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Ecologia Cidades Sustentáveis Niterói 2015 Introdução Segundo dados da Organizações das Nações Unidas (ONU), entre 2007 e 2050, o número de habitantes nas cidades do planeta terá um aumento de 3,1 bilhões de pessoas. Esta migração trará consigo uma carga cada vez maior sobre a infraestrutura, os serviços governamentais, os recursos naturais, o clima e muitos outros aspectos fundamentais para a qualidade de vida nas áreas urbanas. As cidades hoje consomem 67% de toda a energia produzida no planeta e são responsáveis por quase 80% das emissões. Calcula-se que as emissões das cidades que em 2006 eram de quase 20 Gigatoneladas(Gt) passem a quase 32 Gt em 2020. Um aumento proporcionalmente mais rápido que o das emissões globais. As cidades de países em desenvolvimento correspondem a pouco mais da metade das emissões. Em 2030, representarão mais de dois terços. Neste cenário, cada vez mais aumenta a consciência de que não é possível à humanidade permanecer com o atual modelo de desenvolvimento. Temos de criar a transição para um desenvolvimento sustentável, que integre as dimensões social, ambiental e ética, baseado em uma economia que seja includente, verde e responsável. Não há melhor lugar para exercitar essa agenda do que os centros urbanos, pois são nas cidades que ocorrem o consumo da quase totalidade dos produtos e serviços que utilizam materiais e recursos provenientes do meio ambiente. As cidades sustentáveis são aquelas que adotam uma série de práticas eficientes voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população, desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente. Geralmente são cidades muito bem planejadas e administradas. Atualmente existem várias cidades no Brasil e no mundo que já adotam práticas sustentáveis. Embora não podemos encontrar uma cidade que seja 100% sustentável, várias delas já praticam ações sustentáveis em diversas áreas. Principais práticas adotadas pelas cidades sustentáveis Ações efetivas voltadas para a diminuição da emissão de gases do efeito estufa, visando o combate ao aquecimento global. Medidas que visam a manutenção dos bens naturais comuns. Planejamento e qualidade nos serviços de transporte público, principalmente utilizando fontes de energia limpa. Incentivo e ações de planejamento para o uso de meios de transporte não poluentes como, por exemplo, bicicletas. Ações para melhorar a mobilidade urbana, diminuindo consideravelmente o tráfego de veículos. Promoção de justiça social. Destino adequado para o lixo. Criação de sistemas eficientes voltados para a reciclagem de lixo. Uso de sistema de aterro sanitário para o lixo que não é reciclável. Aplicação de programas educacionais voltados para o desenvolvimento sustentável. Investimentos em educação de qualidade. Planejamento urbano eficiente, principalmente levando em consideração o longo prazo. Favorecimento de uma economia local dinâmica e sustentável. Adoção de práticas voltadas para o consumo consciente da população. Ações que visem o uso racional da água e seu reaproveitamento. Práticas de programas que visem a melhoria da saúde da população. Criação de espaços verdes (parques, praças) voltados para o lazer da população. Programas voltados para a arborização das ruas e espaços públicos. Exemplos de cidades com práticas sustentáveis no Brasil João Pessoa - em 2010 a cidade adotou uma política ambiental de preservação e conservação dos espaços verdes, realizando o primeiro Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica do país e criando uma legislação para a criação e a gestão de unidades de conservação e parques, aprovada pela Câmara Municipal. Curitiba - na década de 1960 deu os primeiros passos para se tornar destaque mundial em termos de desenvolvimento sustentável. Na época, a cidade adotou um sistema de transporte público rápido, sustentável e econômico, considerado exemplo de mobilidade urbana em todo o mundo. Em 1980, a capital paranaense desenvolveu um programa de reciclagem, gestão de resíduos e saneamento que também ganhou destaque internacional. De lá para cá, a cidade vem investindo em ações que tem como foco garantir a excelência no desenvolvimento sustentável. A mobilidade urbana é um dos pontos de destaque da cidade. Paragominas - Há três anos, o município era considerado sinônimo de desmatamento, mas com o projeto Município Verde a situação mudou e Paragominas virou exemplo de sustentabilidade na prática. Londrina - Em 1996, a cidade já contava com a realização de coleta seletiva. No entanto, a inclusão de catadores no processo se deu apenas