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STF e STJ- ROUBO

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ROUBO, NO ENTENDIMENTO DO STF 
 
 
Segunda Turma 
Ementa: HABEAS CORPUS. ROUBO 
CIRCUNSTANCIADO. DOSIMETRIA DA PENA. 
EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE. 
CULPABILIDADE. FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA. 
CONSEQUÊNCIAS DO CRIME. MOTIVAÇÃO 
SUFICIENTE. ATENUANTE DA CONFISSÃO 
ESPONTÂNEA. QUANTUM DE DIMINUIÇÃO. 
FRAÇÃO PROPORCIONAL E ADEQUADA. 
1. Inviável reputar negativo o vetor do art. 59 do 
Código Penal com fundamento exclusivo nos 
elementos constitutivos e descritivos do crime. Desse 
modo, impõe-se o decotamento da avaliação negativa 
da circunstância judicial da culpabilidade, porquanto a 
indicada potencial consciência da ilicitude e exigência 
de conduta diversa constituem pressupostos da 
culpabilidade como elemento do crime. 2. De outro 
lado, constata-se exatidão no sopeso da 
circunstância negativa da consequência do crime. 
Isso porque a menção – para além dos prejuízos 
ínsitos à figura típica – da repercussão negativa da 
ação criminosa à empresa, como o arrombamento 
das portas, a danificação do circuito interno de 
alarme e do cofre da agência, constitui motivação 
adequada e suficiente a justificar a elevação da 
pena-base. 3. O decréscimo implementado em 
decorrência do reconhecimento da atenuante da 
confissão espontânea não revela arbitrariedade, 
ilegalidade ou desproporção a ensejar modificação 
pela presente ação. Representa, por certo, a 
convicção do magistrado extraída das peculiaridades 
do caso. 4. Habeas corpus parcialmente concedido. 
(HC 126202, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, 
Segunda Turma, julgado em 30/06/2015, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-158 DIVULG 12-08-
2015 PUBLIC 13-08-2015) 
 
 
 
Segunda Turma 
EMENTA Habeas corpus. Penal e Processual 
Penal. Impetração dirigida contra decisão 
monocrática do relator de habeas corpus no 
Superior Tribunal de Justiça. Decisão não 
submetida ao crivo do colegiado. Ausência de 
interposição de agravo interno. Não exaurimento 
da instância antecedente. Não conhecimento do 
writ. Precedentes. Possibilidade de análise da 
questão, de ofício, nos casos de flagrante 
ilegalidade, abuso de poder ou teratologia. Roubos 
qualificados pelo emprego de arma e pelo 
concurso de agentes, em concurso formal (CP, art. 
157, § 2º, I e II, por duas vezes, c/c o art. 70). 
Ausência de apreensão da arma de fogo e de sua 
submissão a perícia. Irrelevância. Emprego de 
arma demonstrado por outro meio de prova. Causa 
de aumento de pena mantida. Precedentes. 
Ilegalidade inexistente. Pena superior a 4 (quatro) 
anos e inferior a 8 (oito) anos. Réu primário. 
Circunstâncias do art. 59 do Código Penal 
favoráveis. Regime prisional fechado. Imposição 
em consideração à gravidade abstrata da infração. 
Impossibilidade. Precedentes. Invocação abstrata 
de causas de aumento de pena. Inadmissibilidade. 
Precedentes. Ilegalidade flagrante. 
Constrangimento ilegal manifesto. Ordem 
concedida de ofício, para fixar o regime inicial 
semiaberto. 
1. Não se admite, por falta de exaurimento da 
instância antecedente, a impetração de habeas corpus 
contra decisão monocrática do relator da causa no 
Superior Tribunal de Justiça não submetida ao crivo 
do colegiado por intermédio do agravo interno. 
Precedentes. 2. Para o reconhecimento da causa de 
aumento de pena do art. 157, §, 2º, I, do Código 
Penal, é desnecessária a apreensão da arma de 
fogo e sua submissão a perícia, sendo suficiente a 
demonstração do seu emprego por outro meio de 
prova. Precedentes. 3. Tratando-se de réu primário, 
condenado a pena superior a 4 (quatro) anos e 
inferior a 8 (oito) anos, e sendo-lhe favoráveis as 
diretrizes do art. 59 do Código Penal, não se 
admite a fixação de regime prisional fechado 
fundada em mera gravidade abstrata da infração 
(Súmulas nºs 718 e 719 do Supremo Tribunal 
Federal). 4. A invocação abstrata de causa de 
aumento de pena do crime de roubo não pode ser 
considerada, por si só, como fundamento apto e 
suficiente para agravar o regime prisional, por não 
se qualificar como circunstância judicial do art. 59 
do Código Penal. Precedentes. 5. Habeas corpus 
do qual não se conhece. Concessão, de ofício, do 
writ para fixar o regime inicial semiaberto. 
(HC 125769, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, 
Segunda Turma, julgado em 24/03/2015, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-078 DIVULG 27-04-
2015 PUBLIC 28-04-2015) 
 
 
Segunda Turma 
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL. 
AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 
282 E 356 DO STF. REEXAME FÁTICO-
PROBATÓRIO. SÚMULA 279/STF. CRIME DE 
ROUBO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. 
IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE 
SE NEGA PROVIMENTO. 
 
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(ARE 680427 AgR, Relator(a): Min. TEORI 
ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 
23/06/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-151 
DIVULG 31-07-2015 PUBLIC 03-08-2015) 
 
 
Primeira Turma 
EMENTA Habeas corpus. Penal. Dosimetria da 
pena. Reexame pretendido. Decisão transitada em 
julgado. Impossibilidade de manejar habeas 
corpus como sucedâneo de revisão criminal. 
Precedentes. Roubo qualificado (art. 157, § 2º, I, II e 
V, CP). Pena-base. Culpabilidade. Valoração 
negativa, em razão da gravidade concreta da 
infração, forma de execução, concurso de agentes 
e cerceamento à liberdade da vítima. Majoração em 
2 (dois) anos. Razoabilidade. Inexistência de bis in 
idem, uma vez que, na terceira fase, considerou-se 
apenas o emprego de armas de fogo para majorar 
a pena em 2/5 (dois quintos). Aumento justificado 
pelo fato de os agentes, ultrapassando o uso 
ostensivo de armas de fogo, terem efetuado 
disparos no momento do roubo e durante a fuga, 
nesse caso, contra os policiais. Admissibilidade. 
Inexistência de flagrante ilegalidade. Habeas 
corpus extinto. 1. É firme o entendimento, no 
Supremo Tribunal Federal, de que o habeas corpus 
não pode ser utilizado como sucedâneo de revisão 
criminal. Precedentes. 2. No roubo qualificado, é 
razoável aumentar-se a pena-base em 2 (dois) 
anos, pela valoração negativa da culpabilidade do 
agente, à conta da gravidade concreta da infração, 
da forma de execução, do concurso de agentes ou 
do cerceamento à liberdade da vítima. 3. Não 
houve bis in idem na dosimetria da pena, uma vez 
que, na terceira fase, considerou-se apenas o 
emprego de armas de fogo na ação, mostrando-se 
proporcional o aumento de 2/5 (dois quintos) pelo 
fato de os agentes, ultrapassando o uso ostensivo 
das armas de fogo, terem efetuado disparos no 
momento do roubo e durante a fuga, nesse caso, 
contra os policiais. 4. Habeas corpus extinto. 
(HC 124076, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, 
Primeira Turma, julgado em 18/11/2014, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-250 DIVULG 18-12-
2014 PUBLIC 19-12-2014) 
 
 
Segunda Turma 
Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. ROUBO 
CIRCUNSTANCIADO E EXTORSÃO MAJORADA 
PRATICADOS NAS MESMAS CIRCUNSTÂNCIAS 
FÁTICAS. CONCURSO MATERIAL. CONTINUIDADE 
DELITIVA. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 
ORDEM DENEGADA. 1. É clássica a jurisprudência 
desta Corte no sentido de que os delitos de roubo 
e de extorsão praticados mediante condutas 
autônomas e subsequentes (a) não se qualificam 
como fato típico único; e (b) por se tratar de crimes 
de espécies distintas, é inviável o reconhecimento 
da continuidade delitiva (CP, art. 71). Precedentes. 
2. Ordem denegada. 
(HC 113900, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, 
Segunda Turma, julgado em 04/11/2014, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 19-11-
2014 PUBLIC 20-11-2014) 
 
 
Primeira Turma 
EMENTA Recurso ordinário em habeas corpus. 
Penal. Roubo qualificado e porte ilegal de arma de 
fogo. Artigo 157, § 2º, I, II e V, do Código Penal, e 
art. 16, parágrafo único, IV, da Lei nº 10.826/03. 
Concurso material. Descabimento. Apreensão da 
arma, em poder do agente, logo após o roubo 
praticado com seu emprego. Contexto fático único. 
Princípio da consunção. Absorção do porte ilegalde arma pelo crime patrimonial. Recurso provido. 
1. A posse de arma de fogo, logo após a execução 
de roubo com o seu emprego, não constitui crime 
autônomo previsto no art. 16, parágrafo único, IV, 
da Lei nº 10.826/03, por se encontrar na linha de 
desdobramento do crime patrimonial. 2. Recurso 
provido para o fim de absolver o recorrente da 
imputação de porte ilegal de arma. 
(RHC 123399, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, 
Primeira Turma, julgado em 30/09/2014, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-225 DIVULG 14-11-
2014 PUBLIC 17-11-2014) 
 
 
Segunda Turma 
Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL 
PENAL. PACIENTE DENUNCIADO PELO CRIME 
PREVISTO NO ART. 157, § 2º, I e II, DO CÓDIGO 
PENAL. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. 
ALEGAÇÃO DE PROVAS COLHIDAS 
EXCLUSIVAMENTE NA FASE INQUISITORIAL. NÃO 
OCORRÊNCIA. MEDIDA EXCEPCIONAL CUJA 
PERTINÊNCIA NÃO RESTOU DEMONSTRADA. 
ROUBO MAJORADO PELO EMPREGO DE ARMA. 
APREENSÃO E PERÍCIA PARA A COMPROVAÇÃO 
DE SEU POTENCIAL OFENSIVO. 
DESNECESSIDADE. CIRCUNSTÂNCIA QUE PODE 
SER EVIDENCIADA POR OUTROS MEIOS DE 
PROVA. JURISPRUDÊNCIA DO STF. RECURSO AO 
QUAL SE NEGA PROVIMENTO. I – Contrariamente 
ao alegado na inicial, verifica-se, da leitura 
cuidadosa dos autos, que o juízo de piso não 
condenou o recorrente com base exclusivamente 
em prova colhida na fase inquisitorial. II – O 
trancamento da ação penal, em habeas corpus, 
constitui medida excepcional que só deve ser 
aplicada nos casos de manifesta atipicidade da 
 
