Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

CECPHAB – Colégio Estadual do Campo Padre Henrique Alves Borges
	
	Série/Turma:________________
	Turno: ( ) Mat ( ) Vesp 
	
	Aluno (a): 
	Disc.: ELETIVA 1
	
	Professor (a): 
	Data: / / 
A cidadania no Brasil pela Constituição de 1988
A cidadania está diretamente ligada com a relação entre o povo e o direito de participar nas decisões administrativas do estado. Estabelecendo vínculo com os direitos, sejam eles políticos ou econômicos. O Brasil viveu épocas de forte autoritarismo onde a política era centralizada nos interesses de poucas pessoas. Desde a República a cidadania enfrentou inúmeras limitações, sendo que em alguns momentos da história do Brasil ela simplesmente deixou de existir. A cidadania, embora alguns restrinjam a partir da atribuição do direito de votar e ser votado exige a participação individual nas decisões coletivas e na luta pelo reconhecimento de direitos sociais. Assim, a cidadania, então, deixa de vincular-se exclusivamente à participação política, para alcançar, acima de tudo, o comportamento do indivíduo no seio da sociedade. Somente através do processo de construção do conhecimento é que o povo pode conhecer seus direitos e suas obrigações e pode interferir de alguma forma no destino de seu país. Um dos pilares da cidadania é a educação.
A construção da cidadania no Brasil não pode ser compreendida sem que se leve em conta um processo histórico de lutas e conquistas que permearam as relações entre colonos e colonizadores, brasileiros e portugueses, escravos e senhores. Para compreendê-la, deve-se considerar também os grupos sociais que, posteriormente, organizaram-se na luta pela ampliação dos direitos civis, políticos e sociais. Esse processo culminou na formação da Assembleia Nacional Constituinte e na elaboração da Constituição de 1988, denominada “Constituição Cidadã”. Quando a constituição foi promulgada em 1988, o exercício da cidadania se tornou presente, constando em muitos artigos da constituinte de 88. A Constituição é o conjunto de leis do país. É considerada a Lei máxima e determina o papel do Estado. Nela estão as regras que os poderes públicos (Executivo, Legislativo e Judiciário) devem seguir e os direitos e os deveres dos cidadãos. O Brasil já teve sete constituições depois de sua Independência (1822). O ano de 2018 será marcado pelo trigésimo aniversário da atual Constituição brasileira. A Constituição da República Federativa do Brasil foi promulgada em 5 de outubro de 1988 e tornou-se o principal símbolo do processo de redemocratização nacional. Após 21 anos de regime militar, a sociedade brasileira recebia uma Constituição que assegurava a liberdade de pensamento. Foram criados mecanismos para evitar abusos de poder do Estado.
Naquela época, o cenário era de abertura política. O Brasil acabara de sair do Regime Militar (1964-1984) e a sociedade brasileira buscava criar uma nova Constituição para assegurar a liberdade de pensamento e mecanismos para evitar abusos de poder do Estado. A Constituição anterior havia sido promulgada em 1967. Ela é considerada a mais autoritária das constituições brasileiras por reunir medidas como a eleição indireta para presidente da República, a suspenção de direitos políticos de qualquer cidadão, a censura da imprensa e o poder absoluto para o presidente fechar o Congresso Nacional. Havia um consenso de que essas leis precisavam ser removidas. Com a promessa de promover a democracia após duas décadas de ditadura, a construção de uma nova Constituição trilhou um longo caminho. Respondendo a uma pressão popular, uma Assembleia Nacional Constituinte foi convocada pelo presidente José Sarney para debater e encaminhar as sugestões de leis. Comandada pelo deputado Ulysses Guimarães, a Assembleia Nacional Constituinte foi instalada em 1987 e era formada por deputados e senadores escolhidos entre seus colegas por meio do voto. A sociedade também teve um maior protagonismo nesse processo político, com o objetivo de retomar a participação do povo nas decisões