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MATERIAL 1 DIREITO CONSTITUCIONAL III SÃO JOSÉ.pdf 1 Curso: Direito Disciplina: Direito Constitucional III Prof. Msc. Marcelo Garcia Santana marcelogarciasantana@hotmail.com Material de apoio elaborado e fornecido pelo docente aos alunos da disciplina. Proibida e divulgação para o grande público. Uso privativo dos alunos das Faculdades São José inscritos na disciplina Direito Constitucional III 2015.2. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE – CONCEITOS OPERACIONAIS Espécies de Inconstitucionalidades. 1 - Inconstitucionalidade por ação (positiva) enseja a incompatibilidade vertical dos atos inferiores (leis ou atos do poder público) com a Constituição; 2 - Inconstitucionalidade por omissão (negativa) decorre da inércia legislativa na regulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada. 3 - Inconstitucionalidade formal verifica-se quando a lei ou ato normativo infraconstitucional contém vício de forma, ou seja, vício no seu processo legislativo. 3.1 - Inconst. formal orgânica – decorre da inobservância da competência legislativa para elaboração do ato. Ex. nos termos do art. 22, XI, compete à União legislar sobre trânsito e transporte. Assim, se o município invade a competência legislativa constitucional, a norma ou lei proveniente dessa invasão de competência padece de vício formal orgânico; 2 3.2 - Inconst. formal propriamente dita – decorre da inobservância do devido processo legislativo. É verdadeiro vício no procedimento de elaboração da norma, que pode ser verificado em dois momentos distintos; na fase de iniciativa e nas fases posteriores: 3.2.1 – Vício formal subjetivo – verifica-se na fase de iniciativa do processo legislativo. Ex. conforme art. 61, § 1º., I , é de iniciativa exclusiva do Presidente da República as leis que fixam ou modificam os efetivos das Forças Armadas. Ou seja, o Presidente da República é o responsável por deflagrar, dar início ao processo legislativo da referida matéria. Assim, se um Deputado Federal der início a esse processo legislativo, estaremos diante de vício formal subjetivo; 3.2.2 – Vício formal objetivo – será verificado nas demais fases do processo legislativo, posteriores à fase de iniciativa. Ex. Proposta de Emenda à Constituição – PEC votada com quorum diferente do previsto no art. 60, § 2º. 3.3 – Inconst. formal por violação a pressupostos objetivos da ato normativo – trata-se de requisitos essenciais para que o processo legislativo possa ou deva ser iniciado. Ex. Criação de município por Lei Estadual sem a observância do art. 18, § 4º. 4 - Inconstitucionalidade material Verifica-se quando a lei ou ato normativo, no que diz respeito à matéria, ao seu conteúdo, é incompatível com a Constituição. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 1 – Prévio ou Preventivo. É realizado durante o processo legislativo, pelos três poderes. – Pelo Legislativo: nas Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania das duas casas (Câmara dos Deputados e Senado Federal); – Pelo Executivo: veto pelo Chefe do Executivo de projeto de lei, por considerá-lo inconstitucional (veto jurídico) ou contrário ao interesse público (veto político). - Pelo Judiciário: controle difuso. Mandado de Segurança impetrado por membro de uma das casas legislativas, diretamente no STF, para trancar o processo legislativo que ofende cláusulas pétreas e as próprias regras constitucionais do processo legislativo. O ato impugnado é o ato concreto da mesa da casa (presidente) que coloca em votação tal lei. Afronta ao Devido Processo Legislativo – art. 5º., LIV 2 – Posterior ou Repressivo. Já é realizado sobre a lei e, em regra, é apenas exercido pelo judiciário – controle jurisdicional - porém temos devidas exceções. a) Jurisdicional: No Brasil, o controle é misto – difuso e concentrado; b) Legislativo: Primeira hipótese – Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar – É de competência exclusiva do Presidente da República expedir 3 decretos e regulamentos para a fiel execução de lei – art. 84, IV. Portanto, ao Chefe do Executivo compete regulamentar uma lei expedida pelo Legislativo, e tal procedimento será