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Material produzido por Tassio Duda – USJT 2015 Conteúdo: - Tempo e lugar dos atos processuais. - Prazos - Formação, suspensão, extinção do processo. - Nulidade Processuais - Litisconsórcio - Denunciação da lide Direito processual 4º Semestre (USJT) O tempo e lugar dos atos processuais Tempo: O código utiliza determinações de tempo para a pratica dos atos processuais sob dois ângulos diferentes: - O de momento adequado ou útil para a atividade processual - O de prazo fixado para a pratica do ato A 1ª regra sobre o tempo hábil a pratica dos atos processuais é a do art. 172, que determina que eles sejam realizados em dias úteis, das 6 às 20 horas. Art. 177. Os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei. Quando esta for omissa, o juiz determinará os prazos, tendo em conta a complexidade da causa. -Entende-se por dias úteis aqueles em que há expediente forense, de modo que “durante as férias e nos feriados não se praticarão os atos processuais” art. 173. O mesmo se diz dos sábados e domingos, que conforme as maiorias das organizações judiciárias não são dias úteis. Art. 173. Durante as férias e nos feriados não se praticarão atos processuais. Excetuam-se: I - a produção antecipada de provas (art. 846); II - a citação, a fim de evitar o perecimento de direito; e bem assim o arresto, o sequestro, a penhora, a arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a prisão, a separação de corpos, a abertura de testamento, os embargos de terceiro, a nunciação de obra nova e outros atos análogos. Parágrafo único. O prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro dia útil seguinte ao feriado ou às férias A pratica do ato tempo dar-se-á: - Salvo nos casos de citação e intimação, de nenhum efeito são os atos praticados em dias não úteis fora do horário legal. Permite-se, contudo que os atos iniciados em momento adequado possam se prolongar além das 20 horas, quando “o adiamento prejudicar a diligencia ou causar grave dano” art. 172, parágrafo 1. Art. 172. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. § 1o Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano - Para citação e penhora, há exceção expressa que permite sua pratica em domingos e feriados, ou nos dias úteis fora do horário legal (art. 172, parágrafo 2). Art. 172. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. § 2o A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante autorização expressa do juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso XI, da Constituição Federal. - Eletrônico ocorre em até 24 horas do último dia do prazo. - Nas férias (hoje 20/12) a (06/01) não se praticam atos com exceção do art. 173 CPC/73 e com o novo CPC as férias serão 20/12 a 20/01 (prazos suspensos) art. 214 e 220 do CPC/15. - Processa se durante as férias os atos do art. 174 CPC/73 e 215 CPC/15 A diligencia excepcional, todavia, dependerá dos seguintes requisitos: a) pedido da parte que demonstre a excepcionalidade do caso e urgência da medida b) autorização expressa do juiz c) observância do disposto no art. 5, inc. XI da constituição federal. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) Processa-se durante as férias: Art. 174. Processam-se durante as férias e não se suspendem pela superveniência delas: I - Os atos de jurisdição voluntária bem como os necessários à conservação de direitos, quando possam ser prejudicados pelo adiamento; II - As causas de alimentos provisionais, de dação ou remoção de tutores e curadores, bem como as mencionadas no art. 275; III - todas as causas que a lei federal determinar. Contagem de prazos: Os prazos são contados com exclusão do dia do começo e com inclusão do dia do vencimento (art. 184) Art. 184. Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos, excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) § 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o vencimento cair em feriado ou em dia em que: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) I - for determinado o fechamento do fórum; II - o expediente forense for encerrado antes da hora normal. § 2º Os prazos somente começam a correr a partir do primeiro dia útil após a intimação (art. 240). (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) Na vigência do CPC/73 a contagem do prazo é continua, uma vez iniciada, conta-se de forma interrupta com exceção das férias que há suspensão. (Caindo