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Gestão dos Estoques

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1 
 
 
 
CURSO ADMINISTRAÇÃO 2015/2 
DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES E COMPRAS Prof Nestor Rancich 
 
1. GESTÃO DE ESTOQUES 
 
Segundo Corrêa, Gianesi e Caoni, estoque são quantidades ou acúmulos de materiais, peças ou produtos 
entre fases específicas dos processos de transformação ou de distribuição que proporcionam 
independência às fases dos processos entre os quais se encontram. Quanto mais independentes forem 
entre si as fases de um processo, maiores serão os estoques entre as mesmas, de forma que interrupções 
de uma das fases não acarretam interrupção na outra. 
Os estoques são meios para coordenar (ajustar) o comportamento da oferta com o comportamento da 
demanda. Quanto mais dependente a demanda for da oferta, menores as necessidades de estoques, e vice-
versa. O estoque é um meio para ajustar o comportamento da oferta com o comportamento da demanda. 
O conceito de demanda é bastante antigo e utilizado nas áreas de economia e administração. Ambas 
estudam a demanda do mercado e seu comportamento como sendo variável no decorrer do tempo. 
Conceitua-se demanda como as várias quantidades que os consumidores estão dispostos e aptos a adquirir 
em função dos vários níveis de preços possíveis, em determinado período de tempo. Demanda também 
pode ser conceituada como desejos para atender uma determinada necessidade. 
Muitas organizações apresentam a demanda de seus produtos de forma sazonal, podendo ser esta diária, 
horária, semanal, mensal, etc., causando assim alguns problemas de capacidade de atendimento ao 
mercado consumidor, havendo sobras ou excedente de produtos e em alguns momentos, e falta em outros. 
A situação ideal seria obter a sincronização entra a demanda e a oferta, buscando manter o nível de 
estoques o mais próximo possível das necessidades dos clientes. Isso significa ter disponível no momento 
em que o cliente deseja realizar a compra. Em uma demanda oscilante, sazonal, o perigo reside 
justamente em não se conseguir atender o consumidor no momento desejado, ou seja, a empresa não 
perde de vender, ou então, oferece quantidades excessivas em um momento em que o cliente não esteja 
interessado em adquiri-lo. Nesta situação, a empresa pode perder mercado, pela falta de sincronia da 
oferta da empresa com a real e efetiva necessidade do cliente. Uma das funções, portanto da gestão de 
estoques é justamente buscar fazer a sincronia entre os desejos e necessidades de compras dos clientes e a 
oferta ideal, ou seja, quantidade de produtos disponíveis na empresa para não perder sua venda. 
Vejamos como exemplo o consumo de água de uma pequena cidade. A demanda de consumo de água 
potável independe da oferta da mesma (chuva). O fornecedor de água, no caso, possui um comportamento 
de fornecimento dependendo da região e época do ano, enquanto que o comportamento do comprador – 
demanda está relacionado com o número de pessoas de determinada região e das estações do ano. Os 
comportamentos de ambos são totalmente independentes já que as pessoas não consomem mais água nos 
dias de chuvas e nem menos água em períodos de menos chuvas. Portanto, neste exemplo entre a oferta e 
2 
 
a demanda necessita-se ter um estoque (uma represa de água) para conciliar e ajustar as diferentes taxas 
de consumo da população de água e seu suprimento pelas chuvas. Pelos gráficos, da figura 2.1 a seguir, o 
comportamento de oferta e consumo é bem diferente. 
 
Figura 2.1 – Represa (estoque de água) conciliando o consumo e suprimento de água 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.1 Funções e Objetivos dos Estoques 
 
A meta de qualquer empresa é maximizar o lucro sobre seus ativos circulantes e fixos. Estoque significa 
transformar dinheiro em materiais (matérias primas e componentes, materiais em processo e produtos 
acabados). 
Existe, portanto uma situação conflitante entre as disponibilidades de estoque e a vinculação de capital. O 
departamento de vendas deseja estoque elevado de produtos prontos para poder atender de imediato os 
clientes. O departamento de compras deseja lotes maiores para negociar e barganhar melhores preços. Os 
setores de produção desejam produzir lotes maiores para reduzir o custo unitário das peças produzidas. A 
área financeira objetiva reduzir os estoques para diminuir o capital investido. Portanto a administração de 
estoques deverá conciliar da melhor maneira os objetivos e interesses de todos, sem prejudicar a 
operacionalidade da empresa. 
Porque as empresas devem buscar reduzir ao máximo o estoque? Para aumentar a Rentabilidade do 
Capital (RC), conforme a fórmula a seguir: 
 
