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0 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital GRUPO SER EDUCACIONAL CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA ESTÁGIO SUPERVISIONADO II Júlia Carolina Culau da Silva RELATÓRIO DO ESTÁGIO ACADÊMICO II SETEMBRO, ERECHIM 2024 1 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 2 2 ATENÇÃO FARMACÊUTICA ....................................................................................... 3 3 FITOTERAPIA ................................................................................................................. 6 4 PRESCRIÇÃO DE FITOTERÁPICOS ......................................................................... 10 4.1 Ficha de Anamnese farmacêutica................................................................................... 10 4.2 Diabetes............................................................................................................................. 11 4.3 Obesidade................................................................................................................ .......... 13 4.4 Doenças do Sistema Imunológico.................................................................................... 15 5 PESQUISA DE CAMPO ................................................................................................ 17 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 18 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 19 2 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital 1 INTRODUÇÃO A atenção farmacêutica é uma prática em que os farmacêuticos contribuem para a melhoria de qualidade de vidas de toda população. É através dela que pode ser feito uma educação em saúde, promovendo deste modo o uso racional dos medicamentos e um auxílio em relação as dúvidas de prescrição médica, posologia dos medicamentos, interações medicamentosas e os efeitos adversos. Garantindo deste modo que o paciente faça um uso seguro e adequado de sua medicação. A prescrição farmacêutica aos poucos está se desenvolvendo, mas a sua importância já é reconhecida no mercado farmacêutico. Prescrever medicamentos tempo atrás somente os médicos eram permitidos, e com o avanço da área farmacêutica os MIP’s (medicamentos isentos de prescrição) foram lançados com o objetivo de aos poucos fazer com que o conhecimento obtido durante sua graduação fosse colocado em prática pelos farmacêuticos. Lembrando uma área que também é muito estudada é das plantas medicinais, onde os farmacêuticos concluem sua graduação com um conhecimento muito amplo sobre os produtos naturais, suas funções, seus efeitos adversos e o quanto eles também podem ajudar promover uma saúde de qualidade a todos. 3 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital 2 ATENÇÃO FARMACÊUTICA Atenção farmacêutica, uma prática que aos poucos está assumindo seu verdadeiro lugar na área da saúde. Por mais que se sabe que ela sempre existiu, ela não fazia parte da rotina de muitos farmacêuticos. Na atenção farmacêutica o foco principal deixa de ser o medicamento e passa a ser o paciente, com o intuito de melhorar a qualidade de vida das pessoas, sem contar que tem uma grande valia na questão de controlar a ingestão dos medicamentos, que muitas vezes é desnecessária. Em meados do século XX, quando o assunto era medicamento, o profissional referência era o farmacêutico, pois atuava e exercia influência em todas as etapas do ciclo do medicamento. Além de distribuir e armazenar, o farmacêutico também tinha a responsabilidade de manipular todos os medicamentos disponíveis na época. (GOUVEIA, 1999) Mas com o decorrer do tempo e com o crescimento da indústria farmacêutica, percebeu-se que o farmacêutico começou a se distanciar de suas atribuições, passando a ser visto apenas como uma pessoa que fazia a distribuição dos medicamentos. Porém essa situação causou indignação e até mesmo frustação tanto da sociedade quanto por parte dos farmacêuticos. Isto tudo, teve como resultado o surgimento no âmbito hospitalar da farmácia clínica, no qual o modelo de prática predominante na farmácia comunitária passou a ser a orientação e dispensação farmacêutica (HOLLAND & NIMMO, 1999). Reis (2003), baseado nas ideias de Holland & Nimmo (1999) deixa claro que a farmácia clínica é uma prática que aprimora a habilidade do médico para fazer boas decisões sobre medicamentos. Sendo que cabe a responsabilidade pelos resultados da farmacoterapia ao médico e fornecer serviços de suporte adequados e conhecimentos especializados sobre a utilização do medicamento cabe ao farmacêutico. Quem conceituou primeiro a atenção farmacêutica de acordo com Reis (2003), foi Brodie et al. (1980), no qual a atenção farmacêutica inclui a definição das necessidades farmacoterápicas do indivíduo e o fornecimento não apenas dos medicamentos necessários, mas também os serviços para garantir uma terapia segura e efetiva. Incluindo mecanismos de controle que facilitem a continuidade da assistência “ Para Hepler & Strand (1990) a atenção farmacêutica é responsável pela farmacoterapia com o objetivo de alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes. A esse respeito, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) – a atenção farmacêutica é benéfica para toda a sociedade, por isso se torna indispensável a participação do farmacêutico na equipe de saúde, trabalhando juntos na prevenção de doenças com o intuito de promover uma saúde de qualidade. Ainda de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1993) a atenção farmacêutica é um conceito de prática profissional na qual o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico. Onde através de suas atitudes, comportamentos, compromissos, responsabilidades, valores éticos, conhecimentos, habilidades e funções presentes na atenção farmacêutica, tendo por objetivo saúde e qualidade de vida para o paciente. Com bases neste texto, cabe ressaltar que o farmacêutico não deve utilizar seus conhecimentos apenas para dispensar medicamentos corretamente, mas também para realizar um acompanhamento farmacoterapêutico com qualidade. (KNOWLTON e PENNA, 1996) Assunção et. al (2022) baseados nas ideias de Costa et. al. (2021) deixam claro que juntamente com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Plano Nacional de 4 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital Medicamentos (PNM), a assistência farmacêutica e o cuidado farmacêutico, passaram por uma nova orientação nas atribuições do Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de preconizar, a aquisição, distribuição, programação, utilização, controle de qualidade, prescrição e dispensação de medicamentos, por meio de abordagens educativas que sinalizem não só a importância do uso correto mas também dos riscos associados aos medicamentos. A portaria nº 585 de 29 de agosto de 2013, publicada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), regulamentou as atribuições clínicas do farmacêutico contemplando as Intervenções Farmacêuticas (IF) - que tem por objetivo otimizar farmacoterapias e contribuir na promoção, proteção e recuperação da saúde de pacientes - e também observando o acompanhamento e conciliação farmacoterapêutica, através da realização de consultas e anamnese farmacêutica, determinando parâmetros bioquímicos e fisiológicos para monitoramento de farmacoterapia, e realizando, no âmbito de sua competência,a administração e Prescrição Farmacêutica (PF). (ASSUNÇÃO, et. al, 2022) Sobre a Prescrição Farmacêutica, a Portaria do Conselho Federal de Farmácia (CFF) n° 586 de 29 de agosto de 2013, determina que a prática seja realizada com vista às necessidades de saúde dos pacientes e na indicação de medicamentos terapêuticos que não exijam prescrição médica. (ASSUNÇÃO, et. al, 2022) A prescrição farmacêutica passa a ter um importante e fundamental na vida das pessoas, porque além de colaborar com a saúde, é através dela que os farmacêuticos, únicos profissionais da saúde com conhecimento técnico adquirido na graduação, podem auxiliar em relação ao uso racional de medicamentos. (ENEFAR, 2013). A esse respeito, é de extrema importância deixar claro que, antes de qualquer prescrição farmacêutica, é necessário que se faça a Anamnese farmacêutica, que é inicialmente é uma prática que consiste em uma entrevista clínica, realizada com o paciente, e tem como foco três pontos: perfil do paciente, história clínica e história farmacoterapêutica. Através da mesma, é possível obter dados subjetivos e objetivos que orientam a conduta na elaboração do plano terapêutico (Brasil, 2015). Junior e Abreu (2021) baseados nas ideias de Kishi et al. (2010) deixam claro que a anamnese farmacêutica visa avaliar diversas situações, dentre elas: qual é o medicamento que está sendo solicitado pelo paciente, o motivo pelo qual está sendo solicitado, há quanto tempo o paciente possui os sintomas, qual é a condição do paciente (idoso, adultos, crianças, gestante ou lactante), se o paciente já foi avaliado por um médico, algum histórico de ingestão de álcool, idade do paciente, situações que podem contraindicar o uso de algum MIP, alergia há algum medicamento, uso concomitante de algum medicamento e uso anterior de algum medicamento diferente para o sintoma apresentado. Para que os objetivos da Anamnese sejam alcançados com sucesso, alguns elementos precisam ser seguidos pelos farmacêuticos: identificação, queixa principal ou demanda, história da doença atual (HDA), história médica pregressa (HMP), história familiar (HF), história pessoal – fisiológica e patológica – e social (HPS), e revisão por aparelhos (RA) ou por sistemas (RS) (SOUZA, et al. 2015). Souza, et al. (2015), esclarecem que a identificação do problema de saúde do paciente ocorre pela análise dos sinais e/ou sintomas. Baseado nas informações sobre início, duração, frequência, localização precisa, características e gravidade, em qual momento do dia ou em que circunstâncias surgem ou desaparecem e fatores que agravam ou aliviam. Estas informações permitem ao farmacêutico fazer a triagem do paciente em relação à gravidade do problema de saúde. Em alguns casos, a prescrição deverá incluir um encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde. Após realizar a entrevista