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apostila aula 3 Compras, Estoque e Logística

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Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
1 
 
 
 
 
Compras, Estoques e Logística 
 
 
 
 
 
 
Aula 3 
 
 
 
 
 
Profª Rosinda Angela da Silva 
 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
2 
Conversa inicial 
Manter ou não manter estoque? Se for mantê-lo, qual a quantidade? Se 
não for, quais os riscos? Eis algumas das dúvidas que acompanham os 
profissionais de logística das organizações. 
Para as indústrias que dependem de insumos para produzir e os varejistas 
que necessitam de materiais acabados para revender, o assunto “estoque” é 
vital. Nessas firmas, não passa um dia sem que o volume de estoque não seja 
discutido, sua função, utilidade e relevância para as operações das empresas. 
Então vamos conhecer um pouco mais sobre esse assunto. 
Vamos à nossa terceira aula, agora sobre estoque. 
Contextualizando 
A necessidade de se manter estoque em uma organização surge sempre 
que não for possível equilibrar as compras e as vendas. Para contornar essas 
situações, muitas estratégias têm sido desenvolvidas nos últimos tempos, mas 
ainda há muito que se fazer e estudar sobre a manutenção do estoque em uma 
firma. 
A maioria das empresas entende o estoque como uma necessidade 
inegável para atender o cliente, mas por outro lado preocupa-se com o aporte 
financeiro necessário para mantê-lo, seja na própria planta, seja nos canais de 
distribuição pelo país afora. Isso leva a reflexão de que o gerenciamento do 
estoque deve acontecer internamente e também fora dos muros da organização. 
Para isso, o conhecimento de técnicas, ferramentas e gestão do relacionamento 
com os elos (fornecedores, clientes, provedores de serviços logísticos e afins) é 
de extrema importância, pois a realidade é que uma empresa não se movimenta 
sozinha no mercado. 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
3 
Diante disso, o primeiro conhecimento necessário é compreender a 
importância dos estoques para a firma, como se formam e se comportam em 
relação à demanda, a necessidade de optar por ter Estoque de Segurança (ES) 
e a utilidade de um Lote Econômico de Compra (LTC). Esses elementos serão 
apresentados de forma simplificada nesta aula, mas é preciso pesquisar mais 
para entender a amplitude das decisões relacionadas à gestão do estoque nas 
organizações. 
Tema 1: Os Estoques nas Organizações 
O assunto estoque tem importância relativa ao segmento da organização. 
Por exemplo, em empresas do segmento industrial e também do varejo, ele é de 
extrema relevância, pois é o cerne das suas atividades. Já para o segmento de 
serviços, na maioria dos casos, o estoque é praticamente dispensável. Devido a 
isso, compreendemos porque alguns gestores se preocupam tanto em estudar 
e entender o comportamento da demanda, já que impacta diretamente no volume 
do estoque que a organização terá que manter. Esse volume estará atrelado ao 
nível de serviço ou à estratégia de atuação da empresa no mercado. 
Para facilitar o entendimento desse exposto, vamos analisar a seguinte 
situação: se a empresa determinar que o nível de atendimento aos seus clientes 
será de 100%, certamente que ela utilizará a estratégia de “atender prontamente 
o cliente”. Isso significa que terá altos volumes de estoque, de todo o seu mix de 
produtos, e assim que o cliente colocar o pedido, este será faturado e expedido. 
Por outro lado, a empresa pode trabalhar apenas com itens sob 
encomenda, isso significa dizer que não manterá estoque parado. A estratégia 
parece excelente, porque ela não investirá financeiramente em estoque, mas 
significa também que não atenderá prontamente o mercado. Resta saber se o 
mercado quer ser atendido apenas sob encomenda ou se prefere de imediato. 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
4 
Devido às particularidades de cada segmento, é comum as firmas 
trabalharem com estratégias mistas. Isso representa investimento em estoque 
dos itens que reconhecidamente têm maior giro (maior procura pelo mercado) e 
aceitação de encomenda de itens de alto valor agregado, que terão certamente 
uma procura menor pelo mercado em função do preço. 
As empresas do varejo virtual trabalham com outra estratégia, o estoque 
virtual. Tais firmas não mantêm estoque de produto algum, até porque algumas 
delas nem existem fisicamente, mas têm apenas um website atrativo e de fácil 
navegação para os clientes, em que expõem os mais variados artigos para a 
venda. Então, para atender seus clientes, elas investem em alianças com 
fornecedores (fabricantes, distribuidores, atacadistas, provedores de serviços 
logísticos, entre outros), que são acionados assim que o cliente efetiva o 
pagamento do produto. É claro que nessa modalidade o estoque é virtual para a 
empresa que realiza a venda, pois os demais envolvidos nessa negociação 
manterão estoques físicos em algum ponto da cadeia para atender essa 
demanda. 
O fato é que, independente da estratégia que a empresa utilizar, segundo 
Campos e Brasil (2013, p. 115-116), uma adequada gestão de estoque deve 
estar, de maneira geral, dentro de no mínimo cinco parâmetros preestabelecidos, 
que são: 
Produto certo: material que atenda as especificações feitas; 
Local certo: entregar na localização correta em função das necessidades 
dos processos produtivos; 
Tempo certo: no momento adequado, nem antes, nem depois do 
necessário; 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
5 
Estado certo: na forma adequada de acondicionamento, mantendo-se 
assim as características físico-químicas do item; 
Custo certo: com valores adequados dentro dos orçamentos feitos. 
A colocação dos autores deixa claro que, para gerenciar estoque, é 
necessário controlar vários elementos que impactam diretamente na qualidade 
do atendimento ao cliente. 
Para vislumbrar como o estoque se tornou pauta das preocupações dos 
gestores, vamos compreender alguns elementos envolvidos na evolução da 
gestão das organizações. Não vamos nos atentar a datas exatas, pois o foco 
deste material não é uma aula de História, e sim compreender em que momento 
o estoque se tornou o salvador e o vilão do modelo de gestão brasileiro. 
O Brasil foi um país tipicamente agrícola até bem pouco tempo atrás, e a 
gestão do estoque estava mais atrelada à questão da subsistência das famílias. 
Uma vez que o produto advindo da agricultura sofria sazonalidades, existia a 
preocupação em manter provisões em estoque para garantir os tempos de 
escassez de produção. 
O excedente da produção, que era comercializada internacionalmente, 
