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Gestão de Resíduos Sólidos Resíduos Especiais Dra. Rosimeire Midori Suzuki Rosa Lima Competência da Unidade: Conhecer os diferentes tipos de resíduos tanto os especiais como os perigosos. Resumo: Esta aula abordara o tema resíduos de serviços de saúde inclusive aspectos do plano de gerenciamento , trata também dos resíduos industriais, químicos e da construção civil. Palavras-chave: resíduos de serviços de saúde , resíduos industriais, resíduos químicos e resíduos da construção civil. Título da Teleaula: Resíduos especiais Teleaula nº: 04 Resíduos de serviços de saúde: aspectos legais. Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde-PGRSS. Resíduo Industrial. Resíduos da Construção Civil. Contextualização Resíduos de serviços de saúde: aspectos legais. RDC 222:2018 OBJETIVOS A RDC 222 foi publicada em 28 de março de 2018 e dispõe sobre os requisitos de Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde. EXCEÇÕES À ABRANGÊNCIA A resolução RDC 222/2018-ANVISA não se aplica: fontes radioativas seladas, que devem seguir as determinações da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN. GERADORES DE RSS Geradores de RSS são todos os serviços cujas atividades estejam relacionadas com a atenção à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias, inclusive as de manipulação; GERADORES DE RSS estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de piercing e tatuagem, salões de beleza e estética, dentre outros afins. GERENCIAMENTO DOS RSS O gerenciamento de RSS é uma estratégia importante na gestão dos resíduos sólidos possibilidade de redução de: • Riscos. • Geração de resíduos. • Quantidade de resíduos contaminados e consequentemente os custos. CLASSIFICACAO DOS RDC- ANVISA 222:2018 • Resíduos Grupo A • Resíduos Grupo B • Resíduos Grupo C • Resíduos Grupo D • Resíduos Grupo E Fonte: Barbosa (2014) O grupo A é identificado, no mínimo, pelo símbolo de risco biológico, com rótulo de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da expressão RESÍDUO INFECTANTE. O grupo B é identificado por meio de símbolo e frase de risco associado à periculosidade do resíduo químico. Observação - outros símbolos e frases do GHS também podem ser utilizados. O grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor magenta ou púrpura) em rótulo de fundo amarelo, acrescido da expressão MATERIAL RADIOATIVO, REJEITO RADIOATIVO ou RADIOATIVO. ATENÇÃO MATERIAL RADIOATIVO O grupo D deve ser identificado conforme definido pelo órgão de limpeza urbana. O grupo E é identificado pelo símbolo de risco biológico, com rótulo de fundo branco, desenho e contorno preto, acrescido da inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE OU PERFUROCORTANTE PERFUROCORTANTE SEGURANÇA OCUPACIONAL Além das condições adequadas é necessário informar o trabalhador, da melhor forma possível, sobre: 1) características das etapas do processo e da organização do trabalho; 2) os riscos existentes; 3) as causas dos riscos; 4) medidas de controle de risco (ou preventivas): a) medidas e equipamentos de proteção coletiva: i) necessárias; ii) existentes; b) medidas e equipamentos de proteção individual; 5) procedimentos em caso de: a) acidente; b) incidente;c) doenças;d) agravos à saúde;e) absenteísmo, como reflexo de sintomas de agravos à saúde. EDUCAÇÃO CONTINUADA Os treinamentos devem estar imbuídos do espírito de transparência e contemplar a sequência descrita. A proteção à saúde e segurança dos trabalhadores está contemplada na filosofia das três etapas fundamentais de análise de riscos: 1. reconhecimento dos riscos existentes no processo de trabalho; 2. estudo e análise da conjuntura existente, inclusive definindo pontos críticos de controle; 3. controle dos riscos existentes. Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde-PGRSS PGRRSS O Plano de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (PGRSS) é um documento que aponta e descreve todas as ações relativas ao gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde, observadas suas características e riscos, contemplando os aspectos referentes à geração, identificação, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, destinação e disposição final ambientalmente adequada, bem como as ações de proteção à saúde pública. PGRRSS O PGRSS deve ser monitorado e mantido atualizado. O serviço gerador de RSS deve manter cópia do PGRSS disponível para consulta dos órgãos de vigilância sanitária ou ambientais, dos funcionários, dos pacientes ou do público em geral. O serviço gerador de RSS é responsável pela elaboração, implantação, implementação e monitoramento do PGRSS. PGRRSS-O GERADOR DEVE: I – estimar a quantidade dos RSS gerados por grupos, conforme a classificação. II - descrever os procedimentos relacionados ao gerenciamento dos RSS quanto à geração, à segregação, ao acondicionamento, à identificação, à coleta, ao armazenamento, ao transporte, ao tratamento e à disposição final ambientalmente adequada; III – estar em conformidade com as ações