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1- Material_Prisão_Cautelar

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6. Prisão:
- É a privação da liberdade de locomoção com o recolhimento da pessoa humana ao cárcere seja em virtude de flagrante delito, ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, seja nos casos de transgressão militar e crimes propriamente militares definidos em lei;
- Artigo 5º, LXI, CF/88.
Art. 5º, LXI, CF/88 - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
7. Prisão Extrapenal:
7.1. Prisão civil:
- Artigo 5º, LXVII, CF/88: devedor de alimentos e depositário infiel;
Art. 5º, LXVII, CF/88 - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
- Apesar da CF se referir à prisão civil, a doutrina afirma que essa espécie de prisão não é autoaplicável, necessitando, pois, de regulamentação;
- A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) em seu artigo 7º, § 7º, refere-se à prisão civil em apenas uma hipótese, qual seja, devedor de alimentos;
- Durante anos discutiu-se no Brasil se prevalecia a regra da CF/88 ou do Pacto de São José da Costa Rica;
- No RE 466.343, o STF reconheceu o status normativo supralegal dos tratados internacionais sobre direitos humanos, tornando inaplicável a legislação com eles conflitantes;
- Súmula Vinculante nº 25 e Súmula 419, STJ.
SV 25. É ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.
S. 419, STJ. Descabe a prisão civil do depositário judicial infiel.
7.2. Prisão do falido:
- Dec. lei 7.661/45, art. 35, p.u.: era entendida pela doutrina como uma prisão que não havia sido recepcionada pela CF/88;
- Súmula 280, STJ;
S. 280, STJ. O art. 35 do Decreto-Lei n° 7.661, de 1945, que estabelece a prisão administrativa, foi revogado pelos incisos LXI e LXVII do art. 5° da Constituição Federal de 1988.
- Em 2005, entrou em vigor a nova lei de falências (lei 11.101/05) que passou a prever a prisão do falido em seu artigo 99, VII. Esse artigo determina que a sentença que decretar a falência poderá, dentre outras determinações, ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus administradores. Assim, a prisão deixou de ser civil e passou a ser preventiva (cautelar);
- Discute-se se essa prisão é ilícita, uma vez que ela é decretada por juiz falimentar (juiz de natureza cível). Assim, para uma 1ª corrente, é possível que a lei autorize a decretação da preventiva pelo juízo falimentar (Denílson Feitosa); já uma 2ª corrente, defende que se se trata de prisão preventiva, espécie de prisão cautelar, só pode ser decretada pelo juízo criminal competente (Paulo Rangel). Importa dizer que ainda não há posicionamento do Supremo a respeito.
7.3. Prisão administrativa:
- É aquela decretada por autoridade administrativa com o objetivo de compelir alguém a cumprir um dever de direito público;
- Não é decretada por juiz, mas sim por autoridade administrativa;
- Mudanças:
	Prisão Administrativa
(Antes da lei 12.403/11) 
	Prisão Administrativa
(Depois da lei 12.403/11)
	- Estava prevista no CPP em seus artigos 319 e 320;
	- Os artigos 319 e 320 do CPP deixam de tratar de prisão administrativa e passa a dispor sobre medidas cautelares diversas da prisão;
	- Apesar da previsão legal, havia o entendimento que prevalecia tanto na doutrina, como na jurisprudência, que essa espécie de prisão não havia sido recepcionada pela CF.
	- A prisão administrativa foi expressamente revogada pela lei 12.403/11.
- No estado de defesa e no estado de sítio, a autoridade não judiciária pode decretar a prisão;
- O Estatuto do Estrangeiro (lei 6.815/80) prevê três espécies de prisão, a saber: (i) prisão para fins de extradição; (ii) prisão para fins de expulsão e; (iii) prisão para fins de deportação. Conforme dispõe o artigo 81 da referida lei, tais prisões seriam decretadas pelo ministro da justiça (autoridade administrativa e não judiciária). Assim, a doutrina entende que tal dispositivo deve agora ser interpretado conforme a CF/88 que proíbe a decretação de prisão administrativa. Logo, a prisão para fins de extradição e expulsão deve ser decretada pelo STF e a prisão para fins de deportação deve ser decretada por juiz federal.
Art. 81. O Ministério das Relações Exteriores remeterá o pedido ao Ministério da Justiça, que ordenará a prisão do extraditando colocando-o à disposição do Supremo Tribunal Federal. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
7.4. Prisão militar:
- Visa à proteção da hierarquia e disciplina;
- Pode ser decretada em caso de transgressão disciplinar (art. 142, § 2º, CF/88) e crime propriamente militar definido em lei;
Art. 142, § 2º, CF - Não caberá "habeas-corpus" em relação a punições disciplinares militares.
Atenção 1!!! Não cabe habeas corpus em relação ao mérito da punição disciplinar, porém aspectos relacionados à legalidade da punição podem ser discutidos no remédio heroico.
 
- Artigo 5º, LXI, CF/88;
Art. 5º, LXI, CF/88 - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
- Independe de flagrante ou de prévia autorização judicial.
8. Prisão Penal:
- É aquela que resulta de sentença condenatória com trânsito em julgado que impôs o cumprimento de pena privativa de liberdade;
- O STF refere-se a ela como “carcer ad poenam”.
Atenção 2!!! A prisão penal não é objeto de estudo de processo penal, mas sim de direito penal.
9. Prisão Cautelar:
- Também chamada de prisão processual ou prisão provisória ou de prisão sem pena;
- O STF custava chamá-la de “carcer ad custodiam”;
- É aquela decretada antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória com o objetivo de assegurar a eficácia das investigações ou do processo criminal;
- Espécies: (i) prisão temporária (lei 7.960/89); (ii) prisão preventiva (CPP); (iii) flagrante; (iv) prisão decorrente de pronúncia e; (v) prisão decorrente de sentença condenatória recorrível.
Atenção 3!!! A natureza jurídica da prisão em flagrante vem sendo discutida por nossa doutrina (ver tópico que trata da prisão em flagrante).
Atenção 4!!! Com as leis 11.689 (alterou o procedimento do júri), 11.719 (alterou o procedimento comum) e 12.403 (alterou a regulamentação da prisão), já não há qualquer dúvida: a prisão decorrente de pronúncia e de sentença condenatória recorrível não são mais modalidades autônomas de prisão cautelar, o que, no entanto, não impede a decretação da prisão preventiva no momento da pronúncia ou da sentença condenatória recorrível, desde que presentes seus pressupostos legais.
10. Momento da Prisão:
- Em regra, a pessoa pode ser presa em qualquer dia e hora e em qualquer lugar.
