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Leucose Enzoótica Bovina Papilomatose Bovina Scrapie Doenças Infecciosas Prof.: Luiz Eckhardt Equipe: Enrico Guilherme José Maurício Laura Veta 05 Leucose Enzoótica Bovina (LBE) Introdução • A LEB é uma doença infecto-contagiosa de caráter crônico causada por um retrovírus; • Possui um período de incubação de dois a cinco anos, levando ao desenvolvimento de tumores em uma pequena porcentagem dos animais infectados; • A doença e o agente viral só foram descritos no final da década de 60, nos EUA. A difusão do vírus ocorreu devido a introdução de animais europeus infectados em países livres da doença; • Atualmente, a LEB está presente em praticamente todos os países do mundo. Etiologia • Gênero Deltaretrovírus; Envelopado; • Família Retroviridae; • Infecta preferencialmente linfócitos B; • Células T, monócitos e granulócitos; • Inativados por solventes (éter, álcool e clorofórmio), detergentes lipídicos e aquecimento a 56 º C. Epidemiologia • Tem alta morbidade. Em rebanhos infectados a prevalência da infecção pode alcançar taxas elevadas de 60 a 90%; • O fator que mais influencia é a aglomeração de animais, quanto maior a aglomeração, maior será a frequência de animais soropositivos; • Na bovinocultura de leite que se concentra o maior número de infectados, pois são submetidos com frequência a situações que favorecem a transmissão da doença, como vacinações, vermifugações, colocação de brincos, descornas, cirurgias e palpações retais; • A LEB geralmente manifesta-se em bovinos entre três a sete anos de idade. Transmissão • A principal fonte de infecção é a iatrogênica por agulha, material cirúrgico, luva de palpação, tatuador ou qualquer outro procedimento que possa transmitir linfócitos de um animal para o outro; • O contágio (animal-animal) pode ocorrer, mas requer um íntimo e prolongado contato físico, uma vez que animais separados por mais de dois metros de distância não transmitem a infecção; • O sêmen, que apresenta grande número de leucócitos é um material com potencial na transmissão da LEB, principalmente na monta natural; Transmissão • Os insetos hematófagos podem atuar como via de infecção; • A transmissão transplacentária ocorre em aproximadamente 3 a 8% das gestações de vacas soropositivas; • Pode ser transmitido verticalmente através do leite e do colostro, é capaz de infectar e expressar, in vivo, antígenos virais em epitélio glandular; • Não é considerada uma Zoonose. Patogenia • Curto período de viremia pós-infecção, seguido por um longo período de latência antes do aparecimento de sinais clínicos; • Após um intervalo de 10 a 12 dias, partículas virais estão presentes na corrente sanguínea induzindo uma resposta imune humoral com a produção de anticorpos específicos para as proteínas virais p24 e gp51; • Em média 30% dos infectados, podem apresentar aumento no número de linfócitos B circulantes, caracterizando um quadro de linfocitose persistente, enquanto que outros (0,5 a 5%) podem desenvolver linfossarcomas; • Uma das características dos animais infectados é a produção persistente de anticorpos, sugerindo uma constante estimulação do sistema imunológico por antígenos virais. Sinais clínicos • Leva ao aparecimento de linfocitose persistente em aproximadamente 30% dos animais infectados, que clinicamente não apresentam nenhum sintoma; • Na forma tumoral, indo de 0,5 a 5,0% dos bovinos com mais de quatro anos de idade. As massas tumorais apresentam aspecto firme e coloração branca amarelada; • São determinados, em grande parte, pela localização dos linfossarcomas. O aumento de linfonodos superficiais pode ser comum, mas esta hiperplasia pode também ocorrer apenas em tecidos linfóides viscerais; Sinais clínicos • Ocorre invasão frequente do sistema digestório, sendo comum no abomaso, causando obstruções ou úlceras que podem manifestar-se clinicamente como anorexia, timpanismo recorrente e perda de peso; • Neoplasias localizadas na medula espinhal originam