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LESÕES CORPORAIS 
 
Lesões corporais dolosas: 
 
1. Lesões corporais dolosas leves: 
“Art. 129, caput — Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena — detenção de três meses a um ano.” 
 
➔ Tipo objetivo: 
É por exclusão que se conclui que uma lesão é de natureza leve, devendo ser assim 
considerada, portanto, aquela que não é grave nem gravíssima. Para que haja tipificação do 
crime de lesão corporal, o texto legal exige que o ato agressivo perpetrado contra a vítima 
tenha provocado ofensa em sua integridade corporal ou em sua saúde. 
● Ofensa à integridade corporal é o dano anatômico decorrente de uma 
agressão. Os casos mais comuns de lesão corporal são as escoriações, as 
equimoses, os cortes, as fraturas, as fissuras, os hematomas, as luxações, o 
rompimento de tendões ou ligamentos, as queimaduras etc. A dor, 
desacompanhada de alteração anatômica ou ofensa à saúde, não constitui 
lesão. 
● Ofensa à saúde abrange a provocação de perturbações fisiológicas ou 
mentais na vítima. Perturbação fisiológica é o desajuste no funcionamento de 
algum órgão ou sistema que compõe o corpo humano. Perturbação fisiológica 
é o desajuste no funcionamento de algum órgão ou sistema que compõe o 
corpo humano. 
 
ATENÇÃO: 
Princípio da insignificância: No crime de lesão corporal leve a doutrina e a jurisprudência 
têm aceitado a aplicação do princípio da insignificância para reconhecer a atipicidade da 
conduta quando a lesão for de tal forma irrisória que não justifique a movimentação da 
máquina judiciária, com os custos a ela inerentes. É o que ocorre quando alguém dá uma 
alfinetada em outra pessoa, causando a perda de poucas gotas de sangue. 
 
➔ Sujeitos ativo e passivo: 
Admite como sujeito ativo e passivo qualquer pessoa. A autolesão não constitui crime de 
lesões corporais. 
 
 
➔ Meios de execução: 
O crime pode ser praticado por ação ou por omissão. Trata-se de crime de ação livre. 
A provocação de várias lesões na vítima no mesmo contexto fático constitui delito único. 
Esse fator, todavia, deve ser levado em conta pelo juiz na aplicação da pena-base. 
 
➔ Consumação: 
No momento em que ocorre a ofensa à integridade corporal ou à saúde da vítima. 
 
➔ Tentativa: 
É possível, desde que se prove que o agente queria lesionar a vítima e não 
conseguiu. 
 
● Distinção entre a tentativa de lesões corporais e a contravenção de vias 
de fato (art. 21 da Lei das Contravenções Penais): Na tentativa, o agente 
quer lesionar a vítima e não consegue por circunstâncias alheias à sua 
vontade. Na contravenção, fica demonstrado que o agente, desde o início, 
não tinha a intenção de machucar a vítima. Se, por acaso, o agente quer 
cometer apenas a contravenção e, de forma não intencional, provoca lesões 
na vítima, responde por lesões culposas. Ex.: empurrão 
 
● Distinção entre tentativa de lesões corporais e o crime de periclitação da 
vida e da saúde do art. 132 do Código Penal: A diferença localiza-se 
também no dolo. Na tentativa, o agente, por circunstâncias alheias à sua 
vontade, não consegue concretizar a lesão que pretendia causar na vítima, 
enquanto no crime de perigo, a intenção é apenas de assustá-la, 
provocando-lhe situação de risco. Nesse sentido: “A conduta do agente que 
investe contra a vítima armado de instrumento hábil a produzir ferimentos, 
presente o dolo direto, não configura o delito de perigo para a vida, se, só por 
motivos alheios à vontade do réu, o resultado lesivo não se consuma. A 
hipótese é a da chamada tentativa branca de lesão corporal” 
 
➔ Elemento subjetivo: 
É o dolo, direto ou eventual. A intenção de lesionar, caracterizadora do dolo direto, é 
muito comumente referida como animus vulnerandi (intenção de ferir) ou animus laedendi 
(intenção de lesionar). 
 
