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ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL Aula 1 - Conceitos Básicos: Ética, Moral, Caráter, Dever Moral, Direitos Humanos Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Distinguir os conceitos de Ética e Moral, caráter e dever moral. 2. Listar os Direitos Humanos. Introdução Ética é uma área de concentração de origem filosófica que tem por fim estudar, refletir o sentido do agir humano. O dicionário de Ética e Filosofia Moral a define das seguintes formas: FILOSOFIA é uma das cinco leituras que se pode fazer do real ao lado do senso comum, da arte, da religião e da ciência. Sua importância consiste na capacidade de abstração, ou seja, na reflexão sobre os objetos no âmbito do pensamento. FILOSOFIA é uma forma de pensar que toma a razão como fundamento e analisa em que medida algo pode ser falso ou verdadeiro (lógica), certo ou errado (ética), conhecido ou ideológico (teoria do conhecimento), belo ou não (estética), e por fim, em que medida a existência pode espelhar a essência. ÉTICA é uma área de concentração de origem filosófica que tem por fim estudar, refletir o sentido do agir humano. A ÉTICA enquanto matéria filosófica busca compreender em que medida um ato é justo ou não, uma intenção é virtuosa ou não, ou mesmo em que consiste a virtude. Nesse sentido, a ÉTICA não nivela as pessoas, apenas pensa o sistema moral como válido ou não a partir de uma razão suficiente, ou seja, será que tal moral é universal ou apenas um produto determinado por implicações histórico-culturais? Os objetos morais como intenção do ato, consciência do ato, voluntariedade, consequências do ato etc., são elementos de investigação da ÉTICA porque são postos em suspensão para verificar a validade e a universalidade dos atos humanos. A moral, como um conjunto de regras determinantes de condutas, é uma produção socialmente determinada pelo ambiente cultural, por isso é datada historicamente, pois o que foi válido ontem pode deixar de ser hoje vice-versa. Ao contrário da ETICA que é atemporal porque não estabelece uma tábua de valores, mas apenas discute essa mesma tábua de valores para se certificar de sua universalidade. Como se vê, há uma abrangência significativa quando se pensa ou se fala em ética, envolvendo todas as esferas humanas. Nesta primeira aula, vamos iniciar a nossa caminhada rumo a um mundo mais ético, conhecendo alguns conceitos essenciais para a compreensão e desenvolvimento da nossa matéria. Certamente o assunto é envolvente e complexo. Damos aqui o pontapé inicial para que você se aprofunde no mundo da reflexão e possa dar a sua contribuição particular para um mundo mais ético. Ética A palavra ética vem do grego ethos. Ética Socrática? Ética Platônica? Ética Aristotélica? No berço da cultura ocidental, na Grécia Antiga, nasceu a denominada Ética Socrática. Expressões hoje usadas por todos nós, como “Só sei que nada sei” e “Conhece-te a ti mesmo”, são de autoria de Sócrates, o pai da filosofia ocidental. Para Sócrates, o verdadeiro objeto do conhecimento é a alma humana. A verdade vive oculta no espírito humano. Diluindo os próprios erros, é possível a cada ser descobri-la. A missão do filósofo seria conduzir os homens ao conhecimento. O moralista seria o parteiro da alma. Platão, como discípulo de Sócrates, desenvolveu o pensamento do mestre. A Ética Platônica estabelece uma hierarquia entre as ideias e reserva o lugar supremo ao "bem". A Ética Aristotélica, por sua vez, tem por objetivo descobrir o bem absoluto, denominando-o "felicidade". Aristóteles entendia que a felicidade estaria no exercício firme e constante da virtude. Para ele, o homem virtuoso é aquele que mergulha no desenvolvimento integral das suas faculdades. A virtude é, portanto, o justo meio entre dois vícios extremos. Segundo Thiry-Cherques (2008): Ética é a parte da filosofia que trata das questões morais, das ideias morais do cotidiano humano. O papel da Ética é fundamentar a Moral, pois esta supõe uma crença, inclusive com os seus respectivos dogmas. Assim, podemos concluir que Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom. O objetivo da Ética é facilitar a vida do homem de modo a que ele se realize. Naturalmente, a ética existe em todas as sociedades, respeitando as especificidades de cada cultura. Moral A exemplo de Thiry-Cherques, estabeleceremos para o nosso estudo que: Ethos do grego modo de ser. Mos, mores do latim significa costume, que é a prática de