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conduta, de presença de causa de extinção da 
punibilidade do paciente ou de ausência de 
indícios mínimos de autoria e materialidade 
delitivas, o que não ocorre na situação sob exame. 
III – Não se mostra necessária a apreensão e 
perícia da arma empregada no roubo para 
comprovar o seu potencial lesivo, visto que essa 
qualidade integra a própria natureza do artefato. IV 
- A majorante do art. 157, § 2º, I, do Código Penal 
pode ser evidenciada por qualquer meio de prova, 
em especial pela palavra da vítima ou pelo 
depoimento de testemunha presencial. V - Recurso 
a que se nega provimento. 
(RHC 122074, Relator(a): Min. RICARDO 
LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 
20/05/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-109 
DIVULG 05-06-2014 PUBLIC 06-06-2014) 
 
 
Primeira Turma 
Ementa: Recurso ordinário em habeas corpus. 
Roubo majorado pelo concurso de pessoas e pelo 
emprego de arma de fogo. Pedido de anulação de 
condenação transitada em julgado. 1. O acórdão 
da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça se 
alinha à orientação jurisprudencial do Supremo 
Tribunal Federal no sentido de que o habeas 
corpus não é a via processual adequada para o 
reexame de material probatório e não deve 
funcionar como substitutivo de revisão criminal. 2. 
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é 
firme no sentido de que a posse mansa e pacífica 
da coisa subtraída não é necessária para a 
consumação do delito de roubo. 3. Inviável o 
acolhimento da alegação de ineficiência técnica, se o 
profissional responsável pela defesa do recorrente 
apresentou alegações preliminares, arrolou 
testemunhas, requereu liberdade provisória, 
apresentou alegações finais, razões e contrarrazões 
de apelação. 4. Estando a sentença e o acórdão 
condenatórios embasados em depoimentos reiterados 
judicialmente, é improcedente o pedido de anulação 
da condenação já transitada em julgado. 5. Recurso 
ordinário em habeas corpus a que se nega 
provimento. 
(RHC 118627, Relator(a): Min. ROBERTO 
BARROSO, Primeira Turma, julgado em 04/02/2014, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-048 DIVULG 11-03-
2014 PUBLIC 12-03-2014) 
 
 
Segunda Turma 
Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL MILITAR. 
CRIMES DE ROUBO QUALIFICADO E 
LATROCÍNIO. CONSUNÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. 
ORDEM DENEGADA. I - Só é possível a consunção 
do crime de roubo pelo de latrocínio (infração mais 
grave) quando as ações criminosas (subtração do 
patrimônio e lesão à vida) forem praticadas contra 
uma mesma vítima. Não havendo homogeneidade 
de execução na prática dos delitos de roubo e 
latrocínio, inviável falar-se em crime único quando 
a ação delituosa atinge bens jurídicos distintos de 
diferentes vítimas, devendo incidir, à hipótese, a 
regra do concurso material, tal como ocorreu na 
espécie. II – Denegação da ordem. 
(HC 115580, Relator(a): Min. RICARDO 
LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 
05/11/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-229 
DIVULG 20-11-2013 PUBLIC 21-11-2013) 
 
 
Segunda Turma 
E M E N T A: RECURSO ORDINÁRIO EM “HABEAS 
CORPUS” – CRIME DE ROUBO – PRÁTICAS 
SUCESSIVAS – CRIMINALIDADE HABITUAL – 
MERA REITERAÇÃO DE CRIMES – 
DESCARACTERIZAÇÃO DO NEXO DE 
CONTINUIDADE DELITIVA – PRETENDIDO 
RECONHECIMENTO DA OCORRÊNCIA DE CRIME 
CONTINUADO – NECESSÁRIO REEXAME DO 
CONJUNTO PROBATÓRIO – IMPOSSIBILIDADE NA 
VIA SUMARÍSSIMA DO PROCESSO DE “HABEAS 
CORPUS” – RECURSO ORDINÁRIO IMPROVIDO. - 
A prática reiterada e habitual do crime de roubo 
por delinquentes contumazes, reunidos em 
quadrilha, ou não, que dela fazem, mediante 
comportamento individual ou coletivo, uma 
atividade profissional ordinária, descaracteriza a 
noção de continuidade delitiva. O assaltante que 
assim procede não pode fazer jus ao benefício 
derivado do reconhecimento da ficção jurídica do 
crime continuado. A mera reiteração no crime – 
que não se confunde nem se reduz, por si só, à 
noção de delito continuado – traduz eloquente 
atestação do elevado grau de temibilidade social 
daquele que a pratica. Precedentes. - O 
reconhecimento do crime continuado – que afasta 
a incidência da regra do cúmulo material das 
penas – reveste-se de caráter excepcional, 
devendo, para os efeitos jurídico-penais dele 
resultantes, ficar plenamente configurado em 
todos os elementos e pressupostos que lhe 
compõem o perfil legal e a noção conceitual. - O 
exame dos elementos que definem o nexo de 
continuidade delitiva, por envolver análise 
aprofundada de material fático-probatório, mostra-
se inviável na via sumaríssima do processo de 
“habeas corpus”. Precedentes. 
(RHC 118460, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, 
Segunda Turma, julgado em 22/10/2013, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-218 DIVULG 04-11-
2013 PUBLIC 05-11-2013) 
 
 
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Primeira Turma 
Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS 
CORPUS. SUBTRAÇÃO DE COISA ALHEIA MÓVEL. 
CONDENAÇÃO PELA PRÁTICA DO CRIME DE 
ROUBO. GRAVE AMEAÇA NÃO CONFIGURADA. 
DESCLASSIFICAÇÃO PARA O DELITO DE FURTO. 
ORDEM CONCEDIDA. 1. A conduta típica no crime 
de roubo é composta pela subtração da coisa 
alheia móvel, conjugada com o emprego de grave 
ameaça ou violência à pessoa, nos termos do 
artigo 157 do CP. 2. A grave ameaça é o 
constrangimento ou a intimidação provocada na 
vítima a fim de subtrair um bem móvel de sua 
propriedade. Trata-se de um elemento subjetivo, 
tendo em vista a necessidade de se analisar, no 
caso concreto, se o ato praticado pelo agente foi 
realmente capaz de incutir na vítima um temor 
fundado e real. Contudo, o caráter subjetivo da 
grave ameaça não dispensa a correlação de 
proporcionalidade e razoabilidade que deve existir 
entre a conduta praticada pelo agente e a ameaça 
sentida pela vítima. 3. In casu, o paciente foi 
denunciado e condenado pela prática do crime de 
roubo, por ter subtraído um aparelho celular. Narra 
a denúncia que a vítima “encontrava-se na 
carroceria do veículo Fiat/Strada, placas HAR-82, 
estacionado em frente ao supermercado ABC, 
quando foi abordada pelo denunciado que, aos 
gritos, determinou-lhe que passasse todos os seus 
pertences. Intimidada, a vítima entregou ao 
acusado o seu aparelho de telefone celular, que se 
encontrava nas suas mãos”. 4. Todavia, consoante 
afirmou a Corte Estadual em sede de apelação, 
“nas duas vezes em que a vítima foi ouvida ela 
relata que o apelante abordou-a gritando. Na fase 
policial ela assinala que o autor nãoa ameaçou, 
não usou qualquer tipo de arma ou agressão física 
para a prática do furto, conforme já anteriormente 
destacado. (...) Não se extrai do evento que a 
vítima tenha sido reduzida à impossibilidade de 
resistência, até porque assinala que, antes mesmo 
que entregasse qualquer objeto ao meliante, este 
‘arrancou-lhe’ o celular e evadiu. Tal circunstância 
autoriza a desclassificação para a figura do furto”. 
5. Ordem concedida a fim de anular o acórdão 
proferido pelo Superior Tribunal de Justiça no 
julgamento do Resp 1.215.698-AgR, 
restabelecendo, na íntegra, o acórdão do Tribunal 
de Justiça do Estado de Minas Gerais que 
desclassificou o crime de roubo para o delito de 
furto. 
(HC 117819, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira 
Turma, julgado em 22/10/2013, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-221 DIVULG 07-11-2013 PUBLIC 
08-11-2013) 
 
 
Primeira Turma 
E M E N T A HABEAS CORPUS. SUBSTITUTIVO DO 
RECURSO CONSTITUCIONAL. INADEQUAÇÃO DA 
VIA ELEITA. CRIMES DE ROUBOS. 
CONTINUIDADE DELITIVA. UNIFICAÇÃO DAS 
PENAS. IMPOSSIBILIDADE. MODO DE EXECUÇÃO 
DIVERSOS. REITERAÇÃO DELITIVA. 1. Contra a 
denegação de habeas corpus por Tribunal 
Superior prevê a Constituição Federal remédio 
jurídico expresso, o recurso ordinário. Diante da 
dicção do art. 102, II, a, da Constituição da 
República, a impetração de novo habeas corpus 
em caráter substitutivo escamoteia o instituto 
recursal próprio, em manifesta burla ao preceito 
constitucional. 2. As diferenças circunstanciais na 
maneira de execução dos crimes de roubo, 
cometidos contra vítimas diversas, em contextos 
fáticos distintos, denotam a inexistência de vínculo 
entre os delitos. 3. Inviável a unificação das penas 
pela continuidade delitiva em casos de reiteração 
criminosa. Precedentes. 4. Habeas corpus extinto 
sem resolução do mérito. 
 
(HC 117148, Relator(a): Min. ROSA WEBER, 
Primeira Turma, julgado em 03/09/2013, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-182 DIVULG 16-09-
2013 PUBLIC 17-09-2013) 
 
 
Segunda Turma 
Bis in idem” e tabela para majorar pena 
A 2ª Turma deu parcial provimento a recurso ordinário 
em habeas corpus para determinar ao juízo de origem 
que, afastado o bis in idem e sem uso de tabela para 
estipular a majoração da pena, procedesse à nova 
dosimetria, sem prejuízo da condenação do paciente. 
De início, verificou-se a ocorrência de bis in idem, 
uma vez que a restrição da liberdade das vítimas 
teria sido utilizada para a fixação da pena-base, 
quando da análise das consequências do crime, e, 
na terceira etapa da dosimetria, como causa de 
aumento (CP, art. 157, § 2º, V). Em seguida, 
explicitou-se que o tribunal de justiça local 
ponderava ser necessário observar certa gradação 
estabelecida em tabela, a nortear a dosimetria, 
quando verificado o concurso de diversas causas 
de aumento. Asseverou-se que a jurisprudência do 
STF não admitiria, de modo geral, que fossem 
estabelecidas frações categóricas para aumentar a 
pena, em função de qualificadoras ou outros de 
motivos. RHC 116676/MG, rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, 20.8.2013. 
 
