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O J cardoso

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Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

AFIRMAÇÕES
Cada número deve ser associado a uma única frase (indicada por uma letra). Entretanto, as equipes encontrarão mais frases do que números, ou seja, há frases que não serão associadas a nenhum número.
[ A ] O capitão da guarda traz ao colo a princesa Isabel.
[ B ] Papéis voam, jogados do balcão e trazem a palavra “ACREDITO”.
[ C ] Papéis voam, jogados do balcão e trazem a palavra “ACEITO”.
[ D ] Seis peças de vidro compõem a parte superior de portas, como é possível contar no primeiro da esquerda para a direita.
[ E ] Homens trajam uniformes de gala e chapéu, condizentes com a importância e cerimônia do momento.
[ F ] O capitão da guarda traz ao colo a princesa D. Maria da Glória.
[ G ] A parte inferior da imagem, à direita, traz uma multidão voltada para o balcão.
[ H ] As figuras femininas trazem luvas.
[ I ] Nota-se a figura do Imperador D Pedro I, trajando farda azul de ombreiras e punhos dourados, calças claras e uma faixa vermelha atravessada sobre o peito.
[ J ] Além do imperador, outras figuras masculinas estão em destaque.
[ K ] Há duas figuras femininas ricamente vestidas; uma delas é a Imperatriz Leopoldina.
[ L ] Ao fundo, num terceiro plano dessa metade da composição, vê-se os morros do Pão de Açúcar e o Corcovado.
[M ] Vemos sete portas em formato de arco.
[ N ] Identificam-se construções ao fundo da imagem, atrás da multidão e à frente de morros.
[ O ] Pessoas respondem aos gestos do balcão e os repetem; balançam lenços e chapéus no ar para saudar o imperador.
[ P ] Jean-Baptiste Debret chegou ao Brasil em 1816 como membro da Missão Artística Francesa, e permaneceu até 1831. De volta à França, publicou entre 1834 e 1838 sua obra Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. A Aclamação de Dom Pedro faz parte de uma série de obras do pintor retratando a família real, cenas oficiais e momentos ilustres e representativos de seu poder.
[ Q ] Ao fundo, vê-se dois morros.
[ R ] Algumas pessoas portam guarda-chuvas.
[ S ] Panos com detalhes dourados ornamentam as portas que separam o interior e o exterior do edifício.
[ T ] O imperador está rodeado majoritariamente por figuras femininas e crianças.
[ U ] Destaca-se a bandeira símbolo do novo império, que traz as cores verde e amarela e uma coroa rodeada pelos ramos de café e tabaco.
[ V ] Jean-Baptiste Debret chegou ao Brasil, em 1816, como membro da Missão Artística Holandesa, e permaneceu até 1821. De volta à França, publicou entre 1834 e 1838 sua obra Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. A Aclamação de Dom João, é parte de uma série de obras do pintor retratando a família real portuguesa, cenas oficiais e momentos ilustres e representativos de seu poder.
[W ] Uma multidão revoltada empunha bandeirolas e chapéus agitados para demonstrar o descontentamento com o novo governo.
[ X ] Sobressai no primeiro plano da imagem um grande balcão ornamentado.

O painel, “O Contestado – Terra Contestada” (1985), do artista curitibano Hiedy de Assis Corrêa – conhecido como Hassis – é composto por pintura em acrílico sobre eucatex, com 36 metros quadrados. Apresenta uma narrativa dos conflitos ocorridos na fronteira entre o Paraná e Santa Catarina no início do século XX.
Com base nas afirmacoes a seguir, assinale a única alternativa que contém apenas as assertivas corretas.
[ A ] Três soldados à frente da locomotiva remetem ao construtivismo russo, movimento estético-político que entendia a arte como parte do cotidiano.
[ B ] A assinatura do artista e a data da finalização da obra estão presentes na imagem.
[ C ] A fé cristã pode ser identificada por meio de crucifixos e outros símbolos.
[ D ] Entre os mortos há mulheres e crianças.
[ E ] A maioria das personagens representadas é masculina.
[ F ] Mulheres e crianças estão retratadas em vários momentos da narrativa proposta pelo painel.
[ G ] A obra é formada por 7 painéis que narram diversos aspectos do conflito conhecido como Guerra do Contestado.
[ H ] Um membro de uma ordem religiosa é identificado em meio aos populares; suas vestes sugerem ser ele um franciscano.
[ I ] Troncos de árvores cortadas indicam a devastação da floresta naquele contexto.
[ J ] Há distinção entre grupos: uns usam a cor ocre, provavelmente representando os soldados, enquanto outros usam branco, provavelmente os beatos e fiéis envolvidos no conflito.
[ K ] Armas de fogo e armas brancas, como facas e facões, compõem os armamentos dos envolvidos.
[ L ] Armas e ferramentas de trabalho presentes na imagem permitem identificar a relação entre o conflito e a questão da terra.

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Questões resolvidas

AFIRMAÇÕES
Cada número deve ser associado a uma única frase (indicada por uma letra). Entretanto, as equipes encontrarão mais frases do que números, ou seja, há frases que não serão associadas a nenhum número.
[ A ] O capitão da guarda traz ao colo a princesa Isabel.
[ B ] Papéis voam, jogados do balcão e trazem a palavra “ACREDITO”.
[ C ] Papéis voam, jogados do balcão e trazem a palavra “ACEITO”.
[ D ] Seis peças de vidro compõem a parte superior de portas, como é possível contar no primeiro da esquerda para a direita.
[ E ] Homens trajam uniformes de gala e chapéu, condizentes com a importância e cerimônia do momento.
[ F ] O capitão da guarda traz ao colo a princesa D. Maria da Glória.
[ G ] A parte inferior da imagem, à direita, traz uma multidão voltada para o balcão.
[ H ] As figuras femininas trazem luvas.
[ I ] Nota-se a figura do Imperador D Pedro I, trajando farda azul de ombreiras e punhos dourados, calças claras e uma faixa vermelha atravessada sobre o peito.
[ J ] Além do imperador, outras figuras masculinas estão em destaque.
[ K ] Há duas figuras femininas ricamente vestidas; uma delas é a Imperatriz Leopoldina.
[ L ] Ao fundo, num terceiro plano dessa metade da composição, vê-se os morros do Pão de Açúcar e o Corcovado.
[M ] Vemos sete portas em formato de arco.
[ N ] Identificam-se construções ao fundo da imagem, atrás da multidão e à frente de morros.
[ O ] Pessoas respondem aos gestos do balcão e os repetem; balançam lenços e chapéus no ar para saudar o imperador.
[ P ] Jean-Baptiste Debret chegou ao Brasil em 1816 como membro da Missão Artística Francesa, e permaneceu até 1831. De volta à França, publicou entre 1834 e 1838 sua obra Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. A Aclamação de Dom Pedro faz parte de uma série de obras do pintor retratando a família real, cenas oficiais e momentos ilustres e representativos de seu poder.
[ Q ] Ao fundo, vê-se dois morros.
[ R ] Algumas pessoas portam guarda-chuvas.
[ S ] Panos com detalhes dourados ornamentam as portas que separam o interior e o exterior do edifício.
[ T ] O imperador está rodeado majoritariamente por figuras femininas e crianças.
[ U ] Destaca-se a bandeira símbolo do novo império, que traz as cores verde e amarela e uma coroa rodeada pelos ramos de café e tabaco.
[ V ] Jean-Baptiste Debret chegou ao Brasil, em 1816, como membro da Missão Artística Holandesa, e permaneceu até 1821. De volta à França, publicou entre 1834 e 1838 sua obra Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. A Aclamação de Dom João, é parte de uma série de obras do pintor retratando a família real portuguesa, cenas oficiais e momentos ilustres e representativos de seu poder.
[W ] Uma multidão revoltada empunha bandeirolas e chapéus agitados para demonstrar o descontentamento com o novo governo.
[ X ] Sobressai no primeiro plano da imagem um grande balcão ornamentado.

O painel, “O Contestado – Terra Contestada” (1985), do artista curitibano Hiedy de Assis Corrêa – conhecido como Hassis – é composto por pintura em acrílico sobre eucatex, com 36 metros quadrados. Apresenta uma narrativa dos conflitos ocorridos na fronteira entre o Paraná e Santa Catarina no início do século XX.
Com base nas afirmacoes a seguir, assinale a única alternativa que contém apenas as assertivas corretas.
[ A ] Três soldados à frente da locomotiva remetem ao construtivismo russo, movimento estético-político que entendia a arte como parte do cotidiano.
[ B ] A assinatura do artista e a data da finalização da obra estão presentes na imagem.
[ C ] A fé cristã pode ser identificada por meio de crucifixos e outros símbolos.
[ D ] Entre os mortos há mulheres e crianças.
[ E ] A maioria das personagens representadas é masculina.
[ F ] Mulheres e crianças estão retratadas em vários momentos da narrativa proposta pelo painel.
