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Obrigação de Dar

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Direito das Obrigações
Obrigação de Dar
Primeira Classificação – A classificação é realizada não olhando para as partes, A e B, mas sim para a coisa, objeto da obrigação. 
O sujeito passivo se compromete a entregar alguma coisa, certa ou incerta. 
A coisa/objeto pode ser classificada como certa ou incerta. 
Obrigação de Dar
Obrigação de dar coisa certa é também chamada de obrigação específica.
Obrigação de dar coisa incerta é também chamada de obrigação genérica.
Obrigação de dar coisa certa  situação em que o devedor se obriga a dar uma coisa individualizada, móvel ou imóvel, com características acertadas por ato negocial entre A e B (ex. contrato de compra e venda). 
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Art. 313  Obrigação de dar coisa certa  o credor não é obrigado a receber outra coisa, ainda que mais valiosa. 
Art. 233 Princípio da Gravitação Jurídica  O acessório tem a mesma sorte que o principal; o acessório segue o principal.  A coisa certa, dessa forma, abrange acessório e principal. 
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Tradição no Código Civil  Transferência da coisa (bem móvel) para as mãos de outrem.
 Obrigação de dar coisa certa  Se a coisa foi perdida antes da tradição e sem culpa da devedor ou durante a prevalência de uma condição suspensiva, o contrato se resolve para ambas as partes.  Resolver – Retorno à situação primitiva, antes do contrato. 
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 Caso haja culpa, o devedor responderá pelo valor da obrigação, sem prejuízo das perdas e danos, que devem ser acrescidas. 
 Coisa deteriorada ou avariada SEM CULPA DO DEVEDOR  O credor terá duas opções:
A) Resolver a obrigação;
B) Aceitar a coisa, mas com abatimento de sua prestação (ex. abatimento de preço). 
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 Caso o devedor deu causa ao dano da coisa – Culpa do devedor  O credor tem duas opções:
A) Exigir valor equivalente à obrigação + perdas e danos;
B) Aceitar a coisa deteriorada ou desvalorizada + perdas e danos. 
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A coisa só passa para o credor com a tradição, sendo assim, até esse momento o devedor lhe tem a posse. Caso o devedor implemente melhoramentos a coisa, no momento da tradição, este pode exigir valor maior ao credor que, não aceitando, dá ao devedor a possibilidade de resolver a obrigação. Pergunta: O devedor pode pleitear perdas e danos nesse caso? 
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Frutos Percebidos até a tradição – São do devedor. 
Frutos pendentes/a serem percebidos – Serão do credor.
Frutos gerados mas não colhidos – Após a tradição, serão do devedor ou do credor? 
Obrigação de RESTITUIR COISA CERTA – O devedor tem o dever de devolver coisa que não lhe pertence. 
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Duas situações:
A) Perca da coisa sem culpa do devedor e antes da tradição – A obrigação se resolve; a coisa perece para o credor, podendo este pleitear seus direitos até a data do perecimento. Ex. Carro em regime de comodato; assalto a mão armada. O credor não poderá reclamar o valor do veículo ao devedor. (art. 238/CC)
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B) Perda da coisa a ser restituída por culpa do devedor – Ele terá que arcar com o prejuízo do credor + perdas e danos. 
 Deterioração da coisa a ser restituída:
A) Sem culpa do devedor  Credor recebe a coisa no estado em que se encontrar. Não terá direito a indenização. 
B) Havendo Culpa  Direito do credor: valor equivalente + perdas e danos.
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Restituição de coisa  Melhoramentos da coisa sem que o devedor tenha trabalhado para isso  O credor deverá indenizá-lo? Comparação com a regra “a coisa perece para o dono”. 
E se os melhoramentos tiverem advindos do trabalho do devedor, há indenização? Para qualquer melhoramento haverá indenização? 
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Melhoramentos:
Boa-fé  indenização pelas benfeitorias úteis e necessárias; as voluptuárias podem ser retiradas do imóvel, desde que não lhe cause prejuízo/diminuição de valor;
Má-fé  Só serão ressarcidas as benfeitorias necessárias. 
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Frutos:
Boa-fé  O devedor, nesse caso, terá direito aos frutos colhidos;
Má-fé  Não haverá qualquer direito, além de responder por todos os frutos colhidos e percebidos, assim como por aqueles que, culpa sua, não foram colhidos/percebidos. 
 O art. 242 remete aos arts. 1214 ao 1216 do CC. 
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Previsão de Multa/Astreintes  Valor a ser pago pelo devedor da coisa por cada dia de atraso na sua entrega. Não substitui perdas e danos em decorrência do atraso. Segundo o art. 461-A, CPC, transcorrido o prazo, poderá ser expedido em favor do credor um mandado de busca e apreensão (coisa móvel) ou de imissão de posse (coisa imóvel). 
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Multa/Astrientes em caso de obrigação pecuniária, ou seja, recusa de pagar determinado valor em dinheiro – Não há possibilidade por falta de previsão legal. 
Multa/Astrientes em caso de coisa INCERTA Impossibilidade. O art.461-A do CPC impõe que a coisa seja transformada em certa, seja pelo devedor ou pelo credor.
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Coisa Incerta: 
 O objeto da obrigação é algo indeterminado, vindo a ter definição certa só a posteriori. Ela tem dois elementos básicos:
1. Gênero e 2. Quantidade, mas não tem QUALIDADE. Essa última característica é, em regra, determinada pelo devedor. Exemplo: Obrigação de dar um automóvel: tem gênero (automóvel) e quantidade (1), mas não tem qualidade (que tipo de automóvel? De qual ano? Usado ou novo?). 
Obrigação de Dar
Obrigação de dar é um tipo de negócio jurídico  Sendo assim, o objeto do negócio deve ser determinável, ou seja, mesmo que a coisa seja incerta, ela deve ser de possível especificação e determinação. Requisito imposto pelo art. 104, II, parte geral do CC. 
Determinação da coisa  Se faz por um ato de escolha  Denominação desse ato: Concentração. 
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Escolha realizada pelo devedor – em regra, na coisa incerta, a escolha é feita pelo devedor, desde que não haja nenhuma estipulação oficial de o credor escolher. 
Princípio da Equivalência das Prestações  A escolha do devedor não pode ser feita pela coisa de menor valor, tampouco ele não estará obrigado a optar pela de maior valor. 
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E se a escolha for do credo? Princípio da Isonomia. Aplica-se a mesma regra imposta ao devedor. Conexão com o princípio da eticidade e a vedação do enriquecimento sem E se houver autorização, entre as partes, para a escolha da melhor coisa por parte do credor ou da pior coisa por parte do devedor?
Obrigação de Dar
A obrigação de dar coisa incerta, APÓS A CONCENTRAÇÃO, se transformará em OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA. Todos os artigos do CC referentes a COISA CERTA passarão a ser utilizados a partir da especificação, ou seja, a partir da concentração, da transformação de coisa incerta em certa. 
Obrigação de Dar
Antes da concentração, não há que se falar, em regra, no inadimplemento da obrigação. 
Uma vez individualizada a coisa, o credor pode se negar a aceitar outra, mesmo que sendo mais valiosa (Art. 313, CC). 
Enquanto a coisa está INCERTA, ou seja, ANTES DA CONCENTRAÇÃO, não há que se falar em perda ou deterioração da coisa, ainda que em decorrência de caso fortuito ou força maior.

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