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PPBII - A01 - Inteligencia e Teste 2015 2

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INTELIGÊNCIA E TESTES
Linda Davidoff
	CAPITULO 5
O caso de L., 11 anos.
L não conseguia acompanhar a escola regular ou aprender por meio do ensino em classe.
Em casa, tinha pouco interesse pelas atividades comuns da infância ou na socialização com outras crianças.
Durante 6 anos, sua inteligência e personalidade foi avaliada por especialistas por meio de testes especifícos e padronizados.
O caso de L., 11 anos.
Por um lado, L. não conseguia compreender abstrações e ficava confuso com símbolos e conceitos.
Mas era capaz de dizer, de imediato, em que dia da semana qualquer data de 1880 a 1950 cairia ou tinha caído. (Esse estudo é de 1945, por Scheerer et al.) Ele o fazia sem conhecimento algum do conceito de idade.
O caso de L., 11 anos.
L. julgava as pessoas nascidas nos primeiros meses do calendário mais velhas do que as nascidas nos meses posteriores, mesmo sabendo o ano de nascimento e conhecendo a aparência física.
Ele somava 12 números de 2 dígitos no mesmo momento em que eram falados, mas não compreendia, por ex., que 23 é maior que 15.
O caso de L., 11 anos.
A soletração era outra habilidade. Sem saber ou se preocupar em saber o significado de muitas palavras, podia soletrar quase qualquer palavra pronunciada regularmente ou de trás para frente.
Também tinha talento musical. Tinha afinação perfeita e tocava de ouvido Dvorak e Beethoven no piano. Cantava ópera sem cometer erros.
O caso de L., 11 anos.
 A Síndrome de Savant é uma condição rara, em que a pessoa portadora das mais variadas desordens mentais, incluindo o autismo, apresenta brilhante talento ou habilidade contrastando fortemente com suas limitações. Esta condição pode ser congênita ou adquirida. Aproximadamente uma a cada dez (10%) pessoas autistas tem Síndrome de Savant. 
Fonte: Revista Médica do Hospital Ana Costa
O caso de L., 11 anos.
O termo “Savant” não foi aplicado até 1887, quando o Dr. J. Langdon Down, descreveu cerca de 10 casos onde havia um grande contraste entre superioridade e incapacidade na mesma pessoa. As habilidades especiais incluiam talentos extraordinários para música, artes, matemática e mecânica, sempre acompanhados de uma memória fenomenal, presente em cada um dos casos. 
Fonte: Revista Médica do Hospital Ana Costa
O caso de L., 11 anos.
Dr. Down foi quem cunhou o termo “idiot savant” para designar estes indivíduos extraordinários. Juntou estas duas palavras porque na época, “idiot” (idiota) era um termo científico utilizado para designar pessoas com um certo grau de retardamento mental (Q.I. abaixo de 25) e “savant” ou “pessoa inteligente” é derivado da palavra francesa savoir que significa saber. 
Fonte: Revista Médica do Hospital Ana Costa
O caso de L., 11 anos.
Porém o termo “idiot savant” (idiota inteligente) não é mais utilizado para designar estas pessoas especiais, pois notou-se que quase todos os casos descritos a partir daquela época, ocorriam em pessoas com Q.I. acima de 40. Desta maneira, este termo foi substituído por outro mais adequado e melhor aceito, “Síndrome de Savant”.
Fonte: Revista Médica do Hospital Ana Costa
Kiyoshi Yamashita
Dotado de apenas 68 de QI, passou a maior parte de sua vida dentro de instituições de doentes mentais, embora muito admirado por seus quadros. 
Kiyoshi Yamashita
Definindo a inteligência
A coexistência de capacidades altamente discrepantes encontradas em casos como esses sugere que a inteligência é formada por componentes distintos. Pessoa comuns e crianças prodígio também demonstram habilidades e deficiências.
Definindo a inteligência
- Qual a definição de inteligência?
- O que exatamente medem os testes de Q.I.?
- A Inteligência é uma entidade única?
O que está no cerne do comportamento inteligente?
- pensamento abstrato e raciocínio?
- capacidade de aprendizagem?
- competência social?
Definindo a inteligência
Se observar as pessoas ao nosso redor você perceberá que algumas delas têm mais facilidade e competência para realizar algumas atividades, sejam estas caseiras ou profissionais, enquanto outras conseguem fazê-lo com algum esforço e outras, ainda, com muito esforço.