o prazo em dias não uteis, sábados,) domingos, feriados prorroga-se o prazo para dia útil seguinte da data de publicação. Publicação diário oficial = Inicio, contagem dia seguinte Eletrônico = DJE Disponibiliza, depois publicação – inicio do prazo, são 3 dias Art.224 novo CPC/15 Art. 219 novo CPC/15 - Não termina ou começa o prazo no fórum fechado ou de férias (suspende o andamento), entretanto dia fechado de fórum conta-se o andamento do prazo. Conta-se feriado, sábado, domingo e acaba somente no 1 dia útil. *Com o CPC/15 não vai mais ser prazo continuo, só dia útil se computa. *O início do prazo sempre tem que começar em dia útil. Finalização prazos processuais (art. 240 CPC/73 e 231 CPC/15) Art. 240. Salvo disposição em contrário, os prazos para as partes, para a Fazenda Pública e para o Ministério Público contar-se-ão da intimação. Parágrafo único. As intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se tiverem ocorrido em dia em que não tenha havido expediente forense. Contagem do prazo se dá seu início: - Da publicação via DOE ou DJE (disponibilização) - da juntada do AR (correio) -Da juntada do mandado (oficial de justiça) Disposições Gerais Prazo é o espaço de tempo em que o ato processual da parte pode ser validamente praticado. Todo prazo é delimitado por dois termos: O inicial (dies a quo) e o final (dies ad quem). No primeiro nasce à faculdade de a parte promover o ato, pelo segundo, extingue-se a faculdade, tenha ou não sido levado a efeito o ato. Em processo, o termo inicial é ordinariamente a intimação da parte e o final, o momento em que se encerra o lapso previsto em lei. Ambos costumam ser documentados nos autos por certidões do escrivão. Denominação dos prazos: Onde estão previstos os prazos: As maiorias dos prazos estão previstos no código, se, porém, houver omissão da lei, caberá ao juiz determinar o prazo em que o ato do processo pode ser praticado, art. 177, segunda parte. Art. 177. Os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei. Quando esta for omissa, o juiz determinará os prazos, tendo em conta a complexidade da causa. No sistema legal, há prazos não só para as partes, mas também para os juízes e para seus auxiliares. O efeito da preclusão, todavia, só atinge as faculdades processuais das partes e intervenientes. Daí a denominação de prazos próprios para os fixados as partes, e prazos impróprios aos dos órgãos judiciários, já que da inobservância destes não decorre consequência ou efeito processual. Diz se também que o prazo das partes pode ser comum ou particular.Comum: é o que corre para ambos os litigantes, a um só tempo, como o de recorrer, quando há sucumbência recíproca. Particular: é o que interessa ou pertence apenas a uma das partes, como o de contestar, o de produzir contrarrazões etc. Preclusão pode ser de três tipos: -Temporal: Perda da faculdade de praticar um ato processual em razão do decurso do prazo (por exemplo, o recurso de embargo de declaração foi interposto no sexto dia). - Logica: Perda da faculdade de praticar um ato processual em razão da pratica de um ato incompatível com o ato que se deseja praticar (Por exemplo, aquele que reconheceu a procedência do pedido não pode contestar). Incompatibilidade entre um ato e outro que tenha sido praticado anteriormente. Ex.: Aceitou sentença e depois pede recurso. - Consumativa: perda da faculdade de praticar um ato processual em razão da pratica do ato (exemplo, aquele que contestou no quinto dia do prazo não pode complementar a contestação nos dez dias que restariam parar o encerramento do prazo). Resultado de a parte ter praticado o ato e deseja praticar novamente, não pode repetir. Classificação: De forma geral, os prazos podem ser: a) legais: são os fixados pela própria lei, como o de resposta do réu e o dos diversos recursos. b) judiciais: quando o juiz fixa os prazos (caso não fixe o prazo, será este de cinco dias), os marcados pelo juiz, em casos como o da designação de data para audiência (art. 331, caput), o de fixação de prazo do edital (art. 232, IV), o de cumprimento de carta precatória (art. 203), o de conclusão de prova pericial (art. 427, caput) etc. c) convencionais: finalmente, são ajustados, de comum acordo, entre as partes, como o de suspensão do processo (art. 265, II, e parágrafo 3), ou o de concessão pelo credor ao devedor, na execução, para que a obrigação seja voluntariamente cumprida. (art. 