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ATPS DIRETO DO TRABALHO II

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FACULDADE ANHANGUERA DO RIO GRANDE
CURSO SUPERIOR DE DIREITO
 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO II
PROFESSORA: LUCIANA DOMBKOWITSCH
ALUNAS:
CHARLYENE MACEDO PIRES - R.A: 9088456771
KELI DA C. MOREIRA RA: 2983561756 
RIO GRANDE – RS
SETEMBRO DE 2015
Introdução
As presentes etapas desta ATPS, 1 e 2, visam propiciar um aprendizado mais aprofundado acerca dos conceitos da Jornada de Trabalho, Intervalos para descanso, Descanso semanal remunerado, assim como o Trabalho da mulher e Trabalho da Criança e do Adolescente, suas formas e aplicação prática por meio de análises doutrinárias e jurisprudenciais. Assim sendo, apresentaremos acórdãos encontrados nos sites dos Tribunais, a fim de relacionar os conceitos aprendidos com nosso cotidiano.
ETAPA 1: Jornada de Trabalho. Intervalos para Descanso. Descanso Semanal Remunerado.
Quais os limites que devem ser respeitados no tocante à jornada de trabalho? No caso de trabalho em ambiente insalubre, há alguma diferença?
A limitação da jornada de trabalho, por meio de normas jurídicas estabelecidas pelo Estado, atende a uma necessidade de integridade e harmonia física, psíquica e psicológica do trabalhador, sendo essencial na concretização do mandamento fundamental de dignidade da pessoa humana.
Quando se fala em jornada de trabalho, entende-se o número de horas diárias de trabalho, ou seja, montante de horas de trabalho em um dia. Na realidade, são computados na jornada de trabalho não só o tempo efetivamente trabalhado, mas também o tempo à disposição do empregador. 
A jornada de trabalho é uma das condições de trabalho de grande importância na relação jurídica de emprego, a qual, como estudado anteriormente, apresenta natureza contratual, por se reportar ao gênero de trabalho, sendo possível convencionar a respeito no âmbito das condições do contrato de trabalho, desde que observadas às garantias e normas de proteção trabalhista (art. 444 da CLT). 
Art. 444 (CLT) – As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 7, Inciso XIII, prevê a duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.
O inciso XIV, desse mesmo art. 7º da Constituição de 1988, também versa sobre jornada de trabalho, assim dispondo: “jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva.” 
Na Consolidação das Leis do Trabalho, a jornada de trabalho é regulada no art. 58 a 65.
Art. 58 (CLT) - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite. 
§ 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. 
§ 2º O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução.
O artigo 189 da CLT estabelece que:
Art. 189 (CLT) – Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e o tempo de exposição aos seus efeitos.
De acordo com o artigo 60 da CLT, nas atividades insalubres, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene de trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em atendimento para tal fim e de acordo com o artigo 61 da CLT poderá a duração do trabalho exceder do limite legal.
O processo de número 0000125-67.2014.5.04.0251 (RO), cuja ementa segue transcrita abaixo, discorre sobre esses dois conceitos: trata, em seu desenvolvimento, do intervalo intrajornada.
INTERVALO INTRAJORNADA. APLICAÇÃO DO ART. 58, § 1°, DA CLT. A supressão de ínfimos minutos do intervalo intrajornada mínimo legal de 01 hora não frusta a finalidade da regra vertida no art. 71 da clt. Aplica-se, por analogia, a regra do art. 58, §1º, da clt, que estipula o limite de tolerância de 10 minutos.
Processo Nº 0000125-67.2014.5.04.0251. Tribunal Regional do Trabalho da 4° Região. Julgamento em 03/09/2015. 11ª Turma. Relator: Ricardo Hofmeister De Almeida Martins Costa.
	É um caso no qual a reclamada pretende afastar a condenação ao pagamento de adicional de insalubridade e horas extras referentes ao intervalo intrajornada e ao intervalo previsto no art. 384 da CLT. 
A reclamante busca a reforma da decisão quanto às horas extras e à base de cálculo do adicional de insalubridade.
