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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA CURSO: QUÍMICA – LICENCIATURA DISCIPLINA: 503-31 QUÍMICA GERAL EXPERIMENTAL DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE REAÇÃO Acadêmicos: Alex de Oliveira R.A. 83605 Juliano Brasilino Souza R.A. 82728 Rômulo L. de Araújo R.A. 82193 Victória Naomi Yoshida R.A. 82986 Professor: Fábio Vandresen MARINGÁ Outubro, 2013 2 Conteúdo 1. Introdução ...................................................................................................................................... 3 2. Objetivos ...................................................................................................................................... 10 3. Procedimento .............................................................................................................................. 11 3.1. Materiais e Métodos ....................................................................................................... 11 3.2. Experimento 01 – Influência da concentração dos reagentes ................................ 11 3.3. Experimento 02 – Influência da temperatura ............................................................. 11 3.4. Experimento 04 – Influência da presença de catalisador ........................................ 12 4. Resultados e discussões ........................................................................................................... 13 5. Conclusões .................................................................................................................................. 17 6. Referências bibliográficas ......................................................................................................... 18 3 1. Introdução Velocidade da reação. Com base nos conhecimentos adquiridos sabemos que uma reação química ocorre quando certas substancias sofrem transformações em relação ao seu estado inicial. Porém, para que isso possa ocorrer, as ligações entre átomos e moléculas devem ser rompidas e devem ser restabelecidas de outra maneira. Não existe uma velocidade especifica. Algumas são lentas já outras podem ser rápidas. Tomemos como exemplo a oxidação (ferrugem) de um pedaço de ferro é um processo lento, pois para que ocorra levara algumas semanas, para o ferro reagir com o oxigênio do ar. Outro exemplo sendo de uma reação rápida é o caso de acendermos, um palito de fósforo, a reação de combustão do oxigênio ocorre em segundos, gerando o fogo, portanto é uma reação rápida. A velocidade das reações químicas depende de uma seria de fatores; a concentração das substancias (reagentes), a temperatura, a luz, a presença de catalisadores, superfície de contato. Concentração dos reagentes Quanto maior a concentração dos reagentes, soluto e solvente, de uma substancia. Aumenta a concentração dos reagentes, consequentemente aumenta o numero de moléculas dos reagentes, aumentado o numero de colisões e aumentando também a velocidade da reação, esse processo esta associado a lei da cinética (Lei de Guldber-Waage). Exemplo; uma palha de aço reage mais rápido com acido clorídrico concentrado do que com acido clorídrico diluído. Temperatura A temperatura esta ligada a agitação das moléculas, quanto mais calor (energia) mais agitadas ficam as moléculas. Se aumentar a temperatura aumenta a energia cinética das moléculas (movimento). Consequentemente se as moléculas se movimentam mais elas se chocam mais e, com mais energia, em consequência, 4 aumenta o numero de colisões efetivas, portanto a velocidade da reação também aumenta. Exemplo; aumenta-se a chama do fogão para cozinhar, e guardam-se alimentos na geladeira para conservar por mais tempo. Catalisador Outra forma de acelerar a reação é fazer uso de um catalisador, nada mais é que uma substancia química que não participa da reação química, ela apenas diminui a energia de ativação e aumenta a velocidade da reação. O catalisador acelera a reação mais não altera a composição química dos reagentes e produtos envolvidos. O catalisador também não altera a entalpia da reação. A quantidade de produtos na reação também não se altera com uso do catalisador. Cada reação possui um catalisador especifico, não existe um padrão para todas as reações. Ao adicionar catalisador e uma reação, se obterá o produto final desejado mais o catalisador adicionado Tomemos com exemplo o gráfico abaixo; . Como demonstrado no gráfico, a reação na presença do catalisador faz um trajeto menor devido a diminuição da energia de ativação. 