determinados atos, que tem como características = a generalidade, publicidade e continuidade, isto é, deve ser praticado por todos os membros da sociedade, ser do conhecimento de todos e ser continuo. Tanto o termo grego ethos, como o termo latino mores, dizem respeito a costume. Moral significa o agir consciente do dever e de acordo com os valores contemplados pela sociedade contemporânea, onde a ação se realiza. Ética tem como objetivo avaliar os atos morais, considerando-os certos ou errados. Portanto a Moral é como agimos, e a Ética é a recomendação de como devemos agir. É muito comum o cidadão confundir ética com moral. Isto ocorre porque de fato ambas caminham sempre juntas. A Moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas. “Entende-se por instintos simpáticos aqueles que aproximam o indivíduo dos outros.” (Roux, A. La pensée d´Auguste Comte. Paris: Chiron, 1920. P. 254) Saiba Mais. Augusto (1798-1857) Criador do positivismo, discípulo e colaborador de Saint-Simon, Augusto Comte (nascido em Montpelier. França) pode ser considerado não só filósofo como reformador social. A reforma que defende pressupõe, por sua vez, a reforma do saber, já que a sociedade se caracteriza exatamente pela etapa de desenvolvimento espiritual que atingiu. O termo "positivismo" deriva da lei dos três estados que Comte formula em sua teoria da história, designando as características globais da humanidade em seus períodos históricos básicos: o teológico, o metafísico e o positivo. A característica essencial do estado positivo é ter atingido a ciência, quando o espírito supera toda a especulação e toda a transcendência, definindo-se pela verificação e comprovação das leis que se originam na experiência. Comte é considerado um dos criadores da sociologia, procurando conciliar em sua proposta política de reforma social elementos da política conservadora, como a defesa da ordem, e da corrente liberal ou progressista, como a necessidade de progresso. Daí o famoso lema do positivismo comtiano, "o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim". As ideias de Comte tiveram grande influência no Brasil na formação do pensamento republicano a partir da segunda metade do século XIX, e muitas das ideias positivistas foram incorporadas à Constituição Brasileira de (1850). É interessante o que diz Piaget: Toda Moral é um sistema de regras e a essência de toda a moralidade consiste no respeito que o indivíduo sente por trais regras. Saiba Mais. Moralidade. Caráter do que se conforma às normas morais, Kant contrapôs a Moralidade. A legalidade. A última é a simples concordância ou discordância de uma ação em relação a lei moral, sem considerar o móvel da ação. A Moralidade, ao contrário, consiste em assumir como móvel de ação a ideia dever Crítica. Razão. Pratica. I, 1, 3). No sentido hegeliano a Moralidade, distingue-se da eticidade, por ser a vontade subjetiva", ou seja, individual e desprovida de bem, enquanto a eticidade é a realização do bem em instituições históricas que o garantam. Moralidade e Eticidade estão entre si como o finito e o infinito: isso significa que a eticidade é a verdade" da moralidade. A noção filosófica de valor está relacionadapor um lado àquilo que é bom, útil, positivo; e. por outro lado, à de prescrição, ou seja, à de algo que deve ser realizado. 2. Do ponto de vista ético, os valores são os fundamentos da moral, das normas e regras que prescrevem a conduta correta. No entanto, a própria definição desses valores varia em diferentes doutrinas filosóficas. Para algumas concepções, é um valor tudo aquilo que traz a felicidade do homem. Mas trata-se igualmente de uma noção difícil de se caracterizar e sujeita a divergências quanto à sua definição. Alguns filósofos consideram também que os valores se caracterizam por relação aos fins que se pretendem obter, a partir dos quais algo se define como bom ou mau. Outros defendem a ideia de que algo é um valor em si mesmo. Discute-se assim se os valores podem ser definidos intrínseca ou extrinsecamente. Há ainda várias outras questões envolvidas na discussão filosófica sobre os valores, p. ex., se os valores são relativos ou absolutos, se são inerentes à natureza humana ou se são adquiridos etc. axiologia (do gr. axios: digno de ser estimado, e logos: ciência, teoria= Teoria dos valores em geral, especialmente dos valores morais. O termo axiologia designa a filosofia dos valores, fundada em Baden por W. Windelband (1863-1915). Derivada do kantismo, ela estima