10.1. Inviolabilidade do domicílio:
- Artigo 5º, XI, CF/88;
Art. 5º, XI, CF/88 - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
- O conceito de casa é extraído do artigo 150, § 4º, CP;
Art. 150, § 4º, CP - A expressão "casa" compreende:
I - qualquer compartimento habitado;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
- Exemplos: escritórios de advocacia, consultório médico, balcão de mercearia etc.;
- Autoridades fazendárias também dependem de autorização judicial para ingressar em domicílio (HC 82.788);
- Mediante determinação judicial, só é possível o ingresso em domicílio durante o dia;
- Há alguma controvérsia na doutrina quanto ao que seja dia. Contudo, a melhor posição é a adotada por José Afonso da Silva, segundo a qual dia é o período compreendidoentre 6 da manhã e 18 horas;
- Iniciado o cumprimento de um mandado durante o dia, pode sua execução se prolongar pela noite;
- Apesar de não haver consenso, prevalece o entendimento de que um mandado de prisão, por si só, não autoriza o ingresso em domicílio, sendo indispensável mandado de busca domiciliar específico (art. 243, § 1º, CPP).
10.2. Código eleitoral (lei 4.737/65):
- Artigo 236, CE;
Art. 236, CE. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto.
§ 1º Os membros das mesas receptoras e os fiscais de partido, durante o exercício de suas funções, não poderão ser detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição.
§ 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será imediatamente conduzido à presença do juiz competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a responsabilidade do coator.
- O eleitor não pode ser preso desde 5 dias antes e até 48 horas depois do encerramento da eleição, salvo em caso de flagrante delito, sentença condenatória por crime inafiançável ou desrespeito a salvo-conduto (ordem no habeas corpus preventivo);
- Em se tratando de candidato, o prazo é de 15 dias antes ao pleito eleitoral.
11. Imunidades Prisionais:
A. Presidente da república:
- Não está sujeito a nenhuma prisão cautelar (art. 86, § 3º e 4º, CF);
Art. 86, § 3º, CF - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
- Até bem pouco tempo, discutia-se na doutrina se essa imunidade do presidente da república era extensível aos governadores de Estado quando prevista na Constituição Estadual. O STF e o STJ entendem que essa imunidade é exclusiva do presidente da república como chefe de Estado;
- STJ, Inq. 650 e STF 102.732 (caso do governador Arruda de Brasília).
B. Imunidade diplomática:
- A Convenção de Viena sobre relações diplomáticas, da qual o Brasil é signatário, assegura a imunidade prisional aos embaixadores, chefes de governo de Estado estrangeiro e suas famílias;
- Em relação ao cônsul, importa dizer que ele só goza de imunidade em relação aos crimes funcionais, ao contrário do que ocorre com os embaixadores e chefes de governo de Estado estrangeiro que gozam de imunidade ampla.
C. Senadores, deputados federais, estaduais ou distritais:
- Artigo 53, § 2º, CF;
Art. 53, § 2º, CF. Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
- O STF quando se refere a essa imunidade utiliza a expressão “freedom from arrest”;
- Na visão do STF, a única prisão cautelar cabível é a prisão em flagrante por crime inafiançável, não podendo ser objeto de prisão temporária e nem de prisão preventiva (STF, Inq. 510);
- Atenção para o HC 89.417: essa imunidade prisional não tem natureza absoluta, daí o motivo pelo qual o STF admitiu a decretação da prisão preventiva de deputados estaduais;
- Vereadores não gozam dessa imunidade, portanto, poderão ser presos cautelarmente, independente do crime ser afiançável ou não.
D. Magistrados e membros do ministério público:
- Lei 8.625, art. 40, III e art. 41, p.u.;
Lei. 8.625, art. 40, III - ser preso somente por ordem judicial escrita, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará, no prazo máximo de vinte e quatro horas, a comunicação e a apresentação do membro do Ministério Público ao Procurador-Geral de Justiça;
Le 8.625, art. 41, parágrafo único. Quando no curso de investigação, houver indício da prática de infração penal por parte de membro do Ministério Público, a autoridade policial, civil ou militar remeterá, imediatamente, sob pena de responsabilidade, os respectivos autos ao Procurador-Geral de Justiça, a quem competirá dar prosseguimento à apuração.
- Estão sujeitos à prisão preventiva, prisão temporária e prisão em flagrante por crime inafiançável. Neste último caso, o auto de prisão em flagrante não pode ser lavrado pelo delegado de polícia, mas sim pelo presidente do Tribunal ou pelo Procurador-Geral.
E. Advogados:
- Lei 8.906/94;
- Pode ser objeto de prisão preventiva, temporária e em flagrante. Em relação à prisão em flagrante, importa dizer que, se ela estiver relacionada ao exercício da profissão, a prisão em flagrante só pode ocorrer por crime inafiançável, assegurada a presença de representante da OAB.
12. Prisão Especial:
- Prisão especial não é uma modalidade de prisão cautelar, mas sim uma forma de cumprimento da prisão cautelar, que consiste no recolhimento do preso cautelar separadamente dos demais;
- Só se aplica à prisão cautelar, ou seja, com o trânsito em julgado de sentença penal condenatória cessa o direito à prisão especial, ressalvada a hipótese do artigo 84, § 2º, LEP;
Art. 84, § 2°, LEP. O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará em dependência separada.
- As pessoas que têm direito à prisão especial estão previstas no artigo 295, CPP;
Art. 295, CPP. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: 
I - os ministros de Estado;
II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia; (Redação dada pela Lei nº 3.181, de 11.6.1957)
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembléias Legislativas dos Estados; 
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito"; 
V - os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; (Redação dada pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) 
VI - os magistrados; 
VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República; 
VIII - os ministros de confissão religiosa; 
IX - os ministros do Tribunal de Contas; 
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função; 
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos. (Redação dada pela Lei nº 5.126, de 20.9.1966) 
§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) 
§ 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) 
§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) 
§ 4o O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) 
§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) 
- Nova redação do artigo 300, CPP:
Art. 300, CPP.  As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal. 
Parágrafo único. Omilitar preso em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das autoridades competentes. (NR) 
13. Sala de Estado Maior:
- Sala de estado maior é uma sala instalada no comando das forças armadas destituída de grades ou portas fechadas pelo lado de fora;
- Só se aplica nos casos de prisão cautelar;
- Fazem jus à sala de estado maior: magistrados, membros do MP, membros da defensoria pública e advogados;
- Não havendo sala de estado maior, o advogado deve ser recolhido ao seu domicílio. Para o Supremo, não se trata de garantia absoluta, sendo possível o recolhimento de advogados a penitenciárias que possuam celas individuais.
14. Prisão em Flagrante:
14.1. Conceito: 
Trata-se de medida de autodefesa da sociedade, caracterizada pela privação da liberdade de locomoção daquele que é surpreendido em situação de flagrância, a ser executada independentemente de prévia autorização judicial.
14.2. Fases da prisão em flagrante:
A. Captura do agente:
- Emprego de força: somente o necessário para superar a resistência;
- Em hipótese de legítima defesa, e somente nessa hipótese, pode quem está prendendo matar quem está resistindo, sob pena de responder por homicídio doloso.
B. Uso de algemas:
- O uso de algemas é medida de natureza excepcional, somente sendo admissível nas seguintes hipóteses: (i) para evitar a agressão do preso contra os policiais, contra terceiros ou contra si mesmo; (ii) para prevenir o risco de fuga;
- Súmula vinculante 11.
SV 11. Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
 
Atenção 1!!! Lei 12.432/11 alterou o Código Penal Militar: o crime doloso contra a vida praticado por militar é crime de competência da justiça comum, ainda que o militar esteja em serviço, salvo quando praticados nos casos que envolvem o chamado tiro de abate, sendo nesses casos julgados pela justiça militar.
