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ONHB13 / Fase 2 ONHB / IFCH - Unicamp Conteúdo Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 12 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 13 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 14 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 15 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 16 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 17 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 18 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 19 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 20 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 21 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 22a / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 22b / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 1 22c / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Documentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 027: Para lei escolar do Império, meninas tinham menos capacidade intelectual que meninos . 59 024a: Criança amarela 1 . . . . . . . . . . . . . . . 62 024b: Criança amarela 2 . . . . . . . . . . . . . . . 63 024c: Criança amarela 3 . . . . . . . . . . . . . . . 64 025: A epidemia de grippe e a defesa sanitaria do Brazil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 026: Reclame . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 028: Retorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 029: Inserções em circuitos ideológicos: Projeto cé- dula, 1970 - 1976 . . . . . . . . . . . . . . . 72 030: Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Cé- dula. 2013. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 031: Inserções em Circuitos Ideológicos. 2018. . . . 74 032: Theatro Municipal . . . . . . . . . . . . . . . . 75 033: Racismo em São Paulo . . . . . . . . . . . . . 76 034: Inflação do ano chega a 1.764,86% . . . . . . 77 035: Autos da vila deNossa Senhora daAssunção de Benevente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 036: Umnegóciodealto risco: roubo, pirataria emorte no tráfico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 2 Introdução A aventura continua... Sejam bem-vindo(a)s à Fase 2 da décima terceira edição da Olimpíada Nacional em História do Brasil! A segunda fase da 13ª Olimpíada inicia dia 10 de maio (segunda-feira) e encerra às 23:59 [horário de Brasília] do dia 15 de maio (sábado). Esta fase é composta por 10 Questões e 1 Tarefa. Cada uma das questões apresentadas possui quatro alternativas. Há mais de uma resposta correta, mas cabe a vocês escolher qual alternativa consideram como a mais adequada e selecioná-la. Atenção: A prova pode ser salva em “rascunho”, mas não se esqueçam de confirmar as respostas até a data limite, clicando em “entregar”. Bom trabalho a todos! 3 Questões 12 / Questão As imagens abaixo foram retiradas do quadrinho “Criança Amarela”, de autoria do ilustrador brasileiro Monge Han. A obra narra a experiência do autor enquantobrasileiro descendente de imigrantes coreanos. Documento 024a História em quadrinhos p. 62 Criança amarela 1 Documento 024b História em Quadrinhos p. 63 Criança amarela 2 Documento 024c História em quadrinhos p. 64 Criança amarela 3 A partir dos quadrinhos acima, é correto afirmar que: A. Publicações como “Criança Amarela” fazem parte de um movimento que usa a produção artística como forma de discutir a identidade e a xenofobia. B. O documento, narrado em primeira pessoa, discute a representatividade de jovens descendentes de asiáticos, que no Brasil são genericamente chamados de “japa”. C. Ao destacar que todos os seus avós são imigrantes, o autor deixa claro que não há distinção entre o tratamento dado a pessoas vindas da Europa e as vindas da Ásia. 4 D. As frases ditas ao garoto, no documento, indicam estigmas naturalizados, usados contra descendentes de imigrantes de países como Coreia do Sul, China e Japão. Conteúdo adicional LINK: Conheça mais trabalhos de Monge Han https://issuu.com/ericmongehanschneider/docs/portifolio_erichan3 5 https://issuu.com/ericmongehanschneider/docs/portifolio_erichan3 13 / Questão Abaixo você pode ler um trecho de “A epidemia de grippe e a defesa sanitaria do Brazil”, que faz parte do discurso pronunciado, em 11 de novembro de 1918, pelo ex-diretor e professor da faculdade de medicina do Rio de Janeiro, Azevedo Sodré, na Câmara dos deputados, e reproduzido na edição de 14 de dezembro da revista ”O Brazil-Medico”, dirigida pelo mesmo palestrante. Documento 025 Jornal p. 65 A epidemia de grippe e a defesa sanitaria do Brazil A partir da leitura do documento, assinale a melhor alternativa: A. Ainda que ressalte a importância da política sanitarista de Oswaldo Cruz no Brasil, Azevedo Sodré a viu como limitada e criticou a falta de planejamento público evidenciada pela chegada da nova doença. B. O texto mostra como apesar dos esforços dos grupos médicos, não foi possível conter a disseminação da gripe espanhola devido ao desconhecimento sobre as formas de entrada no país e transmissão desse vírus. C. O documento é um discurso de ummédico alertando as autoridades brasileiras sobre o risco de epidemias no contexto do final da Primeira Guerra Mundial. D. Para Azevedo Sodré, além de combater as doenças existentes no país, o governo deveria estar atento às doenças que se espalhavam pelo mundo. Conteúdo adicional 6 LINK: Revisitando a espanhola https://www.scielo.br/pdf/hcsm/v12n1/06.pdfLINK: La dansarina https://www.scielo.br/pdf/hcsm/v4n1/v4n1a01.pdf 7 https://www.scielo.br/pdf/hcsm/v12n1/06.pdf https://www.scielo.br/pdf/hcsm/v4n1/v4n1a01.pdf 14 / Questão Documento 026 Charge p. 69 Reclame A charge acima foi produzida pelo cartunista Belmonte. Sobre ela e o movimento artístico que ela retrata, é correto afirmar: A. A imagem de Belmonte tornou-se um ícone do movimento artístico e foi usada como cartaz de abertura da Semana de 22, tendo sido o original exposto no Teatro Municipal de São Paulo e, mais tarde, publicado pela imprensa da época. B. Os artistas são representados com ironia pelo cartunista Belmonte. Estão criticando artistas consagrados à sua época e tocam instrumentos musicais num esforço barulhento para afirmar seu próprio talento. C. As personalidades representadas na parte superior, muitas ainda pouco conhecidas, acabaram por criar um movimento que tinha como mecenas Paulo Prado e outros membros da elite paulista. D. A charge tem como tema a Semana de Arte Moderna de 1922. Na parte superior traz uma representação com artistas do movimento; na inferior, traz a imagem de três quadros que referenciam o modernismo e um personagem sentado no chão. Conteúdo adicional LINK: Sobre Juca Pato http://almanaque.folha.uol.com.br/belmonte.htm 8 http://almanaque.folha.uol.com.br/belmonte.htm 15 / Questão Documento 027 Jornal Eletrônico p. 59 Para lei escolar do Império, meninas tinhammenos capa- cidade intelectual que meninos Sobre o ensino para as mulheres e as concepções apresentadas pelos parlamentares, indique uma alternativa: A. A educação feminina, ainda que determinada em lei, era desejável apenas nos níveis elementares e de forma menos completa que a educação masculina. B. Os debates dos parlamentares do Senado – todos homens - indicam concepções predominantes à época, que insistiam nas desigualdades “naturais” entre os sexos. C. A dificuldade das mulheres para as ciências exatas e naturais e sua propensão aos cuidados domésticos já era fato científico conhecido àquela época. D. A existência de mulheres influentes na história é utilizada na retórica de um dos parlamentares como fato de exceção e como argumento moralista. 