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Alcalose e acidose.
O sangue humano é uma solução tamponada, ou seja, possui mecanismos que evitam que o
seu pH se altere muito. Um desses mecanismos ocorre quando o CO2, um produto terminal de
nosso metabolismo, dissolve-se no sangue e forma o seguinte equilíbrio químico:
CO2 + H2O ↔ H2CO3 ↔ H
+ + HCO3
-
Algumas situações podem fazer com que essa concentração se altere, principalmente
questões respiratórias. Por exemplo, quando uma pessoa tem enfisema pulmonar, pneumonia,
bronquite ou asma, ela pode passar por momentos em que a respiração é deficiente. Em virtude,
então, dessa hipoventilação, a transferência de CO2 para o exterior é reduzida e a sua concentração
aumenta no sangue, diminuindo o pH sanguíneo. 
Se o pH do sangue arterial atingir valores menores que 7,4, temos uma situação que se
configura como um quadro de acidose e alguns sintomas são falta de ar, diminuição ou supressão da
respiração e desorientação, podendo levar a pessoa ao coma. Se o pH ficar abaixo de 6,8, há risco
de morte. Outras situações que levam à acidose estão ligadas ao uso de drogas, alterações no
sistema nervoso central e lesões no sistema respiratório.
No entanto, se ocorrer o contrário e a pessoa respirar muito rapidamente, como em casos de
histeria, de ansiedade, em virtude do uso de drogas, de exercícios físicos excessivos, overdose em
razão do uso de aspirina e em casos de doenças pulmonares, a concentração de CO2 diminuirá e o
pH do sangue aumentará. Nesses casos, em que o pH do sangue arterial fica acima de 7,4, temos um
caso de alcalose. O risco de morte ocorre se o pH atingir valores acima de 7,8. A alcalose pode
acontecer também no caso de alpinistas que atingem altitudes muito elevadas. Nesses lugares, a
pressão atmosférica é menor e a baixa pressão parcial do oxigênio aumenta a ventilação pulmonar,
levando à perda excessiva de CO2. Os principais sintomas da alcalose são respiração ofegante,
entorpecimento, rigidez muscular e convulsões.
A alcalose e a acidose não são desencadeadas somente por problemas de natureza
respiratória, mas também podem surgir em face de anormalidades metabólicas, como aumento da
formação de ácidos metabólicos, perda excessiva de álcalis, como em diarreias e vômitos intensos,
doenças renais e diabetes.
Acidose metabólica.
A acidose metabólica é uma acidez excessiva do sangue caracterizada por uma concentração
anormalmente baixa de bicarbonato no sangue. Quando um aumento do ácido ultrapassa o sistema
de amortecimento do pH do corpo, o sangue pode acidificar-se. Quando o pH do sangue diminui, a
respiração torna-se mais profunda e mais rápida, porque o corpo tenta libertar o sangue do excesso
de ácido diminuindo o volume do anidrido carbônico. Finalmente, também os rins tentam
compensá-lo por meio da excreção de uma maior quantidade de ácido na urina. Contudo, ambos os
mecanismos podem ser ultrapassados se o corpo continuar a produzir demasiado ácido, o que
conduz a uma acidose grave e finalmente ao coma. 
Causas.
As causas da acidose metabólica podem agrupar-se em três categorias principais. Em
primeiro lugar, a quantidade de ácido no organismo pode aumentar devido à ingestão de um ácido
ou de uma substância que ao metabolizar-se se transforma em ácido. Os exemplos incluem o álcool
de madeira (metanol) e os anticoagulantes (etilenoglicol). Contudo, mesmo uma sobredose de
aspirina (ácido acetilsalicílico) pode provocar acidose metabólica. Em segundo lugar, o corpo pode
produzir quantidades crescentes de ácido através do metabolismo. O organismo pode produzir um
excesso de ácido em consequência de várias doenças; uma das mais significativas é a diabetes
mellitus tipo I. Quando a diabetes está mal controlada, o corpo decompõe os lípidos e produz ácidos
denominados cetonas; também pode formar ácido láctico em excesso através do metabolismo do
açúcar. Em terceiro lugar, a acidose metabólica pode ser consequência da incapacidade dos rins em
excretarem a quantidade suficiente de ácido. A produção de quantidades normais de ácido pode
produzir uma acidose quando os rins não funcionam normalmente. Este tipo de disfunção do rim
denomina-se acidose tubular renal e pode surgir nas pessoas com insuficiência renal ou que tenham
alterações que afetam a capacidade dos rins para excretar ácido.
Alcalose metabólica.
A alcalose metabólica é uma situação em que o sangue é alcalino devido a uma concentração
demasiado elevada de bicarbonato. A alcalose metabólica verifica-se quando o corpo perde
demasiado ácido. Por exemplo, uma quantidade considerável de ácido do estômago perde-se
durante os períodos de vômitos repetidos ou quando se aspira o ácido do estômago com uma sonda
nasogástrica (como se faz por vezes nos hospitais, particularmente depois de uma cirurgia
abdominal). Em casos raros, a alcalose metabólica desenvolve-se quando se ingeriram demasiadas
substâncias alcalinas, como o bicarbonato de sódio.
Sintomas e diagnóstico
A alcalose metabólica pode causar irritabilidade e contrações musculares ou então não causar
qualquer sintoma. Se a alcalose metabólica for grave, podem-se verificar contrações prolongadas e
espasmos dos músculos (tetania).
Acidose respiratória
A acidose respiratória é a excessiva acidez do sangue causada por uma acumulação de
anidrido carbônico no sangue em resultado de um fraco funcionamento pulmonar ou de uma
respiração lenta. A velocidade e a profundidade da respiração controlam a quantidade de anidrido
carbônico no sangue. Normalmente, quando este se acumula, o pH do sangue desce e o sangue
torna-se ácido. Os valores elevados de anidrido carbônico no sangue estimulam as zonas do cérebro
que regulam a respiração, que por sua vez induzem uma respiração mais rápida e mais profunda. 
Causas
A acidose respiratória surge quando os pulmões não expulsam o anidrido carbônico de uma
forma adequada. Isto pode acontecer nas doenças que afetam gravemente os pulmões, tais como o
enfisema, a bronquite crônica, a pneumonia grave, o edema pulmonar e a asma. A acidose
respiratória também se pode produzir quando as doenças dos nervos ou dos músculos do tórax
dificultam o mecanismo da respiração. Além disso, uma pessoa pode desenvolver acidose
respiratória se estiver demasiadamente sedada por narcóticos e hipnóticos que abrandam o ritmo da
respiração. 
Alcalose respiratória
A alcalose respiratória é uma situação em que o sangue é alcalino devido a respiração rápida
ou profunda que tem como resultado uma baixa concentração de anidrido carbônico no sangue.
Uma respiração rápida e profunda, também chamada hiperventilação, provoca uma eliminação
excessiva de anidrido carbônico do sangue. A causa mais frequente de hiperventilação, e portanto de
alcalose respiratória, é a ansiedade. As outras causas de alcalose respiratória são a dor, a cirrose
hepática, baixos valores de oxigênio no sangue, febre e sobredose de aspirina. 
Referência:
Perturbações da nutrição e do metabolismo. Capítulo 138. Acidose/Alcalose. Manual Merck. Biblioteca Médica.
	Acidose metabólica.
	Alcalose metabólica.
	Acidose respiratória
	Alcalose respiratória

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