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LEI DE CRIMES HEDIONDOS – Lei 8.072/90 MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira. Última atualização legislativa: 27/12/2019 - Lei 13964/19 – PACOTE ANTICRIME (publicada em 24/12/19 – entra em vigor em 30 dias – artigos alterados/incluídos: art. 1º, I, II, III, IX e § único; revogação do §2º do art. 2º). Última atualização legislativa: 22/09/2019 - Info 947 (art. 9º) Última atualização questões de concurso: 25/01/2022. Observações quanto à compreensão do material: 1) Cores utilizadas: · EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc. · EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso. · EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação, especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe na Lei 8.072/90). · EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal) 2) Siglas utilizadas: · MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base legal), etc. LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990. Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1o SÃO CONSIDERADOS HEDIONDOS os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984) (DPEMS-2008) (PCPE-2016) (DPEAM-2018) (TJAC-2019) (MPPR-2008): Para classificar um crime como hediondo ou assemelhado, a Lei 8072/90 elencou os delitos considerados hediondos e aqueles a eles equiparados de forma taxativa, deixando de fazer qualquer previsão expressa que permita ao magistrado excluir, a partir do caso concreto, determinado crime do rol previamente estabelecido na própria lei. BL: art. 1º, caput, Lei 8072. ##Atenção: O critério adotado quanto aos crimes hediondos é o critério legal. Portanto, só será crime hediondo o que a Lei 8072/90 assim descreve, diferenciando-se, inclusive, os crimes hediondos daqueles equiparados. Por fim, cumpre ressaltar que o direito brasileiro não admite as Cláusulas Salvatórias, que são aquelas que permitem que, no caso concreto, o Juiz retire a hediondez do delito em determinado julgamento. I - HOMICÍDIO (art. 121), QUANDO PRATICADO em atividade típica de grupo de extermínio, AINDA QUE COMETIDO por um só agente, e HOMICÍDIO QUALIFICADO (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (TJPE-2011) (TJAM-2013) (MPMT-2014) (TJDFT-2015) (PCPE-2016) (MPRS-2017) (MPSP-2017) (TJAC-2019) (TJPA-2019) (PCPR-2021) ##Atenção: ##TJAC-2019: ##VUNESP: Há compatibilidade de um homicídio simples tentado com o caráter hediondo se este ocorrer em atividade típica de grupo de extermínio. ##Atenção: ##TJRS-2018: ##PCPR-2021: ##UFPR: ##VUNESP: A Lei 8.072/90 foi modificada para também abranger a qualificadora do feminicídio no rol exaustivo dos crimes hediondos, para se evitar que eventual ausência de indicação do inciso da qualificadora pudesse servir de alegação e impossibilidade de se reconhecer a hediondez do feminicídio. (Téc. Minist./MPCE-2020-CESPE): Mário, após ingerir bebida alcoólica em uma festa, agrediu um casal de namorados, o que resultou na morte do rapaz, devido à gravidade das lesões. A moça sofreu lesões leves. A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir: Se, após a apuração dos fatos, a morte do rapaz caracterizar homicídio simples doloso, a conduta de Mário não será classificada como crime hediondo. BL: art. 1º, I, LCH. (TJPE-2013-FCC): Em relação aos crimes contra a vida, correto afirmar que o homicídio simples, em determinada situação, pode ser classificado como crime hediondo. BL: art. 1º, I, LCH. I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) II - ROUBO: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (DPERR-2021) (PCRN-2021) b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (MPES-2013) (MPDFT-2015) (MPSP-2017) (PCGO-2017) (PCSP-2018) III - EXTORSÃO QUALIFICADA pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (TJPA-2019) (MPAP-2021) IV - EXTORSÃO mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) (TJDFT-2015) (DPEBA-2016) (PCSP-2018) (TJAL-2019) (MPAP-2021) V - ESTUPRO (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) (MPAP-2012) (Anal./MPU-2013) (MPMS-2015) (MPSP-2017) (DPEPR-2017) (PCSP-2018) (Anal./MPRS-2021) (MPRS-2016): “É um crime que chocou o Brasil”, disse ao G1 a delegada encarregada da investigação sobre o estupro coletivo, mediante doping, de uma jovem de 16 anos, na comunidade do Morro da Barão, Zona Oeste do Rio de Janeiro, por elevado número de agressores. A respeito deste fato, correto dizer que se trata de crime hediondo. BL: art. 1º, V da LCH [questão adaptada] VI - ESTUPRO DE VULNERÁVEL (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) (TJPE-2011) (MPCE-2011) (MPDFT-2011) (MPAP-2012) (MPMS-2015) (MPSP-2017) (DPEPR-2017) (PCGO-2017) VII - EPIDEMIA com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) (TJDFT-2007) (DPEMS-2008) (MPPR-2012) (PCSP-2018) (MPAP-2021) (TJPA-2019-CESPE): Conforme a Lei 8.072/90, é considerado hediondo o crime de epidemia com resultado morte. BL: art. 1º, VII da LCH. ##Atenção: A epidemia só é considerado crime hediondo quando for com resultado morte (art. 1º, VII da Lei nº 8.072/90). VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) VII-B - FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO ou ALTERAÇÃO de produto DESTINADO a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) (MPSP-2008) (TJBA-2012) (MPPR-2012) (DPESC-2012) (TJDFT-2015) (MPPR-2017): Sobre crimes contra a saúde pública previstos no Código Penal, assinale a alternativa correta: Há apenas dois crimes hediondos (Lei nº 8.072/90), no caso a epidemia com resultado morte e a falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais. BL: art. 267, §1º c/c art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, CP c/c art. 1º, incisos VII e VII-B da Lei 8.072/90 [adaptada] (MPSC-2013): A conduta do agente que expõe à venda e tem em depósito para vender produto, destinado a fins terapêuticos, falsificado ou alterado, na condição de ausência das características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização ou com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade, é considerada crime de natureza hedionda, nos termos da Lei n. 8.072/90. BL: art. 1º, VII-B, Lei 8.072/90 c/c art. 273, §1º e §1º-B, III e IV, CP.[footnoteRef:1] [1: Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a finsterapêuticos ou medicinais: Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. § 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. (...) § 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: (...) III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; (...)] VIII - favorecimento DA PROSTITUIÇÃO ou de outra forma DE EXPLORAÇÃO SEXUAL de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014) (TJPA-2019) (MPAP-2021) LEI 12.978/2014: Acrescentou mais um inciso ao art. 1º da Lei 8072/90 prevendo que também é considerado como crime hediondo o favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável, delito previsto no art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º do Código Penal. IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (MPAP-2021) (MPDFT-2021) III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (MPAP-2021) Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo SÃO INSUSCETÍVEIS DE: (Vide Súmula Vinculante) I - anistia, graça e indulto; (MPRO-2008) (MPSP-2008) (DPEMS-2008) (PCPI-2009) (TRF2-2009) (DPU-2010) (MPDFT-2011/2013) (DPETO-2013) (TJDFT-2011/2015) (MPPR-2008/2016) (DPEAM-2018-FCC): À luz do que dispõe o direito brasileiro sobre os crimes hediondos, existe vedação legal expressa à concessão dos institutos da graça e do indulto. BL: art. 2º, I da Lei 8072. (TJSC-2015-FCC): Segundo o texto constitucional, o indulto cabe ser concedido pelo Presidente da República, sendo vedada sua aplicação a condenados pelos crimes de tortura, terrorismo, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, bem como os definidos como crimes hediondos. BL: art. 84, XII c/c art. 5º, XLIII da CF/88 e art. 2º, I da Lei 8072. (TJMG-2009): É incabível o indulto natalino ao condenado por crime de tráfico. BL: art. 2º, I da Lei 8072. II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) (MPRO-2008) (MPSP-2008) (DPU-2010) (TJES-2011) (MPDFT-2013) (MPPR-2008/2011/2016) (TJDFT-2015/2016) (PCGO-2017) (DPEMA-2018) (PF-2018) (Anal./MPU-2018) (DPERR-2021-FCC): Em relação às prisões processuais e medidas cautelares diversas da prisão: É possível a concessão de fiança ao acusado pela prática do crime de roubo em concurso de agentes, mas é inafiançável o delito de roubo cometido com restrição de liberdade da vítima. BL: art. 1º, II, “a” c/c art. 2º, II, LCH. ##Atenção: ##PF-2018: ##Anal./MPU-2018: ##TJSC-2019: ##CESPE: Cumpre ressaltar que os crimes hediondos são inafiançáveis, nos termos do art. 2º, II, da Lei 8.072/90. Assim, não preenchidos os requisitos da prisão preventiva, ou se concede a liberdade provisória pura e simplesmente, ou impõe-se medidas cautelares distintas da fiança, caso preenchidos os requisitos para a fixação das medidas. No mesmo sentido, é pacífico o entendimento no STF de que a concessão de liberdade provisória em crimes