 
 
Primeira Turma 
 
www.penalemfoco.com.br 
Ementa: PROCESSUAL PENAL E 
CONSTITUCIONAL. AGRAVO REGIMENTAL NO 
HABEAS CORPUS. HABEAS CORPUS 
SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO 
CONSTITUCIONAL. INADMISSIBILIDADE. 
COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL PARA JULGAR HABEAS CORPUS: 
CRFB/88, ART. 102, I, D E I . HIPÓTESE QUE NÃO 
SE AMOLDA AO ROL TAXATIVO DE 
COMPETÊNCIA DESTA SUPREMA CORTE. CRIME 
DE LATROCÍNIO TENTADO. SUBTRAÇÃO 
CONSUMADA E MORTE TENTADA. 
DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DE ROUBO. 
IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE NA ESTREITA VIA 
DO HABEAS CORPUS. AUSÊNCIA DE 
EXCEPCIONALIDADE QUE JUSTIFICA A 
CONCESSÃO EX OFFICIO DA ORDEM. WRIT 
EXTINTO. 1. O crime latrocínio, na modalidade 
tentada, para a sua configuração, prescinde da 
aferição da gravidade das lesões experimentadas 
pela vítima, sendo suficiente a comprovação de 
que o agente tenha atentado contra a sua vida com 
animus necandi, não atingindo o resultado morte 
por circunstâncias alheias à sua vontade. 2. A 
apreciação do pedido de desclassificação do delito 
de latrocínio tentado para o de roubo 
circunstanciado pretendida pela defesa 
demandaria a incursão no arcabouço fático-
probatório acostado aos autos, pretensão não se 
revela viável na estreita via do habeas corpus. 3. In 
casu, o Tribunal de Justiça do Estado de Santa 
Catarina identificou a existência do animus 
necandi na conduta do paciente e do corréu, 
porquanto, tendo sido desferidos ao menos três 
tiros contra a vítima, os agentes, ainda que não 
tenham tido a intenção de matá-la, assumiram o 
risco do resultado morte, que somente não 
ocorreu por circunstâncias alheias à sua vontade. 
4. A competência originária do Supremo Tribunal 
Federal para conhecer e julgar habeas corpus está 
definida, exaustivamente, no artigo 102, inciso I, 
alíneas “d” e “i”, da Constituição da República, 
sendo certo que o paciente não está arrolado em 
qualquer das hipóteses sujeitas à jurisdição desta 
Corte. 5. Writ extinto por inadequação da via 
processual. 
(HC 113049, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira 
Turma, julgado em 13/08/2013, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-177 DIVULG 09-09-2013 PUBLIC 
10-09-2013) 
 
 
Segunda Turma 
E M E N T A: “HABEAS CORPUS” – IMPUTAÇÃO 
AO PACIENTE, QUE É CIVIL, DA SUPOSTA 
PRÁTICA DE CRIMES MILITARES: (a) ROUBO DE 
VALORES PERTENCENTES A EMPRESA 
PRIVADA, DESTINADOS A DEPÓSITO EM POSTO 
DE AGÊNCIA BANCÁRIA DO BANCO DO BRASIL 
LOCALIZADO EM HOSPITAL DO EXÉRCITO; (b) 
ROUBO DE FUZIS E PISTOLAS DAS FORÇAS 
ARMADAS; E (c) SEQUESTRO DE MILITAR – 
CARÁTER ANÔMALO DA JURISDIÇÃO PENAL 
MILITAR SOBRE CIVIS EM TEMPO DE PAZ – 
REGULAÇÃO DESSE TEMA NO PLANO DO 
DIREITO COMPARADO – OFENSA AO 
POSTULADO DO JUIZ NATURAL – 
RECONHECIMENTO, NA ESPÉCIE, DA 
INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR 
UNICAMENTE QUANTO AO PRIMEIRO DELITO 
(ROUBO DE VALORES) – COMPETÊNCIA PENAL 
DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL – PEDIDO 
DEFERIDO EM PARTE. A QUESTÃO DA 
COMPETÊNCIA PENAL DA JUSTIÇA MILITAR DA 
UNIÃO E A NECESSÁRIA OBSERVÂNCIA, PELOS 
ÓRGÃOS JUDICIÁRIOS CASTRENSES, DO 
PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DO JUIZ NATURAL. 
- A competência penal da Justiça Militar da União 
não se limita, apenas, aos integrantes das Forças 
Armadas nem se define, por isso mesmo, “ratione 
personae”. É aferível, objetivamente, a partir da 
subsunção do comportamento do agente – de 
qualquer agente, mesmo o civil, ainda que em 
tempo de paz – ao preceito primário incriminador 
consubstanciado nos tipos penais definidos em lei 
(o Código Penal Militar). – O foro especial da 
Justiça Militar da União não existe para os crimes 
dos militares, mas, sim, para os delitos militares, 
“tout court”. E o crime militar, comissível por 
agente militar ou, até mesmo, por civil, só existe 
quando o autor procede e atua nas circunstâncias 
taxativamente referidas pelo art. 9º do Código 
Penal Militar, que prevê a possibilidade jurídica de 
configuração de delito castrense eventualmente 
praticado por civil, mesmo em tempo de paz. – 
EXCLUSÃO, no caso, da competência penal da 
Justiça Militar da União quanto ao crime de roubo, 
por tratar-se de valores pertencentes a empresa 
privada, embora depositados em posto do Banco 
do Brasil em área sob a administração militar. 
Reconhecimento, no caso, da competência penal 
da Justiça comum estadual quanto ao suposto 
autor, que é civil. A REGULAÇÃO DO TEMA 
PERTINENTE À JUSTIÇA MILITAR NO PLANO DO 
DIREITO COMPARADO. – Tendência que se 
registra, modernamente, em sistemas normativos 
estrangeiros, no sentido da extinção (pura e 
simples) de tribunais militares em tempo de paz 
ou, então, da exclusão de civis da jurisdição penal 
militar: Portugal (Constituição de 1976, art. 213, 
Quarta Revisão Constitucional de 1997), Argentina 
(Ley Federal nº 26.394/2008), Colômbia 
(Constituição de 1991, art.213), Paraguai 
(Constituição de 1992, art. 174), México 
 
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(Constituição de 1917, art. 13) e Uruguai 
(Constituição de 1967, art. 253, c/c Ley 
18.650/2010, arts. 27 e 28), v.g.. – Uma relevante 
sentença da Corte Interamericana de Direitos 
Humanos (“Caso Palamara Iribarne vs. Chile”, de 
2005): determinação para que a República do 
Chile, adequando a sua legislação interna aos 
padrões internacionais sobre jurisdição penal 
militar, adote medidas com o objetivo de impedir, 
quaisquer que sejam as circunstâncias, que “um 
civil seja submetido à jurisdição dos tribunais 
penais militares (...)” (item nº 269, n. 14, da parte 
dispositiva, “Puntos Resolutivos”). – O caso “Ex 
Parte Milligan” (1866): importante “landmark 
ruling” da Suprema Corte dos Estados Unidos da 
América. O POSTULADO DO JUIZ NATURAL 
REPRESENTA GARANTIA CONSTITUCIONAL 
INDISPONÍVEL, ASSEGURADA A QUALQUER RÉU, 
EM SEDE DE PERSECUÇÃO PENAL, MESMO 
QUANDO INSTAURADA PERANTE A JUSTIÇA 
MILITAR DA UNIÃO. – O princípio da naturalidade 
do juízo representa uma das mais importantes 
matrizes político-ideológicas que conformam a 
própria atividade legislativa do Estado e que 
condicionam o desempenho, por parte do Poder 
Público, das funções de caráter penal-
persecutório, notadamente quando exercidas em 
sede judicial. O postulado do juiz natural reveste-
se, em sua projeção político-jurídica, de dupla 
função instrumental, pois, enquanto garantia 
indisponível, tem por titular qualquer pessoa 
exposta, em juízo criminal, à ação persecutória do 
Estado e, enquanto limitação insuperável, incide 
sobre os órgãos do poder incumbidos de 
promover, judicialmente, a repressão criminal. – É 
irrecusável, em nosso sistema de direito 
constitucional positivo – considerado o princípio 
do juiz natural –, que ninguém poderá ser privado 
de sua liberdade senão mediante julgamento pela 
autoridade judiciária competente. Nenhuma 
pessoa, em consequência, poderá ser subtraída ao 
seu juiz natural. A nova Constituição do Brasil, ao 
proclamar as liberdades públicas – que 
representam limitações expressivas aos poderes 
do Estado –, consagrou, de modo explícito, o 
postulado fundamental do juiz natural. O art. 5º, 
LIII, da Carta Política prescreve que “ninguém será 
processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente”. COMPETÊNCIA PENAL – 
CONCURSO ENTRE A JURISDIÇÃO COMUM E A 
JURISDIÇÃO MILITAR – INADMISSIBILIDADE DE 
PRORROGAÇÃO (CPP, ART. 79, I; CPPM, ART. 
102, “a”) – SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA – 
INAPLICABILIDADE DA REGRA PERTINENTE AO 
“SIMULTANEUS PROCESSUS”. – A conexão e a 
continência, que ordinariamente implicam unidade 
de processo e de julgamento, em “simultaneus 
processus”, não impedem a separação das 
causas, que se impõe como obrigatória, quando se 
registrar concurso entre a jurisdição militar e a 
jurisdição comum, considerada, para esse efeito, a 
presença de civil na relação processual penal. 
Precedentes. 
(HC 110185, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, 
Segunda Turma, julgado em 14/05/2013, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 29-10-
2014 PUBLIC 30-10-2014) 
 
 
Segunda Turma 
Latrocínio contra casal: concurso formal ou crime 
único 
A 2ª Turma concedeu, em parte, habeas corpus para 
afastar concurso de crimes e determinar ao juízo de 
primeiro grau que considere a circunstância de 
pluralidade de vítimas na fixação da pena-base, 
respeitado o limite do ne reformatio in pejus. Na 
espécie, alegava-se que o paciente teria cometido o 
delito em detrimento de patrimônio comum, indivisível 
do casal. Assim, insurgia-se de condenação por dois 
latrocínios: um tentado e o outro consumado em 
concurso formal — v. Informativo 699. Reconheceu-
se a prática de crime único de latrocínio. Destacou-se 
que, ainda que se aceitasse a tese de patrimônio 
diferenciado das vítimas, em função das alianças 
matrimoniais subtraídas, o agente teria perpetrado 
um único latrocínio. Pontuou-se que o 
reconhecimento de crime único não significaria o 
integral acolhimento do pedido. Frisou-se que 
afastar-se o aumento de 1/6 da pena, relativo ao 
concurso de crimes, poderia levar à injustificável 
desconsideração do número de vítimas atingidas. 
HC 109539/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 7.5.2013. 
 
