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1 DEPARTAMENTO PESSOAL E REFORMA TRABALHISTA 1 Sumário GESTÃO DE RH.............................................................................................. 3 DEPARTAMENTO PESSOAL ......................................................................... 6 Recrutamento e Seleção ................................................................................. 6 Treinamento .................................................................................................. 10 REFORMA TRABALHISTA ........................................................................... 15 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 21 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 GESTÃO DE RH Na sociedade atual, temos enfrentado diversas situações onde a busca por profissionais qualificados para preenchimento de vagas em diversos setores torna-se cada vez maior, e mais difícil. Um dos principais motivos causadores dessa constante dificuldade está relacionado à escassez de mão de obra qualificada, a falta de conhecimento técnico que, para muitas pessoas, torna-se o fator que impede o candidato de ser aprovado no momento da avaliação de desempenho ou até mesmo no momento da entrevista. Esse é o maior desafio para o profissional que atua na área de Recursos Humanos e Departamento Pessoal, buscar esses profissionais para suprir a necessidade da empresa, que necessita do trabalho humano para desenvolver suas atividades. Dentro dessa perspectiva, buscamos esclarecer qual o principal trabalho dos setores (RH E DP). Atualmente, o termo Recursos Humanos foi substituído pela expressão Gestão de Pessoas. “Gestão de Pessoas é a função gerencial que visa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais” (GIL, 2006, p.17). O Departamento de Recursos Humanos da empresa é o responsável por cuidar das pessoas, atuando no recrutamento, na seleção de candidatos, no treinamento e capacitação dos funcionários. Atua também no planejamento sobre as remunerações e benefícios, tem a função de pesquisar e melhorar o clima organizacional. Os profissionais que atuam nesse departamento são da área de administração e psicologia. As tarefas executadas pelo Departamento de Recursos Humanos também podem ser terceirizadas para agências de empregos. 4 Fonte: Google, 2019. As empresas precisam de funcionários para desenvolver suas atividades. Estes funcionários são de grande importância para que a empresa possa chegar a seus objetivos, pois a empresa será mais eficaz quanto mais eficaz forem às pessoas que a compõe. De nada adianta a empresa dispor de ótimos recursos materiais como máquinas, equipamentos, dinheiro, etc., se não possuir recursos humanos capacitados e motivados para utilizá-los. No período logo após a Revolução Industrial conhecido, como era da industrialização clássica, as empresas passaram a adotar a estrutura organizacional, com ênfase na departamentalização funcional, na centralização das decisões no topo da hierarquia e no estabelecimento de regulamentos internos para disciplinar e padronizar o comportamento das pessoas. Criou-se o Departamento de Relações Industriais, cujo papel era fazer cumprir as exigências legais com relação aos empregados como admissões, demissões, fechamento de folha de pagamento, restringindo-se a atividades operacionais e burocráticas. No Brasil a partir de 1.930 no governo de Getúlio Vargas as empresas sofreram um impacto provocado pela legislação trabalhista, que entre outras, criou o Ministério do Trabalho, estabeleceu horário de trabalho para algumas áreas; instituiu a Carteira Profissional; criou proteção ao Trabalho da Mulher e do menor; instituiu a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que até os dias atuais tem como objetivo 5 principal amparar o trabalhador, regulamentando as relações, tanto individuais quanto coletivas, de trabalho. Em seguida veio à era neoclássica, entre os anos de 1950 a 1990, período em que as transações comerciais passaram de local para regional, e de regional para internacional, acirrando a competição entre as empresas. Surge aí uma nova maneira de administrar as pessoas, ao qual se deu o nome de Administração de Recursos Humanos, que passou a considerar as pessoas como recursos vivos e inteligentes e não mais como fatores de produção. O DRH (Departamento de Recursos Humanos) passou a ser o mais importante recurso organizacional e fator determinante para o sucesso empresarial, juntamente com tarefas operacionais e burocráticas. Esse departamento passou a cuidar também do recrutamento, seleção, treinamento, avaliação, remuneração, higiene e segurança do trabalho, relações trabalhistas e sindicais. 