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AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES DE ELIMINAÇÕES URINÁRIA E INTESTINAL NA TERAPIA INTENSIVA Professora: Viviane Cristina de Souza Menezes AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES DE ELIMINAÇÕES URINÁRIA E INTESTINAL NA TERAPIA INTENSIVA A enfermagem que atua em gerontologia deve prestar um cuidado perspicaz e integral ao paciente, que se caracteriza por apresentar uma condição de saúde. Outro ponto a ser analisado é a segurança do paciente, considerando-se que infecções do sistema urinário e alterações de eliminação. A prática cotidiana de uma avaliação efetiva das necessidades de eliminações vesicais e intestinais pode fornecer informações importantes sobre a condição clínica do paciente. Objetivos Descrever as características da urina normal e anormal; Listar os fatores que frequentemente interferem na eliminação urinária; Relacionar a manifestação de infecção do trato urinário (ITU) com o cateterismo vesical; Identificar ações de enfermagem para minimizar os riscos de infecção; Descrever a importância do balanço hídrico no contexto da lesão renal aguda (LRA) como complicação frequente na UTI; Reconhecer a anatomia e a fisiologia intestinal, bem como seu envolvimento na digestão e eliminação; Objetivos Identificar o processo de eliminação intestinal normal; Identificar os potenciais distúrbios do funcionamento intestinal na terapia intensiva, como constipação e diarreia; Articular os aspectos referentes ao histórico, exame físico, diagnóstico e às intervenções de enfermagem na eliminação intestinal. Assistência ao paciente e necessidade de eliminação Ao prestar cuidado ao paciente a enfermagem deve ponderar que o ambiente, com suas peculiaridades, pode afetar o indivíduo, dificultando eliminações espontâneas, o que pode ser justificado por algum tipo de constrangimento relacionado à: Exposição corporal; Necessidade de auxílio para realizar a tarefa; Perda de autonomia e privacidade; Restrição ao leito. Um dos fatores que deve ser considerado durante a avaliação do paciente é o histórico de enfermagem realizado no momento da internação, pois fornecerá informações sobre os hábitos de eliminação, além de proporcionar enfermagem uma visão geral sobre a história de vida do paciente, elucidando sobre aspectos sociais, culturais, ambientais, entre outros, que podem interferir na necessidade de eliminação. Assistência ao paciente e necessidade de eliminação Prestar assistência a partir da elaboração de diagnósticos relacionados às necessidades alteradas de eliminação, planejando as intervenções e as metas a serem atingidas, pode refletir em um cuidado de excelência, garantindo a segurança do paciente e menores riscos de efeitos adversos, como: Infecções; Lesões cutâneas; Distúrbios hídricos e eletrolíticos; Retenção urinária; Diarreia; Constipação; Translocação bacteriana. (passagem de bactérias e/ou produtos bacterianos (endotoxinas) com ruptura da barreira da mucosa intestina) Assistência ao paciente e necessidade de eliminação Necessidade de eliminação urinária A eliminação da urina é uma função básica do organismo, que, muitas vezes, não recebe atenção necessária. Quando eventualmente o sistema urinário não funciona bem, todos os outros sistemas são acometidos. A eliminação urinária depende da função dos rins, dos ureteres, da bexiga e da uretra. Os rins promovem a retirada dos resíduos de sangue, produzindo a urina, a qual é armazenada na bexiga até o surgimento do reflexo promotor da micção. A urina é excretada através da uretra e de todos os órgãos desse sistema, incluindo os nervos eferentes e aferentes da bexiga, que devem funcionar adequadamente para que a micção seja bem-sucedida. Características da urina A urina considerada normal tem aspecto transparente Geralmente, é mais concentrada pela manhã ou nos casos de consumo hídrico diminuído. O sangramento no trato urinário pode alterar a cor da urina, como é o caso do sangramento nos rins ou ureteres (urina escura) e na bexiga ou uretra (urina vermelho-vivo). Alguns medicamentos e alimentos também promovem alterações na cor da urina. A urina âmbar escurecida resulta de concentrações elevadas de bilirrubina, o que pode sinalizar um problema hepático. . Por sua vez, por conta da