com o paciente, se o farmacêutico entender que não é necessário o encaminhamento para outro profissional e que o caso pode ser solucionado com 5 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital a prescrição farmacêutica, o passo seguinte é elaborar juntamente com o paciente um plano de cuidado que atenda às necessidades citadas pelo paciente. O plano de cuidado deve ser construído em conjunto com o paciente e incluir uma síntese da situação, os detalhes sobre a intervenção para a resolução da necessidade e do problema de saúde do paciente, os objetivos terapêuticos e os parâmetros para avaliação dos resultados (SOUZA, et al., 2015 apud CIPOLLE, et al 2012) Algumas condutas podem ser adotadas tais como terapias farmacológica e não farmacológica, o encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde, e/ou outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente. (SOUZA, et al., 2015) Souza, et al. (2015), explicam cada uma delas: Terapia Farmacológica: deve resultar de um processo de decisão que considere necessidade e o problema de saúde do paciente, a efetividade e a segurança dos medicamentos, as características do paciente e a presença de situações especiais e precauções. Deve ainda ser baseada nas melhores evidências disponíveis e considerar a definição dos seguintes componentes: indicação clínica, objetivo terapêutico, meta terapêutica, via de administração, classe farmacológica e princípio ativo, medicamento e por fim regime terapêutico. Terapia não farmacológica: nesta terapia podem incluir recomendações de mudanças de hábitos de vida, dietéticas ou do ambiente, entre outras intervenções educativas. A opção por terapia não farmacológica contempla critérios similares aos da farmacológica, sendo importante levar em consideração a necessidade e o problema de saúde do paciente, as situações especiais e as precauções, e as melhores evidências de efetividade e segurança. É de extrema importância deixa claro que para a prescrição de ambas as terapias, devem ser consideradas as doses, a frequência de administração, a duração do tratamento e as contraindicações. Encaminhamento: quando o farmacêutico decidir que o melhor para o paciente for a prescrição de encaminhamento a outro profissional ou serviço da saúde, ele deve ter claro em sua mente que é necessário diferenciar os casos de maior gravidade, que requerem atendimento imediato, daqueles de gravidade leve ou moderada. Desta forma, este encaminhamento deve ser anotado em uma receita, descrito no prontuário do paciente e registrado em um documento, chamado de “Encaminhamento”, destinado a outro profissional ou serviço de saúde, em que constam as justificativas pelas quais o paciente teve esta prescrição. Outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente: O farmacêutico deve garantir que o paciente entenda o seu problema de saúde, as intervenções realizadas, o plano de cuidado a ser seguido e a avaliação dos resultados. A orientação ao paciente deve ser precisa em relação à sua necessidade, condição socioeconômica e nível cultural, complexidade do tratamento, entre outros fatores. As principais orientações ao paciente devem ser: como seguir o plano de cuidado, como utilizar corretamente os medicamentos e a terapia não farmacológica, quais são os efeitos esperados, e quanto tempo aguardar para que eles ocorram, o que fazer, caso os sinais e/ou sintomas não melhorem com as medidas adotadas, reações adversas a medicamentos e as interações medicamentosas relevantes e informações relativas ao armazenamento do medicamento e de outros produtos relacionados à saúde. Tendo por base as leituras realizadas, percebe-se o quanto é importante atenção farmacêutica na vida das pessoas e quanto muito vezes ela ajuda a solucionar problemas sem precisar sobrecarregar as unidades básicas de saúde e os hospitais. 6 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital 3 FITOTERAPIA A Fitoterapia é a ciência que estuda a utilização dos produtos de origem vegetal com a finalidade terapêutica para prevenir, atenuar ou curar um estado patológico (CARVALHO, 2012). Também é considerada uma ciência que estuda as plantas medicinais e suas aplicações. A Fitoterapia, significa o tratamento através das plantas, é um método aplicado desde as mais remotas civilizações até os tempos atuais. A fitoterapia sempre existiu na vida de toda população, tempos atras o que salvava vidas, tratava problemas de saúde e prevenia doenças eram as plantas e os produtos naturais. E segundo Arnous et al. (2005) a sabedoria popular é ainda hoje, segundo pesquisas, uma importante ferramenta de prevenção, promoção e tratamento de saúde. No Brasil, o uso da fitoterapia baseada no conhecimento popular é uma prática comum. Devido à imensa biodiversidade brasileira, a cada momento novas descobertas aumentam a listagem destas plantas indicadas para uso terapêutico (BRASÍLIA, 2007). A transmissão do conhecimento sobre plantas medicinais atravessa séculosde nossa sociedade e passa de geração em geração por meio da palavra. Porém o que se percebe-se é que aos poucos essa cultura está se perdendo um