Com contrarrazões da reclamada, os autos são remetidos ao Tribunal para julgamento. 
Contudo, de acordo com o Relator Ricardo Hofmeister de Almeida Martins Costa , a sentença deferiu à reclamante uma hora de intervalo intrajornada, com o acréscimo de 50%, nos dias em que a trabalhadora não usufruiu ou usufruiu apenas parcialmente o período para descanso e alimentação. 
A reclamada requer que, na apuração das horas extras decorrentes da concessão irregular do intervalo intrajornada, seja considerado devido apenas o tempo faltante para completar o período de repouso legalmente previsto, e observado o critério de tolerância estabelecido no art. 58, § 1°, da CLT, sob pena de enriquecimento ilícito da reclamante. 
Nos termos do art. 71, § 4º, da CLT e da Súmula 437, I, do TST, a concessão parcial do intervalo intrajornada implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração. 
Por outro lado, esta Turma Julgadora entende que a supressão de ínfimos minutos do intervalo intrajornada mínimo legal de 01 hora não frusta a finalidade da regra vertida no art. 71 da CLT. Tem-se aplicado, por analogia, o art. 58, §1º, da CLT, que estipula o limite de tolerância de 10 minutos, considerando-se parcialmente fruído o intervalo inferior a 50 minutos.
A condenação imposta em sentença refere-se exclusivamente aos dias de jornada superior a 6 horas, incluindo os plantões. Os cartões ponto juntados aos autos (fls. 53-57) demonstram que, em algumas destas oportunidades, não houve assinalação do período de repouso (a exemplo do dia 14/08/2012- fl. 53), considerando-se o intervalo não fruído, e que, em outras, o tempo de descanso foi inferior a 50 minutos (como no dia 06/01/2013, em que a reclamante gozou de 40 minutos a este título- fl. 55). Em diversos outros dias, contudo, houve supressão de pouquíssimos minutos do intervalo, o que justifica a aplicação do entendimento da Turma. 
Desse modo, deram provimento parcial ao recurso, para determinar que, na apuração das horas extras decorrentes da não concessão do intervalo intrajornada mínimo legal, seja observado o disposto no art. 58, § 1°, da CLT, só se considerando irregularmente fruído o intervalo inferior a 50 minutos ou não registrado nos cartões ponto. 
2. Banco de horas: é possível a fixação por acordo individual? O acordo instituído por negociação coletiva encontra limites?Não é possível a fixação por acordo individual somente por acordo coletivo. Uma das ferramentas utilizadas na administração da jornada de trabalho é a modalidade de compensação de horas denominada banco de horas.
Para Alice Monteiro de Barros (2008, p. 670), esse sistema permite que:
(…) por acordo ou convenção coletiva, a compensação do excesso de horas trabalhadas em um dia pela correspondente diminuição em outro dia, de modo que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho, tampouco ultrapasse o limite de 10 horas por dia.
Tal prática permite que a empresa planeje o tempo dos empregados à sua disposição, eliminando horas pouco produtivas, aumentando sua capacidade de produção em horários de pico, reduzindo, assim, seus custos.
O banco de horas, contudo, possui certos requisitos de validade previstos na legislação brasileira concernentes a sua forma, ao período máximo de compensação e ao limite de horas extras, além de possuir outras formalidades em determinadas condições especiais de trabalho.
Visando a sanar algumas das divergências doutrinárias e jurisprudenciais acerca dos requisitos de validade da modalidade de compensação denominada Banco de Horas, o Tribunal Superior do Trabalho – TST inseriu essa temática na pauta da jornada de revisão de suas Súmulas e Orientações Jurisprudenciais. De fato, em 24 de maio de 2011 anunciou a aprovação de novas Súmulas e alterações no entendimento de determinadas matérias trabalhistas.
Nessa revisão, procedeu à inclusão do item V na Súmula nº 85 daquela corte que tratava, na sua redação original, acerca da compensação de jornada, de forma genérica. A alteração fez constar expressamente que a referida Súmula não se aplica à modalidade de compensação denominada banco de horas, a qual deve ser necessariamente pactuada mediante negociação coletiva.