9 16 / Questão Ouça e acompanhe a letra da canção “ Retorno [https://www.youtube.com/watch?v=ErIs4YlJXFQ] Retorno ”, da rapper indígena Souto MC. Documento 028 Música p. 70 Retorno A partir do conteúdo apresentado pela canção, é correto afirmar que: A. A música rejeita uma representação estática do indígenaconstruída ao longo da colonização e consolidada em materiais didáticos. B. A música aponta como a adoção de tecnologias contemporâneas pelos povos originários altera suas identidades originais. C. Há uma conexão entre o passado e o presente indígena na letra da canção, ressaltando violências e resistências. D. A composição é uma forma de manifestação dentro do exercício de celebração das tradições indígenas brasileiras. Conteúdo adicional LINK: O resgate da ancestralidade indígena de Souto MC https://raplogia.com.br/o-resgate-da-ancestralidade-indigena-de-souto-mc/ 10 https://www.youtube.com/watch?v=ErIs4YlJXFQ https://raplogia.com.br/o-resgate-da-ancestralidade-indigena-de-souto-mc/ 17 / Questão Documento 029 Cédulas p. 72 Inserções em circuitos ideológicos: Projeto cédula, 1970 - 1976 Documento 030 Cédulas p. 73 Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Cédula. 2013. Documento 031 Cédulas p. 74 Inserções em Circuitos Ideológicos. 2018. Considerando as três obras apresentadas, escolha a alternativa que considere mais apropriada: A. As cédulas carimbadas, ao serem colocadas em circulação, perdem seu valor financeiro, sendo recolhidas pelo Banco Central, impedindo que o impacto proposto pelo artista seja alcançado. B. Os questionamentos não estão presentes apenas nas frases e imagens carimbadas nas notas, mas na própria proposta artística de uma arte que se constrói enquanto circula entre a população, e não isolada emmuseus e galerias. C. Ao carimbar frases curtas e imagens nas cédulas, parte do projeto Inserções em circuitos ideológicos, o artista Cildo Meireles faz questionamentos e cobranças para gerar reflexões na sociedade. D. As provocações nas cédulas tratam de uma permanência da violência estatal e de poderes paralelos que, a partir de 11 diferentes mecanismos e abusos, continua sendo utilizada na sociedade brasileira redemocratizada. Conteúdo adicional LINK: Cildo Meireles https://www.itaucultural.org.br/ocupacao/cildo-meireles/cildo/?content_link=11 12 https://www.itaucultural.org.br/ocupacao/cildo-meireles/cildo/?content_link=11 18 / Questão Documento 032 Propaganga p. 75 Theatro Municipal Documento 033 Jornal p. 76 Racismo em São Paulo A partir dos documentos, escolha a alternativa mais pertinente: A. Recortados de dois jornais diferentes, o anúncio e a notícia fazem referência à presença de Katharine Dunham em São Paulo para uma apresentação no “Municipal”, em julho de 1950. B. Katharine Dunham - que, além de artista, era antropóloga e ativista social nos Estados Unidos - foi quem promoveu, no Brasil, a fundação do Teatro Experimental do Negro (TEN). C. Ao expor os limites à presença de pessoas negras em espaços tradicionalmente brancos, o ocorrido permite questionar a existência de uma democracia racial no Brasil. D. A atitude do Hotel Esplanada foi denunciada por Dunham à imprensa, e as repercussões acabaram por fomentar um projeto de lei com conteúdo antirracista, assinado em julho de 1951. 13 19 / Questão Documento 034 Jornal p. 77 Inflação do ano chega a 1.764,86% Sobre o contexto da notícia aqui reproduzida, é correto afirmar: A. A manchete acima testemunha o ápice de uma grave crise econômica e social da década de 1980 conhecida como hiperinflação. B. A classe trabalhadora brasileira foi um dos segmentos sociais profundamente afetados pelo aumento constante dos preços dos alimentos. C. A quebra da bolsa de valores de Nova York em 1984 foi o elemento detonador da crise financeira internacional que impactou o Brasil. D. Os gastos públicos e o endividamento externo durante o regime militar e a crise internacional do petróleo são alguns dos fatores que explicam a crise inflacionária. 14 20 / Questão Leia excertos de ”Autos da vila de Nossa Senhora da Assunção de Benevente”, da Comarca da Província do Espírito Santo, de outubro de 1822: Documento 035 Documento legal p. 78 Autos da vila de Nossa Senhora da Assunção de Bene- vente Após ler os excertos, assinale a alternativa mais adequada: A. A independência brasileira envolveu diversos grupos civis e militares, além de estabelecer uma articulação entre poderes locais e o governo central no Rio de Janeiro. B. Os autos proclamados na vila de Nossa Senhora da Assunção de Benevente descrevem a independência do Brasil como uma reação às Cortes de Lisboa. C. Os processos históricos comemorados em efemérides, como a independência, desenvolveram-se ao longo do tempo e, muitas vezes, consolidaram-se após as datas escolhidas como marco. D. Após a independência, por meio do voto provincial, representantes de diversos setores da sociedade elegeram Dom Pedro de Alcântara como o primeiro imperador do Brasil e os deputados da Assembleia Constituinte. 15 21 / Questão Leia o excerto da obra “Em costas negras” do historiador Manolo Florentino. Documento 036 Texto acadêmico p. 80 Um negócio de alto risco: roubo, pirataria e morte no trá- fico Segundo o documento é correto afirmar: A. O tráfico entre o Rio de Janeiro e as regiões congo-angolanas era mais lucrativo, pois o menor tempo de viagem permitia uma melhor alimentação dos escravizados que por serem da mesma região tinham menores índices de contágio de doenças. B. O empreendimento do tráfico negreiro envolvia uma complexa rede de relações comerciais, políticas, econômicas, jurídicas, sociais e estatais entre Portugal e diversas sociedades na África e o Brasil. C. O tráfico negreiro era uma prática empresarial que envolvia altos riscos e possibilidades de perda de dinheiro, uma vez que roubos, pirataria, enfermidades e intempéries podiam levar à perda total dos investimentos. D. O sucesso da empresa do tráfico estava ligado, entre outras coisas, às condições de transporte e ao tempo que durava o processo desde o apresamento dos africanos no interior do continente até sua chegada ao Rio de Janeiro. 16 22a / Questão Nesta tarefa, propomos às equipes o trabalho com um instrumento que é muito importante para os historiadores: analisar e compreender imagens, observando seus detalhes e tirando conclusões a partir deles. Esta tarefa é composta por TRÊS partes, ou seja, 3 imagens: 22a = Pintura a óleo “ “Aclamação de Dom Pedro I – Imperador do Brasil” de Jean-Baptiste Debret, litografia publicada na França em 1834. 22b = A fotografia “Manifestação durante a reunião da SBPC em Salvador, 1981” de Juca Martins. 