IMPORTANTE: Existem inúmeros crimes no Código Penal e em leis especiais em que o 
emprego de violência física é elementar do delito, constituindo meio de execução da infração 
penal. É o que ocorre em crimes como roubo, extorsão, estupro, tortura etc. Como em 
nenhum dos tipos penais mencionados existe ressalva, dando autonomia ao crime de lesões 
corporais de natureza leve, a conclusão é de que, por ser meio de execução, fica absorvido. 
Assim, se o agente, durante um roubo ou estupro, causar lesão leve na vítima, ele responde 
só pelo crime-fim, ficando absorvidas as lesões leves, que, todavia, poderão ser levadas em 
conta pelo juiz na fixação da pena-base (art. 59 do CP). Concomitantemente, existem vários 
crimes cometidos com emprego de violência em que o texto legal expressamente ressalva a 
autonomia das lesões, de modo que, se, ao praticar o outro crime com emprego de 
violência, o agente causar também lesão leve na vítima, responderá pelos dois delitos. É o 
que ocorre em crimes como a injúria real, constrangimento ilegal, dano qualificado, 
resistência, exercício arbitrário das próprias razões etc. 
 
➔ Ação Penal: 
Desde o advento da Lei n. 9.099/95, a ação penal passou a ser pública condicionada 
à representação do ofendido ou, se incapaz, de seu representante legal (art. 88 da Lei n. 
9.099/95). Nas outras formas de lesão dolosa (grave, gravíssima e seguida de morte), a 
ação penal continua sendo pública incondicionada. 
 
➔ Observações: 
 
● Intervenções cirúrgicas: No caso de cirurgia de emergência, em que a 
necessidade da intervenção decorre da existência de risco para a vida do 
paciente, não haverá crime por parte do médico, mesmo que não exista 
consentimento do paciente ou de seus representantes legais, visto que, 
nesse caso, agiu ele acobertado pela excludente do estado de necessidade 
de terceiro (da própria pessoa submetida à cirurgia). Assim, se alguém chega 
acidentado em um hospital e, estando desacordado, o médico amputa sua 
perna para evitar mal maior, não responde por crime de lesão corporal. 
Mesmo que a vítima diga, posteriormente, que preferia ter morrido a ficar sem 
a perna, não se pode cogitar de punição ao médico, exceto se tiver havido 
erro de diagnóstico, quando responderá por lesão culposa. Em casos de 
cirurgia corretiva ou terapêutica, sem que haja situação de emergência, a 
operação só pode ser feita se houver prévia autorização. - EXERCÍCIO 
REGULAR DE DIREITO 
● Lesões esportivas: Em certos esportes em que a lesão é uma consequência 
normal de sua prática (boxe, lutas marciais), também não há crime em face 
do exercício regular de direito. Todos esses esportes são regulamentados e, 
desde que observadas as regras, o fato não constitui crime. Sempre que 
houver abuso intencional, todavia, o fato constituirá crime, ainda que ocorra 
durante a prática esportiva. O boxeador que morde a orelha do oponente, 
arrancando-lhe um pedaço, comete crime. 
● Consentimento da vítima: No que se refere a lesões de natureza leve, o 
prévio consentimento do ofendido, desde que capaz, exclui o crime. Com 
efeito, a partir do momento em que a lei estabeleceu que a ação penal só 
pode ser promovida se houver representação da vítima, tornou-se possível o 
seguinte raciocínio: se a vítima não consente na agressão, porém, 
posteriormente, deixa de oferecer representação, faz com que a punibilidade 
do agente seja extinta. Assim, por lógica, a prévia autorização impede o 
próprio surgimento do direito de punir do Estado. 
 