Sanou-se um dissenso substancial que pautava a temática: impossibilidade de pactuação do banco de horas mediante acordo individual. No entanto, tal alteração não define quais as conseqüências decorrentes da declaração de nulidade do banco horas.
Assim, pode-se dizer que a redação do item V da Súmula nº 85 do TST não foi a mais precisa. O TST formulou uma negativa ao dispor que essa súmula não se aplica ao banco de horas, mas restringiu a negação com o intuito de deixar expresso que essa modalidade de compensação deve ser instituída por negociação coletiva. Com a alteração, não restou evidente, por exemplo, como deverá ser feito o pagamento de horas extras em caso de prestação habitual de horas extraordinárias. Tal procedimento pode suscitar dúvidas no meio empresarial, que antes se deparava com decisões judiciais que aplicavam a Súmula nº 85 ao julgar aspectos referentes à invalidade do banco de horas.
Pretende-se, assim, analisar as principais diferenças existentes entre a tradicional compensação de jornada e o sistema denominado banco de horas, indicando-se também a atual tendência jurisprudencial no tocante à forma de remuneração das horas extras laborados quando declarada a nulidade do sistema de compensação denominado banco de horas.
O acordo constituído possui limites, não poderá ser ultrapassado o limite máximo de 10 (dez) horas diária. 
O processo de número 0000399-53.2014.5.04.0761 (RO), cuja ementa segue transcrita abaixo, discorre sobre esses dois conceitos: trata, em seu desenvolvimento, do banco de horas.
HORAS EXTRAS. INVALIDADE DO REGIME DE COMPENSAÇÃO DE HORAS. ENTE PÚBLICO. A inexistência de autorização individual para instituição de regime compensatório, a prestação habitual de horas extras e o fato de o reclamante realizar atividade insalubre, sem a observância do disposto no art. 60 da clt, acarretam a invalidade da compensação de horário, adotada na modalidade semanal. Devido o pagamento do adicional extraordinário em relação às horas destinadas à compensação semanal. Dicção da súmula nº 85, incisos i, iv e v, do TST. Processo Nº 0000399-53.2014.5.04.0761. Tribunal Regional do Trabalho da 4° Região. Julgamento em 03/09/2015. 4ª Turma. Relator: George Achutti.
	Inconformado com a sentença das fls. 71-74, complementada em sede de embargos de declaração à fl. 80, recorre ordinariamente o reclamado às fls. 85-87.
Pretende a reforma da decisão no que o condenou ao pagamento de horas extras.
Com contrarrazões do reclamante às fls. 92-93, sobem os autos ao Tribunal.
O Ministério Público do Trabalho, no parecer das fls. 98-99, opina pelo prosseguimento do feito na forma da lei, ressalvando a possibilidade de manifestação posterior, vindo os autos conclusos, após, ao efeito de julgamento do apelo. 
A sentença reconheceu a invalidade do regime compensatório semanal e condenou o reclamado ao pagamento do adicional de horas extras sobre aquelas destinadas à compensação, além da 8ª diária até o limite de 44h semanais, nos termos da Súmula nº 85 do TST, em parcelas vencidas e vincendas, enquanto perdurar a situação, com reflexos.
O reclamado busca sua absolvição. Alega que o Município não participa de convenção coletiva, assim como não necessita de autorização do Ministério Público do Trabalho para implementar o regime de compensação. Aduz a existência de acordo individual tácito para a compensação de jornada, porquanto o empregado labora no mesmo horário desde o início do contrato de trabalho sem nunca ter se insurgido. Sustenta que o art. 7º, XIII, da CF não condiciona a validade do regime de compensação à não realização de jornada suplementar, colidindo a Súmula nº 85 do TST com a norma constitucional. Sendo válida a compensação semanal de jornada, entende que não há falar no pagamento de horas extras. Requer, por cautela, caso mantida a condenação, seja limitada apenas ao adicional extraordinário, porquanto o valor da hora de trabalho já restou remunerado. Pugna, ainda, pela compensação das horas extras já adimplidas com adicional de 50 e 100%, e pela aplicação do art. 58, § 1º, da CLT.