792). Natureza dos prazos: Segundo sua natureza, os prazos são considerados dilatórios ou peremptórios. Dilatório: Põe em jogo apenas, interesse da parte (para apenas uma parte), não é algo fatal, se não cumprir no prazo, não será prejudicada. Art. 181. Podem as partes, de comum acordo, reduzir ou prorrogar o prazo dilatório; a convenção, porém, só tem eficácia se, requerida antes do vencimento do prazo, se fundar em motivo legítimo. § 1o O juiz fixará o dia do vencimento do prazo da prorrogação. § 2o As custas acrescidas ficarão a cargo da parte em favor de quem foi concedida a prorrogação Peremptório: é o prazo que o seu termino cria uma situação que condiciona a própria função jurisdicional. É fatal, não cumpriu no prazo, o juiz pode prorrogar por calamidade pública ou dificuldade de transporte. Ex.: Contestação, recurso, juntada de testemunha. Art. 182. É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos peremptórios. O juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas nunca por mais de 60 (sessenta) dias. Parágrafo único. Em caso de calamidade pública, poderá ser excedido o limite previsto neste artigo para a prorrogação de prazos. Ao juiz, todavia, o Código permite, em casos excepcionais, a ampliação de todo e qualquer prazo, mesmo os peremptórios, desde que seja difícil o transporte na Comarca, ou tenha ocorrido caso de calamidade publica. Nas dificuldades de transporte, a ampliação máxima poderá atingir 60 dias (art. 182, segunda parte), na calamidade publica, poderá até ultrapassar o mencionado limite (art. 182, parágrafo único) ] Formação do processo 1. Na análise do art. 262 do CPC, vê-se que o início do processo se dá mediante provocação das partes. Os juízes não de oficio e sem iniciativa da parte ou MP, não há processo. Art. 262. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial. Passada essa fase inaugural, o processo passa a se desenvolver por impulso oficial do juiz que pode investigar e coletar provas que considere oportunas para apuração da verdade, assim: A ação se considera proposta quando: a) com o despacho da petição inicial, se houver uma vara b) com a distribuição, se houver, mais de uma vara. c) Necessidade de citação para angularização processual, art. 219 3.Suspensão do processo art. 265 do CPC. -Consiste na paralização da marcha dos atos processuais até que a causa suspensiva desapareça. Restitui-se a parte o prazo que faltava quando da suspensão. Só se praticam atos urgentes no interregno da suspensão, art. 266 do CPC. Art. 265, I do CPC Art. 265. Suspende-se o processo: I - pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador; II - pela convenção das partes; (Vide Lei nº 11.481, de 2007) III - quando for oposta exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do tribunal, bem como de suspeição ou impedimento do juiz; Divorcio consensual, inventario, não precisa de citação. Nulidades processuais - A nulidade em sentido amplo é um estado de irregularidade que tende a conduzir o ato a ineficácia. A forma do ato processual é meio e não fim em si mesmo e só deverá ser declarada nulidade pela inobservância quando tiver deixado de atingir utilmente o seu fim. - A forma determina a consequência do ato processual e que garante a finalidade para a qual a lei prevê. Espécies de vicio de atos processuais: - A inexistência significa que o ato não reúne os requisitos mínimos para que o mundo jurídico o aceite ou reconheça. Pode se dizer que a inexistência pode ser declarada de oficio e é insanável endoprocessualmente e extra processualmente, vale dizer, a inexistência pode ser alegada em qualquer tempo, inclusive depois de encerrado o prazo para a propositura de ação rescisória. Atos inexistentes: Impede o ingresso do ato no mundo jurídico Ex: Sentença sem assinatura do juiz, juiz falso, todos atos serão nulos, devido à ausência dos pressupostos de existência. Atos nulos (nulidade absoluta) - Já a nulidade absoluta vicia o ato processual, atingindo um interesse público. Pode se dizer que a nulidade absoluta pode ser declarada de oficio e alegada, dentro do processo, em qualquer tempo. Ocorrendo o transito em julgado, a nulidade absoluta pode ser alegada no período de dois anos por meio de ação rescisória. Portanto, a nulidade absoluta é insanável endoprocessualmente, mas sanável extra processualmente. Por exemplo: sentença sem fundamentação e incompetência absoluta Ocorre nas hipóteses, quando