 
2. Lesões corporais dolosas graves: 
Estão previstas no art. 129, § 1º, do Código Penal e possuem pena de reclusão de 
um a cinco anos. Embora possua denominação própria — lesão grave —, é extremamente 
comum que doutrinadores e juízes a ela se refiram como lesão corporal qualificada. 
 
 
Art. 129, § 1º, I — Se resulta incapacidade para as ocupações habituais 
por mais de trinta dias. 
 
 
● Ocupações habituais: A atividade habitual a que se refere a lei é qualquer 
ocupação rotineira, do dia a dia da vítima, como andar, praticar esportes, 
alimentar-se, estudar, trabalhar etc. A incapacitação pode ser física ou mental.● Crime a prazo e sua comprovação: Apesar de ser necessário aguardar o decurso 
de referido prazo para que se tenha prova de que a incapacitação durou tanto tempo, 
o momento consumativo do crime é o da provocação das lesões. Em outras 
palavras, o crime se consuma no momento em que o agente provoca as lesões que 
incapacitam a vítima por mais de trinta dias, e não no trigésimo primeiro dia após a 
agressão. A prescrição começa a correr, portanto, da data da agressão. 
O Código de Processo Penal, em seu art. 168, § 2º, exige, para a 
comprovação do decurso desse prazo, a realização de um exame complementar, 
após o trigésimo dia, para que o médico legista constate e declare que a vítima 
continua incapacitada. Assim, não basta que, no dia da agressão, no exame inicial, o 
médico faça uma previsão de que o quadro de incapacitação não reverterá em 
menos de trinta e um dias. Esse prognóstico não tem valor porque a medicina não é 
ciência exata, de modo que o organismo da vítima pode reverter a incapacitação 
antes do tempo previsto. A vítima só poderá comparecer após o prazo legal nos 
casos em que antes dos 30 dias já estiver recuperada ou se ainda estiver 
incapacitada, ex: vitima compareceu seis meses após a agressão e esta ainda está 
incapacitada. 
O art. 168, § 3º, do Código de Processo Penal, dispõe que “a falta de exame 
complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal”. 
 
 
Art. 129, § 1º, II — Se resulta perigo de vida. 
 
● Perigo de vida e sua demonstração: Perigo de vida é a possibilidade grave e 
imediata de morte. Deve ser um perigo efetivo, concreto, comprovado por perícia 
médica, devendo o legista especificar exatamente em que consistiu o perigo sofrido. 
Não basta, portanto, que o médico perito diga que houve perigo de vida; ele deve 
descrever precisamente em que consistiu. Ex.: grande perda de sangue que 
provocou choque hemorrágico, ferimento em órgão vital, necessidade de cirurgia de 
emergência, etc. A falta dessa descrição é a maior causa de desclassificações para 
crime de lesão leve. 
 O perigo de vida a que a lei se refere na figura qualificada da lesão corporal é 
aquele que decorre da gravidade das lesões, apuráveis mediante perícia médica, e 
não aquele que decorre do fato em si. Dessa forma, se um soco causa um pequeno 
corte na boca da vítima (lesão leve), mas, em razão do impacto, a vítima dá um 
passo para trás e quase é atropelada por um ônibus que passa pelo local, a lesão 
não é considerada grave pelo perigo de vida. 
 Assim, para que seja reconhecido o crime de lesão grave pelo perigo de vida, 
é necessário que haja laudo pericial declarando a existência do perigo e que, no 
caso concreto, se conclua que o agente não quis matar a vítima. Em outras palavras, 
a referida modalidade de lesão grave é exclusivamente preterdolosa, exigindo dolo 
de lesionar e culpa em relação ao perigo de vida. 
 
Art. 129, § 1º, III — Se resulta debilidade permanente de membro, sentido 
ou função. 
 