O reclamante foi admitido para o cargo de operador de máquinas, pelo regime celetista, em 03.3.1980, permanecendo ativo seu contrato de trabalho até o momento.
Considerando a data de ajuizamento da ação (11.4.2014), o Juízo de origem declarou a prescrição de todas as parcelas exigíveis até 11.4.2009, nos termos dos artigos 7º, inc. XXIX, da CF e 11 da CLT (fl. 71).
É incontroverso o pagamento de adicional de insalubridade ao reclamante (fichas financeiras, fls. 34-48), bem como sua contratação para laborar 44h semanais, de segunda a sexta-feira (fl. 29).
A Súmula nº 85 do TST dispõe sobre a possibilidade da adoção pelo empregador de regime de compensação de jornada semanal, determinando em seu inciso I que este somente será válido se ajustado por acordo individual ou coletivo, sempre por escrito.
Ainda que, no caso, inexigível negociação coletiva (o reclamado se trata de ente público, integrante da Administração Direta), a par da inexistência de autorização individual, as fichas financeiras (fls. 34-48) comprovam que o reclamante prestava horas extras de forma habitual, situação na qual é inviável reconhecer a validade de acordo de compensação de horas, a teor do entendimento jurisprudencial consagrado no inc. IV da Súmula nº 85 do TST:
"IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário."
Ademais, é incontroverso que o reclamante realizava atividade insalubre (em virtude da qual recebia o correspondente adicional de insalubridade, fls. 34-48).
Reformulando entendimento que vinha adotando, após o cancelamento da Súmula nº 349 do TST, passo a decidir, por política judiciária, no sentido de que emerge a necessidade do atendimento de dois requisitos para a validade do regime compensatório em atividade insalubre, quais sejam, a prévia licença da autoridade competente em matéria de higiene do trabalho,expressamente prevista no art. 60 da CLT, norma de ordem pública, e a pactuação em norma coletiva, conforme impõe o art. 7º, XIII, da Constituição Federal.
No presente caso, como não há prova da observância do disposto no art. 60 da CLT, exsurge daí mais uma razão para declarar inválido o regime compensatório adotado e condenar o reclamado ao pagamento de horas extras.
Foi destacado que, nos termos da Súmula nº 85, inc. III, o Juízo de origem condenou o reclamado ao pagamento apenas do adicional extraordinário sobre as horas irregularmente compensadas, carecendo de objeto o recurso do reclamado no tocante a tal aspecto.
Por fim, filiou-se ao entendimento do Magistrado de origem de que descabe o abatimento de valores pagos a mesmo título ou a aplicação do art. 58, § 1º, considerando o pedido da exordial, que é reconhecer como extras os 48min trabalhados de segunda a sexta-feira, que excedem a jornada de 8h. Ademais, não foram trazidos aos autos os cartõe-ponto do autor, o que impossibilita a dedução pretendida pelo réu.
Negou provimento.
3. É possível a fixação de jornada de 12 horas de trabalho? Em quais circunstâncias?
Sim. De acordo com o art. 61 §2, nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a remuneração da hora excedente não será inferior à da hora normal. Nos demais casos de excesso previstos neste artigo, a remuneração será, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora normal, e o trabalho não poderá exceder de 12 (doze) horas, desde que a lei não fixe expressamente outro limite.
O processo de número 0000477-76.2013.5.04.0601 (RO), cuja ementa segue transcrita abaixo, discorre sobre esses dois conceitos: trata, em seu desenvolvimento, da jornada compensatória, regime de 12 por 36.
JORNADA COMPENSATÓRIA. REGIME DE  DOZE HORAS DE TRABALHO POR TRINTA E SEIS HORAS DE DESCANSO.
Válido e produtor de todos os seus efeitos o estabelecimento de  jornada compensatória de trabalho de doze horas por trinta e seis horas de descanso (12 x 36) por prevista em normatização coletiva. Aplicação da súmula nº 444 do TST.
Processo Nº 0000477-76.2013.5.04.0601. Tribunal Regional do Trabalho da 4° Região. Julgamento em 07/10/2014. 10ª Turma. Relatora: Vania Mattos.