que o conhecimento tem por origem não as coisas em si, mas a apreensão de uma relação entre as realidades e um ideal que é um absoluto, embora posto como valor. E a relação com esse valor que nos permite apreciar, julgar e conhecer uma realidade, um objeto, um ato, uma ideia e uma palavra. De 1891 essa influência pode ser ilustrada pela presença na bandeira nacional com lema de inspiração positivista "Ordem e Progresso”. Comte escreveu numerosas obras, destacando-se o Curso de filosofia positiva (1830- 1848). O Sistema de política positiva (1851~1854) e o Catecismo positivista. Na prática, quando nos indignamos, por exemplo, ao vermos na televisão nossos semelhantes passando fome, levando uma vida subumana, sentimos responsabilidade e um desejo enorme de contribuir de alguma forma para que esta situação seja revertida. Exatamente em função desse tipo de sentimento participamos de campanhas contra a fome. Isto nos leva a concluir que nossos sentimentos e nossas ações exprimem o nosso senso moral. Quando sentimos remorso por alguma coisa feita no passado e gostaríamos de fazer diferente no presente, exprimimos nosso senso moral. Da mesma forma, quando ficamos admirados com alguém cujas palavras e ações denotam honestidade, integridade, honradez e outros valores, e chegamos mesmo a tentar imitá-las, também exprimimos nosso senso moral. Podemos concluir que a Moral diz sempre respeito a valores que temos em reação aos outros. Direitos Humanos Declaração dos Direitos Humanos A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos básicos das Nações Unidas. Foi assinada em 1948 e enumera os direitos de todos os seres humanos. Síntese da Aula Nesta aula, você: Reconheceu os conceitos de Ética e Moral, caráter e dever moral; Identificou os Direitos Humanos. Aula 2 - As três fases da Ética Empresarial Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Identificar cada fase da ética Empresarial. 2. Definir cada uma das fases da ética Empresarial. 3. Diferenciar as fases estudadas. Introdução Reflexão Ética A Ética é parte intrínseca da conduta humana, pois todas as nossas atividades envolvem uma carga moral. Bem; Certo; Permitido. Mal; Errado; Proibido. O homem, no seu cotidiano, vive diante de muitos problemas. Vejamos alguns: Devo sempre dizer a verdade, ou existem ocasiões em que posso mentir? Devo ajudar um amigo em perigo, mesmo correndo risco de morte? Será correto tomar tal atitude? Será que posso mentir para conquistar meu cliente? Esses tipos de perguntas nos levam a refletir sobre comportamento ético-moral sem nem nos darmos conta, não é mesmo? Vamos, então, teorizar nosso conhecimento sobre esse assunto, analisando, a partir de agora, as diversas fases da questão ética que afetam o nosso comportamento, inclusive no mundo corporativo. Ética Empresarial Ética Empresarial é a aplicação da Ética ao ambiente das Empresas, onde os colaboradores e os gestores devem agir e interagir com os fornecedores e os consumidores, visando estabelecer relações de mercado transparente, que contemplem valores tais como, fidelidade, sinceridade e autenticidade, a fim de preservarem o coletivo. No mundo corporativo, as questões éticas são especialmente complexas. A atividade de ganhar dinheiro sempre teve uma aliança meio desconfortável com o senso particular da moralidade das pessoas. Questões como o valor, o bem, o mal e, mais ainda, a dedicação ao trabalho, fazem sentido? Ter fé é irracional? Devemos respeitar quem não é respeitável? O que é um princípio? Enfim, estas e outras perguntas que permeiam nossa mente são pertinentes à Ética Empresarial. A questão ética vem se destacando com o passar dos tempos em todos os setores, e no mundo corporativo não poderia ser diferente. Fase da Ética Empresarial Como a própria vida, a Ética Empresarial é feita de fases. Vamos conhecê-las agora. Fase 1: A Era Industrial Fase 2: A Era Pós-Industrial Fase 3: A Era da Informação Fase 1: A Era Industrial Segundo Cortina (2007: 19), 1970 Surge com ímpeto o tema da ética dos negócios ou, como definida pelos europeus, da ética das empresas. 1980 O tema propaga-se pela Europa. 