 Lei 12.433/11 alterou o instituto da remição previsto na LEP: para cada três dias de trabalho há a redução de um dia de pena. Da mesma forma, o tempo de cumprimento da pena pode ser remido também pelos estudos. Assim, para cada 12 horas de frequência escolar divididas, no mínimo, em três dias, há a redução de um dia de pena. Importa dizer que quanto aos estudos, estes podem ser presenciais ou à distância. Por fim, vale mencionar que essa mudança acompanhou a posição jurisprudencial consolidada (S. 341, STJ). Outra mudança implementada foi a operada no artigo 127 da LEP, passando a prever esse dispositivo que em caso de cometimento de falta grave, o preso não perderá mais todo o tempo remido, mas até 1/3 desse tempo remido. Daí porque a súmula vinculante nº. 9 perdeu sua razão de existir.
S. 341, STJ. A frequência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto.
SV 9. O disposto no artigo 127 da Lei 7.210/84 foi recebido pela ordem constitucional vigente e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58.
14. Prisão em Flagrante (continuação):
14.2. Fases da prisão em flagrante (continuação):
C. Condução coercitiva do agente.
D. Lavratura do auto de prisão em flagrante (APF):
Atenção 2!!! Algumas leis trazem a expressão “não se imporá prisão em flagrante” (exs.: art. 69, p.u., lei 9.099/95; art. 48, § 2º, lei 11.343/06 e art. 301, lei 9.503/97 - CTB). A primeira vista pode ficar parecendo que nada pode ser feito contra a pessoa que está cometendo o crime nessas circunstâncias. Contudo, importa dizer que quando a lei traz essa expressão, o agente que estiver cometendo o crime pode ser conduzido coercitivamente, o que não há é a lavratura do auto de prisão em flagrante.
Art. 69, p.u., lei 9.099/95. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. (Redação dada pela Lei nº 10.455, de 13.5.2002)
Art. 48, § 2o, lei 11.343/06.  Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.
Art. 301, CTB. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.
E. Recolhimento à prisão:
- Quando há a possibilidade de fiança concedida pela autoridade policial, mesmo tendo sido lavrado o auto de prisão em flagrante, o indivíduo não será recolhido à prisão;
- Artigo 322 e 335, CPP;
Art. 322, CPP.  A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. 
Parágrafo único.  Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. 
Art. 335, CPP.  Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
- A fiança pode ser concedida pela autoridade policial nas infrações cuja pena máxima não seja superior a 4 anos;
- A nova lei também alterou o valor da fiança (art. 325, CPP);
Art. 325, CPP.  O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: 
a) (revogada); 
b) (revogada); 
c) (revogada). 
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; 
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. 
§ 1o  Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: 
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; 
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou 
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. 
§ 2o  (Revogado): 
I - (revogado); 
II - (revogado); 
III - (revogado).
- Somente o juiz pode dispensar, mas pode a autoridade policial reduzir o seu valor.
F. Comunicação e remessa do APF ao juiz, ao MP e a DP:
- A comunicação à defensoria pública só irá ocorrer caso o autuado não informe o nome de seu advogado;
- Artigo 306, CPP.
Art. 306, CPP.  A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
§ 1o  Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. 
§ 2o  No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.
G. Recebimento do APF e providências a serem adotadas pelo juiz:
G.1. Relaxar a prisão ilegal: 
- Assim que receber o APF, o juiz deve verificar se a prisão foi legal ou não, isto é, deve analisar se o indivíduo estava em situação de flagrante e se as formalidades constitucionais e legais foram observadasquando da prisão. Em sendo ilegal, o juiz deve relaxar a prisão de ofício; 
- O relaxamento da prisão em flagrante ilegal não impede a decretação da prisão preventiva ou de outras medidas cautelares, desde que presentes seus pressupostos legais;
- Artigo 310, I, CPP.
Art. 310, CPP.  Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: 
I - relaxar a prisão ilegal; ou 
G.2. Converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos dos artigos 312 e 313, CPP, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão:
- Esta providência só irá ocorrer se a prisão for legal, isto é, se não for caso de relaxamento da prisão em flagrante; 
- Com a nova redação do artigo 310, II, CPP, a prisão em flagrante, por si só, não é mais fundamento suficiente para que alguém permaneça preso. Para que essa prisão seja mantida, deverá o juiz convertê-la em prisão preventiva, desde que presentes seus pressupostos legais e se revelem insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão;
Art. 310, CPP.  Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou 
	
- Artigo 312, CPP;
Art. 312, CPP.  A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. 
Parágrafo único.  A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).
Atenção 3!!! Discute-se na doutrina se quando o juiz for converter o flagrante em prisão preventiva se é necessário observar além do artigo 312, CPP, os requisitos do artigo 313, CPP, pois a literalidade da lei fala apenas no artigo 312. Para Renato Brasileiro, apesar de o artigo 310, II, CPP, fazer menção apenas ao artigo 312, é evidente que a conversão da prisão em flagrante em preventiva também está condicionada às hipóteses taxativas do artigo 313, CPP. Já para Fernando Capez, basta se observar os requisitos do artigo 312, CPP.
Art. 313, CPP.  Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; 
IV - (revogado). 
Parágrafo único.  Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
 - Por ocasião da conversão da prisão em flagrante em preventiva, deve haver prévio requerimento do MP, sob pena de verdadeira prisão preventiva decretada de ofício na fase investigatória, o que viola o sistema acusatório.
G.3. Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança, cumulada ou não com uma das medidas cautelares diversas da prisão:
- Artigo 310, III, CPP;
Art. 310, CPP.  Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
- Essa providência só será tomada se não for caso de se atender a providência anterior;
- Antes da lei 12.403/11, entendia-se que o juiz não era obrigado a analisar de ofício o cabimento da liberdade provisória. Com a lei 12.403/11, essa análise passa a ser obrigatória, independentemente de provocação das partes.
14.3. Natureza jurídica da prisão em flagrante:
- Antes da lei 12.403/11 não havia muita discussão sobre esse assunto, prevalecendo o entendimento de que a prisão em flagrante era uma espécie de prisão cautelar;
- Com as mudanças trazidas pela lei 12.403/11, a prisão em flagrante, por si só, não vai justificar que a pessoa permaneça presa, sendo necessário o preenchimento dos requisitos dos artigos 312 e 313, CPP;
- De uma prisão em flagrante legal pode resultar: (i) conversão em preventiva (prisão cautelar) ou;
(ii) concessão de liberdade provisória (medida cautelar);
- Para Renato Brasileiro, com as mudanças operadas pela lei 12.403/11, a prisão em flagrante deixa de ser uma prisão cautelar e passa a ser uma medida precautelar.
14.4. Espécies de flagrante:
A. Flagrante obrigatório (coercitivo):
- Está relacionado com a autoridade policial;
- A autoridade policial que faz o flagrante age em estrito cumprimento do dever legal;
- A autoridade policial está obrigada a efetuar prisão em flagrante ainda que não esteja em horário de trabalho.
