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UNISUAM-CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTA
 CURSO DE PSICOLOGIA
 DISCIPLINA: PSICOLOGIA INSTITUCIONAL
 PROFª AGATA CASTANHEDA
 ALUNAS: BÁRBARA CLAUDIA SOUZA DA SILVA- 19103698
 ELIZELIA SILVA- 19102851
 EMANUELLE SOARES PALOMINO-19100959
RESENHA SOCIEDADE DO CANSAÇO E CONTRAPONTOS TEXTUAIS
O livro aborda o sujeito como um ser que necessariamente se vê obrigado socialmente a superproduzir com alta performance, ser o tempo todo positivo independente das circunstancias e ainda ser lindo, fitness, social, bem sucedido, informado e interessante. Tudo isso produz consequentemente tempos de cansaço e esgotamento intenso, além da sensação de incapacidade, insuficiência e doenças psíquicas de diversas naturezas.
Através de análises sociais, o autor demonstra uma sociedade mergulhada no capitalismo exacerbado que teria como ponto de partida a diversidade e a troca com o outro, mas acaba produzindo sujeitos individualistas e narcisistas. Ou seja, o sujeito está tão ocupado com o ser ou com o tornar-se que abandona a troca e o reflexo de si mesmo no outro e nem percebe que infringe esta forma de violência contra si próprio. A agressão imposta por estes tempos sobrevividos, faz com que acreditemos estarmos por vontade própria em busca da nossa melhor versão.
Assim podemos utilizar a citação que Abimael Marques fez sobre Foucault em corpos dóceis: “A disciplina fabrica corpos dóceis, humildes, altamente especializados e com capacidade para desempenhar as mais variadas tarefas. A disciplina multiplica a força em termos econômicos e reduz qualquer espécie de resistência que o corpo possa vir a oferecer ao poder. O corpo só pode ser utilizado como fonte econômica e como força útil se, ao mesmo tempo, for produtivo submisso” (2013).
O que nos faz pensar que as redes sociais produzem essa docilidade a cada vez que propaga a vida ideal e que nos convence do que precisamos, do que queremos e do que merecemos, mostrando que se “existem” pessoas “que dão conta” eu também posso e devo me esforçar para tanto, mas não mostra a troco de quê, produzindo uma sociedade cansada, depressiva, doente, tanto física quanto mentalmente e escrava de si mesma, como resultado do vazio gerado por essa era digital e solitária.
A crise neuronal do século XXI é algo que traz a discussão novas doenças, como TDAH, TAG, depressão, Transtornos de personalidade, Burnout entre outras e que pode ser resultado desta positividade toxica e da multitarefalidade que vivemos e da qual somos cobrados. Esta era chega substituindo um século imunológico que já não existe mais segundo o livro, do que discordo, visto que a pandemia do Covid-19 chegou para nos mostrar que essa era não passou e que precisamos nos preocupar, pois os isolamentos, a falta de esperança e de suporte do governo, afetam diretamente nosso psicológico intensificando os transtornos apresentados nessa crise neuronal do século XXI.
No capitulo Além da sociedade disciplinar, o autor gera contrapontos onde as instituições de outrora (os hospitais, os presídios, os asilos, os quartéis e as fábricas) são substituídas voluntariamente por shoppings centers, academias, bancos, aeroportos e laboratórios de genética que permitem escolher o descendente a luz da “perfeição”, fazendo com que este sujeito acredite que não são mais sujeitos de obediência. Nesse ritual de passagem do sujeito “de dever” para o “de poder”, gera-se uma autogestão ilimitada para ações, sendo mais eficiente que explorar o outro, visto que o explorador é ao mesmo tempo o explorado, mortificando seu eu através da conversão onde ele acredita que aquela conduta é apropriada e onde ele quer a reproduzir em outros como forma de representação dessa instituição social, explicada por Goffman e citada por Silvio Jose Benelli em Goffman e as instituições totais em analise (2014). 