também ficava estocado (ou armazenado) em silos, armazéns gerais, entre 
outros, aguardando o transporte, a princípio terrestre, e depois o embarque 
marítimo. Nessa fase, não havia um controle efetivo das quantidades compradas 
ou produzidas em relação à quantidade que realmente era vendida. Isso significa 
dizer que as perdas não eram contabilizadas. E, se eram, o controle parava por 
aí, ou seja, nenhuma ação era tomada para melhorar esse índice, para minimizar 
ou evitar tais perdas. 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
6 
Em um segundo momento, o número de empresas no Brasil começou a 
crescer e mudou um pouco essa característica de apenas agropastoril para mais 
industrializada e comercial, e com isso o estoque teve outro enfoque. 
Os empresários sabiam que para produzir eram necessários insumos 
(matérias-primas, componentes, módulo, sistemas e afins), mas, como nem 
todos esses itens eram fáceis de se encontrar em abundância a qualquer 
momento, manter estoque nas plantas começou a se tornar imprescindível. 
Porém, estoque sem controle prejudica a empresa, e foi o que aconteceu. 
Em determinado momento político-econômico do país (inflação alta, 
descontrole total de preços, altas taxas de juros e afins), os empreendedores 
viram o estoque como forma de proteger a empresa. Mantinham-no para não 
parar sua produção e aproveitar o “preço do dia”, uma vez que a inflação 
desvalorizava o capital de forma brutal. Mas, emdado momento, o país passou 
por uma transformação radical, com mudança de postura política, controle da 
inflação e abertura para o mercado global. Com isso, inúmeras empresas vieram 
estabelecer seus negócios no Brasil por meio da construção de bases 
produtivas, joint venture com empresas locais e até mesmo compra de muitas 
outras nacionais. 
Com a chegada dessa nova Era, muitas coisas mudaram no processo de 
gestão das empresas. Houve a necessidade de rever os conceitos, enxugar os 
custos, identificar os desperdícios, reduzir ou ampliar as capacidades produtivas, 
enfim, uma verdadeira reengenharia de processos nas empresas brasileiras. E, 
nesse momento de busca pela melhoria das firmas, foi com a implantação de 
ferramentas e metodologias de gestão importada (JIT, Kanban, 5S, Kaizen, 
Keiretsu, Six Sigma, 5W2H, ferramentas estatísticas da qualidade, PDCA, TRIZ, 
APO, Balanced Score Card, trade off logístico e muitas outras soluções 
milagrosas) que as empresas voltaram sua atenção ao que acontecia com seus 
estoques. 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
7 
A partir desse momento, percebeu-se que não havia mais necessidade de 
manter altos estoques na planta, desde que houvesse planejamento da 
produção das empresas, fluxo eficiente de informações entre os departamentos 
internos e aliança com fornecedores para garantir o fornecimento nas datas 
necessárias. 
Outro levantamento identificou que os valores aplicados nos estoques 
variavam de 25% a 40% dos custos totais, representando uma porção 
substancial do capital das empresas (Ballou, 2007, p. 204). E, a partir dessa 
constatação, o estoque tornou-se um vilão dos custos das organizações. Seu 
custo foi acompanhado e controlado de forma que não prejudicasse 
financeiramente a empresa, e investimentos em sistemas informatizados que 
auxiliavam no controle também se tornaram uma necessidade. 
Com isso, percebe-se que atualmente as empresas entendem que manter 
ou não o estoque é uma decisão importante e que impacta diretamente na 
estratégia competitiva da empresa. 
Tema 2: Tipos de Estoques Frequentes 
Para um melhor entendimento dos tipos de estoque que existem dentro 
das organizações, didaticamente eles foram classificados de acordo com sua 
funcionalidade e também por questões contábeis. Conhecer os tipos de estoque 
é relevante para uma melhor organização dos espaços para sua guarda e 
também auxiliar no controle. 
O estoque está organizado em duas grandes categorias: produtivo e 
improdutivo. Produtivo quando ele é usado nas linhas de produção da 
organização e sua existência é vital para o processo. Já o material improdutivo 
são os itens que as firmas necessitam para que elas se mantenham em 
movimento. Vamos conhecer os que foram adaptados a partir da visão de 
Martins e Alt (2006, p. 170-171), com proposições da própria autora: 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
8 
Estoque de matérias-primas: as matérias-primas são a essência das 
indústrias, pois são adquiridas para serem processadas e transformadas em um 
produto final que atenda alguma necessidade específica, de pessoa física ou 
jurídica. Entende-se então que todos os insumos adquiridos de terceiros estão 
nessa categoria. Por exemplo: uma indústria de confecções (roupas em geral) 
tem como principais matérias-primas os tecidos e os aviamentos (linhas, botões, 
zíperes, ribanas, entretelas, miçangas, entre outros). Sem esses produtos 
básicos, a empresa não consegue manufaturar seus produtos. Seu 
gerenciamento requer atenção e seu controle deve ser rígido. 
Estoque de materiais indiretos (Gastos Gerais de Fabricação 
(GGFs)): esse estoque é bastante comum nas indústrias. São os produtos que 
não são incorporados ao produto final, mas são necessários para a execução da 
produção. Normalmente não têm a métrica de um para um (uma unidade desse 
insumo para uma peça de produto). Por exemplo: óleos de corte para as 
máquinas que irão produzir determinado produto, rebolos, brocas, punções, 
lixas, molas e afins. 
Estoque de produtos em processo (work in process (WIP) ou 
semiacabado): o estoque em processo é um produto que está em movimento 
dentro da fábrica, ou seja, saiu do Almoxarifado como matéria–prima e já passou 
por uma ou mais etapas do processo, mas ainda não está totalmente pronto. 
Logo, não pode ser vendido. 
Em algumas organizações, é comum alguns itens ficarem estocados 
temporariamente nessa condição de estoque em processo, principalmente 
quando ele pode ter várias finalizações. Para aproveitar o setup da máquina 
(preparo da máquina e suas ferramentas para a produção de um lote), produz-
se uma grande quantidade de determinada fase do produto. 
Um exemplo simples para ilustrar é a produção de um item que pode ter 
vários acabamentos: uma ecobag (sacola de tecido) que pode ser cortada em 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
9 
grande volume e voltar para o estoque de produto semiacabado. Quando o 
cliente colocar um pedido de ecobags de determinado modelo, as sacolas que 
já estão cortadas serão costuradas, inclusas as alças que variam também e 
ainda será inserida a logomarca ou a mensagem do cliente. 
 