B. Flagrante facultativo:
- Se aplica a qualquer do povo;
- Qualquer do povo que prende alguém em flagrante age no exercício regular de um direito;
- Artigo 301, CPP.
Art. 301, CPP. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
C. Flagrante próprio, perfeito, real ou verdadeiro:
- Artigo 302, I e II;
Art. 302, CPP. Considera-se em flagrante delito quem: 
I - está cometendo a infração penal; 
II - acaba de cometê-la; 
- Quanto aos furtos cometidos em supermercados, a jurisprudência entende que enquanto a pessoa está dentro do estabelecimento comercial está cometendo mero ato preparatório que não justifica a prisão em flagrante. Assim, ocorrendo esta, ela será considerada ilegal. Já se a pessoa passa pelo caixa e não paga, considera-se que praticou tentativa de furto.
D. Flagrante impróprio, imperfeito, irreal, quase-flagrante:
- Deve haver uma perseguição logo após a prática do crime;
- Artigo 302, III, CPP;
Art. 302, CPP. Considera-se em flagrante delito quem: 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; 
- Por “logo após” compreende-se o lapso temporal entre o acionamento da polícia, seu comparecimento ao local e colheita de elementos pra que dê início à perseguição;
- Essa perseguição deve ser ininterrupta, podendo assim perdurar por várias horas;
- Em se tratando de crimes contra pessoas vulneráveis, há julgados do STJ conferindo maior elasticidade à expressão “logo após” (STJ, HC 3.496).
E. Flagrante presumido, ficto ou assimilado:
- Artigo 302, IV, CPP;
Art. 302, CPP. Considera-se em flagrante delito quem: 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
- Para Renato Brasileiro e Pacelli, a expressão “logo depois” é sinônima de “logo após”, mas há doutrina entendendo em sentido contrário;
- Não há necessidade de haver perseguição.
F. Flagrante preparado, provocado, delito putativo por obra do agente provocador ou crime de ensaio:
- Dois requisitos: (i) indução à prática do delito pelo agente provocador. Importa dizer que o agente provocador pode ser tanto uma autoridade policial, como um particular;
(ii) adoção de precauções para que o delito não se consume;
- Por conta dessas precauções adotadas para que o delito não se consume, a doutrina e os Tribunais Superiores entendem que se trata de crime impossível por conta da ineficácia absoluta do meio;
- Súmula 145, STF;
S. 145, STF. Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
- Pode ser preparado pelapolícia ou por particular, apesar da súmula se referir apenas à polícia;
- Se ocorrer a prisão em flagrante devido à flagrante provocado, ela será considerada ilegal, devendo, portanto, ser relaxada;
- Se o crime se consumar, não é mais crime impossível.
G. Flagrante esperado:
- Não há indução à prática do delito;
- A autoridade policial limita-se a aguardar a prática do delito;
- Exemplo: através de uma interceptação telefônica, a polícia fica sabendo que uma agência bancária será assaltada e coloca policiais apaisana para prender os assaltantes em flagrante;
- Essa prisão é legal, apesar de Rogério Greco entender em sentido contrário.
Atenção 4!!! Venda simulada de drogas: em relação à “venda” da droga, trata-se de flagrante preparado, pois houve indução. No entanto, como o crime de tráfico de drogas é um crime de ação múltipla, nada impede a prisão em flagrante do agente pelo crime de tráfico nas modalidades de “trazer consigo, guardar, ter em depósito”, etc., desde que a posse da droga seja preexistente à aquisição pela autoridade policial.
H. Flagrante prorrogado, retardado ou diferido:
- Também chamado por alguns doutrinadores de ação controlada;
- Consiste no retardamento da intervenção policial para que se dê no momento mais oportuno sob o ponto de vista da colheita de provas;
- A ação controlada está prevista na lei das organizações criminosas ( lei 12850), na lei de drogas (art. 53, II, lei 11.343/06) – 
I. Flagrante forjado, maquinado ou urdido:
Policiais ou particulares criam prova de um crime inexistente a fim de legitimar uma prisão em flagrante manifestamente ilegal.
14.5. Flagrante e apresentação espontânea do agente:
Apesar da nova redação dos artigos 317 e 318, CPP, o ideal é continuar entendendo que a apresentação espontânea do agente impede sua prisão em flagrante, porquanto não haverá situação de flagrância. No entanto, a apresentação espontânea não impede a imposição de medidas cautelares, inclusive a prisão preventiva. Importa dizer que Silvio Maciel não entende dessa forma.
 
15. Prisão Preventiva:
15.1. Conceito:
Espécie de prisão cautelar decretada pela autoridade judiciária durante as investigações ou no curso do processo penal, quando presentes o “fumus comissi delicti” e o “periculum libertatis” (art. 312, CPP), e desde que preenchidos os requisitos do artigo 313, CPP, e se revelarem inadequadas as medidas cautelares diversas da prisão.
Atenção 5!!! Nova redação do artigo 311, CPP: a prisão preventiva poderá ser decretada durante todo o curso do processo criminal e não apenas durante a instrução criminal. Importa dizer que agora o assistente tem legitimidade para requerer a decretação de prisão preventiva.
Art. 311, CPP.  Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.
15.2. Pressupostos da preventiva:
- Artigo 312, CPP.
Art. 312, CPP.  A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. 
Parágrafo único.  A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).
A. “Fumus comissi delicti”: prova da existência do crime e indícios da autoria.
B. “Periculum libertatis”: 
B.1. Garantia da ordem pública: 
- 1ª corrente: a prisão preventiva decretada com base na garantia da ordem pública não tem natureza cautelar, funcionando como indevida modalidade de cumprimento antecipado da pena (posição minoritária, sendo adotada, por exemplo, por Antônio Magalhães Gomes Filho);
- 2ª corrente: entende-se garantia da ordem pública como o risco considerável de reiteração de ações delituosas por parte do agente caso permaneça em liberdade (posição majoritária). Segundo essa corrente, não é possível a decretação da prisão preventiva com base na repercussão da infração ou no clamor social provocado pelo delito, isoladamente considerados (STF, HC 80.719 – caso Pimenta Neves);
- 3ª corrente: além do risco de reiteração delituosa (2º corrente), a prisão preventiva também poderia ser decretada para garantir a credibilidade da justiça em crimes que provoquem clamor público (posição minoritária, sendo adotada por doutrinadores que são promotores de justiça, a exemplo de Fernando Capez). 
B.2. Garantia da ordem econômica:
Assemelha-se à garantia da ordem pública, ou seja, consiste no risco de reiteração delituosa, porém relacionado a crimes contra a ordem econômica: a) lei 1.521/51, b) lei 7.134/83, c) lei 7.492/86, d) lei 8.078/90, e) lei 8.137/90, f) lei 9.279/96 e; g) lei 9.613/98.
Atenção 6!!! Artigo 30, lei 7.492/86 (crimes contra o sistema financeiro nacional): para os Tribunais Superiores, a magnitude das lesões causadas nos crimes contra o sistema financeiro não autoriza, por si só, a decretação da prisão preventiva. Há necessidade da presença de um dos pressupostos do artigo 312, CPP (STF, HC 80.717).
