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Imprimir A LÍNGUA PORTUGUESA E O VOCABULÁRIO JURÍDICO 109 minutos Aula 1 - Do vocabulário jurídico Aula 2 - Instrumentos jurídicos Aula 3 - Estrutura e técnica dos instrumentos públicos Aula 4 - Estrutura das principais peças processuais Aula 5 - A língua portuguesa e o vocabulário jurídico Referências 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 1/31 INTRODUÇÃO Prezado(a) estudante! Nesta aula, você irá estudar conceitos relacionados ao vocabulário jurídico que o levarão à confecção de peças e instrumentos jurídicos que respeitem as normas legais a e formalidade exigida dos operadores jurídicos. Aqui você verá a importância de escrever de acordo com o que é esperado em um espaço jurídico e, principalmente, em poder comunicar o que se precisa de forma clara e direta. Entre os conteúdos, temos os estudos sobre o vocabulário jurídico e as técnicas necessárias para tratamento de autoridades, em petições e cartas oficiais, documentos os quais também falaremos sobre o endereçamento devido. Esperamos que o conhecimento aqui adquirido te ajude com o cotidiano profissional. Bons estudos! VAMOS ESTUDAR SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DO VOCÁBULO JURÍDICO, RELACIONADO AOS DOCUMENTOS DA ÁREA? Conhecer o vocabulário jurídico é crucial para o operador de direito. A compreensão das palavras, orações e formalidades, bem como a sequência dos elementos que os irão compor (sintaxe) permite o desenvolvimento de peças e documentos melhores, facilitando a argumentação e consequentemente agindo na motivação da tomada de decisões. Dentre as formalidades da escrita jurídica, o endereçamento é o primeiro elemento de composição de um texto. É o responsável pelo apontamento da competência processual, qual seja, a quem referido documento se dirige. É o famoso “Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) da Vara X da Comanda Y” ou, ainda, “Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Desembargador(a) Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça de Z” Aula 1 DO VOCABULÁRIO JURÍDICO Nesta aula, você irá estudar conceitos relacionados ao vocabulário jurídico que o levarão à confecção de peças e instrumentos jurídicos que respeitem as normas legais a e formalidade exigida dos operadores jurídicos. 22 minutos 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 2/31 Pois bem. A questão da competência, é trazida pelo Código de Processo Civil, art. 319, I, que dita que a petição inicial deve ser dirigida ao juízo competente. Partindo sua fixação da determinação da Justiça, do Foro e do Juízo, respectivamente. Importante observar, se há ou não questões relacionadas a foro privilegiado, em razão de função, ou natureza, as quais impactarão na determinação do juízo competente. A determinação da Justiça irá verificar se o documento deve ser endereçado para a Justiça Especializada (na qual se incluem, por exemplo, as matérias eleitorais, trabalhistas e militar) ou comum (que se subdivide-se em Justiça Federal ou Estadual). Em seguida, determina-se o foro, qual seja, o território. Será feita a verificação da seção ou subseção judiciária, no caso da Justiça Federal, ou da comarca, se for o caso de encaminhamento à Justiça Estadual. Por fim, é preciso estabelecer o juízo competente, o órgão judicial ao qual a petição será encaminhada. É a verificação da vara ou órgão judicial, o juízo. Sabidos esses pontos, pode-se realizar, de maneira correta, o endereçamento de uma petição ao Judiciário, o qual, por praxe, acaba por direcionar o documento à autoridade competente, apesar da disposição do CPC exigir somente a indicação do juízo. O vocativo é um termo integrante das orações e de extrema importância para o endereçamento de petições e outros documentos. Como explica Martino (2012): “usado como chamamento, é o termo que serve para atrair a atenção do interlocutor para aquilo que se vai dizer. Pode aparecer no começo, no meio ou no final da oração, mas não faz parte nem do sujeito nem do predicado”. Da mesma forma, destaca-se a sua importância no Regimento Interno do Supremo Tribunal de Justiça (RISTF), que em seu artigo 16, parágrafo único, determina que os Ministros receberam o tratamento de “Excelência, conservando o título e as honras correspondentes, mesmo após a aposentadoria, e usarão vestes talares, nas sessões solenes, e capas, nas sessões ordinárias ou extraordinárias” (BRASIL, 2020, p. 36/37). VAMOS APROFUNDAR NOSSOS ESTUDOS! Como já vimos, o endereçamento das peças processuais e demais documentos exige formalidades relacionadas ao leitor. Para que isso seja possível, é imprescindível conhecer os pronomes de tratamento e utilizá-los quando do endereçamento de documentos às autoridades e instituições públicas. Como dita o Manual de Redação da Presidência da República (2018), é fundamental ficar atento com o uso dos pronomes em três momentos diferentes na redação oficial, sendo eles o endereçamento, o vocativo e o corpo do texto. No vocativo, o autor dirige-se ao destinatário no início do documento. No corpo do texto, pode-se empregar os pronomes de tratamento em sua forma abreviada ou por extenso. O endereçamento é o texto utilizado no envelope que contém a correspondência oficial (BRASIL, 2018) 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 3/31 Vejamos agora para quais autoridades será adequado o uso do pronome de tratamento Excelência: Subtítulo - nível 3 Presidente da República; Vice-Presidente da República; Ministros de Estado; Secretário-Geral da Presidência da República; Chefe da Casa Civil da Presidência da República; Consultor-Geral da República; Advogado-Geral da União; Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República; Chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República; Chefe da Corregedoria-Geral da União; Chefe do Gabinete de Segurança Institucional; Secretários da Presidência da República; Procurador-Geral da República; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Chefes de Estado-Maior das Três Armas; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretário Executivo e Secretário Nacional de Ministérios; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais; DO PODER LEGISLATIVO Presidente, Vice-Presidente e membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; Presidente e membros do Tribunal de Contas da União; Presidente e membros dos tribunais de contas estaduais; Presidentes e membros das assembleias legislativas estaduais; 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 4/31 Presidente das câmaras municipais; DO PODER JUDICIÁRIO Presidente e membros do Supremo Tribunal Federal; Presidente e membros dos Tribunais Superiores; Juízes; Desembargadores; Auditores da Justiça Militar; Procurador-Geral do Estado; Procurador de Estado; Membros do Ministério Público; Membros das Defensorias Públicas (BRASIL, 2018, p. 23, adaptado) Com base na autoridade a quem se dirige, o pronome de tratamento permitirá a criação do vocativo ou do endereçamento e tratamento adequado ao longo do texto jurídico, de modo que “Vossa Excelência” é o tratamento utilizado no corpo, “Excelentíssimo(a) Senhor(a)” é o vocativo identificando o destinatário. O vocativo do endereçamento será composto de Senhor(a) + cargo. É importante ressaltar que o uso de “vossa” é o direcionamento da correspondência para a pessoa com quem se fala e o uso de “sua” indica a pessoa de quem se fala. Lembre-se ainda que os elementos de concordância e grafia são cruciais para o endereçamento de documentos oficiais, não