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10/11/2019 1 O Judiciário no Brasil • Justiças Especializadas – influência alemã a) Justiça Eleitoral b) Justiça do Trabalho c) Justiça Militar - Todas as Especializadas são Federais • Divisão da Justiça Comum entre Justiça Estadual e Justiça Federal (federalismo) – influência norte-americana 10/11/2019 2 Supremo Tribunal Federal • Criado em 1828 como Supremo Tribunal de Justiça: Tribunal de revisão e foro por prerrogativa • Controle de constitucionalidade: a) Representação Interventiva – Constituição de 1934 b) Representação de Inconstitucionalidade – EC 16/65 • Ampliação das competências – CF 1988 (art. 102, CF): originárias, recursais ordinárias e recursais extraordinárias. • Principais competências: controle concentrado de constitucionalidade (ADI, ADO, ADC e ADPF), infrações penais comuns do Presidente, Vice-Presidente, Deputados e Senadores, dentre outros; extradição; remédios constitucionais em face ou prol altas autoridades; recursos ordinários em remédios analisados por Tribunais Superiores; recurso extraordinário, em razão de violação constitucional • 11 Ministros – 2 Turmas com 5 membros; • Presidente só participa das sessões plenárias; • Presidente e Vice escolhidos para mandato de 2 anos em votação secreta; • Nomeados pelo Presidente da República; • Aprovação por maioria absoluta do Senado; • Cidadãos brasileiros natos; • Notável saber jurídico; • Reputação ilibada; • Entre 35 e 65 anos de idade; • Aposentadoria compulsória aos 75 anos; • Possibilidade de edição de Súmula Vinculante; • Podem responder por crime de responsabilidade – Senado. 10/11/2019 3 Conselho Nacional de Justiça • Criado pela EC 45/2004; • Controle externo do Poder Judiciário: • Funções principais: controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes; • Não tem função jurisdicional • 15 membros: Superior Tribunal de Justiça • Criado em 1988: uniformizar a jurisprudência da Justiça Comum • Tribunal Superior da Justiça Comum Estadual e Federal • Mínimo de 33 Ministros • Brasileiros natos ou naturalizados • Idade entre 35 e 65 anos • Reputação ilibada • Notório saber jurídico • Nomeados pelo Presidente após aprovação do Senado 10/11/2019 4 • Competências: originárias, recursais ordinárias e recursais especiais (art. 105) • Principais: crimes comuns de Governadores, alguns remédios contra atos Ministros de Estados e Comandantes de Forças Armadas, a maioria dos conflitos de competência, recurso de remédios constitucionais contra Tribunais Estaduais e Regionais e recursos especiais em face de Tribunais em razão de divergência na interpretação de lei federal Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais • 5 Tribunais – Cada Estado representa uma Seção Judiciária Sedes: 1ª Região: Brasília 2ª Região: Rio de Janeiro 3ª Região: São Paulo 4ª Região: Porto Alegre 5ª Região: Recife Atenção: EC 73/2013 criou novos 4 TRFs, mas foi suspensa pela ADI 5017 Imagem: Conselho da Justiça Federal 10/11/2019 5 • TRFs: - Mínimo de 7 Desembargadores - Idade entre 30 e 65 anos - Nomeados pelo Presidente da República - 1/5 provém da Advocacia e MP, com mais de 10 anos de atividade - 4/5 provém da Magistratura Federal, com 5 anos de carreira – lista de promoção antiguidade- merecimento • 1ª Instância - Magistrados Federais - Não há Comarcas, mas Subseções Judiciárias • Competências principais (art. 109, CF): - Interesse da União - Questões que envolvem Estados estrangeiros - Crimes federais - Competências específicas dos TRFs – art. 108, CF – ex: julgar os próprios juízes federais e remédios constitucionais em face de atos destes Tribunais de Justiça e Juízes Estaduais • Tribunais de Justiça - 2ª Instância da Justiça Comum Estadual - Cada Estado/DF possui um próprio - Auto-organização da Justiça Estadual – competências na CE - Mínimo de 7 Desembargadores - 1/5 – Advocacia e MP – 10 anos de atividade/carreira – lista sêxtupla do órgão é reduzida à tríplice – escolha do Governador - 4/5 – Magistrados Estaduais de carreira – promoção - lista de antiguidade e merecimento - Pode possuir Câmaras - descentralização 10/11/2019 6 • 1ª Instância: - Juízes Estaduais - Competência residual – o que não é das demais Justiças e nem de foro do TJ - Divisão em Comarcas • Importante: - Competência para representação de inconstitucionalidade em face de lei ou ato normativo estadual ou municipal por ofensa à Constituição do Estado, vedada a existência de um único legitimado (TJ) - Justiça Itinerante para audiências e demais atividades jurisdicionais - Varas especializadas para conflitos fundiários (Art. 126, CF) Justiça do Trabalho • Tribunal Superior do Trabalho (TST) – Tribunal Superior - Brasília • Tribunais Regionais do Trabalho – 2ª Instância • Juízes/Varas do Trabalho – 1ª Instância • Competência ampliada na EC 45: julgamento de ações oriundas das relações de trabalho, exceto servidores públicos 10/11/2019 7 • Tribunal Superior do Trabalho - 27 Ministros - 1/5 – Advogados e MPT, reputação ilibada e notório saber jurídico, e 10 anos de atividade/carreira - 4/5 – Juízes dos Tribunais Regionais, indicados pelo TST, entre 35 e 65 anos, escolhidos pelo Presidente e aprovados pelo Senado • Tribunais Regionais do Trabalho - 24 por todo o país - Pelo menos 7 Desembargadores - 1/5 – Advogados e MPT – mesmos requisitos – escolhidos pelo Presidente e aprovados pelo Senado - 4/5 – Juízes de carreira • Obs: - SP possui 2 TRTs - Há Estados que se unem para formar um