1990 Propaga-se pela América Latina e pelo Oriente. Questões com certo grau de complexidade, como: Cultura da empresa Avaliações de qualidade Recursos Humanos Clima Ético Responsabilidade corporativa Comunicação e Balanço Social Passaram a ter destaque, principalmente, no mundo reflexivo. Na verdade, um conjunto de dimensões que compõe o caráter de uma organização. Adam Smith e Max Weber fizeram uma grande contribuição na era industrial ao garantir que existia uma conexão entre ética e empresa. Eles afirmaram que o sucesso empresarial seria alcançado quando a organização, dentro de sua estrutura, se preocupasse condições legais e morais. Tanto Adam Smith quanto Max Weber sofreram muitas críticas, mas nada que desmentisse o fato de que os dois marcaram a história da Ética Empresarial. Adam Smith escreveu Teoria dos Sentimentos Moais, antes da sua mais famosa obra: Riqueza das nações, onde ressalta que, além do lucro de uma empresa, existem outros valores e sentimentos que envolvem a atividade econômica. Max Weber, com sua obra A ética protestante e o espírito do capitalismo, também deu uma larga contribuição à Ética Empresarial. Com suas postulações a respeito da crença de que o empresário chamado a criar riqueza e a fomentar o bem-estar social agradava a Deus justificava a busca pela riqueza. Devido as ideias de Weber, houve mudanças nos hábitos relacionados à riqueza e à poupança. Fase 2: A Era pós-Industrial Segundo Cortina (2007: 28), novas razões surgem para o fortalecimento da ética Empresarial na década de 1970. Primeiro, a necessidade de se criar capital social ou a necessidade premente de redes de confiança. Depois de vários escândalos, principalmente na sociedade norte-americana, como o Watergate, a desconfiança passou a predominar em todo o mundo. Making Democracy Work, onde procura mostrar como as redes de confiança contribuem para o funcionamento da economia. (Cortina, 2007: 28) O fim das ideologias trouxe o interesse pelas boas práticas em todas as esferas, inclusive na esfera corporativa. Em terceiro lugar, a concepção da empesasofreu transformação em vários pontos: Dimensão cultural; Uma nova visão da empresa, não como máquina para obter o máximo de produção, mas sim como organização, como empresa; O modelo taylorista foi substituído pelo pós-taylorista e Todos os stakeholders ganhando e não somente os acionistas. Em quarto lugar, novos desafios organizacionais levam a entender que a ética se fazia necessária na gestão. A maturidade do mercado implica em uma postura mais exigente por parte das empresas, visando a sua própria sobrevivência em tal mercado. Valores - e não regras - deveriam delinear as empresas, dentro de um mundo globalizado e altamente competitivo. É preciso buscar a fidelidade do consumidor. Em último lugar, Cortina chama atenção para a exigência cada vez maior advinda de uma ética cívica, configurada pelos valores compartilhados dentro de uma sociedade pluralista. Assim, a revitalização da Ética Empresarial depende de sua reformulação. Fase 3: A Era da Informação Esta Ética Empresarial revitalizada depara-se com novos desafios, como a passagem da economia velha para a chamada nova economia e a era da informação. Vejamos alguns desses grandes desafios sob a ótica de Cortina (2007: 32-34): Lideranças muito suscetíveis à questão financeira, trocando de empresa em curto espaço de tempo. Dificuldade da construção de uma ética global, em um universo com enormes diversidades culturais. Trabalhador pouco qualificado, precariedade do trabalho e as justas exigências de um salário digno. Os habitantes do ciberespaço têm sua moral individual, porém nada garante que será compartilhada. Nesta era da informação, as universidades vêm fomentando a necessidade de dois pilares vitais relativos à ética empresarial: integridade e transparência, para que haja viabilidade empresarial. Na era da informação, uma coisa é patente: escândalos empresariais têm largos espaços nos veículos de comunicação, o que nos leva a reformular leis e, sobretudo, hábitos. A integridade e a transparência devem ser incorporadas ao caráter - das pessoas, do cidadão e da empresa. Somente assim haverá mudança de fato. Síntese da Aula Nesta aula, você: Identificou cada fase da ética Empresarial. Definiu cada uma das fases da ética Empresarial. Diferenciou as fases estudadas. Aula 3: Empresa e Ética: o caráter das organizações Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Definir o que é o caráter de uma organização. 2. Descrever como se forma o caráter de uma organização. 