Buscar

Processo Civil CEJ 20

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PROCESSO CIVIL – Celso Belmiro – 2007 – página � PAGE �425�
20ª aula (10/08/2007)
	Vamos terminar o que estávamos falando aula passada sobre Embargos Infringentes. 
	PRAZO: 15 DIAS
	PROCESSAMENTO: 	
 15 dias 15 dias
 
 Acórdão Embargos Secretaria Contra-razões Conclusão
 		Infringentes “Vista ao Embargado”			ao Relator
					 +				 (Juízo de 
				 Publicação			 Admissibilidade)
									
								 Admite Inadmite
						 Remessa para Caberá
							 Órgão Julgador artigo
											532 
											 do 
											CPC
	Quem exerce o Juízo de Admissibilidade nos Embargos Infringentes? 
	O Relator que faz o Juízo de admissibilidade dos Embargos Infringentes é o mesmo relator da apelação ou da ação rescisória. É o mesmo “cara” que vai julgar? Não. Presta atenção no que eu estou falando. O juízo de admissibilidade significa o quê? Verificação do atendimento dos pressupostos recursais. Quem vai exercer o juízo de admissibilidade nos Embargos Infringentes é o próprio relator da apelação ou da ação rescisória, é o relator do acórdão que está sendo impugnado. Não é que ela vá julgar o mérito dos Embargos Infringentes, não é isso, ele fará o juízo de admissibilidade. 
	Admitidos os Embargos infringentes pelo relator do acórdão que está sendo embargado, os autos são remetidos ao Órgão competente para julgar os Embargos Infringentes. 
	A propósito, quem julga os Embargos Infringentes? No TJ/RJ, por exemplo? Antigamente era grupo de Câmaras. Atualmente não existe mais grupo de Câmara. Quem julga os Embargos Infringentes é uma Câmara. Não é a mesma Câmara que deu origem ao acórdão. No TRF é uma Seção. 
	E se não forem admitidos os Embargos Infringentes? E se o Relator da apelação ou da ação rescisória não admite os Embargos Infringentes? Caberá Agravo, o agravo do artigo 532 do CPC:
“Art. 532. Da decisão que não admitir os embargos caberá agravo, em 5 (cinco) dias, para o órgão competente para o julgamento do recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)”
	Quem vai julgar esse agravo do artigo 532 do CPC? Aí sim, será a própria Câmara da qual faz parte o Relator que inadmitiu os Embargos Infringentes. 
	Assim dispõe o artigo 531 do CPC:
‘Art. 531. Interpostos os embargos, abrir-se-á vista ao recorrido para contra-razões; após, o relator do acórdão embargado apreciará a admissibilidade do recurso.(Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)”
	Nos recursos em geral, a seqüência é essa: interposição, contra-razões e juízo de admissibilidade. A apelação é diferente, a ordem na apelação é: interposição, juízo de inadmissibilidade e contra-razões. 
	O que temos mais de interessante pra falar de Embargos Infringentes é que se estes aparecem pelo caminho o sujeito não pode passar direto para recurso especial ou recurso extraordinário. 
	Vamos ver algumas situações: 
1) Acórdão que viola lei federal, só que este acórdão trata de dois temas diferentes: Tema A e Tema B. Em relação ao Tema A o julgamento foi 2X1 e em relação ao Tema B a votação foi unânime. O sujeito pode partir para Recurso Especial em relação ao Tema A? Não. Por quê? Porque em relação ao Tema A ainda são cabíveis Embargos Infringentes. E em relação ao Tema B que o acórdão é unânime? Antigamente, o sujeito tenha que interpor Embargos Infringentes em relação ao Tema A e Recurso Especial em relação ao Tema B. Esses recursos eram interpostos simultaneamente. O Recurso Especial ficava, no entanto, aguardando o resultado dos Embargos Infringentes. Digamos que o resultado dos Embargos fosse 4X1? Ainda caberia algum recurso para reformar aquele julgamento? Não. O sujeito interpunha então Recurso Especial em relação ao Tema A e aí sim iam os dois recursos especiais para o STJ. 