6 DEPARTAMENTO PESSOAL Para conseguir bons recursos humanos, a empresa deve: − recrutar e selecionar pessoas com aptidões desejadas; − desenvolver essas aptidões individuais mediante programas de treinamento; − motivar os empregados por meio de incentivos. O setor responsável por essas atividades chama-se: − Departamento de Pessoal; − Departamento de Recursos Humanos; ou − Seção de Pessoal. A opção pelos nomes acima apresentados fica a critério da empresa, combinando com sua dimensão e sistema de divisão interna. Veremos a seguir, um breve histórico do que é recrutamento, seleção, treinamento e qual a importância destes no processo de colocar a pessoa certa no lugar certo. Recrutamento e Seleção Para Chiavenato (2000, p.19), “recrutamento é um sistema de informação das empresas que constituem o mercado de trabalho e é destinado aos candidatos, que povoam o mercado de recursos humanos para divulgar ofertas de emprego”. O recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visam atrair candidatos potencialmente qualificados, capazes de assumirem cargos dentro da organização. É como um sistema de informação, através do qual a organização divulga e oferece ao mercado de recursos humanos as oportunidades de emprego que pretende preencher. Para ser eficaz, o recrutamento deve atrair um número contingente de candidatos suficiente para abastecer adequadamente o processo de seleção. 7 Fonte: Google, 2019. A seleção de pessoas é o momento da decisão pela escolha do profissional que apresenta as melhores condições de acordo com o perfil para o cargo. Para Chiavenato (2000, p.32), “seleção de pessoal é uma comparação entre as qualificações de cada candidato com as exigências do cargo e é uma escolha, dentre os candidatos comparados, daquele que apresentar as qualificações mais adequadasao cargo vago”. Para selecionar eficientemente os funcionários é necessário que, em primeiro lugar, se saiba com clareza, que tipo de profissional se está procurando, o que significa traçar o perfil do futuro funcionário. Para isto, basta listar as características desejáveis e/ou não desejáveis desse perfil. Nesse sentido, quando se está à procura de um novo atendente, por exemplo, devem-se analisar alguns pontos, como:- sexo (homem ou mulher); - grau de escolaridade; - nível de experiência; - distância entre a residência e a empresa; - faixa salarial; - número de dependentes. Visto isso, é preciso lembrar que o processo de seleção e recrutamento envolve etapas que merecem também uma atenção especial. 8 Após a seleção de candidatos, a empresa deve dar início ao registro do empregado. Ou seja, o registro deve ser efetuado de imediato antes de iniciar as atividades, sob pena de autuação pela fiscalização. Conforme dispõe o art. 168, I, da CLT, os exames médicos são obrigatórios na admissão, na demissão e periodicamente no curso do vínculo empregatício. 4 (BRASIL, 1943). O exame médico na admissão é requisito imprescindível e deve ser feito por conta do empregador, através dele verifica-se a capacidade física ou mental do empregado. É importante que as empresas tenham conhecimento sobre o art. 373- A, parágrafo IV da CLT o qual descreve que é vedado exigir atestado ou exame, de qualquer natureza, para comprovação de esterilidade ou gravidez, na admissão ou permanência no emprego. (BRASIL, 1943). Outro documento essencial e obrigatório é a carteira de trabalho que o trabalhador deve apresentar ao empregador que o admitir. O empregador terá o prazo de 48 horas para proceder às respectivas anotações, tais como: data de admissão, remuneração e as condições especiais, se houver. Além do atestado médico admissional e carteira de trabalho, há outros dados