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Capa 
 
1124776 E-book gerado especialmente para DEISE FERREIRA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1124776 E-book gerado especialmente para DEISE FERREIRA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Seguridade Social ........................................................................................................................ 1 
1.1 Origem e evolução legislativa no Brasil ................................................................................ 1 
1.2 Conceituação ....................................................................................................................... 6 
1.3 Organização e princípios constitucionais .............................................................................. 6 
2 Legislação Previdenciária .......................................................................................................... 13 
2.1 Conteúdo, fontes, autonomia .............................................................................................. 13 
2.3 Aplicação das normas previdenciárias ................................................................................ 14 
2.3.1 Vigência, hierarquia, interpretação e integração ......................................................... 14 
3 Regime Geral de Previdência Social .......................................................................................... 16 
3.1 Segurados obrigatórios....................................................................................................... 18 
3.2 Filiação e inscrição ............................................................................................................. 19 
3.3 Conceito, características e abrangência: empregado, empregado doméstico, contribuinte 
individual, trabalhador avulso e segurado especial ....................................................................... 20 
3.4 Segurado facultativo: conceito, características, filiação e inscrição .................................... 24 
3.5 Trabalhadores excluídos do Regime Geral ......................................................................... 25 
4 Empresa e empregador doméstico: conceito previdenciário ...................................................... 26 
5 Financiamento da Seguridade Social ......................................................................................... 26 
5.1 Receitas da União .............................................................................................................. 27 
5.2 Receitas das contribuições sociais: dos segurados, das empresas, do empregador 
doméstico, do produtor rural, do clube de futebol profissional, sobre a receita de concursos de 
prognósticos, receitas de outras fontes ......................................................................................... 27 
5.3 Salário-de-contribuição ....................................................................................................... 46 
5.3.1 Conceito...................................................................................................................... 46 
5.3.2 Parcelas integrantes e parcelas não-integrantes ......................................................... 46 
5.3.3 Limites mínimo e máximo............................................................................................ 46 
5.3.4 Proporcionalidade ....................................................................................................... 46 
5.3.5 Reajustamento ............................................................................................................ 46 
5.4 Arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à seguridade social ................. 50 
5.4.1 Competência do INSS e da Secretaria da Receita Federal do Brasil .......................... 50 
5.4.2 Obrigações da empresa e demais contribuintes .......................................................... 50 
5.4.3 Prazo de recolhimento ................................................................................................ 50 
5.4.4 Recolhimento fora do prazo: juros, multa e atualização monetária .............................. 50 
6 Decadência e prescrição ............................................................................................................ 59 
7 Crimes contra a seguridade social ............................................................................................. 61 
8 Recurso das decisões administrativas ....................................................................................... 69 
9 Plano de Benefícios da Previdência Social: beneficiários, espécies de prestações, benefícios, 
disposições gerais e específicas, períodos de carência, salário-de-benefício, renda mensal do 
benefício, reajustamento do valor dos benefícios .............................................................................. 75 
10 Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade de segurado........................................ 115 
11 Lei n.° 8.212, de 24/07/1991 e alterações posteriores............................................................ 117 
12 Lei n.º 8.213, de 24/07/1991 e alterações posteriores ............................................................ 151 
13 Decreto n.° 3.048, de 06/05/1999 e alterações posteriores .................................................... 189 
14 Lei de Assistência Social – LOAS: conteúdo; fontes e autonomia (Lei n° 8.742/93 e alterações 
posteriores; Decreto nº. 6.214/07 e alterações posteriores)............................................................. 342 
Questões .................................................................................................................................... 365 
 
1124776 E-book gerado especialmente para DEISE FERREIRA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em 
contato, informe: 
 
- Apostila (concurso e cargo); 
 
- Disciplina (matéria); 
 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
 
- Qual a dúvida. 
 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1124776 E-book gerado especialmente para DEISE FERREIRA
 
 1 
 
A seguridade social, no que tange a gestão do Regime Geral de Previdência Social, é organizada pelo 
Ministério da Previdência Social e executada principalmente pelo Instituto Nacional do Seguro Social, com 
o auxílio das secretarias estaduais de assistência social. 
Estão também diretamente envolvidos na seguridade social, o Ministério da Saúde (e as respectivas 
secretarias dos Estados da federação), o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e o 
Ministério do Trabalho e Emprego. 
A seguridade social é uma obrigação constitucional do Estado brasileiro, o que não significa que outros 
órgãos (filantrópicos ou com finalidade de lucro/iniciativa privada) também não possam atuar nas áreas 
previdenciárias (previdência privada), saúde pública (planos particulares) e assistência social (entidades 
religiosas). 
Nesse caso, os órgãos podem firmar convênios com os entes públicos e seguirem leis gerais para que 
possam atuar com uniformidade e responsabilidade. 
Importante destacar que a seguridade social não abrange todas as políticas sociais, afinal, a 
seguridade compreende saúde, assistência e previdência, enquantoas políticas sociais abarcam campo 
mais amplo, tais como; educação, trabalho, justiça, agricultura, habitação popular, meio ambiente, dentre 
outros. 
 
O conteúdo abaixo relacionado foi adaptado e esquematizado com base no texto extraído do site: 
www.conteudojuridico.com.br (referências). 
A Seguridade Social se originou na necessidade social de se estabelecer métodos de proteção contra 
os variados riscos ao ser humano. Em verdade, a elaboração de medidas para reduzir os efeitos das 
adversidades da vida, como fome, doença, velhice, etc. pode ser considerada como parte da própria 
teoria evolutiva de Darwin, na parte em que refere à capacidade de adaptação da raça humana para 
sobreviver. Segundo Ibrahim, “não seria exagero rotular esse comportamento de algo instintivo, já que 
até os animais têm hábito de guardar alimentos para dias mais difíceis. O que talvez nos separe das 
demais espécies é o grau de complexidade de nosso sistema protetivo1. 
A proteção contra os riscos da vida era inicialmente conferida pela família no seu conceito amplo (pai, 
mãe, filhos, avós, tios). Aqueles que não possuíam proteção familiar e não tinham condições de prover o 
próprio sustento dependiam da caridade praticada pelos mais ricos, que, por usa vez, praticavam como 
garantia de acesso ao Reino de Deus. 
 
1
 IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de direito previdenciário. 15ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2010, p. 1. 
1 Seguridade Social. 
Prof.ª Andréia Agostin 
1.1 Origem e Evolução Legislativa no Brasil. 
Prof.ª Andréia Agostin 
1124776 E-book gerado especialmente para DEISE FERREIRA
 