	Nessa sistemática tínhamos dois recursos que deveriam ser interpostos simultaneamente. Era uma exceção ao princípio da unirrecorribilidade, ou seja, que para cada decisão temos um único recurso a disposição. 
	Isso foi modificado. O artigo 498 do CPC falava dessa interposição simultânea e ele foi modificado em 2001 e atualmente dispõe:
“Art. 498. Quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento por maioria de votos e julgamento unânime, e forem interpostos embargos infringentes, o prazo para recurso extraordinário ou recurso especial, relativamente ao julgamento unânime, ficará sobrestado até a intimação da decisão nos embargos. (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
Parágrafo único. Quando não forem interpostos embargos infringentes, o prazo relativo à parte unânime da decisão terá como dia de início aquele em que transitar em julgado a decisão por maioria de votos. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)”
	Então, com essa modificação de 2001 se interpõe primeiro os Embargos Infringentes em relação ao Tema A e em relação ao Tema B que cabe o Recurso Especial, o prazo para a interposição desse recurso fica sobrestado (nem começa a correr). Julgados os Embargos Infringentes o sujeito irá interpor um Recurso Especial só para ambos os temas, se necessário e esse recurso irá para o STJ. 
	OBS: O prazo suspenso ele começa a correr e é suspenso no meio do caminho, depois volta a correr de onde parou. O prazo interrompido começa a correr, é interrompido e volta a correr do início. O prazo sobrestado nem começa a correr. 
	Para o prazo ficar sobrestado o sujeito tem que interpor os Embargos Infringentes em relação ao Tema A e se ele não interpõe? Se dentro do prazo de 15 dias ele não interpõe os Embargos Infringentes, no 16º dia formou-se a coisa julgada. Essa coisa julgada é em relação a tudo? Não. Somente em relação ao Tema A. Em relação ao Tema B, não interposto os Embargos Infringentes o prazo para o Recurso Especial em relação a este Tema começa a correr. Não é possível que nesse Recurso Especial se trate do Tema B (Parágrafo único do artigo 498 do CPC).
5) RECURSO ORDINÁRIO 
	Temos Recurso Ordinário para o STF, artigo 102, inciso II da CF e temos Recurso Ordinário para o STJ, artigo 105, inciso II, da CF. 
Requisitos para o Recurso Ordinário para o STF: 
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
	...
	II - julgar, em recurso ordinário:
a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;”
	O que significa a expressão “em única instância” que aparece no inciso II, alínea a, do artigo 102 da CF? Competência Originária dos Tribunais Superiores. Quais são os Tribunais Superiores que nós temos? STJ, TST, TSE e STM. 
	A decisão de única instância proferida por Tribunal Superior tem que ser denegatória. 
						HC, MS, HD, MI 
						 +
Recurso Ordinário para o STF		Competência STJ
(artigo 102, a, II, CF) 			Originária TST
									TSE
							+		STM
						Decisão denegatória
Requisitos para o Recurso Ordinário para o STJ :
“Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
...
II - julgar, em recurso ordinário:
a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;”
						 MS
						 +
Recurso Ordinário para o STJ		Competência TJ(artigo 105, II, b da CF)		 Originária		TRF
									
							+		
						Decisão denegatória
	Pra que serve o recurso ordinário nessas duas hipóteses do artigo 102, II, a da CF e do artigo 105, II, b da CF? Sabemos que as ações em geral começam na primeira instância, nestes casos o Juiz profere a sentença e se a parte não estiver satisfeita e se o Juiz tiver sido injusto o que caberá? Apelação. E para que cabe a apelação? Para garantir à parte a possibilidade de ter revista por outro órgão aquela decisão que lhe causa prejuízo. Essa é a essência da apelação. Só que tem ação que começa no Tribunal. E se essa ação começa no Tribunal e proferido o acórdão ele é profundamente injusto caberá algum recurso? Se não há violação de lei federal ou da Constituição, se o sujeito quer uma segunda opinião não caberá nenhum recurso. Não há duplo grau de jurisdição em ações que começam no Tribunal. Há até quem diga que o foro privilegiado penal é um malefício ao invés de um benefício, pois não haverá duplo grau de jurisdição. 