Por que será? 
Definindo a inteligência
As diferenças entre as pessoas não é casualidade. Existe um atributo psicológico subjacente a todas as atividades que realizamos e que condiciona posteriormente, de forma substancial, nossos status social, profissional ou financeiro. Inclusive, daquilo que aparentemente pouco depende do nosso controle, como nossa saúde física.
Esse atributo é a INTELIGÊNCIA
O QUE É INTELIGÊNCIA?
DEFINIÇÃO
É uma capacidade mental muito geral que, entre outras coisas, implica na habilidade para raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de maneira abstrata, aprender com a experiência. Não se pode considerar um mero conhecimento enciclopédico, uma habilidade acadêmica particular ou uma destreza para resolver um teste. Dessa forma, reflete uma capacidade mais ampla e profunda para compreender o ambiente - perceber, dar sentido às coisas, ou imaginar o que deve ser feito.
DEFINIÇÃO
Se relaciona positivamente com desempenho acadêmico e/ou profissional e negativamente com transtornos psiquiátricos e de saúde geral.
Infere-se, portanto, que a inteligência é um construto psicológico amplo, multifatorial, onipresente, estável e de suma importância para a qualidade de vida das pessoas.
Os fatores múltiplos de Thurstone (1938):
1. Rapidez e precisão nas operações aritméticas.
2. Facilidade de pensar em palavras que correspondam a requisitos específicos.
3. Capacidade de entender idéias em forma de palavras.
4. Memória
5. Raciocínio
6. Percepção de relações espaciais
7. Velocidade perceptiva
Velocidade Cognitiva 
Prós: Pessoas brilhantes pensam relativamente rápido. Fala fluente é sinal de inteligência. 
Contras: Não há correlação entre velocidade cognitiva e altos escores em testes de Inteligência.
Motivação 
Pessoas motivadas aprendem mais e tem melhor desempenho.
Definições Universais (desempenho “inteligente” é relativo de acordo com a cultura que o avalia).
Cultura 
Hereditariedade e Ambiente
A capacidade de memória de curto prazo seria, por ex., influenciada mais pela hereditariedade, enquanto as estratégias para solução de problema seriam aprendidas.
Perspectiva operacional
Se não há como definir inteligência, ela será o que os testes medem (definida em termos das operações /procedimentos empregados para medi-la).
De acordo com a Enciclopédia Britânica, "ela é a habilidade de se adaptar efetivamente ao ambiente, seja fazendo uma mudança em nós mesmos ou mudando o ambiente ou achando um novo ambiente". 
Binet : "Inteligência é julgar bem, compreender bem, raciocinar bem". 
Piaget: "capacidade de adaptação do organismo a uma situação nova" (PIAGET, 1982).
Concepções de Inteligência:
Concepção vygotskyana de que o pensamento verbal não é uma forma de comportamento natural e inata, mas é determinado por um processo histórico-cultural.
Na concepção behaviorista o processo de aprendizagem se dá pelo condicionamento, baseado na relação estímulo-resposta
A teoria piagetiana concebeu uma inteligência processual, funcional, operativa, valorizando-a como uma ação adaptativa diante de uma situação-problema, e não pela apresentação de resultados ou respostas corretas.
A Teoria das Inteligências Múltiplas
Durante décadas, compreendeu-se que a inteligência humana poderia ser medida de acordo com os resultados deste tipo de teste, mas hoje se sabe que os exames de QI avaliam, basicamente, nossa capacidade de raciocínio lógico. 
Além disso, nas últimas três décadas, a ideia de inteligência única começou a mudar graças aos conceitos desenvolvidos pelo psicólogo e professor norte-americano Howard Gardner, que lançou a Teoria das Inteligências Múltiplas na obra Frames of Mind, de 1983.  Gardner
é autor de cerca de 20 livros sobre a teoria de que o ser humano possui mais de um tipo de inteligência e que, portanto, os processos de aprendizagem também devem ser individualizados. Suas ideias causaram grande impacto nos anos 1980, justamente por apresentar um caminho contrário ao do padrão de avaliação de inteligência mais aceito até então, o QI. 