● Redução ou enfraquecimento na capacidade de utilização do membro (braços ou 
pernas), sentido ou função, que, todavia, mantém em parte sua capacidade 
funcional. Se houver perda ou inutilização de membro, sentido ou função, a lesão 
será considerada gravíssima (art. 129, § 2º, III). É necessário que haja um 
prognóstico médico no sentido de que a debilidade é irreversível. Configuram a lesão 
grave situações em que a vítima continua a enxergar ou ouvir, mas com uma 
redução de 20% ou 30%, por exemplo, na respectiva capacidade. 
 
 
Art. 129, § 1º, IV — Se resulta aceleração do parto. 
 
● A tipificação desta figura pressupõe que o agente saiba da gravidez, pois, caso 
contrário, haveria responsabilidade objetiva. Ademais, trata-se de modalidade 
estritamente preterdolosa, em que o agente tem apenas dolo de lesionar e, 
culposamente, causa o nascimento prematuro. 
 
 
3. Lesões corporais dolosas gravíssimas: 
 
 
Art. 129, § 2º, I — Se resulta incapacidade permanente para o trabalho. 
 
● Tendo em vista o texto legal referir-se à palavra “trabalho”, sem fazer qualquer tipo 
de ressalva, conclui-se que a incapacitação que torna gravíssima a lesão corporal é 
aquela que impede a vítima de exercer o trabalho em geral. Exige-se, portanto, a 
incapacitação genérica e não específica em relação ao trabalho antes exercido pela 
vítima. Assim, se alguém ganhava a vida como violinista profissional e a agressão 
lhe causou diminuição na agilidade de uma das mãos, impossibilitando-o de 
continuar na profissão de músico, mas a perícia constata que ele pode exercer 
diversas outras funções: advogado, ator, vendedor, motorista etc., a lesão não será 
considerada gravíssima, mas meramente grave 
 
 
Art. 129, § 2º, II — Se resulta enfermidade incurável. 
 
● É a alteração permanente da saúde da vítima por processo patológico, a transmissão 
ou provocação intencional de uma moléstia para a qual não existe cura no estágio 
atual da medicina. 
“A transmissão da AIDS, pelo coito ou transfusão, enquanto não ocorre a morte da vítima, é 
crime de lesão corporal grave (gravíssima em verdade), que pode ser integrado por dolo 
direto ou eventual”. Este também o entendimento adotado pelo Superior Tribunal de Justiça 
no julgamento do HC 160.982/DF — Rel. Min. Laurita Vaz — 5ª Turma — julgado em 
17-5-2012 — DJe 28-5-2012. 
 
 
Art. 129, § 2º, III — Se resulta perda ou inutilização de membro, sentido ou 
função. 
 
 
Art. 129, § 2º, IV — Se resulta deformidade permanente. 
 
● A configuração desta qualificadora pressupõe os seguintes requisitos: a) que se trate 
de dano estético; b) que o dano seja de certa monta (necessidade de que o dano 
estético tenha certa proporção, a ponto de provocar razoável diminuição de beleza); 
c) que seja permanente; d) que seja visível; e) que seja capaz de provocar impressão 
vexatória. 
 
 
Art. 129, § 2º, V — Se resulta aborto. 
 
● O aborto deve ter sido consequência culposa do ato agressivo. Com efeito, a lesão 
gravíssima em análise é exclusivamente preterdolosa, pressupondo dolo na lesão e 
culpa no aborto, na medida em que, se o agente atua com dolo em relação à 
provocação do aborto, responde por crime mais grave, de aborto sem o 
consentimento da gestante (art. 125 do CP). O agente deve saber que a vítima está 
grávida para que não ocorra punição decorrente de responsabilidade objetiva. 
 
 
Lesões corporais seguidas de morte: 
 
Art. 129, § 3º — Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o 
agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: 
 
Pena — reclusão, de quatro a doze anos. 
 