A ré interpõe recurso ordinário às fls. 371v.-5v. contra a sentença às fls. 359-68, no que tange às horas extras e adicional noturno, sob as teses de ser válida e produtora dos seus efeitos a jornada compensatória de doze horas de trabalho por trinta e seis horas de descanso e de que não caracterizada a prorrogação de jornada por não cumprida integralmente no período noturno. Requer a exclusão da condenação ao pagamento de honorários assistenciais.
Há contrarrazões do autor às fls. 382-4.
Há invalidação do regime de compensação de doze horas de trabalho por trinta e seis horas de descanso, por ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias trabalhadas e por afronta ao artigo 58, § 1º, da CLT, e condena ao pagamento de horas extras excedentes de doze horas diárias ou cento e noventa horas e quarenta minutos mensais, observada a prescrição pronunciada.
A ré investe contra a sentença sob a tese de ser válido e produtor dos seus efeitos a jornada compensatória adotada, na forma do artigo 7º, XIII, XIV e XXVI, da Constituição Federal. Requer a exclusão da condenação.
O demandante, contratado em 26.NOV.2002 e despedido em 13.ABR.2013, prestou serviços de vigilante durante todo o período imprescrito, em regime de doze horas de trabalho por trinta e seis horas de descanso (12 x 36), autorizado nas normas coletivas (cláusula décima oitava, fl. 218, por exemplo), em jornadas das 19h00min às 07h00min.
Em que pese o regime compensatório adotado extrapole o limite de dez horas legalmente estabelecido e não obstante os limites impostos à negociação coletiva com relação às normas relativas à saúde e higiene do empregado, no caso, dadas as características do sistema, admite-se a prorrogação realizada quando fundamentada em norma coletiva. Isso porque o elastecimento da jornada tem extensão fixa e é compensado por um período maior de horas consecutivas de descanso, cujo resultado também resulta em uma menor carga horária trabalhada ao final do mês, de modo que, além de contemplar os interesses do empregador, o regime se mostra benéfico aos empregados das diversas categorias que historicamente o adotam.
Deve-se considerar, ainda, que nada impede que a categoria profissional restabeleça os referidos limites, desde que previsto em norma coletiva, o que efetivamente não é o caso.
E, considerando todos os minutos anotados, verifico que os registros de horários (fls. 53-99), não impugnados, retratam ao longo do período contratual a observância da norma legal, não havendo horas extras a serem apuradas mediante esse critério.
Diante de tais peculiaridades, o regime mencionado é plenamente válido quando justificado pela vontade coletiva, como ocorre no caso. Nesse mesmo sentido consta o expresso na Súmula Nº 444 do TST.
Nesses termos, observados os limites da sentença, dou provimento ao recurso da ré para excluir da condenação o pagamento de horas extras e reflexos.
Por unanimidade, 	FOI DADO PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO ORDINÁRIO para excluir da condenação o pagamento de horas extras e reflexos.
ETAPA 2: Trabalho da Mulher. Trabalho da Criança e do Adolescente.
1. A legislação brasileira traz normas que só se aplicam ao trabalho da mulher? Em caso positivo, isto fere o princípio constitucional da isonomia? Justificar.
A necessidade de proteção ao trabalho tornou-se evidente, sendo objeto de regulamentação por vários organismos internacionais, que influenciavam sobremaneira a legislação trabalhista brasileira, especialmente no capítulo alusivo ao trabalho da mulher presente em nossa Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Referidas normas vieram, a seu tempo, equilibrar uma relação absolutamente desproporcional existente entre os trabalhos masculino e feminino, introduzindo elementos de discriminação de modo a trazer paridade a relação entre os sexos.
O trabalho da mulher sempre foi cercado de especificidades, em virtude do tratamento e do papel desempenhado por esta na sociedade ao longo dos séculos. Em virtude disso, a Consolidação das Leis do Trabalho, Decreto-Lei nº 5.452/1943, trouxe um capítulo (Capítulo III, no Título III, apenas deste capítulo não se encontram mais adequadas à concepção de igualdade disciplinada na nossa Constituição de 1988, estando muitas delas revogadas.