feito através de decreto presidencial. Pois bem, se no momento de regulamentar a lei o Chefe do Executivo extrapolá-la, disciplinando além do limite nela definido, este “a mais” poderá ser afastado pelo Legislativo por meio de decreto legislativo, na forma do art. 49, V. Segunda hipótese – Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem dos limites de delegação legislativa – A Constituição atribuiu competência ao Presidente da República para elaborar a lei delegada, mediante delegação do Congresso Nacional, através de resolução, especificando o conteúdo e os termos da delegação – art. 68. Pois bem, se o Presidente da República extrapola os limites da aludida resolução, poderá o Congresso Nacional, através de decreto legislativo, sustar o ato que exorbitou dos limites da delegação, na forma do art. 49, V. Terceira hipótese – Na forma do art. 62, o Presidente da República poderá editar Medidas Provisórias em casos de relevância e urgência, devendo submetê-las ao Congresso Nacional para a elaboração da lei correspondente. Lembrando que, quando da publicação da MP, esta já tem eficácia jurídica e fática, surtindo efeitos na esfera material. Se o Congresso Nacional entende-la inconstitucional, estará realizando controle de constitucionalidade repressivo. c) Executivo: Entendimento antes do advento da CR 88 – Supremacia da Constituição - poderia deixar de aplicar a norma flagrantemente inconstitucional, determinando aos seus subordinados que não aplicassem a norma, pois o único legitimado para propositura da ação visando o controle concentrado era o Procurador Geral da República; Entendimento após o advento da CR 88 – inicialmente, a doutrina se comportou no sentido de entender que, com a ampliação dos legitimados para propositura de ADI (incluindo o Presidente da República, Governadores dos Estados e do DF), somente os prefeitos gozariam dessa prerrogativa. Essa tese mostrou-se complicada, ao passo que, em certa medida, acarretava maior atribuição de poderes aos chefes dos executivos municipais em detrimento dos estaduais e do próprio Presidente da República. Diante disso, a doutrina buscou outra justificativa, qual seja, com base no mesmo princípio da Supremacia da Constituição, aplicar a lei inconstitucional é o mesmo que negar a aplicação da própria constituição. Assim, entende-se pela possibilidade de descumprimento da lei flagrantemente inconstitucional. Único precedente do STF – Medida Cautelar em ADI 221/DF. Além disso, outro argumento baseia-se na assertiva de que um dos os efeitos das ações em controle concentrado é a vinculação dos demais órgãos do Poder Judiciário e do Poder Executivo (art. 102, § 2º.) e, ainda, com o advento da Súmula Vinculante, que, uma vez editada, vinculará a administração pública. 4 Controle Difuso. O Judicial Review – Controle Difuso • Finalidade: proteção de direitos subjetivos; • Órgãos competentes: todos os órgãos judicantes do Poder Judiciário; • Modo de provocação: via exceção ou defesa; • Modo de manifestação: via incidental; • Efeitos: • 1 - inter partes; • 2 - ex tunc - efeitos retroativos, sendo que o STF pode relativizar os efeitos tendo em vista a necessidade de proteção à segurança jurídica e interesse social (modulação), atribuindo efeitos ex nunc ou pro futuro.. Ex. de Modulação – RE 197.917 O STF reduziu o número de vereadores do Município de Mira Estrela de 11 para 9 e determinou que a decisão somente atingisse a próxima legislatura (pro futuro); • 3 - a declaração de inconstitucionalidade integra o relatório e a fundamentação da decisão, nunca o dispositivo; • 4 - faz coisa julgada formal, ou seja, a declaração de inconstitucionalidade incidenter tantum é analisada como questão prejudicial. O que faz coisa julgada material é a procedência ou improcedência do pedido. QUESTÃO PREJUDICIAL E COISA JULGADA FORMAL Ou seja, v.g, numa ação em que se discute a vigência ou não de determinado tributo, o autor pode, via de exceção e por questão prejudicial, argüir a inconstitucionalidade da lei que instituiu o referido tributo, visando, precipuamente, o desfecho favorável da ação. É importante não confundir questão preliminar (onde se verificam as condições da ação e