podendo ser desprezados na hora da redação. COMO RESPEITAR ESSES ASPECTOS NA PRÁTICA JURÍDICA? Como vimos ao longo dessa aula, a redação jurídica exige com que o emissor da mensagem esteja atento àdiversos elementos de composição de orações, para que não perca o intento da comunicação. Os pronomes são palavras que substituem o substantivo em frases, além de darem indicações sobre o que se expressa. No caso dos pronomes de tratamento, indicam formalidade necessária a determinados textos, nos quais não se possui intimidade com o leitor, e por isso são utilizados nos mais diversos documentos jurídicos, que exigem tratamento adequado, uma vez que se dirigem, geralmente às autoridades. Além dessa formalidade, exige a atenção do escritor quando a concordância verbal, nominal e pronominal, uma vez que levam a concordância para terceira pessoa. Como dicas práticas para o devido endereçamento de petições, documentos próprios e Cartas Oficiais que, de forma ou outra, envolvam autoridades, salientamos: 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 5/31 Os documentos do mundo jurídico se apresentam de duas maneiras: a impressa e a digital (eletrônica). No caso de documentos eletrônicos, é necessária uma assinatura digital válida. Para isso, o emissor pode utilizar-se de assinadores digitais de sua confiança. É preciso que haja a devida clareza do emissor do documento, com os dados de quem faz a comunicação, utilizando-se dos vocativos adequados juntamente com as demais informações de identificação, como é o caso, por exemplo: do nome completo, do cargo em empresa, do contato direto por telefone, do e-mail, do número de identificação ou registro na empresa (se houver) e os dados de identificação da empresa – como CNPJ e Inscrição estadual da empresa. Como dica final, apresentamos algumas expressões e sentenças padrões para iniciar e finalizar cartas, auxiliando no desenvolvimento do endereçamento às autoridades. INÍCIANDO UMA CARTA Acusamos o recebimento de sua carta… Cumpre cientificá-los de que… Com a presente, vimos trazer ao conhecimento de V. Sª que… Com referência ao assunto, lamentamos comunicar… Tendo chegado ao nosso conhecimento que V. Sª pretende… O fim da presente é solicitar-lhe… Pedimos a fineza de enviar-nos… Temos a satisfação de apresentar a V. Sª o portador desta… FINALIZAÇÕES Agradecendo a atenção que, por certo, V. Sª dispensará ao assunto, firmamo-nos. Atentamente. Aguardando suas providências a respeito, subscrevemo-nos. Atenciosamente. À inteira disposição de V. Sª, subscrevemo-nos. Atenciosamente. Sendo o que se nos apresenta no momento, enviamos protestos de alta estima e consideração. Com a consideração de sempre, firmamo-nos Esperando continuar a merecer sua honrosa preferência, subscrevemo-nos atentamente No aguardo de um pronunciamento a respeito, firmamo-nos 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 6/31 Sem outro objetivo para o momento, firmamo-nos (CORRAL, 2010, p. 63/65). Não se esqueça que o endereçamento é um elemento de formalidade importante, mas que a mensagem efetivamente se encontra no assunto ou desenvolvimento do texto jurídico é a parte mais importante, a qual deve trazer as ideias de maneira sucinta, clara, coesa e coerente. VIDEO RESUMO Vocabulário Jurídico Vernáculo jurídico não é juridiquês Não se deve confundir o vernáculo jurídico com excesso de rebuscamento ou erudição (juridiquês). De fato algumas expressões, locuções e conceitos possuem escrita e significados próprios na área jurídica, o que não equivale a escrever de forma difícil ou prolixa. A linguagem utilizada deve levar em consideração para quem a mensagem é endereçada, adotando-se o pronome de tratamento adequado e contando com o repertório existente para que a discussão jurídica apresentada seja compreendida na sua plenitude. Saiba mais Caso queira saber mais sobre a redação de documentos oficiais, consulte o Manual de Redação da Presidência da República no link abaixo. Disponível em http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da- presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf. Acesso em: jan. 2023. Confira o artigo “O mito da impessoalidade na redação oficial “, escrito por José Augusto Gerra, que busca entender se há impessoalidade existe de fato nas redações oficiais. Acesse o artigo para conhecer mais profundamente este tema fundamental para seus estudos. Disponível em: https://revista.enap.gov.br/index.php/RSP/article/view/2633. Acesso em: jan. 2023. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 7/31 http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf https://revista.enap.gov.br/index.php/RSP/article/view/2633 INTRODUÇÃO Prezado(a) estudante, Nessa aula, você estudará sobre elementos constitutivos dos instrumentos jurídicos. Com esse material, esperamos que você possa confeccionar melhor diversas peças e instrumentos legais, em respeito às normas e formalidades exigida dos operadores jurídicos. Para tanto, faremos o desenvolvimento dos conceitos de fatos, relatório, descrição e outros temas, e depois sua interpretação, de forma a permitir a sua aplicação de maneira prática, eficaz e adequada. Iremos fazer correlações dos elementos essenciais dos documentos jurídicos com a correta e adequada utilização da língua portuguesa, explorando elementos importantes para a construção de documentos, como a precisão, clareza, objetividade e concisão. Lembre-se que além dos documentos jurídicos aqui tratados de maneira exemplificativa, o operador do direito se depara, em sua experiência profissional, com diversos outros documentos, sendo por isso importante o estudo constante de materiais como esse. Bons estudos! VAMOS APRENDER SOBRE AS TÉCNICAS PARA ELABORAÇÃO DE PEÇAS E INSTRUMENTOS JURÍDICOS! Para que possamos falar sobre o desenvolvimento de petições processuais e suas técnicas de construção, é importante saber como o Código de Processo Civil trabalha os elementos essenciais de petições. Dentre os documentos jurídicos existentes, o CPC traz elementos constitutivos essenciais para três deles: a petição inicial, a contestação e a sentença. Segundo os incisos III e IV, do artigo 319, a petição inicial deverá indicar os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido, além do pedido e suas especificações. Já o artigo 336 dita que “incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir”. Aula 2 INSTRUMENTOS JURÍDICOS Nessa aula, você estudará sobre elementos constitutivos dos instrumentos jurídicos. 