5 Superfície de contato Outra forma de alterar a velocidade da reação é a superfície de contato dos reagentes, quanto maior a superfície de contato, maior será o numero de moléculas reagindo, consequentemente o numero de colisões eficazes entre as moléculas será maior. Portanto a velocidade da reação será mais rápida. Exemplo: é mais fácil dissolver um comprimido triturado em água, do que na forma de comprimido inteiro, isso porque a superfície de contato fica maior para reagir. Pressão A pressão é a razão entre a força e a área, ou seja, fazer certa força sobre uma determinada área. Com o aumento da pressão em um recipiente, diminui-se o volume de desta forma aumenta a concentração de reagentes. Com isso as moléculas se chocam mais, aumentando o numero de colisões e, portanto aumenta a velocidade da reação. Presença de luz A presença de luz altera na velocidade das reações por que é uma energia em forma de onda eletromagnética que ajuda a quebrar a barreira da energia de ativação. Exemplo a água oxigenada, se decompõe facilmente quando esta exposta a luz, por isso devemos guardá-la em local escuro. A fotossíntese realizada pelas plantas também é um tipo de reação que é influenciada pela presença de luz. Inibidores Inibidores ou conhecidas de veneno de catalisador, ou de anti-catalisador, são substancia que ao contrario dos catalisadores, aumentam a energia de ativação e como consequência diminuem a velocidade da reação química. 6 Velocidade instantânea Nas reações químicas, a velocidade a cada instante é diferente da velocidade media. Ou seja as velocidades instantâneas nunca são as mesma, possuindo valores diferentes durante a reação. Se o intervalo de tempo utilizado nas medidas da velocidade media, forem ficando cada vez menores, a velocidade media tendera a assumir valores cada vez mais próximos da velocidade de certo instante. A velocidade instantânea pode ser calculada de acordo com a “Lei Cinética de Velocidade” proposta por Guldberg e Waage. Lei de velocidade de Guldberg e Waage A lei de velocidade de Guldberg e waage foi proposta em 1867, pelos cientistas norueguês, Cato Maximilan Guldberg e Peter Waage . Foi proposta da seguinte forma: “A velocidade de uma reação é diretamente proporcional ao produto das concentrações molares dos reagentes, para cada temperatura, elevada a expoentes experimentalmente determinados”. Tais expoentes que constam na lei irão determinar a ordem de reação. Exemplo: uma reação genética tem: Onde: V = velocidade da reação K = constante de velocidade [A] = concentração molar de A [B] = concentração molar de B X e Y = expoentes experimentalmente determinados 7 Em uma reação elementar, onde ocorre em uma única etapa, o expoente é o coeficiente dos reagentes. .Exemplo: , Alguns processos químicos ocorrem em varias etapas. As reações globais são as que ocorrem mais de uma etapa. A velocidade da reação depende das velocidades das etapas participantes. A velocidade da reação é determinada através da etapa lenta. É fácil entender porque utiliza-se a etapa lenta para determinar a velocidade da reação. Por exemplo, em uma fabrica são montados 1000 carros por dia, porem a colocação dos volantes é a parte mais lenta do processo, são colocados apenas 250 volantes nos carros por dia, portanto estarão prontos apenas 250 carros por dia, não importa se nas outras partes dos processos são mais rápidos, o que determina a quantidade de carros prontos (fabricados) por dia será a colocação de volantes. Exemplo: : 8 Ordem da reação e molecularidade A ordem de uma reação química só pode ser determinada experimentalmente. A molecularidade representa o numero mínimo de moléculas ou íons reagentes necessários para que ocorram colisões e a reação possa se processar em uma só etapa (elementar). Os expoentes que estão na lei de velocidade servem para determinar a ordem de reação. Onde: Exemplo: : Velocidade media Uma forma de expressar a velocidade da reação é através da velocidade media calculada a partir da concentração molar de um reagente. Durante um intervalo de tempo. As velocidades são sempre definidas de uma forma que sempre vai se obter grandezas positivas. De acordo com as formulas abaixo 9 Variação da concentração dos reagentes Variação do tempo Velocidade media de consumo dos reagentes Velocidade media dos produtos Velocidade