	Para que serve recurso ordinário? Para em determinadas ações ser garantido esse duplo grau de jurisdição. 
	Então, qual é a finalidade do Recurso Ordinário? Garantir o duplo grau de jurisdição a determinadas ações que se iniciam nos Tribunais. 
	Só caberá o Recurso Ordinário quando a decisão for denegatória. O que significa denegatória? O acórdão é de denegação. Significa simplesmente improcedente? Tão-somente decisões de mérito? Ou quando o Relator extingue o MS sem julgamento do mérito também será decisão denegatória? Nós temos a tendência de achar que só é denegatória a decisão de improcedência do pedido, a decisão de mérito e não é. Denegatória significa tanto uma decisão de improcedência, como uma decisão de extinção sem julgamento do mérito. Quando o Relator indefere a inicial eu tenho uma decisão denegatória? Tenho. Para efeitos de interposição de Recurso Ordinário até mesmo o indeferimento da inicial é uma decisão denegatória. 
Eu só terei o cabimento do recurso dependendo do resultado do julgamento. Isso também acontece nos Embargos Infringentes. Então, temos situações que o Recurso só será cabível dependendo do resultado do julgamento, dependendo do que for julgado. Eu só vou ter o cabimento do recurso em função do conteúdo da decisão, ou seja, “secundum eventum litis”. 
	Outra hipótese de Recurso Ordinário é a do artigo 105, inciso II, alínea c, da CF. Nessa hipótese temos de um lado o Estado estrangeiro ou Organismo Internacional e do outro lado o Município ou Pessoa residente no país. É uma ação específica. 
	Antes de tudo, a CF fala no artigo 105, II, c que caberá o Recurso Ordinário para o STJ. Mas antes de sabermos quem vai julgar o Recurso eu tenho que saber quem vai julgar a ação. De quem é a competência para julgara uma ação onde de um lado figura um Estado estrangeiro ou Organismo Internacional e de outro lado Município ou Pessoa residente no país? Justiça Federal de primeira instância, artigo 109, inciso II, da CF. Essa ação será ajuizada na Justiça Federal. 
	A essência do Recurso Ordinário qual é mesmo? Servir como uma apelação. O Recurso Ordinário é em tudo igual a uma apelação. 
	Pergunta: O Juiz Federal profere uma sentença numa ação dessa, qual é o Recurso cabível? Recurso Ordinário. Essa sentença desafia Recurso Ordinário direto para o STJ, este tipo de ação não gera apelação para o TRF. Ela começa em primeira instância e vai direto para o STJ em grau recursal. 
	E se no mesmo tipo de ação, ao invés de ter no outro pólo o Município, tem o Estado ou o DF, ou a União? De quem é a competência para julgar essa ação? É do STF, consoante, o artigo 102, inciso I, alínea “e” da CF.
	No caso do artigo 105, II, c da CF não se fala em cabimento do recurso secundum eventum litis, independentemente da sentença, se for de procedência ou improcedência caberá o Recurso Ordinário. 
	E, se nesse mesmo tipo de ação é proferida uma decisão interlocutória, caberá algum recurso, para quem? O Recurso Ordinário encontra-se nos artigos 102 e 105 da CF, mas também é regulado pelo CPC, no artigo 539, que assim dispõe:
“Art. 539. Serão julgados em recurso ordinário: (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)
I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos Tribunais superiores, quando denegatória a decisão; (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)
II - pelo Superior Tribunal de Justiça:(Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; (Incluído pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)
b) as causas em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. (Incluído pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)
Parágrafo único. Nas causas referidas no inciso II, alínea b, caberá agravo das decisões interlocutórias. (Incluído pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)”
	O artigo 539 do CPC, nada mais faz do que repetir o que está na CF, no entanto o parágrafo único deste artigo estabelece que nas ações que forem parte, de um lado Estado estrangeiro ou Organismo Internacional e de outro município ou pessoa residente no país caberá agravo das decisões interlocutórias. 