políticas. Os artigos que compõem o texto foram sugeridos, escritos e revisados durante 20 meses. Foram mais de 80 mil emendas propostas ao todo. Além de legislar normalmente como um Congresso, os congressistas tinham que votar as propostas em plenário, um trabalho que demorou dez meses. A nova Carta entrou em vigor no dia 5 de outubro de 1988. Naquele dia, no Plenário da Câmara dos Deputados, Ulysses Guimarães assinou os exemplares originais da Constituição, ergueu-se de sua cadeira com um exemplar na mão e disse “Declaro promulgada. O documento da liberdade, da dignidade, da democracia, da justiça social do Brasil. Que Deus nos ajude para que isso se cumpra! ” A partir desse momento, passava a valer a nova Constituição do Brasil.
A VOLTA DA DEMOCRACIA 
“Todo poder emana do povo, que o exerce através de seus representantes ou diretamente na forma da lei”. O primeiro artigo da Constituição de 1988 consagra os princípios da democracia representativa e define o Legislativo, o Executivo e o Judiciário como os Poderes da União. O Brasil continuaria a ser uma República presidencialista, mas teria de volta as eleições livres e diretas para presidente da República, governador, prefeito, deputado, senador e vereador. As Forças Armadas poderiam garantir a “ordem interna”, desde que solicitadas pelos poderes constituídos. O texto também acaba com a censura à Imprensa e obras artísticas e estabelece o direito à liberdade de expressão. No campo da Justiça, o Poder Judiciário voltou a ter maior protagonismo. A Constituição previu ainda diversos mecanismos como o Habeas corpus (a imediata soltura de alguém que esteja preso ilegalmente), o mandato de segurança (suspensão de ordens administrativas consideradas ilegais ou arbitrárias) e as ações populares (atos que qualquer cidadão pode propor).
A CONSTITUIÇÃO CIDADÃ
 A Constituição de 1988 foi definida pelo Ulysses Guimarães como “Constituição cidadã” porque amplia os direitos e garantias individuais em várias áreas. Além disso, contou com a participação efetiva da população. Por esses motivos, especialistas a consideram a mais democrática de nossa história e uma das mais progressistas do planeta. Movida pelo ideal de igualdade, a partir da nova Carta Magna, todos os brasileiros se tornaram iguais perante a lei e têm direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade. Entre os princípios fundamentais da República, estão a cidadania e a dignidade da pessoa humana, conceitos até então inéditos na lei brasileira. O documento garantiu ainda o acesso universal à educação, à saúde e à cultura. O documento assinalou o direito dos analfabetos ao voto e permitiu o voto de jovens a partir de 16 anos. Ele trouxe ainda novas conquistas de direitos humanos e para grupos como crianças, jovens, idosos, mulheres, negros, índios e pessoas com deficiência. Para garantir a qualidade de vida, foi determinado que o Estado deveria prover serviços, programas e ações em benefício da população. Na Saúde, foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS). A Educação foi considerada como dever do Estado e foi ampliada a educação rural. Foram estabelecidos mais direitos trabalhistas e foi feita a reforma do sistema tributário. O direito do consumidor também foi reconhecido, assim como a importância da biodiversidade e da preservação do Meio Ambiente.
A Constituição de 1988 trouxe uma estabilidade política ao país e entrou para a história por causa do resgate da democracia e dos grandes avanços na conquista da cidadania. De 1988 para cá, o documento sofreu diversas alterações, refletindo as novas demandas do Brasil. Até dezembro de 2017, foram acrescentadas 104 emendas. Apesar de nossa Constituição ser taxada de cidadã, ainda estamos longe de alcançar uma efetiva cidadania, pois há várias injustiças e desigualdades sociais, haja vista para o fato de que a cidadania, no Brasil, ter um caráter assistencialista. Se a Constituição evoluiu nos direitos civis e políticos, tendo em vista as garantias individuais e a participação no governo,o mesmo não se pode dizer quanto aos direitos e garantias sociais, pois a violência urbana cresce; o desemprego; o acesso à saúde; moradia. A Constituição de 1988 revela-se notoriamente moderna e com grande preocupação social, marcando a redemocratização do país e opondo-se a qualquer forma de autoritarismo. Privilegia os Direitos Humanos, totalmente desrespeitados no período da ditadura militar.