[ G ] A obra é formada por 7 painéis que narram diversos aspectos do conflito conhecido como Guerra do Contestado.
[ H ] Um membro de uma ordem religiosa é identificado em meio aos populares; suas vestes sugerem ser ele um franciscano.
[ I ] Troncos de árvores cortadas indicam a devastação da floresta naquele contexto.
[ J ] Há distinção entre grupos: uns usam a cor ocre, provavelmente representando os soldados, enquanto outros usam branco, provavelmente os beatos e fiéis envolvidos no conflito.
[ K ] Armas de fogo e armas brancas, como facas e facões, compõem os armamentos dos envolvidos.
[ L ] Armas e ferramentas de trabalho presentes na imagem permitem identificar a relação entre o conflito e a questão da terra.

Prévia do material em texto

ONHB13 / Fase 2
ONHB / IFCH - Unicamp
Conteúdo
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
12 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
13 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
14 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
15 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
16 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
17 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
18 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
19 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
20 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
21 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
22a / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
22b / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1
22c / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Documentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
027: Para lei escolar do Império, meninas tinham
menos capacidade intelectual que meninos . 59
024a: Criança amarela 1 . . . . . . . . . . . . . . . 62
024b: Criança amarela 2 . . . . . . . . . . . . . . . 63
024c: Criança amarela 3 . . . . . . . . . . . . . . . 64
025: A epidemia de grippe e a defesa sanitaria do
Brazil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
026: Reclame . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
028: Retorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
029: Inserções em circuitos ideológicos: Projeto cé-
dula, 1970 - 1976 . . . . . . . . . . . . . . . 72
030: Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Cé-
dula. 2013. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
031: Inserções em Circuitos Ideológicos. 2018. . . . 74
032: Theatro Municipal . . . . . . . . . . . . . . . . 75
033: Racismo em São Paulo . . . . . . . . . . . . . 76
034: Inflação do ano chega a 1.764,86% . . . . . . 77
035: Autos da vila deNossa Senhora daAssunção de
Benevente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
036: Umnegóciodealto risco: roubo, pirataria emorte
no tráfico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
2
Introdução
A aventura continua...
Sejam bem-vindo(a)s à Fase 2 da décima terceira edição da
Olimpíada Nacional em História do Brasil!
A segunda fase da 13ª Olimpíada inicia dia 10 de maio
(segunda-feira) e encerra às 23:59 [horário de Brasília] do dia 15
de maio (sábado). Esta fase é composta por 10 Questões e 1
Tarefa. Cada uma das questões apresentadas possui quatro
alternativas. Há mais de uma resposta correta, mas cabe a vocês
escolher qual alternativa consideram como a mais adequada e
selecioná-la.
Atenção: A prova pode ser salva em “rascunho”, mas não se
esqueçam de confirmar as respostas até a data limite, clicando
em “entregar”.
Bom trabalho a todos!
3
Questões
12 / Questão
As imagens abaixo foram retiradas do quadrinho “Criança
Amarela”, de autoria do ilustrador brasileiro Monge Han. A obra
narra a experiência
do autor enquantobrasileiro descendente de imigrantes coreanos.
Documento 024a História em quadrinhos p. 62
Criança amarela 1
Documento 024b História em Quadrinhos p. 63
Criança amarela 2
Documento 024c História em quadrinhos p. 64
Criança amarela 3
A partir dos quadrinhos acima, é correto afirmar que:
A. Publicações como “Criança Amarela” fazem parte de um
movimento que usa a produção artística como forma de
discutir a identidade e a xenofobia.
B. O documento, narrado em primeira pessoa, discute a
representatividade de jovens descendentes de asiáticos,
que no Brasil são genericamente chamados de “japa”.
C. Ao destacar que todos os seus avós são imigrantes, o autor
deixa claro que não há distinção entre o tratamento dado a
pessoas vindas da Europa e as vindas da Ásia.
4
D. As frases ditas ao garoto, no documento, indicam estigmas
naturalizados, usados contra descendentes de imigrantes
de países como Coreia do Sul, China e Japão.
Conteúdo adicional
LINK: Conheça mais trabalhos de Monge Han
https://issuu.com/ericmongehanschneider/docs/portifolio_erichan3
5
https://issuu.com/ericmongehanschneider/docs/portifolio_erichan3
13 / Questão
Abaixo você pode ler um trecho de “A epidemia de grippe e a
defesa sanitaria do Brazil”, que faz parte do discurso pronunciado,
em 11 de novembro de 1918, pelo ex-diretor e professor da
faculdade de medicina do Rio de Janeiro, Azevedo Sodré, na
Câmara dos deputados, e reproduzido na edição de 14 de
dezembro da revista ”O Brazil-Medico”, dirigida pelo mesmo
palestrante.
Documento 025 Jornal p. 65
A epidemia de grippe e a defesa sanitaria do Brazil
A partir da leitura do documento, assinale a melhor alternativa:
A. Ainda que ressalte a importância da política sanitarista de
Oswaldo Cruz no Brasil, Azevedo Sodré a viu como limitada
e criticou a falta de planejamento público evidenciada pela
chegada da nova doença.
B. O texto mostra como apesar dos esforços dos grupos
médicos, não foi possível conter a disseminação da gripe
espanhola devido ao desconhecimento sobre as formas de
entrada no país e transmissão desse vírus.
C. O documento é um discurso de ummédico alertando as
autoridades brasileiras sobre o risco de epidemias no
contexto do final da Primeira Guerra Mundial.
D. Para Azevedo Sodré, além de combater as doenças
existentes no país, o governo deveria estar atento às
doenças que se espalhavam pelo mundo.
Conteúdo adicional
6
LINK: Revisitando a espanhola https://www.scielo.br/pdf/hcsm/v12n1/06.pdfLINK: La
dansarina https://www.scielo.br/pdf/hcsm/v4n1/v4n1a01.pdf
7
https://www.scielo.br/pdf/hcsm/v12n1/06.pdf
https://www.scielo.br/pdf/hcsm/v4n1/v4n1a01.pdf
14 / Questão
Documento 026 Charge p. 69
Reclame
A charge acima foi produzida pelo cartunista Belmonte. Sobre ela
e o movimento artístico que ela retrata, é correto afirmar:
A. A imagem de Belmonte tornou-se um ícone do movimento
artístico e foi usada como cartaz de abertura da Semana de
22, tendo sido o original exposto no Teatro Municipal de São
Paulo e, mais tarde, publicado pela imprensa da época.
B. Os artistas são representados com ironia pelo cartunista
Belmonte. Estão criticando artistas consagrados à sua
época e tocam instrumentos musicais num esforço
barulhento para afirmar seu próprio talento.
C. As personalidades representadas na parte superior, muitas
ainda pouco conhecidas, acabaram por criar um movimento
que tinha como mecenas Paulo Prado e outros membros da
elite paulista.
D. A charge tem como tema a Semana de Arte Moderna de
1922. Na parte superior traz uma representação com
artistas do movimento; na inferior, traz a imagem de três
quadros que referenciam o modernismo e um personagem
sentado no chão.
Conteúdo adicional
LINK: Sobre Juca Pato http://almanaque.folha.uol.com.br/belmonte.htm
8
http://almanaque.folha.uol.com.br/belmonte.htm
15 / Questão
Documento 027 Jornal Eletrônico p. 59
Para lei escolar do Império, meninas tinhammenos capa-
cidade intelectual que meninos
Sobre o ensino para as mulheres e as concepções apresentadas
pelos parlamentares, indique uma alternativa:
A. A educação feminina, ainda que determinada em lei, era
desejável apenas nos níveis elementares e de forma menos
completa que a educação masculina.
B. Os debates dos parlamentares do Senado – todos homens -
indicam concepções predominantes à época, que insistiam
nas desigualdades “naturais” entre os sexos.
C. A dificuldade das mulheres para as ciências exatas e
naturais e sua propensão aos cuidados domésticos já era
fato científico conhecido àquela época.
D. A existência de mulheres influentes na história é utilizada na
retórica de um dos parlamentares como fato de exceção e
como argumento moralista.
9
16 / Questão
Ouça e acompanhe a letra da canção “ Retorno
[https://www.youtube.com/watch?v=ErIs4YlJXFQ]
Retorno ”, da rapper indígena Souto MC.
Documento 028 Música p. 70
Retorno
A partir do conteúdo apresentado pela canção, é correto afirmar
que:
A. A música rejeita uma representação estática do indígenaconstruída ao longo da colonização e consolidada em
materiais didáticos.
B. A música aponta como a adoção de tecnologias
contemporâneas pelos povos originários altera suas
identidades originais.
C. Há uma conexão entre o passado e o presente indígena na
letra da canção, ressaltando violências e resistências.
D. A composição é uma forma de manifestação dentro do
exercício de celebração das tradições indígenas brasileiras.