22c = O painel “Contestado - Terra Contestada”, 1985, de Hassis. Em cada uma destas imagens, as equipes encontrarão “números”. A tarefa consiste em associar estes números às frases que preparamos e que aparecerão ao lado de cada parte destacada na imagem. São frases que descrevem aspectos da imagem. Cada número deve ser associado a uma única frase (indicada por uma letra). Entretanto, as equipes encontrarão mais frases do que números, ou seja, há frases que não serão associadas a nenhum número. Para visualizar detalhes da imagem você pode utilizar o zoom (as lupas estão ao lado esquerdo das imagens). Ao clicar o cursor sobre o número escolhido, abrirá uma página com todas as frases. Escolha a mais pertinente e clique sobre ela. Deste modo, você associou o número à frase. Faça isso para todos os números de cada imagem. ATENÇÃO: Ao clicar sobre uma frase ela é salva AUTOMATICAMENTE EM RASCUNHO e mesmo que você saia da página da Olimpíada e retorne depois, o rascunho estará salvo e disponível, podendo ser alterado. Após ter associado todos números às frases NESTA imagem, o botão “Entregar a Questão” ficará disponível, assim não esqueça de confirmar esta parte de 17 sua tarefa, clicando no botão “Entregar a Questão”. O envio da tarefa 22 ocorre SEPARADAMENTE para cada imagem [22a, 22b e 22c], assim quando a equipe clicar em “Entregar a Questão” envia as respostas para uma imagem. Após clicar em “Entregar a Questão” nenhuma alteração poderá ser feita. Por isso só clique em “Entregar a Questão” após ter certeza de que todos números às frases na imagem é o que sua equipe deseja entregar. Um pouquinho de calma e muitaatenção são importantes para o sucesso desta atividade. Bom trabalho a todos. 18 IMAGEM COM AS MIGALHAS Para uma versão em alta resolução acesse o site, para cada migalha abaixo você encontra imagens com mais detalhes abaixo. 1 23 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 MIGALHAS [migalha 1 ] 19 [migalha 2 ] [migalha 3 ] 20 [migalha 4 ] [migalha 5 ] 21 [migalha 6 ] [migalha 7 ] 22 [migalha 8 ] [migalha 9 ] 23 [migalha 10 ] [migalha 11 ] 24 [migalha 12 ] [migalha 13 ] 25 [migalha 14 ] [migalha 15 ] 26 [migalha 16 ] [migalha 17 ] 27 [migalha 18 ] AFIRMAÇÕES [ A ] O capitão da guarda traz ao colo a princesa Isabel. [ B ] Papéis voam, jogados do balcão e trazem a palavra “ACREDITO”. [ C ] Papéis voam, jogados do balcão e trazem a palavra “ACEITO”. [ D ] Seis peças de vidro compõem a parte superior de portas, como é possível contar no primeiro da esquerda para a direita. [ E ] Homens trajam uniformes de gala e chapéu, condizentes com a importância e cerimônia do momento. [ F ] O capitão da guarda traz ao colo a princesa D. Maria da Glória. [ G ] A parte inferior da imagem, à direita, traz uma multidão voltada para o balcão. [ H ] As figuras femininas trazem luvas. 28 [ I ] Nota-se a figura do Imperador D Pedro I, trajando farda azul de ombreiras e punhos dourados, calças claras e uma faixa vermelha atravessada sobre o peito. [ J ] Além do imperador, outras figuras masculinas estão em destaque. [ K ] Há duas figuras femininas ricamente vestidas; uma delas é a Imperatriz Leopoldina. [ L ] Ao fundo, num terceiro plano dessa metade da composição, vê-se os morros do Pão de Açúcar e o Corcovado. [M ] Vemos sete portas em formato de arco. [ N ] Identificam-se construções ao fundo da imagem, atrás da multidão e à frente de morros. [ O ] Pessoas respondem aos gestos do balcão e os repetem; balançam lenços e chapéus no ar para saudar o imperador. [ P ] Jean-Baptiste Debret chegou ao Brasil em 1816 como membro da Missão Artística Francesa, e permaneceu até 1831. De volta à França, publicou entre 1834 e 1838 sua obra Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. A Aclamação de Dom Pedro faz parte de uma série de obras do pintor retratando a família real, cenas oficiais e momentos ilustres e representativos de seu poder. [ Q ] Ao fundo, vê-se dois morros. [ R ] Algumas pessoas portam guarda-chuvas. [ S ] Panos com detalhes dourados ornamentam as portas que separam o interior e o exterior do edifício. [ T ] O imperador está rodeado majoritariamente por figuras femininas e crianças. [ U ] Destaca-se a bandeira símbolo do novo império, que traz as 29 cores verde e amarela e uma coroa rodeada pelos ramos de café e tabaco. [ V ] Jean-Baptiste Debret chegou ao Brasil, em 1816, como membro da Missão Artística Holandesa, e permaneceu até 1821. De volta à França, publicou entre 1834 e 1838 sua obra Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. A Aclamação de Dom João, é parte de uma série de obras do pintor retratando a família real portuguesa, cenas oficiais e momentos ilustres e representativos de seu poder. [W ] Uma multidão revoltada empunha bandeirolas e chapéus agitados para demonstrar o descontentamento com o novo governo. [ X ] Sobressai no primeiro plano da imagem um grande balcão ornamentado. 30 22b / Questão Nesta tarefa, propomos às equipes o trabalho com um instrumento que é muito importante para os historiadores: analisar e compreender imagens, observando seus detalhes e tirando conclusões a partir deles. Esta tarefa é composta por TRÊS partes, ou seja, 3 imagens: 22a = Pintura a óleo “ “Aclamação de Dom Pedro I – Imperador do Brasil” de Jean-Baptiste Debret, litografia publicada na França em 1834. 22b = A fotografia “Manifestação durante a reunião da SBPC em Salvador, 1981” de Juca Martins. 22c = O painel “Contestado - Terra Contestada”, 1985, de Hassis. Em cada uma destas imagens, as equipes encontrarão “números”. A tarefa consiste em associar estes números às frases que preparamos e que aparecerão ao lado de cada parte destacada na imagem. São frases que descrevem aspectos da imagem. Cada número deve ser associado a uma única frase (indicada por uma letra). Entretanto, as equipes encontrarão mais frases do que números, ou seja, há frases que não serão associadas a nenhum número. Para visualizar detalhes da imagem você pode utilizar o zoom (as lupas estão ao lado esquerdo das imagens). Ao clicar o cursor sobre o número escolhido, abrirá uma página com todas as frases. Escolha a mais pertinente e clique sobre ela. Deste modo, você associou o número à frase. Faça isso para todos os números de cada imagem. ATENÇÃO: Ao clicar sobre uma frase ela é salva AUTOMATICAMENTE EM RASCUNHO e mesmo que você saia da página da Olimpíada e retorne depois, o rascunho estará salvo e disponível, podendo ser alterado. Após ter associado todos números às frases NESTA imagem, o botão “Entregar a Questão” ficará disponível, assim não esqueça de confirmar esta parte de 31 sua tarefa, clicando no botão “Entregar a Questão”. O envio da tarefa 22 ocorre SEPARADAMENTE para cada imagem [22a, 22b e 22c], assim quando a equipe clicar em “Entregar a Questão” envia as respostas para uma imagem. Após clicar em “Entregar a Questão” nenhuma alteração poderá ser feita. Por isso só clique em “Entregar a Questão” após ter certeza de que todos números às frases na imagem é o que sua equipe deseja entregar. Um pouquinho de calma e muita atenção são importantes para o sucesso desta atividade. Bom trabalho a todos. 32 IMAGEM COM AS MIGALHAS Para uma versão em alta resolução acesse o site, para cada migalha abaixo você encontra imagens com mais detalhes abaixo. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 MIGALHAS [migalha 1 ] 33 [migalha 2 ] [migalha 3 ] 34 [migalha 4 ] [migalha 5 ] 35 [migalha 6 ] [migalha 7 ] 36 [migalha 8 ] [migalha 9 ] 37 [migalha 10 ] [migalha 11 ] 38 [migalha 12 ] [migalha 13 ] 39 [migalha 14 ] [migalha 15 ] 40 AFIRMAÇÕES [ A ] Três crianças seguem à frente na passeata. [ B ] A denúncia contra a violência policial fazia parte da pauta dos manifestantes. [ C ] Ummenino parece assoviar, possivelmente marcando o ritmo da marcha. [ D ] Um dos manifestantes está usando uma camisa preta com letras brancas na qual se lê “ISABEL, a redentora”: 13 de maio, Dia da Abolição. [ E ] Há a presença de automóveis estacionados na via em que os manifestantes se movem. [ F ] A folclorização da cultura negra é criticada na manifestação. [ G ] Uma menina segue na primeira fila do plano fotográfico. [ H ] Três meninas seguem à frente na passeata. [ I ] Um homem sem camisa, com uma bolsa a tiracolo e uma faixa na cabeça, segura com suas duas mãos papéis, que provavelmente apresentam a pauta de reivindicações. [ J ] A observação dos pés dos manifestantes permite verificar que o registro fotográfico foi feito em ummomento de deslocamento do grupo. [ K ] A foto de Juca Martins registra uma manifestação dos movimentos negros (principalmente de membros do Movimento Negro Unificado) dentro do campus da Universidade Federal da Bahia-UFBA, em Ondina, Salvador, onde estava sendo realizada a Reunião Anual da SBPC, no período de 8 a 15 de julho de 1981. [ L ] À direita, em um cartaz, é possível ler: “Memorial Zumbi. Parque histórico cultural. Por uma cultura de libertação”. 41 [M ] Ao lado dos manifestantes seguem carros, sendo um deles de trio elétrico, animando a multidão. [ N ] Um cartaz pede o fim da ditadura militar em vigência no país. [ O ] Um homem traz em seu braço esquerdo papéis que possivelmente são panfletos a serem distribuídos na passeata. [ P ] Dois cartazes pautavam e reivindicavam uma revisão do ensino da história do Brasil de modo a incluir a experiência negra, o que só viria a se concretizar décadas mais tarde, com a Lei 10.639/2003. [ Q ] A foto de Juca Martins registra uma manifestação dos movimentos negros (principalmente de membros do Movimento Negro Integrado - MNI)dentro do campus da Universidade Federal da Bahia-UFBA, em Sobral, Salvador, onde estava sendo realizada a Reunião Regional Anual da SBPC, no período de 8 a 15 de julho de 1981. [ R ] A frase “Por uma ciência a serviço dos trabalhadores e das etnias oprimidas” estampa um dos cartazes da manifestação. [ S ] A observação dos pés dos manifestantes permite verificar que o registro fotográfico foi feito em ummomento em que eles estavam parados. [ T ] Um dos manifestantes está usando uma camisa preta com letras brancas na qual se lê “ZUMBI: 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.” [ U ] Homens e mulheres marchavam reivindicando direitos. [ V ] No meio da multidão um homem carrega uma faixa pedindo a libertação de Nelson Mandela. [W ] O apoio à ação policial fazia parte da pauta dos manifestantes. 42 22c / Questão Nesta tarefa, propomos às equipes o trabalho com um instrumento que é muito importante para os historiadores: analisar e compreender imagens, observando seus detalhes e tirando conclusões a partir deles. Esta tarefa é composta por TRÊS partes, ou seja, 3 imagens: 22a = Pintura a óleo “ “Aclamação de Dom Pedro I – Imperador do Brasil” de Jean-Baptiste Debret, litografia publicada na França em 1834. 22b = A fotografia “Manifestação durante a reunião da SBPC em Salvador, 1981” de Juca Martins. 22c = O painel “Contestado - Terra Contestada”, 1985, de Hassis. Em cada uma destas imagens, as equipes encontrarão “números”. A tarefa consiste em associar estes números às frases que preparamos e que aparecerão ao lado de cada parte destacada na imagem. São frases que descrevem aspectos da imagem. Cada número deve ser associado a uma única frase (indicada por uma letra). Entretanto, as equipes encontrarão mais frases do que números, ou seja, há frases que não serão associadas a nenhum número. Para visualizar detalhes da imagem você pode utilizar o zoom (as lupas estão ao lado esquerdo das imagens). Ao clicar o cursor sobre o número escolhido, abrirá uma página com todas as frases. Escolha a mais pertinente e clique sobre ela. Deste modo, você associou o número à frase. Faça isso para todos os números de cada imagem. 43 ATENÇÃO: Ao clicar sobre uma frase ela é salva AUTOMATICAMENTE EM RASCUNHO e mesmo que você saia da página da Olimpíada e retorne depois, o rascunho estará salvo e disponível, podendo ser alterado. Após ter associado todos números às frases NESTA imagem, o botão “Entregar a Questão” ficará disponível, assim não esqueça de confirmar esta parte de sua tarefa, clicando no botão “Entregar a Questão”. O envio da tarefa 22 ocorre SEPARADAMENTE para cada imagem [22a, 22b e 22c], assim quando a equipe clicar em “Entregar a Questão” envia as respostas para uma imagem. Após clicar em “Entregar a Questão” nenhuma alteração poderá ser feita. Por isso só clique em “Entregar a Questão” após ter certeza de que todos números às frases na imagem é o que sua equipe deseja entregar. Um pouquinho de calma e muita atenção são importantes para o sucesso desta atividade. Bom trabalho a todos. 44 IMAGEM COM AS MIGALHAS Para uma versão em alta resolução acesse o site, para cada migalha abaixo você encontra imagens com mais detalhes abaixo. 12 3 4 5 6 7 8 9 1011 12 13 14 15 16 1718 19 MIGALHAS [migalha 1 ] 45 46 [migalha 2 ] [migalha 3 ] 47 [migalha 4 ] [migalha 5 ] 48 [migalha 6 ] [migalha 7 ] 49 [migalha 8 ] [migalha 9 ] 50 [migalha 10 ] [migalha 11 ] 51 [migalha 12 ] [migalha 13 ] 52 [migalha 14 ] [migalha 15 ] 53 [migalha 16 ] [migalha 17 ] 54 [migalha 18 ] [migalha 19 ] 55 AFIRMAÇÕES [ A ] Três soldados à frente da locomotiva remetem ao construtivismo russo, movimento estético-político que entendia a arte como parte do cotidiano. [ B ] A assinatura do artista e a data da finalização da obra estão presentes na imagem. [ C ] A fé cristã pode ser identificada por meio de crucifixos e outros símbolos. [ D ] Entre os mortos há mulheres e crianças. [ E ] A maioria das personagens representadas é masculina. [ F ] Mulheres e crianças estão retratadas em vários momentos da narrativa proposta pelo painel. [ G ] A obra é formada por 7 painéis que narram diversos aspectos do conflito conhecido como Guerra do Contestado. [ H ] Um membro de uma ordem religiosa é identificado emmeio aos populares; suas vestes sugerem ser ele um franciscano. [ I ] Troncos de árvores cortadas indicam a devastação da floresta naquele contexto. [ J ] Há distinção entre grupos: uns usam a cor ocre, provavelmente representando os soldados, enquanto outros usam branco, provavelmente os beatos e fiéis envolvidos no conflito. [ K ] Armas de fogo e armas brancas, como facas e facões, compõem os armamentos dos envolvidos. [ L ] Armas e ferramentas de trabalho presentes na imagem permitem identificar a relação entre o conflito e a questão da terra. 56 [M ] Uma locomotiva ladeada por duas mãos e raios flamejantes traz uma crítica à chegada do comunismo - identificado pela cor vermelha na imagem - ao sul do país. [ N ] Nos corpos e nos rostos das figuras representadas é possível identificar sofrimento e martírio. [ O ] Pessoas carregando seus pertences aludem à expulsão da população local de seus lugares de origem ou moradas. [ P ] Figuras desumanizadas representam os “soldados” da ferrovia. [Q ] Indivíduos com trouxas de roupas representam amigração de retirantes nordestinos, fugindo da seca, para trabalhar na ferrovia. [ R ] Em uma das cenas vemos o embate entre os soldados - retratados em ocre - e os beatos - vestidos de branco - liderados por Antônio Conselheiro. [ S ] Os mortos na imagem são identificados pela cor verde de seus corpos. [ T ] Na mesma narrativa visual vemos misturados símbolos de fé e da violência. [ U ] A araucária, vegetação característica da região em que aconteceu o conflito, está presente na imagem. [ V ] As árvores cortadas demonstram o descaso com a ecologia por parte da população local, especialmente os beatos. [W ] O painel, “O Contestado – Terra Contestada” (1985), do artista curitibano Hiedy de Assis Corrêa – conhecido como Hassis –, é composto por pintura em acrílico sobre eucatex, com 36 metros quadrados. Apresenta uma narrativa dos conflitos ocorridos na fronteira entre o Paraná e Santa Catarina no início do século XX. 57 [ X ] A locomotiva está ladeada por mãos ameaçadoras que lançam raios - uma crítica à forma de avanço da ferrovia. 