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DOMINIO 6 TRANSFORMAÇÃO EUTILIZACÃO DE ENERGIA PELOS SERES VIvos 6.1 Obtenção deenergia Tartaruga-pintada (Chrysemis picta) HBERNACAC CARAPAÇA CORAÇÃOo Troca deiões Com aagua ecom o sangue1a2batimentos por cada 10min Tartaruga-de-orelha-vermelha (Trachemys scripta) Reduzem as atividades ao minima vital, poupando energia e assegurando a sobrevivência. A carapaça promovetrocas de iões com o sangue, o que ajuda à sobrevivencia destes animais até terem condições para sairem da hibemação. Anabolismo e catabolismo O conjunto de todas as reações químicas de uma célula, ou de um organismo, é designadometabolismo. As reações que ocorrem nas células estão geralmenteintegradas em vias metabólicas. Do grega metabole = mudar; ismo= conjunta Uma via metabólica é um conjunto de reações em que uma substância inicial é transformada, por uma série de etapas sucessivas,num produ- to final. Cada etapa é catalisada por uma enzima especifica (Fig. 1). Enzima 1 Enzima 2 Enzima 3 + OH OH OH OH OH Reação 1 Reação 2 Reação 3 Produto finalSubstrato OH inicial Fig. 1 bxemplo de uma via metabólica em que diferentes enzimas catalisam a ligação de um grupo fostato a um glícido, em diterentes locais. INTERPRETAR 1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes, relativas à via metabólica representada na figura 1. (A)A atuação da enzima 3 está dependenteda atuaçãoda enzima 1 e2. (B) A reação 3dependeapenasda presença do produto da reação 2. (C)0 produto de uma reação éum reagente na etapa seguinte. (D)A inativação de uma enzimadetermina a paragem da via metabólica. As reações metabólicas nas células podem ser de dois tipos (Fig. 2) Anabolismo conjunto de reações em que são sintetizados com- postos orgânicos mais complexos, com gastode energia - reações endoenergéticas. Catabolismo conjunto de reações em que os compostos organ cos sãodegradados, com libertação de energia - reaçõesexoener- géticas. CH,OH CH,OH CH,OH CH,OH Reação anabólica QH OH CH,OH OHOH CH,OHHO OH HO Reação catabólica OH OH OH OH H Glicose Frutose Sacarose Fig. 2A síntese de sacarose é uma reação anabólica; a reação inversa, de degradação de sacarose, éuma reação catabólica. 109 6.1 Obtenção de energia O ESSENCIALOs seres vivos obtêm energia para o seu metabolismo em vias catabólicas a partir de compostos orgânicos. Enquanto os seres autotróficos produzem os seus compostos orgânicosa partir de matéria mineral, os he- terotróficos dependem de matéria orgânica de outros seres vivos (Fig. 3). Num e noutro caso, asvias catabólicas libertam energia de forma faseada,que fica acumulada em mo- léculas de ATP (adenosinatrifosfato).O ATP é o composto que, posteriormente, fornece a energia necessária aos processos que im- pliquemgastosenergéticos, como correr ou pensar. A nível celular,otransporte ativo ea síntese de polímerossão exemplos de pro- cessos endoenergéticosque gastam ATP. MetabolismoConjunto detodas as reações quimicas que ocorrem numa célula/organismo. Nos seres vivos as reações estão integradas em vias metabólicas. Anabolismo Catabolismo Reações desíntese de biomoléculas, com gasto de energia (endoenergéticas). Reações de degradação de biomoléculas, com libertaçãodeenergia (exoenergéticas). Fosforilação MP Energia ATP +H,OADP Desfosforilação ou hidróliseP P P Vias catabólicas libertam energia Vias anabólicas utilizam ATP Fig. 3A energia despendida por este talcão-peregrino é Compensada pela energia presente nos compostos orgânicos das presas que ingere. A degradação de compostos orgânicos implica diversos tipos de reações, como por exemplo: Descarboxilação - reação em que um composto perde um átomo de carbono, na forma de CO2 que seliberta posteriormernte para o meio. Oxidação -reação em que um composto perdeeletrões,que serão reCe bidos por aceitadores de eletrões -NAD e/ou FAD (Fig. 4). CONEXOESs Moléculas