Conteúdo adicional
LINK: O resgate da ancestralidade indígena de Souto MC
https://raplogia.com.br/o-resgate-da-ancestralidade-indigena-de-souto-mc/
10
https://www.youtube.com/watch?v=ErIs4YlJXFQ
https://raplogia.com.br/o-resgate-da-ancestralidade-indigena-de-souto-mc/
17 / Questão
Documento 029 Cédulas p. 72
Inserções em circuitos ideológicos: Projeto cédula, 1970
- 1976
Documento 030 Cédulas p. 73
Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Cédula.
2013.
Documento 031 Cédulas p. 74
Inserções em Circuitos Ideológicos. 2018.
Considerando as três obras apresentadas, escolha a alternativa
que considere mais apropriada:
A. As cédulas carimbadas, ao serem colocadas em circulação,
perdem seu valor financeiro, sendo recolhidas pelo Banco
Central, impedindo que o impacto proposto pelo artista seja
alcançado.
B. Os questionamentos não estão presentes apenas nas frases
e imagens carimbadas nas notas, mas na própria proposta
artística de uma arte que se constrói enquanto circula entre
a população, e não isolada emmuseus e galerias.
C. Ao carimbar frases curtas e imagens nas cédulas, parte do
projeto Inserções em circuitos ideológicos, o artista Cildo
Meireles faz questionamentos e cobranças para gerar
reflexões na sociedade.
D. As provocações nas cédulas tratam de uma permanência da
violência estatal e de poderes paralelos que, a partir de
11
diferentes mecanismos e abusos, continua sendo utilizada
na sociedade brasileira redemocratizada.
Conteúdo adicional
LINK: Cildo Meireles
https://www.itaucultural.org.br/ocupacao/cildo-meireles/cildo/?content_link=11
12
https://www.itaucultural.org.br/ocupacao/cildo-meireles/cildo/?content_link=11
18 / Questão
Documento 032 Propaganga p. 75
Theatro Municipal
Documento 033 Jornal p. 76
Racismo em São Paulo
A partir dos documentos, escolha a alternativa mais pertinente:
A. Recortados de dois jornais diferentes, o anúncio e a notícia
fazem referência à presença de Katharine Dunham em São
Paulo para uma apresentação no “Municipal”, em julho de
1950.
B. Katharine Dunham - que, além de artista, era antropóloga e
ativista social nos Estados Unidos - foi quem promoveu, no
Brasil, a fundação do Teatro Experimental do Negro (TEN).
C. Ao expor os limites à presença de pessoas negras em
espaços tradicionalmente brancos, o ocorrido permite
questionar a existência de uma democracia racial no Brasil.
D. A atitude do Hotel Esplanada foi denunciada por Dunham à
imprensa, e as repercussões acabaram por fomentar um
projeto de lei com conteúdo antirracista, assinado em julho
de 1951.
13
19 / Questão
Documento 034 Jornal p. 77
Inflação do ano chega a 1.764,86%
Sobre o contexto da notícia aqui reproduzida, é correto afirmar:
A. A manchete acima testemunha o ápice de uma grave crise
econômica e social da década de 1980 conhecida como
hiperinflação.
B. A classe trabalhadora brasileira foi um dos segmentos
sociais profundamente afetados pelo aumento constante
dos preços dos alimentos.
C. A quebra da bolsa de valores de Nova York em 1984 foi o
elemento detonador da crise financeira internacional que
impactou o Brasil.
D. Os gastos públicos e o endividamento externo durante o
regime militar e a crise internacional do petróleo são alguns
dos fatores que explicam a crise inflacionária.
14
20 / Questão
Leia excertos de ”Autos da vila de Nossa Senhora da Assunção de
Benevente”, da Comarca da Província do Espírito Santo, de
outubro de 1822:
Documento 035 Documento legal p. 78
Autos da vila de Nossa Senhora da Assunção de Bene-
vente
Após ler os excertos, assinale a alternativa mais adequada:
A. A independência brasileira envolveu diversos grupos civis e
militares, além de estabelecer uma articulação entre
poderes locais e o governo central no Rio de Janeiro.
B. Os autos proclamados na vila de Nossa Senhora da
Assunção de Benevente descrevem a independência do
Brasil como uma reação às Cortes de Lisboa.
C. Os processos históricos comemorados em efemérides,
como a independência, desenvolveram-se ao longo do
tempo e, muitas vezes, consolidaram-se após as datas
escolhidas como marco.
D. Após a independência, por meio do voto provincial,
representantes de diversos setores da sociedade elegeram
Dom Pedro de Alcântara como o primeiro imperador do
Brasil e os deputados da Assembleia Constituinte.
15
21 / Questão
Leia o excerto da obra “Em costas negras” do historiador Manolo
Florentino.
Documento 036 Texto acadêmico p. 80
Um negócio de alto risco: roubo, pirataria e morte no trá-
fico
Segundo o documento é correto afirmar:
A. O tráfico entre o Rio de Janeiro e as regiões
congo-angolanas era mais lucrativo, pois o menor tempo de
viagem permitia uma melhor alimentação dos escravizados
que por serem da mesma região tinham menores índices de
contágio de doenças.
B. O empreendimento do tráfico negreiro envolvia uma
complexa rede de relações comerciais, políticas,
econômicas, jurídicas, sociais e estatais entre Portugal e
diversas sociedades na África e o Brasil.
C. O tráfico negreiro era uma prática empresarial que envolvia
altos riscos e possibilidades de perda de dinheiro, uma vez
que roubos, pirataria, enfermidades e intempéries podiam
levar à perda total dos investimentos.
D. O sucesso da empresa do tráfico estava ligado, entre outras
coisas, às condições de transporte e ao tempo que durava o
processo desde o apresamento dos africanos no interior do
continente até sua chegada ao Rio de Janeiro.
16
22a / Questão
Nesta tarefa, propomos às equipes o trabalho com um
instrumento que é muito importante para os historiadores:
analisar e compreender imagens, observando seus detalhes e
tirando conclusões a partir deles. Esta tarefa é composta por
TRÊS partes, ou seja, 3 imagens:
22a = Pintura a óleo “ “Aclamação de Dom Pedro I – Imperador
do Brasil” de Jean-Baptiste Debret, litografia publicada na França
em 1834.
22b = A fotografia “Manifestação durante a reunião da SBPC em
Salvador, 1981” de Juca Martins.
22c = O painel “Contestado - Terra Contestada”, 1985, de Hassis.
Em cada uma destas imagens, as equipes encontrarão
“números”. A tarefa consiste em associar estes números às frases
que preparamos e que aparecerão ao lado de cada parte
destacada na imagem. São frases que descrevem aspectos da
imagem. Cada número deve ser associado a uma única frase
(indicada por uma letra). Entretanto, as equipes encontrarão mais
frases do que números, ou seja, há frases que não serão
associadas a nenhum número.
Para visualizar detalhes da imagem você pode utilizar o zoom (as
lupas estão ao lado esquerdo das imagens). Ao clicar o cursor
sobre o número escolhido, abrirá uma página com todas as frases.
Escolha a mais pertinente e clique sobre ela. Deste modo, você
associou o número à frase. Faça isso para todos os números de
cada imagem.
ATENÇÃO: Ao clicar sobre uma frase ela é salva
AUTOMATICAMENTE EM RASCUNHO e mesmo que você saia da
página da Olimpíada e retorne depois, o rascunho estará salvo e
disponível, podendo ser alterado. Após ter associado todos
números às frases NESTA imagem, o botão “Entregar a Questão”
ficará disponível, assim não esqueça de confirmar esta parte de
17
sua tarefa, clicando no botão “Entregar a Questão”.
O envio da tarefa 22 ocorre SEPARADAMENTE para cada imagem
[22a, 22b e 22c], assim quando a equipe clicar em “Entregar a
Questão” envia as respostas para uma imagem. Após clicar em
“Entregar a Questão” nenhuma alteração poderá ser feita. Por
isso só clique em “Entregar a Questão” após ter certeza de que
todos números às frases na imagem é o que sua equipe deseja
entregar.
Um pouquinho de calma e muitaatenção são importantes para o
sucesso desta atividade.
Bom trabalho a todos.
18
IMAGEM COM AS MIGALHAS
Para uma versão em alta resolução acesse o site, para cada migalha abaixo você encontra imagens com
mais detalhes abaixo.
1
23
4
5 6
7
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MIGALHAS
[migalha 1 ]
19
[migalha 2 ]
[migalha 3 ]
20
[migalha 4 ]
[migalha 5 ]
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[migalha 6 ]
[migalha 7 ]
22
[migalha 8 ]
[migalha 9 ]
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[migalha 10 ]
[migalha 11 ]
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[migalha 12 ]
[migalha 13 ]
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[migalha 14 ]
[migalha 15 ]
26
[migalha 16 ]
[migalha 17 ]
27
[migalha 18 ]
AFIRMAÇÕES
[ A ] O capitão da guarda traz ao colo a princesa Isabel.
[ B ] Papéis voam, jogados do balcão e trazem a palavra
“ACREDITO”.
[ C ] Papéis voam, jogados do balcão e trazem a palavra “ACEITO”.