3. Estabelecer claramente o conceito de empresa. Introdução Com certeza, você já ouviu dizerem que o caráter do indivíduo que diz quem ele é. Muitas vezes, inclusive, quando um indivíduo tem um comportamento que foge ao padrão estabelecido pela sua comunidade, é considerado “sem caráter”. Mas, afinal o que é caráter? Esta é a primeira pergunta sobre a qual devemos refletir. Aliás, refletir não é um hábito dos ocidentais. Somos pouco reflexivos. Mas, no mundo competitivo em que vivemos, precisamos exercer a capacidade de pensar, meditar e refletir. É isso que procuraremos fazer nesta aula, quando refletiremos sobre nós mesmos e sobre as organizações das quais fazemos parte. Caráter Caráter é definido pelo dicionário Michaelis como: “Caracteres somáticos adquiridos pelo indivíduo sob a ação de fatores ambientais e que não se tornam hereditários. Fatores que distinguem uma espécie de outra ou de todas as outras do mesmo gênero.” Assim, podemos entender que caráter é o conjunto de fatores que incidem sobre cada indivíduo, tornando-o único dentro de sua própria espécie. Entendemos que caráter de um indivíduo é sua maneira de ser, suas características próprias, seus impulsos, seu emperramento. É um traço de personalidade, que mostra a forma usual de agir de cada indivíduo. Este grupo de atributos, bons ou ruins, denota o comportamento, os valores morais e os princípios de cada indivíduo. Saiba Mais. Na biologia diz-se de cada marco estrutural ou funcional que distingue um indivíduo, sejam caracteres congênitos ou adquiridos. É questão controvertida se os caracteres congênitos são suficientes para distinguir uma espécie de outras. Na lógica é cada atributo de uma noção que faz parte da sua compreensão e é um elemento constituinte, seja essencial ou acidental. Na psicologia a unidade e consistência que se manifesta na maneira de sentir e reagir de um indivíduo ou de um grupo como distinto de outros grupos. Kant define o caráter de conformidade com a sua definição de causa. "É necessário que cada causa, quando age, tenha um caráter, quer dizer uma lei da sua causalidade, sem a qual ela nem chegaria a ser causa". Ele distingue ademais um caráter empírico ou fenomenal, em virtude do qual as suas "ações, enquanto fenômenos, são relacionados integralmente a outros, segundo as leis constantes da natureza", e um caráter inteligível, em virtude do qual não deixa de ser a causa dessas ações, enquanto fenômenos, mas sem ser ele mesmo submetido às condições da sensibilidade e sem ser sequer um fenômeno. Na ética a palavra aceita um sentido laudativo quando significa personalidade completa e que revela autodomínio. CARÁTER ADQUIRIDO - (Psicol.). Modificação que se apresenta no organismo como consequência da própria atividade ou da influência do meio. CARÁTER CONGÊNITO - (Psicol.). É o que é herdado. Também indica o que é condicionado em parte pelo meio pré-natal. Definição De Organização (Empresa) Para compreendermos melhor as questões do cotidiano empresarial, vamos estudar primeiro o que é uma empresa: Semanticamente é um empreendimento, uma atividade produtiva, um negócio; É uma sociedade organizada para a exploração de uma indústria, comércio ou serviços, tendo por objetivo final o lucro; No Direito Trabalhista, é a organização do capital e do trabalho, empenhada em atividade econômica. Quando pensamos em economia, pensamos nas empresas, pois é através delas que a economia é ativada. Normalmente, diz-se que a economia está aquecida quando há demanda, isto é, quando há consumo significando que as empresas estão produzindo e colocando o seu produto no mercado, aquecendo assim a economia de um local, estado ou país. Basta observarmos a questão de emprego. Ora, quem oferece o emprego? São as empresas, portanto é evidente a importância das empresas a nível mundial! É importante destacar que algumas empresas chegam a um faturamento superior ao PIB de um país. Formação do Caráter de uma Organização Construir confiança “Talvez porque o Capitalismo renano, que conformava em alto grau o modo europeu de entender a empresa, induzisse a concebê-la não só como um negócio, mas como um grupo humano que leva adiante uma tarefa valiosa para a sociedade, a de produzir bens e serviços mediante a obtenção do benefício”. Veja, estamos falando em algo muito mais abrangente do que o marketing que objetiva apenas a imagem da empresa. O fato é que a ideia de caráter está intimamente ligada às pessoas que fazem parte da empresa. Logicamente, a alta direção da empresa, principalmente o seu CEO, terá influência decisiva na formação deste caráter. No fundo, é o somatório do caráter de cada componente da empresa que formará o caráter geral da empresa. Normalmente, os indicadores da empresa forjam o seu caráter que, ao longo do tempo, vai sendo modificado de