não se respeita a forma imposta, o vício deve ser invalidado pelo juiz. Art. 249 CPC. Art. 249. O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são atingidos, ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados. § 1o O ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte. § 2o Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração de nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta. Ex: Recurso sem ser na forma devida. Pode ser arguido em qualquer momento. Nulidade Relativa Pode se dizer que a nulidade relativa não pode ser declarada de oficio, devendo ser alegada pela parte prejudicada na primeira oportunidade que tiver para falar nos autos (art. 245 do CPC). Portanto, é vicio sanável endoprocessualmente. Ocorre quando ato, embora viciado em sua forma, mostra-se capaz de produzir efeitos, se a parte prejudicada não requerer sua invalidade, sob pena de preclusão. O defeito é ratificável, a alegação deve ser feita na 1ª oportunidade e não pode ser usada para beneficiar a parte ( ) nulidade. Há uma tendência do processo civil moderno quanto ao aproveitamento ou conservação dos atos processuais e do próprio processo (princípio do aproveitamento ou da conservação), mesmodiante dos vicio considerados de maior gravidade, como a nulidade absoluta. Por isso, vem se decidindo que não se deve decretar a nulidade se o ministério público não participou do processo (segundo o caput do art. 246 do CPC, “ É nulo o processo, quando o ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que o Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito que deva intervir”), quando a decisão for favorável ao interesse público (não nulidade sem prejuízo). Efeitos- A nulidade de parte do ato não prejudica os outros que são independentes. (Art. 243 a 249). Art. 243. Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa. Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. Art. 245. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão. Parágrafo único. Não se aplica esta disposição às nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão, provando a parte legítimo impedimento. Art. 246. É nulo o processo, quando o Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir. Parágrafo único. Se o processo tiver corrido, sem conhecimento do Ministério Público, o juiz o anulará a partir do momento em que o órgão devia ter sido intimado. Art. 247. As citações e as intimações serão nulas, quando feitas sem observância das prescrições legais. Art. 248. Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subsequentes, que dele dependam; todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes. 2. Inalterabilidade do pedido e causa após citação, art. 263 e 264 do CPC Art. 263. Considera-se proposta a ação, tanto que a petição inicial seja despachada pelo juiz, ou simplesmente distribuída, onde houver mais de uma vara. A propositura da ação, todavia, só produz, quanto ao réu, os efeitos mencionados no art. 219 depois que for validamente citado. Conforme o art. 264 do CPC, existem três momentos muito distintos em que pode correr a alteração: Art. 264. Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas por lei. Parágrafo único. A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hipótese será permitida após o saneamento do processo - Antes da citação, o autor pode alterar livremente a causa de pedir ou pedido - Depois da citação e antes do saneamento do processo, o autor pode alterar a causa de pedir ou pedido, desde que o réu consinta - Depois do saneamento do processo, o autor não poderá alterar a causa de pedir ou o pedido Alguns entendem que essas regras relativas a alteração da causa de pedir ou pedido também se aplicam a inclusão do litisconsortes facultativos (em razão da economia processual e da necessidade de evitar julgamentos contraditórios). Outros porem, não aceitam a inclusão de litisconsortes ulteriores (em razão do princípio do juiz natural). Extinção processual com mérito, art. 269 do CPC A razão da função jurisdicional, é a participação social, e ela se dá em especial com a sentença de mérito, no que significa dizer que o juiz analisou e julgou o direito violado, portanto deu procedência (autor venceu) ou improcedência (réu venceu). As hipóteses de julgamento com mérito estão no art. 269 do CPC. Art. 269. Haverá resolução de mérito: I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor A sentença de mérito típica