Fontes: SACOLARIA.COM. Disponível em: <http://www.sacolaria.com/ecobags/ecobags-
ecobag-personalizada.html>; MUNDO das tribos. Disponível em: 
<http://www.mundodastribos.com/ecobag-personalizada-preco-2.html>. Acesso em: mar. 2016. 
Esse estoque é um desafio para o controle das organizações, pois, uma 
vez que sai do Almoxarifado e entra na linha de produção, deixa de ser matéria-
prima e agrega parte do custo de produção, mas não está pronto para ser 
vendido. Pode acumular produtos entre as linhas de produção e, ainda, se o 
controle das fases do processo não for efetivo, pode-se “perder” 
temporariamente o item de vista. Dessa forma, é necessário capacitar os 
colaboradores no sentido de registrar os passos do produto cada vez que avança 
no processo produtivo. 
Estoque de produtos acabados: esse estoque está representado por 
todos os itens que a empresa produz e comercializa, ou apenas comercializa. 
São os itens advindos da manufatura da indústria ou das áreas de Compras dos 
grandes varejistas, que já estão prontos para ser entregues aos clientes ou 
expostos nas áreas de vendas. 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
10 
O cuidado com esse estoque é primordial para a saúde financeira da 
empresa. Primeiro, porque depois de pronto o item já agregou todos os custos 
possíveis de produção (insumos, mão de obra, acabamento, embalagem), e 
quanto mais tempo ficar parado dentro da empresa maior pode ser o prejuízo, 
pois ele pode ser tornar obsoleto e ainda elevar o custo de armazenagem. Esse 
estoque pode estar dentro da planta, em centros de armazenagem e de 
distribuição, entre outros. Por isso, necessita de controle rigoroso e eficiente para 
não gerar custos extras para a empresa. 
Estoque em consignação: os estoques em consignação são os produtos 
que uma empresa-fornecedora deixa na empresa-cliente para prospectar vendas 
e assegurar a continuidade da produção em determinados casos. Tais estoques 
surgem das negociações entre empresas que têm aliança ou contrato de 
fornecimento em que é fixado um mix de produto, uma quantidade e uma data 
para faturamento. Caso, dentro do período previsto, o item não seja consumido 
ou vendido pela empresa-cliente, o estoque é devolvido para a empresa-
fornecedora, desde que esteja dentro das condições ideais de conservação 
(embalagem fechada e intacta, sem ter sofrido avarias, como quedas e 
exposição a diferentes temperaturas). 
Exemplo: uma empresa que fornece produtos para vendedores 
autônomos, como bijuterias, lingeries, livros, revistas, cosméticos, perfumes, 
entre outros. O vendedor autônomo negocia quantidades de produtos com a 
empresa-fornecedora e o tempo que irá prestar contas. O que foi revendido é 
faturado e o restante do estoque pode ser devolvido ou trocado por produtosmais atualizados. A segunda situação é mais recorrente. 
Estoque de Manutenção, Reparo e Operações (MRO): esse estoque 
tem como função manter a estrutura física da empresa em perfeita ordem para 
seu funcionamento. 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
11 
Grandes organizações fazem acordos com empresas especializadas em 
MRO e instalam quiosques dentro da sua planta com o estoque do fornecedor. 
Conforme há a necessidade, os itens para manutenção da estrutura são 
utilizados e faturados em tempos determinados (uma vez por semana, uma vez 
por quinzena, mensalmente, entre outros). Em alguns casos, o estoque de MRO 
pode ser visto como uma espécie de estoque em consignação. 
Os estoques de MRO podem ser para manutenção predial da empresa e 
de máquinas e equipamentos também. Exemplos de MRO: lâmpadas, torneiras, 
sifões, rolamentos, parafusos, porcas, barras roscadas, tubos, mangueiras, 
graxas, lixas, entre outros. 
Estoque em trânsito: são os produtos que pertencem à empresa, mas 
não estão em sua planta no momento. Por exemplo, um produto que foi 
despachado de uma base para outra e ainda não chegou. 
Esse tipo de estoque é comum em empresas importadoras que já 
emitiram a nota fiscal de nacionalização do produto para ser retirado no porto ou 
aeroporto. O produto já consta no estoque devido à nota fiscal, mas não está 
disponível para faturamento ou uso porque ainda não está fisicamente na 
empresa. 
Estoque virtual: esse tipo de estoque ocorre quando as empresas 
trabalham no comércio virtual. Ele está disponível em um site de uma empresa 
que é responsável pela venda e talvez entrega de determinado bem, mas o 
estoque físico é responsabilidade do fornecedor dessa empresa. 
O estoque virtual também se caracteriza com algum bem que já adentrou 
a empresa, mas que ainda não foi liberado para uso ou faturamento, devido a 
questões de controle de qualidade ou outras. Dizemos que esse estoque está 
em stand by ou aguardando liberação. 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
12 
Agora que já conhecemos os principais tipos de estoques que existem, 
mas não são os únicos, podemos avançar nossos estudos e compreender como 
eles se formam (ou se acumulam) em uma organização. 
Tema 3: Formação do Estoque 
O estoque se forma para compensar a diferença entre a demanda e a 
produção de bens. Mas determinar uma quantidade necessária para manter em 
estoque não é uma tarefa fácil, porque diversos setores dentro da empresa têm 
visões diferentes sobre a necessidade de estoque. 
Quando as áreas de uma organização se reúnem para discutir as 
estratégias de estoque, certamente buscam proteger a empresa contra a falta de 
produtos, que possa impactar no negócio, e chegar a um nível adequado de 
atendimento ao cliente. Essas duas funções do estoque (proteger e oferecer 
disponibilidade) são bem conhecidas dos gestores de materiais, mas não são as 
únicas, pois segundo Tadeu (2010, p. 14-15), existem também: 
 Atendimento da demanda prevista em função da antecipação da 
disponibilidade de materiais e produtos para suprir uma demanda 
projetada; 
 Tornar as necessidades de produção mais regulares, por exemplo, 
em função de sazonalidades nos padrões de demanda; 
 Desacoplar as operações de produção e distribuição, servindo o 
estoque como um “amortecedor” ou buffer entre os processos; 
 Tirar proveito dos ciclos de pedidos e aproveitar descontos 
concedidos para comprar em função do volume dos pedidos; 
 Viabilizar as operações de produção, balanceando questões como 
custos fixos, tempo e volume de produção. 
Por mais que as funções dos estoques já tenham sido definidas por 
diversos autores, no entanto é comum observar que cada departamento tem uma 
visão sobre a necessidade do estoque. Isso porque ele avalia apenas a partir 
das suas necessidades. Diante disso, é possível afirmar que os setores 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
13 
interferem na definição do volume, surgindo assim razões a favor e contra a 
manutenção de estoques. Vamos compreender melhor esses conceitos: 
O Departamento de Marketing (MKT) impacta na formação de estoques 
porque é o responsável pela promoção e venda do produto. Ao prospectar o 
mercado, compete ao Marketing trazer números mais realistas possíveis para 
que a área de Planejamento de Materiais não exagere na sua programação e 
não solicite reposição de itens além do necessário. 
Ao desenvolver uma campanha mercadológica, o Departamento de MKT 
pode superestimar os resultados da sua campanha e, por sua vez, solicitar uma 
produção alta. Caso a campanha não resulte no volume de vendas previsto, o 
excedente dessa produção ficará em estoque. 
O Departamento de Compras impacta no aumento dos estoques da 
empresa porque quer ter poder de barganha com o fornecedor. Sabe-se que 
para aquisição de grandes lotes os fornecedores concedem descontos 
interessantes e ainda é possível negociar o custo do frete e a condição de 
pagamento. Devido a isso, é extremamente interessante para o comprador poder 
barganhar com o fornecedor descontos em detrimento da quantidade que 
pretende adquirir. 
O Departamento de Qualidade também impacta no aumento dos 