intermediárias da fotossíintese (pág. 128). H HEH Redução NAD+2e NADH+ H* Oxidação Forma Forma Oxidada reduzida As reações de formação de NADH e FADH2 são reações reversíveis: podem waprisionar» ou libertar energia. H Redução FAD 2e+2H FADH Oxidação R Forma Forma Oxidada reduzida Fig. 40NAD" (nicotinamida- adenina-dinucleótido) eo FAD (flavina-adenina-dinucleótido) são transportadores de eletrões ricos em energia. INTERPRETAR 1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes, relativas à via metabólica representada na figura 4 (A)A formação de NADH éuma reação endoenergética. (B) ONAD é a forma reduzida do NADH. (C) O FADH, resulta da oxidação do FAD. (D)Quando o FADH2 perde eletrões liberta-se energia. As vias catabólicas são classificadasde acordocom os aceitadores finais dos eletrôes que resultam da oxidação dos compostos orgânicos: .Respiraçãoaeróbia -o aceitador finaléo oxigénio0. Respiração anaeróbia-os aceitadores finais säão compostos inorgânicos diferentes do oxigénio (NOs", SO4 ou CO:). o Fermentação -o aceitador final de eletrões éum composto orgânico (piruvato). Seres eucariontes, como animaise plantas ealqunsprocariontes (bacterlas aerobias), necessitam de utilizaroxigéniopara produziremAlatraves respiração aeróbia aeróbios obrigatórios. SABER A libertação da energia dos compostos orgânicos, em vias catabólicas, tem de ser faseada, o que permite a síntese de ATP. Por exemplo, durante a respiração, a glicose éé oxidada e forma-se CO2. Muitas bactérias realizam respiração anaeróbiae outras realizam a fer- mentação. Há bactérias intolerantes à presença de oxigénio -anaeróbios obrigatórios. AS leveduras (um tipo de fungo unicelular) realizam respiração aeróbia na presençade oxigénio, enquanto na suaausência produzem ATP atraves da fermentação - anaeróbiosfacultativos (Fig. 5). Se os eletrões fossem transferidos diretamente para o O2, a reação seria de combustão e as células explodiriam em chamas. A produção deATP em vias catabólicas é contínua,assim comno a sua hidrólise em ADP Um se- para suprir os gastos energéticos. huma produz, dia, um quantida deATP ic à sua ma corpore Fig. 5Tanto as células musculares do padeiro, omo as leveduras que permitem o tabrico do pão, podem realizar respiração aeróbia, mas,quando o oxigénio é insuficiente, efetuam fermentação. O ESSENCIAL Vias catabólicas Libertam energia por oxidação decompostos orgânicose levamà formaçãode moléculas de ATP, que são utilizadas em todos os processos celulares que necessitam de energia. Relativamente à dependência da presença de oxigénio, os seresvivos podem ser: aeróbios obrigatórios - só sobrevivem na presença de oxigénio. Respiração aeróbia Respiração anaeróbia Fermentação anaeróbios obrigatórios - intolerantes à presença de oxigénio. O oxigénio é o aceitador final Os aceitadores finais de eletrões são O aceitador final de eletrõesé o outros compostos inorgânicos anaeróbios facultativos- tolerantes à falta deoxigénio. de eletrões piruvato, Respiração aeróbia Na respiração aeróbia são oxidados compostos orgânicos, Com síntese de ATP, na presença de oxigénio. Eo processo preferencial de obtenção de energia de plantas, animais eoutros seres eucariontes, bem como dos pro- cariontes aeróbios. O composto mais utilizado por todos os organismos para obter energia é a glicose, que é um produto final da fotossíntese A respiração aeróbia assemelha-seao reverso da fotossintese, como se pode verificaranalisando a equação geral desta via metabólica: auladigital Animação Respiração aeróbia CH,O, + 60, 6CO, +6H,0 + Energia (ATP) Agua Oxigénio Dióxido de carbon0 Glicose Nos seres eucariontes, a respiração aeróbia só é possivel devidoà existên- cia de mitocôndrias. Esta via metabólica consta de quatro etapas: glicóli. se, oxidação do piruvato, com formação de acetil-CoA, ciclo de Krebs, ou ciclo do ácido cítrico, efosforilação oxidativa (Fig. 6). Nos procariontes aeróbios, a membranacelular Substitui a mitocondria.Mitocôndria MITOCÓNDRIA NADH CITOSOL NADHADH FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA Transporte deeletrõese quimiosmose OXIDAÇÃO CICLO DE KREBS GLIcÓLISE DO PIRUVATO Célula Glicose Piruvato Piruvato Acetil-CoAeucariótica O ESSENCIAL CoH1206 H20 02 Respiração aeróbia Via metabólica com as seguintes fases: CO2 ATP ATP ATP Glicólise Citosol Fig. 6 Fases da respiração aeröbia.Formação de acetil-CoA INTERPRETAR 1. Com base na figura, refira a(s) etapa(s) emque há: a) formação de água; b)libertação de dióxido de carbono; c) utilização de oxigénio; d) formação de ATP; e) utilização de glicose; f)redução de moléculas de NAD e/ouFAD g)oxidação de compostos orgånicos, h)formaçãode trioses. Ciclo de Krebs Fosforilação oxidativa 2.Indique em que local da célula ocorrem as diferentes fases da respiração aeroold. 6.1 0btenção de energia Glicólise A glicólise consiste na metabolizaçãode moléculasde glicose, uma hexose(C6),em dois piruvatos (C3) e ocorreno citosol de eucariontes e procariontes. A glicólise realiza-se na presença ou na ausênciade oxigénio. Corresponde a uma sequênciade dez reações, que podem ser divididas em três fases (Fig. 7): Fase de ativação é fornecidaenergia da hidrólise de duas molé- culas de ATP à glicose, para que setorne quimicamente ativa esedê inicio à sua degradação. Fasedeseparação- há a separaçãoem duas moléculasde gliceral- deido-3-fosfato (G3P), uma triose (C3). Fase de rendimento as trioses sofrem fosforilação (ligaç�o a um grupo fosfato) e oxidação (perdem eletrões para o NAD,que pas- sa a NADH). Algumas destas reações são exoenergéticas, permi tindo formar quatromoléculasde ATP por cada moléculade glicose inicial. O produtofinal são duas moléculas de piruvato (C3). INTERPRETAR Glicose 1. Indique em que local da célula se encon- tram as enzimas envolvidas nas reações da glicólise. CH,0 cOMPREENDER ATP ATP 2. Explique por que razão sepode afirmar que durante a glicólise há oxidação da glicose. Fase de ativação ADP ADP INTERPRETAR 3.Faça o balanço geral da glicólise, em termos de reagentes e produtos. Fase de separação 63PG3P NAD ANAD NADH NADH Formação de Acetil-CoA CICLO DE KREBS FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA ADP ADP GLICOLISE Fase de ATP ATP rendimento ADP ADP ATP ATP ATP ATP ATP O ESSENCIAL Piruvato Piruvato Fig.7 Glicólise. CH,0 CH,0 Glicólise O balançoenergético da glicólise correspondeà produção de duas moléculas deATP por cada moléculade glicose oxidada, pois, apesar de seformarem quatromoléculasde ATP, há um consumo inicial de duas moléculasde ATP para ativar a degradação da glicose. Uma molécula de glicose so Oxidação no citosol. Formam-se: 2 moléculas de piruvato; 2 moléculas deATP; 2 moléculas deNADH Oxidação do piruvato eformação de acetil-COA Na presença de oxigénio, o piruvato formado no final da glicóliseé transportadodo citosol para a matriz mitocondrial, onde sofre uma descarboxilação, é oxidado e ligado à coenzima A (CoA),formando-se acetil-coenzima A (acetil-CoA) (Fig. 8A). A Piruvato co, NAD COA NADH +H Acetil-CoA COA Formação de Acetil-CoA CICLO FOSFORILAÇÃO GLICÓLISE DE KREBS oXIDATIVA ATP ATP Fig. 8Conjunto de reações da respiração aeróbia que ocorrem na matriz da mitocôndria. A- Formação de acetil-COA. B- Ciclo de Krebs. Ciclo de Krebs ou ciclo doácido cítrico Cada moléculadeacetil-CoA (C,)entra num ciclo de reações químicas, ligan do-se a um composto inicial que éregenerado no final do ciclo. Este ciclo, que ocorre na matriz mitocondrial, ficou conhecido como ciclo deKrebs (Fig. 88). Uma vez que cada molécula de glicose origina duas moléculas deace til-CoA, para queuma moléculade glicose seja totalmenteoxidada, asrea- ções do ciclo de Krebstêm de ocorrer duas vezes, formando-se um totalde 6 moléculas de NADH; 2 moléculasdeFADH, 2 moléculasde ATP; 4 moléculasdeC0 SABER As coenzimas são moléculas orgânicas que se ligam a enzimas para possibilitarem a sua atuação. A coenzimaA (CoA) liga-se ao grupo acetil para,com a intervenção da enzima citrato sintetase, transformaro oxaloacetato em citrato, iniciando as reações do ciclo deKrebs. 