perturbações neurológicas como paralisia de membros posteriores; • Casos de falência cardíaca em bovinos são frequentemente associados a linfossarcomas no miocárdio; • Nos casos avançados, os animais com linfossarcoma que são enviados ao abate, em estabelecimento com serviço de inspeção veterinária, poderão ter parte ou toda a carcaça condenada. Sinais clínicos Hipertrofia dos linfonodos submandibulares, parotídeo e pré-escapular. Hipertrofia dos linfonodos mesentéricos Hipertrofia dos linfonodos renais Diagnóstico Clínico • Os animais apresentam emagrecimento progressivo, anorexia, exoftalmia, paralisia progressiva dos membros posteriores e formações tumorais nos linfonodos superficiais; • À necropsia são encontradas formações tumorais em tecidos linfóides, no átrio direito do coração, na parede do abomaso e útero, linfonodos aumentados com tecido neoplásico firme e branco, muitas vezes circundando um foco necrótico translúcido. Diagnóstico Laboratorial • Histopatológico: observa-se infiltrações nodulares ou difusas de células linfóides nos órgãos atingidos; • Com base na morfologia celular o linfossarcoma é classificado como um tumor de células redondas; • Deve-se coletar os órgãos que apresentarem tumorações e enviar o material em formalina a 10%. Massa Tumoral Diagnóstico Laboratorial • Exame de sangue: observa-se linfocitose persistente em aproximadamente 30% dos bovinos infectados; • Sorológico: deve-se enviar o soro de animais com mais de sete meses de idade, para evitar a detecção de anticorpos colostrais; • Vacas no período de pré ou pós-parto, 30 dias antes ou depois do parto, que apresentarem resultado negativo nos testes sorológicos devem ser retestadas, pois ocorre declínio nos títulos de anticorpos. • Os testes rotineiramente usados são a imunodifusão em gel de agar (IDGA) e os ensaios imunoenzimáticos (ELISAs) Diagnóstico Diferencial • Leucose Esporádica Bovina • Tuberculose • Actinobacilose • Paratuberculose • Raiva • Botulismo • Intoxicação Prevenção e controle Manutenção de rebanhos livres • Evitar a introdução de animais infectados; • O veterinário não deve utilizar instrumental cirúrgico ou agulhas que foram utilizados em outro rebanho; • Manter os animais a pelo menos 150 metros de distância de rebanhos infectados; • Combater os insetos hematófagos. Prevenção e controle Rebanhos infectados • Usar agulhas descartáveis para evitar a infecção dos animais negativos; • Os instrumentos devem ser desinfetados quando do procedimento em animais diferentes; • Eliminação dos animais positivos através da sorologia em todo o rebanho nos animais com mais de sete meses com intervalo de três a seis meses. Até o momento não existem tratamentos ou vacinas eficientes disponíveis Papilomatose Bovina Conceito • Enfermidade neoplásica transmissível da pele e mucosas, caracterizada pelo crescimento excessivo de células basais. • São massas tumorais vulgarmente conhecidas como Figueira, Verruga, Verrucose, Fibropapilomatose e Epitelioma contagioso. Agente Etiológico • Vírus da família Papovaviridae, gênero Papilomavírus. A literatura descreve 6 diferentes tipos do vírus que podem acometer os bovinos. • Possuem genoma de DNA fita dupla circular, A partícula viral consiste em um capsídeo icosaédrico, não-envelopado. • Os vírus são ainda divididos em dois grupos antigenicamente diferentes: grupo A (tipos 1, 2 e 5) - originam fibropapilomas; grupo B (tipos 3, 4 e 6) - originam papilomas epiteliais; Microscopia eletronica de fragmento de pele. Papilomavirus bovino. Epidemiologia • Os animais jovens são mais susceptíveis, porem todas as faixas etárias podem ser atingidas. • Dentre as raças, a Holandesa (Pretoe Branco) apresenta uma maior predisposição às Verrucoses. • Afeta bovinos, caninos, equinos e coelhos. • Morbidade/Mortalidade geralmente baixa. • Distribuição: mundial • Estado imune da população e outros fatores influenciam a ocorrência da Papilomatose: Sistema de criação confinado; Método utilizado para identificação