estoques quando determina tolerâncias muito restritas aos produtos, demora em 
liberar os itens para uso e também reprova em excesso os produtos recebidos. 
Sabendo disso, o Departamento de Programação de Materiais solicita 
quantidades maiores que o necessário para evitar rupturas (falta total de um item 
que ocasionou algum problema) no estoque. 
O Departamento de Produção impacta no aumento dos estoques 
quando não controla o consumo nas linhas de produção e solicita muito mais 
material que o necessário para a produção de determinado lote. Isso resulta em 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
14 
um aumento de estoque intermediário que circula entre as linhas. Se uma 
empresa utiliza os sistemas de reposição contínua ou o ponto de pedido e o 
estoque é retirado do Almoxarifado, esses sistemas podem acionar uma nova 
compra. Dessa forma, o estoque aumenta sem a real necessidade. 
O Departamento de Vendas é um dos setores que mais se interessam 
pela quantidade mantida em estoque. Uma vez que a intenção do Setor de 
Vendas é sempre atender o cliente prontamente, a ideia de ter estoques é 
considerada uma boa estratégia. Em uma empresa varejista, por exemplo, a área 
de Vendas impacta quando exige altos volumes de mercadorias para exposição. 
Todavia, analise que para alguns negócios ter produtos expostos faz com que 
as vendas aumentem, já para outros, espanta os clientes. 
O Departamento Financeiro é um dos setores que não aprovam grandes 
volumes de estoques nas organizações, porque isso é resultado das compras 
efetuadas. Sendo assim, quanto mais produtos são comprados, mais 
pagamentos deverão ser realizados. É comum a área de Compras e de Finanças 
trabalharem em conjunto para definir as datas de aquisição e de pagamentos a 
fornecedores, isso para que estes não coincidam com pagamentos de impostos, 
folha de pagamento ou outras obrigações da empresa. Naturalmente, o Setor de 
Planejamento de Materiais participa dessas negociações para que não haja 
desabastecimento das linhas. 
Uma área que também não aprova grandes volumes de estoque é o 
Recebimento de Mercadorias, devido ao fluxo das suas atividades. Quando a 
empresa realiza compras constantes e em grandes quantidades, o movimento 
do setor aumenta consideravelmente, podendo deixar o espaço destinado a essa 
tarefa um pouco caótico. Além disso, o Setor de Recebimento precisa dispor de 
equipamentos de movimentação interna (empilhadeiras, carrinhos paleteiros, 
entre outros) em quantidade suficiente para atender essa demanda sem deixar 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
15 
os outros setores desfalcados, aqueles que utilizam os mesmos recursos, como 
a área de Armazenagem e o Abastecimento de Linhas. 
Em relação ao volume de estoque, a área de Armazenagemtambém é 
impactada porque precisa estar estruturada fisicamente de forma que comporte 
o volume de bens que a empresa deseja manter. Essa estrutura requer 
prateleiras, porta-paletes, equipamentos de movimentação interna na 
quantidade adequada, além de sistemas informatizados para controle. 
Independente das razões que fazem as empresas manterem mais ou 
menos estoque, os setores devem se reunir constantemente para discutir se os 
volumes mantidos têm auxiliado a empresa a atingir seus objetivos de serviço 
com o cliente. 
Diante do que vimos, em empresas manufatureiras e comerciais, os 
estoques se formarão pelos motivos apresentados ou outros, mas não se pode 
esquecer de que o valor aplicado em estoque costuma ser representativo nas 
firmas. Devido a isso, as decisões necessitam estar embasadas em previsões 
de demandas advindas do MKT, dados estatísticos, perspectivas de 
crescimento, análise crítica do momento econômico, condições do segmento, 
ciclo de vida do produto e, claro, muito bom senso. 
 Tema 4: Estoque de Segurança 
Para responder à pergunta se devemos manter ou não estoque, analise 
as firmas que dependem de matérias-primas para sua produção ou de produtos 
acabados para a venda e não podem correr o risco de ficar sem estoque. 
Em algumas organizações, principalmente de manufatura, ficar um dia de 
trabalho sem produção devido à falta de matérias-primas é algo inadmissível, 
principalmente porque a prática é trabalhar com programação, e não com 
pedidos para entregar no dia seguinte. Mas, infelizmente, isso acontece. Por 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
16 
mais que as empresas desenvolvam alianças com seus fornecedores 
estratégicos, visando a minimização desses riscos, ainda assim, isso é passível 
de ocorrer. 
Com o advento da filosofia JIT (Just In Time – justo no tempo), as 
empresas-clientes procuraram desenvolver fornecedores que tivessem know-
how para atendê-las nessa modalidade. Para isso, inúmeras modificações na 
gestão do estoque das empresas foram realizadas. No entanto, a modalidade 
JIT é utilizada para movimentar itens críticos ou essenciais, e não para todos os 
do estoque das empresas. Com isso, garante-se a entrega dos itens essenciais, 
mas pode ocorrer falta de outros, tratados como secundários. 
Para Francischini e Gurgel (2012, p. 152), as falhas mais críticas no 
procedimento de reposição de estoque ocorrem em três pontos principais: 
Aumento repentino da demanda: aumentos não previstos da 
demanda do item em estoque podem ocorrer por várias causas, por 
exemplo: a chegada de um grande pedido do produto final para 
determinado cliente, o aumento da produção para estocagem do 
produto final, promoções, entre outras. 
Demora no procedimento do Pedido de Compra: falhas no sistema 
de informações do Almoxarifado ou da área de Compras podem 
incorrer em demoras excessivas na expedição do pedido. 
Atrasos de entrega pelo fornecedor: o fornecedor nem sempre tem 
condições de cumprir seus prazos de entrega em virtude de 
problemas no seu sistema de produção, transporte ou dependência 
de liberação alfandegária. Além da entrega, é necessário pensar 
também na localização do fornecedor principal, pois, quanto mais 
distante ele se encontra, maiores são os riscos de atraso e falha na 
entrega. 
Para evitar a ruptura dos estoques por esses e outros motivos e garantir 
a continuidade das operações, uma prática muito comum das organizações é 
trabalhar com Estoque de Segurança (ES). 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
17 
Segundo Martins e Alt (2006, p. 262), o ES diminui os riscos de não 
atendimento das solicitações dos clientes externos e internos. Então, pode-se 
entender o ES como uma quantidade maior que é adquirida para suprir a 
demanda por determinado período de tempo. Na realidade, o programador de 
materiais não deseja utilizar esse estoque, é apenas para se certificar que não 
faltem insumos, caso algumas das situações mencionadas anteriormente 
aconteçam. 
Determinar o ES não costuma ser tarefa fácil devido às variáveis que 
impactam, tais como: 
Distância do fornecedor: quanto mais distante estiver o fornecedor, 
maior deve ser o cuidado com o estoque. Nesse caso, o ES auxilia nessa 
garantia; 
Lead time de entrega: quanto tempo é necessário para repor o item 
desde o momento que surge sua necessidade de compra até o produto estar 
disponível para uso dentro da empresa; 
Variabilidade da demanda: como o item se comporta. Se ele tem 
consumo constante e esse número é conhecido, não há necessidade de grande 
ES, mas se o uso é variável isso já exige um pouco mais de cuidado; 
Criticidade do item: quão crítico é o item para o processo produtivo da 
empresa. Isso significa dizer que, se faltar o produto, o sistema produtivo para 
por completo. Nesse caso, o ES é uma alternativa aceitável para garantir a 
continuidade do processo; 
Perecibilidade do item: itens perecíveis, como frios e laticínios, exigem 
um cuidado especial no momento de definir o ES, porque não pode faltar o 
produto, para não prejudicar as vendas, e não pode sobrar, porque o prazo de 
validade costuma ser justo, o que resultaria em perdas e desperdícios. 
 