proteinúria, pacientes com doenças renais frequentemente apresentam urina turva e espumosa. Características da urina No caso de infecções, a urina pode ter aumento na consistência e turbidez, em razão da presença de bactérias e glóbulos brancos (leucocitúria), e cheiro característico — quanto mais concentrada, mais forte é, como no caso da urina que fica muito tempo parada, que apresenta odor de amônia (pacientes incontinentes). Nos diabéticos, o líquido pode ter odor doce ou frutado, em decorrência da presença de cetona. O mal cheiro frequentemente está associado aos casos de ITU. Alterações na eliminação urinária: síntese No ambiente hospitalar, as alterações na eliminação urinária tornam-se mais evidentes, podendo estar relacionadas a: Enfraquecimento da musculatura vesical; Alterações renais e prostáticas; Infecções ligadas ao pós-operatório no contexto de procedimentos cirúrgicos urológicos; Uso de anestésicos e analgésicos; Restrição hídrica; Internações de longa permanência,3 como é o caso de muitos pacientes idosos na clínica médica/cirúrgica e nas UTIs. Eliminação urinária em unidades Geriátricas Na geriatria, como nas outras unidades, sabemos o quão importante o controle e o cuidado com a diurese dos pacientes. Assim, quanto à eliminação urinária, é essencial a monitoração rigorosa, incluindo a frequência, o volume e as características da urina, bem como os sinais e sintomas de retenção ou incontinência urinária. Estimulação da diurese Nesse caso usaremos técnicas para estimular a diurese espontânea: Proporcionar ao paciente um ambiente tranquilo e confortável Respeitar o tempo Ligar a torneira já com o paciente posicionado no banheiro, ou barulho de cachoeira em paciente que se encontra no leito com uso de fralda/papagaio/comadre Fazer compressa com luva de procedimento ou bolsa morna na região pélvica Após a tentativa sendo ela positiva anotar aspecto, cor, quantidade, se contem ou não espuma No caso dos diabéticos terá a presença do cheiro cetonico (parecido com o cheiro de acetona) No caso de resposta negativa anotar e passar para o enfermeiro Sonda Vesical de Alívio A sonda vesical de alívio é um procedimento comum na área da saúde, utilizado para colher material para exame ou esvaziar a bexiga em casos de retenção urinária. Realizada por profissionais de enfermagem, a técnica exige atenção aos detalhes e cuidados específicos para garantir a segurança e conforto do paciente. HomeFundamentos de EnfermagemProcedimentos de EnfermagemSonda Vesical de Alívio: Procedimento e Cuidados Fundamentos de EnfermagemSonda Vesical de Alívio: Procedimento e Cuidados Marcus Vinícius Julho 16, 2023 A sonda vesical de alívio é um procedimento comum na área da saúde, utilizado para colher material para exame ou esvaziar a bexiga em casos de retenção urinária. Realizada por profissionais de enfermagem, a técnica exige atenção aos detalhes e cuidados específicos para garantir a segurança e conforto do paciente. Neste artigo, vamos explorar em detalhes o cateterismo vesical de alívio, abordando definição, objetivos, contraindicações e os passos a seguir ao realizar o procedimento em pacientes do sexo feminino e masculino. Definição do Cateterismo Vesical de Alívio O cateterismo vesical de alívio é um procedimento médico que consiste na introdução de uma sonda ou cateter estéril na uretra, seguindo até a bexiga, com a finalidade diagnóstica ou terapêutica. O cateterismo vesical de alívio é um procedimento médico que consiste na introdução de uma sonda ou cateter estéril na uretra, seguindo até a bexiga, com a finalidade diagnóstica ou terapêutica. Esse método é amplamente utilizado para coletar urina para exames laboratoriais ou esvaziar a bexiga quando há dificuldade de micção, aliviando a retenção urinária. Objetivos do Procedimento Osprincipais objetivos do cateterismo vesical de alívio são: Coletar material para exame laboratorial; Esvaziar a bexiga em caso de retenção urinária, promovendo alívio e evitando desconforto ao paciente. Contraindicações SVA Embora seja um procedimento relativamente seguro, há algumas contraindicações importantes para o cateterismo vesical de alívio. Ele não é recomendado em casos de: Obstrução mecânica do canal uretral; Uretrite; Hipertrofia prostática (necessário avaliação médica). Material Necessário Antes de