“Poucos gênios são gênios em tudo. Einstein era um gênio matemático, Shakespeare era um gênio linguístico. Nós temos todos os potenciais, mas alguns são mais desenvolvidos”, exemplifica Celso Antunes, geógrafo, especialista em inteligência e cognição
Múltiplas inteligências, múltiplas formas de aprender
Para basear a sua teoria, Gardner avaliou o trabalho de gênios – como o músico Wolfgang Amadeus Mozart (1756 - 1791) e o físico Albert Einstein (1879 - 1955). Ele acreditava que as pessoas possuíam tipos de inteligência diferentes e usou os casos para justificar sua teoria e estabelecer os perfis, que hoje são oito. A ideia principal da Teoria das Inteligências Múltiplas é a de que possuímos habilidades diferenciadas para cada tipo de atividade e, portanto, possuímos mais de um tipo de inteligência, embora todos os tipos estejam interligados.
Veja quais são as inteligências segundo Gardner: 
1.	Lógico-matemática – Pessoas com essa inteligência mais proeminente desenvolvem mais facilmente habilidades em Matemática e em raciocínios lógico-dedutivos. 
2.	Linguística – Os indivíduos com amplas habilidades em escrita, leitura e em aprender idiomas, por exemplo, têm este tipo de inteligência mais desenvolvida.
3.	Espacial – Este tipo de inteligência está ligado à habilidade de lidar com objetos do concreto e sua localização. 
Múltiplas inteligências, múltiplas formas de aprender
4.	Físico-cinestésica – As pessoas que têm grande aptidão para controlar os movimentos do corpo possuem este tipo de inteligência mais desenvolvida. 5.	Inter e intrapessoal – Refere-se à capacidade de entender a si mesmo e ao outro, relacionar-se bem e ser comunicativo. 6.	Musical – Aqui estão as pessoas que possuem grande aptidão para tocar instrumentos musicais. 7.	Natural – Este tipo de inteligência contempla o desenvolvimento de habilidades biológicas e de entendimento da natureza. 8.	Existencial – Engloba as capacidades filosóficas, de refletir sobre a própria existência.
Múltiplas inteligências, múltiplas formas de aprender
Todos nós possuímos todas essas inteligências e somos capazes de desenvolvê-las, mas acabamos tendo maior aptidão para umas ou outras. O reconhecimento destas inteligências facilita processos de ensino mais individualizados, que ajudam o aluno a compreender os conteúdos nos quais têm mais dificuldade, a partir de sua inteligência mais desenvolvida. “Enquanto persistir a ideia de inteligência como unicidade e não utilizarmos o plural, inteligências, nada vai mudar”. “Dificilmente existe uma atividade que estimule apenas uma inteligência. Um professor pode utilizar a força lógico-matemática de um aluno como rota para estimular outra habilidade”.
 
A inteligência, definida de forma restrita, pode ser medida por testes de inteligência, também chamados de testes de QI.
Teste psicológico é uma tarefa única ou um conjunto de tarefas concebidas para fornecer informações sobre algum aspecto da capacidade, do conhecimento, das habilidades ou da personalidade humana. 
Testes de Inteligência
Teste de Inteligência de Alfred Binet
(distinguir as crianças que poderiam frequentar o ensino regular daquelas que não se beneficiariam).
Testes de Inteligência
As escolas da França precisavam de um método objetivo, eficiente e rápido que possibilitasse diagnosticar deficiências mentais, e para isso Binet e Simon criaram o 1o teste de inteligência do Ocidente. Originalmente mediam-se níveis mentais (Binet não gostava do termo “idade mental”) por meio da relação entre idade cronológica e desempenho em testes destinados a outras faixas etárias. 
Testes de Inteligência
Assim se uma criança com idade de 10 anos tivesse mesmo desempenho que a média das crianças de 8 anos, significaria que ela tinha um nível mental de 8 anos. 
Testes de Inteligência
Lewis Terman, um psicólogo que trabalhava na universidade de Stanford fez uma revisão amplamente aceita do teste de Binet, em 1916. Este teste ficou conhecido como Stanford-Binet e foi Terman quem adotou o termo quociente de inteligência (Q.I.) criado por William Stern.
Testes de Inteligência
Em 1912, William Stern sugeriu o termo “QI” (quociente de inteligência) para representar o nível mental, e propôs que o QI fosse determinado pela divisão da idade mental pela idade cronológica. Assim a criança com idade cronológica de 10 anos e nível mental de 8 anos teria QI 0,8, porque 8/10 = 0,8. Em 1916, Lewis Terman propôs multiplicar o QI por 100, a fim de eliminar a parte decimal, e esta fórmula continua sendo usada por muitos até hoje: QI = 100xIM/IC.
