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10 A CHARGE COMO RECURSO DIDÁTICO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE LEITORES Acadêmico: Vanessa Przylepa¹ Tutor: Cláudia Guimarães de Oliveira² RESUMO Historicamente, o ensino de Língua Portuguesa (LP) no Brasil, baseou-se no ensino da gramática normativa como principal pilar da educação nas escolas em detrimento à leitura e compreensão de textos. Com o passar dos anos, após várias discussões sobre como a LP deve ser abordada nas escolas, novas perspectivas de interpretações surgiram e iniciou-se um movimento contra o ensino da gramática numa abordagem tradicionalmente descontextualizada e a favor da concepção interacionista do ensino de LP. Desse modo, a leitura deixou de ser um mero exercício de decodificação de signos linguísticos, passando a ser compreendida como meio de comunicação com o mundo, mediadora na aquisição de conhecimentos e imprescindível na inserção do sujeito nas práticas sociais. Partindo dessa concepção, o objetivo central deste trabalho, através de uma pesquisa bibliográfica, é verificar as contribuições a partir da inserção dos gêneros textuais nas atividades de leitura e produção textual, visando os desenvolvimentos das habilidades leitoras do discente, percebendo e reconhecendo o gênero que melhor se adéqua em cada situação de comunicação, além de promover uma leitura reflexiva. Assim, consideramos o gênero textual charge como modalidade fundamental neste processo de transmissão de saberes e produção de sentidos, visto que o mesmo, chama atenção do leitor por conter geralmente linguagem verbal e não verbal e retratar situações da atualidade, provocando a reflexão e até mesmo a investigação por parte do aluno, para formar sua própria opinião, colaborando para o desenvolvimento da leitura crítico-reflexiva. Palavras-chave: Charge – Ensino - Linguagem 1. INTRODUÇÃO A leitura não se restringe a simples decodificação de signos linguísticos, mas deve estar voltada para a função social da língua, possibilitando que o indivíduo, ao se apropriar dessa prática, ingresse no mundo letrado e possa ser atuante e participante na construção do seu processo de cidadania. Nesse sentido, a leitura significativa acontece quando o leitor produz sentidos ao texto, indo muito além de decifrar os signos verbais e não verbais, mas sendo capaz de inferir o que está nas entrelinhas, contextualizando e intertextualizando, assim como compreendendo as muitas linguagens e construindo significados. Dessa maneira, neste território o qual requer o domínio da linguagem, seu ensino passa a envolver texto, contextos, análise de informações explícitas e implícitas, que podem ser encontradas nos diversos gêneros textuais que utilizamos nas mais diversas situações de comunicação. Destacamos assim, o gênero textual charge como instrumento capaz de disponibilizar recursos adequados para concretizar o entrelaçamento entre o texto, a leitura e a realidade, possibilitando o desenvolvimento de reflexões críticas sobre o mundo, corroborando com o despertar da consciência para o exercício de valores éticos, humanísticos e críticos-reflexivos do educando. Essa modalidade, enquanto prática pedagógica, possibilita romper com os moldes tradicionais, e transcender para uma metodologia dinâmica, capaz de propiciar o discernimento crítico, indo além da materialidade do código, mas corroborando com a formação da competência leitora apta a analisar e interpretar os mais variados textos que circulam na sociedade. Na primeira etapa, procuramos apresentar as mudanças que ocorreram ao longo do tempo no ensino da língua, principalmente no que diz respeito à leitura e a compreensão dos mais diversos textos que circulam na sociedade. A partir de uma metodologia baseada em estudos teóricos, na tentativa de encontrar caminhos para uma prática educacional que promova conexões entre leitura e prática social, investigamos as ideias dos principais pensadores educacionais, assim como as orientações dos documentos que regulamentam a educação básica no que diz respeito ao trabalho com os textos como eixo central no processo de ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa Posteriormente, no intuito de explicar a importância dos gêneros textuais na sala de aula e as contribuições dessa atividade quando aplicada nas práticas pedagógicas, delimitamos nossa pesquisa ao gênero charge, entendendo que este possibilita desenvolver competências de produção e interpretação de texto de maneira lúdica, assim como a análise da linguagem verbal e não verbal, além de possibilitar ao educando uma reflexão crítica da sociedade, isso porque o gênero relata principalmente fatos relevantes ocorridos na esfera social. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.2 PROCESSO DE FORMAÇÃO LEITORA CRÍTICA-REFLEXIVA As práticas de ensino de Língua Portuguesa (LP), por muitos anos se pautaram no modelo tradicional, com excessiva valorização da gramática normativa. Segundo essa concepção, a prática pedagógica consistia basicamente a auxiliar o falante a decodificar os signos linguísticos e a expressar-se adequadamente, conforme destaca o autor: “a escola era exclusiva de uma elite que, por definição, já dominava a língua padrão e o que restava para aprender era a gramática. ” (BORGES, 2012, p.3). Ao longo da história do nosso país, segundo Borges (2012), houve intensos debates a respeito dos métodos de ensino da LP, que visavam melhorar as práticas pedagógicas a fim de obter o máximo de aproveitamento da capacidade do aluno e contrariando o ensino tradicional. Nesse contexto, o consenso foi de que o ensino de LP não deve excluir os pressupostos da normatividade, mas aliá-los aos diferentes gêneros discursivos, visando o uso da linguagem em sua plenitude e nas mais variadas situações comunicacionais, assim: (...), permitiram uma visão muito mais funcional da língua, o que provocou alterações nas práticas escolares, representando, em alguns casos, o abandono do tratamento dos aspectos gramaticais e da reflexão sistemática sobre os aspectos discursivos do funcionamento da linguagem. Para ampliar a competência discursiva dos alunos, no entanto, a criação de contextos efetivos de uso da linguagem é condição necessária, porém não suficiente, sobretudo no que se refere ao domínio pleno da modalidade escrita. (BRASIL, 1998, p.78). Baseando-se numa perspectiva sócio interacionista, considerando o texto como como foco principal do ensino de língua portuguesa e ressaltando sua diversidade, os PCNs trazem muito da visão de Mikhail Bakhtin à respeito dos gêneros discursivos como objeto de ensino nas escolas: assim, “[...] Aprender a falar é aprender a estruturar enunciados [...] Se não existissem os gêneros do discurso e se não os dominássemos, se tivéssemos de construir cada um de nossos enunciados, a comunicação verbal seria quase impossível.”(BAKHTIN, 2003, p.302). Deste modo, é na intenção de se comunicar com os outros que o ser humano cria e utiliza variadas formas de linguagem, o que possibilita ter acesso a informações, expressar e defender pontos de vista. Isso implica dizer que os gêneros textuais emanam das mais variadas esferas da atividade humana e a reflexão dos enunciados passa a constituir, portanto, uma das práticas fundamentais ao desenvolvimento da linguagem e aprendizagem. É através da interação humana que os significados e as visões de mundo são construídas, alteradas e compartilhadas, como orienta o autor: “o sentido revela-se em sua profundidade ao encontrar e tocar outro sentido, um sentido alheio." (BAKHTIN, 2003, p.368). 2.3 A CHARGE COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NA ESCOLA Considerando a complexidade de as escolas encontrarem caminhos a fim de formar uma comunidade de leitores competentes, detentores dos conhecimentos linguísticos e conscientes de sua realidade social, destacamos a relevância do trabalho com o gênero charge associados às práticas pedagógicas, o qual possibilita explorar novas formas de ensinar e aprender, reinventando conceitos e teorias existentes em sociedadepois: “Se os textos da contemporaneidade mudaram, as competências /capacidades de leitura e produção de textos exigidas para participar de práticas de letramento atuais não podem ser as mesmas” (ROJO, 2013, p.08). O gênero charge é comumente associado às histórias em quadrinhos, percebido como texto ilustrativo, associando imagens e elementos linguísticos, está diretamente inserido no meio jornalístico, através do qual, fazendo uso de humor e ironia, discute questões sociais e políticas ou eventos ocorridos em determinados momentos da atualidade, além disso, seu uso é constantemente observado em provas de concursos públicos e vestibulares. Conforme mouco: “É importante destacar que a charge, além do seu caráter humorístico, e, embora pareça ser um texto ingênuo