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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Ciências Humanas e Sociais Departamento de Economia Doméstica e Hotelaria Bacharelado em Hotelaria Campus Seropédica Meios de hospedagem: planejamento, controle e gestão Prof. Msc. Rodrigo Amado dos Santos E-mail: profrodrigoamado@gmail.com PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, TÁTICO E OPERACIONAL Os procedimentos gerenciais em empreendimentos hoteleiros Sumário • 1. Um esboço de teoria – o que é planejamento? • 2. Características do planejamento. • 3. Planejamento a nível hoteleiro. 1. Um esboço de teoria • Planejamento – Petrocchi (1998): diretrizes básicas – futuro equilibrado e desejável • Turismo: dois objetivos: – 1. Elevar a qualidade da oferta turística, estimulando áreas receptoras a atender necessidades e desejos de lazer – 2. Estudar um modelo de ocupação territorial • Tríade Turística PETROCCHI, Mário. Turismo: planejamento e gestão. São Paulo: Futura, 1998. 2. Características de um planejamento 2.1. Planejamento Estratégico • Direcionamento da comunidade e/ou organização – Longo prazo (05 anos ou mais) – Grande número de atividades + Ambiente Externo – Guiar: investimentos, usos e ordenações de recursos. • De certa forma: estas são as etapas: Declaração de visão e missão do negócio – Missão: • Responsabilidade no seu ambiente de atuação; • Propósito em relação ao produto/mercado; • O que, como, quando e para quem fazer? CHIAVENATO, Idalberto. Administração: teoria, processo e prática. São Paulo: Makron Books, 1985. Levar entretenimento e hospitalidade aos clientes-alvo, em conjunto com atividades que propiciem consciência ecológica, resgate de valores culturais e sociais, visando, desta forma, garantir melhoria da qualidade de vida. – Visão: • Aquilo que se deseja atingir em um futuro próximo Análise do ambiente externo (oportunidades e ameaças) e interno (forças e fraquezas) Formulação dos objetivos e metas – “Alma” do PE – desafiadores e coerentes – Forma de cumprir: missão e visão. Formulação de Estratégia – Gira em torno: políticas de negócios e conhecimento da concorrência – Podem ser vistas enquanto: (BENI – Produto X Mercado) • 1. Estratégias defensivas: manter • 2. Estratégias desenvolvimentistas: mais opções aos atuais clientes. • 3. Estratégias de ataque: aumentar a participação no mercado “Ser a mais conceituada rede brasileira de hotéis, opção preferencial dos clientes, hóspedes, investidores, colaboradores e fornecedores, reconhecida como referência no mercado em serviços e em rentabilidade.” Implementação – Colocação daquilo que fora idealizado dentro dos prazos estipulados • Liderança: componente essencial • Capacidade de antecipar, vislumbrar, manter flexibilidade Feedback – Atividade dinâmica: processo de retroalimentação importante. 2.2. Planejamento Tático • Abrangência dada a um departamento ou setor – Médio prazo – Pequeno número de atividades + Ambiente Interno – Otimizar determinada área e não a organização • Utilização eficiente dos recursos • Em síntese: elaboração de programas de ações específicos – Trabalha com a decomposição de objetivos • Entender a responsabilidade de um objeto/tema/partido perante uma organização • Procedimentos de maximização Características principais – Processo permanente e contínuo; – Aproxima o estratégico do operacional; – Produz planos direcionados; • A imagem do departamento – Organização – Objetivo: orientar o nível operacional em suas atividades e tarefas a fim de atingir objetivos organizacionais propostos anteriormente Perguntas norteadoras • O que fazer? Dá pra fazer? Vale a pena fazer? Quem faz? Como fazer bem? Funciona? Quando fazer? – A - B 2.3. Planejamento Operacional • Cuida de procedimentos mais simples – Curto prazo – Pequeno número de atividades + Ambiente Interno – Métodos operacionais e alocação de recursos • De certa forma, preocupa-se: – Métodos, processos e sistemas aplicados; • Pessoas: responsabilidades, função, atividades, tarefas... • Equipamentos necessários • Prazos e cronograma: • Como fazer? – Procedimento (método) – Orçamento (recursos) – Programação (tempo) – Regulamento (comportamento e responsáveis) Planejamento Operacional Formaliza – Planos de ação 3. Planejamento a nível hoteleiro • Contudo, o que visa o planejamento no setor hoteleiro? – Conjunto de funções que, além de planejar e controlar, comanda