58 Documentos Documento 027 Para lei escolar do Império, meninas tinham menos capacidade intelectual que meninos A primeira grande lei educacional do Brasil, de 1827, determinava que, nas “escolas de primeiras letras” do Império, meninos e meninas estudassem separados e tivessem currículos diferentes. Emmatemática, as garotas tinham menos lições do que os garotos. Enquanto eles aprendiam adição, subtração, multiplicação, divisão, números decimais, frações, proporções e geometria, elas não podiam ver nada além das quatro operações básicas. (...) — A questão é se as meninas precisam de igual grau de ensino que os meninos. Tal não creio. Para elas, acho suficiente a nossa antiga regra: ler, escrever e contar. Não sejamos excêntricos e singulares. Deus deu barbas ao homem, não à mulher — discursou o senador Visconde de Cayru (BA). A fala do Visconde de Cayru está guardada no Arquivo do Senado, em Brasília. Antes de ser assinada pelo imperador dom Pedro I e virar lei, a proposta que estruturava o ensino primário do Brasil foi discutida e votada na Câmara e no Senado. Os senadores travaram acalorados debates sobre qual seria o currículo mais apropriado para as crianças do sexo feminino nesse Brasil oitocentista. No Senado, o Visconde de Cayru foi um dos defensores de que o currículo de matemática das garotas fosse o mais enxuto possível. Nas palavras dele, o “belo sexo” não tinha capacidade intelectual para ir muito longe: — Sobre as contas, são bastantes [para as meninas] as quatro espécies, que não estão fora do seu alcance e lhes podem ser de constanteuso na vida. O seu uso de razão é mui pouco 59 desenvolvido para poderem entender e praticar operações ulteriores e mais difíceis de aritmética e geometria. Estou convencido de que é vão lutar contra a natureza. O senador Marquês de Caravelas (BA) fez uma argumentação semelhante: — Em geral, as meninas não têm um desenvolvimento de raciocínio tão grande quanto os meninos, não prestam tanta atenção ao ensino. Parece que a sua mesma natureza repugna o trabalho árido e difícil e só abraça o deleitoso. Basta-lhes o saber ler, escrever e as quatro primeiras operações da aritmética. Se querem dar-lhes algumas prendas mais, ensinem-lhes a cantar e tocar, prendas que vão aumentar a sua beleza. O que importa é que elas sejam bem instruídas na economia da casa, para que o marido não se veja obrigado a entrar nos arranjos domésticos, distraindo-se dos seus negócios. (...) Procurando provocar medo nos colegas, o Visconde de Cayru insinuou que os estudos poderiam até mesmo corromper as mulheres: — Não nego que tem havido mulheres de capacidade varonil. A história tem aplaudido as Aspásias, Cleópatras, Isabéis e Catarinas, mas são raridades da espécie. Todavia, não foram famosas emmoral. Modernamente têm aparecido mulheres distintas na matemática. Torno a dizer, são raridades da espécie. Tem havido mulheres que até se lançaram aomar da política, especialmente depois da revolução da França [em 1789]. Não se têm visto bons resultados. Bastará nomear a famosa inglesa Mary Wollstonecraft, que fez a obra Uma Reivindicação pelos Direitos da Mulher. Ela foi condenada por adúltera. Se formos nesse andar, não causará admiração que também se requeira que as mulheres possam ir estudar nas universidades, para termos grande número de doutoras. A lei educacional de 1827 foi sancionada por dom Pedro I em 15 de outubro. Pela importância da norma, a data se tornaria, 60 em 1963, o Dia do Professor. Ficha técnica TIPO DE DOCUMENTO: Jornal Eletrônico ORIGEM: Ricardo Westin. Para lei escolar do Império, meninas tinham menos capacidade intelectual que meninos. Agência Senado. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/nas-escolas-do-imperio-menino-estudava- geometria-e-menina-aprendia-corte-e-costura [https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/nas-escolas-do- imperio-menino-estudava-geometria-e-menina-aprendia-corte-e-costura] https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/nas-escolas-do-imperio-menino-estudava- geometria-e-menina-aprendia-corte-e-costura CRÉDITOS: Ricardo Westin / Agência do Senado PALAVRAS-CHAVE: legislação, mulheres, história da educação 61 https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/nas-escolas-do-imperio-menino-estudava-geometria-e-menina-aprendia-corte-e-costura https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/nas-escolas-do-imperio-menino-estudava-geometria-e-menina-aprendia-corte-e-costura Documento 024a Criança amarela 1 Ficha técnica TIPO DE DOCUMENTO: História em quadrinhos OBSERVAÇÃO: Agradecemos Monge Han (Eric Han Schneider) por gentilmente ceder as imagens para uso na ONHB. ORIGEM:Monge Han (Eric Han Schneider). Criança amarela, 2017. Disponível em: https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt [https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt] https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt CRÉDITOS:Monge Han (Eric Han Schneider) PALAVRAS-CHAVE: imigração, racismo 62 https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt Documento 024b Criança amarela 2 Ficha técnica TIPO DE DOCUMENTO: História em Quadrinhos OBSERVAÇÃO: Agradecemos Monge Han (Eric Han Schneider) por gentilmente ceder as imagens para uso na ONHB. ORIGEM:Monge Han (Eric Han Schneider). Criança amarela, 2017. Disponível em: https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt [https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt] https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt CRÉDITOS:Monge Han (Eric Han Schneider) PALAVRAS-CHAVE: imigração, racismo 63 https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt Documento 024c Criança amarela 3 Ficha técnica TIPO DE DOCUMENTO: História em quadrinhos OBSERVAÇÃO: Agradecemos Monge Han (Eric Han Schneider) por gentilmente ceder as imagens para uso na ONHB. ORIGEM:Monge Han (Eric Han Schneider). Criança amarela, 2017. Disponível em: https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt [https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt] https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt CRÉDITOS:Monge Han (Eric Han Schneider) PALAVRAS-CHAVE: racismo, imigração 64 https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt Documento 025 A epidemia de grippe e a defesa sanitaria do Brazil ”Provindencias novas se impõem. O que existe emmateria de hygiene administrativa, de assistencia publica, não pôde satisfazer-nos. Fomos tão duramente provocados pela visita esperada e não prevenida desse flagello, que já não ha mais como restabelecer uma confiança que se perdeu. (...) reconhecendo mesmo que na fatal emergência em que nos achámos, a balburdia e a confusão eram inevitáveis, lastimo, entretanto, que a Directoria Geral de Saúde Publica não houvesse, em tempo, procurado obter informações exactas sobre a marcha e os caracetres dessa doença, que vinha, de ha muito, reinando epidemicamente em paizes europeus, e já havia alcançado a costa