complementares necessários para a contratação, conforme Cordeiro e Mota destacam a requisição de documentos, sendo eles: 2 fotos 3x4; Identidade; Título de eleitor; Carteira de habilitação; Certidão de casamento (se for o caso); Carteira de reservista; Exame médico admissional; Comprovante de endereço; Certidão de nascimento dos filhos menores de 14 anos; Caderneta de vacinação dos filhos menores de 07 anos; Comprovante de frequência escolar dos filhos, a partir dos 07 anos de idade; Carteira de Trabalho de Previdência Social (CTPS); Cartão do PIS/PASEP (De posse da CTPS a empresa verifica as anotações referente a inscrição no PIS/PASEP); Comprovante de escolaridade exigida pelo cargo ocupado com registro profissional expedido pelos órgãos de classe. (CORDEIRO; MOTA, 2013). O autor Silva, destaca algumas observações a mais sobre o processo da admissão, após junção da documentação, deve efetuar o contrato de trabalho, preencher o livro ou ficha registro de empregado, além das declarações: ficha e termo de responsabilidade do salário-família, declaração de dependente para o imposto de renda e termo de opção ou renúncia de vale-transporte (SILVA, 2011). 9 Após o recolhimento de todos os documentos, registros na carteira de trabalho e ficha registro totalmente preenchida, é possível fazer a devolução da CTPS ao colaborador com as demais declarações citadas acima, para serem assinadas. Não é permitida a retenção de qualquer documento de identificação pessoal, mesmo que apresentado por xerocópia autenticada, inclusive de comprovante de quitação com o serviço militar, título de eleitor, CTPS, registro de nascimento, certidão de casamento, comprovante de naturalização e carteira de identidade de estrangeiro. Portanto, é recomendável que a entrega, pelo empregado, dos documentos citados, bem como a respectiva devolução, sejam feitas com contra-recibo no prazo máximo de 48 horas. O empregado deve ser registrado logo no primeiro dia de trabalho, seja estagiário, experiência, por tempo determinado ou indeterminado. Em todas as atividades será obrigatório para o empregador o registro dos respectivos funcionários. Podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo ministério do trabalho. De posse desses documentos, é de responsabilidade do Departamento Pessoal: 1) Elaborar o contrato de trabalho, conforme as normas do Ministério do Trabalho, que pode ser da seguinte forma: a) Contrato por prazo determinado – experiência: O contrato por prazo determinado é um contrato normal, porém com o período definido. Com a Lei 9.601/98 instituiu o contrato por prazo determinado com duração máxima de dois anos, exclusivamente para atividade de natureza transitória. Duração: no máximo de dois anos. Prorrogação: Só poderá ser prorrogado uma vez, e no máximo para dois anos, se ultrapassar o prazo de dois anos o contrato passará a ser contrato por prazo indeterminado. Intervalo para o novo contrato: Mínimo de 6 meses para ser renovado o contrato. b) Contrato por prazo indeterminado: Este é um contrato comum que não existe período pré-definido, normalmente, quando acaba a vigência do contrato de experiência, não havendo dispensa por parte do empregador, nem o desejo de ser 10 dispensado por parte do empregado, entra-se no período de contrato por tempo indeterminado. 2) Preencher o livro ou ficha de registro de empregados, que tem como finalidade identificar o empregado, inclusive com foto, constando, ainda, data de admissão, função, salário, forma de pagamento, etc. 3) Verificar se o candidato está devidamente cadastrado no PIS/PASEP (Programa de Integração Social), em caso negativo, deve proceder ao respectivo cadastramento, mediante preenchimento do DCT (Documento de Cadastramento do Trabalhador). 4) Adicioná-lo no programa de ponto. 