Quais são as principais proteções para os menores na CLT?
O trabalhador menor ganhou proteção legal para o desempenho de suas atividades, razão que lhe assiste por se encontrar num processo de amadurecimento físico, mental, moral, espiritual e social, não podendo existir ou coexistir funções que possa desempenhar e ver prejudicado esse processo. È cediço que o trabalho desenvolve parte daquilo que transformará o menor, mas como todo desenvolvimento, se mal conduzido, pode trazer desvios não favoráveis ao próprio menor em fase de aprendizagem.
    	A proteção ao trabalho do menor não se verifica de tão longa data, sendo certo que a literatura em geral apenas destaca o período do século XVII e XVIII, que em contrapartida ao tempo da humanidade e dos claros sinais de civilização, já se usava o trabalho do menor.
No cenário mundial destaca-se a proteção ao menor nos Países como Inglaterra (1802), na França (1813), na Alemanha (1869), na Itália (1886), todos cuidando em reduzir a força de trabalho despendida pelo menor, onde se registra redução de jornadas de 16 horas para 12 horas, ou ainda fixando idade mínima de trabalho, como na França idade mínima de 8 anos, na Inglaterra, 9 anos. Também podemos ver que a proteção restringia-se à atividade que era desenvolvida pelo menor, como naquelas onde o exercício era demasiadamente pesado, a exemplo das minas de carvão.
 	Foi com a Organização Internacional do Trabalho – OIT – que temos a expansão do ideal de proteção ao menor, a qual, dentre outros fatores, passou a recomendar emsuas convenções diversas formas diferenciadas a ser dada ao menor, tal como a diminuição da idade, restrição do trabalho em indústria e proibição do trabalho noturno.
Essa preocupação em garantir ao menor trabalho sem risco  ao seu desenvolvimento, foi abraçada pelo Brasil como causa a ser seguida. País com franca atividade na agricultura, onde a mão de obra do menor sempre foi explorada  - e ainda é, e muito – visou a legislação brasileira tutelar as condições mínima de segurança e exigência do trabalhador menor.
 	No âmbito nacional temos seu ponto mais acentuado na Constituição Federal de  1934, quando definiu critérios básicos de proteção, tais como:
a.       proibição ao trabalhador menor de 14 anos;
b.      proibição ao trabalhador menor de 16 anos no período noturno;
c.       proibição ao trabalhador menor de 18 anos em atividades insalubres.
 	Não podemos deixar de registrar que nessa época – 1934 - não existia a atual Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT, a qual foi promulgado em 1943, onde se utilizavam os volumes das leis esparsas existentes.
As demais Constituições 1937, 1946 e 1967 também deram tratamento diferenciado ao menor, garantindo o princípio da proteção, mas em especial a Constituição de 1988 art. 7º Inciso XXXIII e art. 227º § 3º Inciso I e o Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei 8.069/90, as quais se encontram em vigor, foram determinantes às novas interpretações de proteção ao trabalhador menor.
Atualmente temos sua fundamentação legal instituída na CLT arts. 402 a 441 , com alterações introduzidas pela Lei 10.097/2000 e Decreto 5.598/2005.
BIBLIOGRAFIA
SILVA, Roberta Pappen da. Alguns apontamentos relevantes sobre banco de horas no Direito do Trabalho. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 916, 5 jan.2006 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/7727>. Acesso em: 10/09/2015.
Tribunal Regional do Trabalho da 4ª região: Disponível em: http://www.trt4.jus.br/portal/portal/trt4/consultas/ Acessado em 10/09/2015.
PROFESSOR TRABALHISTA- Disponível em: <http://www.professortrabalhista.adv.br/jornada_de_trabalho.html> Acessado em 10/09/2015.
ADVOGADOS – Disponível em: <http://www.cam-adv.com.br/site/a-alteracao-da-sumula-no-85-do-tst-e-a-forma-de-remuneracao-das-horas-extraordinarias-em-decorrencia-da-declaracao-de-nulidade-do-banco-de-horas> Acessado em 16/09/2015.

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