d’Africa (...) Ao irromperem aqui os primeiros casos, e mesmo dias depois, reinava ainda em nossa repartição sanitaria a mesma ignorancia máxima (...) É igualmente lamentavel que se houvesse querido identificar esta doença poteiforme , grave, lethal, pandêmica, com a grippe nostras , isto é, com aquelle mal que o nosso povo se habituou a denominar grippe e do qual se curava com remédios caseiros. Affirmou-se categoricamente que era impossivel evitar a contaminação do paiz; que, por toda parte onde tem lastrado, a grippe zomba dos recursos de prophylaxia de defesa. Reconheço que, uma vez contaminada a cidade, dado o caracter pandemico, e a facilidade de transmissão dessa doença, mui difficil e talvez mesmo impossivel seria impedir que ella se disseminasse pelos arrabaldes e pelo interior do paiz, seguindo as vias internas de comunicação. Duvidar, porém da efficacia, ou affirmar a fallencia dos recursos de hygiene moderna, no tocante à importação por via 65 maritima, é, no meu fraco entender, um crime de lesa-medicina. Já não se admitte hoje em dia que germens pathogenicos se conservem impunemente na atmosfera e alcancem grandes distancias, levados pelo vento. Doença contagiosa, transmittindo-se, muito provavelmente, por contacto de individuo a individuo, a grippe hespanhola não teria chegado à nossa terra, si medidas de rigor houvessem sido applicadas, em tempo, contra todos os navios procedentes de portos suspeitos ou contaminados. Convenho na impossibilidade em que se encontrou a nossa Directoria de Saúde Publica para evitar a entrada da doença, visto como para tanto não estava apparelhada. Seja em virtude de vicios de organização, já por mim apontados, seja por fraqueza, desleixo ou má orientação dos seus dirigentes, o facto é que, no momento, não dispunha ella dos recursos indispensaveis a uma bôa defesa maritima. E mesmo que quizesse, com toda bôa vontade e solicitude, não conseguiria impedir a entrada da grippe, nem talvez a da cholera asiática, do typho maculoso e da peste do oriente , si porventura chegassem namesma occasião a um dos portos do Brazil. Já tive ensejo (...) de dizer desta tribuna que a organização sanitaria federal, feita com o intuito quase exclusivo de dar combate à febre amarela no Rio de Janeiro, não podia mais satisfazer-nos, tantos os vicios, deficiências e absurdos que encerra. Ao delinea-la, em 1903, OSWALDO CRUZ, convencido intimamente de que na luta contra aquella doença, existente já no Brazil, careciam completamente de valor as desinfecções maritimas e terrestres, os lazaretose o isolamento hospitalar, deixou em segundo plano estas medidas (...) Não tendo procurado melhorar e ampliar os recursos que dispunha não podia à Directoria Geral de Saúde Publica ter evitado a entrada da influenza hespanhola. E ainda permitiu entrasse ella em nossas plagas de braços dados com a cholera asiática ou a peste levantina . 66 Uma vez contaminada a cidade, nenhum passo deram as autoridades sanitárias para restringir a disseminação do mal, nem siquer estabeleceram a notificação compulsoria, recurso indispensável para poder acompanhar com segurança a marcha da epidemia. Obsecadas pela convicção intima da inutilidade de seus esforços, quedaram-se dias seguidos sem nada fazer, para depois concentrarem sua acção em crear postos de doentes, distribuir dietas e medicamentos e publicar conselhos e receitas, com affirmações categoricas sobre o valor desta ou daquela droga. E tudo isto sem escapar, por vezes, a um ridiculo manifesto. (...) a notificação [era o] meio unico de que dispunha a Saúde Publica para saber quantas pessôas enfermaram, para seguir, enfim, a marcha da doença. Em S. Paulo, a notificação foi feita desde o primeiro dia da pandemia. Recebiamos aqui noticias telegraphicas com as cifras exactas dos acometidos. No Rio de Janeiro inventaram-se algarismos que nos faziam crer ter a epidemia começado a declinar desde o principio; ainda não attingira ella o seu fastigio e já se lhe annunciava o declinio, porque as autoridades sanitárias, porque o Governo não dispunham de elementos sufficientes de informação. (...) No momento, de hygiene propriamente dita, nada se fez. Directoria de Saúde Publica poz de lado todo seu armamento hygienico para cuidar tão somente de assitencia publica, feita às pressas e atabalhoadamente. Nemmesmo pôde isolar os primeiros casos, porque o unico hospital de que dispunha, o de S. Sebastião, que outr’ora, por ocasião dos surtos epidemicos da febre amarella, tão assignalados serviços prestára, fora inutilizado pela Saúde Publica, que o convertera irreflectidamente em hospital de tuberculosos. Razão de sobra me assistia, pois (...) quando ao iniciar este discurso, affirmei que havíamos sido testemunhas de uma quase fallencia de nossos serviços de hygiene e assistencia publica.” Ficha técnica 67 TIPO DE DOCUMENTO: Jornal ORIGEM: O Brazil-Medico. Revista semanal de medicina e cirurgia. Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 1918, ano XXXII, nº 50, pp. 396-397 Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=081272x&pesq=&pagfis=14391 [http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=081272x&pesq=&pagfis=14391] http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=081272x&pesq=&pagfis=14391 . CRÉDITOS: O Brazil-Medico GLOSSÁRIO: Caracetres: palavra grafada incorretamente - o correto é caracteres. Prophylaxia (Profilaxia): a parte da medicina que tem por objeto as precauções precisas para preservar das doença. Poteiforme : multiforme. Nostras : nossas. Arrabaldes: periferia da cidade. Lazareto: estabelecimento para controle sanitário, onde são postas em quarentena as pessoas que, chegadas a um porto ou aeroporto, podem ser portadoras de moléstias contagiosas. Plagas: regiões, espaços do território. Peste levantina/Peste do Oriente : Peste bubônica. Ensejo: oportunidade, ocasião favorável. Fastigio: ponto mais alto, cume. PALAVRAS-CHAVE: saúde pública, gripe espanhola, história da medicina 68 http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=081272x&pesq=&pagfis=14391 Documento 026 Reclame Ficha técnica TIPO DE DOCUMENTO: Charge ORIGEM: Belmonte. Reclame. D. Quixote, n. 00251. Rio de Janeiro, 1 de março de 1922, p. 17. Disponível em: http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=095648&pagfis=7654 [http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=095648&pagfis=7654] http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=095648&pagfis=7654 CRÉDITOS: Belmonte PALAVRAS-CHAVE:modernismo no brasil, movimentos artísticos 69 http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=095648&pagfis=7654 Documento 028 Retorno Quanto tempo de nós foi tirado? Quanto tudo que é nosso é negado? Anos após ano tentaram Mas olha pra nós, todos retornaram Quanto tempo de nós foi tirado? Quanto tudo que é nosso é negado? Anos após ano tentaram Mas olha pra nós, todos retornaram Filhos da terra, de volta pra terra, todo canto do mundo é seu lar Nossa alma não grita mas berra, Nosso canto é guerra que atravessa rio e mar Não vão mais roubar, não vão mais ousar Da história de um povo se apropriar Cocar não é enfeite ou brinquedo, Se exige respeito, repensa antes de usar Não deixamos de ser o que somos por conta de um celular São mais de 500 anos, que eles causam danos visando apenas cédulas Territórios originários e não fundiários, herança viva secular Crença nas criança, o levante avança, trazendo vitória incrédula