Art. 30. Sem prejuízo do disposto no art. 312 do Código de Processo Penal, aprovado pelo Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, a prisão preventiva do acusado da prática de crime previsto nesta lei poderá ser decretada em razão da magnitude da lesão causada (VETADO).
B.3. Garantia de aplicação da lei penal:
- Deve ser decretada quando o agente demonstrar que pretende fugir do distrito da culpa, inviabilizando a futura execução da pena;
- Para os Tribunais, uma ausência momentânea, seja para evitar uma prisão arbitrariamente decretada, seja evitar uma prisão em flagrante, não autoriza a decretação da prisão preventiva.
B.4. Conveniência da instrução criminal:
Visa impedir que o agente cause prejuízos à produção das provas (exs.: ameaça de testemunhas, destruição de documentos, etc.). Uma vez encerrada a instrução criminal, a prisão preventiva decretada com base nessa hipótese poderá ser revogada.
B.5. Descumprimento das cautelares diversas da prisão.
- Ver a primeira aula sobre a prisão.
15. Prisão Preventiva (continuação):
15.3. Cabimento:
- Artigo 313, CPP.
Art. 313, CPP.  Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; 
IV - (revogado). 
Parágrafo único.  Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
A. Crimes dolosos com pena máxima superior a 4 anos:
- Só abrange os crimes dolosos;
- A pena máxima deve ser superior a 4 anos. Para estabelecer essa quantidade de pena, o legislador levou em consideração os crimes que são considerados de menor potencial ofensivo pela lei 9.099/95 e os crimes que são cumpridos com regime aberto;
- Se estivermos diante de uma causa de aumento de pena ou uma causa de diminuição de pena, naquela deve se levar em consideração o “quantum que mais aumente a pena”, enquanto nesta, o “quantum” que mais diminua a pena.
B. Investigado ou acusado reincidente em outro crime doloso, observado o lapsotemporal de 5 anos da reincidência:
- Só cabe a prisão preventiva se o cidadão tiver praticado outro crime doloso;
- A decretação da prisão preventiva independe do “quantum” de pena cominada ao delito; 
- Reincidente é quem pratica um crime já tendo contra si uma sentença condenatória com trânsito em julgado.
C. Quando o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas:
- O dispositivo exige que haja violência doméstica e familiar;
- Essa violência doméstica e familiar está prevista no artigo 5º da lei Maria da Penha;
Art. 5o, lei 11.340.  Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único.  As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
- Protege as pessoas vulneráveis;
- Segundo o ECA, criança é a pessoa que tenha até 12 anos de idade, enquanto que adolescente é a criança que tem até 18 anos de idade;
- Idoso é a pessoa com idade igual ou superior a 60 anos;
- Já enfermo e pessoa com deficiência envolvem conceitos abertos;
Atenção 1!!! O descumprimento das medidas protetivas de urgência não autoriza, por si só, a decretação da prisão preventiva. Há necessidade da presença da garantia da ordem pública, garantia de aplicação da lei penal ou conveniência da instrução criminal.
Art. 22, lei 11.340.  Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
§ 1o  As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público.
§ 2o  Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições mencionadas no caput e incisos do art. 6o da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
§ 3o  Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.
§ 4o  Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5o e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
- A prisão preventiva nesse caso independe da quantidade de pena cominada ao delito;
- Para Renato Brasileiro, apesar da lei não ter se referido expressamente a crime doloso, o inciso III não abrange os crimes culposos.
D. Dúvida sobre a identidade civil da pessoa e não fornecimento de elementos suficientes para esclarecê-la:
- Artigo 313, p.u.;
- Essa hipótese corresponde, grosso, modo ao antigo inciso II do artigo 313 do CPP;
- Identificação criminal (lei 12.037/09);
- Essa prisão deve perdurar até a obtenção da identificação do acusado;
- A prisão preventiva pode ser decretada independentemente do crime ser doloso ou culposo.
15.4. Prisão preventiva e causas excludentes da ilicitude:
- Artigo 314, CPP;
Art. 314, CPP.  A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.
- O artigo 314, CPP, só faz menção às causas excludentes da ilicitude previstas na parte geral. Contudo, a doutrina entende que ele também se aplica às causas excludentes da ilicitude previstas na parte especial do CP.
15.5. Duração da prisão preventiva e excesso de prazo na formação da culpa:
A. Introdução:
Ao contrário da prisão temporária, a prisão preventiva não possui prazo pré-determinado. Por conta dessa indeterminação, os Tribunais consolidaram o entendimento segundo o qual estando o acusado preso, o processo deveria ser concluído no prazo de 81 dias, sob pena de caracterização do excesso de prazo na formação da culpa, autorizando o relaxamento da prisão sem prejuízo da continuidade do processo.
B. Novo prazo para a conclusão do processo diante da lei 11.719:
- Prazos para acusado preso: - inquérito: 10 dias (justiça estadual) e 30 dias (justiça federal) e até 60 dias em se tratando de prisão temporária para crimes hediondos;
- oferecimento da denúncia: 5 dias;
- recebimento da peça acusatória: 5 dias;
- resposta à acusação: 10 dias. Aqui, importa dizer que se o acusado não apresentar essa peça, deve o juiz nomear advogado dativo, tendo o acusado mais 10 dias para oferecer a resposta;
- análise de possível absolvição sumária: 5 dias;
- audiência una de instrução e julgamento: até 60 dias. Aqui, importa dizer que a lei prevê que pode haver a apresentação de memorias em 5 dias para cada parte, ocasião em que o juiz profere sentença em até 10 dias. Havendo justo motivo, esse prazo do juiz pode ser duplicado (art. 800, § 3º, CPP);
- Teoricamente, o prazo mínimo seria de 95 dias. Contudo, diante das especificidades do caso concreto, esse prazo pode chegar até 185 dias.
C. Natureza desse prazo para o encerramento do processo:
Esse prazo tem natureza relativa de acordo com os Tribunais, podendo ser dilatado em virtude da complexidade da causa e/ou pluralidade de acusados.
D. Hipóteses que autorizam o reconhecimento do excesso de prazo:
- Isso é basicamente construção jurisprudencial;
- Quando a mora processual for causada por diligências requisitadas exclusivamente pela acusação;
- Quando a mora processual decorrer da inércia do poder judiciário;
- Quando a mora for incompatível com o princípio da razoabilidade, atentando contra a garantia da razoável duração do processo.
E. Excesso de prazo provocado pela defesa:
Súmula 64, STJ.
S. 64, STJ. Não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução, provocado pela defesa.
F. Excesso de prazo após a pronúncia e após o encerramento da instrução criminal:
- Súmulas 21 e 52, STJ;
S. 21, STJ. Pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na instrução.
S. 52, STJ. Encerrada a instrução criminal, fica superadaa alegação de constrangimento ilegal por excesso de prazo.
- Essas súmulas vêm sendo mitigadas pelos Tribunais Superiores, que têm admitido o reconhecimento do excesso de prazo mesmo após a pronúncia e mesmo após o encerramento da instrução criminal.
G. Relaxamento da preventiva por excesso de prazo e decretação de nova prisão:
Determinado o relaxamento da prisão preventiva por excesso de prazo, não pode o juiz decretar nova prisão cautelar, salvo diante de motivo superveniente que a autorize.