Fonte: http://www.sigmasociety.com
Testes de Inteligência
Por esta fórmula, uma criança de 10 anos com idade mental de 8 teria QI 80, indicando um atraso sensível em comparação à média das crianças de mesma idade, enquanto uma criança com 10 anos e idade mental de 12 teria QI 120, indicando um adiantamento sensível em comparação à média das crianças de sua idade.
Fonte: http://www.sigmasociety.com
 O pai dos testes psicométricos – com seu auxiliar Theodore Simon – criaram a escala de Binet-Simon – índice de inteligência – diferença entre a idade cronológica e o nível mental. 
 Em 1912 propôs o termo QI – (quociente de inteligência) – introduziu os termos idade mental e idade cronológica. 
Stern propôs que o QI - fosse determinado idade mental pela idade cronológica
1916 
QI = IM/ICX100
Esse teste ficou conhecido como Stanford-Binet
 Q.I. ou Quociente de Inteligência é um rateio geral de sua habilidade de pensar e raciocinar. Sua pontuação de Q.I. é realmente uma indicação de como você se compara em relação à maioria da pessoas em seu grupo de idade. 
 Entretanto, testes de Q.I. dão a você uma indicação de sua habilidade de pensar, raciocinar e resolver problemas. E isto é fator crítico para o sucesso na sua vida!!! 
Testes de Inteligência
Classificação proposta por David Wechsler (~1940) (Teste WAIS-R. Weschler Adult Intelligenge Scale - Revised)
QI acima de 130: Muito superior (superdotado)
120-129: Superior
110-119: Médio superior
90- 109: Média
80-89: Médio inferior
70-79: Limítrofe
69 a baixo: 	retardado mental
Testes de Inteligência - mitos e fatos
Escores em testes de QI são fiéis representações da capacidade intelectual das pessoas?
Mito. Se os testes forem bem construídos, bem padronizados e bem aplicados, o escore pode ser razoavelmente fidedigno. Mesmo os bons testes estão sujeitos a flutuações relacionadas a oscilações do humor das pessoas examinadas. O assunto é complexo e extenso. O fato é que os testes, embora não sejam exatos (incerteza em torno de 5 pontos), são os melhores instrumentos que existem para medir o desempenho intelectual até cerca de 130. 
Fonte: http://www.sigmasociety.com
Testes de Inteligência - mitos e fatos
Escores em testes de QI são fiéis representações da capacidade intelectual das pessoas?
Para QIs acima de 170 é muito difícil avaliar corretamente o desempenho e geralmente recorre-se a estimativas baseadas na produção intelectual. Usar um teste típico de clínica para medir o QI de Einstein, por exemplo, seria como tentar medir o talento literário de Shakespeare com base na velocidade com que ele soletra palavras, isto é, seria tentar medir um conjunto complexo de habilidades requintas por meio de um sistema primário de habilidades simplórias. O fato de Shakespeare ser um dos grandes gênios da Literatura não significa que ele seria capaz de soletrar mais rapidamente do que uma criança mediana, assim como o fato
de Einstein ser um dos maiores gênios da Física não significa que ele poderia resolver, num prazo reduzido, alguns problemas simples de Aritmética elementar. 
Fonte: http://www.sigmasociety.com
Testes de Inteligência - mitos e fatos
Os escores em testes não variam depois dos 16 anos?
Mito. Testes como o WAIS e o Raven foram aplicados em milhões de pessoas de vários países e de diferentes faixas etárias, e ficou constatado que o QI aumenta rapidamente até cerca de 16 anos, continua aumentando mais lentamente até 25 anos, estabiliza até 40 anos e então começa a decair lentamente até cerca de 70 anos. Não há dados suficientes para dizer com segurança, mas parece que aos 70 anos se estabiliza novamente (não há queda substancial dos 70 até os 89 anos).
Fonte: http://www.sigmasociety.com
Testes de Inteligência - mitos e fatos
Existem diferenças étnicas, sexuais, regionais de QI?
Fato. O QI médio do brasileiro é cerca de 87. O QI médio mundial é 100. Não existem diferenças entre o QI global de homens e mulheres, mas em pontos específicos as diferenças são marcantes. Por exemplo: mulheres se sobressaem em coordenação motora fina, em linguagem, em encenação e em sensibilidade para perceber sentimentos e intenções. Os homens se sobressaem em atividades mecânicas, em Lógica e Matemática e motricidade robusta. 