 2 
Formalmente, “a notícia da preocupação do homem em relação ao infortúnio é de 1344. Ocorre neste 
ano a celebração do primeiro contrato de seguro marítimo, posteriormente surgindo a cobertura de riscos 
contra incêndios”2. Contudo, a preocupação maior desses seguros não era com as pessoas, mas, sim, 
com as cargas e bens materiais. 
Segundo Martins, posteriormente vieram as confrarias ou guildas, consistentes em associações com 
fins religiosos. Essas sociedades normalmente vinculavam pessoas da mesma categoria ou profissão, 
que tinham objetivos comuns. Os integrantes recolhiam valores anuais, que poderiam ser utilizados em 
caso de velhice, doença e pobreza. 
O ano de 1601 marcou o advento, na Inglaterra, do Poor Relief Act (lei de amparo aos pobres), que 
instituiu a contribuição obrigatória para fins sociais e consolidou outras leis sobre a assistência pública. 
Essa lei concedia aos juízes da Comarca o poder de tributar, pois autorizava que lançassem o imposto 
de caridade a ser pago por todos os ocupantes e usuários de terras. O valor arrecadado era centralizado 
nas paróquias e administrados pelos inspetores nomeados pelos juízes, cabendo a elas - paróquias - o 
auxílio aos indigentes. 
O artigo 21 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, acrescentado pela Convenção 
Nacional francesa de 1793, dispôs que “os auxílios públicos são uma dívida sagrada. A sociedade deve 
a subsistência aos cidadãos infelizes, quer seja procurando-lhes trabalho, quer seja assegurando os 
meios de existência àqueles que são impossibilitados de trabalhar.” Assim, verifica-se que a proteção 
assistencial passou, progressivamente, a ser institucionalizada. 
A gênese da proteção social conferida pelo Estado originou-se, então, na Alemanha, com a aprovação, 
em 1883, do projeto do Chanceler Otto Von Bismarck. A Lei do Seguro Social garantiu, inicialmente, o 
seguro-doença, evoluindo para abrigar também o seguro contra acidentes de trabalho (1884) e o seguro 
de invalidez e velhice (1889). O financiamento desses seguros era tripartido, mediante prestações do 
empregado, do empregador e do Estado. 
Depois da atuação do Chanceler Alemão para diminuir a tensão existente entre as classes 
trabalhadoras, surge uma nova fase, denominado constitucionalismo social, em que o tema sob análise 
começa a ser positivado na própria Constituição dos países e outras normas importantes, da seguinte 
forma: 
 
CONSTITUIÇÃO DO MÉXICO - 1917: Os empresários eram responsáveis pelos acidentes do trabalho 
e pelas moléstias profissionais dos trabalhadores, em razão do exercício da profissão ou do trabalho que 
realizavam. 
 
WEIMAR - 1919: Criou um sistema de seguros sociais para poder, com o concurso dos interessados, 
atender à conservação da saúde e da capacidade para o trabalho, à proteção, à maternidade e à previsão 
das consequências econômicas da velhice, da enfermidade e das vicissitudes da vida. Determinou que 
ao Estado incumbe prover a subsistência do cidadão alemão, caso não possa proporcionar-lhe a 
oportunidade de ganhar a vida com um trabalho produtivo. 
 
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT) – 1919: Tal órgão passou a evidenciar a 
necessidade de um programa sobre previdência social. Após, várias convenções vieram a tratar da 
matéria, exemplos: Nº 12 - sobre acidentes do trabalho na agricultura, de 1921; Nº 17 - sobre indenização 
por acidente de trabalho, de 1927. 
 
RELATÓRIO BEVERIDGE - 1942: Previa uma ação estatal concreta como garantidora do bem-estar 
social, estabelecendo a responsabilidade do Estado, além do seguro social, na área da saúde e 
assistência social. O Plano Beveridge foi elaborado por uma comissão interministerial de seguro social e 
serviços afins, nomeada um ano antes, com o escopo de estabelecer alternativas para a reconstrução da 
sociedade no período pós-guerra. É considerado um marco da evolução securitária porque se trata de 
um estudo amplo e minucioso de todo o universo do seguro social e serviços conexos, tendo questionado 
a proteção somente aos empregados, enquanto todos os trabalhadores estavam sujeitos aos riscos 
sociais. Baseava-se numa proteção ampla e duradoura, tanto que Lorde Beveridge afirmara que a 
segurança social deveria ser prestada “do berço ao túmulo” (Social security from the cradle to the 
grave). 
 
 
 
2
 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social. 30ª ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 3. 
1124776 E-book gerado especialmente para DEISE FERREIRA
 
 3 
O Plano Beveridge tinha por objetivos3. 
(a) unificar os seguros sociais existentes; 
(b) estabelecer o princípio da universalidade, para que a proteção se estendesse a todos os cidadãos 
e não apenas aos trabalhadores; 
(c) igualdade de proteção; 
(d) tríplice forma de custeio, porém com predominância do custeio estatal. 
 
O Plano Beveridge tinha cinco pilares: 
(a) necessidade; 
(b) doença; 
(c) ignorância; 
(d) carência (desamparo); 
(e) desemprego. 
 
Era universal e uniforme. Visava ser aplicado a todas as pessoas e não apenas a quem tivesse contrato 
de trabalho, pois o sistema de então não atingia quem trabalhava por conta própria. Tinha por objeto 
abolir o estado de necessidade. Objetivava proporcionar garantia de renda às pessoas, atacando a 
indigência. Os princípios fundamentais do sistema eram: horizontalidade das taxas de benefícios de 
subsistência, horizontalidade das taxas de contribuição, unificação da responsabilidade administrativa, 
adequação dos benefícios, racionalização e classificação. 
 
 
NO BRASIL 
 
No Brasil, a proteção social evoluiu de forma semelhante ao plano internacional. Inicialmente foi 
privada e voluntária, passou para a formação dos primeiros planos mutualistas e, posteriormente, para a 
intervenção cada vez maior do Estado. 
No século XVI, decorrente da caridade imanente à fé cristão e a atuação da Igreja Católica, o padre 
jesuíta José de Anchieta fundou a Santa Casa de Misericórdia, cujo objetivo era prestar atendimento 
médico e hospitalar aos necessitados4. 
Vamos estudar a evolução brasileira de forma esquematizada, vejamos: 
 
Em 1795, foi criadoo Plano de Benefícios dos Órfãos e Viúvas dos Oficiais da Marinha. Esse talvez 
seja a primeira ideia de pensão por morte no ordenamento jurídico brasileiro, na medida em que tinha 
por objetivo estabelecer proteção aos citados dependentes dos oficiais da Marinha contra o risco social 
morte. 
Em 1º de outubro de 1821, Dom Pedro de Alcântra publicou Decreto concedendo o direito à 
aposentadoria aos mestres e professores, desde que completassem 30 (trinta) anos de serviço, bem 
como assegurou um abono de ¼ dos ganhos para aqueles que continuassem trabalhando depois de 
completarem o tempo para inativação. 
Em 1808, estabeleceu-se o montepio para a guarda pessoal de Dom João VI e, em 1835, o Montepio 
Geral dos Servidores do Estado (Mongeral). 
Na Constituição Imperial de 1824, a referência mais próxima ao seguro social foi feita pelo artigo 179, 
inciso XXXI, ao constituir os Socorros Públicos. Depois da proliferação dos Socorros Públicos, instituiu-
se, como já referido, o Montepio Geral dos Servidores do Estado, no ano de 1835. Esse Montepio, que 
previa um sistema mutualista de cobertura de riscos, foi a primeira entidade privada a funcionar no país. 
Na vigência da Constituição Imperial, ainda, merecem destaque: 
a) o Código Comercial (1850), que previa o direito de manutenção do salário por três meses na hipótese 
de acidente imprevisto e inculpado; 
b) o Regulamento nº 737 (1850), que igualmente garantia aos empregados acidentados os salários por 
até três meses; 
 
3
 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social. 30ª ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
4
 ALENCAR, Hermes Arrais. Benefícios previdenciários. 3ª ed. rev. e atual. São Paulo: Universitária de Direito, p. 30 
1124776 E-book gerado especialmente para DEISE FERREIRA
 