os pressupostos processuais) com questão prejudicial (que está ligada ao campo do direito material e existe autonomamente à questão principal, de mérito, porém, a condiciona – é um antecedente lógico da questão principal; vale dizer, o juiz não tem como examinar o mérito sem antes examinar a questão prejudicial. É essencial para a composição do conflito de interesses. A questão prejudicial, quando suscitada no mesmo processo da questão principal (prejudicial interna) faz coisa julgada formal, sendo apenas analisada, mas não decidida (na acepção técnica da palavra) pelo juiz da causa. Nesse sentido, vejamos o art. 469 do CPC: Art. 469. Não fazem coisa julgada: I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença; III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo. 5 Declaração incidental e Ação Declaratória Incidental A problemática começa a surgir no que se refere à questão prejudicial externa. Vejamos o que dispõe os arts. 470, 5º. e 325 do CPC. Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a parte o requerer (arts. 5o e 325), o juiz for competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide. Art. 5o Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relação jurídica de cuja existência ou inexistência depender o julgamento da lide, qualquer das partes poderá requerer que o juiz a declare por sentença. Art. 325. Contestando o réu o direito que constitui fundamento do pedido, o autor poderá requerer, no prazo de 10 (dez) dias, que sobre ele o juiz profira sentença incidente, se da declaração da existência ou da inexistência do direito depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide (art. 5o). No caso de inconstitucionalidade, é impossível de se manejar a Ação declaratória incidental, por dois motivos: 1 – de ordem lógica, ao passo que a própria sistemática de controle difuso exclui a possibilidade da ação declaratória incidental. Caso fosse admitida, teríamos verdadeiro controle via ação direita, não por via de exceção ou defesa, eis que a questão prejudicial acabaria por ser decidida junto com o mérito, passando a integrá-lo para efeitos de coisa julgada material; 2 – a segunda, pela própria redação do art. 470 do CPC. Fica bastante claro que um dos requisitos para que a questão prejudicial seja julgada e integrada ao mérito é que o juiz seja competente em razão da matéria para analisá-la. A competência para se reconhecer a inconstitucionalidade como pedido principal no processo é do STF. Cláusula de reserva de plenário e Cisão funcional de competência. Assim determina o art. 97 da CR: Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. A inconstitucionalidade de qualquer ato normativo do Poder Público só pode ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão, emanada do órgão fracionário, em respeito à previsão constitucional. Esta verdadeira cláusula de reserva de plenário atua como verdadeira condição de eficácia jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via difusa. Procedimento para cisão funcional de competência – arts. 480 e seguintes, CPC. 6 Papel do Senado Federal no Controle difuso. Assim dispõe o art. 52, X, da CRFB/88: Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; AMPLITUDE DO ART. 52, X. Leis Federais, Estaduais, Distritais e Municipais; “NO TODO OU EM PARTE” No todo ou em parte, restritivamente em observância ao que decidiu o STF; EFEITOS erga omnes e ex nunc (não retroativos) O SENADO É OBRIGADO A SUSPENDER A EXECUÇÃO DA LEI? Conforme entende o STF, a resposta é não. Trata-se de discricionariedade política, tendo o Senado Federal liberdade para cumprir, ou não, o art. 52, X. Caso contrário, estaríamos diante de afronta ao princípio da Separação dos Poderes. A SÚMULA VINCULANTE TENDE A DISPENSAR O ART. 52, X, DE FORMA PRÁTICA CONTROLE CONCENTRADO Ação Direta de Inconstitucionalidade. Regulada pela Lei n.º 9.868/99. ADI – Legitimação Passiva. Art. 6º da Lei n.