e coordena a produção – Em síntese, o planejamento hoteleiro: • Ferramenta principal: PCP (Planejamento e Controle da Produção) – diretrizes: –A criação: o que vai ser produzido? –A definição do processo: como e com que recursos vamos produzi-lo? –A definição de quantidades (projeção de médio ou longo prazo) a ser produzida. ERDMANN, Rolf Hermann. Modelo organizativo para sistemas de planejamento e controle da produção. Florianópolis UFSC, 1994. Tese (doutorado em engenharia da produção) - programa de pós-graduação em engenharia da produção, UFSC, 1994. • Assim, o planejamento na hotelaria visa – 1. O projeto do produto; – 2. A definição de processos; – 3. A definição de quantidades. 3.1. O PROJETO DO PRODUTO – Basicamente: hospedagem, alimentação e lazer; – Elemento humano – instrumento chave para uma produção eficiente, produtiva e qualitativa; – Lógico: quanto maior o empreendimento, maior a responsabilidade de seus gestores em proporcionar programas de qualificação aos seus colaboradores – Estar atenta: tendências do mercado, novas técnicas de gestão, acompanhar o avanço tecnológico. – Meios de hospedagem: centro de vários produtos hoteleiros • Unidades Habitacionais; serviços de quarto, mini-bar, lavanderia, salas para reuniões, sauna, boates, restaurante, ligações telefônicas, cofre e kit de higiene.... – Cada qual organizado pelas premissas de seu nicho de mercado – O produto hoteleiro, nada mais: • Serviços: condições de oferecer e colocar a disposição de seus clientes. CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DO PRODUTO HOTELEIRO SEGMENTAÇÃO: uma das primeiras decisões – Rumos + Clientes = Lucro – Objetivos: • Facilitar a identificação do mercado mais lucrativo; • Criar projetos de produtos que atendam as necessidades dos hóspedes; • Escolher a melhor mídia para divulgar o estabelecimento hoteleiro • Otimizar os recursos para alcançar os melhores resultados RAPIDEZ: – Cabe o estabelecimento determinar o “tempo ótimo” de produção (execução + necessidade do cliente) DESIGN: ferramenta fundamental – “Atrativo de compra” SAZONALIDADE: – Evitar problemas futuros em épocas de baixa temporada – Importante: ofertar imagens diversificadas e renovadas – Fundamental: estabelecer uma estratégica de MKT. – Agir sobre a parte física e sobre a formação dos serviços. Produto hoteleiro: – Síntese das ações a serem desenvolvidas em um espaço hoteleiro – Por isso: cuidado extremo: • Funções, objetivos, ações, corpo de colaboradores • Perspectiva de dominó 2. A DEFINIÇÃO DE PROCESSOS – Hotelaria: planejamento ordenado das tarefas – Cumpra-se objetivos dentro do espaço e tempo estipulados – Controle de tempo: sucesso para a organização da produção da empresa • Tempo: variável extremamente exigida pelo hóspede • Fundamental: um pré-planejamento de controle – Aproximar de um tempo padrão para realizar um serviço – Êxito: • Descrição de todas as tarefas do início até o fim • Padrões de tempo dos serviços oferecidos no hotel • Exemplo: O processode limpeza de um quarto: ocupado, manutenção, vago ou saída – Divisão equitativa: cronograma de execução que respeite o “tempo ótimo” 3. A DEFINIÇÃO DE QUANTIDADES – Trata de demanda e capacidade • Importante, pois através deste processo chegaremos à: – Satisfação – Decepção – Processo de escolha: • Categoria; • Segmentação; • Clima, recursos naturais, eventos, lazer, cultura etc. além de fatores demográficos e sociológicos • Fatores demográficos: idade e sexo; • Fatores sociológicos: crenças, religião, categoria sócio- profissional, composição familiar, nível per capita GERÊNCIA GERAL Quadro 01: Visões estratégicas, táticas e operacionais na hotelaria Reservas Lazer Segurança e Manutenção Recepção Governança Chefe de Cozinha Sub-chefe de cozinha Entremetier Saucier Rôtisseur Garden-Manger Pâtissier Chefe de Garde Tournant Aboyeur PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO P LA N EJA M EN TO TÁ TIC O Alimentos e Bebidas Restaurante Cozinha Banquete Bar Steward Copa PLANEJAMENTO OPERACIONAL • Entende-se por SWOT ou Planilha FOFA: – Análise estratégica (visão holística e sistêmica) que é capaz de detectar (PETROCCHI, 1998): • Strengths (Pontos Fortes) • Weakness (Pontos Fracos) – Análise interna que deve priorizar o grau de importância de cada fator » Exemplo: listar valores – de 01 a 05 • Identificação de prioridades. • Opportunities (Oportunidades) • Threatens (Ameaças) – Análise externa de influências a estruturação, desenvolvimento e comercialização de um produto/serviço. 