O crime de lesão seguida de morte pressupõe que haja prova de que o agente queria 
lesionar a vítima e que, em nenhum momento, ele quis ou assumiu o risco de causar sua 
morte, provocando-a por mera culpa. É que, se ficar demonstrada a existência de dolo, 
direto ou eventual, em relação ao resultado morte, estará caracterizado homicídio doloso. As 
lesões seguidas de morte, por serem crime exclusivamente preterdoloso, são incompatíveis 
com a figura da tentativa. 
 
 
Lesão corporal privilegiada: 
 
Art. 129, § 4º — Se o agente comete o crime impelido por motivo de 
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo 
em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 
um sexto a um terço 
 
O privilégio é aplicável a todas as formas de lesão dolosa — leve, grave, gravíssima 
e seguida de morte — mas não incide sobre a lesão culposa. 
 
● Lesões leves privilegiadas: 
 
Art. 129, § 5º — O Juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir 
a pena de detenção por multa: 
 
I — se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior. 
 
II — se as lesões são recíprocas. 
 
Verifica-se que o juiz tem duas opções quando se trata de lesão leve privilegiada: 
pode reduzir a pena de um sexto a um terço baseado no § 4º, ou substituir a pena por multa 
com base no § 5º. - Pode seraplicada também em casos de lesões corporais culposas. 
A premissa para a aplicação do presente dispositivo é que duas pessoas tenham 
cometido crime de lesão corporal leve, uma contra a outra. Isso não ocorre, por exemplo, 
quando se prova que uma delas tomou a iniciativa da agressão e que a outra, ao se 
defender, acabou causando também lesão leve na primeira. Nesse caso, só há crime de 
lesão corporal por parte de quem iniciou a agressão, estando o outro em legítima defesa. 
 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA: 
 
Art. 129, § 7º — Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer 
das hipóteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste Código. 
____________________________________________________________ 
Art. 121, §4º — A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada 
por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo 
real. 
Art. 121, §6 — Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão 
corporal de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 
(quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, 
não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por 
qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente 
pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código. 
 
 
Lesões corporais contra policiais ou integrantes das Forças Armadas ou seus 
familiares: 
 
Art. 129, § 12 — Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente 
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do 
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício 
da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou 
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena 
é aumentada de um a dois terços. 
 
É pressuposto da causa de aumento que a vítima esteja no exercício de suas 
funções no momento do delito ou que este tenha sido cometido em decorrência delas. Quem 
agride policial que está de folga em razão, por exemplo, de uma discussão de trânsito não 
incorre na causa de aumento. 
 
 
Lesão corporal culposa: 
 
Art. 129, § 6º — Se a lesão é culposa: 
 
Pena — detenção, de dois meses a um ano. 
 
O crime de lesões corporais culposas possui a mesma dinâmica do homicídio 
culposo, ou seja, o agente não quer e não assume o risco de provocar a morte, mas a ela dá 
causa por imprudência, negligência ou imperícia. 
 
Violência doméstica: 
 
Art. 129, § 9º — Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, 
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, 
ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de 
coabitação ou de hospitalidade: (se for homem) 
 
Pena — detenção, de três meses a três anos. 
 
§ 13 — Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do 
sexo feminino, nos termos do § 2º- A do art. 121 deste Código: (se for 
mulher) 
 
Pena — reclusão, de um a 4 quatro anos. 
 
§ 10 — Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as 
circunstâncias são as indicadas no § 9º deste artigo, a pena aumenta-se de 
um terço. 
 
§ 11 — Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um 
terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (O 
dispositivo abrange a deficiência física e a mental.) 
 
Não se trata, porém, de um delito autônomo, já que não contém uma conduta típica 
específica, mas apenas a previsão de uma pena maior quando a lesão corporal tiver como 
vítima uma das pessoas elencadas no texto legal ou for praticada em uma das 
circunstâncias nele elencadas. 
Entende-se que a pena disposta nos § 9º e 13 são para casos de lesões corporais 
leves. Nos casos de lesões corporais graves, gravíssimas e seguidas de morte aplica-se a 
pena prevista com o aumento de um terço, conforme o § 10.

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