RC = Rentabilidade das vendas x Giro do capital 
Rentabilidade do Capital = 
Capital
Lucro
 = 
Venda
Lucro
 x 
Capital
Venda
 
Portanto, quanto maior for o giro do capital ou giro do estoque da empresa maior será sua rentabilidade. 
Quanto maior for o giro do estoque menor será a quantidade em estoque. 
Unidade de 
Tratamento de água 
Chuvas 
Comportamento do 
Suprimento de água 
Fase 1 Fase 2 
Represa (estoque) 
Comportamento do 
Consumo de água da 
cidade 
Fonte: Adaptado de Corrêa; Gianesi; Caon, 2001, p. 50. 
3 
 
 
2.2 Políticas de Estoque 
A política de estoque consiste em definir diretrizes que orientam a administração de estoques e levam em 
consideração os seguintes aspectos e questões: 
 Metas da empresa quanto ao tempo de entrega dos produtos ao cliente; 
 Definição dos materiais a serem estocados; 
 Até que níveis deverão flutuar os estoques para atender as flutuações de demanda; 
 Até que ponto especular com estoques, fazendo compras antecipadas com desconto ou adquirir 
mais que o necessário com preço menor; 
 Definição da rotatividade dos estoques. 
 
Princípios básicos para o dimensionamento e controle de estoques 
Os princípios básicos que orientam os estoques consistem, segundo Dias (1993, p.29) em determinar os 
seguintes itens: 
 O que deve permanecer em estoque? 
 Quando reabastecer estoques? 
 Quanto de estoque será necessário para um período predeterminado. 
 
Funções da administração de estoques 
As principais funções da administração de estoques consistem em: 
 Registrar todas as movimentações de entrada ou saída do estoque. 
 Acionar departamento de compras para repor estoques; 
 Controlar os estoques em termos de quantidade e valor; 
 Fazer a guarda do estoque e realizar inventários periódicos 
 Identificar e retirar do estoque itens obsoletos e danificados 
 
Fatores que definem a previsão para os estoques 
A previsão para os estoques parte da previsão de demanda ou do consumo dos materiais, e do tempo que 
o mesmo pode ser reposto: As informações básicas de demanda são classificadas em duas categorias: 
 Quantitativas: em função do histórico das vendas no passado; correlação das vendas com outros 
indicadores (nicho de mercado, população, renda per capita, planos de financiamento), 
influências da propaganda entre outros; 
 Qualitativas: opinião dos gerentes, vendedores, e pesquisa de mercado. 
 