6.1 Obtenção de energia Nestas duas etapas que decorrem na matriz da mitocôndria, através de descarboxilações sucessivas, a glicose é oxidada até dióxido de carbono, uma molécula pobreem energia. No entanto, os eletrões transferidos para as moléculas de NADH eFADH,sãomuito ricos em energia, que será apro- veitada na etapaseguinte da respiração aeróbia. HANS KREBS 1900-1981 (ALEMANHA)) Biólogo, químico e médico, dedicado ao estudo do metabolismo celular, descobriuo ciclo doácido cítrico e recebeu o Prémio Nobel da Medicina,em 1953. COA Acetil-CoA + SABERCoA O ácido cítrico ou citrato (CH,O,) dá o nome a este ciclo por este se formar logo no início do ciclo, em resultadoda ligação do acetil-CoA a uma molécula de oxaloacetato. Citrato Oxaloacetato 2CO Ciclo deKrebs O citrato é responsável pela acidez dos frutos de citrinos. 3NAD FADH, FAD 3 NADH +3H ATP ADP+ P aAAAN O ESSENCIAL Formação de FOSFORILAÇÃoCICLO GUCÓUSE OXIDATIVA Acetil-CoA DEKREBS Reações na matriz mitocondrial: formaçãode acetil-COA e ciclo de Krebs As moléculas depiruvato que entram na mitocôndria vãosofrer descarboxilações eoxidações. Por molécula de glicose, formam-se: 6 moléculas de CO2 (2 na formaçãodeacetil-CoA +4 no ciclo de Krebs); 8 moléculas de NADH (2 na formação de acetil-CoA +6 no ciclo de Krebs); ATP INTERPRETAR cOMPREENDER 1. Indique: a) quantas reações de descarboxilação têm de Ocorrer, na matriz da mitocôndria, para se verificar a degradação/oxidação completa de uma molécula de glicose; b) quantas moléculas de ATP se formam na matriz da mitocôndria, por cada molécula de glicose oxidada. 2.Refira por que razão é importante, para a continuação das reações do ciclo de Krebs, que as moléculas de NADH e FADH, sofram oxidação0 posterior 2 moléculas de FADH2 (no ciclo de Krebs);2moléculas de ATP (no ciclo de Krebs). Fosforilação oxidativa Nesta última etapa da respiração celular,os eletrões do NADH e do FADH ricos em energia, são transferidos para a cadeia transportadorade eletrões, Ou cadeia respiratória, que é constituída por uma série de proteinas e outras moléculas orgânicas localizadas na membrana interna da mitocôndria. No fi. nal desta cadeia, os eletrões, conjuntamente com os protões, reagem com o Oxigénioeformam água.Duranteesta etapa, hásíntese de quantidadesapre- ciáveis de ATP, o que constitui o culminar eo objetivo de todo o processo. SABER Na quimiosmose, a energia armazenada sob a forma de um gradiente transmembranar de iões de hidrogénio é utilizada para desencadear reações bioquímicas,como a sintese de ATP. Esta etapacompreende três processos (Fig. 9): O NADHeo FADH2 são oxidados,libertando eletrões para proteínas es- pecíficas da cadeia respiratória. Os eletrões, numa série de reações de oxi- dação-redução, passam sucessivamentepara transportadores com uma afinidade eletrónica cadavez maior, até ao oxigénio -o aceitador final de eletrões. A reduçãodo oxigénio leva à formação de água. Ao fluírem pela cadeia respiratória,os eletrões v�o perdendo energia, que é utilizada por algunstransportadores para bombearem ativamentepro- tões para oespaçointermembranarda mitocôndria, criando um gradien- te de concentraçãode protões, também designado potencial quimios- mótico. Devido à carga dos protðes (H),este gradiente é de natureLa eletroquinmica. O gradiente criado impulsiona a difusão dos protões de regresso à matriz mitocondrial, através da ATP sintase. Como essa difusão de protões reduz o gradiente de concentração, élibertada energia queé usada para a fos- forilação deADP, pela ATP sintase,gerando ATP,num processo designado