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6ª Aula D Processual Civil II 1709

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2º Semestre 6º Termo
Direito Processual Civil II
6ª Aula 17/09
Requisitos do Titulo Executivo
Disse que o titulo executivo tem que ser liquido certo e exigivel sendo considerado seus requisitos a certeza a liquidez e a exigibilidade. Em verdade, não é o titulo que deve ser liquido certo e exigivel, mas sim a obrigação que ele representa em que deve ser dotada de liquidez certeza e exigibilidade. Nesse sentido o artigo 586 estabelece que a execução para cobrança de credito fundar-se a sempre em titulo de obrigação certa liquida certa e exigivel.
Certeza como Requisito do Titulo da Obrigação
Significa a certeza em abstrato quanto a existêcia do debito bem como que o titulo se encontra formalmente em ordem. A certeza é considerada em abstrato e não em concreto uma vez que o devedor pode demonstrar no curso da execução que a divida não existe ou mesmo que já se extinguiu.
Liquidez
Significa a quantidade de bens que constitui com o objeto da obrigação ou seja é o quantum debeatur ou seja o quanto é devido. Os titutol executivos extrajudiciais sempre são liquidos. Já os titulos executivos judiciais podem ser liquidos ou iliquidos.
Exigibilidade
Significa a possibilidade de se ingressar em juizo com a ação de execução por que a obrigação esta vencida, não se sujeitando a termo ou condição.
Titulos Executivos Judiciais
Os titulos executivos judiciais são aqueles que decorrem do exercício da jurisdição e que se encontram previstos no artigo 475-N, CPC:
Inciso I:Sentença Condenatoria no processo civil;
Somente são considerados titulos executivos judiciais aqueles decorrentes de uma sentença condenatória, seja ela de condenação em certa quantia de condenação em obrigação de fazer de condenação em obrigação de não fazer ou de condenação em entrega certa coisa.
As sentenças declaratória e constitutivas não são titulos executivos judiciais porque não condenam o réu em nenhuma prestação e também porque produzem efeito por si só.
Inciso II: Sentença penal condenatoria transitada em julgado;
Em razão do principio da presunção de inocencia previsto no inciso 57 do artigo 5º da CF, enquanto a sentença penal condenatoria não transitar em julgado ela não poderá ser executada no juizo civel. A execução dessa sentença penal condenatoria no juizo civel esta relacionada aos prejuizos sofridos pela vitima que também poderão abranger uma obrigação de restituir de fazer ou de não fazer. O credor desse titulo executivo será o ofendido ou seu representante legal eo devedor será o condenado.
O ofendido ou seu representante legal poderão propor uma ação civil de conhecimento codenatorio, enquanto tramita a ação penal. Essa ação civil poderá ser suspensa pelo juiz até o tramite final da ação penal. (artigo 110 CPC). Na hipótese de a ação civil esta tramitando e sobrevier sentença penal condenatoria transita em julgado, o processo de conhecimento poderá ser extinto por falta de interesse superveniente (Carência superveniente) ou poderá proceguir apenas para apurar o quantum debeatur ou seja a extenção do valor dos danos.
Na hipótese de se tratar sentença penal absolutória essa fará coisa julgada na esfera civel conforme a sua fundamentação. Nesse sentido impede-se a propositura da ação civil quando a absolvição for fundamentada na inexistencia do fato ou na negativa de autoria. De outro lado não impede o ajuizamento da ação civil quando a absolvição for fundamentada na insulficiencia de provas, caso o fato o fato não constitua crime ou diante da inexistência de culpa criminal.
Inciso III: Sentença Homologatória de Consiliação ou de Transação
Existe uma distinção entre a transação e a consiliação, pois esta conciliação decorre da iniciativa do juiz, enquanto aquela transação provém de iniciativa das partes. A sentença que homologa a conciliação ou a transação é uma sentença com resolução de mérito, fundada no inciso 269, iniso III do CPC que só terá eficácia de titulo executivo quando estabelecer alguma obrigação que deva ser cumprida.
Inciso IV: Sentença Arbitral
Trata-se do único titulo judicial que não é criado por um juiz, mas sim por um arbitro. No fundamento legal esta no artigo 31 da lei 9307/96 que estabelece que a sentença arbitral produz entre as partes e seus sucessores os mesmos efeitos da sentença proferida pelo orgçaos do poder judiciario e, sendo condenatória, constitui titulo executivo judicial. Não há necessidade de ser homologada pelo juizo, dando encejo, por si só, a instauração de um processo de execução.
Inciso V: Acordo Extrajudicial de qualquer Natureza Homologado Judicialmente
Trata-se de um acordo extrajudicial que os litigantes apresentam em juizo para homologação. Não necessita de testemunhas, bastando que o acordo esteja formalmente em ordem e que estabeleça obrigações para os celebrantes.
Inciso VI: Sentença Estrangeira Homologada pelo Superior Tribunal de Justiça
Com previsão no artigo 105 inciso I da Alinea I da CF, cabe ao STJ a homologação da sentenças estrangeiras. Nesse caso so valerá como titulo executivo judicial aquela sentença extrangeira condenatória ou homologatória de transação ou consiliação da qual decorra obrigação para os litigantes.