 4 
c) o Decreto nº 2.711 (1860), que regulamentava o custeio dos montepios e das sociedades de socorros 
mútuos; 
d) o Decreto nº 9.912-A (1888) e nº 9.212 (1889), que, respectivamente, concedeu aos empregados 
dos Correios o direito à aposentadoria, ao conjugarem 60 (sessenta) anos de idade e 30 (trinta) anos 
de serviço e criou o montepio obrigatório para os seus empregados dos Correios; 
e) o Decreto nº 221 (1890), que instituiu o direito à aposentadoria para os empregados da Estrada de 
Ferro Central do Brasil. 
A Constituição Federal de 1891 foi a primeira a referir expressamente o termo “aposentadoria”, 
concedendo o direito à inativação somente aos funcionários públicos, no caso de invalidez. As outras 
categorias de trabalhadores não foram contempladas pela Constituição. Essa diferenciação de 
tratamento entre funcionários públicos e privados merece registro. A justificativa era a necessidade de 
conceder uma proteção aos militares porque eram eles que defendiam as fronteiras territoriais e 
mantinham a ordem, sacrificando-se pelo país. Essa argumentação é válida, mas é bom que se diga: 
ao manter a ordem, o exército mantinha o regime monárquico e o próprio imperador no poder. 
Na vigência da Constituição Federal de 1891, tem importância a edição das Leis: 
a) 217 (1892), que concedeu o direito à aposentadoria por invalidez e a pensão por morte dos operários 
do Arsenal da marinha do Rio de Janeiro, 
b) 3.724 (1919), que estabeleceu o seguro acidente e tornou obrigatório o pagamento de indenização 
pelos empregadores e, principalmente; 
 c) Lei Eloy Chaves (Decreto nº 4.682/1923). 
 
Vamos dar uma atenção especial a Lei Eloy Chaves. Essa é considerada um marco na evolução da 
Seguridade Social no Brasil, pois criou nacionalmente as Caixas de Aposentadorias e Pensões para os 
ferroviários. O custeio das Caixas, conforme previsão do artigo 3º, era feito da seguinte forma: 
a) uma contribuição mensal dos empregados, correspondente a 3% dos respectivos vencimentos; 
b) uma contribuição anual da empresa, correspondente a 1% da sua renda bruta; 
c) uma contribuição equivalente ao aumento de 1,5% sobre as tarifas das estradas de ferro; 
d) as importâncias das joias pagas pelos empregados na data da criação da caixa e pelos admitidos 
posteriormente, equivalentes a um mês de vencimentos e pagas em 24 prestações mensais; 
e) as importâncias pagas pelos empregados correspondentes à diferença do primeiro mês de 
vencimentos, quando promovidos ou aumentados de ordenado, pagas também em 24 prestações 
mensais; 
f) o importe das somas pagas a maior e não reclamadas pelo público, dentro do prazo de um ano; 
g) as multas que atingiam o público ou o pessoal; 
h) as verbas sob rubrica de venda de papel velho e varreduras; 
i) os donativos legados à caixa; 
j) os juros dos fundos acumulados. 
 
Além da aposentadoria por invalidez, a Lei Eloy Chaves previa, no seu artigo 12, a aposentadoria 
ordinária nas seguintes situações: 
a) integral, ao empregado ou operário que tenha prestado, pelo menos, 30 (trinta) anos de serviço e 
tenha 50 (cinquenta) anos de idade; 
b) com 25% de redução, ao empregado ou operário que, tendo prestado 30 (trinta) anos de serviço, 
tenha menos de 50 (cinquenta) anos de idade; 
c) com tantos trinta avos quanto forem os anos de serviço, até o máximo de 30 (trinta), ao empregado 
ou operário que, tendo 60 (sessenta) ou mais anos de idade, tenha prestado 25 (vinte e cinco) ou mais, 
até 30 (trinta) anos de serviço. 
 
A Lei Eloy Chaves instituiu, no seu artigo 9º, item 3º, a pensão por morte para os dependentes dos 
segurados. O benefício seria extinto, nos termos do artigo 33, para a viúva, o viúvo ou pais, quando 
contraíssem novas núpcias, para os filhos, ao completarem 18 (dezoito) anos, para as filhas ou irmãs 
solteiras, ao contraírem matrimônio e, para todos, em caso de vida desonesta ou vagabundagem. 
Com a edição da Lei Eloy Chaves, outras categorias mobilizaram na busca pelos mesmos direitos, 
provocando uma extensão dessa medida protetiva. 
Após publicação da Lei Eloy Chaves, o desenrolar da Seguridade Social no Brasil passa pela 
Revolução de 1930, com o governo de Getúlio Vargas. Este Presidente reformulou os regimes 
previdenciário e trabalhista. Na esfera previdenciária, tem especial destaque a mudança da organização 
do sistema de caixas de aposentadoria e pensão para institutos de aposentadoria e pensão. O primeiro 
a ser criado foi o Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos (Decreto nº 22.872/1933). 
1124776 E-book gerado especialmente para DEISE FERREIRA
 
 5 
A unificação das caixas em institutos também ampliou a intervenção estatal na área, pois o controle 
público ficou finalmente consolidado, já que os institutos eram dotados de natureza autárquica e 
subordinados diretamente à União, em especial ao Ministério do Trabalho. 
 
A Constituição Federal de 1934, que empregou o termo “previdência” dissociado do termo “social”, foi 
a primeira a estabelecer a forma tripartida de custeio, mediante contribuições do empregado, do 
empregador e do Estado 
A Constituição Federal de 1937 não trouxe nenhuma inovação significativa, senão o emprego da 
expressão “seguro social. 
A Constituição Federal de 1946 foi a primeira a empregar o termo “previdência social” em substituição 
ao “seguro social”; também durante a sua vigência foi editada a Lei nº 3.807 (1960), que unificou a 
legislação securitária e foi apelidada de Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS). 
Em 1965 ocorreu um fato significativo, incluiu-se na Constituição Federal de 1946 um parágrafo 
proibindo a prestação de benefício sem a correspondente fonte de custeio. 
Finalmente, no ano de 1966, o Decreto nº 72 criou o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), 
autarquia integrante da administração indireta da União, com personalidade jurídica própria. 
Em 1977, a Lei nº 6.439 instituiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), 
conservando as competências previdenciárias do INPS, e criando, entre outros órgãos,o Instituto 
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). 
Em 1976, novamente a legislação esparsa, que havia surgido desde a LOPS de 1960, foi unificada pelo 
Decreto nº 77.077 na Consolidação das Leis da Previdência Social (CLPS). A CLPS de 1976 foi 
substituída pela CLPS de 1984, aprovada pelo Decreto nº 89.312. 
Em 1988, sob inspiração do Wellfare State, foi publicada no Brasil uma nova Constituição Federal. O 
texto constitucional trouxe um capítulo abordando a Seguridade Social (artigos 194 a 204), que foi 
dividida em Previdência Social, Assistência Social e Saúde. Num primeiro momento, o custeio da 
Seguridade Social seria realizado por contribuições sociais do empregador, dos trabalhadores e sobre 
as receitas dos concursos de prognósticos. Com as emendas constitucionais que sobrevieram, o 
custeio foi melhor especificado. 
Em 1990, o SIMPAS, do qual faziam parte INPS e o INAMPS, foi extinto. A Previdência Social foi 
assumida, então, pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), criado pela Lei nº 8.029, e o 
atendimento médico hospitalar passou a ser realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela 
Lei nº 8.080. 
Por fim, a CLPS de 1984 foi revogada pela Lei nº 8.213 (1991), que dispôs sobre os Planos de 
Benefícios da Previdência Social, e pela Lei nº 8.212 (1991), que institui o Plano de Custeio, vigentes 
até hoje. 
 