acordo com o pensamento daqueles que dela fazem parte. Assim, cada empresa tem a sua forma de tomar decisões, a sua maneira de fazer os seus negócios. Tem os seus hábitos, os seus costumes, que normalmente são identificados pelo mercado. Podemos entender que a integridadede uma empresa está intimamente ligada ao seu caráter, isto é, à sua forma de conduta, pensamento e ação que farão com que ela tenha uma imagem no mercado. Síntese da Aula Nesta aula, você: Conheceu algumas definições de empresa; Identificou a importância do caráter de uma empresa e a sua formação; Aliou a importância da ética ao caráter de uma organização. Aula 4: O Dilema dos Valores Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Descrever os conceitos de Moral e Ética. 2. Identificar dilemas éticos variados. 3. Reconhecer a importância da ética para a sociedade Introdução Dilema (gr. dilemma, de di: duas vezes, e lemma: principio, premissa) Forma de alternativa da qual, dos dois membros aceitos como premissas ou princípios, só podemos tirar uma consequência. Exemplo: O dilema de Aristóteles: Ou devemos filosofar, ou não devemos filosofar; ora, para sabermos se devemos filosofar, precisamos filosofar; e para sabermos se não devemos filosofar, precisamos ainda filosofar; conclusão: devemos filosofar. Situação embaraçosa em que nos encontramos, devendo escolher necessariamente entre dois partidos ou pontos de vista rejeitáveis caso não fôssemos obrigados a escolher. Exemplo: O dilema do cirurgião diante da situação de ter que sacrificar a mãe ou o filho no momento do parto; não podendo salvar ambos, precisa optar. O caso Exxon Valdez Em 1989, ocorreu um grande acidente ecológico com o petroleiro Exxon Valdez, no Alasca. Um vazamento causou tal acidente porque o capitão do petroleiro estava embriagado. A empresa Exxon Corporation decidiu, a partir de então, submeter seus funcionários a um exame de detecção do uso de drogas e álcool, orientando todas as filiais espalhadas pelo mundo a fazerem o mesmo, respeitando as leis de cada país. A decisão teve por objetivo assegurar um ambiente de trabalho saudável, garantindo a qualidade de vida dos colaboradores. Os indicadores foram bastante favoráveis. A prevenção funcionou a contento. Entretanto, houve resistência. Os críticos consideram que os resultados podem ser enganosos porque, além de invadir a privacidade dos funcionários, conferem uma falsa imagem de competência do empregador, sem de fato diminuir os prejuízos para a sociedade. Qual desses valores tem mais peso relativo, Liberdade de Expressão ou Direito à Privacidade? O segundo, principalmente, quando lembramos que privacidade leva à intimidade, há que se traçar um limite entre o interesse privado e o público. Assim, o direito à privacidade cessaria quando a ação praticada tivesse relevância pública. No mundo corporativo, empresarial, o que deve prevalecer? O que deve prevalecer na empresa: o respeito aos prazos de entrega dos produtos ou a qualidade dos resultados? O respeito estrito à privacidade dos funcionários, permitindo o acesso à internet, ou a “tolerância zero”, isto é, a proibição ao uso de equipamentos da empresa para qualquer finalidade particular? Vejamos alguns exemplos de dilema de valores O caso Goodrich No final da década de 1960, a empresa B.F. Goodrich tinha um contrato com a força aérea norte- americana para equipar seus novos aviões A7D com freios de ar comprimido. O prazo de entrega era muito curto, mas os executivos resolveram cumprir o contrato a todo custo. Os primeiros testes mostraram que os freios estavam falhando. A data de entrega chegou e os freios foram entregues assim mesmo. O avião de prova teve um acidente. Uma investigação mostrou que as falhas do desenho original nunca foram corrigidas e que vários engenheiros tinham falsificado os relatórios dos primeiros testes para cumprir os prazos. O interessante é que todos eles estavam convencidos de que fizeram o que a empresa esperava que fizessem. The priest Outro choque entre valores pode ser apreciado no filme The priest. Em segredo de confissão, um padre descobre que uma garota de 14 anos vem sofrendo repetidos abusos sexuais. E quem é o causador? O pai dela! A dor e o medo da garota são grandes, mas, embora o sigilo confessional proíba o sacerdote de falar ou de fazer algo, ele fica revoltado com as barbaridades que lhe foram relatadas. Qual a orientação a seguir? O religioso arrisca insinuações e roga ao pai para que mude de comportamento. Este manda