Querendo a pintura, querendo o sagrado Querendo a cultura, querendo o legado Não somos só figura pra ser estudado Somos ruptura de colonizados Feitos de bravura, não domesticado Força que perdura, não catequizados Eles captura, traz escravatura, E nós é que tem que ser civilizado? Dispenso elogio ”exótica”, homenagens racistas patéticas 70 Nossa presença além de estatística Lógicas sexistas antiética Sem tempo pra ser didática Queremos a prática enfática que tanto se fala Se ver por completo e não só objeto de sala de aula Entre dor e trauma, história e drama Carrego na alma das histórias a trama De raiz nordeste como cajarana Ceará agreste sem a raça ariana Somos suçuarana , somos Sagarana Na saga em busca e nada ofusca A volta pra terra de Pindorama (Pindorama) Quanto tempo de nós foi tirado? Quanto tudo que é nosso é negado? Anos após ano tentaram Mas olha pra nós, todos retornaram Quanto tempo de nós foi tirado? Quanto tudo que é nosso é negado? Anos após ano tentaram Mas olha pra nós, todos retornaram Ficha técnica TIPO DE DOCUMENTO:Música ORIGEM: Composição: Souto MC Intérprete: Souto MC Ano: 2019 CRÉDITOS: Souto MC GLOSSÁRIO: Cajarana: fruta encontrada nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Suçuarana: felino de médio porte encontrado nas Américas, também conhecido como “onça-parda” ou “puma”. Sagarana: livro de contos publicado por Guimarães Rosa em 1946, cujo título é composto pela palavra dos mitos germânicos “saga” e pelo sufixo tupi-guarani “rana” (semelhante). Histórias que se assemelham às sagas. Pindorama: designação dada ao Brasil por parte dos povos originários, mais precisamente pelos habitantes dos Andes e dos Pampas. PALAVRAS-CHAVE: indígenas, ocupação do território, música 71 Documento 029 Inserções em circuitos ideológicos: Projeto cédula, 1970 - 1976 Ficha técnica TIPO DE DOCUMENTO: Cédulas ORIGEM: Cildo Meireles. Inserções em circuitos ideológicos: Projeto cédula. 1970 - 1976. Disponível em: https://artsandculture.google.com/asset/inseres-em-circuitos- ideolgicos-projeto-cdulas/8gE9m4t21caEDw [https://artsandculture.google.com/asset/ inseres-em-circuitos-ideolgicos-projeto-cdulas/8gE9m4t21caEDw] https://artsandculture.google.com/asset/inseres-em-circuitos-ideolgicos-projeto- cdulas/8gE9m4t21caEDw CRÉDITOS: Cildo Meireles TÉCNICA: Carimbos de borracha sobre cédulas. DIMENSÕES: 6,5 x 15 cm PALAVRAS-CHAVE: repressão estatal, arte contemporânea, cédulas 72 https://artsandculture.google.com/asset/inseres-em-circuitos-ideolgicos-projeto-cdulas/8gE9m4t21caEDw https://artsandculture.google.com/asset/inseres-em-circuitos-ideolgicos-projeto-cdulas/8gE9m4t21caEDw Documento 030 Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Cédula. 2013. Ficha técnica TIPO DE DOCUMENTO: Cédulas ORIGEM: Cildo Meireles, Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Cédula. 2013 [1970-2013]. Disponível em: http://revistacarbono.com/artigos/04carbono-entrevista-cildo-meireles/attachment/cildo-amarildo-1/ [http://revistacarbono.com/artigos/04carbono-entrevista-cildo-meireles/ attachment/cildo-amarildo-1/] http://revistacarbono.com/artigos/04carbono-entrevista-cildo-meireles/attachment/cildo-amarildo-1/ CRÉDITOS: Cildo Meireles PALAVRAS-CHAVE: repressãoestatal, cédulas, arte contemporânea 73 http://revistacarbono.com/artigos/04carbono-entrevista-cildo-meireles/attachment/cildo-amarildo-1/ http://revistacarbono.com/artigos/04carbono-entrevista-cildo-meireles/attachment/cildo-amarildo-1/ Documento 031 Inserções em Circuitos Ideológicos. 2018. Ficha técnica TIPO DE DOCUMENTO: Cédulas ORIGEM: Cildo Meireles. Inserções em Circuitos Ideológicos. 2018 [1970 - 2018]. Disponível em: https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1645130369734518-cildo- meireles-expoe-150-obras-no-sesc-consolacao [https://fotografia.folha.uol.com.br/ galerias/1645130369734518-cildo-meireles-expoe-150-obras-no-sesc-consolacao] https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1645130369734518-cildo-meireles-expoe-150-obras-no- sesc-consolacao CRÉDITOS: Cildo Meireles PALAVRAS-CHAVE: cédulas, arte contemporânea, violência 74 https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1645130369734518-cildo-meireles-expoe-150-obras-no-sesc-consolacao https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1645130369734518-cildo-meireles-expoe-150-obras-no-sesc-consolacao Documento 032 Theatro Municipal Ficha técnica TIPO DE DOCUMENTO: Propaganga ORIGEM: Diário da Noite, n. 7844, São Paulo (SP), 10 de julho de 1950, p. 21. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=093351&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=18099 [http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=093351&pasta=ano%20195&pesq= &pagfis=18099] http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=093351&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=18099 CRÉDITOS: Teatro Municipal, Diário da Noite PALAVRAS-CHAVE: cultura, teatro municipal, são paulo 75 http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=093351&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=18099 http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=093351&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=18099 Documento 033 Racismo em São Paulo Ficha técnica TIPO DE DOCUMENTO: Jornal ORIGEM: Pequeno Jornal: Jornal Pequeno, n. 154, Recife (PE), 12 de julho de 1950, p. 2. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=800643&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=82450 [http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=800643&pasta=ano%20195&pesq= &pagfis=82450] http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=800643&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=82450 CRÉDITOS: Pequeno Jornal: Jornal Pequeno PALAVRAS-CHAVE: cultura, racismo, são paulo 76 http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=800643&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=82450 http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=800643&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=82450 Documento 034 Inflação do ano chega a 1.764,86% Ficha técnica TIPO DE DOCUMENTO: Jornal ORIGEM: O Estado de S. Paulo, edição de 29 de dezembro de 1989, p. 1. Disponível em: https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19891229-35236-nac-0001-999-1-not [https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19891229-35236-nac-0001-999-1-not] https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19891229-35236-nac-0001-999-1-not CRÉDITOS: O Estado de S. Paulo PALAVRAS-CHAVE: governo sarney, economia 77 https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19891229-35236-nac-0001-999-1-not Documento 035 Autos da vila de Nossa Senhora da Assunção de Benevente Auto de Independência [...] nesta vila de Nossa Senhora da Assunção de Benevente Comarca da Província do Espírito Santo (...) declararam solenemente a sua independência e que por ela protestarão dar a vida por causa das Cortes de Portugal, pois todas as suas máximas (...) eram a procurar toda a nossa infelicidade e nos escravizar, e colonizar este Reino do Brasil, e por isso mesmo desde já declamavam, (...) pois, que aquelas Cortes não querem igualdade deles entre os brasileiros [...]