Diante de todo o exposto, possível concluir-se que a Seguridade Social, sob o enfoque mundial, tem 
origem nos modelos Bismarckiano e Beveridgiano. O modelo Bismarckiano foi inaugurado em 1883, com 
o seguro-doença, evoluindo para abrigar também o seguro contra acidentes de trabalho (1884) e o seguro 
de invalidez e velhice (1889). O Plano Beveridge (1942), por sua vez, era universal e uniforme, tendo 
cinco pilares: necessidade, doença, ignorância, carência (desamparo) e desemprego. Ele baseava-se 
numa proteção ampla e duradoura, tanto que Lorde Beveridge afirmara que a segurança social deveria 
ser prestada do berço ao túmulo (Social security from the cradle to the grave). No Brasil, a proteção social 
evoluiu de forma semelhante ao plano internacional. Inicialmente foi privada e voluntária, passou para a 
formação dos primeiros planos mutualistas e, posteriormente, para a intervenção cada vez maior do 
Estado. O marco normativo da Seguridade Social brasileira foi a Lei Eloy Chaves, que criou nacionalmente 
as Caixas de Aposentadorias e Pensões para os ferroviários, e atualmente é regida pelas Leis nº 8.080/90 
e nº 8.213/91, que criaram, sob a égide da Constituição Federal de 1988, o Sistema Único de Saúde 
(SUS) e o Plano de Benefícios da Previdência Social. 
 
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,antecedentes-historicos-da-seguridade-social-no-mundo-e-
no-brasil,44593.html 
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 6 
 
“Seguridade social é conjunto de medidas proporcionado pela sociedade aos seus integrantes 
com a finalidade de evitar desequilíbrios econômicos e sociais que, a não ser resolvidos, 
significariam redução ou perda de renda a causa de contingências como doenças, acidentes, 
maternidade ou desemprego, entre outras.” 
 
É um direito humano inalienável, contido na Carta Internacional de Direitos Humanos: 
 
Artigo 22 
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço 
nacional, pela cooperação internacional de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos 
direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua 
personalidade. 
 
A Constituição Federal em seu título VIII (da Ordem Social) traz entre os artigos 194 e 204, a base da 
regulamentação da seguridade social no Brasil. 
 
TÍTULO VIII 
Da Ordem Social 
CAPÍTULO II 
DA SEGURIDADE SOCIAL 
Seção I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes 
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com 
base nos seguintes objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
1.2 Conceituação 
Prof.ª Andréia Agostin 
1.3 Organização e Princípios Constitucionais. 
Prof.ª Andréia Agostin 
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IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - equidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento; 
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com 
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos 
colegiados. 
 
ORGANIZAÇÃO: 
 
A seguridade social encontra-se firmada em três pilares: 
a) Saúde: A universalidade é a nota característica desse subsistema, que é destinado a toda e 
qualquer pessoa que dele necessita. Não se limita à prestação de serviços de recuperação, visto que o 
conceito constitucional é bem mais amplo, dando ênfase à prevenção do risco, através de políticas sociais 
e econômicas. A saúde estrutura-se através de um sistema unificado e hierarquizado denominado SUS 
– Sistema Único de Saúde. As condições de saúde, qualidade de vida e longevidade, influem diretamente 
no sistema previdenciário, pois, apenas como exemplos, pessoas mais saudáveis, aposentam-se menos 
por invalidez. 
b) Previdência: Está disciplinada nos artigos 201 e 202 da Constituição Federal, que dispõem ser, 
esse, um sistema contributivo, mediante o qual os trabalhadores estarão protegidos contra as 
contingências elencadas em seu art. 201: doença, morte, invalidez, idade avançada, encargos familiares, 
prisão do segurado de baixa renda, além de proteção à maternidade e desemprego involuntário. 
c) Assistência Social: A assistência social encontra-se disciplinada nos artigos 203 e 204 da 
Constituição Federal. É destinada aos hipossuficientes, ou seja, àqueles que dela necessitam, 
independente de contribuição. Direciona-se, portanto, àquelas pessoas que estão fora do mercado de 
trabalho, sem proteção previdenciária e em condições indignas de vida. Interagem com os dois outros 
subsistemas, completando-os, em busca da realização de princípios constitucionais fundamentais, como 
a dignidade da pessoa humana, o bem-estar e a justiça social. 
 
MEMORIZE! 
 
 
 
 
 
 
 
SEGURIDADE 
SOCIAL 
 
Previdência social 
 
 
Só para os que contribuem 
 
Direito à saúde 
 
Para todos 
 
Independente de 
contribuição 
 
 
Assistência Social 
 
 
Para os necessitados 
 
Independente de 
contribuição 
 
Vamos conferir o texto constitucional: 
 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos 
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à 
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro; 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre 
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviçosdo exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social 
constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. 
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos 
responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades 
estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. 
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§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não 
poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. 
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da 
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido 
sem a correspondente fonte de custeio total. 
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa 
dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto 
no art. 150, III, "b". 
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência 
social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os 
respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados 
permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o 
resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. 
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases 
de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-deobra, do 
porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. 
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de 
assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os 
Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. 
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos 
I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. 
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na 
forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. 
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da 
contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. 
 
Seção II 
DA SAÚDE 
 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
 
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, 
nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita 
diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. 
 
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e 
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento 
da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. 
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e 
serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: 
I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no § 3º; 
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere 
o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as 
parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; 
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se 
refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. 
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá: 
I - os percentuais de que trata o § 2º; 
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II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a 
progressiva redução das disparidades regionais; 
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, 
estadual, distrital e municipal; 
IV - as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União. 
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e 
agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e 
complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. 
 
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para 
os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de 
combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira 
complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso 
salarial. 
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o 
servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate 
às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em 
lei, para o seu exercício. 
 
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, 
segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades 
filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas 
com fins lucrativos. 
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência 
à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. 
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e 
substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento 
e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. 
 
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: 
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar 
da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; 
II - executar as ações de vigilânciasanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; 
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; 
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; 
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como 
bebidas e águas para consumo humano; 
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e 
produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. 
 
Seção III 
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e 
de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, 
nos termos da lei, a: 
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante. 
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; 
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, 
observado o disposto no § 2º. 
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos 
beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob 
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condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados 
portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar. 
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado 
terá valor mensal inferior ao salário mínimo. 
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente 
atualizados, na forma da lei. 
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor 
real, conforme critérios definidos em lei. 
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, 
de pessoa participante de regime próprio de previdência. 
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do 
mês de dezembro de cada ano. 
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas 
as seguintes condições: 
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; 
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em 
cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades 
em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. 
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para 
o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na 
educação infantil e no ensino fundamental e médio. 
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na 
administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de 
previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. 
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente 
pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado. 
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito 
de contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. 
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de 
baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no 
âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a 
benefícios de valor igual a um salário-mínimo. 
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e 
carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de previdência social. 
 