23 minutos 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 8/31 Já o artigo 489 trabalha os elementos essenciais da sentença: I. o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II. os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; III. o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem (BRASIL, 2015). Mas o que esses termos significam? Vejamos agora algumas definições jurídicas pertinentes: Descrição: derivado do latim descriptio (figura, representação, traçamento), de describere (esboçar, descrever, referir), entende-se, na linguagem jurídica, não somente a narração circunstanciada de fatos ocorridos, como a menção de todos os dados que sirvam para a sua perfeita configuração, como toda e qualquer relação de bens ou coisas, devidamente demonstrados, isto é, relacionados com a menção de seus elementos característicos ou distintivos (DE PLÁCIDOE SILVA, 1993). Fatos: na técnica processual, é empregado para indicar a própria espécie de questão a ser debatida. É, assim, o fundamento da causa ou demanda, decorrente do acontecimento jurídico (fato jurídico natural) ou de ato jurídico ou ato ilícito (fato jurídico voluntário), que motiva a demanda ou a sua própria razão, constituindo a matéria jurídica, que é trazida ao judiciário para ser solvida (DE PLÁCIDO E SILVA, 1993). Relatório: de relatar, a exposição ou narração, escrita ou verbal, acerca de um fato ou de vários fatos, com a discriminação de todos os seus aspectos ou elementos. O relatório de sentença é a parte inicial ou preambular da sentença, a exposição minuciosa de todas as circunstâncias que elementarizam o feito (DE PLÁCIDO E SILVA, 1993). Fundamento: do latim fundamentum (firmeza, fortalecimento), é a palavra que se aplica no mesmo sentido de base ou razão, em que se firmam as coisas ou em que se justificam as ações (DE PLÁCIDO E SILVA, 1993). Exposição: em matéria civil, exposição é a narração do fato, tal qual ocorreu, com a devida demonstração de todos os seus pormenores ou a dedução ou arguição de certas razões, com esclarecimentos ou alusão a fundamentos que se fazem necessários para evidência da matéria exposta (DE PLÁCIDO E SILVA, 1993). Argumentação Jurídica: é o raciocínio, demonstrado através de preposições encadeadas, que buscam evidenciar, convencer, demonstrar, provar algo. Busca construir provas e evidências, para o atingimento de um objetivo, que no caso jurídico, é a obtenção de direito. VAMOS APROFUNDAR NOSSOS ESTUDOS SOBRE AS TÉCNICAS! Agora que já vimos os conceitos e descrições relacionados aos elementos essenciais das peças jurídicas, vamos avançar e falar sobre a sua importância nos documentos. 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 9/31 A descrição é um ponto inicial no desenvolvimento das peças, uma vez que é por meio dela que se pode identificar o tema trabalhado, dando indícios do problema que deverá ser interpretado pela autoridade, e as hipóteses que serão apresentadas como soluções nos pedidos. Já os fatos criam o encadeamento de ideias, uma vez que interconectam os fatos do mundo fático com as hipóteses desenhadas nos códigos e legislações, mostrando o fundamento legal (base jurídica), a razão do pedido que será apresentado. O fato expõe o evento ocorrido, é a materialidade efetiva do que foi abordado pela lei. Na sua apresentação, exige-se ainda a exposição do embasamento legal (do direito), que trará a regra, o princípio a ser aplicado ao fato concreto recém apresentado, dando o fundamento para o atendimento da pretensão buscada no âmbito jurídico. O relatório é a relação do feito que vem antes dos fundamentos, no qual o julgador se baseia para tomada de decisão. Sem ele, não é possível a identificação, a pormenorização do que se vai julgar, qual será o caso concreto a ser endereçado. O fundamento mostra a razão de ser das coisas, o motivo que legitima as ações. De acordo com De Plácido e Silva (1993), se o fundamento, que é a razão de ser de alguma coisa ou ainda o motivo que justifica suas ações tem apoio na lei ou até mesmo decorre dessa, ele é conhecido como legal. Esse é o fundamento jurídico que, além da lei, pode ter sua origem em princípios doutrinários ou jurisprudenciais. Dentro do processo, o fundamento não é apenas o princípio da lei que embasa o pedido, mas também a soma desse com o fato indicado, que mostra o direito de uma pessoa ou, ainda, a perda ou ameaça de perda deste direito. Desse modo, ele se apresenta como fundamentos de fato ou fundamentos de direito, mostrando uma situação real que merece a proteção da lei e o dispositivo referente a ela. Com palavras mais simples, o fundamento se dá no encontro dos fatos com o ordenamento jurídico, na existência de uma circunstância que precise da existência do direito com a norma correspondente. A exposição permite a complementação da descrição, trazendo detalhes e pormenores que conectaram os fatos ao fundamento jurídico exposto. Isso só será possível por meio da argumentação Jurídica, que é o elemento mais importante para o operador de direito. Por meio da criação de frases e períodos que a argumentação permite o desenvolvimento das ideias e, dessa forma, possibilita com que o direito seja obtido, uma vez que é a argumentação que permite o convencimento. COMO É A PRÁTICA DA UTILIZAÇÃO DAS TÉCNICAS ABORDADAS? Já tendo conceituado e interpretado os conceitos teóricos dos documentos e peças jurídicas, passemos agora a falar sobre como fazer, na prática, a melhor utilização de tais elementos na rotina profissional do operador de direito. Como afirma De Plácido e Silva (1993, p. 49-50) pela descrição “seja de fatos ou de coisas, desenham-se ou se traçam, por palavras, as representações exatas dos fatos e das coisas, de modo a não serem confundidos ou tomados por outros, mesmo que a eles se assemelhem”. 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 10/31 Dessa forma, o detalhamento, por meio das palavras é um elemento essencial na apresentação dos fatos. O uso de conceitos, substantivos, e adjetivos adequados é que permite a verdadeira qualificação e apresentação do ocorrido, trazendo o colorido necessário para a imaginação do julgador. Lembre-se que a narrativa, na descrição, deve ser detalhada, mas os floreios trazem ruídos à comunicação e podem gerar bloqueios desnecessários no leitor, o que pode impactar nos resultados que se pretende alcançar com o documento jurídico. No caso dos fatos, Mais uma vez, verifica-se que há necessidade de apresentação detalhada. Entretanto, o redator deve lembrar que a concisão é elemento chave no convencimento, assim como a clareza, a objetividade, e a precisão. Se for para descrever um crime de ação penal privada, como a injúria, por exemplo, é fundamental trazer o máximo de informações que sejam úteis para facilitar o entendimento do que aconteceu. É interessante trazer o lugar em que o fato ocorreu, se houve algo antes do crime ser cometido, se tinha testemunhas do fato, como o autor ofendeu a vítima, etc. Isso também vale para o Fundamento, a exposição e o desenvolvimento da argumentação jurídica. Afinal, todos esses elementos contribuem para o encadeamento de ideias, o convencimento e a apresentação dos elementos que se quer apresentar em uma peça. Com a clareza, o texto será possível a compreensão imediata do texto pelo leitor. Transparência é o elemento chave para impedir a obscuridade, a dificuldade e a incompreensão do documento. A precisão é um complemento da clareza. Pode ser atingida por meio da articulação correta da linguagem, da utilização de técnicas de escrita, e do uso de expressões e palavras que não levam a interpretações de duplo sentido ao texto. A objetividade permite o desenvolvimento do texto sem idas e vindas, sem redundâncias e repetições desnecessárias. Para isso, é preciso saber o que se vai argumentar, quais são as ideias principais e secundárias que serão apresentadas e debatidas, permitindo a construção de argumentos através da hierarquia das ideias. Por fim, o relatório, por se tratar de um documento confeccionado por operador do direito do serviço público deve obedecer aos requisitos mínimos do Código de Processo Civil, e deve manter a formalidade, a padronização e a impessoalidade, uma vez que é um documento no qual se estabelecem regras para a a lei processual, além de exigir identificação do fato gerador da demanda, determina que seja o mesmo narrado, demonstrando ou mencionando com toda clareza e minudencia, trazendo ainda as razoes jurídicas em que se funda o autor para ajuizar seu pedido. — (DE PLÁCIDO E SILVA, 1993, p. 49-50) 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 11/31 conduta dos cidadãos.Não deve, entretanto, ser incompreensível àquele que recebe a comunicação, pois se assim o fizer, estar descumprindo com o acesso à justiça. VIDEO RESUMO Instrumentos Jurídicos Fazendo acontecer o Direito A partir dos documentos contendo as declarações de vontade que o direito opera no dia-a-dia. Ainda que os contratos mais singelos possam ser combinados e concluídos pela via verbal ou em documentos enxutos, instrumentos mais extensos e complexos podem ser necessários para a segurança das partes. Para que o operador do Direito maneje bem o conteúdo dos documentos, se sugere organização objetiva de acordo com cada tema, capitulando sempre que necessário e preservando coesão nos argumentos jurídicos que forem nele inseridos, mesmo se forem cláusulas. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Saiba mais Se você se interessou pelo assunto e gostaria de aprofundar seus estudos, leia o artigo “A causa de pedir dos recursos e nos recursos”, de autoria de Igor Bimkowski Rossoni, que aborda a causa de pedir em sede recursal. Acesse o artigo para conhecer mais profundamente este tema fundamental para seus estudos. Disponível em: http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_pr odutos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RBA_n.02.05.PDF. Acesso em: dez. 2022. Aula 3 ESTRUTURA E TÉCNICA DOS INSTRUMENTOS PÚBLICOS Nesta aula, você continuará seus estudos sobre as principais estruturas de alguns documentos jurídicos 22 minutos 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 12/31 http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RBA_n.02.05.PDF http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RBA_n.02.05.PDF INTRODUÇÃO Prezado(a) estudante! Nesta aula, você continuará seus estudos sobre as principais estruturas de alguns documentos jurídicos. Veremos a composição, a estrutura e os elementos que compõem a parte final de petições iniciais e contestações, os pedidos, bem como a parte final das sentenças. Veremos ainda pontos sobre as partes dispositivas de documentos oficiais. A compreensão do conceito, elementos e aspectos formais de documentos jurídicos é determinante para o êxito de um peticionamento. Com esse material, esperamos que você possa confeccioná-lo com clareza, precisão, objetividade e desta forma obtenha as tutelas neles solicitadas. Esperamos que o conhecimento aqui adquirido te ajude com o cotidiano profissional. Bons estudos! O REQUERIMENTO – CONCEITUAÇÃO Para que possamos continuar a falar sobre o desenvolvimento de petições processuais e suas técnicas de construção, é importante saber como o Código de Processo Civil trabalha seus elementos essenciais. Dentre os documentos jurídicos existentes, o Código de Processo Civil apresenta os elementos constitutivos essenciais para três deles: a petição inicial, a contestação e a sentença. Para a petição inicial, solicita-se indicação dos fatos, fundamentos jurídicos do pedido; e o pedido com suas especificações. Já a contestação precisa trazer a matéria de defesa, expondo razões de fato e de direito que impugnem o pedido do autor juntamente com as provas que se pretende produzir. Por fim, a sentença deve possuir relatório, fundamentos que analisem as questões de fato e de direito do caso concreto e o dispositivo, no qual o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem (BRASIL, 2015). Pois bem. Vejamos agora a significação de pedido e dispositivo: Pedido: É o que se pede (solicita, requere) em uma ação, ou seja, é o momento em que uma pessoa demonstra toda sua pretensão e requerimentos. Se pensarmos dentro do mundo jurídico, nas ações, aqui estão aqueles requerimentos que são feitos ao juiz. Nele, deve se pedir tudo aquilo que se tem direito ou, ainda, que sejam tomadas medidas para que uma relação jurídica lesada seja restabelecida, a depender de qual seja a demanda. No processo, se o pedido está encerrando a pretensão do autor dentro de sua petição - o instrumento pelo qual ele ajuíza a ação - este é conhecido como pedido inicial. Afinal, durante o processo, diversos outros podem surgir, de acordo com as pretensões requeridas no decorrer desse. Assim, o pedido inicial é o próprio motivo da ação ou a razão jurídica que leva o autor a buscar a justiça. O pedido deve ser certo, isto é, com certeza da relação jurídica que deve ser 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 13/31 restabelecida, determinada e identificada dentro da própria realidade jurídica e positivo, demonstrando a natureza da obrigação que deverá ser cumprida pelo réu, caso a ação seja procedente, é claro. Dispositivo: é o nome que se dá a tudo que possui uma disposição, isto é, uma determinação. Se pensarmos na sentença, por exemplo, o dispositivo é a parte em que ela determina algo às partes, contendo a decisão ou julgamento proferido pelo juiz. Além das petições, outro documento jurídico de destaque, que exige análises para a compreensão das técnicas que permitem a sua formatação, são os documentos oficiais. Até 2002, o Manual de Redação da Presidência da República separava os documentos oficiais em três tipos, com expedientes e formas diversos: ofícios, avisos e memorandos. Todavia, a partir da edição de 2002 do referido documento, a comunicação oficial foi uniformizada por meio do padrão ofício. ASPECTOS FORMAIS E ELEMENTOS QUE COMPÕEM O REQUERIMENTO Os pedidos são a peça fundamental de uma petição. É por meio dele que se faz o direito em si: com os pedidos, o julgador identifica claramente qual tutela se busca, o que se pretende atingir na realidade para que o direito de um cidadão seja atingido, para que os direitos e deveres expressos por toda a legislação sejam realizados no mundo fático. Importante para o operador do direito saber delimitar o que busca em uma petição, uma vez que é possível a existência de diferentes tipos de pedido: Pedido alternativo: de acordo com o dito na linguagem processual, é quando, na petição inicial, se pede mais de uma coisa, podendo ser concedido uma ou outra. Na lei, os pedidos alternativos podem ser feitos quando: a. houver uma ação pedindo cumprimento de uma obrigação, sendo alternativo a ela a excussão da garantia; b. na chamada lesão enorme, em que se pede que o contrato seja rescindido ou que seja feito o pagamento do excesso; e c. nas obrigações alternativas. Pedido cumulado: nesse caso, temos também um pedido de mais de uma coisa, só que ambos devem ser cumpridos juntos. Para serem permitidos, os pedidos precisam ser compatíveis, isto é, eles devem ser conexos e de competência de um mesmo juiz. Pedido genérico: é o pedido que não é feito de forma específica, isto é, com sua quantidade e grandeza indeterminada, mesmo que ele seja positivo e certo, afinal, ele deverá ser determinado ao fim da ação. Esse é o pedido que não está mensurado desde a petição inicial, ficando sua fixação a cargo do que é apurado na ação, de acordo com os requerimentos e dados apresentados em seu decurso. Da mesma forma, o dispositivo das sentenças é o local onde se encontra a decisão do julgador, onde se verifica se a tutela buscada foi ou não obtida. Ou seja, a sua parte dispositiva é a mais importante. 