, ICMS, Imposto de Renda) há de se observar duas regras: 1ª) havendo pagamento antecipado pelo devedor: o início do prazo decadencial será a data da ocorrência do Fato Gerador, como aduz o art. 150, §4º; Ex: Imaginem que o FG do ISS se dê em 06.07.2004, com recolhimento do gravame em 30.07.2004. Caso o Fisco queira cobrar eventual diferença do valor recolhido, deverá fazê-lo no prazo de 5 anos a contar do FG, isto é, 5 anos a contar de 06.07.2004. 2ª) não havendo pagamento antecipado pelo devedor: aplica-se aregra geral, ou seja, o início do prazo decadencial será o 1º dia do exercício seguinte, nos termos do art. 173, I. (Regra geral) Atenção! Com respeito às Contribuições Sociais, o artigo 45 da Lei 8.212/91 estabelece que o prazo decadencial dessas contribuições é de 10 anos. Acontece que, a flagrante inconstitucionalidade do referido artigo, recentemente, foi objeto Súmula Vinculante, qual seja, a de nº 08. Confiram! Prescrição -Cobrar - execucao fiscal ( Deve ajuizar no prazo de 05 anos) Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; II - pelo protesto judicial; III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. Diz-se que ocorre a prescrição quando o Fisco, após 5 anos de ter efetuado o lançamento, não proponha ação de execução alguma. A ação de cobrança do CT é a ação de execução, que é regulamentada pela Lei 6.830/80 e subsidiariamente pelo CPC. O início da contagem do prazo prescricional será sempre da data da constituição definitiva (lançamento) do CT. Assim, caso o lançamento tenha ocorrido 10 de agosto de 2009, a partir do dia 11 (inclusive), o Fisco terá 5 anos para executar. *Obs - Quanto as Contribuições Sociais ver Súmula Vinculante nº 08. Outra informação importante! A mera inscrição em Dívida Ativa não repercute em nada no prazo prescricional para cobrança de CT. Explicação: A doutrina majoritária entende que o art. 2º, § 3º da Lei de Execução Fiscal, não tem aplicabilidade para cobrança de CT, haja vista, não ser a LEF uma lei complementar, porquanto, não poderia tratar de suspensão de prazo nenhum. Mais um detalhe... o inciso I, do art. 174, antes da alteração ocorrida com a LC 118/05, falava em “citação pessoal feita ao devedor”, mas agora... rsrsrsrs, desde 2005 né, a prescrição passou a se interromper “pelo despacho do juiz que ordenar a citação”. Atenção! Essa história sempre deu uma confusão danada! Isso porque a procuradoria às vezes ajuizava a execução fiscal poucos meses antes dos 5 anos, mas em razão da morosidade de algumas serventias quando o juiz despachava mandando citar já era... os 5 anos já tinham se passado! Pessoal! Cuidado! Apesar de ser o “despacho citatório” o ato que formaliza a interrupção da prescrição, atualmente o que está valendo mesmo é a procuradoria ajuizar a execução dentro do prazo dos 5 anos, mesmo que o despacho seja posterior ele terá efeito retroativo ao ajuizamento da execução fiscal (REsp n° 1.120.295/SP). Vale ressaltar que a prescrição atinge não apenas a ação de cobrança, mas também o próprio CT, uma vez que este estará extinto. Por esta razão é que não poderá o Fisco negar emissão certidão negativa de débitos – CND ao sujeito passivo na hipótese deste não pagar um crédito prescrito. Percebam! Caso este instituto atingisse apenas a ação de cobrança, poderia a Fazenda Pública simplesmente manter a inscrição na dívida ativa mesmo sem poder executar. Atenção! Com as alterações promovidas pela Lei 11.280/06 no CPC, em especial no art. 219, §5º, muito se discute acerca da possibilidade do juiz poderá de ofício reconhecer a ocorrência de prescrição quando se trate de “crédito tributário”. Em meio a toda a discussão foi editada a súmula 409 do STJ que diz que “em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício (art.219, §5º, do CPC)”. Segundo alguns doutrinadores, a referida súmula não colocou fim a celeuma, pois a mesma não fez distinção entre execuções que tenham como objeto “crédito tributário” e execuções que tenham como objeto “créditos