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma 
em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas 
que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. 
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de benefícios de 
entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos 
planos. 
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, 
regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de 
trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a 
remuneração dos participantes, nos termos da lei. 
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e 
outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua 
contribuição normal poderá exceder a do segurado. 
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, 
inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou 
indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada, e suas 
respectivas entidades fechadas de previdência privada. 
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no que couber, às empresas 
privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras 
de entidades fechadas de previdência privada. 
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá os requisitos para a designação 
dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos 
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participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto de discussão 
e deliberação. 
 
Seção IV 
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de 
contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração 
à vida comunitária; 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso 
que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, 
conforme dispuser a lei. 
 
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do 
orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base 
nas seguintes diretrizes: 
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal 
e a coordenação e a execução dosrespectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a 
entidades beneficentes e de assistência social; 
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas 
e no controle das ações em todos os níveis. 
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão 
e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses 
recursos no pagamento de: 
I - despesas com pessoal e encargos sociais; 
II - serviço da dívida; 
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados. 
 
PRINCÍPIOS: 
 
Os princípios constitucionais são alicerces do ordenamento jurídico, servem para garantir um estado 
democrático de direito. Nessa linha, os princípios da seguridade social são compostos por um conjunto 
de normas programáticas que trazem objetivos orientadores para elaboração das leis e um conjunto de 
garantias a serem observadas pela administração pública na execução de programas de seguridade 
social. Esses princípios não são aplicados somente pela previdência social, mas em toda a estrutura da 
seguridade social, que abrange os seus três seguimentos: Além da previdência social, a saúde e 
assistência social. 
 
1) Princípio da Universalidade e cobertura no atendimento (art.194, parágrafo único, I CF/88 – 
universalidade de cobertura e do atendimento). A seguridade deve abranger a todos que dela necessitam 
e atender a cobertura dos riscos sociais da forma mais ampla possível. Destaca-se que na previdência 
social é aplicado o regime de contribuição com filiação obrigatória daqueles que exercem função 
remunerada e facultativa para alguns seguimentos. A universalidade da cobertura, significa que a 
Seguridade deve contemplar todas as contingências sociais que geram necessidade de proteção social 
das pessoas, tais como: maternidade; velhice; doença; acidente; invalidez; reclusão e morte. Já a 
universalidade do atendimento, significa dizer que todas as pessoas serão indistintamente acolhidas pela 
Seguridade Social. A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos 
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência. Convém esclarecermos um ponto que pode suscitar dúvidas. Não podemos confundir, 
previdência social com seguridade social, aquela é espécie dessa. Assim, quando o princípio assegura 
universalidade de atendimento, não significa dizer que qualquer pessoa tenha direito aos benefícios 
previdenciários, já que, a Previdência Social tem caráter contributivo, ou seja, somente aqueles que 
contribuem para o sistema é que terão direito aos benefícios. 
 
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2) Princípio da uniformidade e equivalência (art. 194, parágrafo único, II CF/88 – uniformidade e 
equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais). Os direitos e benefícios da 
seguridade social devem abranger de forma isonômica, tanto as populações urbanas como as rurais. 
Equivale dizer, que as mesmas contingências (morte, velhice, maternidade...) serão cobertas tanto para 
os trabalhadores urbanos como para os rurais. Além disso, deverão possuir o mesmo valor econômico. 
Observe que este princípio da Seguridade Social coaduna-se com o disposto no artigo 7º, da CF/88, que 
garante direitos sociais idênticos aos trabalhadores urbanos e rurais. 
3) Princípio da seletividade e distributividade na prestação (art. 194, parágrafo único, III CF/88 – 
a seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços). A prestação do benefício e do 
serviço é feita de acordo com a capacidade econômico-financeira do sistema que custeia a seguridade 
social, atendendo as necessidades de benefícios e serviços mais relevantes. A seguridade social visa 
garantir a sobrevivência digna da população de baixa renda, para isso, um dos mecanismos utilizados é 
a distribuição de renda, tendo, portanto, caráter social. Esse princípio apregoa que nem todos os 
segurados terão direito a todas as prestações que o sistema pode fornecer. Por exemplo, os benefícios 
salário-família e o auxílio-reclusão só serão pagos aos segurados de baixa renda. 
4) Princípio da irredutibilidade no valor dos benefícios (art. 194, parágrafo único, IV – 
irredutibilidade do valor dos benefícios). Visa garantir o valor real dos benefícios prestados pela 
seguridade social. Para isso, há garantia de reajustamento periódico dos proventos e pensões. 
 
5) Princípio da equidade no custeio – (art. 194, parágrafo único, V – equidade na forma de 
participação no custeio). Este princípio é um desdobramento do Princípio da Igualdade que estabelece 
que deve-se tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. A legislação da seguridade social 
deve prever contribuições iguais para quem se encontra nas mesmas condições. Quem possui maior 
capacidade contributiva, contribui com mais. Quem possui menor capacidade contributiva, contribui com 
menos, ou, não contribui. Importante destacar que não há anterioridade quanto ao exercício financeiro 
instituído em relação às contribuições sociais. 
Princípio da Anterioridade, art. 150, III, b: os tributos não podem ser cobrados no mesmo exercício 
financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. 
Princípio da Anterioridade Nonagesimal, art. 150, III, c: o tributo não pode ser cobrado no mesmo 
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, e, antes de decorridos 
noventa dias da data em que haja sido publicada esta lei. 
 
6) Princípio da diversidade na base de financiamento (art. 194, parágrafo único, VI). O maior 
número possível de fontes de custeio deve ser agregado ao sistema de seguridade social, para, dessa 
forma, diminuir os riscos financeiros do sistema, evitando a falta de recursos para prover os serviços e 
benefícios. Estabelece a CF/88 em seu artigo 195, que a Seguridade Social será financiada por toda a 
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos 
da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, da empresa incidente sobre a folha, a receita, o lucro, a 
remuneração paga ao trabalhador e sobre a receita de concursos de prognósticos, visando assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. As receitas dos Estados, Distrito Federal 
e Municípios destinadas à Seguridade Social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o 
orçamento da União. Além disso, o artigo 195, parágrafo 4º estabelece que lei da União poderá instituir 
outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da Seguridade Social desde que sejam 
não-cumulativas e tenham fato gerador e base de cálculo diferentes das contribuições sociais existentes. 
 
7) Princípio do caráter democrático e descentralizado da administração (art. 194, parágrafo único, 
VII). A gestão da seguridade social tem a participação de todos os envolvidos, é feita por meio de 
conselhos espalhados na estrutura do sistema de seguridade social. Essa gestão é chamada de 
quadripartite, pois conta com a participação da sociedade civil; 
a) dos aposentados e pensionistas; 
b) dos trabalhadores em atividade; 
c) do governo federal; e 
d) dos empregadores. 
 
8) Princípio da solidariedade – (art. 3º, I, CF/88 - construir uma sociedade livre, justa e solidária). 
Esse objetivo programático deve ser perseguido pelo sistema de seguridade social, pois trata de sistema 
de ajuda mútua em benefício da coletividade. A seguridade social visa garantir a sobrevivência digna da 
população de baixa renda, para isso, um dos mecanismos utilizados é a distribuição de renda. 
 