realizar o procedimento, é fundamental reunir todos os materiais necessários para garantir a assepsia e a eficácia do processo: EPIs (avental, máscara cirúrgica, óculos de proteção e luvas estéreis); Biombo; Bandeja de cateterismo vesical esterilizada (contendo cuba rim, pinça para antissepsia, cuba redonda, gazes esterilizadas e campo fenestrado); Sonda uretral de alívio; Lidocaína gel 2%; Gaze estéril (caso necessário); Clorexidina degermante solução 2% ou aquoso 1%; Materiais para higiene íntima, se necessário (água e sabão). Cuidados de enfermagem SVA Observar o aspecto e a quantidade de urina drenada; Manter uma boa fixação da sonda, intercalando as fixações a cada troca; Realizar troca da fixação a cada 24 horas ou quando for necessário; Manter a bolsa coletora abaixo do nível da bexiga, para que a drenagem seja feita de forma adequada; Usar frasco de drenagem individual (1 para cada paciente); Sonda Vesical de Demora Em primeiro lugar, é um procedimento privativo do enfermeiro, no qual é introduzida a sonda pela uretra, seja ela feminina ou masculina e chega até a bexiga. Além disso, tem como objetivo realizar uma drenagem contínua de urina, utilizando um sistema fechado. CUIDADOS DE ENFERMAGEM svd Monitorização das queixas do paciente, do sistema de drenagem e das condições do sistema de drenagem; Utilização de técnica limpa para o manuseio do sistema de drenagem; Realização de coleta de urina para exames; Monitorização do balanço hídrico (ingesta e excreção de líquidos); Garantir que a bolsa coletora sempre esteja abaixo do nível da bexiga, prevenindo o retorno de urina; Realizar limpeza completa duas vezes ao dia ao redor do meato urinário; Realizar higiene íntima após evacuações; Manter a bolsa coletora presa no leito quando o paciente está acamado e presa ao cós da calça, quando o paciente está deambulando; Notificar o enfermeiro quando houver sinais de inflamatórios, presença de grumos no coletor, contaminação do tubo coletor, sangramento peri-uretral, dor e ardência na uretra. Anatomofisiologia intestinal Intestino é dividido em intestino delgado e intestino grosso. O intestino delgado é a maior parte do aparelho digestivo, estendendo-se desde o estômago até o intestino grosso. Ele consiste em três partes: duodeno, jejuno e íleo. Suas principais funções são completar a digestão da comida e absorver os nutrientes. O intestino grosso é a porção final do sistema digestório, estendendo-se desde a junção ileocecal até o ânus. Ele é responsável pela absorção de água, formação das fezes e eliminação dos resíduos da digestão. Hábitos de eliminação intestinal Os hábitos de eliminação intestinal variam entre os indivíduos, porém a regularidade da eliminação do conteúdo fecal está intimamente ligada ao funcionamento orgânico, uma vez que o sistema gastrintestinal é responsável por funções essenciais, como: Ingestão e digestão dos alimentos; Absorção de nutrientes, água e eletrólitos; Eliminação de dejetos. Problemas gastrointestinais em idosos É importante prestar atenção aos sintomas que o idoso apresenta, perguntar o que sente (no caso de idosos lúcidos) e agir rápido em caso de problemas. Isso pode facilitar diagnósticos de doenças graves, como um câncer de estômago ou intestino. Problemas digestivos A digestão é importante em nosso organismo, principalmente, para que todos os nutrientes dos alimentos sejam absorvidos pelo corpo. A saúde gastrointestinal também é fundamental para a manutenção da imunidade do organismo. Isso porque o sistema digestivo deve ser barreira para microrganismos patogênicos causadores de doenças, papel que só poderá ser desempenhado se o sistema gastrointestinal estiver em perfeito funcionamento. Como funciona o intestino do idoso? Um problema comum na população idosa está justamente na etapa inicial do processo digestivo: a mastigação. Redução da saliva, perda de dentes, redução da força da musculatura responsável pela mastigação, alteração nos reflexos da deglutição, tosse e redução da função motora do esôfago podem ocorrer. Digestão Essas alterações aumentam o risco de complicações como desnutrição, desidratação e infecções, causas comuns de queda na qualidade de vida, internações e óbitos nessa faixa etária. Nesses casos, deve-se evitar a ingestão de alimentos duros, de difícil mastigação, sendo