No capítulo 3 sobre o tédio profundo, pode ser levantada a questão do quanto os sujeitos estão focados em diferentes tarefas ao mesmo tempo, tendo como uma das consequências à falta de atenção ou falta de uma atenção plena, saudável e produtiva, nesse capitulo o autor ao falar sobre o retrocesso e nos diz que toda a modernidade, informação e tecnologia que estão a nosso favor conseguem contribuir para nossa falta de foco nas reais prioridade. Contudo, ao nos depararmos com a primeira aula podemos refletir e entender sobre o papel do psicólogo, nas mais variadas interações e sua importância frente às instituições e sociedades, como: ouvir e acolher o sofrimento; entender sua origem e avaliá-lo, entender as dificuldades, promover autoconhecimento, ajudar a gerir a organização, orientação profissional, inclusão do estudante, tentar minimizar o sofrimento devido ao adoecimento e/ou hospitalização, mediação de conflitos, dentre tantos outros mais. Esses papéis estão muito ligados ao livro, sobre a importância do psicólogo de entender esses sujeitos e a importância de conscientizar sobre a importância de dar foco e atenção. 
Bleger (1984) defende que é necessário proporcionar uma melhor qualidade de vida e saúde, concordamos com ele quando diz que diversos fatores devem ser incluídos para proporcionar saúde física e mental, proporcionando a qualidade de vida e saúde, dando o nome de Psico-higiene tais como: alimentação, escolaridade, fases e momentos característicos como infância, adolescência, velhice, família, escola, preconceitos, hábitos, etc. De acordo com o livro no capitulo 3, é importante para que consigamos ter melhor qualidade de vida, melhor entendimento quanto a ter um olhar diferenciado para com o que está em sua volta e para o mundo é necessário dar pausas, desacelerar, ouvir mais e compreender mais através dessas pausa.
	Sobre o capitulo 4 Vita Activa, um ponto a ser ressaltado é o quanto os sujeitos se reconhecem e reconhecem seus papeis dentro da sociedade moderna, pois devido a suas vidas corridas podem até não dar a devida importância do quão rápido o tempo passa e principalmente que existe a finitude. Ainda que o avanço tecnológico cada vez mais ande a passos largos a nosso favor, ainda assim muitos vivem trabalhando ou para o trabalho, deixando muitas vezes o ato de viver e principalmente viver de forma saudável. De acordo com Arendt (1981) diante de tudo isso, subtende-se que o homem é degradado a animal, vindo a arremeter o pensamento de docilização dos corpos, no artigo: Os corpos dóceis, em vigiar e punir, de Michel Foucault de Abimael Antunes, onde em aula tivemos a oportunidade de debater e refletir sobre o quanto nossos corpos foram docilizados, o quanto aceitamos e normatizamos determinadas situações. Exemplo disso é nas escolas onde você já é preparado para aceitar regras, normas, vigilâncias, exames, etc. como forma de controle. Nossos corpos começam a ser docilizados dentro do ventre onde já se iniciam as regras de cores de roupas e brinquedos específicos para o sexo da criança, etc. Também discutimos sobre a vigilância e o controle, pois a todo o momento somos vigiados e controlados, esse controle e vigilância nas escolas, em hospitais, nas ruas, nos mercados, nos presídios, nas redes sociais, nas organizações entre tantos outros e o papel do psicólogo é tentar resgatar os sujeitos com toda a sua subjetividade, não olhando apenas para números, notas, doenças, crimes, etc. Olhar para o sujeito como um todo, com um ser que precisa ser acolhido, precisa ser ouvido, entendendo no biopsicossocial está bem nítido sobre essa necessidade no livro, pois o indivíduo acelerado, desanimado, com suas ansiedades e angustias precisam ser compreendidos através de um olhar humanizado e técnico do psicólogo.
Levantamos a discussão sobre o texto poder e verdade, e o texto biopodere sociedade disciplinar. Foi uma ótima discussão sobre: O que é o poder, como esse poder acontece e de quem é o poder? Bem, para Foucault o poder não é um bem, ele é exercido, está nas relações sociais e inclusive as relações sociais são formadas pelo poder, sendo modificado e sempre em transformação, porque a sociedade muda e está bem claro o quanto esse poder interfere nas relações, tanto interferindo para o bem quanto prejudicando, como por exemplo, no livro, cujas recentes evoluções sociais para o triunfo animal laborans onde diz que o indivíduo é dominado por um processo que envolve sua geração e quando não está mais ligado a essa corrente é gerada a individualidade, como exemplo pode ser a “modinha”, a partir do momento que o sujeito não compartilha das mesmas ideias da “modinha”, esse sujeito se desliga e entra no processo de individualização. Em contrapartida, essa sociedade animal laboral moderna se contrapõe e diferencia a sociedade de desempenho dos dias atuais, pois o animal laborans pós-moderno exalta sua individualidade, tornando uma sociedade não mais passiva, hiper neurótica, hiperativa e com agitação nervosa.