	Então, se for proferida decisão interlocutória, caberá agravo. Mas para quem julgar? O Agravo nesse caso vai para o STJ. 
	É uma questão puramente doutrinária e jurisprudencial, não está na CF isso. Quem julga o recurso contra a decisão interlocutória é o órgão que vai julgar o recurso contra a decisão final. Não tem como a sentença ser revista pelo STJ e a decisão interlocutória ser revista pelo TRF. Então, apesar de não estar expressamente previsto na CF, esse agravo é julgado pelo STJ. Aplicação da máxima de que quem faz a revisão da decisão final é quem tem competência para fazer a revisão de uma decisão interlocutória. Se a sentença vai ser revista pelo STJ, a decisão interlocutória também vai ter que ser revista pelo STJ. 
RECURSO ADESIVO
Vamos trabalhar em cima de uma situação concreta para estabelecer a teoria do recurso adesivo. 
“A” ajuíza uma demanda em face de “B” pleiteando R$ 10.000,00. A sentença condena “B” ao pagamento de R$ 6.000,00. Quem pode recorrer dessa decisão? Ambos. “A” vai recorrer para obtenção dos R$ 10.000,00 e “B” vai recorrer para não ter que paga nada. Sucumbência recíproca. Essa sentença é publicada. 
Quando eu tenho sucumbência recíproca como é o prazo para a apelação? O prazo é de 15 dias para os dois, simultâneo. 
Aí, nesse prazo de 15 dias, só “A” apela. O Juiz recebe a apelação de “A” e abre vista ao apelado. Essa decisão de do Juiz é publicada e abre-se o prazo de 15 dias para o apelado apresentar as contra-razões. 
Quando “B” é intimado para apresentar as contra-razões, toma conhecimento de que “A” apelou. O que “B” pode fazer agora? No prazo que “B” tem para apresentar as contra-razões ele poderá interpor o recurso adesivo. 
O recurso adesivo é o recurso do “espírito de porco”. Ele estava satisfeito com a sentença, mas aí como o outro recorreu, ele resolve recorrer também. 
No prazo que o sujeito tem para as contra razões ele apresenta as mesmas e mais a apelação adesiva. O juiz recebendo o recurso adesivo, abre vista ao apelado, “A”, para no prazo de 15 dias apresentar as contra razões do recurso adesivo. 
Para que eu possa ter o recurso adesivo o que é necessário, quais são os requisitos? 
O primeiro deles é essencial: sucumbência recíproca. 
O recurso adesivo cabe em qualquer recurso? Não. Para que o recurso adesivo seja possível, temos que estar diante de recursos que comportem adesividade (apelação, embargos infringentes, recurso especial, recurso extraordinário). 
Para que o sujeito interponha recurso adesivo ele não podeter interposto recurso na primeira oportunidade. Ou seja, não interposição de recurso principal na primeira oportunidade. 
O Recurso Adesivo está dentro do que os autores chamam de REGIME DE TOTAL SUBORDINAÇÃO, que significa que se alguma coisa acontecer com o recurso principal, inclusive, até o próprio apelante desistir do recurso principal, o recurso adesivo “vai pro brejo”. Se o principal não for conhecido, o adesivo também não será conhecido. 
Muitos autores criticam essa expressão recurso adesivo, falam que na verdade, o nome correto seria recurso subordinado, pois está subordinado ao principal. 
Vamos ler o artigo 500 do CPC:
“Art. 500. Cada parte interporá o recurso, independentemente, no prazo e observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte. O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas disposições seguintes: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
I - será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso principal, no prazo de que a parte dispõe para responder; (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)
II - será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no recurso extraordinário e no recurso especial; (Redação dada pela Lei nº 8.038, de 25.5.1990)
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou se for ele declarado inadmissível ou deserto. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Parágrafo único. Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)”
O inciso II do artigo 500 do CPC trata dos recursos que admitem o recurso adesivo: apelação, embargos infringentes, recurso especial e recurso extraordinário. 