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 13 
9) Forma de custeio (art. 195, CF/88). Segundo esse dispositivo constitucional a seguridade social 
deve ser financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, por meio de recursos provenientes 
da contribuição do governo, das empresas e dos trabalhadores. A prestação do benefício e do serviço é 
feita de acordo com a capacidade econômico-financeira do sistema que custeia a seguridade social, 
atendendo as necessidades de benefícios e serviços mais relevantes. A seguridade social visa garantir a 
sobrevivência digna da população de baixa renda, para isso, um dos mecanismos utilizados é a 
distribuição de renda. Importante destacar que, com a reforma da previdência social (emenda 
constitucional nº 41/2003), foi introduzida a contribuição dos aposentados para o financiamento do 
sistema previdenciário. Vejamos: 
 
Art. 4º Os servidores inativos e os pensionistas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, em gozo de benefícios na data de publicação desta 
Emenda, bem como os alcançados pelo disposto no seu art. 3º, contribuirão para o custeio do regime de 
que trata o art. 40 da Constituição Federal com percentual igual ao estabelecido para os servidores 
titulares de cargos efetivos. 
Parágrafo único. A contribuição previdenciária a que se refere o caput incidirá apenas sobre a parcela 
dos proventos e das pensões que supere: 
I - cinquenta por cento do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência 
social de que trata o art. 201 da Constituição Federal, para os servidores inativos e os pensionistas dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
II - sessenta por cento do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência 
social de que trata o art. 201 da Constituição Federal, para os servidores inativos e os pensionistas da 
União. 
 
Legislação é um corpo de leis que regulariza determinada matéria ou ciência, ou ainda um conjunto 
de leis que organiza um país, que estabelece condutas e ações aceitáveis ou recusáveis de um indivíduo, 
instituição, empresa, entre outros. 
 
CONTEÚDO 
A Previdência Social desenvolveu o Sistema de Legislação da Previdência Social - Sislex com o 
objetivo de organizar, manter e disponibilizar para toda a população um banco de dados como fonte 
integrada de consulta sobre legislação previdenciária. São inúmeras leis que regulamentam o sistema 
previdenciário brasileiro, contudo, o candidato deverá estudar apenas as leis exigidas no conteúdo 
programático do edital. 
 
FONTES 
Fontes é uma expressão utilizada no meio jurídico para se referir aos componentes utilizados no 
processo de composição do direito, enquanto conjunto sistematizado de normas (legislação). 
 
Fontes diretas ou imediatas: São as Leis: Constituição Federal, Emendas Constitucionais, Leis 
Complementares e Legislação Ordinária. Ou seja, as fontes diretas ou mediatas, por si só, são suficientes 
para gerar a regra jurídica. 
 
Fontes indiretas ou mediatas: São as que não têm a virtude de gerar a regra jurídica, porém, 
encaminham mais cedo ou mais tarde, à elaboração da norma. São os costumes, a doutrina e a 
jurisprudência. 
2 Legislação Previdenciária. 
2.1 Conteúdo, Fontes, Autonomia. 
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AUTONOMIA 
 
A teoria dualista dispõe que o Direito da Seguridade Social é autônomo, mostrando que esse ramo do 
Direito não se confunde com o Direito do Trabalho. A Constituição Federal de 1988, ao estatuir um 
capítulo próprio para a seguridade social (Capítulo II), incluído no Título VIII ("Da Ordem Social"), no qual 
constam várias disposições sobre seguridade social, abrangendo a previdência social, assistência social 
e saúde (arts. 194 a 204), tornando-a totalmente desvinculada do Direito do Trabalho, que teve suas 
determinações incluídas no Capítulo II ("Dos Direitos Sociais") do Título II ("Dos Direitos e Garantias 
Fundamentais"), no art. 7º. 
 
APLICAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS: A complexidade do ordenamento jurídico 
previdenciário resulta da coexistência de diferentes tipos de normas produzidas da constante renovação 
e das naturais dúvidas que, em cada caso concreto, surgem, na tarefa de escolher qual norma deve ser 
aplicada. Dessa forma, é necessário manter a coerência do sistema, que é questão de hierarquia, 
afastando as antinomias entre as normas; encontrar meios para resolver o caso concreto quando não há 
no ordenamento uma norma específica para ele, que é o problema da integração das lacunas; e 
compreender o significado das diretrizes que estão contidas nas normas, que é sua interpretação, sendo 
esses os aspectos nucleares da aplicação do direito como um todo. 
 
VIGÊNCIA: A vigência, ou eficácia da norma jurídica, pode ser dividida em relação ao tempo e ao 
espaço. 
a) Eficácia no Tempo: A eficácia no tempo refere-se à entrada da lei em vigor. Normalmente, as 
disposições securitárias entram em vigor na data da publicação da lei, com eficácia imediata, mas certos 
dispositivos, tanto do Plano de Custeio como do de Benefícios, necessitam ser complementados pelo 
regulamento, e só a partir da existência deste terão plena eficácia. 
b) Eficácia no Espaço: A eficácia no espaço diz respeito ao território em que será aplicada a norma. 
A lei de Seguridade Social se aplica no Brasil, tanto para os nacionais como para os estrangeiros nele 
residentes, de acordo com as regras determinadas pelo Plano de Custeio e Benefícios e outras 
especificações atinentes à matéria. 
 
HIERARQUIA: Havendo duas ou mais normas sobre a mesma matéria, começa a surgir o problema 
de qual delas deva ser aplicada. A hierarquia entre as normas somente vai ocorrer quando a validade de 
determinada norma depender de outra, na qual esta vai regular inteiramente a forma de criação da 
primeira norma. É certo que a Constituição é hierarquicamente superior às demais normas, pois o 
processo de validade destas é regulado pela primeira. Abaixo da Constituição encontram-se os demais 
preceitos legais, cada qual com campos diversos: leis complementares, leis ordinárias, decretos-leis (nos 
períodos em que existiram), medidas provisórias, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções. Não 
há dúvida que os decretos são hierarquicamente inferiores às primeiras normas, até porque não são 
emitidos pelo Poder Legislativo, mas pelo Poder Executivo. Após os decretos encontramos normas 
internas da Administração, como portarias, circulares, ordens de serviço etc., que são hierarquicamente 
inferiores aos decretos. 
 