media dos reagentes em termos de variações infinitesimais velocidade media dos produtos em termos de variações infinitesimais Outra forma de expressar a velocidade de uma reação é através da velocidade instantânea. Que pode ser entendida como uma velocidade media calculada em um intervalo de tempo curto, em torno de um instante de referencia. Pode se entender a velocidade instantânea como o limite da velocidade media para um intervalo de tempo tendendo a zero, o que matematicamente corresponde a derivada da função que descreve a variação da concentração com o tempo. Como demonstrado na formula abaixo. Para obter a velocidade de uma reação em um determinado instante, uma das formas é representar em um gráfico traçar a tangente do ponto correspondente do gráfico de concentração versus tempo. Como exemplificado abaixo. 10 2. Objetivos Observar-se ocorrem alterações nas velocidades das reações, alterando a concentração dos reagentes, temperatura e, utilizando um catalisador. Quantificar os tempos (velocidade) em cada experimento. 11 3. Procedimento 3.1. Materiais e Métodos Erlenmeyer de 25 mL Pipeta volumétrica de 10 mL Pipeta graduada de 5 ml Termômetro Bico de bunsen Suporte universal para termômetro Solução de KMnO4 0,04 mol/L Solução de H2S04 2,5 mol/L Água destilada Solução de MnSO4 Solução de H2C204 0,50 mol/L Solução de sulfato de manganês 3.2. Experimento 01 – Influência da concentração dos reagentes Adicionou-se em um erlenmeyer de 250 mL 4,00 mL de solução de 0,04 mol/L de permanganato de potássio KMnO4, numerou-se o erlenmeyer como erlenmeyer 1. Em outro erlenmeyer de 250 mL, adicionou-se 10,00 mL de solução 2,5 mol/L de acido sulfúrico H2SO4 e 5,00 mL de solução 0,50 mol/L de acido oxálico H2C204. em seguida transferiu-se o conteúdo com a mistura de acido sulfúrico mais acido oxálico para o erlenmeyer 1, agitou-se a mistura, deixou-se em repouso. Começou-se a marcar o tempo imediatamente após a mistura das soluções até que a mistura tornou-se incolor. Elaborou-se uma tabela e anotou-se o tempo de descoramento, com os dados calculou-se a velocidade da reação. Repetiu-se o procedimento, apenas adicionou-se água 10,00 mLde destilada, em seguida repetiu-se por mais duas vezes o procedimento com água destilada, alterou-se apenas o volume de água destilada, sendo com 20 e 35 mL de água destilada. 3.3. Experimento 02 – Influência da temperatura Adicionou-se em um erlenmeyer 4,00 mL de KMnO4 0.04 mol/L. Em outro erlenmeyer de 250 mL, adicionou-se 10,00 mL de solução 2,5 mol/L de acido sulfúrico H2SO4 e 5,00 mL de solução 0,50 mol/L de acido oxálico H2C204 e, 35 mL de água. Mediu-se a temperatura da mistura. Em seguida levou-se os dois erlenmeyers ao aquecimento, elevou-se cerca de 20 C a temperatura registrada 12 anteriormente. Transferiu-se o volume do erlenmeyer que continha a mistura de acido oxálico e acido sulfúrico para o erlenmeyer o erlenmeyer com permanganato de potássio. Imediatamente após a mistura das soluções cronometrou-se o tempo, até que a mistura tornou-se incolor. Registrou-se o tempo necessário para o descoramento e, calculou-se a velocidade da reação. 3.4. Experimento 04 – Influência da presença de catalisador Adicionou-se em um erlenmeyer 4,00 mL de KMnO4 0.04 mol/L , 35,00 mL de água destilada e, 5 gotas de sulfato de manganês MnSO4. Em outro erlenmeyer adicionou-se 10,00 mL de solução 2,5 mol/L de acido sulfúrico H2SO4 e 5,00 mL de solução 0,50 mol/L de acido oxálico H2C204. Em seguida transferiu-se o volume da solução que cotinha a mistura de acido sulfúrico e acido oxálico para o outro erlenmeyer, imediatamente cronometrou-se o tempo em que a mistura tornou-se incolor. Registrou-se o tempo gasto para o descoramento da mistura e, calculou-se a velocidade da reação. 13 4. Resultados e discussões Nesta aula, realizaram-se experimentos para determinar a velocidade de uma reação e como a alteração de alguns fatores influenciavam a rapidez com que ela acontecia. A reação utilizada em todos os experimentos desta aula foi a do íon permanganato (MnO4 -) em meio ácido com o íon oxalato (C2O4 2-), mostrada abaixo: 5C2O4 2- (aq) + 2MnO4 - (aq) + 16H+(aq) 10CO2(g) + 2Mn 2+ (aq) + 8H2O(l) Esta reação foi escolhida pelo fato do permanganato apresentar uma coloração violeta e, quando reagido com o oxalato, tornar-se incolor; ou seja, uma reação bem visual, o que auxiliou na medição do tempo. O primeiro experimento, para determinar o quanto a concentração