A CONQUISTA DOS DIREITOS CIVIS, POLÍTICOS, SOCIAIS E HUMANOS NO BRASIL
É importante ressaltar o lugar do cidadão brasileiro no processo histórico de constituição dos seus direitos civis, sociais e políticos. O cidadão pleno é aquele que goza invariavelmente dos três direitos. O cidadão incompleto tem acesso apenas a alguns deles. O indivíduo que está alheio a todos os três é considerado um não-cidadão. A construção da cidadania brasileira não obedeceu a mesma ordem lógica de outros países: direitos civis, direitos políticos e direitos sociais. No Brasil, os direitos políticos apareceram primeiro, os direitos sociais tiveram mais ênfase que os demais, e os direitos civis só alcançaram sua consolidação a partir da Constituição de 1988. A luta pela cidadania plena no Brasil é uma luta pelo direito de existir enquanto igual, enquanto membro da sociedade, é a luta por uma “cidadania simbólica”. Assim, ser cidadão brasileiro não é ser titular de direitos civis, políticos e sociais, mas ser acima de tudo, um indivíduo em defesa do direito a tê-los.
DIREITOS CIVIS
São os direitos fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade privada e à igualdade perante a lei. É o direito de ir e vir e de liberdade de expressão e pensamento. O direito de não ter sua casa e seus bens violados e o de ser julgado e encarcerado apenas pela autoridade civil estabelecida pela lei vigente e após processo legal. Esse grupo de direitos tem por objetivo garantir que o relacionamento entre as pessoas seja baseado na liberdade de escolha dos rumos de sua própria vida – por exemplo, definir a profissão, o local de moradia, a religião, a escola dos filhos, as viagens – e de ser respeitado. É preciso ressaltar que liberdade de cada um não pode comprometer a liberdade do outro. Ter os direitos civis garantidos, portanto, deveria significar que todos fossem tratados em igualdade de condições perante as leis, o Estado e em qualquer situação social, independentemente de raça, condição econômica, religião, filiação, origem cultural, sexo, ou de opiniões e escolhas relativas à vida privada. 
DIREITOS POLÍTICOS
Os direitos políticos referem-se à participação do cidadão no governo da sociedade, ou seja, à participação no poder. Entre eles estão a possibilidade de fazer manifestações políticas, organizar partidos, votar e ser votado. O exercício desse tipo de direito confere legitimidade à organização política da sociedade. Afinal, ele relaciona o compromisso de pessoas e grupos com o funcionamento e os destinos da vida coletiva.
DIREITOS SOCIAIS
Os direitos sociais, assim como os demais, são constituídos historicamente e, portanto, produto das relações e conflitos de grupos sociais em determinados momentos da história. Eles nasceram das lutas dos trabalhadores pelo direito ao trabalho e a um salário digno, pelo direito de usufruir da riqueza e dos recursos produzidos pelos seres humanos, como moradia, saúde, alimentação, educação, lazer. Esses são, por exemplo, os direitos ratificados na legislação trabalhista, como a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. O trabalho é um direito e um dever de todo cidadão. De certa forma, é pelo trabalho que construímos grande parte dos bens coletivos, sejam eles de origem manual ou intelectual. É um direito fundamental, pois é por meio dele que transformamos a natureza e melhoramos nossa qualidade de vida e a de todas as pessoas. É preciso ressaltar que a remuneração pelo trabalho deveria proporcionar aos trabalhadores e suas famílias a satisfação de suas necessidades fundamentais de alimentação, moradia, saúde, educação, cultura e lazer.
image1.jpeg

Mais conteúdos dessa disciplina