Fonte: http://www.sigmasociety.com
Testes de Inteligência - mitos e fatos
Os testes de QI realmente medem alguma coisa?
Existem diferentes tipos de testes, destinados a medir diferentes características. Todos medem alguma coisa. O que precisa ser questionado é se eles medem fato o que propõem medir (ou se medem algo diferente do que é proposto) e o quão bem eles medem. Quando tentamos medir a inteligência, surgem várias dificuldades. A primeira é que há diferentes definições para o termo “inteligência”. A segunda é que os instrumentos usados não medem a totalidade da inteligência, mas apenas algumas partes que julgamos serem representativas da totalidade. A terceira é que a medição não é feita diretamente, mas com base numa performance ou num conjunto de tarefas ou realizações. Apesar disso, existem procedimentos estatísticos que possibilitam superar todas estas dificuldades e obter escores que sejam representativos da inteligência. 
Fonte: http://www.sigmasociety.com
Hereditariedade e Inteligência medida
Como os psicólogos sabem que a hereditariedade contribui para as diferenças na inteligência medida entre as pessoas?
Estudos de adoção;
Estudos com gêmeos e de famílias;
Estudos de anormalidades hereditárias.
Hereditariedade e Inteligência medida
Estudos de adoção:
Crianças adotadas logo após o nascimento se parecem mais com os pais naturais do que com os adotivos (Scarr & Carter-Saltzman, 1983)
Estudos com gêmeos e de famílias;
Quanto maior a semelhança genética entre duas pessoas, maior a probabilidade de semelhança entre os escores de seus testes de inteligência (Bouchard & McGue, 1981).
Hereditariedade e Inteligência medida
Estudos de anormalidades hereditárias :
Há associações confiáveis entre anormalidades hereditárias específicas e padrões de teste mental. Exemplos:
Síndrome de Turner – dificuldades em discernir direita da esquerda, usar números e reproduzir padrões visuais.
Síndrome de Klinefelter – probabilidade alta de retardo.
Síndrome de Down – grau moderado de deficiência intelectual
O traço da dislexia parece estar ligado a um gene dominante.
Hereditariedade e Inteligência medida
Síndrome de Turner – É uma monossomia na qual os indivíduos afetados exibem sexo feminino mas geralmente não possuem cromatina sexual. O exame de seu cariótipo revela comumente 45 cromossomos, sendo que do par dos sexuais há apenas um X. 
Síndrome de Klinefelter – São indivíduos do sexo masculino que apresentam cromatina sexual e cariótipo geralmente 47,XXY. 
Hereditariedade e Inteligência medida
Em que grau a hereditariedade afeta os escores de QI? Coeficientes de hereditariedade sugerem que algo entre 40% a 80% das diferenças de QI observadas devem-se a variações genéticas (lembrando que o coeficiente se refere a diferenças entre indivíduos em uma população e seu cálculo é muito controverso).
Ambiente e Inteligência medida
É sabido que o ambiente tem influência sobre a inteligência medida. Estudos com irmãos ou gêmeos idênticos, por exemplo, mostram que o desempenho em testes de inteligência é mais semelhante quando são criados juntos.
Mas de que forma essa influência se dá?
Ambiente e Inteligência medida
Desnutrição
Que tipo de alimento falta? Em que grau? Por quanto tempo? Pesquisadores dificilmente tem acesso a esses dados. 
No início da vida a desnutrição pode prejudicar a estrutura e o funcionamento do sistema nervoso e reduzir a capacidade intelectual. No pré-natal, períodos curtos e tipos leves e sutis de desnutrição podem prejudicar a motivação para aprender e diminuir o desempenho em testes mentais.
Ambiente e Inteligência medida
Toxinas
Podem ser de origem natural ou tecnológica.
As neurotoxinas prejudicam o sistema nervoso mesmo em doses modestas. Enfraquecem, por exemplo, a memória e a atenção. Seus efeitos são tipicamente gradativos e sutis.
Ambiente e Inteligência medida
Toxinas
Efeitos do chumbo à capacidade mental humana: Needleman (1982) indexou níveis de chumbo em crianças por meio do exame dos níveis do metal presente em seus dentes. Quanto maiores os níveis de chumbo, menor o desempenho em testes de Q.I., aumenta o prejuízo em habilidades de aprendizagem e capacidade de concentração. Mesmo níveis considerados inócuos foram relacionados a esses efeitos.