5) Opção vale-transporte: De acordo com a Lei nº 7.428, de 16 de dezembro de 1985, regulamentada pelo decreto nº 92.180, de 19 de dezembro de 1985, o trabalhador tem o direito do recebimento do vale-transporte para seu deslocamento até o local de trabalho, 6) Informá-lo no CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), cumprindo as determinações da Lei 4.923/65, os estabelecimentos que registrarem movimento de empregados (admissão e desligamento) deverá informar ao Ministério do Trabalho, até o dia sete do mês seguinte. Ao se concluir determinado período de trabalho, seja ele semanal, quinzenal ou mensal, terá o empregado o direito de receber seu salário, sendo este fixado em seu contrato de trabalho e inscrito na CTPS. Note-se que o critério a ser adotado para a fixação do salário nada tem a ver com os intervalos que se pagam ao empregado. Treinamento O departamento de Recursos Humanos é o responsável por gerir o capital humano nas organizações, e isso não implica só no processo de seleção e contratação de colaboradores, e burocracias internas. Atualmente esse departamento orienta a empresa quanto a elaboração de políticas e benefícios aos colaboradores, dissemina a cultura organizacional a todo o quadro de profissionais e aplica normas de segurança do trabalho, garantindo a saúde física e mental de toda a organização. 11 Outra responsabilidade do RH, é a busca pela potencialização do capital interno da empresa. O departamento visa proporcionar melhorias na qualidade de vida, motivação e desenvolvimento dos profissionais. Dessa forma, eles serão capazes de contribuir com o alcance de resultados mais rápidos e satisfatórios para as organizações. Nos dias atuais o treinamento é tido como peça chave no processo de desenvolvimento organizacional e, nesse sentido, torna-se necessário pensar que, em um mundo capitalista, o ser humano constitui-se em uma das maiores riquezas das organizações, mesmo diante de tantas inovações (CHIAVENATO, 2008). As organizações começam a considerar o desenvolvimento dos recursos humanos como um fator deextrema importância para o seu crescimento, passando a planejar e realizar propostas educativas para os seus colaboradores no local de trabalho. Sendo assim, o setor de Gestão de Pessoas de uma empresa deve ter destaque, pois cabe a este setor o papel fundamental dentro da organização de administrar, planejar, recrutar, selecionar pessoas, e principalmente treinar, objetivando o desenvolvimento das competências individuais e coletivas. “O treinamento é um processo educacional por meio do qual as pessoas adquirem conhecimentos, habilidades e atitudes para desempenho de seus cargos” (Chiavenato, 2000, p.46). 12 Fonte: Google, 2019. Para Volpe (2009), treinamento remete a um processo educacional de curto e médio prazo, aplicado de maneira organizada, por meio do qual as pessoas adquirem conhecimentos, posições e habilidades em função de objetivos previamente definidos dentro de uma instituição organizacional, com o propósito de aumentar a produtividade sem prejudicar ou influenciar em seus comportamentos. Milkovich e Bourdreau (2010) conceituam o treinamento como sendo um processo sistematizado com o intuito de promover a aquisição de habilidades, regras e atitudes resultando numa melhor adequação entre as características dos colaboradores e as exigências diante de sua função. Para Dessler (2003), treinamento é um conjunto de métodos usados para transmitir aos funcionários, novos e antigos, habilidades necessárias para o desempenho do trabalho. Segundo Reginatto (2004), o treinamento ajuda as pessoas a serem mais eficientes, evitando erros, melhorando atitudes e alcançando maior produtividade, pois, por meio dele, podia-se aprender fazendo, reavaliando e mudando comportamentos. 13 Chiavenato (2009) define o treinamento como sendo o processo educacional de curto prazo, aplicado de maneira sistemática e organizada. O treinamento é uma fonte de lucratividade ao permitir que as pessoas contribuam efetivamente para os resultados do negócio, sendo uma maneira eficaz de agregar as pessoas, a organização e os clientes (CHIAVENATO, 2010). É importante entender que é necessário planejar e seguir todas as etapas do processo do treinamento, pois apenas dessa forma, os resultados esperados poderão ser atingidos. As etapas na ordem de execução devem ser (CHIAVENATO 2010): • Diagnóstico - levantamento das necessidades de treinamento a serem satisfeitas a longo e médio prazo; • Programação do treinamento - elaboração do programa que atenderá as necessidades diagnosticadas; • Implementação - aplicação e condução