	Para que o recurso adesivo tenha o seu mérito julgado o que é necessário? Para eu chegar no mérito do recurso adesivo o que é necessário? Para eu chegar ao mérito de qualquer recurso eu tenho que primeiro passar por uma etapa prévia que é o juízo de admissibilidade. Para que o Tribunal julgue o mérito do recurso, primeiro o tem que conhecer do recurso para depois julgar o mérito. Transportando isso para o recurso adesivo, para que este tenha seu mérito julgado o que é necessário? Que o principal seja conhecido e que o ele adesivo também seja conhecido. O tribunal só chegará no mérito do recurso adesivo se o recurso principal e o recurso adesivo, ambos, forem conhecidos. O sujeito não poderá reclamar, pois teve a oportunidade de interpor o recurso dentro do prazo comum e não o fez. 
	6) RECURSO ESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO
	Por que vamos tratar dos dois em conjunto? Porque há muito de comum em relação às características, aos requisitos, ao processamento tanto no recurso especial, como no recurso extraordinário. Vamos tratá-los de forma diferenciada quando formos ver as hipóteses de cabimento. Todo mais é igual. 
	Vamos primeiro ver os traços comuns, as hipóteses de cabimento de um e de outro, vamos falar do prequestionamento e do processamento de alguns incidentes envolvendo um e outro. 
	TRAÇOS COMUNS
	Somente poderão ser interpostos quando não for cabível nenhum outro recurso nas instâncias ordinárias. 
	O que significa isso? Se eu, por exemplo, tenho uma decisão interlocutória de um Juízo de primeira instância, flagrantemente inconstitucional eu posso interpor Recurso Extraordinário? Não. Por quê? Porque se eu tenho uma decisão interlocutória por eu tenho ainda recurso no caminha, eu tenho agravo. 
	Súmula 207 do STJ: É inadmissível Recurso Especial quando cabíveis Embargos Infringentes contra o acórdão proferido no Tribunal de origem. 
	
	Não se destinam à revisão de matéria de fato, não funcionando o STJ e o STF como terceiro grau de jurisdição. 
	Se eu ajuízo a minha ação em primeiro grau e o Juiz é injusto, não julga bem as provas que apresentei, aquela sentença me causa prejuízo, eu vou apelar e na apelação temos a corporificação do duplo grau de jurisdição, eu tenho a possibilidade de alegar tudo de novo, vou ter uma segunda posição do judiciário sobre aquela matéria. Aí o Tribunal continua sendo injusto, o acórdão continua contrariando meus interesses, eu posso interpor Recurso Especial para o STJ alegando que o acórdão foi injusto? Eu posso, através do recurso especial ter uma terceira opinião do judiciário sobre aquela matéria? Não. 
	Para caber Recurso Especial é necessário se vislumbrar a violação de lei federal. Para caber Recurso Extraordinário temos que ter a violação de uma norma constitucional precisa (não deve ser uma norma aberta). 
	Não é possível interpor Recurso Extraordinário alegando violação a dignidade da pessoa humana, devido processo legal, igualdade, princípios abertos. A não ser que desde o início do processo em primeira instância, desde a inicial ou da contestação, vier a parte alegando isso. 
	A súmula 7 do STJ assim dispõe: a pretensão de simples reexame de prova não enseja Recurso Especial. 
	Ambos são destituídos de efeito suspensivo.
	Qual é a conseqüência prática disso? Se eu tenho um acórdão que me favorece e a parte contrária interpõe recurso especial ou extraordinário, como estes não têm efeito suspensivo eu posso me utilizar da execução provisória. 
	Ou ainda que não gere propriamente um processo de execução, ou um cumprimento de sentença provisória, o acórdão já estará produzindo efeitos. 
	As hipóteses de cabimento estão expressamente previstas na CF, não podendo a lei ampliá-las ou restringi-las. Estão expressamente previstos na CF nos artigos 102, III e artigo 105, III. 