4 
 
2.3 Tipos de Estoques 
Os estoques podem ser classificados por categorias em função das fases entre processos em que se 
encontram: estoques de matérias primas – são os materiais que sofrerão alteração no processo de 
produção ou revendidos a empresas fabricantes ou prestadoras de serviços que necessitam dito material; 
servem para regular diferentes taxas de suprimento entre o fornecedor e o processo de transformação das 
matérias primas; estoques de material semi-acabado – para regular diferentes taxas de produção entre doisprocessos de produção; estoques de produtos prontos – para atender diferenças entre as taxas de produção 
e a demanda do mercado; ou pela forma de pagamento condicionada à venda que denomina-se estoque 
consignado ou em consignação, que significa que os materiais ou produtos somente serão pagos ao 
fornecedor à medida que forem sendo vendidos vendidos. 
2.4 Razões para se ter e manter estoques 
Segundo Corrêa, Gianesi e Caonii existem quatro motivos que levam ao surgimento dos estoques: 
 Impossibilidade de coordenar o comportamento da oferta com a demanda ─ no momento 
em que não é possível haver uma coordenação entre o comportamento da oferta e o 
comportamento da demanda ou entre duas fases do processo de transformação ou fabricação 
fazendo com que as curvas de suprimento e consumo não sejam iguais, tem-se a necessidade de 
ter estoque. Vejamos o exemplo representado na Figura 2.1, onde há um comportamento 
previsível do consumo de água de determinada comunidade ou cidade e o mesmo está 
diretamente relacionado com o número de pessoas e das estações do ano. Por outro lado a 
oferta também possui um comportamento dentro de certa previsibilidade em cada região do 
planeta, períodos que chove mais e meses que chovem menos, mas seu comportamento não 
possui nenhuma relação de coordenação com o comportamento do consumo. As pessoas não 
tomam banho somente nos dias de chuvas e sim independentemente das condições climáticas. 
Portanto apesar de haver previsibilidade nas curvas de oferta e consumo as mesmas são 
independentes e sem coordenação alguma, portanto necessitando haver um estoque entre 
ambos, que na pratica são as represas ou lagos, rios que existem próximos aos pontos de 
consumo. Outro exemplo que pode ocorrer é entre fases de um processo industrial. Considere, 
por exemplo, um fornecedor de peças, que por inflexibilidade de seu processo, só fornece lotes 
múltiplos de 100 peças e o processo produtivo que utiliza essa peça apresenta um consumo 
mensal de 10 peças por semana, não havendo, portanto, uma coordenação entre suprimento e 
consumo. A cada compra de peças algum estoque será formado, até que o consumo de 10 peças 
por semana termine com o estoque e justifique nova compra. Note-se no exemplo que a 
empresa terá estoque de peças para 10 semanas. Outra possibilidade que poderá ocorrer é a falta 
de coordenação das informações. Mesmo que as curvas de suprimento e demanda dos materiais 
tenham certa coordenação, pode haver falta de coordenação das informações de demanda com 
as informações sobre as necessidades dos fornecimentos para atender a demanda. Outros 
exemplos semelhantes são aplicados em fabricantes de sorvetes, ovos de Páscoa, calendários, 
5 
 
equipamentos de ar condicionado, e outros cujas demandas apresentam picos em pequenos ou 
determinados períodos do ano; 
 Incerteza – existem situações em que ocorrem imprevistos, nas curvas de consumo e 
suprimento e neste caso será necessário estabelecer um estoque para que o fluxo da demanda 
não seja prejudicado. Vejamos como exemplo um fornecedor de peças trabalhando de forma 
coordenada com o comportamento do consumo no fluxo de 60 peças por hora, e venha a ter um 
problema técnico em uma de suas máquinas de produção, a qual fica parada por um período de 
5 horas. Se a empresa tiver 300 peças em estoque o fluxo da demanda não sofrerá solução de 
continuidade, caso contrário a demanda não será atendida, no mesmo intervalo de tempo; 
 Especulação ─ existem situações em que a formação de estoque não se dá pela falta de 
coordenação ou incerteza entre as fase, mas sim por especulação no momento em que empresas 
antecipam as compras para enfrentar períodos de escassez do material. No ano de 2006 houve 
falta de aço no mundo, devido ao crescimento de demanda do mercado chinês. Muitas 
empresas brasileiras que anteviram tal cenário fizeram compras dessa matéria-prima no início 
do ano para atender o consumo do ano todo. O resultado foi que nesse ano o kg do aço 
aumentou 90%, pois a escassez e o aumento da demanda provocaram o aumento dos preços. As 
empresas que compraram o material para sua necessidade anual, realizaram bons lucros 
 Estoque nos Centro de Distribuição (CDs) – Alguns setores do varejo que possuem demanda 
constante exigem estoques próximos aos mercados consumidores. A maioria dos produtos 
encontrados em uma rede de supermercados está dentro desta categoria. Como os fabricantes 
dos produtos nem sempre estão próximos aos pontos de consumo, obriga a existência de 
Centros de Distribuição com estoques de produtos para atender a demandas dos pontos de 
venda durante o período de reposição dos materiais pelos seus fabricantes. Outro exemplo de 
estoque nesta categoria é o estoque de entreposto aduaneiro onde empresas estrangeiras fazem 
um estoque n entreposto para atender as demandas no período de tempo para trazer de navio ou 
aéreo a reposição do estoque do entreposto. 
 