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 14/31 Dentro dos instrumentos públicos, o padrão ofício possui como estruturação, em via de regra, três partes: a introdução, a comunicação e o fechamento, com os seguintes elementos: vocativo, preâmbulo, exposição do pedido, fecho, local e data e assinatura. Após a identificação do tipo de documento que se pretende escrever por esse padrão, deve-se cumprir com asua estruturação, devendo conter: 1. Introdução, que deverá apresentar o tema que motiva a comunicação, devendo ser feita de forma direta; 2. Desenvolvimento, onde o assunto é detalhado, trazendo, sempre que houver mais de uma ideia, parágrafos diferentes para abordá-las, deixando a escrita mais clara e coesa; e 3. Conclusão, reafirmando o que foi dito, fechando a comunicação. A observância dessa estrutura traz padronização e permite um melhor encadeamento de ideias, elemento essencial aos documentos jurídicos. UTILIZAÇÕES E MODELOS DE REQUERIMENTO. Como vimos, o pedido e a parte dispositiva de uma petição são de suma importância; sendo a primeira responsável por elencar ao juiz o direito que se deseja ver satisfeito, enquanto que a segunda deixa claro as partes a determinação judicial em relação aos pedidos apresentados por ambos. Na prática, a elaboração de ambos os dispositivos é simples, mas requer total atenção do responsável. Explicamos. Imagine uma ação referente ao direito de um consumidor, que adquiriu um aparelho celular. Todavia, esse foi vendido sem o carregador. Todos sabemos que sem o carregador o aparelho não poderá funcionar adequadamente, constituindo ele, portanto, item essencial e indispensável para o adequado uso do produto. Diante de uma situação dessa, ingressará o advogado com uma ação de indenização por danos morais (ante o transtorno causada pela falta do item) e materiais (ressarcimento do valor gasto por sua compra em separado), pontuando em sua peça a prática abusiva do fornecedor e os direitos do consumidor frente a ela. Após, destrinchados os fatos e direitos, abrir-se-á um tópico chamado “dos pedidos”, onde se resumirá aquilo que se busca do judiciário, em nosso exemplo: 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 15/31 Simples, não? Todavia, tenha em mente que esquecer-se de qualquer que seja o pedido, por mais simples que seja, poderá acarretar grande prejuízo. Pois, como sabemos, o juiz está limitado ao pedido, sendo considerada a decisão inválida e ineficaz se não o fizer, nos moldes do art, 141 e 492 do CPC. Assim, ao proferir uma sentença, em nosso exemplo, deveria o juiz declarar, após fundamentar sua decisão e explicar detalhadamente o posicionamento tomado: DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer-se: 1. A citação da requerida para, querendo, responder a presente inicial; 2. A designação (ou não) de audiência de conciliação; 3. A determinação da inversão do ônus da prova com fundamento no art. 6º, inciso VIII, do CPC; - Pedido muito comum em ações referentes ao direito do Consumidor. 4. Que seja a presente ação julgada procedente, a fim de condenar a empresa requerida ao pagamento do importe de R$ X, relativos à indenização por dano moral e R$ Y, em razão do ressarcimento do valor gasto com o carregador, acrescidos de juros e correção monetária; 5. A condenação da parte ao pagamento das custas iniciais e honorários advocatícios de sucumbência Isto posto, julgo totalmente procedente a presente ação de indenização por danos morais e materiais, condenando a empresa ré ao pagamento do montante de R$ X, a título de indenização por dano moral e R$ Y, pelo ressarcimento do valor gasto com o carregador, acrescidos de juros e correção monetária; bem como ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícias de sucumbência. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Cumpra-se. Aguarde-se o transito em julgado, em caso de não interposição de recursos, arquive-se os autos. Cidade, estado, data, mês e ano. ZZZ Juiz de Direito 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 16/31 Claro que o acima exposto corresponde a mero exemplo, podendo ser a ação julgada improcedente ou parcialmente procedente, conforme critério do magistrado. Assim, o importante é redigir um texto claro e completo, atentando-se não só as disposições legais como também as normas do português, responsáveis por facilitar o entendimento e acesso a justiça. Impedindo a duplicidade de entendimento e interpretação. VIDEO RESUMO Estrutura e Técnica dos Instrumentos Públicos Provocando a autoridade Seguindo o princípio da inércia da administração pública como padrão, o administrado deve apresentar suas solicitações via requerimento, ainda que verbal quando permitido, para que exista a decisão como posição oficial do órgão. As decisões devem conter a descrição daquilo que se pede e os dispositivos que autorizam ou negam o pedido e eventualmente esclarecem a consulta. Além das decisões, as instituições possuem poder para expedir as portarias e resoluções que normatizam a dinâmica de suas atividades. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Saiba mais Caso queira saber mais sobre redação oficial de instrumentos públicos, acesse o site da Assembleia Legislativa de São Paulo que a aborda. Disponível em: https://www.al.sp.gov.br/StaticFile/ilp/texto%20-%20aula%20redacao%20oficial.htm. Acesso em dez. 2022. Confira o seguinte memorial “ESTUDO DO REQUERIMENTO EM SALA DE AULA: UM GÊNERO A SER EXPLORADO”, de autoria de Mércia Mauadie Mariotti, que mostra a pesquisa de uma mestranda com jovens do ensino fundamental, reconhecendo a importância da utilização da linguagem para que o cidadão saiba escrever um requerimento, com a finalidade de ter acesso à direitos. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/30734/1/memorial_mercia_14.07- %20ap%c3%b3s%20apresenta%c3%a7%c3%a3o-%20salvar%20CD.pdf. Acesso em: dez. 2022 Aula 4 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 17/31 https://www.al.sp.gov.br/StaticFile/ilp/texto%20-%20aula%20redacao%20oficial.htm https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/30734/1/memorial_mercia_14.07-%20ap%c3%b3s%20apresenta%c3%a7%c3%a3o-%20salvar%20CD.pdf https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/30734/1/memorial_mercia_14.07-%20ap%c3%b3s%20apresenta%c3%a7%c3%a3o-%20salvar%20CD.pdf INTRODUÇÃO Prezado(a) estudante, Nessa aula, você aprenderá o conceito e a estrutura das principais peças jurídicas: a petição inicial, a contestação e a apelação. Também estudará sobre os requisitos mínimos legais que essas peças devem conter para a correta tramitação processual. É muito importante compreender os elementos e os aspectos formais que estas peças processuais devem conter, para que a pretensão da parte tenha maior chance de ser provida pelo judiciário. Com esse material, esperamos que você possa confeccionar petições iniciais, contestações e apelações que primaram pela observância das normas, e que tramitam corretamente, com chances reais de êxito. Bons estudos! VAMOS APRENDER SOBRE A ESTRUTURA DAS PRINCIPAIS PEÇAS JURÍDICAS, O PARECER JURÍDICO E A NOTIFICAÇÃO E O E-MAIL! Para que possamos elaborar peças processuais que sejam consideradas aptas a tramitar, é importante compreender seu conceito e requisitos essenciais. A primeira peça que veremos é a petição inicial, requerimento feito por pessoa, física ou jurídica, para a autoridade judiciária e que dá início ao processo judicial. Após a inicial, a próxima peça processual de suma importância é a contestação, que nada mais é do que a defesa do réu/requerido, ou seja, a peça na qual ele deve defender seus direitos, além de contradizer o que é dito pelo autor. Após o trâmite processual e a prolação da sentença, que poderá dar provimento ou não à pretensão do autor, a parte inconformada poderá apresentar um recurso às cortes superiores, requerendo a reforma da decisão judicial. Essa peça processual é a apelação e, após ser analisada em instância superior, terá o poder de apresentar uma nova decisão, modificando ou mantendo o que foi determinado anteriormente. Em causas complexas, é possível a parte buscar o auxílio de um especialista que realizará uma espécie de consultoria, apresentado por meio de um parecer. O qual seráencaminhado ao juízo como forma de fundamentar o pedido da parte. ESTRUTURA DAS PRINCIPAIS PEÇAS PROCESSUAIS Nessa aula, você aprenderá o conceito e a estrutura das principais peças jurídicas: a petição inicial, a contestação e a apelação. 