H. Relaxamento da prisão por excesso de prazo e natureza hedionda do delito:
É perfeitamente possível o relaxamento da prisão preventiva por excesso de prazo em crimes hediondos e equiparados (Súmula 697, STF).
S. 697, STF. A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo.
15.6. Fundamentação da decisão que decreta a preventiva:
- A decretação de prisão preventiva deve ser fundamentada;
- Artigo 315, CPP;
Art. 315, CPP.  A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada.
- Fundamentação “per relationem”: - é aquela em que o juiz adota como fundamento de sua decisão as alegações contidas na representação da autoridade policial ou no requerimento do MP, do querelante ou do assistente;
 - os Tribunais Superiores têm admitido esse tipo de fundamentação (STF, HC 102.864). Contudo, num concurso para juiz deve-se adotar a posição de que ela não é possível.
16. Prisão Temporária:
Prevista na lei 7.960/89.
16.1. Origem:
- Segundo muitos doutrinadores, a lei que disciplina a prisão temporária teria origem na MP 111/89;
- Parte minoritária da doutrina sustenta a inconstitucionalidade formal da lei 7.960/89 (Paulo Rangel e Alberto Silva Franco);
- O STF no julgamento da medida cautelar da ADI 162, entendeu que a lei 7.960/89 não foi originada da conversão da MP 111, tendo declarado a perda do objeto da referida ADI.
16.2. Conceito:
Espécie de prisão cautelar decretada pelo juiz competente durante a fase investigatória, com prazo preestabelecido de duração, quando a privação da liberdade de locomoção do agente for indispensável à obtenção de elementos de informação quanto à autoria e materialidade dos crimes listados no artigo 1º, III, lei 7.960, e crimes hediondos e equiparados.
16.3. Requisitos:
- Previstos no artigo 1º da lei 7.960/89;
Art. 1° Caberá prisão temporária:
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).
- As alíneas “g” e “h” não existem mais;
- Prevalece na doutrina que o inciso III do artigo 1º da lei 7.960/89 deverá está sempre presente, seja combinado com o inciso I, seja combinado com o inciso II.
16.4. Cabimento da temporária:
Cabível para aqueles crimes previstos no artigo 1º, III, lei 7.960/89 e para crimes hediondos e equiparados (art. 2º, § 4º, lei 8.072/90).
16.5. Prazo da prisão temporária:
- Em regra: 5 dias prorrogável por mais 5 dias;
- Em se tratando de crimes hediondos e equiparados: 30 dias prorrogável por mais 30 dias;
- Esse prazo é contado de acordo com o artigo 10 do CP, incluindo-se o dia do começo, independentemente do horário da captura;
- Esse prazo é um prazo limite, ou seja, nada impede que o juiz decrete a prisão temporária por um prazo menor que o previsto em lei;
- Decorrido o prazo da temporária, o preso deverá ser colocado imediatamente em liberdade, salvo se sua prisão preventiva tiver sido decretada (art. 2º, § 7º, lei 7.960/89);
- Artigo 2º, lei 7.960/89.
Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do requerimento.
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito.
§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.
§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial.
§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5° da Constituição Federal.
§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
17. Análise das Antigas Hipóteses de Prisão Decorrente de Pronúncia e de Sentença Condenatória Recorrível:
- Antes da reforma processual de 2008: tínhamos como espécies autônomas de prisão cautelar, a prisão decorrente de pronúncia (antiga redação do artigo 408, §§ 1º e 2º, CPP e de sentença condenatória recorrível (revogado artigo 594, CPP);
- Com a reforma processual de 2008, essas prisões deixaram de existir como espécies autônomas de prisão cautelar;
- Duas regras a serem observadas: 1ª regra: se o acusado estava preso por ocasião da pronúncia ou da sentença condenatória recorrível, deverá permanecer preso, devendo o juiz demonstrar fundamentadamente a necessidade da manutenção da prisão preventiva;
 2ª regra: se o acusado estava solto por ocasião da pronúncia ou da sentença condenatória recorrível, deverá, pelo menos em regra, permanecer solto, salvo se surgir alguma hipótese que autorize a sua prisão preventiva;
 Artigo 413, § 3º, CPP, artigo 387, p.u., CPP e artigo 492, I, “e”, CPP.
Art. 413, § 3º, CPP. O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 387, p.u., CPP. O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da apelação que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
	
18. Prisão Domiciliar no CPP:
- Foi introduzidano CPP, em seus artigos 317 e 318;
Art. 317, CPP.  A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 318, CPP.  Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único.  Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
- Não é substitutiva da prisão definitiva, mas funciona como substitutiva de prisão preventiva (prisão de natureza cautelar);
- A prisão domiciliar prevista na LEP substitui a prisão definitiva;
- A lei se refere apenas na substituição da prisão preventiva, não se referindo à prisão temporária. Para Renato Brasileiro, a prisão temporária não pode ser substituída pela domiciliar, uma vez que aquela tem por principal finalidade facilitar as investigações policiais. Contudo, importa dizer que esse é um assunto novo e que, portanto, ainda não tem posicionamento da jurisprudência;
- De modo a se emprestar maior eficácia a essa prisão domiciliar, é perfeitamente possível a sua cumulação com o monitoramento eletrônico, apesar do CPP não prevê expressamente essa possibilidade. Aqui importa dizer que se pode usar como fundamento legal o artigo 146-B, IV, LEP;
Art. 146-B, LEP.  O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
IV - determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
- Hipóteses: - estão previstas no artigo 118, CPP;
 - diferenciam-se das hipóteses previstas na LEP;
 - são elas: - quando o agente for maior de 80 anos. Na LEP, aplica-se ao condenado maior de 70 anos;
- quando estiver diante de uma agente extremamente debilitado por motivo de doença grave. Na LEP, exige-se apenas que a pessoa seja portadora de uma doença grave;
- quando o agente (preso preventivo) for imprescindível aos cuidados especiais de pessoas menor de 6 anos de idade ou com deficiência. Se o juiz verificar que há um parente próximo que pode cuidar da criança menor de 6 anos ou do deficiente, o preso provisório não será mais considerado imprescindível para os seus cuidados;
- gestante a partir do 7º mês de gravidez ou sendo esta de alto risco;
- O ônus da prova é do requerente, ou seja, é o requerente que deve demonstrar que preenche os requisitos da substituição da prisão provisória pela domiciliar.
19. Medidas Cautelares Diversas da Prisão:
- Artigo 319 e 320, CPP;
Art. 319, CPP.  São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1o  (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 2o  (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 3o  (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 4o  A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 320, CPP.  A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
- A prisão administrativa foi tacitamente revogada;
- A maior dificuldade que essas medidas cautelares diversas da prisão vão enfrentar é a sua operacionalização. Assim, deve-se pensar em mecanismos (instrumentos) que permitam que essas medidas sejam eficazes na prática.