	
Segundo o texto do capitulo 7, a vida humana é transitória onde faz com que a hiperatividade, a histeria do trabalho e produção acabe sendo uma prevalência, pois antes eram senhores de escravos e seus escravos e hoje somos escravos prisioneiros do trabalho, sendo fruto de uma cobrança do processo de vigiar e punir e docilização dos corpos.
Nesse sentido, Han (2015) informa que a sociedade do cansaço existe pela ausência ou falta de repouso e que a civilização, caminha para uma nova barbárie (Nietzsche apud HAN, 2015), se apresentando o “imperativo do desempenho como um novo mandato da sociedade pósmoderna do trabalho” (HAN, 2015, p. 27). Desse modo, a sociedade do desempenho e do trabalho (HAN, 2015), faz com que o sujeito seja prisioneiro de si, resultando o surgimento de repressões ou coerções.
No último capítulo, a sociedade do cansaço, ele figura e traduz nossa sociedade como uma sociedade que vivem em círculos, tentando ser o melhor que podemos, dando tudo de si, mas ao mesmo tempo incapaz de produzir qualidade em qualquer atividade pelo mero fato de viver sobrecarregada, doente e em busca de algo inalcançável. Uma sociedade que aparenta ser livre, visto que o dever foi substituído pelo poder, mas que ao mesmo tempo vive encarcerada e vigiada por ela mesma em busca de uma superprodução que só é alcançada através do esforço individual, solitário e vazio. Nos levando a refletir sobre como nós somos influenciados a competição, como somos levados a ser sempre os melhores, e nessa busca desenfreada, como estamos ficando adoecidos, como estamos perdendo a percepção do tempo, em uma busca complexa de querer ser sempre mais e da necessidade de demonstrar isso para os outros. Se não postar não viveu, se não ganhar links não está bom. Em nossa aula discutimos sobre a vida ativa, por meio da leitura de Hannah Arendt, onde o autor constrói a concepção dessa nova sociedade baseada na busca do capitalismo. Onde é necessário se encaixar nesse padrão, e está além das disciplinas vistas anteriormente por Foucault. No capítulo V do livro, o autor nos mostra como o personagem Bartleby não se encaixa nesse sentido, o personagem morre sozinho. O autor nos comunica que perdemos saúde para juntar dinheiro, onde temos os entendimentos de que todos os esforços da vida levam à morte. Nos leva a refletir sobre a sociedade do espetáculo, sem espetáculo. A necessidade que temos de demonstrar a todo custo a nossa vida, em uma reflexão sobre uma sociedade performática e que produz cansaço e exaustão excessiva, faz uma crítica sobre a necessidade que temos de se mostrar, de mostrar que somos os melhores, os perfeitos e que ao final só demonstra o tédio da sociedade com a atuação solitária e pessoal. 
O último capítulo, batizado com o nome do livro, é uma análise da sociedade da fadiga e se desdobra na sociedade do "estimulante cerebral", ou seja, um espetáculo sem espetáculo. sociedade do desempenho que na verdade gera fadiga e exaustão excessiva, onde temos que demonstrar sempre que somos os melhores, os mais bem sucedidos, os corpos perfeitos, em uma busca desenfreada de algo, ou alguém inalcançável. Não sendo cooperativo com os outros, mas aumentando o desempenho de si mesmo, de forma egocêntrica e narcisista. Nos levando a querer ser super-humanos que damos conta de tudo e de todos nos levando a um cansaço que ao invés de nos levar a fazer tudo nos desabilita a fazer nada.