A gestão de estoque de determinado material ou produto consiste, portanto, tanto quanto possível 
coordenar seu consumo e seu suprimento. 
2.5 Custos de Estoques 
Os custos de estoques podem ser dimensionados pelos seguintes critérios, segundo Bertaglia (2003. 
p.329): 
 Custo de aquisição – são os custos relacionados com a compra e a posse do material para 
estoque. Esta categoria de custo envolve todos os custos de compra incluindo salário e encargos 
sociais do comprador, custos de cotação licitação, ligações telefônicas ou seja todas as 
atividades relacionadas com a aquisição do material; 
6 
 
 Custos de manutenção de estoques – envolvem os custos de armazenagem, movimentação, 
seguro e proteção e segurança do estoque; 
 Custo de capital – custo do capital (dinheiro) aplicado no estoque. Este custo deve ser obtido 
através do custo da fonte de capital aplicado em estoque. Não se aplica ao comprador quando o 
estoque for consignado pelo fornecedor, mas se aplica a este último. 
 Custo de obsolescência – é o custo do material por não ter mais utilidade ao comprador. 
Nenhum consumidor se interessa mais pelo produto em função da existência de um substituto 
melhor e superior. 
 
2.6 Gestão de Estoque na Cadeia de Suprimento Integrada 
Os estoques nos mais diversos pontos da cadeia logística irão depender do ciclo de reposição (Lead Time) 
de cada elo da cadeia no sentido de que não cesse o fornecimento aos clientes. Segundo Chingiii, o ciclo 
de reposição da cadeia de suprimento total é conhecido como time-to-market e consequentemente possui 
um estoque elevado e sobrecarga de custos onerosa. O estoque de abastecimento ao longo de toda a 
cadeia pode chegar a muitos dias parados nos fornecedores de matérias primas, nas fábricas, nos 
armazéns, nos depósitos e nas lojas. A tabela a seguir fornece uma idéia de um ciclo time-to-market e o 
número de dias dos produtos em estoque nas suas diversas fases: 
 
Tabela 1 ─ Time-to-Market de uma cadeia de suprimentos tradicional 
Local do Estoque 
Nº médio de dias do 
produto em estoque 
Loja 60 
Distribuidor ou Atacadista 30 
Transito fabrica distribuidor 5 
Estoque de produtos prontos na Fabrica 15 
Processo de Fabricação 20 
Estoque de Matérias primas na fabrica 15 
Estoque dos Fornecedores de Matéria Prima 20 
Total de dias 165 
Fonte: adaptado de Ching (2001, p.85) 
 
Em termos de custo do produto, os valores envolvidos com os materiais e sua administração em toda a 
cadeia de suprimentos representam volumes significativos. Deve-se ter o cuidado para que o valor da 
margem de contribuição de um fornecedor não seja transferido e que este passe a ser um custo variável no 
elo seguinte da cadeia de suprimento, pois nesse caso haveria um efeito em cascata, do valor da margemde contribuição de cada empresa da cadeia de suprimento, e que de forma alguma deva ser repassado ao 
cliente final. A competição pelos mercados faz com que as cadeias de suprimentos melhores gerenciadas 
em termos dos custos de materiais e sua administração na cadeia sejam mais competitivas que outras. As 
empresas da cadeia de suprimentos devem encontrar formas de que margens de contribuição de seus 
7 
 
negócios não se tornem custos variáveis e sim obter a margem de contribuição global e distribuí-la nos 
elementos da cadeia em função da proporcionalidade do valor agregado ao cliente de cada parte da 
cadeia. 
A gestão de estoque na cadeia de suprimento deve ser integrada à luz do ciclo de cada etapa. Na medida 
em que os valores dos materiais se tornam mais caros, mais rápido deverá ser o ciclo das operações e 
mais próximos deverão estar seu integrantes. Vejamos por exemplo as modernas montadoras de 
automóveis em que seu fornecedores sistemistas localizados ao seu arredor na mesma área industrial. 
Uma redução no ciclo total da cadeia de suprimento ou no time-to-market cria considerável vantagem 
competitiva, além de reduzir custos e aumentar as vendas. 
A avaliação da administração de materiais e gestão dos estoques na cadeia de suprimento no sentido de 
desenvolver e implantar uma estratégia competitiva deve analisar os seguintes pontos da cadeia, 
apresentados por Ching (2001, p.88): 
 Os custos dos materiais do produto; 
 Os custos logísticos das informações na cadeia; 
 Os custos de transferência do produto na cadeia; 
 Os tempos dos processos em toda a cadeia (ciclos em cada processo); 
 Custo total da cadeia (variáveis e fixos); 
 Valor a ser criado aos clientes; 
 Capacidades e competências atuais e tendências demandadas; 
 Processos que possam ser integrados visando reduzir custos; 
 Relacionamento e comunicação entre os integrantes da cadeia. 
 