pouco, pois as novas gerações buscam meios mais modernos de comunicação, e deixam de lado o poder das palavras e o conhecimento das pessoas mais velhas. Através de pesquisas realizadas o que se percebe é que as classes sociais mais pobres e carentes são as que demostram maior interesse nestes saberes populares. Isto também demonstra que o conhecimento, tanto do paciente como dos profissionais, sobre estas terapias acontece principalmente por meio do senso comum (ARNOUS et. al. 2005) Santos et. al. (2013), baseados na Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA (2010) afirmam que um medicamento fitoterápico é todo medicamento obtido empregando-se matérias-primas ativas vegetais com conhecido efeito farmacológico validado por estudos etno-farmacológicos, documentações tecno-científicas ou ensaios clínicos. Destacando que estes medicamentos possuem propriedades de cura, prevenção, diagnósticos ou tratamento sintomático de doenças. Existem vários produtos farmacêuticos e destaca-se que mais de oitenta deles possuem componentes ativos retirados direta ou indiretamente de fontes naturais. Estes princípios ativos são sintetizados a partir dos nutrientes, da água e da luz que as plantas recebem, fazendo com que a planta seja classificada como medicinal, pois contém um ou mais princípios ativos que lhe confere atividade terapêutica (BRASIL, 2010). A procura dos medicamentos e produtos naturais também tem aumentado porque eles passaram a ser sinônimos de produtos saudáveis, seguros e benéficos (Mengue et al. 2001). Além desses fatores, o aumento do uso das plantas medicinais também pode ser explicado pelo avanço na área científica que permitiu o desenvolvimento de fitoterápicos mais confiáveis e eficazes. Porém, ainda faltam estudos científicos que comprovem a utilização segura e eficaz de algumas plantas e existem algumas pendências como documentos, bibliografias adequadas, preenchimentos dos formulários de petição, rótulos e bulas que estão fora dos padrões referentes à legislação, ausência de relatórios de produção, estudos e controle de qualidade. (BRASIL, 2010). Assim como todo e qualquer medicamento, tanto os fitoterápicos quanto os demais e as plantas medicinais, possuem benefícios, mas também pode apresentar alguns malefícios se forem utilizados sem a devida orientação correta. A esse respeito Teixeira e Santos (2011) argumentam que os fitoterápicos e as plantas medicinais apresentam em sua composição uma diversidade de substâncias complexas que são capazes de provocar diversas reações no nosso organismo, sendo elas benéficas ou 7 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital maléficas, lembrando que também podem ser responsáveis por ocasionar efeitos sinérgicos e antagônicos quando associadas a outros medicamentos. Com isso, as interações medicamentosas, juntamente com as intoxicações, constituem os maiores riscos do uso indiscriminado destes medicamentos como efeitos adversos, visto que, a maior parte destes, possuem efeitos adversos desconhecidos (TEIXEIRA e SANTOS, 2011) Deste modo pode-se afirmar que o uso irracional de plantas medicinais e de fitoterápicos podem trazer diversos riscos à saúde, pois os possíveis agentes tóxicos que estão presentes nas plantas, sua forma de cultivo, e a comprovação da sua capacidade terapêutica são muitas vezes desconhecidos pela população. (FONTENELE; et al. 2013). Portanto, se faz necessário salientar a importância da capacitação dos profissionais de saúde a fim de prestar orientações corretamente a população acerca do uso racional deste tipo de medicamentos com intuito de fazer com que os riscos advindos da utilização indiscriminada destes possam ser evitados (FONTENELE; et al. 2013). Tendo por base os artigos acima descritos nota-se o quanto a fitoterapia pode ser benéfica para a população se orientada da maneira correta e acompanhada por um profissional qualificado, sendo ela uma alternativa natural e de baixo custo. E será que plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos são a mesma coisa? Segundo Alexandre et al. (2008a), as plantas medicinais e os medicamentos fitoterápicos são constituídos de misturas complexas de substâncias bioativas, denominadas de metabólitos secundários, que podem ser responsáveis por ações polivalentes. Isso significa que alguns efeitos indesejáveis podem surgir como consequência de seu uso, tendo por exemplo efeitos colaterais, intoxicação, aborto, entre outros. A Fitoterapia é uma ciência que utiliza a planta medicinal e o medicamento fitoterápico. No qual pode-se dizer que a planta medicinal, é a planta propriamente dita, sendo ela in natura ou processada. E o fitoterápico, é o medicamento ou o produto usado para aliviar ou curar sintomas. As plantas medicinais podem desencadear reações adversas dependendo dos seus constituintes químicos. Além disso, erros na identificação de espécies de plantas e uso diferente da forma tradicional podem ser perigosos, levando a superdoses, inefetividade terapêutica e reações adversas (WHO, 2002). De acordo com Franca et. al. (2021), as plantas medicinais são aquelas que têm tradição de uso como