23 minutos 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 18/31 O parecer jurídico pode ser definido, segundo Del Plácido e Silva (2016) como a opinião de um jurisconsulto a respeito de uma questão jurídica, que deve dar resposta a um caso específico, sendo embasado na lei e na doutrina. Geralmente, ele é dado após uma consulta que traz o debate sobre alguma controvérsia e somente pode ser elaborado e assinado por um advogado, por expressa disposição legal (art. 1º, inciso II, do Estatuto da Advocacia). Trata-se de um instrumento técnico que faz parte da área consultiva da advocacia e traz a visão técnica do advogado especialista sobre um determinado tema. Sua função é interpretar e explicar os possíveis efeitos das normas jurídicas quando aplicados a casos concretos onde haja controvérsia, sendo solicitado em demandas de ampla repercussão financeira, projetos de leis, demandas do setor público, de natureza societária, casos de direito comparado, entre outros. Agora, é possível que você venha a atuar também no âmbito extrajudicial, onde dois instrumentos se fazem muito presentes: a carta notificação e o e-mail. A notificação tem por finalidade constituir o devedor em mora, ou dar ciência a alguém de obrigação de fazer, não fazer ou pagar. Ela deverá ser escrita em linguagem formal e educada, de maneira clara e concisa, para evitar qualquer ruído na comunicação. Já no e-mail deve-se priorizar as informações de identificação do assunto a ser tratado, padronização que se inicia com a escolha do Assunto (título do e-mail a ser enviado). Ter uma organização para os e-mails é fundamental para que eles possam ser localizados de forma ágil. Assim como nos outros documentos, é fundamental que o e-mail também seja escrito de forma cordial, com linguagem formal e de forma objetiva. Lembre-se que os e-mails poderão ser usados em um possível processo, sendo, dessa forma, sua escrita importante para demonstrar uma comunicação prévia de qualidade. VAMOS CONHECER MAIS ALGUNS DETALHES SOBRE ESSES DOCUMENTOS! Agora, vamos nos atentar a alguns detalhes sobre os documentos anteriormente mencionados. Em relação à petição inicial, é sempre válido lembrar que ela deve conter a identificação das partes, a exposição dos fatos, do direito - que traz as normas que incidem no caso em tela – e os pedidos. A forma como a petição inicial será elaborada vai depender do tipo de ação, da área do Direito e do próprio estilo do advogado, devendo respeitar os requisitos básicos para ela. A identificação do juízo competente pela ação, no início, e do advogado e sua inscrição na OAB, no final, também são obrigatórias. Em relação à contestação, é interessante observar que não tem uma forma definida na legislação, porém é de conhecimento global de que se trata do momento processual em que o réu/requerido deve incluir toda a argumentação e prova capaz de promover a sua defesa. Em relação à apelação, assim como as peças anteriormente apresentadas, deve-se atender a parâmetros legais para ter validade, o que, nos termos do art. 1.009, do CPC. 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 19/31 Após ser apresentada por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, será o apelado intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias. Caso deseje, ainda, o apelado poderá interpor apelação adesiva – modalidade de recurso subordinado a um outro recurso já interposto, cabível quando da existência de sucumbência recíproca - o juiz intimará a parte para apresentar contrarrazões. Cumpridas as formalidades, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente da realização de juízo de admissibilidade. Em relação ao parecer jurídico, existem três tipos de pareceres jurídicos: 1. o parecer facultativo, que não gera nenhuma obrigação de seguir as orientações; 2. o parecer obrigatório, que não vincula em relação ao seu teor, mas que será considerado como pressuposto para a resolução final, quando uma lei exigir a elaboração de parecer jurídico sobre determinado ato; e 3. parecer vinculativo, que obriga o solicitante a acolher a orientação jurídica dele emanada Muito embora não exista um modelo de estrutura a ser seguido na elaboração de um parecer jurídico, a adoção de certos critérios fará com que ele seja mais bem desenvolvido, fazendo-o ser compreensível para todos que realizarem a sua leitura ao apontar claramente o posicionamento do parecerista, seja ele favorável ou não, acerca do tema tratado. Também é indispensável que ele seja fundamentado na legislação, doutrina e jurisprudência. Apesar de parecer simples, a confecção de um parecer requer grande dedicação do operador do direito, que deve aprofundar-se no estudo e especialização de seus temas de interesse, para só assim poder desenvolver e elaborar tais documentos com propriedade. Não obstante, ser comum encontrarmos pareceres elaborados por grandes juristas e doutrinadores como é o caso, por exemplo, de Aury Lopes Jr. Em relação à carta de notificação, quando ela for entregue pessoalmente, deverá ser elaborada em duas vias, para a coleta da assinatura de ciência da parte notificada. Se a carta for enviada pelo correio, deverá ser acompanhada de Aviso de Recebimento (AR), para que o notificante tenha o comprovante de entrega e ciência da parte notificada. Em relação ao e-mail, é interessante que ele seja enviado com um pedido para que o destinatário confirme o recebimento, para que você tenha uma prova de que a comunicação de fato ocorreu, de maneira similar ao AR da carta de notificação. COMO SE DÁ A PRÁTICA DESSES DOCUMENTOS? Como vimos, durante sua atuação como advogado você poderá se deparar com diferentes peças, as quais devem ser elaboradas conforme a estipulação legais e normas do português, de forma a deixá-las claras e precisas, facilitando a compreensão dos leitores e, inclusive, atuação judicial. 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 20/31 Quando se tratar de uma petição inicial, os requisitos legais imprescindíveis do art. 319, do CPC devem ser respeitados. Esse artigo determina que deverá indicar a petição inicial: o juízo a que é dirigida; a qualificação das partes, composta, por nomes, prenomes, estado civil, existência ou não de união estável, profissão, CPF ou no CNPJ, quando se tratar de empresa, endereço eletrônico, domicílio e residência; os fatos e fundamentos jurídicos do pedido; o pedido com as suas especificações; o valor da causa; as provas, e a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. No caso da contestação, apesar da ausência de estrutura legal, toda matéria de defesa será arguida; na apelação é o artigo 1.009, do CPC, que comanda a atuação, determinando que deverá apresentar: a indicação dos nomes e a qualificação das partes; a exposição do fato e do direito; as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; e o pedido de nova decisão. Ainda, é possível, no âmbito consultivo, elaborar-se o chamado parecer jurídico, necessário em casos de grande complexidade, no