quimiosmose. Salienta-se que: osprocessos descritos ocorrem em simultâneo; a designação fosforilação oxidativa resulta do facto de severificar fosforila- çãodo ADP em resultado das reações de oxidaçãoque ocorrem nesta etapa; a fosforilaçãooxidativa é energeticamentemuitorentável, formando-se nes te processo, por cada molécula de glicose,28 moléculasde ATP (nomáximo). É nesta etapa que as células eucarióticas obtêm a maior parte das moléculas de ATP que utilizam em vias anabólicas eem todos os outros processos que consomem energia. O ESSENCIAL Fosforilação oxidativa Os eletröes transportados pelo NADH e pelo FADH,: são cedidos à cadeiatransportadora de eletrõese acabam por reduzir o oxigénio,formando-se água; .fornecemenergia para criar um gradiente deprotões (H)entre oespaço intermembranar ea matriz mitocondrial;éutilizandoa energia desse gradiente que a ATPsintase forma moléculas de ATP por quimiosmose, num máximo de 28moléculas deATP por molécula deglicoseoxidada. 6.1 Obtenção de energia Crista mitocondrial SABER NADH A ATPsintase trabalhaA oxidação H do NADH edo NAD ao contrárioda-bomba desódio-potássio.Esta última usa ATP para bombearsódio epotássio contra os seus gradientes de concentração. A ATP sintase produz ATP usando a energia envolvida na difusão FADH2 fornece eletrões que FADH2percorrem a cadeia respiratória. FAD +2H Cadeia respiratória2 H H de iões H', de acordo comA energia do fluxo de eletrões O seu gradiente de concentração.é utilizada pelos H*2+02compostos I, Ill e IV para bombearem protões (H) H20para o espaço intermembranar. Quimiosmose3 ADP+P ATP SintaseA energia potencial do gradiente deH éutilizada pela ATP sintase para a formação de ATP por quimiosmose. H V AauladigitalATP Infográfico Cadeia respiratóriaEspaço intermembranar e quimiosmose Matriz mitocondrial H Membranainterna da mitocondria AAA N IAWEVaeR Membranaexterna damitocondria Formação CICLO DE KREBS NFOSFORILAÇÃOGIcÓLISE Acetil-CoA OXIDATIVA ATP M P ATP Fig. 9 Cadeia respiratória equimiosmose INTERPRETAR COMPREENDER APLICAR 1. Classifique como verdadeira (V)ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes, relativas à ca deia respiratória, representadana figura 9. (A)Asmoléculasda cadeiatransportadora encontram-se na membrana externa da mitocôndria. (B)A oxidação de NADH ede FADH2 liberta eletrões pobres em energia. (C) Otransporte de H'parao espaço intermembranar é um transporte ativo realizado por protei- nas integrais (D) É com a energiados eletrões resultantes da oxidação da glicose que se cria o gradiente deH" (E) A fosforilação do ADP, pela ATP sintase, éindependente da cadeia respiratória. (F) A oxidação do FADHz permite o transporte demenos iöes H'para o espaço intermembranar do que a oxidação do NADH. 2. Indique por que raz�ão os protões não atravessam a bicamada lipídi- ca da membranainterna da mito- condria. 3. Explique de que forma a fosfori lação oxidativa cumpre o objetivo0 final da respiração aeróbia. Balançoenergético darespiração aeróbia Para avaliarorendimentoenergético da res- piração aeróbia, é útil fazer um balanço do número de moléculas de ATP formadas,por cada molécula de glicose oxidada. Desde o gasto de duas molééculas de ATP, na fase de ativação da glicose, até à produção massiva de ATP por fosforilação oxidativa, há uma produção máxima de 30 a 32 moléculasde ATP (Fig. 10). glicólise são transferidos para moléculas de FAD,formando-seFADH2; noutros teci- dos, a transferência é feita para moléculas de NADH. Concluindo, o rendimentoener gético da fosforilação oxidativa pode va- riar, no mesmo organismo,de acordocom o tipo de tecido. Os eletroes resultantes da oxidaçãoda gli cose fornecem a energia necessåria para a transferência de protões para o espaço intermembranarque gera o gradiente de protões. A energia potencial desse gra- diente é usada não só para produzir ATP mas também para o transporte