[ D ] Seis peças de vidro compõem a parte superior de portas,
como é possível contar no primeiro da esquerda para a direita.
[ E ] Homens trajam uniformes de gala e chapéu, condizentes com
a importância e cerimônia do momento.
[ F ] O capitão da guarda traz ao colo a princesa D. Maria da Glória.
[ G ] A parte inferior da imagem, à direita, traz uma multidão
voltada para o balcão.
[ H ] As figuras femininas trazem luvas.
28
[ I ] Nota-se a figura do Imperador D Pedro I, trajando farda azul
de ombreiras e punhos dourados, calças claras e uma faixa
vermelha atravessada sobre o peito.
[ J ] Além do imperador, outras figuras masculinas estão em
destaque.
[ K ] Há duas figuras femininas ricamente vestidas; uma delas é a
Imperatriz Leopoldina.
[ L ] Ao fundo, num terceiro plano dessa metade da composição,
vê-se os morros do Pão de Açúcar e o Corcovado.
[M ] Vemos sete portas em formato de arco.
[ N ] Identificam-se construções ao fundo da imagem, atrás da
multidão e à frente de morros.
[ O ] Pessoas respondem aos gestos do balcão e os repetem;
balançam lenços e chapéus no ar para saudar o imperador.
[ P ] Jean-Baptiste Debret chegou ao Brasil em 1816 como
membro da Missão Artística Francesa, e permaneceu até 1831.
De volta à França, publicou entre 1834 e 1838 sua obra Viagem
Pitoresca e Histórica ao Brasil. A Aclamação de Dom Pedro faz
parte de uma série de obras do pintor retratando a família real,
cenas oficiais e momentos ilustres e representativos de seu poder.
[ Q ] Ao fundo, vê-se dois morros.
[ R ] Algumas pessoas portam guarda-chuvas.
[ S ] Panos com detalhes dourados ornamentam as portas que
separam o interior e o exterior do edifício.
[ T ] O imperador está rodeado majoritariamente por figuras
femininas e crianças.
[ U ] Destaca-se a bandeira símbolo do novo império, que traz as
29
cores verde e amarela e uma coroa rodeada pelos ramos de café e
tabaco.
[ V ] Jean-Baptiste Debret chegou ao Brasil, em 1816, como
membro da Missão Artística Holandesa, e permaneceu até 1821.
De volta à França, publicou entre 1834 e 1838 sua obra Viagem
Pitoresca e Histórica ao Brasil. A Aclamação de Dom João, é parte
de uma série de obras do pintor retratando a família real
portuguesa, cenas oficiais e momentos ilustres e representativos
de seu poder.
[W ] Uma multidão revoltada empunha bandeirolas e chapéus
agitados para demonstrar o descontentamento com o novo
governo.
[ X ] Sobressai no primeiro plano da imagem um grande balcão
ornamentado.
30
22b / Questão
Nesta tarefa, propomos às equipes o trabalho com um
instrumento que é muito importante para os historiadores:
analisar e compreender imagens, observando seus detalhes e
tirando conclusões a partir deles. Esta tarefa é composta por
TRÊS partes, ou seja, 3 imagens:
22a = Pintura a óleo “ “Aclamação de Dom Pedro I – Imperador
do Brasil” de Jean-Baptiste Debret, litografia publicada na França
em 1834.
22b = A fotografia “Manifestação durante a reunião da SBPC em
Salvador, 1981” de Juca Martins.
22c = O painel “Contestado - Terra Contestada”, 1985, de Hassis.
Em cada uma destas imagens, as equipes encontrarão
“números”. A tarefa consiste em associar estes números às frases
que preparamos e que aparecerão ao lado de cada parte
destacada na imagem. São frases que descrevem aspectos da
imagem. Cada número deve ser associado a uma única frase
(indicada por uma letra). Entretanto, as equipes encontrarão mais
frases do que números, ou seja, há frases que não serão
associadas a nenhum número.
Para visualizar detalhes da imagem você pode utilizar o zoom (as
lupas estão ao lado esquerdo das imagens). Ao clicar o cursor
sobre o número escolhido, abrirá uma página com todas as frases.
Escolha a mais pertinente e clique sobre ela. Deste modo, você
associou o número à frase. Faça isso para todos os números de
cada imagem.
ATENÇÃO: Ao clicar sobre uma frase ela é salva
AUTOMATICAMENTE EM RASCUNHO e mesmo que você saia da
página da Olimpíada e retorne depois, o rascunho estará salvo e
disponível, podendo ser alterado. Após ter associado todos
números às frases NESTA imagem, o botão “Entregar a Questão”
ficará disponível, assim não esqueça de confirmar esta parte de
31
sua tarefa, clicando no botão “Entregar a Questão”.
O envio da tarefa 22 ocorre SEPARADAMENTE para cada imagem
[22a, 22b e 22c], assim quando a equipe clicar em “Entregar a
Questão” envia as respostas para uma imagem. Após clicar em
“Entregar a Questão” nenhuma alteração poderá ser feita. Por
isso só clique em “Entregar a Questão” após ter certeza de que
todos números às frases na imagem é o que sua equipe deseja
entregar.
Um pouquinho de calma e muita atenção são importantes para o
sucesso desta atividade.
Bom trabalho a todos.
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IMAGEM COM AS MIGALHAS
Para uma versão em alta resolução acesse o site, para cada migalha abaixo você encontra imagens com
mais detalhes abaixo.
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MIGALHAS
[migalha 1 ]
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[migalha 2 ]
[migalha 3 ]
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[migalha 4 ]
[migalha 5 ]
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[migalha 6 ]
[migalha 7 ]
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[migalha 8 ]
[migalha 9 ]
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[migalha 10 ]
[migalha 11 ]
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[migalha 12 ]
[migalha 13 ]
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[migalha 14 ]
[migalha 15 ]
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AFIRMAÇÕES
[ A ] Três crianças seguem à frente na passeata.
[ B ] A denúncia contra a violência policial fazia parte da pauta dos
manifestantes.
[ C ] Ummenino parece assoviar, possivelmente marcando o ritmo
da marcha.
[ D ] Um dos manifestantes está usando uma camisa preta com
letras brancas na qual se lê “ISABEL, a redentora”: 13 de maio,
Dia da Abolição.
[ E ] Há a presença de automóveis estacionados na via em que os
manifestantes se movem.
[ F ] A folclorização da cultura negra é criticada na manifestação.
[ G ] Uma menina segue na primeira fila do plano fotográfico.
[ H ] Três meninas seguem à frente na passeata.
[ I ] Um homem sem camisa, com uma bolsa a tiracolo e uma faixa
na cabeça, segura com suas duas mãos papéis, que
provavelmente apresentam a pauta de reivindicações.
[ J ] A observação dos pés dos manifestantes permite verificar
que o registro fotográfico foi feito em ummomento de
deslocamento do grupo.
[ K ] A foto de Juca Martins registra uma manifestação dos
movimentos negros (principalmente de membros do Movimento
Negro Unificado) dentro do campus da Universidade Federal da
Bahia-UFBA, em Ondina, Salvador, onde estava sendo realizada a
Reunião Anual da SBPC, no período de 8 a 15 de julho de 1981.
[ L ] À direita, em um cartaz, é possível ler: “Memorial Zumbi.
Parque histórico cultural. Por uma cultura de libertação”.
41
[M ] Ao lado dos manifestantes seguem carros, sendo um deles
de trio elétrico, animando a multidão.
[ N ] Um cartaz pede o fim da ditadura militar em vigência no país.
[ O ] Um homem traz em seu braço esquerdo papéis que
possivelmente são panfletos a serem distribuídos na passeata.
[ P ] Dois cartazes pautavam e reivindicavam uma revisão do
ensino da história do Brasil de modo a incluir a experiência negra,
o que só viria a se concretizar décadas mais tarde, com a Lei
10.639/2003.
[ Q ] A foto de Juca Martins registra uma manifestação dos
movimentos negros (principalmente de membros do Movimento
Negro Integrado - MNI)dentro do campus da Universidade
Federal da Bahia-UFBA, em Sobral, Salvador, onde estava sendo
realizada a Reunião Regional Anual da SBPC, no período de 8 a 15
de julho de 1981.
[ R ] A frase “Por uma ciência a serviço dos trabalhadores e das
etnias oprimidas” estampa um dos cartazes da manifestação.
[ S ] A observação dos pés dos manifestantes permite verificar
que o registro fotográfico foi feito em ummomento em que eles
estavam parados.
[ T ] Um dos manifestantes está usando uma camisa preta com
letras brancas na qual se lê “ZUMBI: 20 de novembro, Dia
Nacional da Consciência Negra.”
[ U ] Homens e mulheres marchavam reivindicando direitos.
[ V ] No meio da multidão um homem carrega uma faixa pedindo a
libertação de Nelson Mandela.
[W ] O apoio à ação policial fazia parte da pauta dos
manifestantes.