é aquela que julga o pedido do autor, vale dizer, o mérito da causa, a lide. Tanto faz se o juiz julga o pedido procedente ou improcedente ou parcialmente procedente. Em todas essas situações estará proferindo uma sentença de mérito típica. Normalmente ou juiz não está autorizado a julgar o pedido antes de ouvir o réu, mas o código permite que isso ocorra nas hipóteses dos art. 285 A e 730, III (improcedência prima facie ou julgamento antecipadíssimo da lide). II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido O reconhecimento da procedência do pedido, também conhecido como reconhecimento jurídico do pedido, acontece quando o réu adere ao pedido formulado pelo autor. Trata-se de uma modalidade de auto composição, a submissão, em razão de apenas um dos conflitantes sacrifica o seu interesse em benefício do outro. Para que o advogado reconheça a procedência do pedido, é preciso que o mandato lhe confira esse poder especifico. Vale notar que o reconhecimento do pedido não ser confunde com a confissão, o reconhecimento é uma hipótese de sentença de mérito, enquanto que a confissão é apenas um meio de prova. Ademais, o reconhecimento só pode ser realizado pelo réu, enquanto que a confissão pode ser tanto pelo autor quanto o réu. E ainda o reconhecimento incide sobre o direito, e a confissão sobre o fato. III - quando as partes transigirem; A transação é uma modalidade de auto composição, do qual ambos conflitantes sacrificam seus interesses. O advogado pode transigir, desde que o mandato lhe der este poder especifico. Ademais, o juiz pode homologar transação dentro ou fora do processo, ainda que esta inclua matéria não posta em juízo (inciso III do art. 475-N). IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição A prescrição consiste na perda de uma pretensão em razão do não exercício dentro do prazo legal. Enquanto a decadência, que pode ser legal ou convencional, consiste na perda de um direito potestativo em razão do não exercício dentro do prazo legal. V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação. A parte pode renunciar o próprio direito material afirmado em juízo e a pretensão. Trata-se de uma forma de auto composição, a submissão, porque somente um dos conflitantes sacrifica o seu interesse em benefício do outro, a semelhança no que ocorre com o reconhecimento jurídico do pedido. O advogado pode renunciar a pretensão (o direito afirmado em juízo), desde que o mandato lhe outorgue poderes para tanto. Extinção do Processo sem mérito - Analise do art. 267 do CPC/73 e 268 CPC/73 Extinção do processo sem mérito, profere uma sentença terminativa e coisa julgada formal (todo processo tem), coisa julgada material (não pode mais propor a ação). Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005) I - quando o juiz indeferir a petição inicial; Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - quando, por não promover os atos e diligências que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada; VI - Quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual; VII - pelo compromisso arbitral; VII - pela convenção de arbitragem; (Redação dada pela Lei nº 9.307, de 23.9.1996) VIII - quando o autor desistir da ação; IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal; X - quando ocorrer confusão entre autor e réu; XI - nos demais casos prescritos neste Código. § 1o O juiz ordenará, nos casos dos ns. II e Ill, o arquivamento dos autos, declarando a extinção do processo, se a parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas. § 2o No caso do parágrafo anterior, quanto ao no II, as partes pagarão proporcionalmente as custas e, quanto ao no III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e honoráriosde advogado (art. 28). § 3o O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos nos. IV, V e VI; todavia, o réu que a não alegar, na primeira oportunidade em que lhe caiba falar nos autos, responderá pelas custas de retardamento. § 4o Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. Prova intermediaria até aqui Litisconsórcio É a pluralidade de pessoas que atuam como parte no mesmo polo da relação processual ou, segundo a maioria da doutrina, simplesmente uma pluralidade de partes. -Normalmente, os sujeitos da relação processual são singulares: autor e réu. Há, porém, casos em que ocorre o litisconsórcio, ou seja, no polo passivo pode existir mais de um réu e/ou no polo ativo mais de um autor. 