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18 
Para se chegar à quantidade adequada do ES, existem diversos 
caminhos, mas neste material vamos explorar dois modelos bastante simples, 
conhecidos como: 
1 – Método do Grau de Risco (MGR): esse é o método mais simples, 
porque considera apenas uma variável, que é o aumento da demanda. Vamos a 
um exemplo: 
Uma empresa necessita definir o ES de determinado produto que 
apresenta uma demanda mensal média de 1.400 unidades, e para tanto o 
gerente da área de Materiais definiu um grau de risco de 17%. Para esse item, 
nesse momento da análise, qual será o estoque de segurança? 
Para solucionar esse exercício, é utilizada a seguinte equação: 
ES = C x K 
Em que: 
ES = Estoque de Segurança 
C = Consumo médio no período 
K = Coeficiente do grau de risco 
Resolução: 
ES = C x K 
ES = 1.400 x 17% = 238 unidades 
Logo, esse gerente de Materiais compraria 1.638 peças para atender a 
demanda prevista com um grau de risco de falta de 17%. 
 
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2 – Método da Percentagem ou Método de Duas Variáveis: esse método 
admite que possa haver duas variáveis que impactam na quantidade do ES de 
determinado item: aumento na demanda e atraso do fornecedor. Vamos a um 
exemplo: 
Uma empresa necessita definir o ES de determinado produto que tem uma 
demanda mensal média de 7.800 unidades. Como o gerente de Marketing 
acionou uma nova campanha na mídia, espera-se um aumento da demanda na 
ordem de 35%. O gerente de Materiais entrou em contato com o fornecedor para 
aumentar o pedido e foi informado que este, o qual já estava colocado, teria um 
atraso de sete dias, cujo prazo normal é de 40 dias. Para esse caso, nesse 
momento, qual será o ES? 
Para solucionar esse caso, será utilizada a seguinte equação: 
ES = (Cm – Cn) + (Cm x Ptr) 
Em que: 
ES = Estoque de Segurança 
Cm = Consumo maior previsto no período (nesse caso, soma-se o % de 
incremento ao consumo normal) 
Cn = Consumo normal 
Ptr = Percentagem de atraso no tempo de reposição 
Separe os dados para a resolução: 
ES = (Cm – Cn) + (Cm x Ptr) 
ES = ? 
 
