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TAI - aula 05 - Inteligência Emocional

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TAI (profª Marina Ceres) aula 5 – Inteligência Emocional Página 1 
 
 
CURSO: Psicologia – campus São José do Rio Pardo 
SÉRIE: 3º e 4º semestres (2015-2) 
DISCIPLINA: Técnicas de Avaliação da Inteligência (TAI) 
DOCENTE: Marina Ceres Silva Pena 
Aula 05: INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 
 
 
A Inteligência Emocional (IE) constitui um campo de investigação relativamente novo, que traz 
consigo a proposta de ampliar o conceito do que é aceito como tradicionalmente inteligente, 
incluindo nos domínios da inteligência aspectos relacionados ao mundo das emoções e 
sentimentos. 
 
Uma definição mais popular proposta de Goleman (1995) que se afastou da idéia original dos 
autores e incluiu características tradicionalmente estudadas nas teorias fatoriais da 
personalidade. Este modelo não traz nada de novo embora seja vendido como algo 
revolucionário principalmente no mundo dos negócios. 
A segunda é a definição original da inteligência emocional chamada inteligência emocional como 
capacidade cognitiva. Essa é menos conhecida pelo público pois está sendo divulgada 
principalmente em periódicos científicos. 
 
A definição da inteligência emocional depende da definição da inteligência, emoção e sobre sua 
interação. Uma definição bastante ampla diz que a inteligência é a capacidade de se adaptar ao 
meio. 
Os fatores cognitivos discutidos anteriormente indicam áreas mais especializadas do 
funcionamento cognitivo que favorecem a adaptação. 
 
Por exemplo, a inteligência cristalizada elevada está associada ao maior conhecimento de 
informações sobre a cultura o que por sua vez facilita muito a adaptação. 
A inteligência fluida elevada está associada à capacidade de resolver problemas por meio da 
descoberta de relações entre várias informações disponíveis. Isso faz com que a pessoa tenha 
uma maior compreensão dos eventos complexos que a rodeiam trazendo uma vantagem 
adaptativa. 
 
Por muito tempo a psicologia cognitiva adotou um enfoque frio da cognição procurando entender 
como ocorre o processamento de informação sem prestar muita atenção nos aspectos afetivos. 
De fato as visões mais antigas encaram as emoções como fatores desorganizadores da atividade 
cognitiva trazendo falta de clareza ao raciocínio. 
Recentemente, principalmente por causa dos estudos da neurociência, esta visão das emoções 
perdeu força. As emoções têm efeitos importantes na adaptação e tem poderosos efeitos na 
cognição, tanto nos processos de pensamento, isto é, no como pensamos, quanto no conteúdo 
do pensamento, isto é, no quê pensamos. 
 
Estudiosos definem a emoção como fenômenos psico-fisiológicos que organizam o 
comportamento em maneiras eficientes de adaptação às exigências dinâmicas do ambiente. 
Emoção corresponderia a uma reação psicobiológica complexa, que envolveria inteligência e 
motivação, impulso para ação, além de aspectos sociais e da personalidade, que acompanhados 
de mudanças fisiológicas, expressariam um acontecimento significante para o bem-estar 
subjetivo do sujeito no seu encontro com o ambiente. Sob este prisma, a emoção seria 
parcialmente biologicamente determinada, e parcialmente o produto da experiência e do 
desenvolvimento humano no contexto sociocultural. 
 
TAI (profª Marina Ceres) aula 5 – Inteligência Emocional Página 2 
 
Um primeiro aspecto importante é o caráter funcional e adaptativo das emoções. As emoções 
são um conjunto organizado de reações programadas evolutivamente no cérebro para enfrentar 
situações-problema que ameaçam a sobrevivência do organismo. 
Um segundo aspecto é que os diferentes tipos emoções estão associados a diferentes temas ou 
enredos padrão ligados à sobrevivência. As reações disparadas pelas emoções são condizentes 
com o enfrentamento destas situações específicas. 
Um terceiro aspecto é que uma parte do processamento da emoção, basicamente o 
processamento inicial, ocorre em estruturas mais primitivas do cérebro e de maneira automática e 
inconsciente. 
Neste sistema há uma unidade de avaliação que é sensível às mudanças ambientais ligadas aos 
temas fundamentais da sobrevivência. Se algo for percebido esta unidade dispara o pacote de 
reações emocionais. 
A partir daí tomamos consciência de que algo importante ocorreu e então os processos 
cognitivos superiores entram em ação. Com eles procuramos entender melhor a situação e 
moldar a resposta. 
 