preferida a dieta pastosa. Importante também ressaltar que mesmo os pacientes que possuem toda a dentição, para que tenham uma boa digestão será necessário mudanças em sua mastigação, exemplo: Não encher demais o talher com o alimento Mastigar muito o alimento E comer devagar sem pressa de acabar. Essas três dicas tende a melhor a digestão do alimento e proporcionado uma melhor absorção dos nutrientes. Além disso o tipo de dieta sendo ela liquida, pastosa ou geral deve ser pensada e elaborada de forma que ajude o trato gastrintestinal do idoso. Exemplo: ingestão fibras, frutas, vegetais e grãos integrais, não se esquecendo que com o consumo de fibras é necessário um aumento do consumo de líquidos de preferencia Água. Quais os principais cuidados de enfermagem na eliminação intestinal? Sensibilizar o paciente para nova forma de eliminação das fezes; Orientar para o autocuidado; Realizar limpeza da bolsa sempre que necessário (acima da metade do volume da bolsa); Observar flatulência na bolsa; Realizar troca, conforme rotina e tipo de bolsa. Orientar quanto à alimentação. ENEMA O ENEMA, ou lavagem intestinal, consiste na introdução controlada de líquido no reto com o objetivo de limpar o intestino grosso. Essa técnica é frequentemente utilizada para preparo intestinal pré-cirúrgico, diagnóstico de patologias gastrointestinais, alívio de constipação e administração de medicamentos. Indicações e Contraindicações Enema Entre as principais indicações do ENEMA estão a necessidade de esvaziamento intestinal antes de cirurgias ou exames, tratamento de constipação crônica, remoção de fezes impactadas e administração de medicamentos de forma direta no intestino. No entanto, é importante avaliar as contraindicações, como perfuração intestinal, sangramento retal ativo e obstrução intestinal especialmente nos Idosos. Cuidados de enfermagem no procedimento Enema Deixar o frasco de Enema a 45 cm do acima do reto. Manter próximo o lençol impermeável e móvel. Introduzir a sonda no reto 8 a 10 cm (adultos) após a lubrificação da mesma. Verificar a prescrição médica. Explicar ao paciente o procedimento. A colostomia é indicada em idosos em situações como: Câncer colorretal Defeitos congênitos Obstrução intestinal Doenças inflamatórias intestinais Diverticulite complicada IDOSO COM Colostomia Cuidados de enfermagem colostomia Estimular a participação ativa da pessoa com colostomia ou seu cuidador, durante execução dos procedimentos e cuidados de enfermagem; Realizar inspeção diária do estoma e região Realizar higiene do estoma, região periestoma e pele com água e sabão delicadamente, removendo fezes e demais resíduos, secando cuidadosamente; Realizar a higiene interna do coletor com água em pequena quantidade e sem pressão; Para realizar a troca da bolsa, é importante conhecer a durabilidade indicada pelo fabricante, e o ponto de saturação da placa, evitando o risco de descolamento e vazamentos; Realizar a retirada da bolsa preferencialmente no momento do banho devido à facilidade de descolar o adesivo, evitando danos na pele; Antes de inserir a bolsa, medir e recortar, ainda com o papel que protege a placa, o orifícioutilizando o mensurador de estomas adequado ao paciente; Com o recorte feito e a pele seca, retire o adesivo sobre a placa e aplique a bolsa diretamente na pele fazendo leve pressão em movimentos circulares em torno da flange da placa na área periestoma para uma melhor aderência. Caso seja necessário utilize um protetor cutâneo; Cuidados de enfermagem colostomia Inserir a bolsa preferencialmente com a abertura para baixo e fechar o fundo da bolsa coletora utilizando o clamp próprio; Orientar o esvaziamento da bolsa sempre que necessário ou quando atingir 2/3 do volume; Estimular o paciente a proceder a limpeza para lavar ou esvaziar o conteúdo fecal da bolsa, se possível, desprezando no vaso sanitário; Orientar exposição da pele ao redor do estoma ao sol da manhã (até as 10h), por 15 a 20 minutos, protegendo o estoma com gaze umedecida; Orientar sobre hábitos alimentares, atividade física e sexual; Orientar o paciente a levar um conjunto de placa e bolsa reserva junto com material de higiene quando sair; Estimular o paciente e família na reabilitação social, pois o autocuidado é imprescindível para o alcance da qualidade de vida. image1.png