	O prazo e o processamento são idênticos e previstos nos artigos 541 e seguintes do CPC. 
RECURSO ESPECIAL
	Assim dispõe o artigo 105, III da CF: 
“Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
...
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face de lei federal;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Parágrafo único. Funcionará junto ao Superior Tribunal de Justiça o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe, na forma da lei, exercer a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - o Conselhoda Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)”
	A Constituição utiliza dois núcleos “contrariar” e “negar vigência”. Há quem diga que não há nenhuma diferença significativa entre contrariar e negar vigência. Quem se aventura a fazer a distinção, se aventura da seguinte forma: contrariar significa desatender a um preceito e negar vigência significa deixar de aplicar ou declarar revogado. 
Mesmo com muito esforço não existe diferença significativa entre um e outro, e daqui pra frente vamos tratar como sendo uma coisa só, a decisão contraria uma lei federal. 
Se analisarmos com carinho,a alínea “b”, do inciso III do artigo 105 da CF, é uma espécie do que já está contemplado na alínea “a”. 
A primeira observação que temos que fazer é que essa alínea “b” do inciso III do artigo 105 da CF foi modificada com a EC 45/04. A redação anterior era: “ julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face de lei federal”. Antes, de um lado eu tinha lei local ou ato de governo local contestado em face de lei federal. 
Quando um acórdão diz que o que está certo é o ato do governo local e não a lei federal está contrariando a lei federal, está negando vigência a lei federal. A alínea “b”, do inciso III do artigo 105 da CF nada mais é do que uma espécie, de que uma hipótese de contrariedade de que trata a alínea “a” do mesmo dispositivo. 
Por que a EC 45/04 modificou a alínea “b” do inciso III do artigo 105 da CF e retirou a expressão “julgar válida lei local”? Porque quando eu tenho um conflito entre uma lei estadual, por exemplo, e uma lei federal isso envolve matéria constitucional, já que quem define as competências estaduais, municipais, federais e distritais é a Constituição, então na verdade temos um conflito constitucional e quem deve julgar isso é o STF, que é o guardião da CF. Assim, a EC 45/04 retirou a expressão “julgar válida lei local” da alínea “b”, do inciso III do artigo 105 da CF e jogou para o artigo 102, inciso III, alínea “d” da CF. Essa alínea “d” do inciso III do artigo 102 da CF não existia, foi criada pela EC 45/04. 
	Quando foi criado o STJ? Foi criado com a CF de 1988. Foi a CF que criou o STJ. Quando criaram o STJ a idéia era desafogar o STF. E especialmente em relação ao Recurso Especial, quais são as finalidades deste recurso? 
	Proteção da legislação federal e dar a uniformidade de entendimento sobre a aplicação da lei federal. 
	A primeira finalidade do Recurso Especial está representada nas alíneas “a” e “b”, do inciso III do artigo 105, da CF. A segunda finalidade está na alínea “c”, do mesmo dispositivo, que trata do recurso especial por dissídio jurisprudencial. 
	Vamos perder um pouquinho mais de tempo com o recurso especial por dissídio jurisprudencial. Por quê? Porque o que faz com que a maioria desses recursos, tanto o especial quanto o extraordinário não sejam admitidos é a falta de prequestionamento. 
	No recurso especial pro dissídio jurisprudencial temos uma burocracia a mais a obedecer, mas a exigência do prequestionamento é mais tênue. Se eu fizer tudo certo eu consigo ter o meu recurso admitido pro dissídio jurisprudencial e eu consigo fugir um pouquinho da exigência do prequestionamento. 
INTERPOSIÇÃO COM BASE NA ALÍNEA “C”, DO INCISO III, DO ARTIGO 105 DA CF
			TJ 
Apelante “A” Apelado “B”
Pretende obter X
Acórdão Y 
“A” insatisfeito com o acórdão Y quer interpor Recurso Especial. 