de proteção à saúde pública, do trabalhador e do meio ambiente; PGRRSS-O GERADOR DEVE: IV - estar em conformidade com a regulamentação sanitária e ambiental, bem como com as normas de coleta e transporte dos serviços locais de limpeza urbana. V – quando aplicável, contemplar os procedimentos locais definidos pelo processo de logística reversa para os diversos RSS. VI - estar em conformidade com as rotinas e processos de higienização e limpeza vigentes no serviço gerador de RSS. VII - descrever as ações a serem adotadas em situações de emergência e acidentes decorrentes do gerenciamento dos RSS. PGRRSS-O GERADOR DEVE: VIII - descrever as medidas preventivas e corretivas de controle integrado de vetores e pragas urbanas, incluindo a tecnologia utilizada e a periodicidade de sua implantação. IX - descrever os programas de capacitação desenvolvidos e implantados pelo serviço gerador abrangendo todas as unidades geradoras de RSS e o setor de limpeza e conservação. X - apresentar documento comprobatório da capacitação e treinamento dos funcionários envolvidos na prestação de serviço de limpeza e conservação que atuem no serviço, próprios ou terceiros de todas as unidades geradoras PGRRSS-O GERADOR DEVE: XI - apresentar cópia do contrato de prestação de serviços e da licença ambiental das empresas prestadoras de serviços para a destinação dos RSS; e XII - apresentar documento comprobatório de operação de venda ou de doação dos RSS destinados à recuperação, à reciclagem, à compostagem e à logística reversa. Os documentos devem ser mantidos arquivados, em meio físico ou eletrônico, por no mínimo cinco anos, para fins de inspeção sanitária, a critério da autoridade sanitária competente. SEGREGAÇÃO NA ORIGEM (VANTAGENS) • Reduz os riscos para a saúde e o ambiente, impedindo que os resíduos potencialmente infectantes ou especiais, contaminem os outros resíduos gerados no estabelecimento; • Reduz significativamente o custo com tratamento/disposição final, já que apenas terá tratamento especial uma fração e não todo o volume de resíduos gerado; - SEGREGAÇÃO NA ORIGEM (VANTAGENS) Aumenta a eficácia da reciclagem pois evita a mistura de resíduos incompatíveis e preserva a qualidade de certos materiais que compõem os resíduos, para que possam ser recuperados; Reduz o risco ocupacional na manipulação dos resíduos;SEGREGAÇÃO NA ORIGEM (VANTAGENS) • Favorece o encaminhamento específico de cada tipo de resíduo para recuperação tratamento ou disposição final; • Propicia métodos de destinação adequados às características dos resíduos ; • Favorece a reinserção dos RSS na cadeia produtiva e a consequente redução da quantidade encaminhada para a disposição final no solo Resíduo Industrial DEFINIÇÃO O ar go 13 da Lei no 12.305/2010, Polí ca Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), define “resíduos industriais” como aqueles gerados nos processos produ vos e instalações industriais. Entre os resíduos industriais, inclui-se também grande quan dade de material perigoso, que necessita de tratamento especial em função do seu alto potencial de impacto ambiental e à saúde. DEFINIÇÃO De acordo com a Resolução Conama no 313/2002, resíduo sólido industrial é todo resíduo que resulte de a vidades industriais e que se encontre nos estados sólido, semissólido, gasoso, quando con do, e líquido, em que as par cularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis diante de uma melhor tecnologia disponível. Fonte: Barbosa (2014) Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos deve envolver, após a classificação, quan ficação dos resíduos na fonte geradora, o manuseio, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, reuso ou reciclagem, tratamento e disposição final adequada de acordo com as características e a classe de cada resíduo. andymo / iStock / Getty Images Plus https://www.fragmaq.com.br/blog/entenda-as-obrigacoes-da- instituicao-na-segregacao-de-residuos-industriais/ Tratamento dos resíduos sólidos industriais: » neutralização, para resíduos com características ácidas ou alcalinas; » secagem ou mescla, que é a mistura de resíduos com alto teor de umidade a outros resíduos secos ou com materiais inertes, como serragem; » encapsulamento, que consiste em revestir os resíduos com uma camada de resina sintética impermeável e de baixíssimo índice de lixiviação; https://herasul.com.br/encapsulamento-de-pilhas-baterias-e-similares/ » incorporação, em que os resíduos são agregados à massa de concreto ou de cerâmica em uma quan dade tal que não prejudique o meio ambiente; » processos de destruição térmica, como incineração e pirólise. Tratamento dos resíduos sólidos industriais: https://www.novaambiental.com.br/aterro-incineracao-e- coprocessamento-os-destinos-dos-residuos-industriais/ A des nação final dos resíduos sólidos industriais Aterros industriais, sendo indispensáveis a existência de sistemas de drenagem pluvial e a impermeabilização do seu leito para evitar a contaminação do solo e do lençol freá co com as águas da chuva que percolam através dos