º 9.868/99. “ O relator pedirá informações aos órgãos ou autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Parágrafo único. As informações serão prestadas no prazo de 30 (trinta) dias contados do recebimento do pedido.” O legitimado passivo é o órgão ou a autoridade que editou a lei ou ato normativo. Ex. foi ajuizada ADI em face de lei federal. Legitimado passivo – congresso nacional e presidente da república (sanção). Ex. ADI contra Medida Provisória – presidente da república Ex. ADI contra lei estadual – assembléia legislativa e governador (sanção) O legitimado ativo não contesta a ação, apenas presta informações. Se não prestar informações em 30 dias, não há revelia. ADI – Amicus Curiae. 7 Art. 7º, § 2º, da Lei n.º 9.868/99 – “O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no artigo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades.” Ele é um terceiro interessado. Entidade ou órgão que representa um grupo da sociedade civil que será atingido pela decisão do Supremo. Porém, para justificar sua participação no processo, teremos que verificar a chamada pelo Supremo “REPRESENTATIVIDADE ADEQUADA” – o amicus curiae tem que representar o grupo atingido pela decisão. Ex. ADI em face de lei do Estado do Rio de Janeiro que, indiretamente, atinge os interesses do Paraná. O governador do Paraná pode ingressar no feito como amicus curiae. Pode ser pessoa jurídica de direito público ou privado. Pode apresentar MEMORIAIS, por meio de seu advogado e antes do julgamento e pode fazer SUSTENTAÇÃO ORAL, por meio de seu advogado. Pode ingressar no feito a qualquer tempo antes da decisão final. Não pode pedir concessão de medida cautelar e nem recorrer. ADI – Advogado-Geral da União. Art. 103, § 3º da CR/88 - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. Art. 8º da Lei n.º 9.868/99 - Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de quinze dias. Atua como CURADOR da norma impugnada: defensor da presunção de constitucionalidade da lei. Ajuizada a ação, o relator intimará o legitimado passivo para prestar informações. Prestadas as informações, o relator determinará a CITAÇÃO do AGU, o qual CONTESTARÁ em 15 dias o pedido do autor. O AGU Pode defender a tese de inconstitucionalidade da lei impugnada na ADI? Em regra não. Mas o STF flexibilizou esse entendimento. Ele pode defender a inconstitucionalidade da lei se já houver decisão do Supremo em sede de controle difuso de constitucionalidade, declarando a inconstitucionalidade daquela lei. ADI – Procurador-Geral da República. Art. 103, § 1º da CR/88 - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. Art. 8º da Lei n.º 9.868/99 - Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de quinze dias. Atua como FISCAL DA LEI: elabora parecer sobre a procedência ou improcedência da ação, não estando vinculado à defesa da constitucionalidade da lei impugnada. Prazo para manifestação de 15 dias. ADI – Medida Cautelar. Arts. 10 e 11 da Lei n.º 9.868/99. 8 Requisitos para concessão: Formais – voto da maioria absoluta, salvo no período de recesso, quando o relator poderá sozinho conceder a medida cautelar. Materiais – fumus boni iuris e periculum in mora EFEITOS: Suspensão da execução da lei, declarando cautelarmente que a lei é inconstitucional. Suspende com eficácia erga omnes; Suspende com efeitos ex nunc (regra) – a modulação dos efeitos somente poderá ocorrer com manifestação expressa na decisão; Efeito repristinatório (regra) – a modulação do efeito repristinatório somente poderá ocorrer com manifestação expressa na decisão (hipótese em que, com a declaração cautelar de inconstitucionalidade, a lei anterior, que fora revogada pela lei que está sendo objeto de ADI volta à vigência. Efeito Vinculante - vincula os demais órgãos do Poder Judiciário e a Administração Pública Direita e Indireta em todas as esferas; Denegação da Medida Cautelar – em tese não surte efeitos. O relator sozinho, então, pode denegar. Cabe Agravo Regimental para o Tribunal Pleno. ADI – Objeto. Leis ou atos normativos federais ou estaduais, incompatíveis com a CR/88: a) Posteriores à CR/88; b) Dotados de vigência; c) Considerados atos primários – inovam originariamente na ordem jurídica; d) que contêm preceitos genéricos e abstratos. Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. Objeto: descumprimento total ou parcial do dever de editar, nas esferas Federal e Estadual, um ato normativo para regulamentar uma norma constitucional de eficácia limitada. A ausência da lei ou por ela ser incompleta, viola a Constituição. OMISSÃO TOTAL – não temos lei. – Art. 37, VII – direito de greve dos servidores públicos. OMISSÃO PARCIAL – temos a lei, mas ela é incompleta, deficiente, pois não regulamenta de forma suficiente o comando constitucional. Art. 7, IV – salário mínimo. LEGITIMAÇÃO ATIVA – todos os legitimados da ADI. LEGITIMAÇÃO PASSIVA – órgão ou autoridade que detinha a legitimidade para edição da norma. ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO - O STF entende que o AGU não participa quando é caso de omissão total, pois não há lei para se defender a constitucionalidade. No caso de omissão parcial, o AGU deve participar. É citado para atuar como na ADI (contestação). O relator poderá solicitar sua manifestação - § 3º, art. 12-E. PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA - Atua como na ADI. EFEITOS: Julgada procedente a ADI por omissão, o STF não poderá suprir a omissão, pelo princípio da Separação de Poderes. O STF, caso seja omissão legislativa, dará 9 ciência ao poder competente para suprir a omissão. Ele não pode mandar o legislativo legislar, apenas avisa que o legislativo deve legislar. Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias. § 1o Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. MEDIDA CAUTELAR: Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. § 1o A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. Ação Declaratória de Constitucionalidade. Regulada pela Lei n.º 9.868/99 OBJETO – Declarar a constitucionalidade de Lei ou Ato normativo Federal. LEGITIMAÇÃO ATIVA – iguais aos legitimados da ADI. Lembrando que ela foi criada pela EC 3/93, onde se previu apenas quatro legitimados – Presidente da República, Mesa da Câmara, Mesa do Senado e o Procurador-Geral da República. Com a EC 45/2004, os legitimados passaram a ser iguais, afinal, são ações de sinais invertidos. Art. 103. LEGITIMAÇÃO PASSIVA – Não existe legitimado passivo. O STF entende que, como o autor pede a declaração de constitucionalidade, não há necessidade do órgão ou autoridade que editou a lei ou ato normativo preste declarações. Processo inquisitório. Tem legitimado ativo mas não tem legitimado passivo. Não há bilateralidade processual. CRÍTICA – Apesar de esse entendimento estar consagrado na Lei n.º 9.868/99, a ADC pode ser julgada improcedente e aí teremos a declaração de inconstitucionalidade num processo inquisitório e sem contraditório. CONDIÇÃO ESPECIAL DA AÇÃO – EXISTÊNCIA DA C J R – CONTROVÉRSIA JUDICIAL (ou jurisprudencial) RELEVANTE – o legitimado ativo deve comprovar a existência da CJR sob pena de se verificar falta de interesse de agir. Deve comprovar a CJR pois o pedido na ADC é que a lei seja declarada constitucional. Por que pedir a declaração de constitucionalidade diante da presunção de constitucionalidade? A presunção é relativa, pois admite prova em contrário. Então só existe interesse quando a presunção está abalada, com a presença da CJR. Com a declaração de constitucionalidade, a presunção se torna absoluta. 10 AMICUS CURIAE – O STF admite a participação embora a Lei n.º 9.868/99 não preveja. Ações de sinais invertidos. Interpretação analógica do art. 7, § 2º, da Lei n.º 9.868/99. ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO – Não participa – art. 103, § 3º da CR/88 – Mas por que ele não atua como CURADOR da norma defendendo a constitucionalidade da lei? Não há impugnação da norma, pois não há pedido de inconstitucionalidade. O legitimado ativo já está pedindo para que o STF declare a constitucionalidade da lei. CRÍTICA – A ADC pode gerar a inconstitucionalidade da lei – ações de sinais invertidos. PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA – Atua na ADC como FISCAL DA LEI, pois o art. 103, § 1º da CR/88 prevê que ele deve ser ouvido em todas as ações de constitucionalidade no SUPREMO e também não está vinculado, podendo opinar pela improcedência da ação, mesmo sendo ele o autor. MEDIDA CAUTELAR – art. 21 da Lei n.