do programa de treinamento. • Avaliação – verificar os resultados obtidos com o treinamento. Gil (2001) ressalta que para prepararem-se para os desafios da inovação e da concorrência, as empresas necessitam de pessoas ágeis, competentes, empreendedoras e dispostas a assumir riscos. Sendo assim, requer muito mais do que pessoas treinadas, precisa-se de pessoas engajadas no processo da empresa como um todo. Segundo Cerqueira (2009) diante da situação em que o colaborador possui a responsabilidade de planejar o seu próprio desenvolvimento, os objetivos são inseridos mais em um contexto individual, sem consideração às perspectivas da empresa. Neste sentido esse fato é válido somente quando os propósitos do trabalhador encontram-se com os da empresa, e também na necessidade de desenvolvimento da empregabilidade do ser profissional. Por meio do treinamento Volpe (2009) entende que a pessoa pode adquirir informações e compreender habilidades, desenvolvendo a partir destas, atitudes e comportamentos diferentes e novos conhecimentos. Tudo isto aponta para resultados apresentados após os treinamentos, tornando satisfatório o conhecimento adquirido tanto para o profissional quanto para a empresa, que com isso possui um profissional mais competente e qualificado. O treinamento também é fundamental para uma 14 excelência gerencial, pois é com ele que métodos de capacitação e de desenvolvimento das pessoas acontecem para apoiar a obtenção de estratégias dentro de uma organização. Com isso observa-se que sem investimento em treinamentos dificilmente se alcançará uma excelência empresarial. Felicíssimo (2001) relembra que investir no bem-estar e na satisfação do funcionário, além do processo de humanização e ética profissional, representa uma economia clara e especifica de pessoas trabalhando satisfeitas com a atividade que desenvolvem, com isso acarretam uma maior produção e com mais qualidade, menos desperdício e sem ressentimentos. 15 REFORMA TRABALHISTA Após muitos anos de debate, nos quais se gerava mais calor do que luz, e incontáveis negociações entre as partes diretamente envolvidas na relação de trabalho (governo, empresas e trabalhadores), em 13/07/2017 o Presidente Michel Temer sancionou o texto aprovado pelo Senado Federal, transformando-o na Lei No. 13.467, alterando profunda e amplamente a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) de 1943, com a finalidade de adequar a legislação trabalhista às novas − e mais modernas − relações de trabalho praticadas no mercado de trabalho brasileiro. O artigo 6º da referida Lei determina que a mesma entrará em vigor decorridos 120 dias de sua publicação oficial, o que ocorrerá no dia 11/11/2017. Esta reforma deve ser vista como muito positiva, pois, ainda que cheia de problemas, dúvidas, lacunas e equívocos ela representa um inegável avanço para a melhoria das relações de trabalho em um país em crise em todos os setores e áreas - política, econômica, social e moral. A reforma contribui para a criação de um ambiente institucional favorável à retomada dos investimentos, e, portanto, geração de empregos, um caminho seguro para a elevação da produtividade e competitividade internacional e, principalmente, por tornar o mercado de trabalho mais fluido com garantia de proteção social a todos os tipos de emprego. Este é o primeiro artigo de uma série que visa mostrar as principais alterações promovidas pela Lei 13.467/2017, abordando, quando possível, suas implicações para as relações de trabalho e para o mercado de trabalho brasileiro. 16 Fonte: Google, 2019. A amplitude da reforma deverá promover, sob todas as ópticas, impactos sobre o contrato individual de trabalho. Aqui, porém, serão explorados tópicos específicos: Remuneração e Plano de Cargos e Salários Antes da nova lei o salário propriamente dito não se limitava ao valor pactuado como tal. Todas as comissões, gratificações, gorjetas, prêmios e outras benesses pecuniárias eram incorporadas ao salário nas disputas judiciais. Outro detalhe é que pagamentos por produtividade não poderiam ser inferiores ao piso da categoria ou ao salário mínimo. Atualmente vigora o princípio de que o pagamento por produtividade fica desvinculado