 
Primeira Turma 
EMENTA Habeas corpus. Roubo consumado. 
Inversão da posse da res subtraída. Precedentes. 
Ordem denegada. 1. É firme a jurisprudência da 
Corte no sentido de que “à consumação do crime 
de roubo é suficiente a verificação de que, cessada 
a clandestinidade ou a violência, tenha o agente 
tido a posse da coisa subtraída, ainda que 
retomada logo em seguida” (HC nº 94.243/SP, 
Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJe 
de 14/8/09). 2. Ordem denegada. 
(HC 114328, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, 
Primeira Turma, julgado em 23/04/2013, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-107 DIVULG 06-06-
2013 PUBLIC 07-06-2013) 
 
 
Primeira Turma 
 
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E M E N T A RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS 
CORPUS. PENAL. ROUBO. ÚNICA CONDUTA 
DIRIGIDA A VÍTIMAS DISTINTAS. PREJUÍZO A 
PATRIMÔNIOS DIVERSOS. CONCURSO FORMAL 
CONFIGURADO. A prática do crime de roubo com 
ofensa a vítimas diversas, com prejuízo psíquico e 
físico para ambas, configura hipótese de concurso 
formal, com espeque no art. 70 do Código Penal. 
Precedentes. Recurso ordinário em habeas corpus 
a que se nega provimento. 
(RHC 112871, Relator(a): Min. ROSA WEBER, 
Primeira Turma, julgado em 16/04/2013, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 29-04-
2013 PUBLIC 30-04-2013) 
 
 
 
Primeira Turma 
HC e latrocínio tentado 
Ante a inadequação da via eleita, a 1ª Turma, por 
maioria, julgou extinto habeas corpus em que se 
pleiteava a estipulação da pena do paciente de acordo 
com a primeira parte do § 3º do art. 157 do CP (“Art. 
157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para 
outrem, mediante grave ameaça ou violência a 
pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, 
reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - 
reclusão, de quatro a dez anos, e multa. ... § 3º Se da 
violência resulta lesão corporal grave, a pena é de 
reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se 
resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem 
prejuízo da multa”). Na espécie, trata-se de 
condenado com fulcro no art. 157, § 3º, c/c art. 14, II, 
ambos do CP, por decisão transitada em julgado. 
Esclareceu-se que se buscava o enquadramento 
jurídico da conduta a ele imputada como crime de 
roubo seguido de lesão corporal de natureza grave 
— e não tentativa de latrocínio —, com nova 
fixação da pena-base, pois a vítima sobrevivera. 
Rejeitou-se eventual concessão da ordem de 
ofício. Assentou-se não ser possível enfrentar 
ponderação de circunstâncias fático-probatórias 
em writ para verificar como teria ocorrido o delito. 
O Min. Luiz Fux acentuou estar caracterizada a 
tentativa de tirar a vida da vítima, que não se teria 
consumado por motivos alheios à vontade do 
paciente. Vencido o Min. Marco Aurélio, que 
concedia a ordem. Asseverava inexistir, no 
ordenamento jurídico pátrio, a tentativa de 
latrocínio, que consistiria ficção jurídica conflitante 
com o preceito legal. Além do mais, sublinhava 
que o latrocínio pressuporia sempre a morte. HC 
110686/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 5.2.2013. 
 
 
Primeira Turma 
E M E N T A HABEAS CORPUS. PENAL. 
SUBSTITUTIVO DO RECURSO CONSTITUCIONAL. 
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. CRIME DE 
ROUBO. CAUSAS DE AUMENTO DA PENA. 
EXASPERAÇÃO DA PENA ACIMA DO PATAMAR 
MÁXIMO. IMPOSSIBILIDADE. CONCESSÃO DA 
ORDEM DE OFÍCIO. 1. O habeas corpus tem uma 
rica história, constituindo garantia fundamental do 
cidadão. Ação constitucional que é, não pode ser o 
writ amesquinhado, mas também não é passível de 
vulgarização, sob pena de restar descaracterizado 
como remédio heroico. Contra a denegação de 
habeas corpus por Tribunal Superior prevê aConstituição Federal remédio jurídico expresso, o 
recurso ordinário. Diante da dicção do art. 102, II, 
a, da Constituição da República, a impetração de 
novo habeas corpus em caráter substitutivo 
escamoteia o instituto recursal próprio, em 
manifesta burla do preceito constitucional. 
Precedente da Primeira Turma desta Suprema 
Corte. 2. Cabe às instâncias inferiores decidir 
sobre a fração pertinente de aumento da pena 
decorrente das qualificadoras do § 2º do art. 157 
do Código Penal, não se mostrando hábil o habeas 
corpus para revisão, salvo se presente manifesta 
ilegalidade ou arbitrariedade. Configura flagrante 
ilegalidade a exasperação da pena, pela presença 
de causas de aumento relativas ao crime de roubo, 
em 3/5, patamar superior ao máximo previsto em 
lei (art. 157, § 2º, do Código Penal). A concorrência 
de mais de uma qualificadora não autoriza que seja 
ultrapassado o limite legal. 4. Habeas corpus extinto 
sem resolução do mérito pela inadequação da via 
eleita, mas com concessão de ofício para limitar a 
exasperação da pena cominada ao crime de roubo ao 
patamar máximo, acréscimo de metade, estabelecido 
pelo § 2º do art. 157 do Código Penal. Ordem 
estendida de ofício aos demais condenados. 
(HC 112116, Relator(a): Min. ROSA WEBER, 
Primeira Turma, julgado em 06/11/2012, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-246 DIVULG 14-12-
2012 PUBLIC 17-12-2012) 
 
 
Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS 
CORPUS. PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO POR 
INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. NÃO 
CONHECIMENTO. MAJORANTE. CONCURSO DE 
PESSOAS. CORRÉU INIMPUTÁVEL. 
IRRELEVÂNCIA. RECURSO IMPROVIDO. 
I – No caso sob exame, o STJ não conheceu do 
pedido de absolvição por insuficiência de provas 
ao entendimento de que a análise da questão 
demandaria o reexame do conjunto fático-
probatório, providência inviável em habeas corpus. 
Essa orientação está em perfeita consonância com 
o entendimento deste Tribunal. Precedentes. II - A 
 
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circunstância de ser o corréu inimputável não ilide 
a incidência da majorante do concurso de agentes 
no crime de roubo. III – A presença de mais de um 
agente, seja ele maior ou menor de 18 anos, 
contribui para uma maior intimidação da vítima, o 
que aumenta, por conseguinte, a gravidade da 
empreitada criminosa. Precedente. IV – Recurso 
ordinário em habeas corpus improvido. 
(RHC 113383, Relator(a): Min. RICARDO 
LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 
30/10/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 
DIVULG 20-11-2012 PUBLIC 21-11-2012) 
 
 
 
Segunda Turma 
Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. PACIENTE 
CONDENADO POR ROUBOS QUALIFICADOS E 
FORMAÇÃO DE QUADRILHA ARMADA. 
EXASPERAÇÃO DAS PENAS-BASE JUSTIFICADA 
NOS ANTECEDENTES CRIMINAIS E NA 
PERSONALIDADE DO AGENTE. 
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. ALEGAÇÃO DE 
CONTINUIDADE DELITIVA. NÃO OCORRÊNCIA 
DAS CONDIÇÕES OBJETIVAS E SUBJETIVAS. 
IMPOSSIBILIDADE DE REVOLVIMENTO DO 
CONJUNTO PROBATÓRIO PARA ESSE FIM. 
REITERAÇÃO CRIMINOSA. IMPOSSIBILIDADE DE 
APLICAÇÃO DAS REGRAS DE CRIME ÚNICO. 
AÇÕES AUTÔNOMAS. CONDENAÇÃO 
SIMULTÂNEA PELOS CRIMES DE ROUBO 
QUALIFICADO COM EMPREGO DE ARMA DE 
FOGO E FORMAÇÃO DE QUADRILHA ARMADA. 
BIS IN IDEM. NÃO CONFIGURAÇÃO. CRIMES 
AUTÔNOMOS E OBJETOS JURÍDICOS DIVERSOS. 
ORDEM DENEGADA. 
I – A exasperação das penas-base está 
satisfatoriamente justificada na sentença condenatória, 
que considerou desfavoráveis os antecedentes 
criminais e a personalidade do agente. II – O acórdão 
ora atacado está em perfeita consonância com o 
entendimento firmado pelas duas Turmas desta Corte, 
no sentido de que “não basta que haja similitude entre 
as condições objetivas (tempo, lugar, modo de 
execução e outras similares). É necessário que entre 
essas condições haja uma ligação, um liame, de tal 
modo a evidenciar-se, de plano, terem sido os 
crimes subsequentes continuação do primeiro”, 
sendo certo, ainda, que “o entendimento desta 
Corte é no sentido de que a reiteração criminosa 
indicadora de delinquência habitual ou profissional 
é suficiente para descaracterizar o crime 
continuado” (RHC 93.144/SP, Rel. Min. Menezes 
Direito). III – Consta dos autos que o paciente foi 
reconhecido como criminoso habitual, uma vez 
que faz do crime seu modus vivendi. IV – A 
jurisprudência deste Tribunal é pacífica no sentido 
da impossibilidade de revolvimento do conjunto 
probatório com o fim de verificar a ocorrência das 
condições configuradoras da continuidade delitiva. 
V – A tentativa de roubo ocorrida na área externa 
do shopping center consubstancia crime 
autônomo, praticado com o objetivo de assegurar 
a fuga do paciente e do seu comparsa, não 
havendo falar, portanto, em continuidade delitiva 
entre esse e os roubos consumados no interior 
daquele estabelecimento comercial. VI – Esta Corte 
já firmou o entendimento de que a condenação 
simultânea pelos crimes de roubo qualificado com 
emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º, I, do CP) e 
de formação de quadrilha armada (art. 288, 
parágrafo único, do CP) não configura bis in idem, 
uma vez que não há nenhuma relação de 
dependência ou subordinação entre as referidas 
condutas delituosas e porque elas visam bens 
jurídicos diversos. Precedentes. VII – Ordem 
denegada. 
(HC 113413, Relator(a): Min. RICARDO 
LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 
16/10/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-222 
DIVULG 09-11-2012 PUBLIC 12-11-2012) 
 
 
Primeira Turma 
EMENTA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS 
CORPUS. PENAL. ROUBO QUALIFICADO. 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. 
INCOMPATIBILIDADE. É inviável reconhecer a 
aplicação do princípio da insignificância para 
crimes praticados com violência ou grave ameaça, 
incluindo o roubo. Jurisprudência consolidada do 
Supremo Tribunal Federal. Recurso ordinário em 
habeas corpus não provido. 
(RHC 106360, Relator(a): Min. ROSA WEBER, 
Primeira Turma, julgado em 18/09/2012, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-195 DIVULG 03-10-
2012 PUBLIC 04-10-2012) 
 
 
 
Primeira Turma 
Ementa: Processual penal e constitucional. Habeas 
corpus substitutivo de recurso ordinário 
constitucional. Competência do Supremo Tribunal 
para julgar habeas corpus: CF, art. 102, I, ‘d’ e ‘i’. 
Rol taxativo. Matéria de direito estrito. 
Interpretação extensiva: Paradoxo. Organicidade 
do Direito. Roubo triplamente circunstanciado – 
Art. 157, § 2º, I, II e V. Fixação do regime inicial 
fechado. Pena-base fixada no mínimo legal. 
Ausência de circunstâncias judiciais 
desfavoráveis. Incongruência. Réu não reincidente. 
Pena compatível com o regime semiaberto. 
Ausência de fundamentação para a imposição de 
 