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Cm = 7.800 + 35% = 10.530 unidades 
Cn = 7.800 
Ptr = 7 dias / 40 dias = 0,175 
Resolução: 
ES = (Cm – Cn) + (Cm x Ptr) 
ES = (10.530 – 7.800) + 10.530 x 0,175 
ES = (10.530 – 7.800) + 1.843 
ES = 2.730 + 1.843 = 4.572,75 = 4.573 peças 
Logo, esse gerente de Materiais compraria 4.573 peças para atender o 
aumento da demanda de 35% e se preservar do atraso de sete dias do 
fornecedor. 
Esses dois métodos apresentados são bastante simples, mas servem 
como parâmetros de como calcular o ES de um produto, visando atender a 
necessidade da organização, e não decidindo a quantidade à revelia do 
programadorde Materiais. 
Tema 5: Lote Econômico de Compra (LEC) 
Uma das questões que impactam nos estoques das organizações são as 
compras em quantidades maiores do que o necessário. Mas isso tem uma 
explicação lógica: nem sempre a quantidade que a empresa-cliente deseja 
comprar é a que a empresa-fornecedora precisa vender. Isso ocorre porque o 
Lote Econômico de Compra (LEC) da empresa-cliente é diferente do Lote 
Econômico de Fabricação (LEF) da empresa-fornecedora. 
 
