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Fichamento dos artigos da cadeira de Historia dos Registros do Conhecimento NOME DOS INTEGRANTES DA EQUIPE 2: 1. Carla Fernanda de Lima 2. Carolina Santos Cavalcante 3. Raianne Carolina T. Viana 4. Thiago Henrique Rodrigues da Silva REFERÊNCIA DO ARTIGO: POLASTRON, Lucien X. Atenas, Roma e Constantinopla. in: Livros em chamas: A história da destruição sem fim das bibliotecas. 1ª Ed.- Rio de Janeiro: José Olímpio, 2013. TEMA (Tese central do texto): A História da destruição e pilhagem de Bibliotecas em Atenas, Roma e Constantinopla. CONTEÚDO FICHADO: Atenas Há afirmações que Aristóteles foi o maior colecionador de livros e foi ele quem ensinou aos reis do Egito a maneira de organizar uma biblioteca, foi algo que acabou sendo feito de maneira indireta, pois um discípulo de seu sucessor que organizou a primeira Alexandrina. Aristóteles (384 – 322 a.C) foi o primeiro a compreender o poder dos livros. Seu mestre, Platão, o apelidou com desprezo de “leitor”, pois na época parecia algo bizarro reunir escritos. Os textos de Aristóteles ultrapassaram 170 títulos, ou seja, várias centenas de rolos de papiros. Restaram trinta obras, que equivalem hoje a 2 mil páginas de papel. Suas obras chegaram até nós de maneira desorganizada. A Biblioteca de Aristóteles foi movida muitas vezes, e em muitas delas não se teve o cuidado de conservação adequado, fazendo com várias dessas obras fossem perdidas, danificadas, ou desgastadas pelo próprio tempo. Estima-se que atualmente os únicos textos conservados não eram os bons manuscritos, e que os bons haviam sido deturpados pelos estudantes que Aristóteles encarregava de registrar seus raciocínios. Nesse ponto do texto, põe-se em duvida se realmente conhecemos a verdadeira logica da obra de Aristóteles, ou de seu pensamento. Antes da biblioteca de Liceu, a fábula conta que houve na Grécia o exemplo curioso de um tirano chamado Pisístrato que mandou reunir – em causa própria, pois seus ancestrais eram mencionados – os livros da época homérica, estabelecer a primeira versão escrita da Ilíada, e agrupar o acervo do que seria a primeira biblioteca publica do mundo. Em 21 de setembro de 480 a.C. a biblioteca foi, ao que se sabe, saqueada por Xerxes e transportada para seu palácio de Persépolis, onde Seleuco apoderou-se dela com a intenção restituí-la em Atenas.Em 86 a.C houve um saque em Atenas, onde as bibliotecas foram esvaziadas e os livros reunidos numa montanha colossal, e queimados. Roma As primeira biblioteca romanas se constituíram às custas dos inimigos espoliados e de culturas mais antigas. Em Cartago, Cipião Emiliano ordenou que os livros das bibliotecas fossem destruídos, pois esses estavam escritos em línguas estrangeiras e ele só entendia o grego, à exceção de um livro atribuído a Magon, porque lhe disseram que tratava de agricultura e a partir do qual todos os manuais em latim sobre o tema foram assimilados. Varrão, morto em 27 a.C., numa idade bastante avançada, era autor de 74 títulos representando mais de 600 tomos sobre assuntos, entre eles gramática, agricultura, arqueologia. A época era de tiragens limitadas, quando não exemplares únicos. A censura já fazia parte dos costumes, como demonstra o caso da falsa biblioteca de Numa, sucessor de Rômulo, descoberta em 181 num cofre enterrado. Os 14 livros em grego refletiam a filosofia de Pitágoras (que nasceu cerca e dois séculos depois de Numa) e o Senado ordenou que o pretor os destruísse. “Esses livros eram falsos, mas alguns deles era bem-escritos e foram queimados. Assim, a primeira tentativa de introduzir a filosofia grega em Roma, ainda que por astucia, fracassou.” Augusto fundou duas bibliotecas: a Palatina e a Otaviana, e seu gesto foi imitado por vários sucessores, entre eles Tibério, Calígula, Vespasiano e Trajano, que criaram pelo menos uma biblioteca. Bibliotecas perto dos deuses, bibliotecas perto dos homens. A partir de Nero, os imperadores ofereciam aos habitantes de Roma o prazer dos banhos públicos cada vez mais luxuosos, e que eram também locais de encontro e de centros de cultura, tanto físicos como mentais. Podiam-se levas emprestados, para relaxar ou se instruir, os clássicos da época e também as novidades. Segundo um testemunho de 350, a cidade tinha pelo menos 29 bibliotecas públicas. O incêndio é uma dádiva de Roma. Chamas, angustia, cheiro de fumaça empregam o cotidiano e, em geral, são mais ou menos logo expondo. Muitas vezes, no entanto, é um verdadeiro apocalipse que se abate sob a cidade. O inventario dos incêndios que devastaram com tenacidade toda ou parte da cidade era categórico: pelo menos 88 incêndios ocorreram entre o início e o declínio da capital política. Os locais devastados pelos incêndios eram quase sempre os mesmos: Fórum. Palatino, Capitólio. E havia sempre uma biblioteca perto dos lugares mais freqüentados. A lista de perdas é impressionante. Em 188 um raio caiu no tempo de Júpiter e destruiu sua biblioteca. Quando não é fatalidade é culpa do ser humano. Com Sila, o incendiário, livros enigmáticos foram destruídos. Depois, Clódio, homem de confiança de César incendiou o templo da Ninfas para eliminar tabletes oficiais, julgadas comprometedoras. A persistência