º 9.868/99. Concedida a medida cautelar, o STF confirma a constitucionalidade em caráter liminar, com efeito erga omnes e vinculante. O STF determina que os juízes suspendam o julgamento dos processos que envolvam a lei. Quorum idêntico ao da ADI em caso de concessão (maioria absoluta). ADFP - Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – Art. 102, § 1º, CRFB/88. • PARÂMETRO DO CONTROLE: PRECEITOS FUNDAMENTAIS DA CF • Interpretação jurisprudencial do STF: diferentemente das outras ações de controle concentrado, a ADPF somente poderá ser ajuizada tendo como parâmetro de controle as normas da Constituição da República que tratam de PRECEITOS FUNDAMENTAIS. O STF, com sua jurisprudência, vem definindo quais são esses preceitos. • Cláusulas Pétreas (art. 60, §4o, CF) • Princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII, CF) – expressão criada por Pontes de Miranda. • São princípios que, uma vez violados pelo estado membro, desencadeia-se uma resposta agressiva por parte da União, com a intervenção federal. • Princípios fundamentais (arts. 1o a 4o, CF) • Princípios gerais da atividade econômica (art. 170 CF) • OBJETO: • Atos do Poder Público em todas as esferas, leis ou atos normativos emanados pelo Poder Público em todas as esferas, anteriores ou posteriores 11 à Constituição de 1988, que venham ferir preceito fundamental da Constituição. CONDIÇÃO DA AÇÃO: O PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE (art. 4o, §1o, Lei 9882/99) • Art. 4o, §1o, Lei 9882/99: “Não será admitida argüição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.” LEGITIMAÇÃO ATIVA (art. 2o, inc. I, Lei 9882/99) LEGITIMADO PASSIVO (art. 6o, Lei 9882/99) • Art. 6o, Lei 9882/99: “Apreciado o pedido de liminar, o relator solicitará as informações às autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, no prazo de 10 (dez) dias.” AMICUS CURIAE (art. 6o, §2o, Lei 9882/99) • Art. 6o, §2o, Lei 9882/99: “Poderão ser autorizadas, a critério do relator, sustentação oral e juntada de memoriais, por requerimento dos interessados no processo.” Participação do ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO (art. 103, §3o, da CF e art. 5o, §2o, Lei 9882/99) • Atua como CURADOR da norma impugnada, ou seja, como defensor da presunção de constitucionalidade da lei ou do ato? Diferentemente das outras ações, o AGU será ouvido se houver pedido de medida liminar e se o Relator entender necessário. O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA (art. 103, §1o, da CF e art. 7o, § único, Lei 9882/99) • Art. 7, §único, Lei 9882/99: “O Ministério Público, nas argüições que não houver formulado, terá vista do processo, por 5 (cinco) dias, após o decurso do prazo para informações.” Esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou notória insuficiência das informações (art. 6o, §1o Lei 9882/99) • A Medida Cautelar (art. 5o, Lei 9882/99) Requisitos para concessão Efeitos da concessão: erga omnes e efeito vinculante determinação de que os juízes e Tribunais suspendam o andamento de processos ou efeitos de decisões judiciais, ou de 12 qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da ADPF, salvo se decorrentes de coisa julgada A DECISÃO DEFINITIVA DE MÉRITO (arts. 8o a 13, Lei 9882/99) DECISÕES JUDICIAIS? ADPF 101 sobre importação de pneus usados. Há várias decisões da Justiça Federal declarando a inconstitucionalidade das portarias e resoluções que proíbem a importação de pneus usados. O Presidente da República ajuizou a ADPF 101 contra essa interpretação judicial, visando a declaração de inconstitucionalidade dessa interpretação. Verifica-se que o ato do Poder Público que se questiona é decisão judicial (mais especificamente uma interpretação). O peculiar é que na mesma ADPF o Presidente da República pede, ao mesmo tempo, a declaração de constitucionalidade de todos os atos normativos que proíbem a importação de pneus usados. Norma Constitucional paradigmática – art. 225 da CR 88 – defesa do meio ambiente elevado a princípio geral da atividade econômica pelo art. 170, VI, da CR 88. Representação Interventiva Intervenção Federal provocada, dependendo de provimento de representação: Na 1ª hipótese, art. 34, VII, c/c art. 36, III, primeira parte – 2ª hipótese, art. 34, VI, primeira parte, c/c art. 36, III, segunda parte.
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