42
22c / Questão
Nesta tarefa, propomos às equipes o trabalho com um
instrumento que é muito importante para os historiadores:
analisar e compreender imagens, observando seus detalhes e
tirando conclusões a partir deles. Esta tarefa é composta por
TRÊS partes, ou seja, 3 imagens:
22a = Pintura a óleo “ “Aclamação de Dom Pedro I – Imperador
do Brasil” de Jean-Baptiste Debret, litografia publicada na França
em 1834.
22b = A fotografia “Manifestação durante a reunião da SBPC em
Salvador, 1981” de Juca Martins.
22c = O painel “Contestado - Terra Contestada”, 1985, de Hassis.
Em cada uma destas imagens, as equipes encontrarão
“números”. A tarefa consiste em associar estes números às frases
que preparamos e que aparecerão ao lado de cada parte
destacada na imagem. São frases que descrevem aspectos da
imagem. Cada número deve ser associado a uma única frase
(indicada por uma letra). Entretanto, as equipes encontrarão mais
frases do que números, ou seja, há frases que não serão
associadas a nenhum número.
Para visualizar detalhes da imagem você pode utilizar o zoom (as
lupas estão ao lado esquerdo das imagens). Ao clicar o cursor
sobre o número escolhido, abrirá uma página com todas as frases.
Escolha a mais pertinente e clique sobre ela. Deste modo, você
associou o número à frase. Faça isso para todos os números de
cada imagem.
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ATENÇÃO: Ao clicar sobre uma frase ela é salva
AUTOMATICAMENTE EM RASCUNHO e mesmo que você saia da
página da Olimpíada e retorne depois, o rascunho estará salvo e
disponível, podendo ser alterado. Após ter associado todos
números às frases NESTA imagem, o botão “Entregar a Questão”
ficará disponível, assim não esqueça de confirmar esta parte de
sua tarefa, clicando no botão “Entregar a Questão”.
O envio da tarefa 22 ocorre SEPARADAMENTE para cada imagem
[22a, 22b e 22c], assim quando a equipe clicar em “Entregar a
Questão” envia as respostas para uma imagem. Após clicar em
“Entregar a Questão” nenhuma alteração poderá ser feita. Por
isso só clique em “Entregar a Questão” após ter certeza de que
todos números às frases na imagem é o que sua equipe deseja
entregar.
Um pouquinho de calma e muita atenção são importantes para o
sucesso desta atividade.
Bom trabalho a todos.
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IMAGEM COM AS MIGALHAS
Para uma versão em alta resolução acesse o site, para cada migalha abaixo você encontra imagens com
mais detalhes abaixo.
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MIGALHAS
[migalha 1 ]
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[migalha 2 ]
[migalha 3 ]
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[migalha 4 ]
[migalha 5 ]
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[migalha 6 ]
[migalha 7 ]
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[migalha 8 ]
[migalha 9 ]
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[migalha 10 ]
[migalha 11 ]
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[migalha 12 ]
[migalha 13 ]
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[migalha 14 ]
[migalha 15 ]
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[migalha 16 ]
[migalha 17 ]
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[migalha 18 ]
[migalha 19 ]
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AFIRMAÇÕES
[ A ] Três soldados à frente da locomotiva remetem ao
construtivismo russo, movimento estético-político que entendia a
arte como parte do cotidiano.
[ B ] A assinatura do artista e a data da finalização da obra estão
presentes na imagem.
[ C ] A fé cristã pode ser identificada por meio de crucifixos e
outros símbolos.
[ D ] Entre os mortos há mulheres e crianças.
[ E ] A maioria das personagens representadas é masculina.
[ F ] Mulheres e crianças estão retratadas em vários momentos da
narrativa proposta pelo painel.
[ G ] A obra é formada por 7 painéis que narram diversos aspectos
do conflito conhecido como Guerra do Contestado.
[ H ] Um membro de uma ordem religiosa é identificado emmeio
aos populares; suas vestes sugerem ser ele um franciscano.
[ I ] Troncos de árvores cortadas indicam a devastação da floresta
naquele contexto.
[ J ] Há distinção entre grupos: uns usam a cor ocre,
provavelmente representando os soldados, enquanto outros
usam branco, provavelmente os beatos e fiéis envolvidos no
conflito.
[ K ] Armas de fogo e armas brancas, como facas e facões,
compõem os armamentos dos envolvidos.
[ L ] Armas e ferramentas de trabalho presentes na imagem
permitem identificar a relação entre o conflito e a questão da
terra.
56
[M ] Uma locomotiva ladeada por duas mãos e raios flamejantes
traz uma crítica à chegada do comunismo - identificado pela cor
vermelha na imagem - ao sul do país.
[ N ] Nos corpos e nos rostos das figuras representadas é possível
identificar sofrimento e martírio.
[ O ] Pessoas carregando seus pertences aludem à expulsão da
população local de seus lugares de origem ou moradas.
[ P ] Figuras desumanizadas representam os “soldados” da
ferrovia.
[Q ] Indivíduos com trouxas de roupas representam amigração de
retirantes nordestinos, fugindo da seca, para trabalhar na ferrovia.
[ R ] Em uma das cenas vemos o embate entre os soldados -
retratados em ocre - e os beatos - vestidos de branco - liderados
por Antônio Conselheiro.
[ S ] Os mortos na imagem são identificados pela cor verde de
seus corpos.
[ T ] Na mesma narrativa visual vemos misturados símbolos de fé
e da violência.
[ U ] A araucária, vegetação característica da região em que
aconteceu o conflito, está presente na imagem.
[ V ] As árvores cortadas demonstram o descaso com a ecologia
por parte da população local, especialmente os beatos.
[W ] O painel, “O Contestado – Terra Contestada” (1985), do
artista curitibano Hiedy de Assis Corrêa – conhecido como Hassis
–, é composto por pintura em acrílico sobre eucatex, com 36
metros quadrados. Apresenta uma narrativa dos conflitos
ocorridos na fronteira entre o Paraná e Santa Catarina no início do
século XX.
57
[ X ] A locomotiva está ladeada por mãos ameaçadoras que
lançam raios - uma crítica à forma de avanço da ferrovia.
58
Documentos
Documento 027
Para lei escolar do Império, meninas tinham
menos capacidade intelectual que meninos
A primeira grande lei educacional do Brasil, de 1827,
determinava que, nas “escolas de primeiras letras” do Império,
meninos e meninas estudassem separados e tivessem
currículos diferentes. Emmatemática, as garotas tinham
menos lições do que os garotos. Enquanto eles aprendiam
adição, subtração, multiplicação, divisão, números decimais,
frações, proporções e geometria, elas não podiam ver nada
além das quatro operações básicas. (...)
— A questão é se as meninas precisam de igual grau de ensino
que os meninos. Tal não creio. Para elas, acho suficiente a
nossa antiga regra: ler, escrever e contar. Não sejamos
excêntricos e singulares. Deus deu barbas ao homem, não à
mulher — discursou o senador Visconde de Cayru (BA).
A fala do Visconde de Cayru está guardada no Arquivo do
Senado, em Brasília. Antes de ser assinada pelo imperador
dom Pedro I e virar lei, a proposta que estruturava o ensino
primário do Brasil foi discutida e votada na Câmara e no
Senado. Os senadores travaram acalorados debates sobre qual
seria o currículo mais apropriado para as crianças do sexo
feminino nesse Brasil oitocentista.
No Senado, o Visconde de Cayru foi um dos defensores de que
o currículo de matemática das garotas fosse o mais enxuto
possível. Nas palavras dele, o “belo sexo” não tinha capacidade
intelectual para ir muito longe:
— Sobre as contas, são bastantes [para as meninas] as quatro
espécies, que não estão fora do seu alcance e lhes podem ser
de constanteuso na vida. O seu uso de razão é mui pouco
59
desenvolvido para poderem entender e praticar operações
ulteriores e mais difíceis de aritmética e geometria. Estou
convencido de que é vão lutar contra a natureza.
O senador Marquês de Caravelas (BA) fez uma argumentação
semelhante:
— Em geral, as meninas não têm um desenvolvimento de
raciocínio tão grande quanto os meninos, não prestam tanta
atenção ao ensino. Parece que a sua mesma natureza repugna
o trabalho árido e difícil e só abraça o deleitoso. Basta-lhes o
saber ler, escrever e as quatro primeiras operações da
aritmética. Se querem dar-lhes algumas prendas mais,
ensinem-lhes a cantar e tocar, prendas que vão aumentar a sua
beleza. O que importa é que elas sejam bem instruídas na
economia da casa, para que o marido não se veja obrigado a
entrar nos arranjos domésticos, distraindo-se dos seus
negócios.
(...)