qual é indispensável destrinchar-se o tema sob o olhar de um especialista. Assim, os elementos essenciais que um parecer jurídico deve conter são: título; endereçamento (com a indicação do nome do solicitante); ementa (com as palavras-chave referentes ao tema do parecer); sumário (relação dos tópicos que serão abordados no documento); relatório (é um resumo da consulta realizada, com as principais informações sobre o tema, como os fatos que desencadearam a consulta, o processo referente ao tema,se houver, e demais informações essenciais trazidas pelo cliente); fundamentação (argumentação jurídica com indicações da legislação, doutrina e jurisprudência referentes ao tema da consulta); conclusão (é a resposta à consulta realizada, que deve indicar claramente o parecer favorável ou desfavorável ao tema da consulta realizada); e fechamento, com indicação do local, data e assinatura do parecerista. Em relação à estrutura da carta de notificação, deverá conter: título, endereçamento e dados do destinatário, texto com os fatos que ensejaram a necessidade de envio da notificação, as exigências e providências que o notificado deverá realizar, os prazos para cumprimento das exigências, e as medidas que serão tomadas em 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 21/31 caso de descumprimento, fechamento com data e assinatura. Recomenda-se que também contenha os dados de contato da parte notificante ou seu procurador, para auxiliar na negociação de acordo para resolução da situação. Em relação ao corpo do e-mail, adote uma linguagem formal e clara, iniciando com uma breve saudação; após, pule uma linha, identifique o assunto e passe para o tema do e-mail, evitando o uso de abreviações; finalize com um agradecimento, assine e, se quiser, informe seu telefone para contato. Ilustrativamente: VIDEO RESUMO Estrutura das Principais peças processuais Usando a caixa de ferramentas Prezado estudante, a sequência natural da tentativa de solução de conflitos começa pela tentativa de comunicação amigável, que pode ocorrer por meio de notificação extrajudicial, carta indicando o que é pretendido para que o conflito cesse ou que responsabilidades sejam prevenidas. Persistindo o conflito, haverá necessidade de resolução por meio de ação judicial, procedimento arbitral ou contar com mediação e outras técnicas para solução. Destinatário: josé.gomes.adv@gmail.com Assunto: Autos nº 12345-55.2022.8.16.0000 – Proposta para Acordo Prezado Dr. José, boa tarde. Referente aos autos nº 12345-55.2022.8.16.0000, em trâmite na 10ª Vara Cível da Comarca de Araraquara/SP, em que contendem Maria e José, gostaríamos de saber se há possibilidade de composição amigável. Para resolução da lide, propomos o pagamento do valor R$ 0,00 em 3 parcelas de R$ 0,00, com pagamento previsto para o dia xx/xx. Aguardamos seu retorno com aceite, contraproposta ou negativa. Atenciosamente, Dra. Marilia Rodrigues Mazzola – Cel.: (011) 99999-9999. Por gentileza, acuse recebimento deste e-mail. 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 22/31 Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Saiba mais Para conhecer mais sobre o parecer jurídico, confira o artigo “O parecer jurídico a partir do Direito como Integridade”, de autoria de Jonas Faviero Trindade. Disponível em: https://www.advocef.org.br/wp-content/uploads/2022/04/Miolo_RD-32-site.pdf#page=43. Acesso em: jan. 2023. VAMOS ESTUDAR SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA E O VOCÁBULO JURÍDICO? Vamos estudar sobre o discurso jurídico? A linguagem jurídica é uma modulação da linguagem formal, inserida no espaço que incide nas atuações jurídicas. Nesse sentido, as peças protocoladas, as audiências, as formas de tratamento e as comunicações entre as partes e auxiliares tratam de uma dimensão da língua portuguesa adaptada e modulada às especificidades de determinado contexto. Nesse sentido, afirma Bittar (2022, p.292) A linguagem jurídica se manifesta seja valendo-se dos elementos de uma linguagem verbal, seja valendo-se dos elementos de linguagens não verbais. De qualquer forma, a linguagem verbal (língua natural) representa sempre a maior base de manifestação jurídica, sobretudo grafando-se por meio da escrita. A primazia da linguagem verbal com relação às não verbais, no campo do direito, é tão evidente quanto a primazia das linguagens não verbais para a maioria das práticas no campo das artes. Aula 5 A LÍNGUA PORTUGUESA E O VOCABULÁRIO JURÍDICO 15 minutos 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 23/31 https://www.advocef.org.br/wp-content/uploads/2022/04/Miolo_RD-32-site.pdf#page=43 O âmbito jurídico é um espaço, permeado pelas relações jurídicas e de práticas próprias da rotina jurídica. Nesse viés, é necessário o domínio das práticas jurídico-textuais que constituem um universo do discurso autônomo. É o que afirma Bittar, (2022, p.294) Imagem: Discurso jurídico Fonte: Saraiva Educação. Você sabe o que é juridicidade? Quando usamos o termo juridicidade dentro do contexto da linguagem jurídica, estamos nos referindo a uma prática de uso de termos específicos e referentes ao universo jurídico. É como se a juridicidade fosse um código, que é compartilhado entre os atores do Direito, enquanto para aqueles que não o conhecem, é um código ainda criptografado. Nesse viés, se inserem os termos da área como “petição inicial”, “impetrar recurso”, “ato protelatório”, “prazo peremptório”, que necessitam de tradução para seu melhor entendimento. A juridicidade, portanto, participa do âmbito jurídico e de seu universo, reproduzindo os códigos específicos e voltados para a área. O discurso jurídico não é um discurso descontextualizado, mas sim um discurso que se produz no seio da vida social, parafraseando Saussure. O aspecto macrossemiótico de que se reveste a problemática permite a inserção da discursividade jurídica em meio a um conjunto de sistemas em verdadeira dinâmica de fluxos e refluxos recíprocos, intromissões e intromissões, o chamado inferno dos intercâmbios sígnicos; a participação do discurso jurídico no conjunto das relações sociais dota-lhe dessa especial característica que é a constante mutação 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 24/31 É importante mencionar que tais códigos decorrem da língua portuguesa formal, de modo que não se inventa uma nova língua propriamente dita, e sim modula a linguagem para ser aplicada num contexto que necessita de seus termos próprios para sua prática e comunicação. REVISÃO DA UNIDADE A língua portuguesa e o vocabulário jurídico Escrever bem é escrever se preocupando com o leitor e com a técnica O uso da norma culta é imperativo, o que exige do operador do direito ler bastante e possuir hábito de treinar e aprimorar constantemente a técnica, o que inclui, mas não se limita em fazer bom uso da retórica e evitar escrever mal, preservando o estilo próprio. Conhecer quem é seu leitor e escrever conforme a expectativa é fundamental. Expressões estrangeiras exigem tradução e excesso de erudição pode resultar em o texto ser incompreensível. ESTUDO DE CASO A língua portuguesa e o vocabulário jurídico Notificação extrajudicial Mévio é proprietário de uma casa do ‘Condomínio Paz Marítima’, na cidade de São Sebastião, litoral norte do Estado de São Paulo, cuja aquisição levou uma vida toda de esforços e economias, sendo a compra da vida para passar os dias depois de sua aposentadoria. Percebendo algumas ações da gestão do condomínio que não eram comuns, deseja ter acesso às pastas da gestão condominial para avaliação dos gastos e fornecedores que foram contratados, mas o atual síndico, Tício, não lhe atende mesmo já tendo solicitado diversas vezes verbalmente. Mévio, que por mais de 20 anos morou em prédios na Capital e está acostumado com obras e reformas em tais ambientes, tendo participado como conselheiro em pelo menos 3 gestões de seu último condomínio na cidade, entendeu que o comportamento do atual síndico não se coaduna com uma gestão adequada e razoável com a transparência que é devida. Abordando alguns vizinhos sobre a não entrega desse tipo de documentação, Mévio recebeu a resposta por todos eles que a gestão é ótima e não ficam preocupados com esse tipo de postura,pois eles querem sossego e não mais ficar arrumando problemas ou dor de cabeça, dado que as instalações do condomínio estão em perfeito funcionamento, contas em dia e ninguém mais se interessa em ser síndico há anos, sendo Tício sempre o único candidato nas assembleias para o referido cargo. 