e despretensioso, constitui uma ferramenta de conscientização, pois ao mesmo tempo em que diverte, informa, denuncia e critica, constitui -se um recurso discursivo e ideológico. ” (MOUCO, 2007, p.31). De acordo com Sousa (2011, p. 36), a ironia nem sempre está explícita no texto, por isso, em muitos casos, há a necessidade de uma leitura interpretativa da representação criativa da linguagem, pois é na junção dos elementos linguísticos e extralinguísticos que charge atua como ferramenta capaz de promover a interatividade textual do leitor, acionando seus conhecimentos prévios, os quais que dinamizam o processo de construção de sentido do texto. Partindo do pressuposto de que a charge atua no processo de formação crítica dos alunos, contribuindo significativamente para a formação de leitores competentes, aptos a interpretar os diversos usos da língua e a construir sentidos nos textos que circulam socialmente, constatamos a importância da utilização desse gênero textual em sala de aula, inserido em um contexto sociocomunicativo, promovendo discussões que favoreçam a reflexão e o posicionamento do educando em relação a questões do cotidiano, tornando-o consciente da sua realidade. As relações intertextuais da charge com os outros textos podem ser convergentes ou divergentes, isto é, a charge pode retomar o outro texto para seguir a mesma orientação de sentido proposta por ele, ou se posicionar em sentido contrário à primeira orientação. Entretanto, para mostrarmos a intertextualidade e a orientação convergente ou divergente do texto chárgico com o (s) outro (s) texto (s), será necessário estudarmos também a polifonia interna, constitutiva do o humor charge. (ROMUALDO, 2000, p.18). A partir dessa afirmativa, podemos considerar esse gênero uma ferramenta capaz de ampliar a capacidade linguística e textual dos alunos. Ao englobar conteúdos de outros textos, possibilita um trabalho de leitura crítica e reflexiva, e também podemos dizer que a charge é um meio de formação para a cidadania, visto que apresenta fatos reais e atuais do que acontece na sociedade. 3. METODOLOGIA Neste projeto abordamos a temática Estudos da Linguagem, trazendo reflexões sobre o uso da língua materna nas diversas situações de interação social na contemporaneidade, analisando a possível utilidade do gênero textual charge nas práticas pedagógicas do ensino de leitura e escrita, objetivando aprimorar a competência comunicativa do discente, ampliando seu conhecimento de mundo e capacitando-os à uma leitura crítica e reflexiva. A partir de uma metodologia pautada em estudos bibliográficos, configura-se numa pesquisa conforme Prodanov e Freitas conceituam: “[...] elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de: livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet “, constituindo o método baseado em estudos teóricos que buscavam atingir os objetivos inicialmente propostos. O nosso objeto de estudo nos guiou para uma investigação por meio de uma abordagem qualitativa com enfoque na pesquisa documental, através de materiais de naturezas diversas, constituindo uma rica fonte de dados e fornecendo importantes contribuições. Nesse sentido, acreditamos que a pesquisa documental representa uma forma que pode se revestir de um caráter inovador, trazendo contribuições importantes no estudo de alguns temas. Além disso, os documentos normalmente são considerados importantes fontes de dados para outros tipos de estudos qualitativos, merecendo, portanto, atenção especial. (GODOY, 1995, p.21). Como fonte documental, esta pesquisa conta com as orientações dos documentos oficiais que regulamentam a educação básica e norteiam as práticas pedagógicas, contribuindo para o entendimento de um ensino que contemple as gêneros textuais em atividades de leitura e escrita, no que diz respeito ao desenvolvimento da proficiência em utilizar a linguagem em vários contextos, complementando com as ideias defendidas pelos teóricos, os quais orientam estratégias de leitura que transcendam os muros da escola. Assim, este projeto apresenta uma visão holística dos fenômenos analisados, demonstrando que o processo de ensino e aprendizagem envolve fenômenos complexos, históricos, estruturais e dinâmicos. Nesse sentido, delineamos a relação entre a escola e o universo dos textos que circulam socialmente, analisando o gênero charge a fim de tornar a escola um espaço dinâmico e interativo, pois este contempla tanto a linguagem visual quanto a linguagem verbal, articulando assuntos pertencentes à realidade do aluno, visando a ampliação e democratização das práticas de letramento. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Na tentativa de encontrar caminhos para uma prática pedagógica que promova conexões entre atividades de leitura e formação da cidadania, refletimos sobre o uso do gênero charge como mediadora no processo de formação leitora do discente, o qual através de uma relação dialógica e crítica -reflexiva com o texto, adquire autonomia no processo de produção de sentidos. Desenvolver competências e habilidades visando a interpretação e apreensão de sentidos da charge, é um processo complexo e exige do leitor que este faça inferências, associando elementos linguísticos e conhecimentos prévios, pois devido ao seu caráter temporal, a interpretação depende, muitas vezes, de relações intertextuais e todos os elementos estão carregados de significação, devendo ser observados atentamente para tornar a leitura mais eficiente. Por estar vinculada a fatos, personagens e acontecimentos políticos atuais, o teor crítico, a contundência e o humor da charge rapidamente se desgastam. Com o passar dos anos, devido às transformações constantes, o contexto social e político se modifica e, por isso, não compreendemos muitas vezes a intenção e o humor de velhas charges. (ROMUALDO, 2000, p.204). Dessa forma, para que possamos nos familiarizar melhor com o gênero em questão, analisamos os elementos essenciais e interligados que o fundamentam, os quais são: os aspectos estruturais, conteúdo temático e estilo do autor, aspectos considerados por Bakhtin (2003, p.279): “Esses três elementos (conteúdo temático, estilo e construção composicional) fundem-se indissoluvelmente no todo do enunciado, e todos eles são marcados pela especificidade de uma esfera da comunicação. ” Estes compreendem os aspectos de elaboração e organização da charge, elementos verbais e visuais; as condições de produção de sentido e as relações intertextuais; e a criatividade linguística. Considerando a charge como um dos gêneros que podemos encontrar em um jornal, que trata de acontecimentos atuais e não consiste em um gênero "neutro", mas que propaga valores, opiniões e ideologias. É o que podemos observar na charge abaixo, que versa sobre um tema polêmico que atinge a esfera religiosa em nosso país, onde o autor através da polissemia na palavra “nota” faz uma crítica à condição financeira das estruturas escolares comparada à religiosa. FIGURA 1 – CONTRASTE DA EDUCAÇÃO E RELIGIÃO FONTE: https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias Frequentemente enfatizando a política, a charge pode ser vistanão só como arte objetivando o humor, mas como prática formadora de opiniões acerca dos acontecimentos sociais. Na charge a seguir, o autor faz uso de recursos persuasivos através de termos metafóricos e de comparações, ao associar a palavra “ninguém” na frase dita pela figura política à imagem de uma criança em situação de pobreza estrema classificada com o mesmo termo. FIGURA 2 – REALIDADE SOCIAL BRASILEIRA FONTE: https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias Ao observarmos a seguinte charge, podemos perceber que nela estão inscritas diversas informações construídas a partir de um interessante processo intertextual, exigindo do leitor as devidas inferências e analogias, reconhecendo as situações específicas a respeito da violência contra a mulher, para que ao associar a imagem da vestimenta de armadura íntima, feita de ferro, colocada na mulher e fechada com cadeado tornando suas partes íntimas inacessíveis, o leitor possa entender o medo que circunda o universo feminino ao utilizar um simples meio de transporte. FIGURA 3 – VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER FONTE: https://midiamax.uol.com.br/politica/charge/2022/mulheres-com-medo/ Diante das mudanças que o mundo contemporâneo apresenta à escola, faz-se necessária a elaboração de novos métodos de ensino que possibilitem aos alunos a aprender e utilizar a língua nas diversas situações de interação social, permitindo abrir as fronteiras da sala de aula e refletir sobre o uso da língua em circunstâncias reais, as quais se moldam e modificam-se de acordo com as necessidades de cada sociedade. Tal constatação é feita pelos PCN´s: A nova realidade social, consequente da industrialização e da urbanização crescentes, da enorme ampliação da utilização da escrita, da expansão dos meios de comunicação eletrônicos e da incorporação de contingentes cada vez maiores de alunos pela escola regular colocou novas demandas e necessidades, tornando anacrônicos os métodos e conteúdos tradicionais. (PCN, 1998, p.17). Nesse contexto, é imprescindível a mediação docente para que o processo de aprendizagem ocorra. Assim, cabe ao professor transformar suas salas de aula com práticas de ensino diversificadas, apresentando textos que reflitam temas discutidos na atualidade, assim o aluno vislumbra o propósito em aprender algo, e só então sua leitura faz sentido. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste projeto abordamos a temática estudos da linguagem como instrumento de comunicação, e considerando a imensa diversidade de textos que circulam socialmente, escolhemos o gênero textual charge como ferramenta educativa no processo de ensino e aprendizagem possibilitando uma maior compreensão sobre o uso e as funções da linguagem. Observando as transformações que vêm ocorrendo no ensino de Língua Portuguesa, devido as novas possibilidades de aprendizagem no mundo globalizado, refletimos a respeito de práticas pedagógicas que estimulem habilidades e competências no processo de leitura na atualidade, em um território dominado pela diversidade comunicativa. Assim nos deparamos com o desafio de trabalhar no contexto escolar novas formas de ler e produzir, adaptando-se às novas demandas sociais. Considerando a contribuição da leitura para o desenvolvimento cognitivo do sujeito, observamos a necessidade de tornar a sala de aula um espaço de leitura, discussão e reflexão sobre a língua e a sociedade, cujas práticas pedagógicas não devem ocorrer dissociadas da vida, mas voltadas à realidade, sendo essencial o domínio dos usos mais complexos da língua. Desse modo, a fim de tornar a escola um espaço dinâmico e significativo para o aluno, elegemos o gênero charge como instrumento de ensino que materializa as práticas de linguagem de maneira complexa e reflexiva, de modo a ampliar as competências do discente para o reconhecimento das particularidades e sentidos dos textos que circulam nas esferas sociais. A charge é um gênero textual que apresenta aspectos diversos do uso da língua, contemplando a linguagem verbal associada a imagens, as quais atraem a atenção do leitor e dinamizam a compreensão do texto escrito. Em sua composição encontramos recursos discursivos ideológicos com intuito de provocar a conscientização, e na sua essência de maneira implícita, tem o objetivo de informar, advertir, denunciar e criticar fatos do cotidiano. Portanto, verificamos que ao trabalhar no processo educativo o gênero textual charge, a qual aborda temáticas que suscitam as discussões sobre as problemáticas sociais, possibilita-se ao aluno o conhecimento de mundo que o texto apresenta por meio de sua ligação com o real. Corroborando assim para que as escolas desempenhem seu papel principal de levar os alunos desenvolverem competências que atendam às demandas sociais e reconheçam as mais variadas situações de uso da língua, imprescindíveis para sua formação integral. REFERÊNCIAS BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Língua Portuguesa. Brasília. Secretaria de Educação Fundamental, 1998. BORGES, J. N. Alguns comentários sobre a iniciação científica na área de estudos linguísticos. Encontro do CelSul, n. 10. Cascavel: Unioeste, 2012. GODOY, Arilda Schmidt. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de empresas, v. 35, p. 20-29, 1995. MOUCO, Maria Aparecida Tavares. Leitura, análise e interpretação de charges com fundamentos na teoria semiótica. São Paulo: Martins Fontes, 2007. PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Hamburgo, RS: Feevale, 2013. ROJO, Roxane. Escola conectada: os multiletramentos e as TICs. São Paulo: Parábola, 2013. ROMUALDO, E.C. Charge jornalística: intertextualidade e polifonia: um estudo de charges da Folha de São Paulo. Maringá: Eduem, 2000. SOUZA, Cláudia Mara. Leitura de charge: uma experiência, um desafio. Revista Via Litterae, Anápolis, v. 3, n. 2, p. 247-259, jul./dez. 2011. 1 Acadêmico: Vanessa Przylepa 2 Professor tutor externo: Cláudia Guimarães de Oliveira. Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso Letras - Português (FLC3225LED) – Prática do Módulo VIII - 14/11/22. image2.jpeg image3.jpeg image1.jpeg