Procurando provocar medo nos colegas, o Visconde de Cayru
insinuou que os estudos poderiam até mesmo corromper as
mulheres:
— Não nego que tem havido mulheres de capacidade varonil. A
história tem aplaudido as Aspásias, Cleópatras, Isabéis e
Catarinas, mas são raridades da espécie. Todavia, não foram
famosas emmoral. Modernamente têm aparecido mulheres
distintas na matemática. Torno a dizer, são raridades da
espécie. Tem havido mulheres que até se lançaram aomar da
política, especialmente depois da revolução da França [em
1789]. Não se têm visto bons resultados. Bastará nomear a
famosa inglesa Mary Wollstonecraft, que fez a obra Uma
Reivindicação pelos Direitos da Mulher. Ela foi condenada por
adúltera. Se formos nesse andar, não causará admiração que
também se requeira que as mulheres possam ir estudar nas
universidades, para termos grande número de doutoras.
A lei educacional de 1827 foi sancionada por dom Pedro I em
15 de outubro. Pela importância da norma, a data se tornaria,
60
em 1963, o Dia do Professor.
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Jornal Eletrônico ORIGEM: Ricardo Westin. Para lei escolar do Império,
meninas tinham menos capacidade intelectual que meninos. Agência Senado. Disponível em: 
https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/nas-escolas-do-imperio-menino-estudava-
geometria-e-menina-aprendia-corte-e-costura
[https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/nas-escolas-do-
imperio-menino-estudava-geometria-e-menina-aprendia-corte-e-costura]
https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/nas-escolas-do-imperio-menino-estudava-
geometria-e-menina-aprendia-corte-e-costura CRÉDITOS: Ricardo Westin / Agência do Senado
PALAVRAS-CHAVE: legislação, mulheres, história da educação
61
https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/nas-escolas-do-imperio-menino-estudava-geometria-e-menina-aprendia-corte-e-costura
https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/nas-escolas-do-imperio-menino-estudava-geometria-e-menina-aprendia-corte-e-costura
Documento 024a
Criança amarela 1
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: História em quadrinhos OBSERVAÇÃO: Agradecemos Monge Han (Eric Han
Schneider) por gentilmente ceder as imagens para uso na ONHB. ORIGEM:Monge Han (Eric Han
Schneider). Criança amarela, 2017. Disponível em:
https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt
[https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt]
https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt CRÉDITOS:Monge Han (Eric
Han Schneider) PALAVRAS-CHAVE: imigração, racismo
62
https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt
Documento 024b
Criança amarela 2
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: História em Quadrinhos OBSERVAÇÃO: Agradecemos Monge Han (Eric Han
Schneider) por gentilmente ceder as imagens para uso na ONHB. ORIGEM:Monge Han (Eric Han
Schneider). Criança amarela, 2017. Disponível em:
https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt
[https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt]
https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt CRÉDITOS:Monge Han (Eric
Han Schneider) PALAVRAS-CHAVE: imigração, racismo
63
https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt
Documento 024c
Criança amarela 3
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: História em quadrinhos OBSERVAÇÃO: Agradecemos Monge Han (Eric Han
Schneider) por gentilmente ceder as imagens para uso na ONHB. ORIGEM:Monge Han (Eric Han
Schneider). Criança amarela, 2017. Disponível em:
https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt
[https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt]
https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt CRÉDITOS:Monge Han (Eric
Han Schneider) PALAVRAS-CHAVE: racismo, imigração
64
https://twitter.com/mongehan/status/1089175547727568898?lang=pt
Documento 025
A epidemia de grippe e a defesa sanitaria do
Brazil
”Provindencias novas se impõem. O que existe emmateria de
hygiene administrativa, de assistencia publica, não pôde
satisfazer-nos. Fomos tão duramente provocados pela visita
esperada e não prevenida desse flagello, que já não ha mais
como restabelecer uma confiança que se perdeu.
(...) reconhecendo mesmo que na fatal emergência em que nos
achámos, a balburdia e a confusão eram inevitáveis, lastimo,
entretanto, que a Directoria Geral de Saúde Publica não
houvesse, em tempo, procurado obter informações exactas
sobre a marcha e os caracetres dessa doença, que vinha, de
ha muito, reinando epidemicamente em paizes europeus, e já
havia alcançado a costa d’Africa (...)
Ao irromperem aqui os primeiros casos, e mesmo dias depois,
reinava ainda em nossa repartição sanitaria a mesma
ignorancia máxima (...)
É igualmente lamentavel que se houvesse querido identificar
esta doença poteiforme , grave, lethal, pandêmica, com a
grippe nostras , isto é, com aquelle mal que o nosso povo se
habituou a denominar grippe e do qual se curava com
remédios caseiros.
Affirmou-se categoricamente que era impossivel evitar a
contaminação do paiz; que, por toda parte onde tem lastrado, a
grippe zomba dos recursos de prophylaxia de defesa.
Reconheço que, uma vez contaminada a cidade, dado o
caracter pandemico, e a facilidade de transmissão dessa
doença, mui difficil e talvez mesmo impossivel seria impedir
que ella se disseminasse pelos arrabaldes e pelo interior do
paiz, seguindo as vias internas de comunicação.
Duvidar, porém da efficacia, ou affirmar a fallencia dos
recursos de hygiene moderna, no tocante à importação por via
65
maritima, é, no meu fraco entender, um crime de
lesa-medicina.
Já não se admitte hoje em dia que germens pathogenicos se
conservem impunemente na atmosfera e alcancem grandes
distancias, levados pelo vento. Doença contagiosa,
transmittindo-se, muito provavelmente, por contacto de
individuo a individuo, a grippe hespanhola não teria chegado à
nossa terra, si medidas de rigor houvessem sido applicadas,
em tempo, contra todos os navios procedentes de portos
suspeitos ou contaminados.
Convenho na impossibilidade em que se encontrou a nossa
Directoria de Saúde Publica para evitar a entrada da doença,
visto como para tanto não estava apparelhada. Seja em virtude
de vicios de organização, já por mim apontados, seja por
fraqueza, desleixo ou má orientação dos seus dirigentes, o
facto é que, no momento, não dispunha ella dos recursos
indispensaveis a uma bôa defesa maritima. E mesmo que
quizesse, com toda bôa vontade e solicitude, não conseguiria
impedir a entrada da grippe, nem talvez a da cholera asiática,
do typho maculoso e da peste do oriente , si porventura
chegassem namesma occasião a um dos portos do Brazil.
Já tive ensejo (...) de dizer desta tribuna que a organização
sanitaria federal, feita com o intuito quase exclusivo de dar
combate à febre amarela no Rio de Janeiro, não podia mais
satisfazer-nos, tantos os vicios, deficiências e absurdos que
encerra.
Ao delinea-la, em 1903, OSWALDO CRUZ, convencido
intimamente de que na luta contra aquella doença, existente já
no Brazil, careciam completamente de valor as desinfecções
maritimas e terrestres, os lazaretose o isolamento hospitalar,
deixou em segundo plano estas medidas (...)
Não tendo procurado melhorar e ampliar os recursos que
dispunha não podia à Directoria Geral de Saúde Publica ter
evitado a entrada da influenza hespanhola. E ainda permitiu
entrasse ella em nossas plagas de braços dados com a cholera
asiática ou a peste levantina .
66
Uma vez contaminada a cidade, nenhum passo deram as
autoridades sanitárias para restringir a disseminação do mal,
nem siquer estabeleceram a notificação compulsoria, recurso
indispensável para poder acompanhar com segurança a
marcha da epidemia. Obsecadas pela convicção intima da
inutilidade de seus esforços, quedaram-se dias seguidos sem
nada fazer, para depois concentrarem sua acção em crear
postos de doentes, distribuir dietas e medicamentos e publicar
conselhos e receitas, com affirmações categoricas sobre o valor
desta ou daquela droga. E tudo isto sem escapar, por vezes, a
um ridiculo manifesto.
(...) a notificação [era o] meio unico de que dispunha a Saúde
Publica para saber quantas pessôas enfermaram, para seguir,
enfim, a marcha da doença. Em S. Paulo, a notificação foi feita
desde o primeiro dia da pandemia. Recebiamos aqui noticias
telegraphicas com as cifras exactas dos acometidos. No Rio de
Janeiro inventaram-se algarismos que nos faziam crer ter a
epidemia começado a declinar desde o principio; ainda não
attingira ella o seu fastigio e já se lhe annunciava o declinio,
porque as autoridades sanitárias, porque o Governo não
dispunham de elementos sufficientes de informação.
(...) No momento, de hygiene propriamente dita, nada se fez.
Directoria de Saúde Publica poz de lado todo seu armamento
hygienico para cuidar tão somente de assitencia publica, feita
às pressas e atabalhoadamente. Nemmesmo pôde isolar os
primeiros casos, porque o unico hospital de que dispunha, o de
S. Sebastião, que outr’ora, por ocasião dos surtos epidemicos
da febre amarella, tão assignalados serviços prestára, fora
inutilizado pela Saúde Publica, que o convertera
irreflectidamente em hospital de tuberculosos.
Razão de sobra me assistia, pois (...) quando ao iniciar este
discurso, affirmei que havíamos sido testemunhas de uma
quase fallencia de nossos serviços de hygiene e assistencia
publica.”