hediondos, embora possível, não permite arbitramento de fiança, pois, como referido, tais crimes são inafiançáveis § 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) (TJMT-2018-VUNESP): O STF pacificou o entendimento de que, “para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2o da Lei nº 8.072/90, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.” Para chegar a essa decisão, o STF utilizou-se da interpretação denominada mutação constitucional. ##Atenção: ##MPDFT-2013: ##MPGO-2013: ##MPPA-2014: ##MPAM-2015: ##DPEBA-2016: ##DPESC-2017: ##TJMT-2018: ##DPEAM-2018: ##DPEMA-2018: ##PF-2018: ##DPESP-2019: ##CESPE: ##FCC: ##FMP: ##VUNESP: Tal dispositivo estabelece o regime inicial fechado para o crime de tráfico de drogas. Ocorre que o STF, em julgamento de HC, declarou incidentalmente a inconstitucionalidade deste dispositivo, concluindo que o mesmo desrespeita o princípio da individualização da pena (HC 111840/ES). Assim, o STF já consolidou o entendimento de que o § 1º do art. 2º da Lei 8.072/90 é inconstitucional, porque, ao impor o regime inicialmente fechado, desrespeita o princípio da individualização da pena, devendo ser escolhido o regime inicial para o cumprimento da pena em concreto, tanto para crimes hediondos quanto para os crimes equiparados a hediondos, nos mesmos termos do que estabelece o art. 33 do Código Penal para os crimes não hediondos. STF. Plenário. HC 111840/ES, rel. Min. Dias Toffoli, j. 27/6/12. (...) É inconstitucional a fixação ex lege, com base no art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/1990, do regime inicial fechado, devendo o julgador, quando da condenação, ater-se aos parâmetros previstos no artigo 33 do Código Penal. 2. Agravo conhecido e recurso extraordinário provido. STF. ARE 1052700 RG, Rel. Min. Edson Fachin, j. 02/11/17, REPERCUSSÃO GERAL). § 2º (Revogado pela Lei nº 13.964, de 2019) § 3o Em caso de SENTENÇA CONDENATÓRIA, o juiz DECIDIRÁ fundamentadamente se o réu PODERÁ APELAR em liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) (TJRR-2008) (MPSP-2011) (MPPA-2014) § 4o A PRISÃO TEMPORÁRIA, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, TERÁ o prazo de 30 (trinta) dias, PRORROGÁVEL por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007) (PCPR-2007) (PCTO-2008) (TJSC-2009) (MPCE-2009) (TJMS-2010) (TRF4-2010) (MPSP-2011) (MPSC-2012) (TJBA-2012) (DPEAC-2012) (TJAM-2013) (Anal./MPSE-2013) (Anal./MPU-2013) (MPMT-2014) (MPPA-2014) (Téc. Judic./TRF4-2014) (TJRR-2015) (DPU-2015) (PCDF-2015) (Anal. Judic./TREMT-2015) (PCPE-2016) (PCBA-2018) (PCGO-2018) (PCMA-2018) (PCSP-2018) (TJRO-2019) (MPPR-2019) (Cartórios/TJSC-2019) (PCPR-2021) (PCRN-2021) ##Atenção: É cabível a prisão temporária para os crimes hediondos ou equiparados, estejam eles ou não no rol do art. 1º, III da Lei da Prisão Temporária (art. 2º, § 4º da Lei 8.072/90). ##Atenção: ##TJRO-2019: ##VUNESP: A prisão temporária, cabível na fase de inquérito, quando decretada em investigação por crime de lavagem de dinheiro (Lei 9.613/98), terá prazo de 5 dias, prorrogável por igual período, em caso de extrema necessidade, ressaltando que teria o prazo de 30 dias caso fosse crime hediondo (não está no rol do art. 1º da Lei de Crimes Hediondos), inaplicável à espécie. (art. 2º da Lei 7.960/89 e art. 2º, § 4º, da Lei 8.072/90). Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao cumprimentode penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública. Art. 4º (Vetado). Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso: "Art. 83. .............................................................. ........................................................................ V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza." Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação: "Art. 157. ............................................................. § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. ........................................................................ Art. 159. ............................................................... Pena - reclusão, de oito a quinze anos. § 1º ................................................................. Pena - reclusão, de doze a vinte anos. § 2º ................................................................. Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. § 3º ................................................................. Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. ........................................................................ Art. 213. ............................................................... Pena - reclusão, de seis a dez anos. Art. 214. ............................................................... Pena - reclusão, de seis a dez anos. ........................................................................ Art. 223. ............................................................... Pena - reclusão, de oito a doze anos. Parágrafo único. ........................................................ Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos. ........................................................................ Art. 267. ............................................................... Pena - reclusão, de dez a quinze anos. ........................................................................ Art. 270. ............................................................... Pena - reclusão, de dez a quinze anos. ......................................................................." Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo: "Art. 159. .............................................................. ........................................................................ § 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços." Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. (PCDF-2009) (PCRJ-2009) (MPGO-2010) (DPEMA-2018) Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços. (TJDFT-2007) (PCDF-2009) (PCRJ-2009) (MPGO-2010) (DPEMA-2018) (PCRS-2018) (TJRO-2019) ##Atenção: ##TJRO-2019: ##VUNESP: Na Lei de Crimes Hediondos (art. 8º da Lei 8.072/90), a colaboração premiada diz respeito ao participante da associação criminosa voltada para a prática de crimes hediondos que delatar à autoridade a associação criminosa, possibilitando seu desmantelamento. Neste caso, o agente colaborador fará jus à redução da pena de um a dois terços. No caso de crime de extorsão mediante sequestro, o agente colaborador que denunciar o coautor ou partícipe que denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços, nos termos do § 4º do art. 159 do CP. Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal. ##Atenção: ##DOD: Essa causa de aumento prevista no art. 9º da Lei de Crimes Hediondos ainda está em vigor? NÃO. O entendimento do STJ e do STF é o de que o art. 9º da Lei de Crimes Hediondos foi revogado tacitamente pela Lei 12.015/09, considerando que esta Lei revogou o art. 224 do CP, que era mencionado pelo art. 9º. Logo, como não mais existe o art. 224 no CP, conclui-se que o art. 9º da Lei de Crimes Hediondos perdeu a eficácia (expressão utilizada em um voto do Min. Dias Toffoli). O art. 9º da Lei de Crimes Hediondos ficou carente de complemento normativo em vigor, razão pela qual foi revogada a causa de aumento nele consignada. ##Atenção: ##DOD: Imagine que uma pessoa foi condenada, antes da Lei 12.015/09, pela prática de estupro contra menor de 14 anos com a incidência da causa de aumento do art. 9º da Lei de Crimes Hediondos. Como ocorreu a revogação tácita do art. 9º, essa pessoa poderá alegar que houve novatio legis in mellius e pedir para retirar de sua condenação a causa de aumento do art. 9º? SIM. Essa causa de aumento deve ser extirpada da reprimenda já imposta, por força do princípio da novatio legis in mellius (art. 2º, § único, do CP): “Art. 2º (...) Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.”. ##Atenção: ##STF: ##DOD: A causa de aumento prevista no art. 9º da Lei de Crimes Hediondos foi tacitamente revogada pela Lei 12.015/09, considerando que esta Lei revogou o art. 224 do CP, que era mencionado pelo referido art. 9º. Se um indivíduo foi condenado, antes da Lei 12.015/09, pela prática de estupro contra menor de 14 anos com a incidência da causa de aumento do art. 9º da Lei de Crimes Hediondos, esta majorante deverá ser retirada de sua condenação por força da novatio legis in mellius (art. 2º, § único, do CP). Diante da revogação do art. 224 do CP pela Lei 12.015/09, ainda que o fato delituoso seja anterior a esta alteração, é o caso de se decotar da pena do condenado o acréscimo baseado no art. 9º da Lei nº 8.072/90. STF. Plenário. HC 100181/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, j. 15/8/19 (Info 947). Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte redação: "Art. 35. ................................................................ Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14." Art. 11. (Vetado). Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República. FERNANDO COLLOR Bernardo Cabral Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990