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21 
Estudar o conceito do LEC é importante para que os gestores dos 
estoques das organizações acompanhem o comportamento do item que é 
comprado por meio dessa metodologia, para avaliar se os estoques não estão 
aumentando em demasia. De acordo com Martins e Alt (2006, p. 225), o estudo 
do LEC tem sido muitas vezes erroneamente confundido com a própria 
administração de materiais. No entanto, o intuito do LEC é apresentar a 
informação da quantidade ótima a ser comprada de forma que equalize os custos 
de obtenção (custo dos pedidos de compra mais frete) com os de armazenagem. 
A partir dessa informação, compete ao gestor analisar qual a melhor alternativa 
para a empresa. 
A maior parte dos sistemas informatizados para gestão de estoques traz 
o cálculo do LEC, devido a isso é importante compreendermos como ele é 
formado e quais informações são necessárias para sua definição. 
Para a definição do LEC, é importante conhecermos os seguintes 
elementos: 
 O consumo do item deve ser constante; 
 O item pode ser comprado em lotes; 
 A confiabilidade dos fornecedores (se não atrasam ou deixam de 
entregar o produto na data prometida); 
 Qual o custo de manutenção do item em estoque; 
 Qual o custo de preparação de um pedido de compras. 
Essas informações são importantes para a correta aplicação da equação 
que nos fornece a quantidade do LEC. Vejamos o que nos explica Russo (2013, 
p. 155) sobre isso: 
O aumento do volume de produção implica maior consumo de 
matérias-primas e demais componentes, o que obriga a empresa a 
fazer pedidos (lotes de compra) maiores ou com maior frequência. Se 
a empresa optar por pedidos menores e mais frequentes, verificará 
 
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um aumento em seu custo de pedido. Embora minimizado pelos 
recursos da tecnologia da informação, esse custo ainda existe. Se 
optar por pedidos maiores e menos frequentes, verá aumentar seu 
estoque médio e, consequentemente, o custo de armazenagem e 
suas implicações. 
Vamos conhecer a fórmula do LEC: 
QLEC = 2 x CP x D 
 (CA + i x P) 
Em que: 
QLEC = É a incógnita (o queremos determinar) 
CP = Custo de preparação do pedido de compra 
D = Demanda prevista no período 
CA = Custo de armazenagem 
i = Taxa de juros considerados no período 
P = Preço de compra do item 
Com a aplicação dessa equação, o gestor de Materiais encontrará 
exatamente a quantidade ótima a ser comprada, que equilibra os custos de 
armazenagem do estoque com seu custo de obtenção ou preparação do pedido 
de compras. 
Vamos a um exemplo: 
Uma empresa tem um consumo anual de 350.000 unidades de 
determinado produto que custa R$ 16,27 a unidade. A taxa de juros praticada ao 
ano está estimada em 11% aa, o custo para fazer um pedido de compras é de 
 