INTERPRETAÇÃO: (texto adaptado de Erick Menezes de Oliveira Junior) Nenhum método 
interpretativo é absoluto. Os diferentes meios empregados ajudam-se uns aos outros, combinando-se e 
controlando-se reciprocamente. Assim, não basta conhecer as regras aplicáveis para determinar o sentido 
e o alcance dos textos. Parece necessário reuni-las e, num todo harmônico, oferecê-las ao estudo, em 
2.3 Aplicação das Normas Previdenciárias. 
2.3.1 Vigência, Hierarquia, Interpretação e Integração. 
Prof.ª Andréia Agostin 
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um encadeamento lógico. O ponto de partida do intérprete há que ser sempre os princípios, que são um 
conjunto de normas que espelham a ideologia do ordenamento jurídico, seus postulados básicos e seus 
fins. 
A atividade de interpretação deve começar pela identificação dos princípios maiores que regem o tema 
a ser apreciado, do mais genérico ao mais específico, até chegar à formulação da regra concreta que vai 
reger a espécie. 
De acordo com a técnica gramatical (literal, semântica ou filológica) o hermeneuta procurará o sentido 
literal do texto normativo, buscando as regras dagramática e da linguística, examinará o aplicador ou 
intérprete cada termo do texto normativo, isolada ou sistematicamente, atendendo à pontuação, 
colocação dos vocábulos, origem etimológica etc., para, ao final, formular os significados que possa ter o 
preceito analisado. 
Pertinente ao processo lógico, o que se pretende é desvendar o sentido e o alcance da norma, 
estudando-a por meio de raciocínios lógicos, analisando os períodos da lei e combinando-os entre si, com 
o objetivo de atingir perfeita compatibilidade. 
A técnica interpretativa histórica funda-se na análise dos antecedentes da norma, pesquisando todo o 
seu itinerário legislativo, às circunstâncias fáticas que a precederam e lhe deram origem, às causas ou 
necessidades que induziram o órgão a elaborá-la. Essa investigação é bastante útil a fim de captar o 
exato significado das normas e os resultados que tencionam alcançar. 
Por sua vez, no processo sistemático, o intérprete, partindo do pressuposto que o sistema jurídico não 
se compõe de um único sistema normativo, mas de vários, que constituem um conjunto harmônico e 
interdependente, considerará o sistema em que se insere a norma, relacionando-a com outras normas 
concernentes ao mesmo objeto. Deve-se, por conseguinte, cotejar o texto normativo, em análise, com 
outros do mesmo diploma legal ou de leis diversas, mas referentes ao mesmo objeto, pois por umas 
normas pode-se desvendar o sentido de outras. Examinando o conjunto das normas é possível desvendar 
o sentido de cada uma delas. 
Por fim, o processo teleológico objetiva adaptar a finalidade da norma às novas exigências sociais. A 
técnica teleológica conduz à compreensão de que o fim prático da norma coincide com o fim apontado 
pelas exigências sociais (fim social, tendo em vista o bem comum). 
No Direito da Seguridade Social vamos encontrar a aplicação da norma mais favorável ao segurado 
na interpretação do texto legal, que muitas vezes é disciplinada pela própria lei. Normalmente na 
legislação ordinária, principalmente quanto aos benefícios, costuma-se encontrar a expressão "o que for 
mais vantajoso" para o beneficiário. 
 
Em resumo e complementando o assunto, vamos memorizar: 
a) Gramatical ou literal (verba legis): Consiste em verificar qual o sentido do texto gramatical da 
norma jurídica. Vai se analisar o alcance das palavras contidas no texto da lei; 
b) Lógica (mens legis): Em que se estabelece uma conexão entre os vários textos legais a serem 
interpretados; 
c) Teleológica ou finalística: A interpretação será dada ao dispositivo legal de acordo com o fim 
desejado pelo legislador; 
d) Sistemática: A interpretação será dada ao dispositivo legal de acordo com a análise do sistema, 
no qual está inserido, sem se ater a interpretação isolada de um dispositivo, mas, sim, ao conjunto; 
e) Extensiva ou ampliativa: Pretende um sentido mais amplo à norma a ser interpretada do que ele 
normalmente teria; 
f) Restritiva ou limitativa: Pretende um sentido mais restrito, limitado a interpretação da norma 
jurídica; 
g) Histórica: O Direito decorre de um processo evolutivo. Há necessidade de analisar, na evolução 
histórica dos fatos, o pensamento do legislador, não só à época da edição da lei, mas de acordo com sua 
exposição de motivos, mensagens, emendas, as discussões parlamentares etc. O Direito, portanto, é 
uma forma de adaptação do meio em que vivemos em função da evolução da natureza das coisas; 
h) Autêntica: É realizada pelo órgão que editou a norma, esse órgão que irá declarar seu sentido, 
alcance, conteúdo, por meio de outra norma jurídica. Também é chamada de interpretação legal ou 
legislativa. 
 
INTEGRAÇÃO: Integrar tem o significado de completar, inteirar. O intérprete fica autorizado a suprir 
as lacunas existentes na norma jurídica por meio da utilização de técnicas jurídicas. As técnicas são a 
analogia e a equidade, podendo ser utilizados também os princípios gerais de Direito e a doutrina. 
ORIENTAÇÃO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES: As orientações dos tribunais se apresentam como 
uma condensação de idênticas intepretações de preceito jurídico, sem caráter obrigatório, porém de 
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cunho persuasivo. Súmulas, orientações jurisprudenciais e precedentes normativos possuem função de 
orientar decisões em questões semelhantes, de forma a estabelecer o entendimento sobre determinadas 
matérias. Sobre esse tema, vamos conferir o que diz o artigo 131 da Lei 8.213/91, uma vez que INSS 
poderá se basear em orientações dos tribunais superiores para fundamentar suas decisões: 
 
Art. 131. O Ministro da Previdência e Assistência Social poderá autorizar o INSS a formalizar a 
desistência ou abster-se de propor ações e recursos em processos judiciais sempre que a ação versar 
matéria sobre a qual haja declaração de inconstitucionalidade proferida pelo Supremo Tribunal Federal - 
STF, súmula ou jurisprudência consolidada do STF ou dos tribunais superiores. 
Parágrafo único. O Ministro da Previdência e Assistência Social disciplinará as hipóteses em que a 
administração previdenciária federal, relativamente aos créditos previdenciários baseados em 
dispositivos declarados inconstitucionais por decisões definitivas do Supremo Tribunal Federal, possa: 
a) abster-se de constituí-los; 
b) retificar o seu valor ou declará-los extintos, de ofício, quando houverem sido constituídos 
anteriormente, ainda que inscritos em dívida ativa; 
c) formular desistência de ações de execução fiscal já ajuizadas, bem como deixar de interpor recursos 
de decisões judiciais. 
 
O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) é o principal regime previdenciário na ordem interna, 
abrange obrigatoriamente todos os trabalhadores da iniciativa privada, ou seja: os trabalhadores que 
possuem relação de emprego regida pela Consolidação das Leis do Trabalho (empregados urbanos, 
mesmo os que estejam prestando serviço a entidades paraestatais, os aprendizes e os temporários), pela 
Lei nº 5.889/73 (empregados rurais) e pela Lei nº 5.859/72 (empregados domésticos); os trabalhadores 
autônomos, eventuais ou não; os empresários, titulares de firmas individuais ou sócios gestores e 
prestadores de serviços; trabalhadores avulsos; pequenos produtores rurais e pescadores artesanais 
trabalhando em regime de economia familiar, e outras categorias de trabalhadores, como garimpeiros, 
empregados de organismos internacionais, sacerdotes, entre outros. 
Havendo regime próprio, o servidor NÃO poderá se filiar ao regime geral, no entanto, não havendo 
esse regime, a filiação ao regime geral é obrigatória. Só há dois regimes de cunho obrigatório: 
a) O RGPS (Regime Geral de Previdência Social); 
b) O Regime Próprio dos Servidores Públicos. 
 
É possível acumular aposentadoria do Regime Próprio, com aposentadoria do Regime Geral, sempre 
que o trabalhador exercer duas ou mais atividades abrangidas por esses regimes. Por exemplo: 
Professores, que lecionam em escolas públicas e escolas privadas (concomitantemente), possuem direito 
aos dois regimes previdenciários. Podendo ainda, se assim desejar, contribuir para o regime de 
previdência privada, gozando, dessa forma, de três aposentadorias no futuro. 
 
Nos termos do art. 201 da Constituição Federal (CF), o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) 
deve prestar: 
- a cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
- a proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
- a proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
- o salário-família e o auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; 
- a pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. 
 