em 2001, integrados pelo programa municipal. Os catadores do aterro da cidade foram incentivados pelo governo municipal a se estruturarem em associações. Dessa forma, a cidade foi setorizada e distribuída entre as associações, a fim de organizar o sistema de coleta e inclusão social para o trabalho. Após dois anos de trabalho, as associações conseguiram estabelecer vínculo entre a população e as equipes de recicladores e, com isso, a cultura de separação dos materiais recicláveis e a confiança quanto ao destino final desses materiais. Em 2012: A cidade foi a primeira do Brasil a disponibilizar para a população a Central de Logística Reversa para o descarte de materiais industrializados da linha branca e produtos eletrônicos. Santana do Paranaíba - Com apoio de diversos parceiros, a Avemare (uma organização formada por ex-catadores de materiais recicláveis, com origem no aterro sanitário do município ) criou o Programa Lixo da Gente – Reciclando Cidadania, que visa a coleta seletiva por meio de conscientização da população sobre a importância da reciclagem para a preservação ambiental, assim como a inclusão e o desenvolvimento social. Assim, sua atuação se dá por três frentes: empresas e indústrias; escolas; e residência e comércio. A meta é realizar 100% de coleta seletiva em Santana de Parnaíba. Exemplos de cidades com práticas sustentáveis no mundo Barcelona (Espanha) - Primeira cidade europeia a ter uma Lei de Energia Solar Térmica, tornando obrigatória a utilização da energia solar no abastecimento de 60% da água quente utilizada em todas as novas construções e edifícios reformados. Com o objetivo de estimular a participação, em busca do mais amplo consenso para o desenvolvimento, foi criada a Mesa Cívica da Energia, envolvendo poder público, entidades sindicais, empresas e organizações da sociedade civil local. Foi criada, também, a Agência Local de Energia, com a função de fiscalização e planejamento de longo prazo, que, além do monitoramento e cumprimento da lei solar, iniciou um plano de 10 anos (o Plano de Energia de Barcelona) para reduzir o consumo local e promover a geração de energia por meio de fontes renováveis. Copenhague (Dinamarca) - Excelência na infraestrutura para o uso de bicicletas. É uma cidade pioneira na área da mobilidade, com o ambicioso objetivo de se tornar a melhor do mundo para os ciclistas Freiburg (Alemanha) - Programas eficientes voltados para o uso racional de veículos automotores. Amsterdã (Holanda)- Na década de 1970, com o crescimento da preocupação ambiental e com a crise do petróleo, a bicicleta foi priorizada como meio de transporte eficaz, de baixo custo e não poluente. O hábito de pedalar foi estimulado por fatores, como: estacionamentos distribuídos por todo o território, sinalização especial e integração com as redes ferroviária e metroviária , o que facilita a locomoção de ciclistas por toda a cidade. A elaboração do plano local de mobilidade se deu a partir da integração das secretarias de transportes, habitação e meio ambiente. Com o plano, houve, também, uma categorização das ruas da cidade, de forma a selecionar os meios de transporte a serem utilizados nas diferentes vias, de acordo com sua infraestrutura e função no território. Essa iniciativa facilitou o planejamento públicosobre a mobilidade da cidade, principalmente no que tange à limitação dos carros sobre outros meios de transporte, a melhoria na rede pública de transportes e o aumento do número de deslocamentos a pé e de bicicleta. E, assim, a divisão do espaço público para as diferentes formas de circulação permitiu o acesso de forma diversificada às distintas funções da cidade. Thisted (Dinamarca) - A cidade tornou-se quase 100% autossuficiente em energia renovável, ao optar por fontes alternativas como eólica, geotérmica e solar. A substituição do abastecimento na cidade começou na década de 1980, e atualmente o município utiliza apenas 1% de combustíveis fósseis na produção de energia e calor, o que consequentemente reduz em 90 mil toneladas a emissão de CO2 na atmosfera. Com 20 anos de acumulo de experiências na área de fontes renováveis de energia, a cidade pretende se tornar pioneira na neutralização de carbono. O município tem a expectativa de cuidar do meio ambiente e criar mais empregos através do desenvolvimento de energia sustentável. Fontes de pesquisa http://www.cidadessustentaveis.org.br/ http://www.ecologiaurbana.com.br/ http://oglobo.globo.com/projetos/cidadesverdes/cidverdes.asp http://www.maoparaofuturo.org.br/ http://www.ecodesenvolvimento.org/
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