. Auto de Aclamação Ano de nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e vinte dois, aos doze dias domês de outubro do dito ano nesta vila de Nossa Senhora da Assunção de Benevente Câmara da Capitania do Espírito Santo, nas casas da Câmara paço do Conselho, onde estava o presidente do Senado o Capitão Antonio Rodrigues Cardoso, e os mais vereadores e Procurador do conselho abaixo assinados, o reverendo pároco desta freguesia, sargento-mor, capitães, e mais Povo desta vila, e todos unanimemente disseram que visto termos declarado nossa independência, e se ter nomeado o deputado para a Assembleia Geral Constituinte, e Legislativa do Brasil, era forçoso (ilegível) quem faça executar as leis que os nossos deputados iam deferir, e por isso desde já aclamaram por primeiro Imperador do Brasil ao Senhor Dom Pedro Primeiro hoje príncipe regente e defensor perpétuo do Brasil por contar unanime do mesmo Povo, com declaração que o mesmo senhor prestará previamente o juramento solene, de jurar, guardar, manter, e defender, a Constituição política que fizer 78 Assembleia Geral constituinte do Brasil, que todos lhe prometeram dar seu sangue, para a defesa da nossa independência, e monarquia brasileira; e logo todos por repetidas e numerosas vezes, bradaram como vivas seguintes – viva a nossa santa religião – viva a independência do Brasil – viva a Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Brasil – viva o Imperador Constitucional do Brasil o Senhor Dom Pedro Primeiro – viva a Imperatriz do Brasil (...) – viva o Povo constitucional do Brasil de que de tudo para constarmandarem lavrar esta ata comque todos assinaram [...] Ficha técnica TIPO DE DOCUMENTO: Documento legal ORIGEM: Autos da vila de Nossa Senhora da Assunção de Benevente, outubro de 1822. Arquivo Nacional. Série Interior Idd 9 – 607. Rio de Janeiro. In: Rodrigo da Silva Goularte. Portos e Sertões: a província do Espírito Santo e a emancipação da América Portuguesa (1815-1825). 2015. 220 p. Tese (Doutorado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. Niterói, RJ. Disponível em: https://www.historia.uff.br/stricto/td/1757.pdf [https://www.historia.uff.br/stricto/td/1757.pdf] https://www.historia.uff.br/stricto/td/1757.pdf CRÉDITOS: Arquivo Nacional/Rodrigo da Silva Goularte PALAVRAS-CHAVE: atores políticos, celebrações, independência 79 https://www.historia.uff.br/stricto/td/1757.pdf Documento 036 Um negócio de alto risco: roubo, pirataria e morte no tráfico Uma das principais características dos negócios negreiros era o risco. Todas as etapas da circulação dos escravos, desde as trocas realizadas na esfera africana até aquelas que, efetuadas no Brasil, ensejavam o consumo final da mercadoria humana, enfrentavam enormes perigos, visto ter sido o cativo um bem altamente requerido e constantemente exposto à morte. O risco tinha início na própria África, a partir do momento em que, prisioneiro ou oferecido em tributo, o escravo chegava às mãos dos mercadores nativos. Havia, de início, as mortes durante o longo trajeto entre as zonas da captura no interior e a costa africana, que somavam às ocorridas durante a espera nos barracões e portos. Joseph Miller (...) afirma que provavelmente 40% dos negros escravizados em Angola pereciam durante o deslocamento até o litoral, onde outros 10% ou 20%morriam antes de serem embarcados. Em geral, pois cerca da metade do contingente de cativos poderia perecer ainda em solo africano (...) Os mercadores de almas ainda sofriam freqüentes roubos durante as longas jornadas entre o interior e os portos africanos (...) Nestes últimos, nos barracões onde os cativos ficavam concentrados à espera de embarque, ou mesmo nas próprias embarcações – ancoradas às vezes por semanas ou meses, à espera de completar a lotação – também havia a possibilidade de perda (...) Durante a etapa marítima, mais do que em qualquer outra, aumentavam os riscos dos traficantes estabelecidos no Rio. A perda da mercadoria humana através da ação corsária ou mesmo do naufrágio era possibilidade sempre presente em qualquer tipo de operação mercantil marítima, importando menos a natureza da mercadoria do que seu valor enquanto 80 presa. Não se deve esquecer, porém, que o escravo constituía umamercadoria literalmente perecível, dado constantemente levado em conta pela ação empresarial. Umavez no mar, o primeiro perigo era a subtração da mercadoria humana por piratas (...) Problema antigo, o corso não atingia somente os traficantes de escravos. Sua freqüência podia chegar a níveis tão altos que, muitas vezes, aos comerciantes não restava alternativa senão recorrer à proteção do Estado. Foi o que fizeram os mercadores lisboetas, em 1761, quando solicitaram ao Conselho de Estado a organização de uma armada para a defesa dos navios e frotas do Brasil, constantemente atacadas por naus mouras e holandesas (...) O naufrágio era, por definição, outro tipo de risco marítimo. Suas causas deitavam-se ao acaso, que punha homens e equipamentos frente uma natureza por vezes volúvel, e a erros de comando e de cálculo. Parece ter sido grande o número de naus idas a pique, mas mesmo assim os prejuízos dependiam dos caprichos de Netuno. (...) Logo depois do corso eram as mortes durante a travessia oceânica as que mais diretamente atingiam os traficantes do porto do Rio de Janeiro. Mortandades freqüentes no tempo, mas extremamente variáveis em cada expedição (...) Pode-se imputar as mortes a bordo a fatores como a escassez de alimentos e água, maus tratos, superlotação e até mesmo ao medo, que minava a resistência física, moral e espiritual de contingentes muitas vezes fatigados prisioneiros de guerra. Havia, porém, o próprio tráfico enquanto veículo de aproximação e contágio entre esferas microbianas distintas, cujos resultados, mesmo quando tendenssem à acomodação a médio e longo prazos, traduziam-se de imefiato emmortes (...) Em todos os períodos [1795-1811 e 1821-1830] perdiam-se quase três vezes mais escravos entre os cativos embarcados no Índico do que na área congo-angolana, fato perfeitamente explicável pela duração da travessia: enquanto os negreiros provenientes desta última região levavam de 33 a 40 dias no 81 mar até o Rio de Janeiro, os daquela podiam navegar até 76 dias. Ficha técnica TIPO DE DOCUMENTO: Texto acadêmico OBSERVAÇÃO: Nossa homenagem ao historiador Manolo Florentino (1958-2021), professor aposentado do Instituto de História da UFRJ e do seu Programa de Pós-Graduação em História Social (PPGHIS/UFRJ). ORIGEM:Manolo Florentino. Em costas negras: uma história do tráfico de escravos entre a África e o Rio de Janeiro (séculos XVIII e XIX). São Paulo: Companhia das Letras, 1997, pp. 140-146. CRÉDITOS:Manolo Florentino PALAVRAS-CHAVE: rio de janeiro, tráfico negreiro, áfrica 82 Introdução Questões 12 / Questão 13 / Questão 14 / Questão 15 / Questão 16 / Questão 17 / Questão 18 / Questão 19 / Questão 20 / Questão 21 / Questão 22a / Questão 22b / Questão 22c / Questão Documentos 027: Para lei escolar do Império, meninas tinham menos capacidade intelectual que meninos 024a: Criança amarela 1 024b: Criança amarela 2 024c: Criança amarela 3 025: A epidemia de grippe e a defesa sanitaria do Brazil 026: Reclame 028: Retorno 029: Inserções em circuitos ideológicos: Projeto cédula, 1970 - 1976 030: Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Cédula. 2013. 031: Inserções em Circuitos Ideológicos. 2018. 032: Theatro Municipal 033: Racismo em São Paulo 034: Inflação do ano chega a 1.764,86% 035: Autos da vila de Nossa Senhora da Assunção de Benevente 036: Um negócio de alto risco: roubo, pirataria e morte no tráfico