de piruva- to para o interiordas mitocöndrias ou para Por cada molécula de NADH que cede um par de eletrões à cadeia transportadora for- mam-se 2,5 ATP;se for o FADH2 a ceder os eletrões, só se formam 1,5 ATP. Estes núme- ros têm em conta os custos energéticos de mover o ATP da mitocôndria para o citosol, onde é efetivamente utilizado. No entanto, gerarcalor. Isto explica que a produção de ATP por mo- lécula de glicose oxidada, geralmente, não atinja ovalor máximo de 32ATP. Aindaassim, este é um processo relativamente rentável, pois pode retirar 34% da energia existente na glicose para a produção de ATP. Pode parecer pouco,mas, por comparaçã0, num automó- vel apenas25% da energia da gasolina é con- vertida em movimento; o resto perde-se sob nem sempre sãoestes os números,eexistem duas razões para que isso aconteça: A membrana interna da mitocôndria é impermeável ao NADH. Os dois eletrões do NADH capturados na glicólise são leva- dos para a matriz mitocondrial através de processos que conduzem à formação de outra molécula de NADH ou de FADH2,de Aauladigital acordo com o tipo de célula. No cérebro, por exemplo, os eletrões provenientes da Atividade interativa a forma de calor. Respiração aeróbia MITOCÖNDRIA cOMPREENDER 1. Explique por que razão o valor máximo de produção de ATP na fosforilação oxidativa pode ser de apénas 26 moléculas de ATP por molécula de glicose oxidada. 2NADH CITOSOL OXIDAÇÃO DO PIRUVATO FOSFORILAÇAO OXIDATIVAGLICÓLISE CICLO Transporte de eletrões e DE KREBS Fig. 10 Balanço energético da respiração aeróbia. GlicosePiruvato Formaçã0 de Acetil-COA quimiosmose O ESSENCIAL Balanço energético da respiração aeróbia Moléculas ricas em energia, formadas por cada molécula de glicose oxidada: Glicólise: 2ATP (saldo)+2 NADH .Oxidaçãodopiruvato: 2NADH Ciclo de Krebs: 2ATP+6 NADH+2 FADH, .Fosforilação oxidativa:conversão da energia dos eletrões detodos os NADH e FADH,num máximo de 28ATP Balanço final:32ATP(máximo) / *********************** -2 ATP+4ATP=2 ATP +Cerca de 26 ou 28 ATP* ** ************************** *** +2ATP ****************** *********** Na glicólise há produção de 4 ATP, mas, como houve um gasto de 2ATP na fase de ativação, o ganho é de apenas 2ATP, De acordo com o processo de transferência de eletrões Máximo do NADH para a matriz da mitocôndria.por glicose: cerca de 30 Ou32ATP Fermentação 6.1 Obtenção de energia A fermentação éoutra via catabólica queper- mite a formaçãode ATP por oxidação da gli- cose. Inicia-se, tal como a respiração aeróbia, pela glicólise, etapa comum a ambos os pro- cessos, mas na fermentação é seguida pela redução do piruvato ou dos seus derivados. a restituição da sua forma oxidada (NAD), permitindo assim que a glicólise possa con- tinuar a ocorrer e a formarATP. Durante a segunda fase da fermentação, o NADH é usado para reduziro piruvato (ou derivados) e retorna a NAD", podendo voltar a ser utili- zado para oxidar a glicose.Na ausência de oxigénio, as células não po- dem realizar respiração aeróbia edependem exclusivamente da glicólise para produzir ATP.Esta via permite que a célula ganhe duas moléculas deATP por cada molécula de glicose oxidada, mas implica a presença de NAD queé reduzido a NADH.Considerando que a acumulaçãode NADH seria prejudicial à cé- lula, as reações que seseguem à glicólise nas diferentes fermentações têm como finalidade A fermentação é a única via de obtenção de energia para muitas bactérias e é um processo alternativo de obtenção de ener- gla para os anaeróbios facultativos,quando privados de oxigénio. Ostipos de fermenta- çãodistinguem-se pelos produtos que resul tam da redução do piruvato, destacando- -se a fermentaçãolática e a fermentação alcoólica (Fig. 11). Fermentação lática Fermentação alcoólica Glicose Glicose 2NAD -2ADP+22NAD 2ADP+2 Glicólise Glicólise 2NADH 2ATP2NADH 2 ATP +2H+2 H 2 Piruvato 2Piruvato 2co, 2 Acetaldeído2NADH +2 H 2NADH 2NAD +2 H As bactérias 2NAD INTERPRETAR COMPREENDER Streptococcus thermophilus sãoutilizadas naprodução de iogurtes, através da 2 Lactato 1.Compare os dois tipos de fermen- tação relativamente a: composto inicial; formação de ATP; regene ração de NAD*; ocorrência de des carboxilação; produtos finais liber- tados. Construauma tabela para apresentar as suas conclusões. 