meter-se na própria vida! Logo depois, a mãe da garota descobre o drama da filha e pressiona o padre para que ele a ajude de algum modo. Preso a seus juramentos, o sacerdote nada faz. A mãe, então, o amaldiçoa, predizendo-lhe os horrores do inferno! Aturdido pelo conflito de valores, o sacerdote fica dilacerado. Como fixar uma precedência entre o dever do sigilo, o anseio por justiça e a compaixão pelo sofrimento alheio? No filme, a primazia do segredo da confissão (sacramento da penitência) deixa o padre de mãos atadas. Manville Corporation Vejamos mais um exemplo na esfera empresarial. A Manville Corporation teve sérios problemas com pessoas que reclamaram por terem ficado doentes após 15 ou 20 anos de exposição aos produtos de asbesto (amianto). As demandas alcançaram a espantosa cifra de um bilhão de dólares. Daí em diante a empresa decidiu não mais fabricar ou vender produtos até que pudessem ser manufaturados e usados com segurança, não só nos Estados Unidos, mas no mundo todo. Empenhou-se em testes exaustivos e passou a colocar rótulos nas embalagens, em 12 idiomas diferentes. Todos os rótulos apresentavam um grande “C”. Então, autoridades e clientes japoneses disseram à empresa que, se o rótulo viesse escrito em japonês, não fariam negócio. Se fosse em inglês, ainda ia. A operação a ser desenvolvida com o Japão representava vinte milhões de dólares e estava à mercê de concorrentes dispostos a tudo. A Manville Corporation, todavia, não arredou pé de sua política. Em consequência, perdeu grande parte da operação. Aos poucos, porém, foi sendo recuperado o terreno perdido, pois os japoneses reconsideraram sua posição e o governo japonês fez saber à Manville que admirava sua coragem. Vale lembrar que a postura da Manville se deveu a uma reação ao seu passado repulsivo: ela havia ocultado deliberadamente de seus empregados os riscos de se trabalhar com o asbesto. Síntese da Aula Nesta aula, você: Identificou como os valores morais e a ética se complementam; Analisou dilemas variados de vários matizes, observando a sua complexidade; Avaliou o quanto a questão ética é importante dentro da sociedade e em todas as áreas. Aula 5: A Ecologia Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Identificar alguns aspectos ecológicos; 2. Reconhecer a importância da Ética Ambiental para a preservação do planeta; 3. Estabelecer a valorização do meio em que vivemos. Introdução A Ecologia estuda o ambiente natural e as relações entre os organismos entre si e com o seu meio circundante. Célula Órgão Organismo População Comunidade + Ambiente = Ecossistema A seguir entenderemos melhor alguns termos ecológicos. 1. População é o conjunto de organismos de uma mesma espécie que ocupa uma determinada área, mantendo intercâmbio de informação genética. 2. Comunidade* é o conjunto de populações que convive em uma determinada área e que usualmente interage de forma organizada. 3. Meio ambiente é a soma total das condições que atuam sobre os organismos: fatores físico- químicos, edáficos, climáticos, hídricos e bióticos. 4. Vegetação e o conjunto de vegetais que existem em determinado local. 5. Flora é o conjunto de plantas de uma determinada região ou período geológico vinculados a um táxon botânico. 6. Fauna é o conjunto de animaisque ocorre em uma área vinculado a um táxon zoológico. 7. Nicho ecológico é o conjunto de relações e atividades próprias de uma espécie. Modo de vida único e particular que cada espécie explora no seu próprio habitat. 8. Habitat e o ambiente que oferece um conjunto de condições favoráveis para o desenvolvimento e a sobrevivência de determinados organismos. 9. Biótipo é o espaço (área ou volume) ocupado por uma comunidade biológica; o lugar onde há vida. 10. Biota é o conjunto de plantas, animais e microrganismos de uma determinada região, província ou área biogeográfica. 