do piso ou salário mínimo. Ademais, empresas e trabalhadores poderão negociar formas alternativas de remuneração, desvinculando benefícios como ajuda de custo, vale-refeição, diárias de viagem, prêmios e abonos, do salário pactuado. A argumentação por trás desta nova forma de remuneração é que os empregadores poderão oferecer valores extras para o salário sem incorporação ao salário na disputa judicial. Com relação ao plano de cargos, este poderá ser negociado entre trabalhadores e empresas, não havendo necessidade de homologação sindical ou do Ministério do Trabalho, nem necessidade de constar do contrato do trabalho como era antes da reforma. Outro aspecto é que se imprimiu um caráter dinâmico a esses planos, os quais podem mudar constantemente desde que as partes concordem. Jornada de Trabalho: Duração, Banco de Horas e Horas Extras A jornada de trabalho era limitada a 8 horas diárias, 44 horas semanais e 220 horas mensais, permitindo-se adicional de até 2 horas extras. Agora,mantendo-se esses limites semanal e mensal, a jornada pode ser de até 12 horas diárias, com um intervalo para descanso de 36 horas. Isto pode ocorrer tanto por acordo coletivo, ou então por norma individual. Em qualquer caso, deve-se prever verbas indenizatórias para os períodos de repouso e alimentação do empregado. O banco de horas e as horas extras afetam diretamente a duração da jornada, com implicações para a eficiência das empresas e, principalmente, a produtividade do trabalhador. No caso do banco de horas, antes somente possível quando autorizado por norma coletiva, agora pode ser negociado diretamente, por escrito, por acordo individual, mas limita que as compensações devem ocorrer num período de seis meses. Há um ganho para 17 o trabalhador que pode agora utilizar o banco de horas de acordo com seus interesses e aceitação do empregador. Com relação à remuneração das horas extras, agravou-se o seu valor. Antes da reforma seu valor deveria ser 20% acima das horas normais, cifra esta que passou a ser 50%. Ou seja, assumindo-se que as horas extras desgastam o trabalhador, isto estava sub-remunerado na antiga CLT. Ainda com relação às horas extras decorrentes da falta de concessão do intervalo intrajornada, que antes eram considerados pagamentos de natureza salarial, sofreram drástica modificação. Agora passam, expressamente, a ser tratadas como verbas indenizatórias, não mais refletindo no cálculo de direitos trabalhistas. Além disso, o tempo de intervalo intrajornada é passível de negociação coletiva, e, nesse caso, deve ser respeitado o período mínimo de 30 minutos. Tempo de Empresa e Horas In Itinere A partir da Lei 13.647/2017 não são mais consideradas dentro do tempo disponível do trabalhador à empresa atividades que, mesmo realizadas nas dependências do estabelecimento, não mais representam serviço efetivo, tais como alimentação, interação entre colegas, higiene pessoal, descanso, entre outras. Antes, todas estas atividades representavam tempo disponível para o empregador com implicações para a jornada efetiva total, com impactos sobre a remuneração final. Atualmente, o tempo de deslocamento do trabalhador (horas in itinere) que usa qualquer forma de transporte oferecido pela empresa é considerado jornada de trabalho para efeitos de remuneração (pode gerar horas extras ou então compensação de horas caso ultrapasse o limite da jornada de trabalho). Isto não mais poderá ocorrer, pois qualquer período de deslocamento passou a não ser mais computado como jornada. Não está claro se isto pode ser considerado uma retirada de direitos do empregado ou então que traga benefícios a estes, caso estimule as empresas a oferecerem serviços de transporte gratuito para seus funcionários. Descanso e Férias Na antiga CLT, a empresa era obrigada a conceder de 1 a 2 horas de descanso, na forma de repouso e/ ou alimentação. Com o tempo, verificou-se que o trabalhador tinha preferência por um tempo menor, negociado, para poder sair mais 18 cedo da empresa. Diante disso, a nova CLT admite que o intervalo dentro da jornada possa ser negociado, desde que não seja menor do que 30 minutos. Assim, o tempo “economizado” no intervalo intrajornada poderá ser