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regime mais gravoso que o previsto segundo a 
pena fixada – Súmula 719/STF. Opinião do julgador 
a respeito da gravidade in abstracto do crime – 
Súmula 718/STF. Excepcionalidade que justifica a 
concessão, ex officio, da ordem. 1. A competência 
originária do Supremo Tribunal Federal para 
conhecer e julgar habeas corpus está definida, 
taxativamente, no artigo 102, inciso I, alíneas “d” e 
“i”, da Constituição Federal, sendo certo que o 
paciente não está inserido em nenhuma das 
hipóteses sujeitas à jurisdição desta Corte. 2. 
Contudo, há excepcionalidade que justifica a 
concessão, ex officio, da ordem, porquanto: a) o 
paciente foi condenado pelo crime de roubo 
triplamente circunstanciado (CP, art. 157, § 2º, I, II 
e V) à pena de 5 (cinco) anos, 7 (sete) meses e 6 
(seis) dias de reclusão, em regime inicial fechado, 
tendo o juiz fixado a pena-base no mínimo legal, 
bem assim a pena de multa, à míngua de 
circunstâncias judiciais desfavoráveis, invocando, 
para a imposição do regime mais gravoso, “o 
emprego de violência e grave ameaça à pessoa”, 
que, longe de constarem do rol de circunstâncias 
judiciais do art. 59 do Código Penal, a que se 
refere o § 3º do art. 33 do mesmo Estatuto, 
integram a estrutura típica do crime de roubo; b) 
considerada a pena-base fixadaem quatro anos e 
não excedente a oito, em relação a réu não 
reincidente (§ 2º, b, do art. 33), bem como a 
ausência de indicação de quaisquer das 
circunstâncias desfavoráveis do art. 59 do Código 
Penal, a fixação do regime semiaberto é 
impositiva; c) o regime mais gravoso do que o 
permitido segundo a pena aplicada exige 
motivação idônea (Súmula 719), e a opinião do 
julgador sobre a gravidade em abstrato do crime 
não justifica a imposição de regime mais gravoso 
que o previsto em lei (Súmula 719); d) in casu, o 
juiz incorreu em manifesta incongruência ao fixar a 
pena-base em 4 (quatro) anos, ou seja, no mínimo 
legal cominado para o tipo, à míngua de 
circunstâncias judiciais desfavoráveis e não se 
tratando de réu reincidente, para, alfim, 
estabelecer o regime fechado. Cf. nesse sentido os 
seguinte precedentes desta Corte: HC n° 83.509, 
Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ de 21.11.03, e 
HC 85.108, Rel. o Min. Eros Grau, DJ de 8/4/2005. 3. 
Ordem de habeas corpus julgada extinta por 
inadequação da via processual, mas concedida, ex 
officio, em consonância com os pareceres dos 
Órgãos do Ministério do Público Federal oficiantes 
no STJ e nesta Corte, para que o paciente inicie o 
cumprimento da pena no regime semiaberto. 
(HC 109344, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira 
Turma, julgado em 18/09/2012, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-201 DIVULG 11-10-2012 PUBLIC 
15-10-2012) 
 
 
HC N. 108.034-MG 
RELATORA: MIN. ROSA WEBER 
HABEAS CORPUS. CRIME DE ROUBO 
QUALIFICADO. ARMA NÃO APREENDIDA E NÃO 
PERICIADA. ORDEM DENEGADA. 
Vigora no Direito brasileiro e no Direito 
contemporâneo em geral o princípio da livre 
convicção motivada. 
O reconhecimento da causa de aumento de pena 
prevista no art. 157, § 2º, I, do Código Penal 
prescinde da apreensão e da realização de perícia 
na arma – no caso uma granada –, quando provado 
o seu uso no roubo por outros meios de 
convicção. Inteligência dos arts. 158 e 167 do 
Código de Processo Penal brasileiro. Precedente 
do Plenário (HC 96.099/RS). 
Habeas corpus denegado. 
Julgado em 07.08.2012. 
 
 
Primeira Turma 
EMENTA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS 
CORPUS. PENAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE 
FOGO E ROUBO QUALIFICADO PELO EMPREGO 
DE ARMA. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. 
INAPLICABILIDADE. AUTONOMIA DE CONDUTAS. 
VIOLAÇÃO DE BENS JURÍDICOS DIVERSOS. 
PRECEDENTES. 1. Caso no qual o acusado foi 
preso portando ilegalmente arma de fogo, usada 
também em crime de roubo três dias antes. 
Condutas autônomas, com violação de diferentes 
bens jurídicos em cada uma delas. 2. Inocorrente o 
esgotamento do dano social no crime de roubo, 
ante a violação posterior da incolumidade pública 
pelo porte ilegal de arma de fogo, não há falar em 
aplicação do princípio da consunção. 3. Recurso 
desprovido. 
(RHC 106067, Relator(a): Min. ROSA WEBER, 
Primeira Turma, julgado em 26/06/2012, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO DJe-160 DIVULG 14-08-2012 PUBLIC 
15-08-2012) 
 
 
Primeira Turma 
HC N. 110.425-ES 
RELATOR: MIN. DIAS TOFFOLI 
EMENTA: Habeas corpus. Roubo majorado pelo 
concurso de agentes. Artigo 157, § 2º, inciso II, do 
Código Penal. Delito cometido em concurso com 
menor inimputável. Pretendida exclusão de causa 
de aumento de pena. Irrelevância. Incidência da 
majorante. Ordem denegada. 
1. O fato de o crime ter sido cometido por duas 
pessoas, sendo uma delas menor inimputável, não 
tem o condão de descaracterizar o concurso de 
 
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agentes, de modo a excluir a causa de aumento 
prevista no inciso II do § 2º do art. 157 do Código 
Penal. 
2. Ordem denegada. 
Julgado em 05.06.2012. 
 
 
Primeira Turma 
Latrocínio e nexo causal 
A 1ª Turma, por maioria, deferiu habeas corpus a 
fim de invalidar decisão que condenara o paciente 
pelo crime de latrocínio (CP, art. 157, §3º) e 
determinar fosse prolatada nova sentença 
relacionada à imputação do crime de roubo 
tentado. Na espécie, o ora impetrante fora 
denunciado pelos seguintes delitos praticados em 
conjunto com outro agente não identificado: a) roubo 
qualificado consumado (CP, art. 157, §2º, I e II), em 
padaria; b) roubo qualificado tentado (CP, art. 157, 
§2º, I e II, c/c art. 14, II), em farmácia; e c) receptação 
(CP, art. 180), por conta de utilização de veículo 
subtraído. A vítima do primeiro delito acionara a polícia 
militar, que prendera em flagrante o paciente no 
interior da farmácia, enquanto este praticava o 
segundo crime. O seu cúmplice aguardava do lado de 
fora do estabelecimento para garantir o sucesso da 
subtração. Quando vários policiais chegaram ao local, 
detiveram o paciente, ao passo que o coautor 
empreendera fuga e matara policial que seguira em 
seu encalço. O juízo singular, ao aplicar o art. 383 do 
CPP, condenara o paciente, respectivamente, pelos 
crimes de roubo consumado (padaria); latrocínio, em 
decorrência da morte do policial (farmácia); e 
receptação, porquanto entendera que a conduta 
estaria narrada na inicial acusatória, tendo apenas se 
dado classificação inadequada do tipo criminal. Na 
fase recursal, as condenações foram mantidas, mas 
com diminuição das penas. 
Inicialmente, a Min. Rosa Weber, relatora, 
rememorou jurisprudência da Corte no sentido de 
que o coautor que participa de roubo armado 
responderia pelo latrocínio, ainda que o disparo 
tivesse sido efetuado só pelo comparsa. 
Entretanto, reputou que não se poderia imputar o 
resultado morte ao coautor quando houvesse 
ruptura do nexo de causalidade entre os agentes. 
O Min. Luiz Fux acrescentou que seria necessário 
o nexo biopsicológico no quesito relativo à 
culpabilidade. Explicou que a coautoria resultaria 
da ciência de ambos a respeito do que iriam fazer e 
que um deles já estaria preso enquanto o outro 
fugia. O Min. Dias Toffoli, ante as peculiaridades 
do caso, acompanhou a relatora. Vencido o Min. 
Marco Aurélio, que indeferia o writ ao fundamento de 
existir elemento a ligar o resultado morte ao roubo. 
Considerava ser esta a exigência do Código Penal ao 
retratar o latrocínio. Versava pouco importar que o 
segundo agente tivesse atirado tentando escapar à 
sua prisão, o que denotaria elo entre o roubo e o 
resultado morte. Precedente citado: HC 74861/SP 
(DJU de 25.3.97). 
HC 109151/RJ, rel. Min. Rosa Weber, 12.6.2012. 
 
 
Coatoria e participação de menor 
A participação do menor de idade pode ser 
considerada com o objetivo de caracterizar 
concurso de pessoas para fins de aplicação da 
causa de aumento de pena no crime de furto (“Art. 
157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para 
outrem, mediante grave ameaça ou violência a 
pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, 
reduzido à impossibilidade de resistência: ... § 2º - 
A pena aumenta-se de um terço até metade: ... II - 
se há o concurso de duas ou mais pessoas”). Com 
esse entendimento, a 1ª Turma denegou habeas 
corpus em que pretendida a redução da pena 
definitiva aplicada. Sustentava a impetração que o 
escopo da norma somente poderia ser aplicável 
quando a atuação conjunta de agentes ocorresse 
entre imputáveis. Aduziu-se que o legislador ordinário 
teria exigido, tão somente, “o concurso de duas ou 
mais pessoas” e, nesse contexto, não haveria nenhum 
elemento específico quanto à condição pessoal dos 
indivíduos. Asseverou-se que o fato de uma delas ser 
menor inimputável não teria o condão de excluir a 
causa de aumento de pena. 
HC 110425/ES, rel. Min. Dias Toffoli, 5.6.2012. 
 
 
 
Segunda Turma 
EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE ROUBO. 
VÍTIMAS DIVERSAS. CONCURSO FORMAL (ART. 
70 DO CP). ALEGAÇÃO DE CRIME ÚNICO. VIA 
PROCESSUALMENTE CONTIDA DO HABEAS 
CORPUS. ORDEM DENEGADA. 1. É pacífica a 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no 
sentido da caracterização do concurso formal (art. 
70 do Código Penal), quando o delito de roubo 
acarreta lesão ao patrimônio de vítimas diversas. 
Precedentes específicos: HC 103.887,da relatoria 
do ministro Gilmar Mendes; HC 91.615, da relatoria 
da ministra Cármen Lúcia; HC 68.728, da relatoria 
do ministro Sepúlveda Pertence. 2. O habeas 
corpus é garantia constitucional que pressupõe, 
para o seu adequado manejo, uma ilegalidade ou 
um abuso de poder tão flagrante que se revele de 
plano (inciso LXVIII do art. 5º da Magna Carta de 
1988). Tal qual o mandado de segurança, a ação 
constitucional de habeas corpus é via processual 
de verdadeiro atalho. Isso no pressuposto do seu 
adequado ajuizamento, a se dar quando a petição 
inicial já vem aparelhada com material probatório 
 
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que se revele, ao menos num primeiro exame, 
induvidoso quanto à sua faticidade mesma e como 
fundamento jurídico da pretensão. 3. No caso, o 
acatamento da tese defensiva também demandaria 
a renovação de atos próprios da instrução 
processual penal para desqualificar as conclusões 
adotadas pelas instâncias precedentes; isto é, no 
âmbito deste habeas corpus, não seria possível 
invalidar toda a fundamentação lançada pela 
autoridade apontada como coatora, no sentido de 
que o paciente atingiu, sim, o patrimônio de 
vítimas distintas. 4. Ordem denegada. 
(HC 96787, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, 
Segunda Turma, julgado em 31/05/2011, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO DJe-220 DIVULG 18-11-2011 PUBLIC 
21-11-2011) 
 