Shaheen (1984) relatou perdas da ordem de 20 pontos de Q.I. A depender da exposição.
Ambiente e Inteligência medida
Toxinas
Exposição dos pais à toxinas também afetam a inteligência dos filhos. Gestantes que entram em contato com mercúrio tem filhos com graus de retardamento (Weiss, 1983).
Monóxido de carbono inalado pela mãe (fumante ou por vias atmosféricas) mesmo antes da gestação está associado a problemas posteriores de aprendizagem da criança.
IMPORTANTE: considerar que novas substâncias surgem todos os dias.
Ambiente e Inteligência medida
Tamanho da família e ordem de nascimento
Modelo de confluência de Zajonc (1983):
A inteligência depende do nível intelectual médio absoluto de todos os membros da família e pessoas que vivem na casa. Logo, o primogênito e o filho único seriam favorecidos. (Quanto mais adultos presentes, melhor).
O nível médio de estimulação intelectual muda continuamente conforme as crianças amadurecem, sendo substancialmente diluído com a chegada de novos bebês e a partida de adultos.
Ambiente e Inteligência medida
Tamanho da família e ordem de nascimento
Modelo de confluência de Zajonc (1983):
 Crianças mais velhas costumam servir de fonte intelectual para crianças mais novas e isso acelera o crescimento mental dos “professores”. Assim, é vantajoso ter um irmão mais novo.
Ambiente e Inteligência medida
Modelo de confluência de Zajonc (1983):
Por ser um modelo complexo, de várias versões e difícil de testar, há várias CONTROVÉRSIAS: 
Os dados encontrados nem sempre confirmam o modelo;
Efeito oculto da pobreza (desnutrição, toxinas, estresse);
Hereditariedade – pesquisas mostram que pais de Q.I. alto tendem a ter menos filhos.
O número de filhos interfere pouco nos desempenhos nos testes.
Ambiente e Inteligência medida
Estimulação Sensório-Motora
Quase todos os pais estimulam seus filhos bebês a se movimentar e absorver informações. Várias pesquisas indicam que a estimulação sensório-motora é essencial para o crescimento mental normal. 
Piaget nomeou os dois primeiros anos de vida de fase sensório-motora do desenvolvimento mental porque nesse período as crianças aprendem principalmente pela absorção de informações por meio dos sentidos e da movimentação em seu ambiente.
Ambiente e Inteligência medida
Estimulação
Sensório-Motora
Condições enriquecidas X empobrecidas: nos muitos estudos de bebês criados sob condições desoladoras em orfanatos ou em famílias negligentes, os investigadores regularmente encontram sinais de retardo mental quando as condições prolongam-se por toda a infância. Estudo de Crissey (1977) com bebês com graus de retardo: acompanhou 13 bebês por 40 anos. Aos 13 anos, apresentavam QIs entre 78-141 (sendo 7 deles entre 120-141). 20/30 anos depois: todos tinham 2o grau e 9 faziam faculdade. Eram bem ajustados socialmente.
Ambiente e Inteligência medida
Estimulação Sensório-Motora
Qual seria o tempo certo para estimulação? O exemplo do caso de um orfanato libanês desolador (Dennis, 1974) mostra que se a criança é retirada do ambiente empobrecido antes dos 2 anos, o prejuízo é recuperável. Depois dessa idade já se encontra alguma grau de deficiência mental (talvez reversível).
Ambiente e Inteligência medida
Desafios Cognitivos
Desde que compatíveis, aumentam a inteligência medida (ex: mães que induzem o filho ao raciocínio). 
Ambiente e Inteligência medida
Educação Formal
Os testes de Q.I. São muitas vezes definidos em termos de habilidades acadêmicas. Logo, quanto mais acesso a escola, maior o desempenho nos testes.
17
Diferenças entre grupos na inteligência medida
Os homens são mais inteligentes que as mulheres? Brancos e negros são intelectualmente comparáveis? E quanto a pobres e ricos? Velhos e jovens? Duas advertências:
Note que o Q.I. é um número que resume o desempenho em testes que dependem de personalidade e motivação, além das qualidades mentais.
Não pré-julgar. Diferenças de grupos são médias e não predizem desempenho específico.
Diferenças entre grupos na inteligência medida
Diferenças de Gênero
No geral, não há diferenças. Há diferenças nos subtestes.