remédio em uma população ou comunidade. Para usá-las, é preciso conhecer a planta e saber onde colhê-la e como prepará-la. Os medicamentos fitoterápicos ou produtos fitoterápicos surgem, quando a planta é submetida a um processo de industrialização. Esse processo evita contaminações e garante a qualidade e a eficácia do produto. Sua quantidade é padronizada, na quantidade e na forma correta que deve ser usada, resultando deste jeito maior segurança quanto for disponibilizada para o uso da população. Todo medicamento fitoterápico deve ser produzido em laboratório autorizado e obter registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), antes de ser comercializado. A fitoterapia utiliza tanto a planta medicina, quanto o fitoterápico, e nota-se que em ambos os casos não há o isolamento dos princípios ativos, porém há uma diferença entre o manuseio e o preparo dos dois produtos. (FRANCA et. al.,2021) O conhecimento das plantas é obtido pela maioria da população através da tradição oral, ou seja, o conhecimento que é transmitido verbalmente de geração para geração, e na maioria das vezes são utilizados de forma autônoma, o que pode ser considerado um grande problema, pois nem sempre as pessoas têm conhecimento dos riscos que estão correndo. Conforme a RDC 26/2014 da ANVISA os medicamentos fitoterápicos possuem maior segurança de utilização, porque passam por ensaios pré-clínicos e clínicos e por possuírem 8 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital marcadores estabelecidos e controle de qualidade, o que garante maior segurança de utilização. (FRANCA et. al.,2021 apud BRASIL, 2014)) No Brasil, a RDC 26/ 2014 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Ministério da Saúde, dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos, sendo responsável pelo controle na produção e distribuição desses produtos. Com relação às plantas medicinais, sob a forma de droga vegetal, doravante denominadas chás medicinais, estas são dispensadas de registro, devendo ser notificadas de acordo com o descrito nesta Resolução na categoria de produto tradicional fitoterápico (BRASIL, 2014). O Brasil, com sua biodiversidade e solo rico, é um país que pode contribuir significativamente para o avanço da fitoterapia, pois dessa forma detém uma imensa gama de plantas medicinais, com milhares de espécies já identificadas e ainda várias por conhecer, permitindo acesso fácil e custo barateado à população (Brandão et al. 2006). O farmacêutico, é umdos profissionais da área da saúde que pode contribuir e garantir a promoção do uso racional da fitoterapia para a população. A Resolução nº 06 de 2017 do Ministério da Educação instituiu as Novas Diretrizes Nacionais (DCNs) do curso de farmácia, no qual direciona o desenvolvimento de habilidades e competências para o cuidado em saúde, visando a formação de farmacêuticos que promovam cuidado direto ao paciente e comunidades, de forma multidisciplinar em prol da saúde pública. Sendo que através desta formação, o farmacêutico poderá contribuir mais efetivamente para a prática do cuidado e para a fitoterapia. (BRASIL, 2017) Dentro da grade curricular do curso de farmácia, existem algumas disciplinas obrigatórias, que possibilitam o acadêmico que está buscando sua profissão farmacêutica, o estudo sobre a identificação de vegetais, de plantas medicinais e fitoterápicos. Mas outro fator que agrega ainda mais valor ao profissional farmacêutico, em relação ao uso racional da fitoterapia é o desenvolvimento da prática profissional voltada para a Atenção Farmacêutica/Assistência Farmacêutica. Através da Atenção Farmacêutica, o profissional farmacêutico possibilita ao paciente, um entendimento sobre a planta ou medicamento que está sendo indicado para os sintomas existentes, e colabora para que o uso seja feito da forma correta e mais segura possível. A atuação do farmacêutico na fitoterapia permite uma ligação entre o conhecimento popular e o científico, promovendo e garantindo o uso racional da fitoterapia. Outro papel importante do farmacêutico na fitoterapia é a prescrição de fitoterápicos, que embora seja uma área recente e em desenvolvimento, sendo a terapia medicinal mais antiga do mundo, sempre foi prescrito por médicos. (MARQUES, et al. 2019). Para regulamentar as atribuições farmacêuticas foram criadas as RDC’S n° 585, de 29 de agosto de 2013 e nº 586, de 29 de agosto de 2013 pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), sendo que a RDC nº 586/13 fala sobre as especificações para a prescrição. (MARQUES, et al. 2019). Os medicamentos fitoterápicos prescritos por farmacêutico são limitados, pois existem alguns que não pertencem à lista dos Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP’s) e só podem ser prescritos por médicos. Marques et al. (2019) a esse respeito, esclarecem que essas medidas foram tomadas para que, além da valorização do profissional, a população obtenha a prescrição farmacêutica de medicamentos fitoterápicos como primeira opção. Tendo o farmacêutico como um prescritor habilitado, competente e com conhecimento para ajudar a população nas questões de performance da planta medicinal e da melhor forma de utilizá-la. Embora a maioria dos medicamentos fitoterápicos sejam isentos de prescrição médica, não significa que seja livres de orientação, o que comprova a importância do conhecimento do profissional farmacêutico. 