Ainda segundo Ching (2001, p.89), a cadeia de suprimento integrada e que define o time-to-market é 
estruturada em três grandes blocos. 
 Logística de suprimentos – este bloco é o primeiro da cadeia e envolve todas as relações entre 
os fornecedores de matérias primas componentes e outras peças aos fabricantes dos produtos. 
Trata também dos meios de transporte e da movimentação de matérias primas e componentes 
aos fabricantes dos produtos. Na logistica de suprimentos, a atividades de compras assumem 
papel estratégico, sendo essenciais e importantes por envolver a categorização dos materiais, o 
processo de procura, a qualificação e gerenciamentos dos fornecedores, entre outros; 
 Logística de manufatura ou produção – não envolve relação externa a não ser a terceirização de 
serviços e trata de todas as operações internas de produção da empresa. O estratégico neste 
bloco é sincronizar a produção às demandas dos clientes tendo a menor quantidade possível de 
materiais em processo, flexibilidade e rápidas respostas ao mercado, e altos níveis de qualidade; 
8 
 
 Logística de distribuição – envolve as relações fabricante, distribuidor, varejista e cliente final. 
Na logística de distribuição, a melhor estratégia é formar alianças com parceiros dos canais que 
atendam os clientes ao menor custo. Também deve haver um sincronismo com a demanda e os 
modais de transporte de distribuição ao mercado são fatores extremamente importantes e 
exigem profunda análise quanto ao estudo das alternativas. 
A logística de manufatura e distribuição são abordadas em outras disciplinas do curso de Administração. 
2.7 Logística de Suprimento 
Suprimentos é a fonte de todas as matérias primas, embalagens, componentes e outros insumos para 
atender as necessidades de conversão e fabricação dos produtos da logística de produção. A gestão de 
estoques na logística de suprimento exige relações comerciais e integração de processos, entre empresa e 
fornecedor, estreitas e duradouras. Algumas empresas não dão muita importância a logística de 
suprimentos enquanto para outras é extremamente estratégico. Tudo dependerá do número de matérias 
primas, componentes e fornecedores envolvidos. Não se deve subestimar a importância estratégica de 
suprimentos que terá maior ou menor importância em função das características de cada negócio e 
empresa. Os volumes movimentados no canal de suprimentos via de regra tendem a ser bem menores do 
que no canal de distribuição. Por ser o primeiro bloco na cadeia logística, e, portanto a mais distante do 
cliente final, é a mais afetada pelas variações do mercado e mais difícil de sincronizá-la com a demanda 
dos clientes. 
Segundo Chingiv, a estrutura da logística de suprimentos deve atender alguns requisitos essenciais nas 
seguintes áreas: 
 Sistemas e processos – deve haver sistema de informação integrados, codificação de materiais e 
codificação de fornecedores, sistemas informatizados dimensionados adequadamente e 
integrados com fornecedores e controle de custos; 
 Organização – deve conter um sistema de procura, seleção, avaliação, certificação e 
cadastramento de fornecedores, elaboração e análise de contratos, controladoria no sistema de 
compras; posicionamento do setor de compras na organização e equipes de compras por 
categoria de produtos; 
 Recursos Humanos – pessoal com conhecimento técnico nos materiais, com habilidades e 
competências em negociações de compras, programas de treinamento e incentivar o trabalho 
em equipe. 
De acordo com o referido autor, os desafios da logística de suprimentos, ao fugir do tradicional, 
buscando a excelência são apresentadas no quadro a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Quadro 2.2 ─ Características do estado de excelência versus enfoque tradicional 
 