19.1. Comparecimento periódico em juízo:
- Essa medida cautelar diversa da prisão não é uma novidade em nosso ordenamento jurídico, pois já existia antes, não como medida cautelar, mas como uma das condições fixadas pelo juiz na suspensão condicional do processo (art. 89, § 1º, IV, lei 9.099/95);
- Diferentemente do que ocorre na lei dos Juizados Especiais Criminais, o CPP não fixa um prazo mensal, mas sim confere ao juiz poder para determinar a periodicidade na qual deve o beneficiado comparecer em juízo;
- O juiz fixa a periodicidade a depender das circunstâncias do caso concreto;
- O artigo 319, I, CPP (comparecimento periódico) não se confunde com o comparecimento imposto no artigo 310, parágrafo único, CPP, uma vez que naquele há uma medida cautelar diversa da prisão que pode ser aplicada de maneira autônoma ou como substitutivo de anterior prisão, enquanto que neste não há uma medida cautelar diversa da prisão, funcionando como vínculo da liberdade provisória sem fiança quando o crime praticado estiver acobertado por excludente da ilicitude. Importa ainda dizer que se o acusado não cumprir a medida cautelar do artigo 319, o juiz pode substituir por uma outra mais gravosa, aplicar outra cumulativamente ou aplicar a prisão preventiva; já em caso de descumprimento do parágrafo único do artigo 310, não será possível a decretação da preventiva, apesar da redação desse artigo (art. 314, CPP);
Art. 310, p.u., CPP.  Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 314, CPP.  A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
 
Questão especialde concurso 1!!! O delegado quando prende em flagrante analisa a presença de excludente de ilicitude? No concurso para delegado, a resposta é sim, pois o delegado deve analisar o conceito analítico de crime (tipicidade, ilicitude e culpabilidade). Contudo, de acordo com a doutrina majoritária, a análise feita pelo delegado é da tipicidade formal. Assim, nem mesmo a existência do princípio da insignificância pode ser averiguada pelo delegado. 
- Importa dizer que essa medida é de fácil fiscalização pelo poder judiciário.
19.2. Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares:
- É de difícil fiscalização na prática;
- Se justifica, uma vez que determinados lugares produzem na pessoa um efeito criminógeno;
- Exemplos de lugares: bares, baladas, estádios de futebol etc.;
- Numa cidade menor é mais fácil de ser controlada;
- Deve ter relação com o crime praticado;
- Tem por objetivo impedir a prática de novos delitos;
- Há uma corrente minoritária que entende que uma medida cautelar não pode ser utilizada para evitar a prática de novos delitos, isto é, para garantia da ordem pública, pois isto é um problema de segurança pública. Contudo, esta não é a posição do STF e do STJ (art. 282, I, CPP);
Art. 282, CPP.  As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
- Deve haver a determinação (individualização) dos lugares que o acusado não pode frequentar.
19.3. Proibição de manter contato com pessoa determinada:
- Perfeitamente eficaz na prática, uma vez que é fácil de ser controlada;
- Na mesma decisão que se impõe essa medida cautelar, deve o juiz determinar a intimação da pessoa determinada para que esta tenha conhecimento da medida adotada. Assim, caso o beneficiado descumpra a medida, a pessoa determinada informa ao juiz, permitido, portanto, o controle do cumprimento ou não da proibição aqui tratada (aplicação analógica do artigo 201, §§ 2º e 3º, CPP);
Art. 201, § 2o, CPP. O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 3o  As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
- Poderá ser adotada em duas situações distintas, a saber: a) de modo a se evitar a prática de novos delitos ou; b) a fim de se proteger a produção da prova.
19.4. Proibição de ausentar-se da comarca:
- O legislador ao tratar dessa medida cautelar parece colocar essa medida a necessidade de que o acusado permaneça na comarca a fim de contribuir com as investigações;
- O acusado não é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Assim, essa cautelar não pode ser determinada a fim de que o acusado seja obrigado a produzir uma prova que possa incriminá-lo;
- Deve ser determinada quando a permanência do acusado for necessária para a investigação, desde que o acusado esteja obrigado a participar do referido ato probatório (direito a não autoincriminação);
- Assim, não pode impor essa medida a fim de que o acusado participe da reconstituição, uma vez que aquele não é obrigado a participar desta;
- Pode ser imposta, por exemplo, para que o acusado participe do ato de reconhecimento pessoal;
- Além de impor essa medida para assegurar as investigações, a proibição de ausentar-se da comarca também pode ser imposta para assegurar a aplicação da lei penal;
- Medidas para tonar essa medida mais eficaz: - o juiz pode aplicar essa medida cumulativamente com o monitoramento eletrônico;
- registro dessa decisão no banco de dados do Conselho Nacional de Justiça;
- o juiz pode determinar a retenção do passaporte caso verifique a intenção do acusado de fugir do país com base no poder geral de cautela;
- Essa medida não revogou a prisão preventiva com base na garantia de aplicação da lei penal.
19.5. Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga:
- Difícil de ser controlada na prática;
- À semelhança da medida anterior, pode ser imposta cumulativamente com o monitoramento eletrônico para ter maior operabilidade;
- Não se confunde com a prisão domiciliar, uma vez que aqui o que se tem é uma medida cautelar diversa da prisão que pode ser aplicada àquele que estava solto ou como substitutiva de anterior prisão, enquanto aquela é um substitutivo da prisão preventiva, desde que o acusado preencha os requisitos legais (maior de 80 anos, está com doença grave ou ter pessoa menor de 6 anos ou deficiente que dependa dele).
19.6. Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira:
- Evita que a pessoa se utilize do seu cargo como facilitador para a prática de um delito;
- Essa medida cautelar, evidentemente, visa impedir a prática de novos crimes funcionais ou contra a ordem econômico-financeira;
- Não se trata de uma novidade no ordenamento brasileiro, existindo outras leis que já previam o afastamento do cargo, a saber: artigo 56, § 1º, lei 11.343/06 (prevê o afastamento do funcionário público no caso de crimes funcionais ligados ao tráfico de drogas), artigo 29, LC 35/79 – lei orgânica nacional da magistratura (prevê o afastamento do juiz), artigo 20, parágrafo único, lei 8.429/92 – lei de improbidade (prevê a possibilidade do afastamento do cargo sem prejuízo da remuneração);
- Essa medida cautelar só pode ser imposta em relação aos crimes relacionados ao exercício dessa função, isto é, deve-se verificar se há um nexo funcional entre a prática do crime e a função exercida;
- Não há suspensão da remuneração.
19.7. Internação provisória do acusado:
- É a única medida cautelar diversa da prisão em que o legislador traz um plus quanto aos seus requisitos;
- Para aplicação de medida cautelar diversa da prisão, basta que ao delito seja aplicada pena privativa de liberdade;
- Requisitos: - crime praticado pelo agente seja um crime praticado com violência ou grave ameaça;
- seja prevista para o crime praticado pena privativa de liberdade;
- somente é aplica ao inimputável e ao semi-imputável;
- só pode ser aplicada quando houver risco de reiteração (periculosidade);
- Visa impedir a prática de novos delitos.
Atenção 1!!!
	Lei 12.403
	Antes
	Depois
	Se o juiz verificasse a presença dos pressupostos que autorizam a prisão preventiva, o juiz decretava a prisão preventiva. Na prática, se ficasse demonstrado que o acusado era inimputável ou semi-imputável, a prisão preventiva era cumprida num hospital de custódia (STJ, RHC 11.329).