3 Regime Geral de Previdência Social. 
Prof.ª Andréia Agostin 
1124776 E-book gerado especialmente para DEISE FERREIRA17 
O RGPS é regido pela Lei nº 8.213/91, intitulada “Plano de Beneficios da Previdência Social”, sendo 
de filiação compulsória e automática para os segurados obrigatórios, permitido ainda, que pessoas que 
não estejam enquadradas como obrigatórias e não tenham regime próprio de previdência, se inscrevam 
como segurados facultativos, passando a ser filiados ao RGPS. 
A lei que regula o RGPS é composta por normas de direito público, que estabelecem direitos e 
obrigações entre os indivíduos beneficiários do regime e o Estado, gestor da Previdência Social. 
Denomina-se prestações previdenciárias as obrigações de dar e de fazer da Previdência Social para 
com os segurados e seus dependentes. 
Uma vez ocorrida a hipótese de que trata a norma, é obrigação do ente previdenciário conceder a 
prestação prevista em lei, nos estritos ditames do que ali esteja determinado. Ao beneficiário, por seu 
turno, não comporta a renúncia do direito à prestação que lhe é devida, salvo se visa outra, que lhe seja 
mais benéfica. Contudo, o beneficiário terá direito aos benefícios a partir da data do requerimento, sendo 
retroativo apenas nos casos expressos em lei. 
A gestão do RGPS é realizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, autarquia federal 
responsável pela concessão e manutenção dos beneficios e serviços do RGPS. 
A estrutura organizacional do INSS, disciplinada pelo Decreto no 5.870, de 8 de agosto de 2006, 
contempla Gerências Regionais, Gerências-Executivas, Agências da Previdência Social, Auditorias e 
Corregedorias Regionais, Procuradorias Regionais e Seccionais, bem como as Agências de Benefícios 
por Incapacidade e de Atendimento de Demandas Judiciais. As competências dessas unidades são 
detalhadas na Estrutura Regimental do INSS, aprovada pela Portaria nº 26, de 19 de janeiro de 2007. 
A gerência executiva gerencia, supervisiona, organiza e comanda a execução das ações das Agências 
da Previdência Social; assegura o controle social, em especial por meio da manutenção dos Conselhos 
de Previdência Social. No âmbito das procuradorias, representa judicial ou extrajudicialmente o INSS e 
as instituições de que seja mandatário ou com as quais mantenha convênio. 
Nos termos do artigo 2º do Decreto 5.870/2006, as gerências executivas são órgãos descentralizados, 
vamos observar: 
 
Art. 2º O INSS tem a seguinte estrutura organizacional: 
[...] IV - unidades e órgãos descentralizados: 
a) Gerências Regionais; 
b) Gerências-Executivas; 
c) Agências da Previdência Social; 
d) Agências da Previdência Social de Benefícios por Incapacidade; 
e) Agências da Previdência Social de Atendimento de Demandas Judiciais; 
f) Auditorias Regionais; e 
g) Corregedorias Regionais. 
 
Observe que há critérios especiais de nomeação estabelecidos no artigo 4º do Decreto 5.870/2006: 
 
Art. 4º As nomeações para os cargos em comissão, as funções comissionadas e as funções 
gratificadas integrantes da estrutura regimental do INSS serão efetuadas em conformidade com a 
legislação vigente. 
§ 1º Os Gerentes-Executivos serão escolhidos, exclusivamente, em lista quíntupla composta a partir 
de processo de seleção interna, que priorize o mérito profissional, na forma e condições definidas em 
portaria ministerial, promovido mediante adesão espontânea dos servidores ocupantes de cargos 
efetivos, pertencentes ao quadro de pessoal do INSS ou do Ministério da Previdência Social, e dos 
procuradores federais em exercício na Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS. 
 
Não permanece a cargo do INSS a fiscalização das contribuições sociais destinadas aos terceiros. 
A Receita Federal do Brasil (RFB) acumula as competências atuais da Receita Federal, com a 
competência para planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, 
fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições previdenciárias das empresas, dos 
trabalhadores e dos empregadores domésticos. Passou também a ser responsabilidade da RFB a 
fiscalização das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, bem como 
a contribuição para o salário-educação. Assim, passa a ser competência da RFB a fiscalização, de forma 
geral, das contribuições previdenciárias. 
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 É segurado da Previdência Social: 
a) De forma compulsória, a pessoa física que exerce atividade remunerada, efetiva ou eventual, de 
natureza urbana ou rural, com ou sem vínculo de emprego. 
b) Aquele que se filia facultativa e espontaneamente à Previdência Social, contribuindo para o custeio 
das prestações sem estar vinculado obrigatoriamente ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) ou 
a outro regime previdenciário qualquer. 
Dessa forma, existem duas espécies de segurados: os obrigatórios e os facultativos. 
 
SEGURADO OBRIGATÓRIO: 
 
Segurados obrigatórios são aqueles que contribuem compulsoriamente para a Seguridade Social, com 
direito aos benefícios pecuniários previstos para a sua categoria (aposentadorias, pensões, auxílios, 
salário-família, salário-maternidade) e aos serviços (reabilitação profissisonal e serviços sociais) a cargo 
da Previdência Social. 
O exercício de atividade remunerada obriga a filiação ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS). 
Além disso, aquele que exerce, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao 
Regime Geral de Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma dessas atividades. 
O aposentado pelo RGPS que continua a exercer atividade remunerada também é segurado obrigatório 
em relação a essa atividade, ficando, portanto, sujeito ao recolhimento das contribuições previdenciárias. 
O pressuposto básico para alguém ter a condicão de segurado do RGPS é o de ser pessoa física (art. 
12 da Lei nº 8.212/91), pois é inconcebível, a existência de segurado pessoa jurídica. Outro requisito para 
ser segurado obrigatório é o exercício de uma atividade laborativa, remunerada e lícita, pois o exercício 
de atividade com objeto ilícito não encontra amparo na ordem juridica. Por exemplo, não dá para recolher 
contribuições sociais por laborar no tráfico de drogas. 
O segurado obrigatório exerce atividade remunerada, seja com vínculo empregatício, urbano, rural ou 
doméstico, seja sob regime jurídico público estatutário (desde que não possua sistema próprio de 
previdência social), seja trabalhador autônomo ou a este equiparado, trabalhador avulso, empresário, ou 
segurado especial. 
Nunca é de mais lembrar que o trabalhador abrangido pelo Regime Próprio (servidor público), não 
poderá optar pelo regime geral, devendo, obrigatoriamente contribuir com o regime próprio. 
 
3.1 Segurados Obrigatórios. 
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Filiação é o vínculo que se estabelece entre pessoas que contribuem para a previdência social e esta, 
do qual decorrem direitos e obrigações. 
Os direitos estão relacionados ao recebimento das prestações previdenciárias, quando da ocorrência 
de algum evento que seja considerado por lei como pressuposto para sua concessão, e a obrigação está 
relacionada à contribuição para o financiamento do sistema. 
O vínculo decorre automaticamente de atividade remunerada, para os segurados empregados, e da 
inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição, para o segurado facultativo. 
A lei distingue dois momentos: filiação e inscrição. 
Para os segurados facultativos a filiação e a inscrição são simultâneas, afinal, o vínculo deste tipo de 
segurado só ocorre a partir da inscrição e do recolhimento da primeira contribuição. 
Já os segurados obrigatórios, via de regra, os dois momentos podem não ser coincidentes. Exemplo: 
Se alguém começa a trabalhar para uma empresa, na condição de empregado, estará

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