TRT • Varas/Juízes do Trabalho: - 1ª Instância - Atuação monocrática • Competências: art. 114, CF • Justiça itinerante Imagem: TRT da 1ª Região 10/11/2019 8 Justiça Eleitoral • Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – Tribunal Superior – Brasília • Tribunais Regionais Eleitorais – 2ª Instância – Estados • Juntas Eleitorais e Juízes Eleitorais – 1ª Instância – Zonas • Não possui quadro próprio de Juízes – empresta de outras Justiças • Mandato de 2 anos, permitida uma recondução • Competências administrativas e jurisdicionais • Tribunal Superior Eleitoral - 7 Ministros, sendo: a) 3 Ministros do STF – eleição interna b) 2 Ministros do STJ – eleição interna c) 2 Advogados escolhidos pelo Presidente a partir de lista tríplice do STF - Todos continuam exercendo suas funções originais. Apenas os advogados não poderão atuar na seara eleitoral. - Presidente da Corte será um dos Ministros do STF - Corregedor-Geral será um dos Ministros do STJ 10/11/2019 9 • Tribunais Regionais Eleitorais - Um por Estado/DF - 7 Desembargadores, sendo: a) 2 Desembargadores do TJ da UF – eleição interna b) 2 Juízes do TJ da UF – eleição interna c) 1 Juiz ou Desembargador Federal do TRF respectivo – indicação TRF d) 2 Advogados, escolhidos pelo Presidente, dentre lista sêxtupla, com notório saber jurídico e reputação ilibada, e indicados pelo TJ - Um dos dois Desembargadores Estaduais será o Presidente e o outro o Vice-Presidente - Em Estado sede de TRF, o representante federal será Desembargador. Nos demais Estados será Juiz Federal • Juiz Eleitoral - Juiz Estadual que exerce jurisdição eleitoral por 2 anos - Responsável pela Zona Eleitoral - Competências jurisdicionais e administrativas - Atuação monocrática • Junta Eleitoral - Composta pelo Juiz Eleitoral e dois ou quatro cidadãos - Funções administrativas na apuração das eleições • Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais (art. 121, CF) 10/11/2019 10 Justiça Militar da União • Superior Tribunal Militar – STM – Brasília – Tribunal Superior • Auditorias Militares – 1ª Instância • Competência: processamento e julgamento dos crimes militares praticados por membros das Forças Armadas • Não há Tribunais Militar (2ª Instância) na JMU, mas apenas na JME • Superior Tribunal Militar - 15 membros vitalícios, todos escolhidos pelo Presidente e aprovados pelo Senado, sendo: a) 10 militares Oficiais Generais –3 da Marinha, 3 da Aeronáutica e 4 do Exército – todos brasileiros natos b) 5 civis – 3 advogados com reputação ilibada e notório saber jurídico, com mais de 10 anos de atividade e 2 dentre Juízes Auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar • Auditorias Militares – 1ª Instância - Pelo menos 1 Juiz Auditor - 12 Auditorias Militares no Brasil - Conselho Especial: julga Oficiais das Forças Armadas - Conselho Permanente: julga Praças das Forças Armadas 10/11/2019 11 Justiça Militar dos Estados • Tribunal de Justiça Militar ou Tribunal de Justiça – 2ª Instância - Só existirá TJM criado pelo próprio TJ quando o efetivo da polícia militar superar 20 mil componentes. Na inexistência do TJM, o próprio TJ fará a 2ª instância. - Apenas 3 Estados possuem TJM: São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul • Conselho de Justiça – 1ª Instância – duas formas de atuação: - Só o Juiz de Direito – monocraticamente – concursado ou do TJ - Colegiada – Juiz de Direito e Oficiais Militares • Do TJM ou TJ não cabe recurso para o STM • JME não julga civis, ao contrário da JMU • JME só julga policiais militares e corpo de bombeiros militar • JME não julga crimes dolosos contra a vida, crime de tortura e abuso de autoridade praticados por policiais militares contra civis Garantias do Poder Judiciário 10/11/2019 12 • Cabe ao STF propor Projeto de Lei Complementar para criação do Estatuto da Magistratura, conforme princípios do artigo 93. Principais: I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento (...); III - o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual (...); VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; X - as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; Garantias e Impedimentos dos Magistrados 10/11/2019 13 • Quanto ao exercício da docência pelos Magistrados (Resolução 34/2007 CNJ): a) deve haver compatibilidade entre os horários acadêmicos e o expediente forense; b) a função de magistério inclui cargos de orientação acadêmica, envolvidas com o planejamento pedagógico, bem como palestras, conferências, presidência de mesa, moderação, debatedor ou membro de comissão organizadora; c) é vedado o exercício de atividade administrativa em instituição de ensino, salvo nas escolas dos próprios Tribunais ou das associações dos juízes; d) o exercício de atividade docente deve ser comunicado ao órgão competente do Tribunal, indicando-se a instituição, o horário e a disciplina, por meio de sistema eletrônico; e) as regras se aplicam também para cursos preparatórios e pós-graduação; f) atividades de coaching e similares, destinadas à assessoria individual ou coletiva de pessoas, inclusive em preparação para concurso público, não se consideram como atividades docentes e são proibidas aos magistrados Por fim: • Resolução 10/2005 CNJ – veda a participação de juízes em tribunais desportivos e suas comissões disciplinares – STF MS 25.938 • Magistrado que deseje concorrer a cargo político deverá pedir exoneração até seis meses antes do pleito
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