9 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital E de acordo com a Resolução nº 546 de 21 julho de 2011, a prescrição do farmacêutico, deve ser realizada de forma clara e registrada em documento. Tendo por objetivo prevenir possíveis problemas relacionados ao uso dos fitoterápicos e das plantas medicinais, incentivar o paciente para que faça a adesão ao tratamento indicado, monitorar e avaliar a resposta terapêutica, além de aproximar mais o profissional do paciente. Contudo para tal atividade faz-se necessário que o farmacêutico tenha conhecimentos específicos e desenvolva habilidades de comunicação. (BRASIL, 2011) 10 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital 4 PRESCRIÇÃO DE FITOTERÁPICOS 4.1 Ficha De Anamnese 11 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital 4.2 Diabetes Nome Botânico: Bauhinia forficata Nome Popular: Pata de vaca Parte utilizada: Folhas Forma de utilização: Chá Posologia e modo de usar: 1 xícara 3 x ao dia Via: Oral Contraindicações: É contraindicado para gestantes, lactantes e pessoas que apresentam hipotireoidismo e distúrbios da coagulação sanguínea. Efeitos adversos: Pode causar diarreia, alteração no funcionamento dos rins ou até desenvolvimento de hipotireoidismo e bócio endêmico. Mecanismo de ação: A pata-de-vaca tem como sua principal função a ação hipoglicemiante, que pode ser utilizada no tratamento do diabetes mellitus tipo 2. Nome Botânico: Syzygium cumini Nome Popular: Jambolão Parte utilizada: Folhas Forma de utilização: Chá Posologia e modo de usar: 1 xícara 2 ou 3 x ao dia Via: Oral Contraindicações: É contraindicado para gestantes, lactentes e para as pessoas com problemas renais e hepáticos. Efeitos adversos: Pode causar hipoglicemia, por isso pessoas com diabetes devem monitorar os níveis de açúcar no sangue ao consumir o chá. Mecanismo de ação: O jambolão possui função hipoglicemiante, adaptando as ações da insulina, regulando os níveis glicêmicos e influenciando no metabolismo e estoque de glicogênio hepático. Nome Botânico: Momordica Charantia Nome Popular: Melão de São Caetano Parte utilizada: Folhas Forma de utilização: Chá Posologia e modo de usar: 1 xícara 2 ou 3 x ao dia Via: Oral Contraindicações: É contraindicado para gestantes, lactentes, crianças e indivíduos com diarreia crônica, hipoglicemia, problemas hepáticos ou deficiência da enzima glicose-6- fosfato desidrogenase (G6PD). Efeitos adversos: Pode causar dor abdominal, desconforto no estômago, úlcera gástrica, dor de cabeça, vômitos, diarreia, palpitação, nefrite ou sangramento vaginal. Mecanismo de ação: O melão de São Caetano ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue. Nome Botânico: Salvia officinalis Nome Popular: Salvia Parte utilizada: Folhas Forma de utilização: Chá Posologia e modo de usar: 1 xícara 3 x ao dia Via: Oral Contraindicações: É contraindicado para pessoas alérgicas a esta planta, gestantes, lactentes e pessoas com epilepsia. 12 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital Efeitos adversos: Pode causar sensação de enjoo, calor, aumento dos batimentos cardíacos e espasmos epiléticos. Mecanismo de ação: A salvia ajuda no tratamento da diabetes, pois devido ao seu efeito hipoglicemiante e antioxidante, pode diminuir os níveis de açúcar no sangue. Nome Botânico: Ficuscarica Nome Popular: Figueria Parte utilizada: Folhas Forma de utilização: Chá Posologia e modo de usar: 1 xícara 1 ou 2 x ao dia Via: Oral Contraindicações: É contraindicado para gestantes, lactantes e pessoas com alergia a figos ou a outras plantas da família das Moraceae. Efeitos adversos: O chá de figueira pode causar queimaduras na pele, manchas e infecções bacterianas. Mecanismo de ação: Um extrato obtido das folhas melhora a sensibilidade à insulina e apresenta outras propriedades antidiabéticas. 13 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital 4.3 Obesidade Nome Botânico: Camellia sinensis Nome Popular: Chá Verde Parte utilizada: Folhas Forma de utilização: Chá Posologia e modo de usar: 1 xícara de 2 a 4 x ao dia Via: Oral Contraindicações: É contraindicado para gestantes, pessoas com problemas renais, hepáticos ou cardiovasculares, gastrite, úlcera ou pressão alta e pessoas com problemas em relação ao sono. Efeitos adversos: Pode causar insônia, ansiedade, irritabilidade, náusea, taquicardia, irritações na mucosa do estômago, reações inflamatórias, interrupção do fluxo da vesícula, acúmulo de gordura no fígado e necrose. Mecanismo de ação: Substâncias presentes no chá verde auxiliam na redução da gordura corporal e na diminuição do peso corpóreo. Nome Botânico: Citrus aurantium Nome Popular: Laranja- amarga Parte utilizada: Casca Forma de utilização: Chá Posologiae modo de usar: 1 xícara 3 x ao dia Via: Oral Contraindicações: É contraindicado para gestantes, lactentes, pessoas com pressão alta, glaucoma, alergia