3. SWOT: uma ferramenta estratégica para o planejamento. • Exposto isso, vamos a uma dinâmica: – Quais seriam, em sua concepção, os pontos fortes e fracos, as ameaças e oportunidades de um estabelecimento hoteleiro? • PONTOS FORTES: – 1. Boa estrutura de salas e apartamentos; – 2. Qualidade do atendimento (cortesia e simpatia dos colaboradores: princípios para fidelização); – 3. Localização; – 4. Estrutura de lazer; – 5. Força comercial: a questão da marca e da “qualidade percebida”. – 6. A utilização da TI; – 7. A produção de receita por outros departamentos: a relação entre Eventos e A&B; – 8. Exploração de vendas corporativas e atuação em segmentos específicos; – 9. Ações de marketing e publicidade. • PONTOS FRACOS: – 1. Perda de grandes clientes entre períodos; – 2. Problemas relacionados à infraestrutura (acústica, hidráulica, elétrica, etc.); – 3. Demora dos serviços em A&B e Governança; – 4. Perda de reservas em grandes feiras e eventos; – 5. Equipamentos e utensílios capazes de amenizar as intempéries locais; – 6. Baixa produtividade do Departamento de Eventos; – 7. Baixa conversão de Walk-ins; – 8. Alto comissionamento; – 9. Perda de mercado específico; – 10. Erro de conferência e reposição de frigobar; – 11. Falta de atendimento diferenciado para estrangeiros; – 12. Horário de atendimento do Bar e Lobby. • OPORTUNIDADES: – 1. Aumento do valor das diárias na cidade; – 2. Novas empresas, novas contas: aumento do OCC; – 3. Alta do dólar: aumento dos negócios estrangeiros; – 4. Entrada de novos mercados e segmentos. Procura por serviços específicos: noite de núpcias; – 5. Incremento de vendas pelas OTAS (Agências de Viagens Online); – 6. Inserção do conceito de UP ou CROSS SELLING no setor de reservas e recepção; – 7. Observação de sanções, isenções, financiamentos oriundos das esferas políticas locais, estaduais e federais. • AMEAÇAS: – 1. Queda da OCC durante a Copa; – 2. Aeroportos e demais sistemas de transporte sem infraestrutura adequada; – 3. Troca de administração (inserção de nova rede); – 4. Diminuição do aporte do Governo aos clientes corporativos; – 5. Tarifas menores aplicadas pela concorrência; – 6. Aprimoramento e crescimento da concorrência; – 7. Fatores climáticos. • De posse dessas informações se estabelecem: – ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO: desenvolver estratégias que utilizem a força para potencializar as oportunidades; – ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO: desenvolver estratégias que utilizem as forças para minimizar ao máximo as ameaças; – ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO: desenvolver estratégias que minimizem as fraquezas e aproveitem as oportunidades; – ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA: desenvolver estratégias que minimizem os pontos fracos e combatam as ameaças. ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO 1. Consolidar-se como o maior hotel Custo X Benefício: • Qualidade de Atendimento. • Fidelização. 2. Maximizar a conversão de eventos no hotel. 3. Potencializar as vendas das UH’s menos utilizadas. ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO 1. Utilizar serviços de A&B como diferencial em períodos específicos: • Exemplo: Copa do Mundo. 2. Aumentar a satisfação/fidelização obtidas através da avaliação do hóspede. ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO 1. Recuperar (porcentagem a ser definida) o número de reservas não efetuadas. 2. Potencializar a captação de reservas. ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA 1. Utilizar a força da rede para a captação de grandes contas. 2. Valorizar restaurante e serviços de A&B. 3. Oferecer atendimento diferenciado, através da excelência em serviços. Referencial Bibliográfico • BENI, Mário Carlos. Análise estrutural do turismo. São Paulo: SENAC, 2001. • CHIAVENATO, Idalberto. Administração: teoria, processo e prática. São Paulo: Makron Books, 1985. • ERDMANN, Rolf Hermann. Modelo organizativo para sistemas de planejamento e controle da produção. Florianópolis UFSC, 1994. Tese (doutorado em engenharia da produção) - programa de pós-graduação em engenharia da produção, UFSC, 1994. • PETROCCHI, Mário. Turismo: planejamento e gestão. São Paulo: Futura, 1998.
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