Atividades Enfoque Tradicional Busca da Excelência 
Fornecedores Âmbito local. 
Âmbito Internacional na busca 
dos mais competitivos. 
Relações com 
Fornecedores 
Meramente comerciais em cada 
transação. 
Visão de parceria aliança 
estratégica com objetivos comuns 
de longo prazo. 
Negociações Âmbitos dos interesses das partes. 
Âmbito dos interesses das partes 
com visão estratégica na cadeia 
de suprimentos. 
Seleção dos Fornecedores Baseada em preço 
Baseada em desempenho e 
resultado final. 
Sistema de Informações e 
Comunicação 
Realizada através de 
correspondências, telefone e 
reuniões presenciais. 
Sistemas de informática 
interligados com fornecedores 
permitindo troca de informações 
on-line. 
Quantidade da compra Para as necessidades de curto prazo 
Acordos e contratos de longo 
prazo com entregas freqüentes. 
Qualidade do produto 
Exige Inspeção e aceitação pela 
empresa compradora. 
Qualidade assegurada na fonte 
pelo Fornecedor. 
Fatores de decisão 
O menor custo visto isoladamente 
por cada empresa. 
O menor custo total na cadeia de 
suprimento. 
Fonte: Adaptado de Ching, 2001, p. 96-97. 
 
A gestão de estoque sob a visão moderna da cadeia de suprimento requer uma maior integração entre as 
empresas da cadeia. Essa integração promove melhoria de produtividade e benefícios competitivos 
resultantes de alguns pontos, segundo Ching (2001, p.98): 
 
 Relações comerciais mais fortes e duradouras; 
 Sintonia da demanda e oferta mais ajustada possibilitando menores quantidades de material em 
estoque; 
 Racionalização nos processos de comunicação reduzindo burocracia; 
 Redução de custos na cadeia de suprimentos; 
 Melhor controle dos processos; 
 Confiabilidade e garantia no cumprimento dos prazos de entrega; 
 Foco comum nos requisitos de qualidade; 
 Promove a interface multifuncional das empresas 
2.8 Relações de parceria estratégica com fornecedores 
 
Segundo a consultoria Vantinee Associados, “parceria pode ser definida como um relacionamento 
comercial sob medida com base em confiança mútua, abertura, riscos e recompensas compartilhados que 
10 
 
proporcionam vantagem competitiva estratégica, resultando em um desempenho melhor do que seria 
possível individualmente”.v 
As parcerias são fortemente recomendadas para melhor promover a cadeia de suprimentos e se criar 
maior vantagem ao cliente final. A parceria permite ganhos de eficiência operacional, e assim constitui-se 
em uma barreira para reagir à concorrência, assegurando e fortalecendo posições. Exemplos de empresas 
nacionais que realizaram estratégias de parcerias com seus fornecedores e distribuidores são a Embraer 
(fabrica de aviões localizada em São José dos Campos, SP) e a Marcopolo (fabrica de ônibus localizada 
na cidade de Caxias dos Sul, RS). Ambas desenvolveram uma rede de suprimentos ou logística em sua 
cadeia de negócios envolvendo tanto fornecedores nacionais como estrangeiros, o que as tornou bastante 
competitivas perante seus concorrentes estrangeiros, que também desejam entrar no mercado brasileiro 
mas enfrentam grandes barreiras pela rede de parcerias que essas empresas criaram. 
A arquitetura e os projetos de parcerias custam tempo e dinheiro. Exigem grande dedicação das diretorias 
e corpo gerencial das empresas para compatibilizar culturas organizacionais, e estilos gerenciais, análise 
dos aspectos e competências técnicas e gerenciais das partes e o desenvolvimento do clima de 
confiabilidade mútua. O quadro a seguir apresenta uma comparação entre relacionamento colaborativo e 
de parceria. 
 