Diferenças entre grupos na inteligência medida
Diferenças de Idade
A capacidade mental cresce na infância até aproximadamente a idade de 30 anos. Dos 30 aos 60, geralmente há platôs ou melhorias em campos diferentes. Depois dos 60 há muita variabilidade. Capacidades que dependem de rapidez costumam declinar. A boa saúde e a estimulação complexa parecem manter ou melhorar os resultados nos testes. Já declínio na saúde ou alcoolismo relacionam-se a deterioração do desempenho mental.
Diferenças entre grupos na inteligência medida
Diferenças de Classe Social
Classe baixa: 20-30 pontos menos que as classes mais favorecidas. Por que?
Genes;
Lesão Cerebral;
Condições sociopsicológicas.
Diferenças entre grupos na inteligência medida
Diferenças de Classe Social
Os desempenhos inferiores nos testes não significam necessariamente que os mais pobres têm menos capacidade mental. O conteúdo e os procedimentos-padrão dos testes de inteligência tradicionais trabalham contra os pobres.
Tarefas não lhes despertam interesse;
Presença do examinador gera ansiedade;
O vocabulário/situações lhes são estranhos.
Diferenças individuais na inteligência medida
Retardo Mental: duas características definidoras – desempenho muito abaixo da média em testes de Q.I. e dificuldades de adaptação às exigências da vida.
Diferenças individuais na inteligência medida
Retardo Mental divide-se em 4 categorias:
Fonte: DSM
Diferenças individuais na inteligência medida
Retardo Leve: Parecem crianças normais nos primeiros anos de vida. Aprendem a se comunicar e a cuidar de si mesmos. Só se torna aparente em idades posteriores. Progridem academicamente até aprox. 6o. ano. O tipo de déficit varia muito. Quando adultos, podem viver em comunidade e trabalhar.
Diferenças individuais na inteligência medida
Retardo Moderado: São reconhecidos desde a tenra idade. Raramente progridem academicamente além do segundo ano primário. Parecem alheios às necessidades da vida em sociedade e tem dificuldades de cuidar de si mesmos. Necessitam rigorosa supervisão durante a vida inteira, entretanto são capazes de viver e trabalhar em comunidades quando adultos, sob proteção.
Diferenças individuais na inteligência medida
Retardo Grave e Profundo: Nota-se desde o nascimento. As incapacidades mentais associam-se a sérios problemas de saúde, Requerem supervisão contínua durante toda a vida. 
Nos casos dos gravemente retardados: pouca ou nenhuma habilidade comunicativa e habilidades motoras muito precárias. Podem, com treinamento, chegar a cuidar do próprio corpo. Quando adultos podem desempenhar tarefas simples sob estreita supervisão.
Diferenças individuais na inteligência medida
Nos casos dos profundamente retardados: problemas de saúde e deficiências sensoriais graves. Falta-lhes mobilidade. Comunicação é mínima. Progressos são precários e limitados a pequenos cuidados pessoais.
Nota: Os limites, assim como para as pessoas normais, não são rígidos.
Diferenças individuais na inteligência medida
Causas do retardo:
Biológicas: 
Hereditáriedade, infecções, falta de oxigenação, traumatismo, toxinas (ex: uso de álcool da mãe), desnutrição.
Cultural-familiares:
Pobreza (e tudo a ela associado – toxinas, desnutrição, assistência médica inadequada, estresse, ambiente lingüístico empobrecido, etc)
Diferenças individuais na inteligência medida
Inteligência Superior
Crianças com altos Q.I.s em geral tornam-se adultos altamente produtivos. Além de excepcional capacidade inata, os prodígios são favorecidos por vantagens de personalidade (concentração, ousadia) e sociais (estímulos, apoio).
Ficção ou Fato?
É relativamente fácil definir inteligência de uma forma aceitável para maioria dos psicólogos. FALSO
Um resultado de QI é um índice acurado de capacidade intelectual em pobres e ricos, negros e brancos, velhos e jovens. FALSO
A experiência pode elevar ou abaixar o QI em 30 pontos ou mais. VERDADEIRO
Ficção ou Fato?
Testes mentais indicam que os homens são substancialmente mais inteligentes que as mulheres. FALSO
Após os 40 anos a inteligência começa a declinar – ligeiramente no princípio e acentuadamente depois dos 50. FALSO
Os retardados mentais têm melhor desempenho intelectual quando crescem com a família do que quando permanecem em instituições. VERDADEIRO
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