resíduos. https://www.bioter.com.br/Produtos/Aterros/Aterros_Industriais_-_Classe_I Definiçao O resíduo químico pode ser definido como todo material com potencial de causar danos a organismos vivos, materiais, estruturas ou ao meio ambiente, bem como que pode se tornar perigoso por interação com outros materiais. Resíduos químico: acondicionamento Os resíduos químicos segregados deverão ser acondicionados em recipientes fisicamente resistentes e quimicamente compa veis com os resíduos. Esses recipientes deverão ser apropriadamente rotulados e tampados e deverão, ainda, ser armazenados sobre bandejas de contenção para prevenir possíveis acidentes. Resíduos químico : classes De acordo com a Resolução 420, de 12 de fevereiro de 2004, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), os resíduos perigosos são subdivididos em nove classes, de acordo com o risco ou o mais sério dos riscos que apresentam. São eles: explosivos, gases, sólidos inflamáveis, substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos, material radioativo, substâncias corrosivas e substâncias e artigos perigosos diversos. Tratamento Existem diversos tipos de tratamento que podem ser adotados para que um resíduo deixe de ser perigoso, tenha sua periculosidade diminuída ou possa ser reutilizado, tais como: neutralização, redução, oxidação, precipitação, des lação, degradação química, biodegradação etc. Fonte: Barbosa (2014) Resíduo químico: forma sólida e líquida Sólida: termômetros de mercúrio, lâmpadas, raio X (tanto fixadores quanto reveladores), além de pilhas, baterias e acumuladores de carga, entre outros. Líquida: produtos de limpeza, resíduos com materiais de laboratórios, efluentes de processadores de imagens, entre outros. Resíduo da Construção Civil. A Resolução Conama no 307 estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais e define resíduos da construção civil: CONAMA 307-2002 Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, repa- ros e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. (BRASIL, 2002). CONAMA 307-2002 Classificação dos resíduos da construção civil: I - Classe A - são os resíduos reu lizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplenagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâ- micos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meiso-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; Classificação dos resíduos da construção civil: II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras des nações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso; III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação; Classificação dos resíduos da construção civil: IV - Classe D: são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil: I - caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos; II - triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem, ou ser realizada nas áreas de des nação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de resíduos. III - acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a etapa de transporte, assegurando, em todos os casos em que seja possível, as condições de reu lização e de reciclagem; IV - transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos; V - des nação: deverá ser prevista de acordo com a Res. 307/2002. Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil: Destinação dos resíduos da construção civil: Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou encaminhados a aterro de resíduos classe A de reservação de material para usos futuros; Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamentotemporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua u lização ou reciclagem futura; Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas. Classe D: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas. Destinação dos resíduos da construção civil: Vantagens da reciclagem RCC • preservação de recursos naturais com a substituição destes por resíduos, prolongando a vida útil das reservas naturais e reduzindo o impacto ambiental; • redução da necessidade de áreas para aterro devido à diminuição do volume de resíduos a serem depositados; . Vantagens da reciclagem RCC • redução no gasto de energia, seja para produção de um novo bem, seja com o transporte e gestão do aterro; • geração de empregos com o surgimento das empresas para reciclagem; • redução da poluição emitida com a fabricação de novos produtos. Reciclagem RCC Algumas outras barreiras são: • dificuldade de introdução de novas tecnologias na construção civil; • concepção errônea que um produto confeccionado com a utilização de resíduos possui qualidade inferior a outro confeccionado com matérias primas virgens; Recapitulando DRENAGE M DE ÁGUAS PLUVIAIS RESÍDUOS ESPECIAIS Resíduos de serviços de saúde. RDC 222/2018-ANVISA Geradores de RSS. Plano de Gerenciamento RSS Conteúdo mínimo. Riscos envolvidos. Classificação dos RSS Resíduos industrial Acondicionamento. Definição. Classes. Tratamento. Resíduos da Construção Civil-RCC CONAMA 307/2002. PGRCC. Classificação.