Se ele vai interpor o recurso especial com base em dissídio jurisprudencial ele tem que pegar um outro acórdão onde um sujeito que tivesse passado pela mesma situação que ele tivesse pleiteado X e conseguido obter o acórdão X . 
	Para termos dissídio temos que ter comparação. Eu tenho que demonstrar que em outro acórdão um outro sujeito estava na mesma situação que eu e conseguiu ter o seu direito reconhecido e eu não. 
	Esse outro acórdão que eu vou utilizar para efeito de comparação tem um nome: acórdão paradigma. 
	Requisitos para a interposição do recurso especial com base no artigo 105, III, “c’ da CF: 
	1) acórdão paradigma deve ser necessariamente de outro Tribunal
 (súmula 13 do STJ: a divergência entre julgados do mesmoTribunal 
 não enseja recurso especial.)
	 Qualquer Tribunal, desde que outro Tribunal. Do mesmo Tribunal
	 não vale. 
	2) acórdão paradigma não pode ser ainda passível de modificação 
	 dentro do mesmo Tribunal. 
	 Esse requisito, normalmente, aparece de uma forma mais rebus-
	 cada: “acórdão paradigma dever ter sido proferido em última
	 instância ordinária”.
	 Por exemplo, eu posso utilizar um acórdão não unânime como 
	 paradigma? Ainda não, porque ele está sujeito a Embargos 
	 Infringentes, logo pode ser alterado no mesmo Tribunal.
	3) acórdão paradigma não pode estar superado pela jurispru-
	 dência do próprio Tribunal ou de Tribunal superior. 
	 O que se quer dizer é que a questão deve ser atual, se não, 
	 incabível o Recurso Especial para acabar com o dissídio
 jurisprudencial, pois este não mais existe, em verdade. 
	
	4) indicação do acórdão paradigma através de publicação 
	 oficial ou repositório autorizado de jurisprudência.
	 O sujeito deve provar de fato que o Tribunal proferiu 
	 aquele acórdão. Como provará isso? Com a certidão do 
	 Tribunal, ou repositório autorizado de jurisprudência. 
	 O STJ tem cadastrado algumas revistas, de onde você pode
	 extrair publicações, seus acórdão paradigmas. 
	 Isso serve para evitar manipulação, falsidades, “caô”. 
	 É possível “pegar” um acórdão paradigma na Internet, mas só 
	 se o Tribunal disponibilizar o inteiro teor do acórdão. 
	 O que não é possível e que muita gente faz é utilizar o “Ctrl+c” e o 
	 “Ctrl +v”, copiar da internet e jogar no editor de texto, pois neste 
	 caso você poderá modificar a decisão no seu editor de texto. 
	5) demonstração analítica da divergência. 
	 
	Esses dois últimos requisitos encontramos no CPC, no artigo 541, parágrafo único:
“Art. 541..
....
Parágrafo único.  Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência mediante certidão, cópia autenticada ou pela citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que tiver sido publicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na Internet, com indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.(Redação dada pela Lei nº 11.341, de 2006).”
	A lei 11.341/06 passou a admitir expressamente a utilização do meio eletrônico para demonstrar o meio eletrônico. Mas, vale o que falamos anteriormente, não se pode copiar da Internet e jogar no editor de texto. O que é possível é utilizar o inteiro teor disponibilizado na Internet. 
	Pergunta de aluno inaudível a qual Celso Belmiro respondeu com o artigo 544, parágrafo 1º, parte final do CPC, que assim dispõe: 
“§ 1o O agravo de instrumento será instruído com as peças apresentadas pelas partes, devendo constar obrigatoriamente, sob pena de não conhecimento, cópias do acórdão recorrido, da certidão da respectiva intimação, da petição de interposição do recurso denegado, das contra-razões, da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado. As cópias das peças do processo poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)”
	Disse ainda que não pe possível utilizar essa parte final do artigo para qualquer situação. 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Assim dispõe o artigo 102, inciso III da CF: 
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
...
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Parágrafo único. A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo SupremoTribunal Federal, na forma da lei.