 
Primeira Turma 
E M E N T A HABEAS CORPUS. CRIME DE ROUBO. 
EMPREGO DE VIOLÊNCIA. VIAS DE FATO. 
DESCLASSIFICAÇÃO PARA FURTO. 
IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA. 
Configura-se o crime de roubo quando a subtração 
do bem é cometida mediante violência ou grave 
ameaça. Impossibilidade de desclassificação para 
o crime de furto. É desnecessário que a violência 
física perpetrada cause dano à integridade 
corporal da vítima, sendo suficiente, para a 
caracterização do roubo, imposição de força física, 
material ou simples vias de fato capazes de minar 
a possibilidade de resistência à subtração do bem. 
Precedentes. Habeas corpus denegado. 
(HC 107147, Relator(a): Min. ROSA WEBER, 
Primeira Turma, julgado em 17/04/2012, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-085 DIVULG 02-05-
2012 PUBLIC 03-05-2012) 
 
 
Primeira Turma 
Roubo e momento consumativo 
A 1ª Turma, por maioria, deferiu habeas corpus para 
desclassificar o crime de roubo na modalidade 
consumada para a tentada. Na espécie, os pacientes, 
mediante violência física, subtraíram da vítima quantia 
de R$ 20,00. Ato contínuo, foram perseguidos e 
presos em flagrante por policiais que estavam no 
local do ato delituoso. Inicialmente, aludiu-se à 
pacífica jurisprudência da Corte no sentido da 
desnecessidade de inversão de posse mansa e 
pacífica do bem para haver a consumação do 
crime em comento. Entretanto, consignou-se que 
essa tese seria inaplicável às hipóteses em que a 
conduta fosse, o tempo todo, monitorada por policiais 
que se encontrassem no cenário do crime. Isso 
porque, no caso, ao obstar a possibilidade de fuga dos 
imputados, a ação da polícia teria frustrado a 
consumação do delito por circunstâncias alheias à 
vontade dos agentes (“Art. 14. Diz-se o crime: … II – 
tentado, quando, iniciada a execução, não se 
consuma por circunstâncias alheias à vontade do 
agente”). Vencida a Min. Cármen Lúcia, por reputar 
que, de toda sorte, os réus teriam obtido a posse do 
bem, o que seria suficiente para consumação do 
crime. Precedente citado: HC 88259/SP (DJU de 
26.5.2006). 
HC 104593/MG, rel. Min. Luiz Fux, 8.11.2011. 
 
 
Primeira Turma 
Elemento subjetivo do tipo: seqüestro e roubo de 
veículos 
Ante o empate na votação, a 1ª Turma deferiu habeas 
corpus, de ofício, para excluir, da condenação do 
paciente, a pena relativa ao crime de seqüestro. 
Tratava-se, na espécie, de recurso ordinário em 
habeas corpus interposto em favor de condenado pela 
prática dos delitos de quadrilha armada, roubo 
qualificado, seqüestro e cárcere privado. A defesa 
requeria o reconhecimento: a) da continuidade delitiva 
em relação aos crimes de roubo praticados pelo 
paciente, afastado o concurso material imposto pelo 
tribunal de justiça local; b) da tese de que a 
condenação pelo crime de roubo qualificado pelo 
emprego de arma e por crime de formação de 
quadrilha armada consistiria em bis in idem; c) da 
atipicidade do crime de seqüestro. Prevaleceu o voto 
proferido pelo Min. Dias Toffoli, relator, que, 
inicialmente, não conheceu do recurso. No tocante ao 
primeiro argumento, aduziu que o exame do tema 
demandaria o revolvimento de matéria fática, incabível 
na sede eleita. Rejeitou o alegado bis in idem, dada a 
autonomia do crime de quadrilha ou bando. No que 
concerne à última assertiva, registrou que a questão 
não fora apreciada na origem. Contudo, vislumbrou a 
possibilidade da concessão da ordem de ofício. 
Asseverou que os crimes de seqüestro e cárcere 
privado imputados ao recorrente na denúncia, na 
realidade, tiveram escopo único, exclusivamente 
voltado à consumação do crime de roubo de 
veículos automotores, ainda que a privação de 
liberdade das vítimas tivesse ocorrido por razoável 
período de tempo. Enfatizou que estas teriam sido 
colocadas espontaneamente em liberdade pelos 
criminosos, tão-logo assegurada a posse mansa e 
pacífica da res furtiva. Em razão disso, considerou 
não caracterizado o crime de seqüestro por 
ausência do elemento subjetivo do tipo. Os 
Ministros Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia 
votaram pela não concessão, de ofício, do writ 
RHC 102984/RJ, rel. Min. Dias Toffoli, 8.2.2011.) 
 
 
Segunda Turma 
 
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Roubo: Emprego de Arma de Fogo e Causa de 
Aumento 
É desnecessária a apreensão e a perícia da arma 
de fogo para caracterizar a majorante prevista no 
art. 157, § 2º, I, do CP, se por outros meios for 
comprovado seu emprego na prática criminosa. A 
2ª Turma, em homenagem aos princípios da 
segurança jurídica e da colegialidade, e para evitar 
decisões díspares entre as Turmas, deliberou 
acompanhar essa orientação, formalizada pelo 
Plenário no julgamento do HC 96099/RS (DJe de 
5.6.2009) e, em conseqüência, indeferiu habeas 
corpus em que sustentada a necessidade de 
apreensão e perícia de arma de fogo para fins de 
verificação da sua potencialidade lesiva e 
conseqüente incidência da referida causa de aumento. 
Consignou-se que tal entendimento já vinha sendo 
adotado pela 1ª Turma e que a 2ª Turma teria, em 
casos análogos, sufragado tese em sentido 
diametralmente oposto após a prolação do citado 
paradigma. Os Ministros Gilmar Mendes, relator, e 
Celso de Mello ressalvaram sua convicção pessoal. 
HC 103046/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 19.10.2010. 
 
 
Segunda Turma 
Roubo: Emprego de Arma Branca e Causa de 
Aumento 
Ao aplicar a orientação anteriormente exposta, a 2ª 
Turma indeferiu habeas corpus em que a defesa 
pretendia fosse anulada condenação imposta ao 
paciente pela prática de roubo circunstanciado pelo 
emprego de arma branca (CP, art. 157, § 2º, I), sem 
que o referido instrumento tivesse sido apreendido e 
periciado. 
HC 100854/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, 19.10.2010. 
 
 
Segunda Turma 
HC 99808 / RS - RIO GRANDE DO SUL 
HABEAS CORPUS 
Relator(a): Min. GILMAR MENDES 
Julgamento: 21/09/2010 
Órgão Julgador: Segunda Turma 
Habeas corpus. 2. Roubo tentado. Crime 
impossível diante da inexistência de objeto de 
valor em poder da vítima. Impossibilidade. Crime 
complexo, cujo início da execução se materializa 
com a prática da violência ou da grave ameaça. 3. 
Estupro e atentado violento ao pudor perpetrados em 
suas formas simples. Crimes hediondos. 4. 
Superveniência da Lei n. 12.015/2009. Retroatividade 
da lei penal mais benéfica (CF, art. 5º, XL). 
Continuidade delitiva. Possibilidade. 5. Ordem 
concedida de ofício para que o Juízo de origem 
proceda ao redimensionamento das penas. 
 
 
 
Primeira Turma 
Princípio da Insignificânciae Crime de Roubo 
Em conclusão de julgamento, a Turma, por maioria, 
indeferiu habeas corpus no qual a Defensoria Pública 
da União pleiteava o reconhecimento do princípio da 
insignificância em favor de condenado por roubo 
majorado pelo concurso de pessoas (CP, art. 157, § 
2º, II) — v. Informativo 567. Na espécie o paciente, em 
companhia de dois adolescentes, empregara grave 
ameaça, simulando portar arma de fogo sob a 
camiseta, e subtraíra a quantia de R$ 3,25. Enfatizou-
se que, apesar de ínfimo o valor subtraído, 
houvera concurso de pessoas, dentre as quais 
adolescentes, o que agravaria o contexto. 
Reportou-se, ademais, à jurisprudência do STF no 
sentido de ser inaplicável o princípio da 
insignificância ao delito de roubo. O Min. Ayres 
Britto destacou que o reconhecimento do mencionado 
princípio, na situação concreta dos autos, poderia 
servir como estímulo à prática criminosa. Vencido o 
Min. Marco Aurélio que deferia o writ por concluir pela 
insignificância do procedimento, ante a peculiaridade 
da situação. 
HC 97190/GO, rel. Min. Dias Toffoli, 10.8.2010. 
 
 
Segunda Turma 
Furto e Roubo: Continuidade Delitiva 
A Turma reafirmou jurisprudência da Corte no 
sentido de não haver continuidade delitiva entre os 
crimes de roubo e de furto. Em conseqüência, 
indeferiu habeas corpus impetrado contra acórdão do 
STJ que, ao prover recurso especial, interposto pelo 
Ministério Público estadual, reputara não configurada 
a continuidade delitiva entre os crimes de roubo 
majorado e de furto qualificado. Considerou-se que os 
referidos delitos são de espécies distintas, uma vez 
que o furto tem como bem jurídico violado somente o 
patrimônio, enquanto o roubo, crime pluriofensivo e 
complexo, ofende o patrimônio, a liberdade individual 
e a integridade física da vítima, o que afasta o nexo de 
continuidade e enseja a aplicação da regra do 
concurso material. Alguns precedentes citados: HC 
70360/SP (DJU de 3.6.94); RE 85425/SP (DJU de 
15.4.77). 
HC 97057/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 3.8.2010. 
 
 
Segunda Turma 
Concurso de Pessoas: Teoria Monista e Fixação de 
Reprimenda mais Grave a um dos Co-réus 
Por reputar não observada a teoria monista adotada 
pelo ordenamento pátrio (CP, art. 29) — segundo a 
qual, havendo pluralidade de agentes e convergência 
de vontades para a prática da mesma infração penal, 
 
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todos aqueles que contribuem para o crime incidem 
nas penas a ele cominadas, ressalvadas as exceções 
legais —, a Turma deferiu habeas corpus cassar 
decisão do STJ que condenara o paciente pela prática 
de roubo consumado. No caso, tanto a sentença 
condenatória quanto o acórdão proferido pelo tribunal 
local condenaram o paciente e o co-réu por roubo em 
sua forma tentada (CP, art. 157, § 2º, I e II, c/c o art. 
14, II). Contra esta decisão, o Ministério Público 
interpusera recurso especial, apenas contra o 
paciente, tendo transitado em julgado o acórdão da 
Corte estadual relativamente ao co-réu. Assentou-se 
que o acórdão impugnado, ao prover o recurso 
especial, para reconhecer que o paciente cometera 
o crime de roubo consumado, provocara a 
inadmissível situação consistente no fato de se 
condenar, em modalidades delitivas distintas 
quanto à consumação, os co-réus que perpetraram 
a mesma infração penal. Destarte, considerando 
que os co-réus atuaram em acordo de vontades, 
com unidade de desígnios e suas condutas 
possuíram relevância causal para a produção do 
resultado decorrente da prática do delito 
perpetrado, observou-se ser imperioso o 
reconhecimento uniforme da forma do delito 
cometido. Assim, restabeleceu-se a reprimenda 
anteriormente fixada para o paciente pelo tribunal 
local. 
HC 97652/RS, rel. Min. Joaquim Barbosa, 4.8.2009. 
 