ao pólen ou alimentos cítricos, arritmia e outras alterações cardíacas. Efeitos adversos: Pode causar aumento da pressão arterial, dor de cabeça, nervosismo, aumento dos batimentos cardíacos ou maior sensibilidade à luz. Mecanismo de ação: A laranja-amarga é um suplemento dietético para auxiliar no tratamento da obesidade, pois é rica em p-sinefrina, que ajuda a diminuir o apetite e aumentar o metabolismo. Nome Botânico: Hibiscus sabdariffa Nome Popular: Hibisco Parte utilizada: Flores Forma de utilização: Chá Posologia e modo de usar: 1 xícara 3 x ao dia Via: Oral Contraindicações: É contraindicado para gestantes, lactentes, pessoas com pressão baixa, doenças cardíacas graves, com cálculos renais. Pode interferir nos efeitos de alguns medicamentos e na fertilidade das pessoas. Efeitos adversos: Pode causar tontura, fraqueza, sonolência, enjoo, escurecimento da visão, desmaios, eliminação excessiva de eletrólitos, alteração dos níveis de estrogênio, dor de cabeça, náuseas, câimbras e problemas no fígado. Mecanismo de ação: A erva possui em sua composição polifenóis, principalmente antocianinas, flavonoides e outros compostos fenólicos, como o galoil, o ácido clorogênico, a quercetina e o ácido cafeico. Todos esses componentes contribuem com a perda de peso. A bebida promove também o controle do apetite. 14 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital Nome Botânico: Coffea arabica Nome Popular: Café Parte utilizada: Grão Forma de utilização: Bebida Posologia e modo de usar: 1 xícara de 150 ml 4 x ao dia Via: Oral Contraindicações: É contraindicado para gestantes, crianças menores de 12 anos de idade, pessoas com problemas de refluxo, úlceras e gastrite, por quem sofre de insônia, ansiedade, zumbido e labirintite. Efeitos adversos: Pode causar insônia, ansiedade, desidratação, dor no estômago, nervosismo, vômitos, aumento dos batimentos do coração, dificuldade para respirar e tremores. Quando a dose for muito alta pode até gerar overdose causando convulsões e até mesmo o óbito. Mecanismo de ação: O café favorece o emagrecimento e a manutenção do peso, pois a cafeína ajuda a controlar a fome temporariamente, contribuindo para a redução na ingestão de alimentos. Possui também propriedades termogênicas, aumentando levemente o gasto energético e a queima de gordura corporal. Nome Botânico: Zingiber oficinale Nome Popular: Gengibre Parte utilizada: Raiz Forma de utilização: Chá Posologia e modo de usar: 1 xícara até 3 x ao dia Via: Oral Contraindicações: É contraindicado para gestantes, crianças, pessoas com cálculos da vesícula, irritação no estômago, pressão alta e com alterações na circulação sanguínea. Efeitos adversos: Pode causar arritmias e, dependendo da dose utilizada, algumas pessoas podem apresentar irritação no estômago, diarreia, cólicas, pressão alta ou baixa e tonturas. Mecanismo de ação: O gengibre tem ação diurética, contribuindo para a eliminação do excesso de líquido corporal. Além disso, também é termogênico, o que aumenta o gasto calórico e favorece a queima de gordura, promovendo o emagrecimento. 15 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital 4.4 Doenças do Sistema Imunológico Nome Botânico: Coriandrum sativum Nome Popular: Coentro Parte utilizada: Folhas Forma de utilização: Chá Posologia e modo de usar: 1 xícara 2 a 4 x ao dia Via: Oral Contraindicações: É contraindicado para gestantes, lactentes, para quem está tentando engravidar e pessoas com hipersensibilidade ao coentro. Efeitos adversos: Pode causar reações alérgicas em pessoas hipersensíveis, tais como dificuldade para respirar, coceira na pele, distensão abdominal e vômito. Mecanismo de ação: O coentro é uma planta com uma boa concentração de vitamina A e vitamina C, deste modo favorece o combate aos radicais livres, fortalecendo o sistema imunológico. Nome Botânico: Curcuma longa L. Nome Popular: Açafrão da terra Parte utilizada: Rizomas Forma de utilização: Chá Posologia e modo de usar: 1 xícara 2 x ao dia Via: Oral Contraindicações: É contraindicado para gestantes e pessoas com cálculos biliares, úlceras gastrointestinais, com distúrbios hemorrágicos. Não deve ser utilizado em casos de tratamento com medicamentos anticoagulantes. Efeitos adversos: Pode causar alterações na mucosa gástrica. Mecanismo de ação: O Açafrão da terra serve para fortalecer o sistema imunológico. Nome Botânico: Mikania glomerata Nome Popular: Guaco Parte utilizada: Folhas Forma de utilização: Xarope Posologia e modo de usar: Adultos: 15 ml 3 x ao dia / Crianças de 2 à 5 anos: de 2,5 à 5 ml 3 x ao dia / Crianças maiores de 5 anos: 7 ml 3 x ao dia Via: Oral Contraindicações: É contraindicado para crianças menores de 2 anos, pacientes com problemas hepáticos, com distúrbios de coagulação sanguínea e em mulheres com menstruações abundantes. Efeitos adversos: Pode causar aumento da pressão arterial, taquicardia, vômitos, diarreia e acidentes hemorrágicos. Mecanismo de ação: É indicado para tratar doenças respiratórias, como tosse, asma, bronquite, sinusite, rinite, enfisema pulmonar e coqueluche. Ele age como expectorante e broncodilatador, ajudando