11. Bioma são amplos conjuntos de ecossistemas terrestres e aquáticos caracterizados por tipo semelhante de vegetação ou de mesma fisionomia ambiental. *Conceito de comunidade Um dos conceitos mais vagos e evasivos em ciência social, a ideia de comunidade continua a desafiar uma definição precisa. Parte do problema tem origem na diversidade de sentidos atribuída à palavra e às conotações emotivas que ela geralmente evoca. Tornou-se uma palavra passepartout, usada para descrever unidades sociais que variam de aldeias, conjuntos habitacionais e vizinhanças locais até grupos étnicos, nações e organizações internacionais. No mínimo, comunidade geralmente indica um grupo de pessoas dentro de uma área geográfica limitada que interagem dentro de instituições comuns e que possuem um senso comum de interdependência e integração. Não obstante, conjuntos de indivíduos vivendo ou interagindo dentro de um mesmo território não constituem em si mesmos, comunidades, particularmente se esses indivíduos não se consideram como tal. O que une uma comunidade não é a sua estrutura, mas um estado de espirito e um sentimento de integração. É importante observar as ações dos fatores ecológicos, que afetam sobremaneira o ambiente. Fatores ecológicos são componentes do meio que podem agir diretamente sobre os seres vivos, ao menos durante uma fase do seu ciclo de desenvolvimento. Algumas ações desses fatores: Variação da densidade das populações, afetando as taxas de natalidade e mortalidade, imigração e emigração; Processo de colonização e distribuição espacial e temporal das populações e comunidades; Modificações adaptativas, tais como reações fotoperiódicas, hibernação, estivação, entre outras. São considerados fatores ecológicos: Atmosféricos: luz, temperatura, umidade, vento etc. Edafológicos: estrutura e textura do solo, nutrientes e organismos. Geográficos: altitude, latitude, correntes marinhas e rede hidrográfica. Bióticos: interações entre vegetais, animais e microrganismos. Aquáticos: pressão hidrostática, luminosidade, salinidade, oscilação das marés. Antrópicos: agricultura e aquicultura, pecuária, erosão e assoreamento, construções, usinas, barragens, rodovias etc. Para facilitar o entendimento, Miller (1985) diz que nosso planeta pode ser comparado a uma astronave, deslocando-se a cem mil quilômetros por hora pelo espago sideral, sem possibilidade de parada para reabastecimento, mas dispondo de um eficiente sistema de aproveitamento de energia solar e de reciclagem de matéria. Há atualmente na aeronave ar, agua e comida suficientes para manter seus passageiros. Tendo em vista o progressivo aumento do número desses passageiros, em forma exponencial, e a ausência de portos para reabastecimento, pode-se vislumbrar, em médio e longo prazos, problemas sérios para a manutenção de sua população. Daí a necessidade da Ética Ambiental. A Ética Ambiental tem seu início marcado pelos grandes avanços tecnológicos. A exemplo disso, temos a medicina com suas novas técnicas resultando na queda dos índices de mortalidade, alterando o binômio nascimento-morte e superlotando o planeta. Descontrole da população alimentar e degradação da cultura, globalizando a fome e a pobreza. “Toda sociedade é responsável pela degradação ambiental, pois o rico polui com sua atividade industrial, comercial etc.; o pobre polui por falta de condições econômicas de viver condignamente e por falta de informações, já que a maioria é semianalfabeta, e o Estado polui por falta de informações ecológicas de seus administradores, gerando uma política desvinculada dos compromissos com o meio ambiente”. A ética ambiental está apoiada em duas teorias recentes: a teoria evolucionista de Darwin e a teoria de Gaia, também conhecida como Teia da Vida e defendida por Lovelock. A primeira consiste em pensar o homem como todos os outros seres viventes - em constante evolução. Na outra, Gaia, a mãe Terra, é considerada um organismo vivo interligado a todos os outros seres, incluindo o homem, em igualdade de condições. As duas teorias contradizem o modelo antropocêntrico, no qual o homem é o centro do universo, considerando sua condição de "espécie superior" devido à razão e à capacidade de gerar cultura. Definição A Ética Ambiental é definida como conduta ou a própria conduta comportamental do ser humano em relação à natureza, decorrente da conscientização ambiental e consequente compromisso preservacionista, tendo como objetivo a conservação da vida global. Tem a ética ambiental como base científica e o estudo da relação homem X natureza. O objetivo da Ética Ambiental é formar uma humanidade consciente de sua posição perante a vida no planeta Terra, orientando uma nova postura: a de preservar globalmente a natureza, sendo uma nova esperança de vida para o planeta. Síntese da Aula Nesta aula, você: Conheceu vários termos importantes que permitem identificar elementos que afetam a vida em geral, inclusive a do homem; Identificou a importância de haver uma Ética Ambiental para a preservação do planeta; Passou a entender mais o valor do meio onde vive.
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