descontado no final da jornada de trabalho, possibilitando que o trabalhador possa ir mais cedo para sua residência. Com relação às férias de 30 dias era possível fracioná-las em dois períodos, mas em um deles não poderia ser inferior a 10 dias. Além disso, 1/3 do período de férias poderia ser trocado por abono monetário. Com a nova lei, é possível o trabalhador fracioná-las em até três períodos, e um deles deve ser de, pelo menos, 14 dias corridos. Novamente, aqui tal mudança veio em benefício do trabalhador pela maior possibilidade de escolha de como desfrutar seu lazer no tempo de férias. Demissão do Trabalhador Aqui foram realizadas mudanças com implicações para modificar bastante a demanda por trabalho, no caso de demissão sem justa causa. Até então, ao ser demitido, o empregado recebia uma multa de 40% sobre o saldo do FGTS recolhido em sua conta, além do saque integral do valor deste fundo. Recebia, também, aviso prévio indenizado, de 30 dias, e, se habilitado, tinha direito ao seguro-desemprego. Este desenho de demissão por justa causa era um convite ao trabalhador buscar sua demissão, o que geralmente ocorria, em acordos tácitos entre as partes, uma vez que a empresa também se beneficiava gastando menos do que numa demissão “normal”. A reforma buscou acabar com a possibilidade de acertos informais entre as partes. Com o advento da nova lei, a demissão pode ser negociada entre as partes diretamente, a multa será reduzida pela metade, o aviso prévio será de 15 dias, a movimentação do FGTS se reduz para 80% e o trabalhador não terá direito ao seguro- desemprego. Apesar de, aparentemente, reduzir valores em prejuízo dos trabalhadores, isto não ocorre; isto só ocorrerá caso as partes optem por uma negociação direta e de boa-fé, sem intermediação do sindicato, nem sempre favorável ao trabalhador em termos individuais. Se assim não for, prevalecem as condições atuais. No caso de demissão coletiva ela só poderia ocorrer com a negociação previa com os sindicatos. Agora isto não é mais preciso, e a empresa pode demitir em massa, sem necessidade de qualquer comunicado para o sindicato. Deve, entretanto, garantir todos os direitos constitucionais e da CLT aos empregados demitidos. 19 Após anos de intensas discussões, através da Lei 13.467/2017 foi aprovada uma ampla e profunda reforma trabalhista, alterando mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho. Isto deverá modificar profundamente as relações de trabalho, assim como o mercado de trabalho. O espectro das alterações é grande, indo desde alterações no contrato de trabalho, fortalecendo as novas formas de trabalho humano, passando pelo princípio de que os acordos negociados prevalecem (garantidos os direitos das partes) sobre o legislado e culminando no novo alcance da Justiça do Trabalho. Fonte: Google, 2019. Essa flexibilização de padrões pode ser bastante proveitosa, caso trabalhadores e empreendedores de todos os portes saibam negociar entre si de forma colaborativa, aproveitando as inovações da nova Lei a favor de todos. Veja mais detalhes: 20 21 REFERÊNCIAS BRASIL. LEI nº 5.452, de 1° de maio de 1943. Consolidação Das Leis Do Trabalho. . Acesso em: 20 de maio 2017. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. São Paulo: 3ª edição, 2009. ______________. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsvier, 2010. ______________. Iniciação a administração de pessoal. 3.ed. São Paulo: Makron Books,2000. CORDEIRO; MOTA, João, Adriano. Direito do trabalho na prática 2. Ed. São Paulo: Rideel, 2013. DESSLER, Gary. Administração de recursos humanos. 2. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 2010. _______________. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas,2001. MILKOVICH, George T.; BOUDREAU, John W. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 2010. REGINATTO, Antonio Paulo. Equipes campeãs: potencializando o desempenho de sua equipe. 2. ed. Porto Alegre : SEBRAE/RS, 2004. SILVA, Reinaldo Oliveira. Administração de departamento de pessoal. 8. ed. São Paulo: Erica 2009. VOLPE, Renata Araújo & LORUSSO, Carla Bittencourt. A importância do treinamento para o desenvolvimento do trabalho. www.psicologia.com.pt. 1-8 p.