2 Etanol fermentação lática. As células musculares 0pão eo vinho resultam da fermentação alcoólica realizada pelas mesmas leveduras (Saccharomyces cerevisiae). podem realizar fermentação lática. Fig. 11 Dois tipos de fermentação e células que Os realizam: A-Fermentação lática. B-Fermentação alcoólica. A fermentação lática é realizada por bactérias láticas e por células musculares quando privadas de oxigénio numa situação de esforço. O piruvato, que resultada glicólise, é diretamente reduzido a lactato. Este processo, realizado por certos fungose bactérias, é utilizadona indústria de laticinios para produzir iogurte e queijo. O ESSENCIAL Fermentação: Ocorre no citosol e leva à oxidação parcial da glicose Etapas: Glicólise e redução do piruvato. Por cada molécula de glicose formam-se: A fermentação alcoólica é realizada por leveduras em situação de anaerobiose (sem oxigénio). O piruvato é descarboxilado, com liber- tação de dióxido de carbono, eocomposto formado (acetaldeído) é posteriormente reduzido a etanol. Este tipo de fermentaçãoé usado para a produçãode bebidas alcoólicas (vinho e cerveja) e de pão. 2 moléculas de ATP (balançofinal) 2moléculas de lactato na fermentação lática (bactérias láticas) ou 2moléculas de dióxido de carbono e 2deetanol na Na fermentação,o rendimentoenergético é de apenas 2 ATP. É um processo muito menos eficiente do que a respiração aeróbia porque alguns produtos finais sãocompostos organicos ricOs em energia que a célula não consegue utilizar. fermentação alcoólica (leveduras e células musculares). Comparação entrea respiração aeröbia ea fermentaçao A respiração aeróbia e a fermentaçãosão duas vias catabólicas utili- zadaspelas células para obterem energia sob a forma de ATP. Ambos os processos se iniciam com a glicólise. As etapas seguintes apresen- tam diferenças significativas: ocorrem em compartimentos celulares diferenciados; resultam em produtosfinais diferentes enum ganho energético muitosuperior no caso da respiração aeróbia (Fig. 12). O ESSENCLIAL Comparaçãoentre a respiração aeróbia e a fermentação Respiraçã0 aeróbia Fermentação Produção de ATP Produção deATP por oxidação de compostos organicos por oxidação de compostos organicos Função FERMENTAÇÃO RESPIRAÇÃOAERÓBIA ******************* Glicose **************************. Glicose Substrato Glicose Glicose inicial 2NADHlicólise2ATR 2NADHlicólise2ATE***** Citosol: glicólise. 2 Piruvato 2Piruvato Mitocôndria: Localização Tormação de Citosol: glicólise e redução do piruvato CITOPLASMA MITOCONDRIA Acetil-CoA; Ciclo de Krebs e fosforilaç�ão oxidativa Oxidação NADHdo piruvato 2 cO e etapas Redução do piruvato (ou derivados) Acetil-CoA ************* Não necessita /6NADH Presença de oxigénio de oxigénio deoxigénio Necessita Ciclo deKrebs 2ATP Fermentação lática: lactato FADH, 2Lactato 2Etanol +2 CO 28ATPProdutos finais Agua e dióxido de carbono0 HOFermentação alcoólica: etanol e dióxido de Fermentação lática Fermentaçãão alcoólica Cadela respiratotia Quimiosmose ATP sintase carbono H************ Oxidação da glicose Completa Incompleta Fig. 12 Comparação entre a fermentação e a respiração aeróbia. * 32 ATP (máx.)/ molécula de 2ATP/molécula Balanço energético de glicose oxidada glicose oxidada Caracteristica COMPREENDER APLICAR Presente em Organismos plantas, animais de muitos pode ocorrer em eucariontes 3. Indique quantas moléculas de glicose tem uma célula muscular de consumir, duran- te a fermentação lática, para igualar a produção máxima de ATP resultante da oxida- ção de uma molécula de gli- cose na respiração aeróbia. 