a eliminar o muco, a descongestionar os pulmões e a aumentar a passagem de ar pelos brônquios. Nome Botânico: Mentha spicata Nome Popular: Hortelã Parte utilizada: Folhas Forma de utilização: Chá Posologia e modo de usar: 1 xícara 3 x ao dia 16 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital Via: Oral Contraindicações: É contraindicado para pessoas com refluxo grave ou hérnia de hiato, pessoas com problemas na vesícula, gestantes, lactentes e crianças menores de 5 anos. Efeitos adversos: Pode causar azia, irritação do estômago, diarreia ou prisão de ventre e reações alérgicas na pele, como coceira, vermelhidão ou urticária. Mecanismo de ação: É rica em vitaminas e minerais como o cálcio, fósforo, ferro e potássio, além disso, tem propriedades antioxidantes e estimulantes da imunidade. Também possui propriedades analgésicas, digestivas, antigripais, descongestionante, anti-inflamatória, antibacteriana, antifúngica e antiviral. Nome Botânico: Ocimum baslium L Nome Popular: Manjericão Parte utilizada: Folhas Forma de utilização: Chá Posologia e modo de usar: 1 xícara até 3 x ao dia Via: Oral Contraindicações: É contraindicado para gestantes e mulheres que estão tentando engravidar. Efeitos adversos: Pode causar náuseas, diarreia, batimentos cardíacos acelerados ou danos no fígado. Pode também desregular o ciclo menstrual em mulheres ou reduzir a fertilidade em homens. Além de reduzir muito o açúcar no sangue e causar hipoglicemia. Mecanismo de ação: A planta é rica em nutrientes como vitaminas A, C e K, ômega-3, cálcio, magnésio, manganês, ferro e cobre. Além de reforçar o sistema imunológico, pode ajudar a reduzir o estresse, aliviar os sintomas de resfriados e melhorar o sistema digestivo. 17 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital 5 PESQUISA DE CAMPO Tendo por base a pesquisa realizada, os medicamentos fitoterápicos disponíveis na Unidade Básica de Saúde do Município de São Valentim são: Hedera Helix Xarope; Xarope de Guaco (Mikania) e Passiflora Incarnata 260 mg em comprimido. Sendo que de acordo com a farmacêutica responsável pela Unidade Básica de Saúde do Município ressaltou, que o município de São Valentim está em quinto lugar na Região Alto Uruguai em práticas integrativas. Dados disponíveis no Portal do Ministério da Saúde. Segue abaixo a tabela contendo a ação farmacológica dos medicamentose sua posologia. Medicamento Ação Farmacológica Posologia Hedera Helix Xarope 7mg/ml Xarope expectorante, mucofluidificante, indicado no tratamento para tosse produtiva, ou seja, com catarro. Crianças entre 2 e 5 anos: Ingerir 2,5ml, duas vezes ao dia. Crianças entre 6 e 11 anos: Ingerir 2,5ml, três vezes ao dia. Adultos (acima de 12 anos): Ingerir 5,0ml, três vezes ao dia. Xarope de Guaco (Mikania) 117, 6 mg/ml Xarope expectorante, com ação broncodilatadora. Crianças entre 2 e 5 anos: Ingerir 5ml, três vezes ao dia. Crianças maiores de 5 anos: Ingerir 7ml, três vezes ao dia. Adultos: Ingerir 15ml, três vezes ao dia. Passiflora Incarnata 260 mg em comprimido Indicado para o tratamento de ansiedade leve, estados de irritabilidade, agitação nervosa, tratamento de insônia e desordens da ansiedade. Adultos: Ingerir 2 comprimidos revestidos, duas vezes ao dia. Crianças menores de 12 anos não devem usar este produto sem orientação médica. 18 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Tendo por base os artigos lidos, o conteúdo da disciplina e as aulas ministradas, ficou claro a importância dos medicamentos prescritos pelos médicos, mas também o quanto são importante os medicamentos fitoterápicos e as plantas medicinais. No qual muitas vezes, se tem o tratamento em casa para complementar o que foi prescrito pelo médico, tendo como resultado a melhoria dos sintomas de uma maneira mais rápida. É preciso destacar também que tanto os medicamentos propriamente ditos, quanto os fitoterápicos e as plantas medicinais, ambos possuem contraindicações e possíveis efeitos colaterais, que precisam ser analisados e explicados com clareza, para que não se tornem prejudicial para a saúde. E sobre a atenção farmacêutica, esta tem um papel fundamental na vida de todos, pois é através da mesma que o paciente pode obter um tratamento de sucesso, melhorando assim a sua qualidade de vida. Neste modelo de atendimento o farmacêutico desempenha a função de cuidar do paciente, promovendo a educação em saúde e o uso racional dos medicamentos. Sem contar que é através da Atenção Farmacêutica que muitos erros são evitados, muitas dependências de medicamentos são suspensas e até vidas podem ser são salvas. 19 Estágio Acadêmico II – Farmácia – 4º Período - Digital REFERÊNCIAS ALEXANDRE, R. F., BAGATINI, F., SIMÕES, C. M. O. Interações entre fármacos e medicamentos fitoterápicos à base de ginkgo ou ginseng. Revista Brasileira Farmacognosia, v. 18, p.117-126, 2008ª. ARNOUS, A.H.; SANTOS, A.S.; BEINNER, R.P.C. Plantas medicinais de uso caseiro – conhecimento popular e interesse por cultivo comunitário. Revista Espaço para a Saúde. v.6, n.2, p.1-6, 2005. ASSUNÇÃO, A. F; SILVA, P. 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