Ficha técnica
67
TIPO DE DOCUMENTO: Jornal ORIGEM: O Brazil-Medico. Revista semanal de medicina e cirurgia. Rio
de Janeiro, 14 de dezembro de 1918, ano XXXII, nº 50, pp. 396-397
Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=081272x&pesq=&pagfis=14391
[http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=081272x&pesq=&pagfis=14391]
http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=081272x&pesq=&pagfis=14391 . CRÉDITOS: O
Brazil-Medico GLOSSÁRIO: Caracetres:  palavra grafada incorretamente -  o correto é caracteres.
Prophylaxia (Profilaxia):  a parte da medicina que tem por objeto as precauções precisas para preservar
das doença.
Poteiforme : multiforme.
Nostras : nossas.
Arrabaldes: periferia da cidade.
Lazareto: estabelecimento para controle sanitário, onde são postas em quarentena as pessoas que,
chegadas a um porto ou aeroporto, podem ser portadoras de moléstias contagiosas.
Plagas: regiões, espaços do território.
Peste levantina/Peste do Oriente : Peste bubônica.
Ensejo: oportunidade, ocasião favorável.
Fastigio: ponto mais alto, cume. PALAVRAS-CHAVE: saúde pública, gripe espanhola, história da
medicina
68
http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=081272x&pesq=&pagfis=14391
Documento 026
Reclame
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Charge ORIGEM: Belmonte. Reclame. D. Quixote, n. 00251. Rio de Janeiro, 1
de março de 1922, p. 17. Disponível em:
http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=095648&pagfis=7654
[http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=095648&pagfis=7654]
http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=095648&pagfis=7654 CRÉDITOS: Belmonte
PALAVRAS-CHAVE:modernismo no brasil, movimentos artísticos
69
http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=095648&pagfis=7654
Documento 028
Retorno
Quanto tempo de nós foi tirado?
Quanto tudo que é nosso é negado?
Anos após ano tentaram
Mas olha pra nós, todos retornaram
Quanto tempo de nós foi tirado?
Quanto tudo que é nosso é negado?
Anos após ano tentaram
Mas olha pra nós, todos retornaram
Filhos da terra, de volta pra terra, todo canto do mundo é seu
lar
Nossa alma não grita mas berra,
Nosso canto é guerra que atravessa rio e mar
Não vão mais roubar, não vão mais ousar
Da história de um povo se apropriar
Cocar não é enfeite ou brinquedo,
Se exige respeito, repensa antes de usar
Não deixamos de ser o que somos por conta de um celular
São mais de 500 anos, que eles causam danos visando apenas
cédulas
Territórios originários e não fundiários, herança viva secular
Crença nas criança, o levante avança, trazendo vitória
incrédula
Querendo a pintura, querendo o sagrado
Querendo a cultura, querendo o legado
Não somos só figura pra ser estudado
Somos ruptura de colonizados
Feitos de bravura, não domesticado
Força que perdura, não catequizados
Eles captura, traz escravatura,
E nós é que tem que ser civilizado?
Dispenso elogio ”exótica”, homenagens racistas patéticas
70
Nossa presença além de estatística
Lógicas sexistas antiética
Sem tempo pra ser didática
Queremos a prática enfática que tanto se fala
Se ver por completo e não só objeto de sala de aula
Entre dor e trauma, história e drama
Carrego na alma das histórias a trama
De raiz nordeste como cajarana
Ceará agreste sem a raça ariana
Somos suçuarana , somos Sagarana
Na saga em busca e nada ofusca
A volta pra terra de Pindorama
(Pindorama)
Quanto tempo de nós foi tirado?
Quanto tudo que é nosso é negado?
Anos após ano tentaram
Mas olha pra nós, todos retornaram
Quanto tempo de nós foi tirado?
Quanto tudo que é nosso é negado?
Anos após ano tentaram
Mas olha pra nós, todos retornaram
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO:Música ORIGEM: Composição: Souto MC
Intérprete: Souto MC
Ano: 2019 CRÉDITOS: Souto MC GLOSSÁRIO: Cajarana: fruta encontrada nas regiões Norte e
Nordeste do Brasil.
Suçuarana: felino de médio porte encontrado nas Américas, também conhecido como “onça-parda” ou
“puma”.
Sagarana: livro de contos publicado por Guimarães Rosa em 1946, cujo título é composto pela palavra
dos mitos germânicos “saga” e pelo sufixo tupi-guarani “rana” (semelhante). Histórias que se
assemelham às sagas.
Pindorama: designação dada ao Brasil por parte dos povos originários, mais precisamente pelos
habitantes dos Andes e dos Pampas. PALAVRAS-CHAVE: indígenas, ocupação do território, música
71
Documento 029
Inserções em circuitos ideológicos: Projeto
cédula, 1970 - 1976
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Cédulas ORIGEM: Cildo Meireles. Inserções em circuitos ideológicos: Projeto
cédula. 1970 - 1976. Disponível em:  https://artsandculture.google.com/asset/inseres-em-circuitos-
ideolgicos-projeto-cdulas/8gE9m4t21caEDw [https://artsandculture.google.com/asset/
inseres-em-circuitos-ideolgicos-projeto-cdulas/8gE9m4t21caEDw]
https://artsandculture.google.com/asset/inseres-em-circuitos-ideolgicos-projeto-
cdulas/8gE9m4t21caEDw CRÉDITOS: Cildo Meireles TÉCNICA: Carimbos de borracha sobre
cédulas. DIMENSÕES: 6,5 x 15 cm PALAVRAS-CHAVE: repressão estatal, arte contemporânea,
cédulas
72
https://artsandculture.google.com/asset/inseres-em-circuitos-ideolgicos-projeto-cdulas/8gE9m4t21caEDw
https://artsandculture.google.com/asset/inseres-em-circuitos-ideolgicos-projeto-cdulas/8gE9m4t21caEDw
Documento 030
Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto
Cédula. 2013.
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Cédulas ORIGEM: Cildo Meireles, Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto
Cédula. 2013 [1970-2013]. Disponível em: 
http://revistacarbono.com/artigos/04carbono-entrevista-cildo-meireles/attachment/cildo-amarildo-1/
[http://revistacarbono.com/artigos/04carbono-entrevista-cildo-meireles/
attachment/cildo-amarildo-1/]
http://revistacarbono.com/artigos/04carbono-entrevista-cildo-meireles/attachment/cildo-amarildo-1/
CRÉDITOS: Cildo Meireles PALAVRAS-CHAVE: repressãoestatal, cédulas, arte contemporânea
73
http://revistacarbono.com/artigos/04carbono-entrevista-cildo-meireles/attachment/cildo-amarildo-1/
http://revistacarbono.com/artigos/04carbono-entrevista-cildo-meireles/attachment/cildo-amarildo-1/
Documento 031
Inserções em Circuitos Ideológicos. 2018.
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Cédulas ORIGEM: Cildo Meireles. Inserções em Circuitos Ideológicos. 2018
[1970 - 2018]. Disponível em:  https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1645130369734518-cildo-
meireles-expoe-150-obras-no-sesc-consolacao [https://fotografia.folha.uol.com.br/
galerias/1645130369734518-cildo-meireles-expoe-150-obras-no-sesc-consolacao]
https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1645130369734518-cildo-meireles-expoe-150-obras-no-
sesc-consolacao CRÉDITOS: Cildo Meireles PALAVRAS-CHAVE: cédulas, arte contemporânea,
violência
74
https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1645130369734518-cildo-meireles-expoe-150-obras-no-sesc-consolacao
https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1645130369734518-cildo-meireles-expoe-150-obras-no-sesc-consolacao
Documento 032
Theatro Municipal
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Propaganga ORIGEM: Diário da Noite, n. 7844, São Paulo (SP), 10 de julho de
1950, p. 21. Disponível em:
http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=093351&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=18099
[http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=093351&pasta=ano%20195&pesq=
&pagfis=18099]
http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=093351&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=18099
CRÉDITOS: Teatro Municipal, Diário da Noite PALAVRAS-CHAVE: cultura, teatro municipal, são paulo
75
http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=093351&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=18099
http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=093351&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=18099
Documento 033
Racismo em São Paulo
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Jornal ORIGEM: Pequeno Jornal: Jornal Pequeno, n. 154, Recife (PE), 12 de
julho de 1950, p. 2. Disponível em:
http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=800643&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=82450
[http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=800643&pasta=ano%20195&pesq=
&pagfis=82450]
http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=800643&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=82450
CRÉDITOS: Pequeno Jornal: Jornal Pequeno PALAVRAS-CHAVE: cultura, racismo, são paulo
76
http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=800643&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=82450
http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=800643&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=82450
Documento 034
Inflação do ano chega a 1.764,86%
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Jornal ORIGEM: O Estado de S. Paulo, edição de 29 de dezembro de 1989, p.