da memória era um fenômeno novo e o poder hesitava às vezes entre firmeza e apreensão. Em 79 o Vesúvio destruiu a cidade de Pompéia e com ela inúmeros livros. Nos primeiros séculos da era atual, o poder antigo se tornou aos poucos organizado e absolutista, que pregava a destruição de qualquer pensamento diferente ao seu. Paulo, inspirado pelos ensinamentos de seu mestre judeu, que dizia que nada além do torá serviria pra se ter conhecimento, dizia às pessoas que convertia que deviam reunir livros e queimá-los a frente de todos, e Diocleciano, que decretou que destruíssem igrejas e queimassem seus livros, são grandes exemplos desse tipo de visão intolerante. Em 546, Roma foi destruída pelo rei dos ostrogodos. Assim acabaram suas bibliotecas, e com isso Cassiodoro decidiu criar um mosteiro numa região mais tranquila a qual ele era proprietário. Infelizmente houve uma invasão dos lombardos, que a invadiram e queimaram. Essa situação radicalista triunfava cada vez mais; Gregório I, papa em 590, mandou queimar os exemplares de Cícero e outros autores da época apenas porque os jovens preferiam essas obras ao Novo Testamento. A partir daí, bastava ter leves indícios de paganismo para garantir a destruição de qualquer obra que não fosse a bíblia Sagrada. Constantinopla A Biblioteca imperial de Bizâncio foi fundada por Constantino, em 330. Ela guardava Sete mil livros. Nela trabalhavam calígrafos de alto nível, antiquários e escritores. O inventário arrolou, cem anos mais tarde, 120 mil volumes, sem dúvida cifra insuperável no mundo de 475. Flávio Basilisco usurpou o trono e nesse período um incêndio fez desta coleção um monte de cinzas. Tarasicodissa foi proclamado imperador com o nome de Zenão, reergueu a biblioteca e ela funcionou de novo. O príncipe analfabeto Leão Isáurico prejudicou-a. Germinou a iconoclastia, de 727 a 841, a imagética foi proibida no país dos ícones dos mosaicos. A academia foi fechada. Sua biblioteca desapareceu junto com a de Teologia. Elas foram queimadas em 726, ainda como biblioteca pública. Graças a imperatriz Teodora a iconoclastia saiu de moda; e a universidade bizantina se restabeleceu em seu enorme esplendor sob Basílio I,imperador de 867 a 886. O patriarca Photius (820-891), inventou o digesto (depois, no século XVI, denominado Bibliotheca). Photius começoua redigir em 843, um inventário e enumeração de livros. Em 279 capítulos e vários códices resumiu 386 obras importantes e titulou o trabalho de Myriobiblon. Eram livros cristãos, hebraicos, pagãos e profanos. Este empreendimento contribuiu para o desenvolvimento do saber em todo império e também a transmissão da literatura antiga. Quantos milhares de livros reunia o Império Bizantino quanto surgiram as cruzadas? Villehardouin, admitiu:” Esplêndidos palácios, cheios de obras de arte antigas e de manuscritos clássicos, foram aniquilados.” Lembrou o bibliófilo Alexandrino Georgiades que “A literatura grega se concentrava quase toda na capital, e,sem conhecer a extensão de nossa perda, devemos lamentar vivamente as ricas bibliotecas destruídas.” Em 1261 a obstinada coleção imperial foi restaurada numa ala do palácio de Blachernae por Miguel VIII, paleólogo. As prateleiras foram abastecidas de novo. Havia ali muitos livros, escritos antigos e de história. Espaço destruído quando os turcos tomaram Constantinopla, em 29 de maio de 1453. Houve a perda das bibliotecas de Bizâncio, destruídas ou dispersas em meio à confusão geral. 120 mil manuscritos foram perdidos. Porém alguns turcos vendiam os livros salvos. E alguns livreiros italianos compraram volumes de Aristóteles, Platão, teologia com o besante (moeda bizantina). OBSERVAÇÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS: De acordo com o autor, ao fim deste capitulo chega-se a conclusão que na Grécia clássica havia muitos autores, mas conhecemos apenas um décimo da produção, pois o papiro é uma mercadoria perecível. Sem duvida essa é uma das principais causas do desaparecimento precoce de literaturas antigas, tanto na úmida Alexandria quanto em outros lugares. Em contrapartida, na areia seca os antigos escritos permanecem vigorosos, como, exemplo centenas de fragmentos de rolos e códices em papiros ou pergaminhos, de cartas pessoais ou de negócios, citações do novo testamento e de alguns poetas antigos; Se pode atribuir essa falta de conhecimento sobre muitos desses autores também, as queimadas e saques ocorridos em bibliotecas nesse período, que ocasionou muitas perdas de registros importantes. Em Constantinopla a Biblioteca imperial criada por Constantino, em 330, era formada por milhares de obras, algumas raras e valiosas. A Biblioteca sofreu ao longo do tempo grandes perdas. Primeiro com vários imperadores que tomaram o poder e acabaram fechando a biblioteca ou mesmo queimando os livros. Segundo com as várias invasões sofridas por Constantinopla. Nessas invasões a pilhagem e destruição chegava também a biblioteca. As cruzadas contribuíram para a perda de muitas obras raras e manuscritos clássicos. Com a invasão dos turcos otomanos também muitos livros foram perdidos com os incêndios. Embora alguns poucos livros foram salvos e comercializados.
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