2.2 Classificação quanto ao momento da formação: inicial ou ulterior: É inicial o litisconsórcio constituído na propositura da ação, quando o credor promove ação de cobrança contra devedores solidários. É ulterior o litisconsórcio após a propositura da ação, quando o devedor solidário, demandado pelo credor, chama outro devedor solidário ao processo (inciso III do art. 77 do CPC/73), ou quando os sucessores assumem o polo da relação processual em razão do sucedido ter falecido. 2.3 Classificação quanto à sorte dos litisconsortes no plano material: simples ou unitário -O litisconsórcio é simples quando permite decisões diferentes para c ada litisconsorte. Isto ocorre, em razão de que cada consorte possui uma lide distinta com relação a parte adversaria (discute-se no processo uma relação jurídica material). Ex.: Se “a” e “b” forem atropelados por “c”, e em face deste promoverem uma ação de reparação de danos, o litisconsórcio formado entre elas será simples, na medida em que: “a” e “b” possuíram lides distintas com relação a “c”, o juiz ao condenar “c” a reparar danos causados, poderá atribuir valores distintos para cada litisconsorte. -O litisconsórcio é unitário quando o juiz tiver de decidir de modo igual para todos os litisconsorte. Isto ocorre porque os litisconsortes possuem uma só lide com relação a parte adversaria (discute-se no processo uma única relação jurídica incindível). Ex.: Se o ministério público promover uma ação declaratória de nulidade de casamento em face de uma casal (art. 1.549 do CC), o litisconsórcio formado pelos cônjuges será unitário, pois existe uma só lide entre o ministério público de um lado, e o casal, de outro. 2.4 Classificação quanto à obrigatoriedade da formação: facultativo ou necessário -É facultativo o litisconsórcio cuja formação não é obrigatória, apesar de admitido como medida de economia processual ou para evitar decisões conflitantes, desde que presente uma das hipótese previstas no art. 46 do CPC/73. As hipóteses do art. 46 são: -comunhão de direitos ou obrigações (credores solidários ou devedores solidários numa ação de cobrança, condomínio tradicional) -identidade de fundamentação de fato ou de fundamentação de direito (ação indenizatória proposta por familiares de vítima de acidente aéreo, ou ação proposta por servidores públicos em face da fazenda pública, pleiteando alguma vantagem com fundamento em determinada lei, ação de indenização proposta contra empresa de ônibus) -conexão (identidade de causa de pedir ou pedido, ainda que parcial- por exemplo, ação proposta por sócios para anulação da assembleia geral ordinária da sociedade, ação de indenização proposta contra empresa de ônibus) -afinidade de questões (proximidade entre as causa de pedir- por exemplo, ação propostas por pessoas que foram multadas por infrações de transito ocorrida no mesmo local, 2 filhos incapazes, doente mentais) -O litisconsórcio necessário é aquele cuja formação se mostra obrigatória por expressa disposição legal ou ainda porque é unitário – natureza da relação jurídica – salvo exceções. No caso de previsão legal: o litisconsórcio passivo entre o antigo proprietário e os confinantes da ação de usucapião do imóvel (art. 942 CPC/73). No caso de litisconsórcio unitário: o litisconsórcio formado pelos contratados na ação de anulação de contrato proposta pelo contratante. 2.4.1 Litisconsórcio necessário passivo e litisconsórcio necessário ativo - Cabe ao autor requerer a citação de todos os litisconsortes necessário no polo passivo. Se não o fizer, deverá o juiz conceder lhe um prazo para tanto, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito. Não deve o juiz ordenar a citação do litisconsorte necessário de oficio, pois estará violando o princípio da inercia. Vale destacar que a falta de citação de um litisconsorte necessário acarreta a inexistência da sentença (ou a ineficácia da sentença, para alguns) e pode ser discutida em qualquer tempo por meio da querela nullitatis. -Já no polo ativo, todos devem demandar. Se alguns dos titulares de uma relação jurídica material incindível (uma relação contratual, por exemplo), não quiser demandar, os demais titulares dessa relação jurídica podem promover a ação (ajuizarem ação declaratória de nulidade da relação jurídica contratual). Há muitas posições a respeito desse assunto, destacando-se três: -não é possível promover a ação, porquanto indispensável