1. Explique por que razão as células musculares humanas apenas realizam fermentação lática quando privadas de oxigénio. OrganismoS enoutros procariontes, mas eucariontes 2. Na fermentação e na respiração formam-se mais duas moléculas de ATP do que aquelas que são referidas no balanço energético. Expliquea razão desta aparente incoerência nos cálculos sÍNTESE 6.1 Obtenção de energia Podcast Anabolismo ecatabolismo PAGS. 198-201 Fosforilação oxidativa (cadeia transportadora de eletrões equimiosmose):.Metabolismo-conjunto detodas asreações químicas que ocorrem numa célula/organismo. Essas rea- ções podem ser de dois tipos: Anabólicassíntese de biomoléculas (requerem energia-endoenergéticas). Catabólicas degradação de biomoléculas (liber- tam energia - exoenergéticas). .Via metabólica-conjunto de reações em que uma substância inicial é transformada, por uma série de etapas sucessivas, num produto final. Cada etapa é catalisada poruma enzima especifica. .Vias catabólicas -vias metabólicas que oxidam compostosorgânicos com libertação de energia uti- lizada na formação de moléculas de ATP.Tipos: Ocorre na membrana interna da mitocôndria (cris- tas mitocondriais). Os eletröes do NADH eFADH, são cedidos à cadeia transportadora de eletrões eacabam por reduzir o Oxigénio, formando-seágua.No processo fornecemn energia para o transporte de protões (H)para o es- paço intermembranar, formando-seum gradiente de protöes utilizado, pela ATP sintase, para formar moléculas deATP-quimiosmose. Balanço energético da respiração aeróbia por mo- lécula de glicose oxidada Ciclo deKrebs Fosforilação oxidativaGlicólise Total *************************************** 2ATP 2ATP 28ATP 32ATP Respiração aeróbia -o oxigénio éo aceitador fi- nal de eletrões. (ganho) (máximo) (máximo) Respiração anaeróbiaos aceitadores finais de eletrões sãooutros compostosinorgânicos. Fermentação PÁGS. 209-210 Os processos defermentaçãoenvolvem conjuntos de reações enzimáticas que ocorrem no citosol. Há um ganho de 2moléculas de ATP porcada molécula de glicose oxidada. Fermentação -o aceitador final de eletrões é o piruvato. Respiração aeróbia PÁGS.202-208 Etapas da fermentação: Na respiração aeróbia, a glicose é oxidada com liber- taçãode dióxido de carbono;o Oxigénio é reduzido, formando-seágua. Glicólise- processo igual ao que inica a respiraçãoo aeróbia. Redução do piruvato NADH (formadona glicólise). através dos eletrões do Etapas da respiração aeróbia Glicólise Tipos de fermentação(diferem nos produtosda re- duçãodo piruvato):Uma molécula de glicose sofre oxidação no citosol. SAIDA Fermentaçãolática -por cada molécula de glicose oxidada formam-se2 moléculas de lactato (bacté- ENTRADA Glicólise rias láticas ecélulas musculares) Fermentaçãoalcoólica -por cada molécula de gli- cose formam-se2moléculas de dióxido de carbono Glicose 2 Piruvato + 2ATP +2NADH Apesardeseremgastos 2ATP para a ativação do pro- cesso, a formaçãode 4ATP torna o processo rentável. e2de etanol (leveduras). A respiração aeróbia completa-se no interior das mi- tocôndrias. Comparação entre respiração aeróbiaefermentação PÁG. 210Oxidação do piruvato/formaçãode acetil-CoA e ciclode Krebs Semelhanças iniciam-se ambas com a glicólise; produzem energia/ATP. Diferenças a fermentaçãoocorre no citosol, en- quanto na respiração aeróbia as etapas que se seguem à glicólise decorrem na mitocôndria, na presença de O,; a oxidação completada glicose ape nas ocorre na respiração aeróbia e pode gerar até 32ATP; na fermentaçãoapenas seformam2ATP. As moléculas de piruvato que entram na mitocôn- dria sofrem descarboxilações eoxidações na matriz mitocondrial, primeiro com a formação de acetil- CoAedepois no ciclo de Krebs. SAIDA ENTRADA A Ciclo de Krebs 2 ATP + 8NADH 2Piruvato 2 Acetil-CoA 6CO,+ 2 FADH, Aauladigital Sintese