Inciso VII: Formal e a Certedião de Partilha Exclusivamente em relação ao Inventariante ao Herdeiros e aos Sucessores a Titulo Universal ou Singular
Esse inciso significa que a eficácia de titulo executivo que é conferida ao formal de partilha ou certidão será restrita ao inventariante aos herdeiros e aos sucessores a titulo universal ou singular.
Marcos Vinicius Rios Goncalves faz menção a mais dois titulos executivos judiciais mas que não se encontram no rol do artigo 475-N CPC e que são os seguintes A decisão que concede a tutela antecipada de cunho condenatório; e a decisão inicial da ação munitória quando não forem opostos embargos, que adquire força titulo executivo judicial.
Titulos Executivos Extrajudiciais
O CPC enumera no Artigo 585 o rol de titulos executivos extrajudiciais, valendo destacar que esse rol não é exaustivo uma vez que leis especiais prevem outros titulos executivos extrajudiciais. Esses titulos podem ser concebidos como aqueles documentos que gozam de um grau de certeza liquidez e exigibilidade que já permitem a instauração de uma ação de execução. Sob essa otica a execução fundada nessa modalidade de título executivo sempre da encejo a uma ação inalgural que permite ao devedor ou executado exercer o seu direito a ampla defesa através dos embargos do devedor, cuja amplitude é maior do que a defesa exercida nas execuções por título judicial. Isso porque enquanto nesta modalidade de execução o devedor já se manifestou no processo de conhecimento, naquela o devedor ainda ira se defender de uma forma mais ampla pois é a primeira oportunidade em que irá exercer o seu direito de defesa.
São Titulos Executivos Extrajudiciais, de Acordo com o Artigo 585 CPC
Inciso I: A letra de cambio a nota promissória a duplicata o cheque e as debentures. 
Iniciso II: A escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular firmado formado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo ministério público; pela defensoria pública pelo advogados dos transatores.
Inciso III: Tratando-se da escritura pública ou outro documento público, não necessita da assinatura de testemunhas e nem do próprio devedor, bastando que o tabelião certifique que o devedor manifestou vontade contraindo uma obrigação de pagar certa quantia de fazer de não fazer ou de entregar coisa, pois o tabelião gosa de fé pública. Tratando-se do documento particular, este terá força executiva desde que reconheça uma manifestação de vontade do devedor assumindo uma obrigação de pagar de fazer de não fazer ou de entregar coisa e também que esteja devidamente assinado pelo devedor e também por duas testemunhas. Tratando-se do documento que necessita do referendo do ministério público da defensoria pública ou dos advogados dos transatores, a exigência é o próprio referendo, não havendoqualquer necessidade de homologação perante o juizo. 
§3º Os contratos garantidos por hipoteca penhor anticresi calsão e os contratos de seguro de vida.
A hipoteca o penhor, e anticresi, são direitos de garantias, acessórios de uma obrigação principal. A calsão também é uma garantia que visa assegurar o pagamento de uma divida, sendo real ou fidejussória. A calsão real é aquela que um bem é afetado ao pagamento da divida. Já a caução fidejussória é aquela que decorre da fiança podendo ser legal judicial ou convencional. 
Tratando-se na hipoteca esta recai em regra sobre bens imoveis, também abrangendo embarcações em aeronaves. O penhor recai sobre bens moveis. Na anticresi o credor antocretico se paga mediante a utilização de um bem do devedor.
Inciso IV: O credito decorrente de foro e laudêmio.
Atualmente não se admite mais a constituição de novas eufideuses, vedadas pelo artigo 2038 do novo codigo civil mas as anteriores persistem. Foro significa uma renda anual que o enfiteuta paga ao proprietário do imove. Laudêmio corresponde ao valor devido pelo alienante ao senhor indireto, sempre que se realizar a transferência do dominio útil por venda ou dação em pagamento.
Inciso V: O credito documentalmente comprovado decorrente de aluguel de imovel, bem como de encargos assessórios tais como taxas e despezas de condominio.
Esse inciso estabelece que o contrato escrito de locação de bem imovel é titulo executivo extrajudicial, bastando para tanto a assinatura do locador e do locatário, não sendo necessário duas testemunhas.
Inciso VI: O credito de ser ventuario de justiça, de perito, de interprete ou de tradutor quanto as custas e monumento ou honorários forem aprovados por decisão judicial.
Nesse caso, a respeito de esse creditos decorrerem de decisão judicial, não são titulos judiciais mas sim extrajudiciais. Isso porque a decisão que os aprova é meramente homologatória, não se tratando de decisão proferida em contraditório e que porisso não tem força de coisa julgada.
Inciso VII: A certidão de divida ativa da fazenda pública da união dos estados membros do distrito federal dos territórios e dos municipios correspondente aos créditos inscritos na forma da lei.
Esse inciso estabelece que a execução das certidões da divida ativa das fazendas públicas deve observar uma lei própria que é a lei 6830/80.
Inciso VIII: Todos os demais titulos a que por disposição expressa a lei atribuir força executiva. Significa que.
Esse inciso permite que leis especiais possam criar outros titulos executivos extrajudiciais como por exemplo a cedula hipotecária a sedula de crédito industrial e rural a sedula de crédito comercial os contratos e alienação fiduciária em garantia e os contratos dos honorários dos profissionais da advocácia que se referem aos honorários advocaticios.

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