do íon permanganato, foi realizado diluindo-se cada vez mais a amostra inicial do íon. Cada solução, de diferente concentração, foi posta em um erlenmeyer diferente. A tabela abaixo ilustra os dados usados neste experimento: Erlenmeyer H2SO4 (mL) H2C2O4 (mL) H2O (mL) KMnO4 (mL) [MnO4 -] (mol/L) Tempo da reação (s) 1 10,0 5,0 - 4,0 148 2 10,0 5,0 10,0 4,0 182 3 10,0 5,0 20,0 4,0 272 4 10,0 5,0 35,0 4,0 320 Tabela 1: Dados experimentais do 1º experimento Usando a fórmula abaixo, calculou-se a velocidade em cada situação: 14 Em que, quando aplicada no íon, a fórmula se caracterizava por: Para exemplificar sua aplicabilidade, utilizemo-na para calcular a velocidade da reação quando a concentração inicial do íon é de 8,42x10-3 mol/L. Perceber-se-á que a concentração final será igual à zero, isso se deve ao fato de que, quando observado o fim da reação, todo o reagente será consumido e só haverá produto. Assim: O mesmo procedimento foi aplicado paratodos os erlenmeyeres, o que resultou na seguinte relação: Erlenmeyer (mol/L.s) 1 2 3 4 Tabela 2: Resultados do experimento 01 Ao realizar o experimento e o cálculo de cada situação, fica evidente a influência da concentração na velocidade da reação: quanto mais diluído o sistema, mais demora a ocorrer em sua totalidade o processo. Isso se deve ao fato de que, em um sistema diluído, é menor a frequência com que partículas dos diferentes reagentes se choquem e, por consequência, reajam. 15 Já no segundo experimento, realizaram-se experimentos para se descobrir a influência da variância de temperatura na velocidade da reação (desta vez, a concentração foi mantida a mesma). Para tal, quantificou-se ela quando os reagentes estavam à temperatura ambiente; quando suas temperaturas foram aumentadas em 20oC e quando foram aumentadas em 30oC. Tais dados foram organizados na tabela abaixo, baseando-se no fato de que a temperatura ambiente, no dia, se encontrava em 21oC: Erlenmeyer H2SO4 (mL) H2C2O4 (mL) H2O (mL) KMnO4 (mL) Temp. (oC) Tempo da reação (s) 1 10,0 5,0 35,0 4,0 21oC 320 2 10,0 5,0 35,0 4,0 41oC 16 3 10,0 5,0 35,0 4,0 51oC 3 Tabela 3: Dados utilizados no segundo experimento. Assim, com os dados experimentais em mãos, fizeram-se os cálculos da mesma forma que os realizados no experimento 01, o que resultou na tabela 4: Erlenmeyer (mol/L.s) 1 2 3 Tabela 4: Resultados obtidos no experimento 02 Ao realizar uma análise dos resultados obtidos, nota-se que a velocidade da reação aumenta muito conforme a temperatura do sistema também aumenta. Isso 16 ocorre pois quando aquecido, um sistema torna-se mais agitado, o que favorece o choque entre os reagentes facilitando, assim, o acontecimento da reação. Por fim, realizou-se o terceiro experimento, que visava ilustrar a alteração na velocidade da reação quando há a adição de um catalisador. Neste caso, o catalisador utilizado foi o sulfato de manganês (MnSO4). A tabela com os dados utilizados se encontra abaixo: Erlenmeyer H2SO4 (mL) H2C2O4 (mL) H2O (mL) KMnO4 (mL) MnSO4 (gotas) Tempo da reação (s) 1 10,0 5,0 35,0 4,0 - 320 2 10,0 5,0 35,0 4,0 5 122 Tabela 5: Dados obtidos do experimento 03 Com tais dados coletados, utilizou-se o mesmo método aplicado nos dois experimentos anteriores para se fazer o cálculo da velocidade de reação, que se encontra tabelado a seguir: Erlenmeyer (mol/L.s) 1 2 Tabela 6: Resultados do experimento 03 Com tais resultados, provou-se que o tempo da reação diminui quando há a adição de um catalisador no sistema. Isso ocorre pois a função do catalisador é diminuir a energia de ativação de uma reação, tonando-a mais rápida. 17 5. Conclusões Ao final de todos esses experimentos, pode-se que concluir que todas as influências testadas têm como objetivo alterar o tempo do processo e, por consequência, alterar a velocidade da reação. Logo, provou-se o que está escrito na teoria sobre cinética química: que o aumento de temperatura e adição de catalisador aumentam a velocidade da reação; e que a diluição do sistema a diminui. 18 6. Referências bibliográficas 1) BROWN,T. L.; LEMEY Jr, H. E.; BURTEN, B.E.; BURDGE, J. R. Química: a ciência central. 9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. P 483 – 512. 2) FELTRE, Ricardo,1928- Química / Ricardo Feltre. — 6. ed. — São Paulo : Moderna, 2004. Cap. 4, cinética química: O efeito da concentração dos reagentes na velocidade das reações Químicas. P 160.
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