A inteligência pode ser definida como uma capacidade geral de adaptação. 
As emoções estão envolvidas na adaptação a um conjunto de situações fundamentais ligadas à 
sobrevivência do organismo. As emoções estão também ligadas às estruturas evolutivamente 
mais primitivas e não precisam da intervenção da consciente para ocorrer. Fica claro então o elo 
entre inteligência e emoção. 
Tanto inteligência como emoção são funções adaptativas do organismo associadas a 
comportamentos do cérebro que auxiliam o organismo a se adaptar ao meio. 
 
A visão de que as competências emocionais são cruciais para adaptação tem suscitado o 
interesse pelo tema da inteligência emocional e inspirado muitos programas de aprendizagem 
social e emocional em escolas e em ambientes de trabalho. 
A Inteligência Emocional (IE) constitui um campo em expansão que engloba várias áreas de 
pesquisa. 
Ela foi definida academicamente pela primeira vez por Salovey e Mayer (1990), como uma 
subforma de inteligência social (IS) que abrangeria a habilidade de monitorar as emoções e 
sentimentos próprios e dos outros, discriminá-los e utilizar essas informações para orientar 
pensamentos e ações. 
 
A partir desta revisão, o processamento de informações emocionais foi explicado através de um 
modelo de quatro níveis: 
 percepção acurada das emoções; 
 uso da emoção para facilitar pensamento, resolução de problemas e criatividade; 
 compreensão de emoções; e 
 controle de emoções para crescimento 
 
 
 
TAI (profª Marina Ceres) aula 5 – Inteligência Emocional Página 3 
 
A primeira faceta refere-se à capacidade de identificar emoções em si mesmo e em outras 
pessoas e a capacidade de expressar essas emoções. Refere-se ainda a capacidade de avaliar a 
autenticidade de uma expressão emocional, detectando sua veracidade, falsidade ou tentativa de 
manipulação. A percepção de emoções está relacionada à capacidade de introspecção e 
formulação de idéias coerentes com seu o estado emocional. 
A alexitimia é um conceito ligado a falta desta capacidade. De modo geral a alexitimia está 
associada à dificuldade em integrar os vários níveis de representação físicos e simbólicos das 
emoções. 
A segunda capacidade está ligada ao uso das emoções para facilitar o pensamento. Diz respeito 
à utilização da emoção como um sistema de alerta que dirige a atenção e o pensamento para as 
informações (internas ou externas) mais importantes. Diz respeito também à capacidade de gerar 
sentimentos em si mesmo como uma espécie de ensaio para ajudar na tomada de decisões nos 
processos de adaptação. 
As emoções interferem em vários aspectos do funcionamento mental, influem no que prestamos 
atenção, no que aprendemos no que lembramos e influem nos julgamentos e decisões que 
tomamos. 
A terceira capacidade diz respeito ao conhecimento emocional. Esta capacidade está ligada ao 
vocabulário conceitual sobre as emoções, à identificação de diferenças e nuances entre as 
emoções, e ao entendimento de emoções complexas que são compostas de emoções básicas. 
A quarta e última faceta refere-se ao gerenciamento das emoções. Esta capacidade refere-se ao 
controle reflexivo das emoções para promover o crescimento emocional. O processo de 
regulação da emoção envolve o monitoramento, a avaliação e a utilização do conhecimento dos 
próprios humores, para mantê-lo ou modificá-lo conforme as necessidades. 
Um outro aspecto associa-se à regulação dos humores em outras pessoas. Isto está ligado ao 
monitoramento das reações dos outrosem relação ao próprio comportamento o que nos permite 
ter idéia de como nossos comportamentos afetam os outros possibilitando uma maior controle 
dessas reações. 
 
A pesquisa em IE expandiu-se na última década e atualmente conta com inúmeros instrumentos 
de avaliação. Contudo, o campo da IE tem-se caracterizado por dificuldades de mensuração, 
devido aos problemas teóricos de delimitação de construto e devido aos tipos de instrumentos 
utilizados para medir essa aptidão. 
Comumente, a IE é medida através de instrumentos de avaliação de dois tipos: 
os de desempenho, que medem a performance de determinado sujeito em tarefas específicas 
(*problemas), 
os de auto-relato, que constituem questionários onde o sujeito reporta as habilidades que 
acredita possuir (*problemas). 
 