dos animais (tatuagem e marcadores de orelha); Transmissão - direta ou indireta (moscas, carrapatos, fômites). Animais acometidos são o próprio reservatório da doença. Para que ocorra a transmissão, é necessário que haja alguma lesão na pele do animal. Patogenia • São divididos em dois grupos distintos quanto a patogenia: • Subgrupo A (fibropapilomas): Estágio 1: Há a proliferação dos fibroblastos epiteliais; Estágio 2: Ocorre uma hiperplasia difusa e acometimento da camada celular primordial; Estágio 3: Neste período ocorre o papiloma verdadeiro; há a presença de queratinócitos dando origem a massas que possuem um núcleo central de tecido conectivo; Estágio 4: Ocorre a regressão do tumor, pois há o ataque de linfócitos e macrófagos a porção papilomatosa do tumor. (Doença auto-limitante); • Subgrupo B (papilomas escamosos) Sinais Clínicos • Espécies de tumores, geralmente circulares, que ocorrem, na maioria das vezes na epiderme; • Os papilomas são benignos, de tamanho e cores variadas; • Dependendo da gravidade, tornam-se extremamente incômodos para os animais, provocando estresse e, consequentemente, queda na produção de leite e carne, predispondo-os às infecções bacterianas secundárias. Diagnóstico • É feito nomalmente pela observação visual associada ao aspecto epidemiológico e manejo ao qual o animal é submetido. O aspecto da lesão já leva ao diagnóstico da doença. Nos casos onde é necessário a identificação do agente etiológico, deve-se fazer uma imunofluorescência direta. Diagnóstico diferencial • Granulomas infecciosos (tuberculose, actinomicose, dermatose nodular). • Lesões crostosas da febre aftosa. • Dermatofitose. • Existem diferentes tipos de papilomas que apresentam características macro e microscópicas particulares. Actinomicose (Actinomyces bovis) Dermatose nodular (Pox virus) Dermatofitose (fungos dermatófitos) Tratamento • Vacina autógena • Auto-hemoterapia • Remoção cirúrgica • Cauterização das lesões com nitrato de prata • Homeopatia • Clorobutanol –Via SC Antes do tratamento homeopático Ao final do tratamento homeopático Auto-hemoterapia Remoção cirúrgica Controle/Prevenção • Não adquirir animais com papilomas; • Combate a carrapatos e moscas hematófagas; • Isolar animais infectados; • Realizar a desinfecção de agulhas, seringas e materiais; Controle/Prevenção • Fêmeas em fase de lactação que possuírem papilomas nos tetos ou úbere, devem ser ordenhadas por último; • Ordenhador deve utilizar antissépticos nas mãos como solução de iodo; • Desinfecção de aparelhos de uso comum pelo menos uma vez por semana com formol a 2%. Scrapie Paraplexia enzoótica dos ovinos • É uma doença neurodegenerativa fatal que acomete o sistema nervoso de ruminantes; • Acometendo ambos os sexos igualmente. Costuma afetar animais entre 2 a 5 anos de idade, ocorrendo raras vezes em animais com menos de 18 meses de vida; • A morbidade gira em torno de 10 a 50% do rebanho afetado, apresentando 100% de mortalidade os animais que manifestam sintomas da doença; • O período de incubação do scrapie é longo, variando de 3 a 5 anos. Introdução Agente Etiologico • É acúmulo de uma proteína anormal, denominada príon; • Esse prion é resultado de uma alteração de conformação da molécula normal, e é codificado pelo próprio hospedeiro; • Esta doença pertence ao grupo de encefalopatias espongiformes transmissíveis (EET). Resistência • Radiação ionizante e ultravioleta • Influências físicas e químicas. • Fervura, por congelamento e descongelamento rápidos • Exposição ao éter ou à formalina 20%. • Os tratamentos pelo calor convencional podem reduzir a infectividade, mas para destruí-lo totalmente é necessária a esterilizarão por vapor a 132°C. Epidemiologia • A doença atinge ovinos de ambos os sexos e provavelmente ocorre em todas as raças; • É considerada doença do ovino adulto, pois acomete animais com idade entre 2 a 5 anos; • Nos rebanhos infectados a morbidade varia de 10 a 50% e nos animais com sintomatologia clínica da doença a mortalidade