não-tributários”... enfim, o argumento faz sentido... Quanto à jurisprudência mais recente, o que entendimento que tem prevalecido é o da possibilidade de reconhecimento da prescrição, mesmo se tratando de “crédito tributário”. Prescrição Intercorrente: É aquela que ocorre depois da propositura da ação de execução. Lembrem-se! Com o despacho do juiz que ordena a citação do executado, ocorrerá a interrupção do prazo prescricional. Nisso, caso o devedor não seja encontrado e seus bens localizados, a ação ficará suspensa por até 1 (um) ano (art. 40 da LEF). Se a busca continuar frustrada, será determinado o arquivamento provisório dos autos, até que se encontre o executado ou bens penhoráveis. Desse modo, caso o processo fique paralisado por mais de 5 anos, a contar da decisão que ordenar o arquivamento, poderá ser arguida a prescrição intercorrente pelo devedor, bem como, pelo juiz (art. 40, §4º da LEF). Se argüida de ofício, a Fazenda deverá ser ouvida antes do arquivamento. CONVERSÃO DO DEPÓSITO EM RENDA / CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal; III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. § 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar. § 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. Em princípio, a Ação de Consignação em Pagamento, no universo do Direito Tributário, não serve para se ficar discutindo valor de tributo a ser pago. Na verdade, serve para que o sujeito passivo exerça seu direito de pagar o tributo nas situações acima elencadas. Percebam! Ao término da demanda, julgada procedente a ação, a importância depositada é convertida em renda. PAGAMENTO ANTECIPADO E HOMOLOGAÇÃO Aqui, basta lembrar que o pagamento antecipado por si só não extingue o CT. Frise-se, o pagamento antecipado deverá ser homologado expressamente ou tacitamente para extinção do CT se concretizar. DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL Toda vez que houver a instauração de processo administrativo fiscal, necessariamente teremos uma decisão solucionando a lide. Esta decisão poderá ser favorável ou desfavorável ao SP. Caso seja favorável e não caiba mais recurso administrativo, diz-se que essa decisão é irreformável e definitiva, extinguindo-se o CT. Caso seja desfavorável ao SP, este poderá recorrer ao judiciário para tentar modificar decisão da esfera administrativa. Percebam! Quando um processo administrativo é instaurado quem julga em 1ª Instância são membros do fisco, na 2ª instância ⇨ Conselho de Contribuintes, cuja composição é paritária, mas de qualquer forma os representantes do Fisco são determinantes nas decisões. Logo, como poderia o Fisco propor ação para questionar, praticamente, suas próprias decisões. DECISÃO JUDICIAL PASSADA EM JULGADO Evidentemente, quando nós temos uma decisão que não seja mais passível de recurso ⇨ estaremos diante de mais uma hipótese de extinção do CT. DAÇÃO EM PAGAMENTO Consiste no pagamento de CT por meio da entrega, administrativa e voluntária, de bem imóvel. Vale frisar que para este procedimento ser efetivado faz-se necessária a observância das normas previstas no direito administrativo, inclusive perícias técnicas de avaliação. Os critérios da conveniência e oportunidade públicas deverão se sobrepor ao interesse do SP em pagar o seu débito com um bem imóvel. 13/09/2021 Prescrição e decadência Caso 01 Em 05/10/2007 a empresa “AMX” foi notificada para pagamento de 15.400,00 reais relativamente à falta de recolhimento de ISS, em razão de serviços prestados em 15/01/2003. Não concordando com a referida exigência,a empresa, tempestivamente, impugnou administrativamente o lançamento. A questão foi julgada definitivamente em 15/06/2010 desfavoravelmente à empresa. Em 14/03/2014, a Procuradoria da Fazenda Estadual propôs a Execução Fiscal. O juiz despachou a inicial ordenando a citação no dia 25/11/2014, tendo a mesma ocorrido em 07/02/2015. Pois bem, segundo a legislação vigente, no caso em apreço ocorreu decadência? Ocorreu prescrição? Responda fundamentadamente.