O autor neste capítulo nos leva a refletir sobre a falta de disciplina na sociedade atual, sem mandamentos e proibições, opressão e imposição, ou seja, sem negatividade da proibição. A sociedade da performance rompe com essas Característica apresentada, é organizada a partir da ideia de sociedade de liberdade, não é a responsabilidade que a define, mas o poder da habilidade, o sujeito da expressão. O neoliberalismo é um tema seguro, onde o homem passa a ser o senhor de si. No entanto esta liberdade. Não é libertação de fato pois acaba por se tornar em novas restrições à superprodução e às disposições de vida, como se as possibilidades se expandissem, tudo se torna possível, e quando não alcança o objetivo, tudo é um fracasso porque tudo é resultado do esforço individual. O capitalismo e como nos organizamos nele, não vivemos mais, sobrevivemos. Nós não temos o inimigo externo, o nosso inimigo somos nós mesmos, gerando cobranças exageradas e pressão que não vem de fora, mas de si mesmos. Desencadeando daí depressão, ansiedade e outros distúrbios neuronais 
O imperativo que se coloca é o eu posso e não mais o eu devo, não há negativardes e resistência, o homem é sujeito de si e de suas escolhas, o que está em pauta é sua habilidade, ilimitada de poder se forjar auto exploração é muito mais efetiva e caminha conectada a ideia de liberdade. Prolifera-se o sucesso, a saúde, culto ao perfeito, a era das positividades não possui nenhuma alternativa, é uma era de ditadura, os valores culturais cedem lugar ao valor expositivo e do mercado. Por fim, Han afirma: “Vivemos numa loja mercantil transparente, onde nós próprios, enquanto clientes transparentes, somos supervisionados pelos outros e por nós mesmos. 
Para Byung-Chul Han, o nosso estilo de vida atual é o grande causador esta onda de doenças neuronais que, por sua vez, prejudicam todas as esferas da vida do paciente, desde a esfera social, íntima, familiar até a esfera profissional e, no caso das crianças e dos jovens, a esfera escolar e acadêmica. 
Vivemos um dia a dia conturbado, no qual temos diversas tarefas e prazos a cumprir, diversos compromissos a comparecer, diversas pessoas a estar e, no meio disso tudo, por meio das tecnologias digitais e analógicas, somos bombardeados por informações e notícias. Temos de responder e-mails e mensagens assim que chegam, temos de nos manter informados, temos de estudar, trabalhar, nos divertir. Enfim somos bombardeados com autocobranças para mostrar que somos os melhores. 
Esse livro foi muito importante para nós, mudou nosso ponto de vista, nos levou a refletir como nossa sociedade se modificou, passou da sociedade do controle adestramento dos loucos e delinquentes para a sociedade do cansaço e da ansiedade, pessoas doentes mentalmente, fracassadas e deprimidas. Nesse contexto podemos perceber ainda mais a importância que nós futuro psicólogos teremos nessa sociedade doente e tão carente de ajuda. 
Bibliografias:
· Han, Byung –Chul- Sociedade do Cansaço/ Byung –ChulHan; tradução de Enio Paulo Giachini.- Petropolis, Rj: Vozes,2015.
· Marques, Abimael Antunes-Resenha corpos dóceis/ Revista Eletronica do Curso de Pedagogia do campus Jatai-UFG; Volume 2, Nº15,Segundo semestre de 2013.
· BENELLI, SJ. Goffman eas instituições totais em análise. In: A lógica da internação: instituiçõestotais e disciplinares (des)educativas [online]. São Paulo: Editora UNESP, 2014, pp. 23-62. ISBN-978-85-68334-44-7. AvailablefromSciELO Books .· https://www.youtube.com/watch?v=Oc1vjYVT5ak. Vídeo Institucional - Papel do psicólogo em todos os lugares. 19/04/2022 ás 21:00.
· https://www.youtube.com/watch?v=NRXqeWwidqc. Psicologia Institucional. 19/04/2022 as 22:00.
· Compêndio de análise institucional e outras correntes: teoria e prática: capitulo II, sociedades e instituições BAREMBLITT, Gregorio F.
· A instituição total como agência de produção de subjetividade na sociedade disciplinar. BENELLI, Sílvio José 
· Os corpos dóceis, em vigiar e punir, de Michel Foucault. Marques. Abimael Antunes. Volume 2 - Número 15 - Segundo Semestre de 2013.
· As relações de poder em Michel Foucault: reflexões teóricas. FERREIRINHA, Isabella Maria Nunes; RAITZ , Tânia Regina
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