1. Disponível em: https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19891229-35236-nac-0001-999-1-not
[https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19891229-35236-nac-0001-999-1-not]
https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19891229-35236-nac-0001-999-1-not CRÉDITOS: O
Estado de S. Paulo PALAVRAS-CHAVE: governo sarney, economia
77
https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19891229-35236-nac-0001-999-1-not
Documento 035
Autos da vila de Nossa Senhora da Assunção de
Benevente
Auto de Independência
[...] nesta vila de Nossa Senhora da Assunção de Benevente
Comarca da Província do Espírito Santo (...) declararam
solenemente a sua independência e que por ela protestarão
dar a vida por causa das Cortes de Portugal, pois todas as suas
máximas (...) eram a procurar toda a nossa infelicidade e nos
escravizar, e colonizar este Reino do Brasil, e por isso mesmo
desde já declamavam, (...) pois, que aquelas Cortes não
querem igualdade deles entre os brasileiros [...].
Auto de Aclamação
Ano de nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil
oitocentos e vinte dois, aos doze dias domês de outubro do dito
ano nesta vila de Nossa Senhora da Assunção de Benevente
Câmara da Capitania do Espírito Santo, nas casas da Câmara
paço do Conselho, onde estava o presidente do Senado o
Capitão Antonio Rodrigues Cardoso, e os mais vereadores e
Procurador do conselho abaixo assinados, o reverendo pároco
desta freguesia, sargento-mor, capitães, e mais Povo desta vila,
e todos unanimemente disseram que visto termos declarado
nossa independência, e se ter nomeado o deputado para a
Assembleia Geral Constituinte, e Legislativa do Brasil, era
forçoso (ilegível) quem faça executar as leis que os nossos
deputados iam deferir, e por isso desde já aclamaram por
primeiro Imperador do Brasil ao Senhor Dom Pedro Primeiro
hoje príncipe regente e defensor perpétuo do Brasil por contar
unanime do mesmo Povo, com declaração que o mesmo
senhor prestará previamente o juramento solene, de jurar,
guardar, manter, e defender, a Constituição política que fizer
78
Assembleia Geral constituinte do Brasil, que todos lhe
prometeram dar seu sangue, para a defesa da nossa
independência, e monarquia brasileira; e logo todos por
repetidas e numerosas vezes, bradaram como vivas seguintes
– viva a nossa santa religião – viva a independência do Brasil –
viva a Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Brasil –
viva o Imperador Constitucional do Brasil o Senhor Dom Pedro
Primeiro – viva a Imperatriz do Brasil (...) – viva o Povo
constitucional do Brasil de que de tudo para
constarmandarem lavrar esta ata comque todos assinaram [...]
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Documento legal ORIGEM: Autos da vila de Nossa Senhora da Assunção de
Benevente, outubro de 1822. Arquivo Nacional. Série Interior Idd 9 – 607. Rio de Janeiro. In: Rodrigo da
Silva Goularte. Portos e Sertões: a província do Espírito Santo e a emancipação da América Portuguesa
(1815-1825). 2015. 220 p. Tese (Doutorado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências
Humanas e Filosofia. Niterói, RJ. Disponível em: https://www.historia.uff.br/stricto/td/1757.pdf
[https://www.historia.uff.br/stricto/td/1757.pdf]
https://www.historia.uff.br/stricto/td/1757.pdf CRÉDITOS: Arquivo Nacional/Rodrigo da Silva Goularte
PALAVRAS-CHAVE: atores políticos, celebrações, independência
79
https://www.historia.uff.br/stricto/td/1757.pdf
Documento 036
Um negócio de alto risco: roubo, pirataria e
morte no tráfico
Uma das principais características dos negócios negreiros era
o risco. Todas as etapas da circulação dos escravos, desde as
trocas realizadas na esfera africana até aquelas que, efetuadas
no Brasil, ensejavam o consumo final da mercadoria humana,
enfrentavam enormes perigos, visto ter sido o cativo um bem
altamente requerido e constantemente exposto à morte.
O risco tinha início na própria África, a partir do momento em
que, prisioneiro ou oferecido em tributo, o escravo chegava às
mãos dos mercadores nativos. Havia, de início, as mortes
durante o longo trajeto entre as zonas da captura no interior e
a costa africana, que somavam às ocorridas durante a espera
nos barracões e portos. Joseph Miller (...) afirma que
provavelmente 40% dos negros escravizados em Angola
pereciam durante o deslocamento até o litoral, onde outros
10% ou 20%morriam antes de serem embarcados. Em geral,
pois cerca da metade do contingente de cativos poderia
perecer ainda em solo africano (...)
Os mercadores de almas ainda sofriam freqüentes roubos
durante as longas jornadas entre o interior e os portos
africanos (...) Nestes últimos, nos barracões onde os cativos
ficavam concentrados à espera de embarque, ou mesmo nas
próprias embarcações – ancoradas às vezes por semanas ou
meses, à espera de completar a lotação – também havia a
possibilidade de perda (...)
Durante a etapa marítima, mais do que em qualquer outra,
aumentavam os riscos dos traficantes estabelecidos no Rio. A
perda da mercadoria humana através da ação corsária ou
mesmo do naufrágio era possibilidade sempre presente em
qualquer tipo de operação mercantil marítima, importando
menos a natureza da mercadoria do que seu valor enquanto
80
presa. Não se deve esquecer, porém, que o escravo constituía
umamercadoria literalmente perecível, dado constantemente
levado em conta pela ação empresarial.
Umavez no mar, o primeiro perigo era a subtração da
mercadoria humana por piratas (...)
Problema antigo, o corso não atingia somente os traficantes de
escravos. Sua freqüência podia chegar a níveis tão altos que,
muitas vezes, aos comerciantes não restava alternativa senão
recorrer à proteção do Estado. Foi o que fizeram os
mercadores lisboetas, em 1761, quando solicitaram ao
Conselho de Estado a organização de uma armada para a
defesa dos navios e frotas do Brasil, constantemente atacadas
por naus mouras e holandesas (...)
O naufrágio era, por definição, outro tipo de risco marítimo.
Suas causas deitavam-se ao acaso, que punha homens e
equipamentos frente uma natureza por vezes volúvel, e a erros
de comando e de cálculo. Parece ter sido grande o número de
naus idas a pique, mas mesmo assim os prejuízos dependiam
dos caprichos de Netuno. (...)
Logo depois do corso eram as mortes durante a travessia
oceânica as que mais diretamente atingiam os traficantes do
porto do Rio de Janeiro. Mortandades freqüentes no tempo,
mas extremamente variáveis em cada expedição (...)
Pode-se imputar as mortes a bordo a fatores como a escassez
de alimentos e água, maus tratos, superlotação e até mesmo ao
medo, que minava a resistência física, moral e espiritual de
contingentes muitas vezes fatigados prisioneiros de guerra.
Havia, porém, o próprio tráfico enquanto veículo de
aproximação e contágio entre esferas microbianas distintas,
cujos resultados, mesmo quando tendenssem à acomodação a
médio e longo prazos, traduziam-se de imefiato emmortes (...)
Em todos os períodos [1795-1811 e 1821-1830] perdiam-se
quase três vezes mais escravos entre os cativos embarcados no
Índico do que na área congo-angolana, fato perfeitamente
explicável pela duração da travessia: enquanto os negreiros
provenientes desta última região levavam de 33 a 40 dias no
81
mar até o Rio de Janeiro, os daquela podiam navegar até 76
dias.
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Texto acadêmico OBSERVAÇÃO: Nossa homenagem ao historiador Manolo
Florentino (1958-2021), professor aposentado do Instituto de História da UFRJ e do seu Programa de
Pós-Graduação em História Social (PPGHIS/UFRJ).  ORIGEM:Manolo Florentino. Em costas negras:
uma história do tráfico de escravos entre a África e o Rio de Janeiro (séculos XVIII e XIX). São Paulo:
Companhia das Letras, 1997, pp. 140-146. CRÉDITOS:Manolo Florentino PALAVRAS-CHAVE: rio
de janeiro, tráfico negreiro, áfrica
82
	Introdução
	Questões
	12 / Questão
	13 / Questão
	14 / Questão
	15 / Questão
	16 / Questão
	17 / Questão
	18 / Questão
	19 / Questão
	20 / Questão
	21 / Questão
	22a / Questão
	22b / Questão
	22c / Questão
	Documentos
	027: Para lei escolar do Império, meninas tinham menos capacidade intelectual que meninos
	024a: Criança amarela 1
	024b: Criança amarela 2
	024c: Criança amarela 3
	025: A epidemia de grippe e a defesa sanitaria do Brazil
	026: Reclame
	028: Retorno
	029: Inserções em circuitos ideológicos: Projeto cédula, 1970 - 1976
	030: Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Cédula. 2013.
	031: Inserções em Circuitos Ideológicos. 2018.
	032: Theatro Municipal
	033: Racismo em São Paulo
	034: Inflação do ano chega a 1.764,86%
	035: Autos da vila de Nossa Senhora da Assunção de Benevente
	036: Um negócio de alto risco: roubo, pirataria e morte no tráfico

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