Embora tenham sido propostas diferentes teorias da IE, há controvérsia na comunidade 
acadêmica sobre como a IE deve ser definida e medida. 
A relevância da IE depende da sua capacidade de predizer importantes aspectos da vida do 
homem, incluindo o comportamento. 
Altos níveis de IE foram relacionados à qualidade das relações e interações sociais, a habilidades 
sociais e comportamento próssocial, relações familiares positivas, maiores níveis de otimismo e 
satisfação de vida. 
 
Pesquisadores postularam que pessoas com altos escores em IE seriam mais aptas para 
perceber as emoções, utilizá-las para produzir pensamento, compreender seus significados, além 
de controlar as emoções de uma forma mais eficaz do que os outros. 
Sobretudo, a capacidade de resolver problemas de ordem emocional, nessas pessoas requeriria 
menos esforço cognitivo. 
Além disso, pessoas emocionalmente inteligentes frequentemente apresentariam escores altos 
em inteligência verbal, social, além de outras inteligências (especialmente se a capacidade de 
TAI (profª Marina Ceres) aula 5 – Inteligência Emocional Página 4 
 
compreensão das emoções também fosse alta), e tenderiam a ser mais abertas a novas 
experiências e mais sociáveis. 
 
Autores sugerem o uso de testes de IE em procedimentos psicodiagnósticos, na medida em que 
estas escalas poderiam fornecer informações úteis sobre os recursos emocionais de clientes, as 
estratégias emocionais por eles utilizadas, além de seu potencial para o aproveitamento 
terapêutico. 
Argumenta-se que a IE influencia o desenvolvimento emocional e social das habilidades, que 
constituem pré-requisitos básicos para a aprendizagem e ajustamento escolar. 
Além disso, tem sido levantada a hipótese de que é possível educar aqueles que, em virtude de 
suas experiências, não adquiriram competências emocionais suficientes. Por meio de 
treinamento eles poderiam desenvolver habilidades para melhor reconhecer seus sentimentos, 
expressá-los e regulá-los. 
 
Os testes mais promissores são as escalas baseadas em desempenho, as quais podem predizer 
alguns comportamentos importantes, mas que também precisam ser melhor investigadas. 
Sobretudo, a IE encontra-se no seu período inicial de desenvolvimento, e muito trabalho ainda é 
necessário, até que ela atinja o status de um construto estabelecido, como a inteligência e as 
dimensões de personalidade. 
Um dos principais aspectos problemáticos relacionados ao campo da IE, refere-se às dificuldades 
teóricas encontradas em defini-la e, portanto, medí-la. 
 
É necessário, porém, avançar no conhecimento desta área, através do desenvolvimento de 
medidas de desempenho, similares às utilizadas na pesquisa em inteligência. Este aspecto 
psicométrico é fundamental para que se possa conceber a IE como uma forma de inteligência. 
O saldo positivo dos esforços até então acumulados refere-se ao fato de a IE enfatizar a noção 
de que o sucesso e a adaptação na vida diária, nos mais diversos âmbitos (pessoal, interpessoal 
e profissional) não dependem unicamente da atividade intelectual. Sobretudo, eles são 
largamente influenciados por outros fatores, como sensibilidade emocional, competências 
emocionais e sociais, além da capacidade de sentir e pensar de forma integrada de modo a 
utilizar estas informações para criação de comportamentos estratégicos e resolução de 
problemas. 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
 
FRANCO, M. G. Inteligência emocional. In: PRIMI, R.; ALMEIDA, L. S.; CANDEIAS, A.; ROAZZI, 
A. Inteligência: Definição e medida na confluência de múltiplas concepções. São Paulo: 
Casa do Psicólogo, Cap.9, 2008. 
 
PRIMI, R. Inteligência: avanços nos modelos teóricos e nos instrumentos de medida. Aval. 
psicol., Porto Alegre, 2(1), 2003. 
 
WOYCIEKOSKI, C.; HUTZ, C. S. Inteligência emocional: teoria, pesquisa, medida, aplicações e 
controvérsias. Psicol. Reflex. Crit. Porto Alegre, 22(1), 2009.

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