	Se o juiz verificar a presença do “fumus comissi delicti” e do “periculum libertatis” e se os peritos atestarem que o acusado é inimputável ou semi-imputável, o juiz aplica a medida cautelar diversa da prisão de internação provisória.
19.8. Fiança nas infrações que a admitem:
- Se o acusado não cumprir outra cautelar, o juiz pode aplicar fiança;
- Antes da lei 12.403/11, a fiança era apenas uma medida de contra cautela substitutiva de anterior prisão em flagrante;
- Após a lei 12.403, nos mesmos modos de todas as demais cautelares, a fiança pode ser concedida de maneira autônoma (fiança concedida àquele que estava em liberdade) ou como substitutiva de anterior prisão (flagrante, preventiva ou temporária).
19.9. Monitoramento eletrônico:
- Conceito: consiste no uso da telemática e de meios tecnológicos, geralmente por meio da afixação ao corpo do indivíduo de dispositivo não ostensivo de monitoração eletrônica (v.g., braceletes, pulseiras ou tornozoleiras), permitindo que à distância e com respeito à dignidade da pessoa a ele sujeito, seja possível observar sua presençaou ausência em determinado local e período em que ali deve ou não possa está, cuja utilização deve ser feita mediante condições fixadas por determinação judicial;
- Surgiu nos Estados Unidos, espalhou-se pela Europa e chegou ao Brasil;
- Lei 12.906/08 do Estado de São Paulo: de acordo com a maioria da doutrina é uma lei inconstitucional, uma vez que o Estado não pode legislar sobre o direito processual penal e execução penal (arts. 22, I e 24, I, CF/88);
- No ano de 2010, surge a lei 12.258: - essa lei cria o monitoramento eletrônico no Brasil;
- essa lei limitou-se a alterar a lei de execução penal;
- o monitoramento eletrônico foi introduzido apenas no âmbito da execução penal e não como medida cautelar (arts. 122 a 125 e 146-B, LEP);
- pode ser aplicado quando o juiz autorizar a saída temporária ou quando determinar a prisão domiciliar;
- Apesar do CPP não dizer expressamente, pode ser aplicado cumulativamente a outras medidas cautelares para assegurar o cumprimento destas;
- O CPP não prevê as suas regras, podendo ser aplicada, por analogia, a LEP;
- Lei 12.403: - traz como grande novidade a possibilidade de adoção do monitoramento eletrônico como medida cautelar diversa da prisão;
- pode ser aplicada ao cidadão que estava preso ou solto;
- Finalidades: - detenção: tem como objetivo manter o indivíduo em local predeterminado, geralmente em sua própria residência;
- restrição: é usado para garantir que o indivíduo não frequente certos lugares ou para que não se aproxime de determinadas pessoas;
- vigilância: é usado para que se mantenha vigilância contínua sobre o agente, sem restrição de sua movimentação (ex.: nos casos de proibição de ausentar-se na comarca ou do país);
- Tecnologias utilizadas no monitoramento eletrônico: - sistema passivo: o monitorado é periodicamente acionado pela central de monitoramento por meio de telefone para garantir que ele se encontra onde deveria estar, sendo sua identificação feita por meio de senhas ou biometria;
- sistema ativo: o dispositivo instalado em local determinado transmite o sinal para uma central de monitoramento. Se o monitorado se afastar do local acima da distância determinada, a central é imediatamente acionada;
- sistema de posicionamento global (GPS): é utilizado como instrumento de detenção, restrição ou vigilância, pois permite a localização do usuário em tempo real; 
- Compatibilidade do monitoramento eletrônico com o princípio da dignidade da pessoa humana: 
* Argumentos favoráveis: - evita-se o contato do agente com as fábricas de reincidência que se tornaram os estabelecimentos penitenciários no Brasil;
- permite que o acusado exerça regularmente uma atividade laborativa, educacional, mantendo-se no convívio de seu grupo social e familiar;
- o monitoramento eletrônico também impede o contato do agente com o cárcere e a possível transmissão de doenças infectocontagiosas, como a AIDS e tuberculose.
19.10. Medidas cautelares de natureza pessoal diversas da prisão previstas na legislação especial:
- Medidas protetivas de urgência da lei Maria da Penha (lei 11.340);
- DL 201/67 que dispõe sobre crimes de responsabilidade de prefeitos e vereadores, prevê o afastamento dessas pessoas do seu cargo (art. 2º, II);
- CTB prevê a possibilidade do juiz determinar a suspensão da habilitação (art. 294);
- Lei 11.343/06 prevê o afastamento do funcionário público de suas atividades;
- LC 35/79, em seu artigo 29, prevê o afastamento do juiz, caso a denúncia seja recebida;
- Lei de improbidade administrativa (art. 20, p.u.).
19.11. Descumprimento das Medidas Cautelares:
- Artigo 282, § 4º, CPP;
Artigo 282, § 4o, CPP. No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo único). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
- Deve ser assegurado o contraditório prévio. Importa dizer que essa regra não é absoluta. Assim, se o juiz verificar que esse contraditório prévio irá prejudicar a medida pode fazer o contraditório diferido;
- Há doutrinadores que entendem que se o acusado descumprir injustificadamente a cautelar, é possível a sua revogação e aplicação da prisão preventiva, mesmo que não preenchidos os requisitos do artigo 313, CPP, a fim de emprestar coercibilidade as medidas cautelares;
- Há doutrinadores que entendem só ser possível a revogação da cautelar e aplicação da prisão preventiva, caso preenchidos os requisitos do artigo 313, CPP, mesmo que a medida cautelar tenha sido descumprida injustificadamente. Importa dizer que Renato Brasileiro considera ser esse o entendimento mais correto.
20. Liberdade Provisória e Lei 12.403/11:
- Mudanças: - revogada liberdade provisória sem fiança, nas hipóteses em que o preso se livrava solto (art. 321, CPP);
Art. 321, CPP.  Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
- antiga liberdade provisória sem fiança do parágrafo único do artigo 310, CPP: - previa uma liberdade provisória sem fiança quando o juiz verificasse a inexistência das hipóteses que autorizavam a preventiva;
- o novo parágrafo único do artigo 310 passou a tratar da liberdade provisória sem fiança quando o juiz verificar que o crime foi cometido sob a presença de uma excludente de ilicitude;
- diante da nova redação do artigo 310, parágrafo único, CPP, que deixou de prevê a liberdade provisória sem fiança quando o juiz verificasse a inocorrência das hipóteses que autorizam a prisão preventiva, surge a indagação: o que deve fazer o juiz quando verificar pelo auto de prisão em flagrante que não há necessidade da decretação da prisão preventiva do agente? 1ª corrente: há doutrinadores que entendem que continua sendo possível a concessão de liberdade provisória sem fiança (Pietro Paolo). Alguns autores criticam esse posicionamento já que não tem fundamento legal (Renato Brasileiro). 2ª corrente: o juiz deve conceder ao acusado liberdade provisória com ou sem fiança, cumulada ou não com uma das medidas cautelares diversas da prisão (Renato Brasileiro).

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