 
 
Segunda Turma 
ROUBO – LATROCÍNIO – CONTINUIDADE 
DELITIVA – INADMISSIBILIDADE – CRIMES DE 
ESPÉCIES DIFERENTES 
HC N. 87.089-SP 
RELATOR: MIN. CEZAR PELUSO 
EMENTA: AÇÃO PENAL. Delitos de roubo 
qualificado e de latrocínio. Crime continuado. 
Reconhecimento. Inadmissibilidade. Tipos de 
objetividades jurídicas distintas. Inexistência da 
correlação representada pela lesão do mesmo bem 
jurídico. Crimes de espécies diferentes. HC 
denegado. Inaplicabilidade do art. 71 do CP. Não 
pode reputar-se crime continuado a prática dos 
delitos de roubo e de latrocínio. Julgado em 
02.06.2009. 
 
 
ROUBO – CONSUMAÇÃO 
HC N. 95.998-SP 
RELATOR: MIN. CARLOS BRITTO 
EMENTA: HABEAS CORPUS. CÓDIGO PENAL. 
CRIME DE ROUBO (ARTIGO 157 DO CÓDIGO 
PENAL). MOMENTO CONSUMATIVO. CESSADA A 
VIOLÊNCIA E INVERTIDA A POSSE DOS BENS 
SUBTRAÍDOS. PERSEGUIÇÃO PELA POLÍCIA. 
CAPTURA DO ACUSADO. ROUBO CONSUMADO. 
PRECEDENTES. 
1. É de se considerar consumado o roubo quando 
o agente, cessada a violência ou a grave ameaça, 
inverte a posse da coisa subtraída. Desnecessário 
que o bem objeto do delito saia da esfera de 
vigilância da vítima. O simples fato de a vítima 
comunicar imediatamente o ocorrido à polícia, com 
a respectiva captura do acusado nas proximidades 
do local do crime, não descaracteriza a 
consumação do delito. Precedentes: RE 102.490, da 
relatoria do ministro Moreira Alves (Plenário); HC 
89.958, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence; 
HC 94.406, da relatoria do ministro Menezes Direito; 
HC 89.653, da relatoria do ministro Ricardo 
Lewandowski; HCs 89.619 e 94.552, ambos de minha 
relatoria. 2. Ordem denegada. Julgado em 
12.05.2009. 
 
 
ROUBO – CONSUMAÇÃO – POSSE MANSA E 
PACÍFICA – DESNECESSIDADE 
HC N. 96.696-SP 
RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. 
PROCESSUAL PENAL. ROUBO. CONSUMAÇÃO 
INDEPENDENTEMENTE DA POSSE MANSA E 
PACÍFICA DA COISA. PRECEDENTES. DECISÃO 
IMPUGNADA. REEXAME DE PROVA. 
INOCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO À 
SÚMULA 7 DO STJ. IMPROCEDÊNCIA. HABEAS 
CORPUS DENEGADO. I – A jurisprudência desta 
Corte tem entendido que a consumação do roubo 
ocorre no momento da subtração, com a inversão 
da posse da res, independentemente, portanto, da 
posse pacífica e desvigiada da coisa pelo agente. II 
– No caso em espécie, o STJ não reexaminou matéria 
de prova ao julgar o recurso especial. Partiu, sim, das 
premissas fáticas assentadas pelo acórdão recorrido, 
de forma que não há falar em violação à Súmula 7 
daquela Corte. III – Habeas Corpus denegado. 
Julgado em 05.05.2009. 
 
 
Primeira Turma 
ROUBO – ARMA DE FOGO – PERÍCIA –
 DESNECESSIDADE 
HC-.099-RS 
RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 
EMENTA: ROUBO QUALIFICADO PELO EMPREGO 
DE ARMA DE FOGO. APREENSÃO E PERÍCIA 
PARA A COMPROVAÇÃO DE SEU POTENCIAL 
OFENSIVO. DESNECESSIDADE. CIRCUNSTÂNCIA 
QUE PODE SER EVIDENCIADA POR OUTROS 
MEIOS DE PROVA. ORDEM DENEGADA. I – Não se 
mostra necessária a apreensão e perícia da arma 
 
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de fogo empregada no roubo para comprovar o 
seu potencial lesivo, visto que tal qualidade integra 
a própria natureza do artefato. II – Lesividade do 
instrumento que se encontra in re ipsa. III – A 
qualificadora do art. 157, § 2º, I, do Código Penal, 
pode ser evidenciada por qualquer meio de prova, em 
especial pela palavra da vítima – reduzida à 
impossibilidade de resistência pelo agente – ou pelo 
depoimento de testemunha presencial. IV – Se o 
acusado alegar o contrário ou sustentar a ausência de 
potencial lesivo da arma empregada para intimidar a 
vítima, será dele o ônus de produzir tal prova, nos 
termos do art. 156 do Código de Processo Penal. V – 
A arma de fogo, mesmo que não tenha o poder de 
disparar projéteis, pode ser empregada como 
instrumento contundente, apto a produzir lesões 
graves. VI – Hipótese que não guarda 
correspondência com o roubo praticado com arma de 
brinquedo. VII – Precedente do STF. VIII – Ordem 
indeferida. Julgado em 19.02.2009. 
 
 
 
Segunda Turma 
Enquadramento Jurídico e Latrocínio TentadoA Turma indeferiu habeas corpus no qual pronunciado 
por tentativa de latrocínio alegava que a não 
apreciação das teses da defesa, apresentadas antes 
da sentença monocrática, configuraria nulidade 
insanável, na medida em que, se essas tivessem sido 
examinadas, ele poderia ser responsabilizado apenas 
por lesões corporais. No caso, o paciente fora 
denunciado pela suposta prática do crime de tentativa 
de homicídio qualificado em concurso material com 
roubo circunstanciado (CP, art. 121, § 2º, V, c/c o art. 
14, II e o art. 157, § 2º, I, II e V), mas sua defesa 
requerera a impronúncia tanto por homicídio quanto 
por latrocínio tentado ou, alternativamente, a 
desclassificação para lesões corporais. Ocorre que o 
juízo sentenciante o impronunciara somente das 
imputações contidas na denúncia, o que ensejara a 
interposição, pela defesa, de recurso em sentido 
estrito, ao argumento de ofensa ao princípio da ampla 
defesa, já que não examinados seus argumentos. Não 
provido esse recurso, foram impetrados habeas 
corpus perante as demais instâncias, também 
denegados. Daí a presente impetração, sob idêntico 
fundamento. 
Aduziu-se que, reconhecido, pela sentença 
condenatória, o dolo de matar, ficara suficientemente 
respondida a preliminar da defesa. Entretanto, por 
considerar que a referida sentença não enquadrara 
corretamente os fatos, concedeu-se a ordem, de 
ofício, para anular a sentença condenatória, a fim de 
que o paciente seja submetido ao Tribunal do Júri. 
Asseverou-se que os fatos por ele praticados 
ocorreram em 2 momentos. Iniciado o roubo, os 
agentes, diante da reação inesperada das vítimas, 
teriam desistido da empreitada, saindo do veículo 
e liberando-as. No segundo momento, a vítima que 
estava na direção decidira perseguir os 
assaltantes em fuga, ocasião em que o paciente, 
temendo ser preso, atirara contra ela, causando-
lhe ferimentos. Assim, tendo em conta que a 
cadeia causal relativa ao delito de roubo rompera-
se quando o paciente desistira da sua prática, 
concluiu-se restar caracterizado o crime de 
constrangimento ilegal consumado (CP, art. 146) 
em concurso material com a tentativa de homicídio 
qualificado (“V – para assegurar … a impunidade 
… de outro crime;”). Observou-se, ao final, que, em 
caso de nova condenação, a pena aplicada não 
poderá superar aquela fixada na sentença anulada. 
HC 97104/SP, rel. Min. Eros Grau, 26.5.2009. 
 
 
Segunda Turma 
Roubo: Emprego de Arma de Fogo e Causa de 
Aumento 
A Turma — invocando recente decisão proferida 
pelo Plenário do STF no HC 96099/RS (DJE de 
10.3.2009) — indeferiu habeas corpus para 
assentar que para a caracterização da majorante 
prevista no art. 157, § 2º, I, do CP não se exige que 
a arma de fogo seja periciada ou apreendida, 
desde que, por outros meios de prova, reste 
demonstrado o seu potencial lesivo. Na espécie, a 
impetração pleiteava o afastamento da mencionada 
qualificadora, na medida em que a arma não fora 
devidamente apreendida para comprovar a existência, 
ou não, de sua lesividade. O Min. Celso de Mello, 
relator, acrescentou que, não obstante tivesse posição 
diversa a respeito da matéria, em respeito ao 
postulado da colegialidade, curvava-se à orientação 
Plenária. 
HC 94616/SP, rel. Min. Celso de Mello, 19.5.2009. 
 
 
Segunda Turma 
Tentativa: “Iter Criminis” e Dosimetria 
A Turma, por maioria, deferiu habeas corpus para 
restabelecer acórdão de Corte local que reduzira, pela 
configuração da tentativa, metade da pena imposta a 
um delito de roubo praticado pelo paciente, em 
concurso material, com outros delitos também de 
roubo. Tratava-se, na espécie, de habeas corpus 
impetrado contra acórdão do STJ que mantivera a 
diminuição da reprimenda, em virtude da tentativa, no 
seu percentual mínimo (1/3), ao fundamento de que a 
conduta do paciente aproximara-se dos limites da 
consumação do crime, não se aperfeiçoando o 
resultado por circunstâncias alheias à vontade do 
agente. No caso, o paciente e co-réus, mediante grave 
ameaça exercida com emprego de revólver, 
 
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subtraíram a moto da vítima, não a levando consigo 
porque esta possuía sistema de segurança que 
interrompera a transmissão de combustível, 
paralisando-a instantes depois do início da execução 
do delito, sendo a ação acompanhada pelas outras 
vítimas. Enfatizou-se que a capitulação da referida 
conduta como crime tentado, ou como delito 
consumado, não estaria em jogo. Discutir-se-ia, no 
caso, tão-somente o percentual de redução da pena. 
Aduziu-se que o Código Penal estabelece reprimenda 
menor para os crimes tentados em relação àquela 
aplicável aos consumados (“Art. 14 – Diz-se o crime: 
… II – tentado, quando, iniciada a execução, não se 
consuma por circunstâncias alheias à vontade do 
agente. Parágrafo único – Salvo disposição em 
contrário, pune-se a tentativa com a pena 
correspondente ao crime consumado, diminuída de 
um a dois terços.”). Tendo isso em conta, salientou-
se que a doutrina é assente no sentido de que a 
definição do percentual da redução da pena 
observará apenas o iter criminis percorrido, ou 
seja, tanto maior será a diminuição quanto mais 
distante ficar o agente da consumação, bem como 
tanto menor será a diminuição quanto mais se 
aproximar o agente da consumação do delito. 
Reputou-se que a interpretação que melhor 
equacionaria a causa, por atender à idéia-força de 
proporcionalidade entre o crime e a pena, seria aquela 
desenvolvida pelo tribunal estadual, que concluíra que 
“a ação delitiva ficou entre um extremo e outro, não 
podendo, assim, a sanção ficar no mínimo nem no 
máximo, mas num meio termo”. Vencidos os Ministros 
Menezes Direito e Ricardo Lewandowski, que 
mantinham o acórdão do STJ. O primeiro por 
considerar que a hipótese não seria distinta daquela 
em que, havendo a posse do bem furtado, esta é 
obstada pela ação de policiais que perseguem, logo 
em seguida, o agente do ato ilícito e devolvem o bem 
à vítima. Já o Min. Ricardo Lewandowski apontava 
dúvidas quanto a ser possível avaliar-se, em habeas 
corpus, o quanto o roubador teria percorrido do iter 
criminis, pois se estaria revolvendo fatos e provas e, 
ademais, entendia ser subjetiva a avaliação do 
percurso por aquele feito, registrando, no ponto, que a 
simples inversão da posse da res já caracterizaria o 
roubo consumado. 
HC 95960/PR, rel. Min. Carlos Britto, 14.4.2009. 
 