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 25/31 Conversando com familiares sobre a situação, Mévio está convencido que existe a ocultação de algum tipo de prática não condizente com o esperado, mas precisa dedicar tempo para a investigação do que realmente está acontecendo. Isso porque no dia seguinte que conversou com seus vizinhos sobre a situação posta, acompanhou uma reportagem extensa de condomínio também no litoral paulista cujo síndico estava há muito tempo na gestão e se noticiaram comportamentos similares aos de Tício: sempre negando acesso às pastas e dificultando o contato dos condôminos quando percebe que a gestão passará por análise. No entanto, para que sejam possíveis essas tarefas de investigação, é indispensável que Mévio tenha acesso aos documentos anteriormente indicados. Quais as medidas extrajudiciais que podem ser tomadas por Mévio e quais direitos se pautar nelas para receber os documentos? Reflita Prezado(a) estudante, tendo em vista que notificar basicamente é fazer prova incontestável de que o notificado recebeu ou tomou conhecimento do conteúdo de qualquer ato jurídico levado a registro, tem- se que o notificado não pode alegar desconhecimento do documento ou de seu conteúdo, nem se eximir do cumprimento de suas obrigações alegando ignorância, porque o texto do documento e a comprovação da sua entrega ficam registrados. Como a notificação não tem um texto ou formato padrão, o conteúdo pode ser escrito livremente, observando os seguintes quesitos: nome e endereço completo da pessoa a ser notificada, ou seja, o destinatário da notificação; o título “Notificação Extrajudicial”; e os dados do notificado. Ao escrever uma notificação extrajudicial, deve-se apresentar as informações de forma clara, inclusive as providências que o notificado deve tomar, bem como os prazos e as medidas caso as exigências não sejam cumpridas. No final, a notificação deve conter data e assinatura e deve ser elaborada em 02 (duas) vias, a depender do cartório. Este, por sua vez, cumprirá a diligência de entregar o documento à pessoa notificante. E, quando finalizada a diligência, é emitida uma certidão, a fim de comprovar a entrega do documento para o notificado, o recebimento e/ou a recusa do documento por parte do notificado, a troca de endereço do destinatário, entre outras situações. RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO A língua portuguesa e o vocabulário jurídico Notificação extrajudicial 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 26/31 ▪ Entender os direitos do condômino; Todos os condôminos (proprietários) possuem direito de acesso aos documentos de contas do condomínio, pois também são proprietários. Direito que nada tem a ver com a quitação das obrigações condominiais. Artigo 1.228 e seguintes da Lei 10.406 Caso o síndico ou quem à sua ordem não esteja apto a exibir os documentos imediatamente, pode-se apresentar o que se exigiu com algum lapso de tempo para separação e organização. O prazo vai depender do tipo de documento, onde está arquivado, extensão (para upload ou entrega dos papeis). ▪ Avaliar como fazer valer esses direitos; Ação de exibição de documentos exige frustração anterior em obtê-los. Como se pressupõe acesso legítimo às informações por quem requer, deve existir prova que houve a negativa ou desatendimento em sede extrajudicial, o que pode comprometer o interesse de agir da ação judicial. Aplicação analógica do Informativo nº 579 do Superior Tribunal de Justiça. ▪ Produzir documentos a favor de Mévio para alcançar o direito pretendido. Envio de notificação extrajudicial ao condomínio aos cuidados do Sr. Síndico. De tal sorte, é prudente haver notificação extrajudicial exigindo a entrega dos documentos desejados em determinado tempo ou que se indique prazo novo justificado, como parte do exercício do direito de propriedade que o condômino possui. Sistema com aviso de recebimento (Oficial de Justiça ou Correios). Estrutura do requerimento ao Síndico 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 27/31 RESUMO VISUAL 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 28/31 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 29/31 Aula 1 BRASIL, Presidência da República. Casa Civil. Manual de redação da Presidência da República / Casa Civil, Subchefia de Assuntos Jurídicos; – 3. ed. – Brasília: Presidência da República, 2018. 189 p. Disponível em http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da- republica/manual-de-redacao.pdf. Acesso em nov. 2022. ______. Supremo Tribunal Federal. Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. Disponível em RISTF.pdf . Acesso em nov. 2022. CORRAL, Janaína Azevedo. Curso prático de redação. São Paulo: Universo dos Livros, 2010, E-book. MARTINO, Agnaldo. Português esquematizado: gramática, interpretação de texto, redação oficial, redação discursiva. – São Paulo: Saraiva, 2012. SABBAG, E. D. M.; GOMES, L. F.; BIANCHINI, A. Col. Saberes do Direito 52 - Português Jurídico, 1ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2012. E-book. Aula 2 BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: jan. 2023. BRASIL, Presidência da República. Casa Civil. Manual de redação da Presidência da República / Casa Civil, Subchefia de Assuntos Jurídicos; – 3. ed. – Brasília: Presidência da República, 2018. 189 p. Disponível em http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da- republica/manual-de-redacao.pdf. Acesso em jan. 2023. DE PLÁCIDO E SILVA. Vocabulário Jurídico. Rio de Janeiro: Forense, 1993. 4v. Aula 3 BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: dez. 2022. REFERÊNCIAS 04 minutos 11/02/2025, 18:47 pedons_232_u1_let_dig_tec_apl_dir https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=4368955 30/31 http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm BRASIL, Presidência da República. Casa Civil. Manual de redação da Presidência da República / Casa Civil, Subchefia de Assuntos Jurídicos; – 3. ed. – Brasília: Presidência da República, 2018. 189 p. 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Para escrever bem. 2ed. rev. e ampl. São Paulo: Manole, 2006. BITTAR, E. C. B. Linguagem jurídica - semiótica, discurso e direito. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book. Cap. 2 “Discurso jurídico” BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em mar. 2023. DAMIÃO, Regina Toledo; HENRIQUES, Antonio. Curso de português jurídico. 15ed. Barueri: Atlas, 2022. PETRI, Maria José Constantino. Manual de Linguagem Jurídica. 4 ed. rev. e ampl. 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