§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)
§ 2.º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e ao Poder Executivo. (Incluído em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)”
	Na alínea “a” do inciso III do artigo 102 da CF eu tenho a decisão contrariando a CF.
	Olhem o que está na alínea “c” do mesmo dispositivo. Devemos utilizar nesta hipótese o mesmo raciocínio que utilizamos quando tratamos do Recurso Especial. De um lado eu tenho lei ou ato de governo local e do outro eu tenho a CF. Se a decisão disser que quem está com a razão é a lei ou o ato de governo local, esta decisão está contrariando a CF. O que está nessa aliena “c”, nada mais é do que uma espécie do que está colocado na alínea “a”, a decisão contraria dispositivo da CF.
	E a alínea “b” do inciso III, do artigo 102 da CF? Na alínea “a” é a decisão que contraria a CF, na alínea “b”, a decisão declara que a lei contraria a CF. São situações bem diferentes. 
	Querem ver a aplicação prática disso? 
 	O sujeito tem uma quitanda e chega lá um fiscal e autua porque ele não recolheu um imposto. O sujeito então, apresenta uma impugnação (recurso administrativo) à Delegacia da Receita Federal. Decisão proferida pela Delegacia e o sujeito quer recorrer dessa decisão. O recurso neste caso vai para o Conselho de Contribuintes e até bem pouco tempo existia uma lei que exigia o depósito de 30% do que estava sendo questionado para que o recurso fosse para o Conselho de Contribuintes (depósito administrativo recursal). Esse depósito não existe mais, foi substituída pelo arrolamento de bens e hoje foi inclusive entendido inconstitucional pelo STF. A parte que na época não queria recolher 30% do que estava sendo questionado para poder ter seu recurso levado ao Conselho, recorria dessa ia ao judiciário e impetrava MS para não ter que efetuar o depósito alegando a violação da ampla defesa. No MS o Juiz de primeira instância diz que é cabível o depósito, o contribuinte apela. Os acórdão possíveis são: depósito é devido e depósito não é devido. Se o acórdão chegar a conclusão de que o depósito é devido quem irá interpor o recurso é o contribuinte, que irá interpor o recurso extraordinário. O que ele vai alegar? Que o acórdão ao exigir o depósito prévio, ainda que fundado em lei, contraria a CF. Acórdão contraria a CF. A interposição neste caso é com base no artigo 102, III, “a” da CF. 
	Mas, e se por acaso o acórdão entender que o depósito não é devido, quem vai interpor o recurso extraordinário? A União. O que a União irá alegar? Que o depósito está previsto numa lei federal, para o acórdão chegar a conclusão de que o depósito não é devido, este acórdão está dizendo que a lei ao exigir o depósito viola a CF. Nesse caso o fundamento é que o acórdão declara que a lei contraria a CF. Esse recurso extraordinário que a União vai apresentar tem por fundamento legal o artigo 102, III, “b” da CF. 
	Trabalhamos com os exemplos acima para visualizar que uma coisa é o acórdão violar a CF, outra coisa diferente é o acórdão declarar, reconhecer que a lei contraria a CF.
	A alínea “d”, do inciso III, do artigo 102 da CF, vimos quando tratamos de recurso especial que foi tirado do artigo 105, III da CF e colocado na alínea “d”, do inciso III do artigo 102 do STF, ou seja, saiu da competência do STJ e passou para a competência do STF. 
	Para finalizarmos as hipóteses de cabimento, vamos comparar a redação do inciso III do artigo 102 da CF, com a redação do artigo 105, III da CF. A redação é quase igual. Qual é a diferença? O Recurso Especial só cabe contra decisão de Tribunal. Essa mesma exigência não é feita em relação ao Recurso Extraordinário, então eu posso ter decisão que não venha de Tribunal e seja julgada no STF (exemplo mais claro de aplicação disso: acórdão de Turma Recursal de Juizado Especial que viola lei federal e que viole a CF caberá recurso extraordinário, mas não caberá recurso especial).

Continue navegando