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R$ 32,00 e o de armazenagem é de R$ 2,17 por unidade. Com esses dados, 
vejamos o cálculo do LEC: 
Para a resolução, separamos os dados: 
QLEC = ? 
CP = R$ 32,00 
D = 350.000 unidades 
CA = R$ 2,17 a unidade 
i = 11% aa = (0,11) 
P = R$ 16,27 
Agora aplicamos a fórmula: 
QLEC = 2 x CP x D 
 (CA + i x P) 
 
QLEC = 2 x 32,00 x 350.000 
 (2,17 + (0,11 x 16,27)) 
 
QLEC = 22.400.000 
 (2,17 + 1,79) 
 
QLEC = 22.400.000 
 3,96 
 
QLEC = 22.400.000 
 3,96 
 
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QLEC = 2.378,35 peças = 2.380 peças 
No caso do exemplo, significa que o ideal a ser comprado de cada vez é 
a quantidade de 2.380 peças, entretanto não significa dizer que o fornecedor 
estará disposto a vender essa quantidade. De posse dessa informação, o 
próximo passo é conhecer o LEF do fornecedor e negociar a melhor condição 
possível que atenda a necessidade de ambos, pois esse é o sentido de trabalhar 
em sistemas de alianças. 
Trocando ideias 
Agora, discuta com seus colegas no fórum sobre a relevância de se ter ou 
não estoques na empresa. Você considera o estoque um benfeitor ou um vilão 
para uma loja de cama, mesa e banho? 
Síntese 
Essa aula foi dedicada para o estudo dos conceitos essenciais sobre a 
existência de estoque nas organizações. 
A apresentação dos conteúdos foi focada em demonstrar a importância 
dos estoques para as empresas, quais são os tipos mais usuais e como se 
formam. Vimos que alguns departamentos influenciam mais que outros no 
acúmulo dos estoques em uma firma. 
Estudamos também a relevância do ES e conhecemos duas fórmulas bem 
simples de como calculá-lo. E, para finalizar, estudamos o LEC e como fazer seu 
cálculo. Além disso, foi explicado que nem sempre o LEC da empresa-cliente é 
o mesmo LEF da empresa-fornecedora, e nesse caso deve-se investir em 
negociação. 
Referências 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
25 
BALLOU, R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e 
distribuição física. São Paulo: Atlas, 2007. 
CAMPOS, L. F. R.; BRASIL, C. V. de M. Logística: teia de relações. Curitiba: 
Intersaberes, 2012. 
CAMPOS, L. F. R. Supply Chain: uma visão gerencial. Curitiba: IBPEX, 2009. 
p. 67-72. 
COSTA JUNIOR, E. L. Gestão em processos produtivos. Curitiba: 
Intersaberes, 2012. p. 69-70. 
FRANCISCHINI, P. G.; GURGEL, F. do A. Administração de materiais e do 
patrimônio. São Paulo: Cengage Learning, 2012. 
GONÇALVES, P. S. Logística e cadeia de suprimentos: o essencial. Barueri: 
Manole, 2013. 
MARTINS, P. G.; ALT, R. C. Administração de materiais e recursos 
patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2006. 
PARANHOS FILHO, M. Gestão da produção industrial. Curitiba: Ibpex, 2007. 
p. 281-288. 
RUSSO, C. P. Armazenagem, controle e distribuição. Curitiba: Intersaberes, 
2013. p. 26-28. 
TADEU, H. F. B. Gestão de estoques: fundamentos, modelos matemáticos e 
melhores práticas aplicadas. São Paulo: Cengage Learning, 2010. 
Links 
 
Pró-Reitoria de EaD e CCDD 
 
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CASTELLANO, W. L. Administração de materiais: lote econômico de compra. 
Uny Leya. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7ARyxNe1ay8>. 
Acesso em: 24 mar. 2016. 
COELHO, L. C. Entendendo o Lote Econômico de Compras (LEC ou EOQ). 
Logística Descomplicada.com. Disponível em: 
<http://www.logisticadescomplicada.com/entendendo-o-lote-economico-de-
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IMAM. Eliminação das causas do excesso de estoques. Disponível em: 
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IMAM. Realidades do risco de estoques. Disponível em: 
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O GLOBO. Com procura baixa, varejo despenca o preço do ovo de Páscoa. 
Extra. Disponível em: <http://extra.globo.com/noticias/economia/com-procura-
baixa-varejo-despenca-preco-do-ovo-de-pascoa-18963386.html>. Acesso em: 
25 mar. 2016.

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