 
Roubo: Emprego de Arma de Fogo e Causa 
de Aumento 
Ante o empate na votação, a Turma deferiu habeas 
corpus para excluir a majorante prevista no art. 157, § 
2º, I, do CP da pena aplicada ao paciente, tendo em 
conta que, na espécie, a arma supostamente por ele 
utilizada não fora apreendida e nem periciada. 
Entendeu-se que, desse modo, não seria possível 
aferir sua lesividade, o que não justificaria a incidência 
do aumento de pena no crime de roubo a que 
condenado o paciente. O Min. Cezar Peluso salientou 
que os registros policiais contêm inúmeros casos em 
que a arma apreendida seria de brinquedo, a qual 
propiciaria a aparência de arma de verdade, com 
potencial lesivo que, na hipótese, não existiria. 
Acrescentou, ainda, ser desconforme com o Direito 
Penal uma eventual presunção de que a arma tem 
sempre potencial lesivo. Vencidos os Ministros Ellen 
Gracie, relatora, e Joaquim Barbosa, que denegavam 
a ordem por reputar que o reconhecimento da aludida 
causa de aumento de pena prescindiria da apreensão 
e da realização de perícia na arma, quando provado o 
seu uso no roubo por outros meios de prova. 
HC 96865/SP, rel. orig. Min. Ellen Gracie, rel. p/ o 
acórdão Min. Eros Grau, 31.3.2009. 
 
 
Segunda Turma 
Enquadramento Jurídico e Latrocínio Tentado 
A Turma proveu recurso ordinário em habeas corpus 
para anular, a partir da sentença proferida, processo-
crime instaurado em desfavor de condenado, em 
regimeintegralmente fechado, por tentativa de 
latrocínio (CP, art. 157, § 3º, c/c o art. 14, II) e por 
roubo (CP, art. 157, § 2º, I, II e V). Tratava-se, na 
espécie, de recurso interposto contra acórdão do STJ 
que deferira, parcialmente, writ lá impetrado apenas 
para afastar o óbice à progressão de regime, 
afirmando que, no tocante à pretendida 
desclassificação do crime de latrocínio tentado para 
roubo qualificado, seu exame implicaria o revolvimento 
de matéria fático-probatória. Inicialmente, repeliu-se a 
preliminar de intempestividade argüida pelo Ministério 
Público Federal. Esclareceu-se que, no ponto, incidiria 
a regência especial da Lei 8.038/90, a qual prevê o 
prazo de 5 dias para a interposição do recurso 
ordinário (art. 30). No mérito, enfatizou-se que a 
situação dos autos reclamaria a apreciação do acerto 
ou desacerto do enquadramento jurídico dos fatos 
incontroversos — no que agasalhada a tese de prática 
de tentativa de latrocínio —, os quais consistiriam em, 
durante perseguição decorrente do roubo de veículo 
de certa vítima, o ora recorrente haver efetuado 
disparos de arma de fogo contra o carro, não sendo 
esta atingida em virtude de erro de pontaria, uma vez 
que se encontrava no seu interior. 
Assentou-se que o latrocínio não consubstancia tipo 
autônomo e que esta premissa afastaria a 
possibilidade de falar-se em tentativa. Aduziu-se que o 
§ 3º do art. 157 do CP encerra causa de aumento no 
que considerada a subtração de coisa móvel alheia 
mediante grave ameaça ou violência à pessoa, cuja 
majoração exige a indispensável ocorrência de lesão 
corporal de natureza grave ou morte, ambas 
resultantes da violência. Mencionou-se que essa 
 
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mesma orientação fora adotada no julgamento do HC 
77240/SP (DJU de 30.6.2000), em que estabelecido 
não haver crime de latrocínio quando a subtração dos 
bens da vítima se realiza, mas o homicídio não se 
consuma, conduta esta que tipifica roubo com 
resultado lesão corporal grave, devendo a pena ser 
dosada com observância da primeira parte do § 3º do 
art. 157 do CP. Ademais, ressaltou-se que se deveria 
afastar a conclusão sobre a ocorrência do latrocínio 
tentado, mesmo porque, se assim não se fizesse, a 
referida primeira parte do § 3º do art. 157 do CP ficaria 
relegada a letra morta. Ter-se-ia de entender, assim, 
que, no caso de lesão grave, haveria, também e com 
maior razão considerado evento no qual a lesão fosse 
leve, a tentativa de latrocínio. Dessa forma, reputou-se 
configurado, na hipótese, crime de roubo com a causa 
de aumento lesão grave, o que implicaria, quanto a 
crimes dolosos, a incidência da continuidade delitiva 
(CP, art. 71, parágrafo único), dado que os 2 roubos, 
cometidos em um mesmo dia, teriam objetos idênticos. 
Por fim, asseverou-se que se deveria ter em conta a 
forma mais gravosa do parágrafo único, a viabilizar o 
aumento da pena mais grave que, na presente 
situação, será a do roubo com a causa de aumento da 
primeira parte do § 3º do art. 157 do CP e o teto da 
majoração, ou seja, até o triplo. Ordem concedida para 
que outra sentença seja prolatada presente a 
ocorrência não de um crime de roubo e outro de 
tentativa de latrocínio, mas de 2 crimes de roubo, 
sendo que o segundo com a causa de aumento 
prevista na primeira parte do § 3º do art. 157 do CP, 
abrindo-se margem, em face dos requisitos legais do 
art. 71, à conclusão sobre a continuidade delitiva. 
RHC 94775/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, 7.4.2009. 
 
 
Plenário 
Roubo: Emprego de Arma de Fogo e Causa 
de Aumento 
Para a caracterização da majorante prevista no art. 
157, § 2º, I, do CP, não se exige que a arma de fogo 
seja periciada ou apreendida, desde que, por 
outros meios de prova, reste demonstrado o seu 
potencial lesivo. Com base nesse entendimento, o 
Tribunal, por maioria, indeferiu habeas corpus, 
afetado ao Pleno pela 1ª Turma, impetrado contra 
decisão do STJ que entendera desnecessária a 
apreensão de arma de fogo e sua perícia para a 
caracterização da causa de aumento de pena do 
crime de roubo. No caso, a Defensoria Pública da 
União sustentava constrangimento ilegal, 
consistente na incidência da majorante do inciso I 
do § 2º do art. 157 do CP — violência ou ameaça 
exercida com o emprego de arma de fogo —, sem 
que verificado o potencial lesivo do revólver. 
Assentou-se que, se por qualquer meio de prova — 
em especial pela palavra da vítima, como no caso, 
ou pelo depoimento de testemunha presencial — 
ficar comprovado o emprego de arma de fogo, esta 
circunstância deverá ser levada em consideração 
pelo magistrado na fixação da pena. Ressaltou-se 
que, se o acusado alegar o contrário ou sustentar a 
ausência de potencial lesivo da arma empregada para 
intimidar a vítima, será dele o ônus de produzir tal 
evidência, nos termos do art. 156 do CPP, segundo o 
qual a prova da alegação incumbirá a quem a fizer. 
Aduziu-se não ser razoável exigir da vítima ou do 
Estado-acusador comprovar o potencial lesivo da 
arma, quando o seu emprego ficar evidenciado por 
outros meios de prova, mormente quando esta 
desaparece por ação do próprio acusado, como 
usualmente acontece após a prática de delitos dessa 
natureza. 
Enfatizou-se, ademais, que a arma de fogo, mesmo 
que, eventualmente, não tenha o poder de disparar 
projéteis, pode ser empregada como instrumento 
contundente, apto a produzir lesões graves contra 
vítimas inermes. Ressaltou-se, também, que a 
hipótese não guardaria nenhuma correspondência 
com o roubo perpetrado com o emprego de arma 
de brinquedo — exemplo frequentemente invocado 
pelos que defendem a necessidade de perícia para 
caracterização da forma qualificada do delito —, 
em que o tipo penal fica circunscrito àquele 
capitulado no caput do art. 157 do CP, porquanto a 
ameaça contra a vítima restringe-se apenas ao 
plano psicológico, diante da impossibilidade de 
que lhe sobrevenha qualquer mal físico. Concluiu-
se que exigir uma perícia para atestar a potencialidade 
lesiva da arma de fogo empregada no delito de roubo, 
ainda que cogitável no plano das especulações 
acadêmicas, teria como resultado prático estimular os 
criminosos a desaparecer com elas, de modo a que a 
qualificadora do art. 157, § 2º, I, do CP dificilmente 
poderia ser aplicada, a não ser nas raras situações em 
que restassem presos em flagrante, empunhando o 
artefato ofensivo. Vencidos os Ministros Cezar Peluso, 
Eros Grau e Gilmar Mendes, que concediam a ordem, 
para revogar a qualificadora mencionada, ao 
fundamento de que ela só poderia ser aplicada nos 
casos em que demonstrada a lesividade potencial da 
arma, porque a intimidação, a violência e a grave 
ameaça já fazem parte do tipo penal. Afirmavam que, 
em caso de dúvida, como na espécie, por não se 
saber se a arma tinha ou não real capacidade 
ofensiva, a presunção não poderia correr contra o réu, 
seja por força do princípio do favor rei, seja em razão 
do princípio do ônus da prova que, em matéria penal, 
recai sempre sobre a acusação. A Min. Cármen Lúcia, 
não obstante reconhecendo ser elementar do tipo a 
existência de um instrumento que possa de alguma 
forma constituir a gravidade que se contém nesse tipo 
penal, acompanhou o relator, neste caso, por reputar 
comprovada a lesividade do revólver, por outros meios 
 
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de prova, independentemente da perícia. 
HC 96099/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
19.2.2009. 
 
 
Segunda Turma 
Adequação Típica: Roubo Consumado e 
Homicídio Tentado 
A Turma deferiu, parcialmente, habeas corpus para 
cassar sentença de 1º grau que condenara o paciente 
por latrocínio tentado (CP, art. 157, § 3º, in fine, c/c art. 
14, II). Na espécie, embora consumado o roubo, da 
violência praticada não resultara morte, mas lesão 
corporal de natureza grave numa das vítimas. A 
defesa reiterava

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