Quadro 2.3 ─ Características do estado de excelência versus enfoque tradicional 
Componente Nível Colaborativo Nível de Parceria 
Confiança 
Cada parceiro desempenha seu papel 
com honestidade e ética. Confiança 
centrada na qualidade do produto. 
A relação de confiança entre 
parceiros é total. Fornecimento 
considerado uma extensão da 
produção da fabrica. 
Entrega de Produtos 
Conforme programação. Atrasos 
ocorrem pelas restrições. 
Entrega just-in-time de acordo 
com a demanda do cliente. 
Sistema de produção 
Misto de empurrar (previsão de 
vendas) e puxar (demanda). 
Direcionado unicamente pela 
demanda do mercado (puxar). 
Nível de Estoque 
Estoque usado para compensar 
confiabilidade, flexibilidade e 
capacidade de produção. 
Estoque em processo hoje para 
entrega amanhã. 
Planejamento 
Realizado em conjunto eliminando 
conflitos. 
Realizado previamente e em 
níveis multidisciplinares. 
Comunicação 
Maior regularidade em certos níveis 
hierárquicos. 
Sistemas de comunicações 
interligados em todos os níveis. 
Escopo 
A parceria representa parcela 
modesta dos negócios. 
A parceria reflete a filosofia da 
relação. 
Contrato 
Em termos gerais e com longa 
duração. 
Em termos gerais e refletem a 
filosofia da relação de parceria. 
Fonte: Ching (2001, p.101). 
 
Resumo 
Vimos neste capitulo a importância da gestão dos estoques nas empresas. Os estoques de materiais devem 
ser dimensionados de tal forma para atender a demanda do mercado, e consequentemente a empresa deixe 
de vender ao cliente, e por outro lado que não tenham quantidades excessivas imobilizando 
11 
 
desnecessariamente capital e onerando os custos da empresa. O dimensionamento dos estoques está 
diretamente correlacionado com a dependência ou não do comportamento da demanda com o 
comportamento da oferta. Viu-se também a importância das parcerias entre fornecedor e comprador na 
gestão dos estoques e quais as tendências para tornar esta atividade mais produtiva e competitiva na 
cadeia de suprimentos. 
 
Referencias 
BERTAGLIA, P. R. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. São Paulo: Saraiva, 
2003. 
Este autor enfoca a cadeia de abastecimento sob enfoque estratégico e aborda a importância da 
Tecnologia da Informação e as soluções em plataformas integradas na cadeia de suprimento para resposta 
mais rápidas e efetivas as demandas do mercado. 
 
CHING, H. Y. Gestão de Estoques na Cadeia de Logística Integrada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 
Este livro aborda muito bem a visão do estoque na cadeia de suprimento, e como repensar a logistica de 
suprimentos agragando valor ao cliente. 
 
CORREA, H.; GIANESI, I. G.N; AON, M. Planejamento Programação e Controle da Produção. 4. 
ed. São Paulo: Atlas, 2001. 
Esta obra, apesar de abordar o Planejamento Programaçao e Controle da Produção, explica muito bem a 
necessidade dos estoques, sua importancia e seu dimensionamento adequado. 
 
DIAS, M.A. P. Administração de Materiais – Uma abordagem Logistica. 4 ed. São Paulo: Atlas, 
1993. 
Este autor foi um dos primeiros da literatura nacional que tratou a administração de materiais de forma 
independente da administração da produção e trabalha de forma muito objetiva os conceitos funções 
sobre administração de materiais e estoques 
 
GONÇALVES, P. S. Administração de Materiais. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 
Este autor aborda a Administração de Materiais sob uma visão ampla e moderna, caracterizando a 
importância da integração na cadeia de suprimentos para incrementar vantagens competitivas às 
organizações 
 
ATIVIDADES 
1) Como definir o nível adequado de estoques entre fases com comportamento de oferta e demandas 
independentes? 
2) Como definir o nível adequado de estoques entre fases com comportamento de oferta e demandas 
dependentes? 
3) Em que situações os estoques devem ter caráter especulativo? 
4) Como o lead time e o time-to-market interferem nas quantidades em estoque? 
5) Faça um comparativo entre gestão de estoque na concepção tradicional e na concepção moderna. 
 
 
 
i Corrêa, Gianesi e Caon, 2001, p. 49. 
ii Corrêa, Gianesi e Caon, 2001, p. 52. 
iii Ching, 2001, p. 85. 
iv Ching, 2001, p. 95. 
v Ching, 2001, p. 99.

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