é 100%; • A Austrália e a Nova Zelândia são países notoriamente reconhecidos como livres da scrapie baseando-se na ausência de registro da doença. • No Brasil, o primeiro registro desta doença remonta a 1978, no Roo Grande do Sul quando o país adquiriu ovinos Hamphire Down importados da Inglaterra. Patogenia • O agente tem tropismo pelo sistema linforeticular onde se replica antes migrar para o sistema nervoso; • A célula nervosa não consegue liberar os prions produzidos, que se acumulam, levando a uma lesão degenerativa no cérebro; • Não ocorre nenhuma resposta imune ou reação inflamatória nesses animais; • Contraem o agente infeccioso por ingestão de placenta ou fluidos contaminados. Transmissão • A transmissão pode ser do tipo horizontal e/ou vertical, por meio da introdução de animais infectados em rebanhos livres da doença; • A via oral aparentemente é uma das mais implicadas; • A placenta é conhecida como a maior fonte de infecção da mãe para o seu cordeiro e outros cordeiros que entrarem em contato com esta membrana. Sinais Clínicos • Sinais iniciais são mudanças comportamentais como intensificação do estado de alerta e da agressividade; • Outros sinais nervosos como tremores musculares, convulsões e perda da coordenação motora necessária ao andar; • O mais evidente é um “coçar patológico”. O animal coça-se usando a boca e as patas ou esfregando-se contra objetos de maneira tão violenta que perde tufos de pelos da pelagem e provoca escoriações na pele; • Os sinais da doença normalmente aparecem de 2 a 5 anos após contato com o agente. Diagnóstico • No Brasil o diagnóstico confirmatório é feito através de exame laboratorial para a detecção do prion, pela técnica da imunoistoquímica (IHQ). Pode ser realizado no animal vivo, através da colheita de tonsilas, tecidos linfóides na terceira pálpebra e na prega ano-retal; • O diagnóstico in vivo ainda está em estudo e não pode ser utilizado categoricamente para considerar um animal livre de infecção pelo príon; • Após a morte do animal, é realizado o teste em amostras de tecidos do Sistema Nervoso Central pelas técnicas de histopatologia e de IHQ. Diagnóstico diferencial • Sarna • Piolho • Raiva • Toxemia da prenhez • Fotossensibilização Tratamento • Não há tratamento nem vacina efetivos para scrapie; • É uma doença fatal e de notificação obrigatória; • Todos animais acometidos bem como sua progênie e seus contatantes devem ser submetidos a eutanásia tendo suas carcaças incineradas. Controle e prevenção • O uso da inseminação artificial e transferência de embriões têm sido apontados como uma limitação na transmissão do scrapie; • proibição da importação de ovinos e caprinos, ou outros produtos de risco para a doença, de países onde a doença é enzoótica; • A nível de rebanho: Controle do manejo reprodutivo. Utilizar um local específico para a parição, de preferência em compartimento individual com piso cimentado. Após o parto, os restos placentários devem ser retirados e incinerados, de maneira a evitar o contato de outros animais com estes materiais. Manter um banco de dados sobre a entrada e saída de animais do rebanho Referências • http://www.beefpoint.com.br/radares-tecnicos/sanidade/leucose-enzootica-bovina-36191/• https://pt.wikipedia.org/wiki/Papillomaviridae • http://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/medicina-da-producao/papilomatose-bovina-uma-doenca-autolimitante-16689n.aspx • http://www.revistaveterinaria.com.br/2012/02/24/conheca-um-pouco-mais-sobre-a-doenca-papilomatose-bovina/ • http://www.infoescola.com/doencas/papilomatose-bovina/ • http://www.ruralsoft.com.br/manejo/manejoExibe.asp?id=218#.Vd8AJJfUuy8 • http://www.agrolink.com.br/colunistas/ColunaDetalhe.aspx?CodColuna=3545 • http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Aniamal/programa • http://www.beefpoint.com.br/radares-tecnicos/sanidade/as-encefalopatias-espongiformes-animais-o-scrapie-cocando-ate-morrer-18629/
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