a presença de todos os litisconsortes (art. 47 do CPC); -é possível promover a ação, porque não existe litisconsorte necessário no polo ativo, haja vista que a Constituição assegura a todos o amplo acesso à justiça (inciso XXXV do art. 5º da CF); -é possível promover a ação, desde que requeiram a citação – alguns falam em intimação – do litisconsorte recalcitrante para ingressar no processo. A terceira posição parece ser a que mais se aproxima do modelo previsto no parágrafo único do art. 47 do CPC. Citado ou intimado o litisconsorte necessário, pode ele: -integrar o polo ativo, como litisconsorte ulterior; -não ingressar no processo, mas os demais litisconsortes ativos atuarão como substitutos processuais dele; -ingressar no polo passivo, como litisconsorte ulterior, para simplesmente impugnar a qualidade de litisconsorte ativo ou para responder à demanda. 2.5 Litisconsórcio facultativo unitário Vale anotar que o litisconsórcio simples não se confunde com o litisconsórcio facultativo, nem o litisconsórcio unitário se confunde com o litisconsórcio necessário. O litisconsórcio é facultativo ou necessário, conforme a obrigatoriedade de sua formação, e simples ou unitário, conforme a sorte dos litisconsortes no plano do direito material. Portanto, o litisconsórcio pode ser: -facultativo e simples: por exemplo, o litisconsórcio formado pelos devedores solidários demandados em ação de cobrança -facultativo e unitário: por exemplo, o litisconsórcio formado entre os condôminos que reivindicam a coisa comum em face de terceiro -necessário e simples: por exemplo, o litisconsórcio formado pelos confinantes na ação de usucapião; ou -necessário e unitário: por exemplo, o litisconsórcio formado entre o titular do domínio e o adquirente, demandados em ação pauliana. O litisconsórcio unitário é, como regra, necessário, salvo hipótese de legitimação extraordinária admitida pela lei. Por exemplo: o art. 1.314 do Código Civil permite a cada condômino reivindicar de terceiro a coisa comum (legitimação extraordinária com relação aos demais). Assim, o litisconsórcio ativo formado pelos condôminos na ação reivindicatória será facultativo – porque um só poderia prover a ação – e unitário – porque a decisão de mérito deve ser igual para todos os condôminos. Outro exemplo: o inciso LXXIII do art. 5º da CF e o art. 1º da Lei n. 4.717/65 permitem que qualquer cidadãopromova uma ação popular (legitimação extraordinária com relação aos demais). Assim, o litisconsórcio ativo formado por cidadãos na ação popular será facultativo – porque um só poderia promover a ação – e unitário – porque a decisão de mérito deve ser igual para todos os cidadãos. Perempção. Litisconsórcio facultativo - As partes podem litigar mas não são forcados Hipóteses: - Art. 46. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; II - os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito; III - entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir; IV - ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito. Parágrafo único. O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. O pedido de limitação interrompe o prazo para resposta, que recomeça da intimação da decisão.(Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) Efeitos - Juiz limita número de litisconsortes (art. 48 CPC) Art. 48. Salvo disposição em contrário, os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos; os atos e as omissões de um não prejudicarão nem beneficiarão os outros. - Contagem do prazo em dobro (191, 241 CPC), com exceção do art. 730. Art. 191 – Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhe-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. - Intimação obrigatória de todos Art. 49 – Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo e todos devem ser intimados dos respectivos atos. - afasta revelia (320, I do CPC). A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado no artigo antecedente; I – se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; II – se o litigio versar sobre direitos indisponíveis III – se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considere indispensável a prova do ato. - Recurso de um aproveita os demais, 509 do CPC Art. 509 – O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses. Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros, quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns. Litisconsórcio necessário, o CPC obriga art. 113 a 115 CPC/15 Hipóteses: - Denunciação da lide A denunciação da lide é uma ação regressiva, proposta sob a forma de incidente processual. Feita a denunciação, num único processo existirão duas ações: uma principal e uma de regresso. O resultado da ação de regresso depende do resultado da ação principal, vale dizer, o pedido da demanda regressiva não pode ser julgado procedente se o denunciante for vitorioso da demanda principal. Por isso alguns dizem que a demanda principal é prejudicial à demanda regressiva – outros, no entanto, entendem que a demanda principal é preliminar a demanda regressiva, pois o mero exame desta – e não o seu resultado – estaria condicionado ao resultado daquela. São três os casos de denunciação da lide previstos no art. 70 do CPC: I – Ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à parte, a fim de que esta possa exercer o direito que dá evicção lhe resulta - No inciso I, o adquirente denuncia a lide ao alienante, para que seja regressivamente indenizado pela perda da coisa em razão da sentença, conhecida como evicção, numa ação em que demanda ou é demandado por alguém (a denunciação da lide pode ser feita pelo autor ou pelo réu, exceto na hipótese do inciso II do art. 70 do CPC). Exemplo: “a” aliena um bem a “b”, depois “c” promove ação reivindicatória em face de “b”, que denuncia a lide “a”, se a sentença declarar que o bem pertence a “c” (evicção), condenará “a” a indenizar “b” (direito que dá evicção resulta). II – Ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por forca de obrigação ou direito, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, o réu, citado em nome próprio, exerça a posse direta da coisa demanda Já no inciso II, o possuidor direto (por exemplo, o locatário) réu numa ação principal (por exemplo, numa ação de reintegração de posse), denuncia a lide o proprietário ou possuidor indireto (por exemplo, o tocador), para que seja regressivamente ressarcido pelo prejuízo da perda da demanda para o terceiro. III - aquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda Já no inciso III, a parte de uma demanda principal (por exemplo, o causador do dano), que pode ser regressivamente indenizada, em razão de lei ou contrato (contrato de seguro), denuncia a lide a quem tem o dever de cobri-lhe o prejuízo por eventual perda da demanda (o segurador). Denunciação da lide (parte 2) Esta espécie pode ser manifestada tanto pelo autor como pelo réu, embora seja mais comum no segundo caso. Tem por escopo o exercício do direito de regresso nos próprios autos da ação originaria. Exemplo clássico é visualizado na denunciação da lide manifestada pelo empregador, quando demandado por ato praticado pelo seu empregado. Com a denunciação da lide, objetiva-se a resolução de duas relações jurídicas: a) Uma do autor com o réu b) Outra do réu com o litisdenunciado. Não há sucessão ou substituição de partes, mas acumulação de partes, incluindo-se o terceiro no processo, com a manutenção das partes originarias. A denunciação da lide é em principio facultativa, já que a sua não manifestação não retira da parte o direito de exercitar a pretensão de regresso nos autos de outra demanda judicial, após o desfecho da relação processual primitiva. Contudo, a doutrina inclina-se para afirmar que é obrigatória na situação que envolve a evicção (inciso I do art. 70 e art. 450 do CC). Manifestada pelo réu, o processo é suspenso, para o aperfeiçoamento da citação do litisdenunciado, que pode: I – Aceitar a denunciação e contestar o pedido, caso em que o processo prosseguirá entre o autor, de um lado, e de outro, como litisconsortes, o denunciante e o denunciado (este também pode apresentar defesa). II – Tornar-se revél, ou comparecer apenas para negar a qualidade que lhe foi atribuída, caso em que cumprirá ao denunciante prosseguir na defesa até o final III – confessar os fatos alegados pelo autor, caso em que o denunciado assumira o processo, podendo o denunciante prosseguir na defesa quando a denunciação tiver sido feita pelo autor, o litisdenunciado pode aditar a petição inicial. A sentença proferida no processo resolve duas relações jurídicas, reconhecendo (ou não) o direito do litisdenunciante de receber o valor da condenação em regresso, dispensando a propositura de nova ação de conhecimento contra o terceiro. Do chamamento ao processo página 48
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