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Ainda que não seja incorreto dizer que se utilizam questionários e entrevistas 
desde o antigo Egito, apenas na década de 30-40 do século 20 eles foram 
assumidos como instrumentos válidos em um método de pesquisa científica. O 
responsável por isso foi o sociólogo Paul Lazarsfeld, que fez um estudo para 
conhecer os efeitos do rádio na formação da opinião política nos EUA. Desde 
então os questionários tornaram-se instrumentos muito utilizados nas ciências 
sociais. (Bhattacherjee, 2012). 
Mais especificamente quanto aos questionários, sua utilização recebeu seu 
principal impulso inicialmente no trabalho de Sir Francis Galton (1822-1911), 
antropólogo e estatístico inglês que muito realizou pelo desenvolvimento de 
testes de inteligência (Battacherjee, 2012). Ele foi o primeiro a aplicar métodos 
estatísticos para o estudo das diferenças e herança humanas de inteligência, e 
introduziu a utilização de questionários e pesquisas para coletar dados sobre as 
comunidades humanas, o que ele precisava para obras genealógicas e biográficas 
e para os seus estudos antropométricos (Conforme Wikipédia). 
Com a utilização de questionários e entrevistas pode-se mensurar uma série de 
dados que não poderiam ser meramente “observados”, ou pelo menos não 
facilmente observados. Preferências (por exemplo, orientação política), traços 
de personalidade (auto-estima), atitudes (com relação a pessoas de outra cor), 
crenças (quanto a uma nova Lei), comportamentos (alimentares), ou dados 
factuais como renda pessoal. 
Outra utilidade dos questionários diz respeito à possibilidade de coletar dados a 
distancia e de uma população grande demais para ser observada diretamente. 
Por correio, correio eletrônico ou telefone pode-se cobrir uma população como a 
de um país. No seu caso, embora possa não lidar com populações tão grandes, 
seu uso pode resultar no aumento e facilitação do acesso um número maior de 
pessoas e lugares. Os questionários apresentam ainda a vantagem sempre 
destacada de envolverem baixo custo de tempo e dinheiro. 
 
Embora questionários e entrevistas possam ser aplicados a outras unidades de 
análise, são mais frequentemente dirigidos a pessoas. As respostas dos sujeitos a 
cada questão (item) em um questionário estruturado podem ser organizadas em 
uma escala para posterior tratamento estatístico. Elas poderão também receber 
tratamento qualitativo, ou seja, poderão servir para que você pesquisador as 
traduza em dados não numéricos. 
 
As questões devem ser elaboradas de tal maneira que os respondentes estejam 
aptos a ler, entender e responder a elas de um modo significativo. Isso cria uma 
limitação, pois tal método pode ser inaplicável em certos grupos como aqueles 
de crianças ou analfabetos ou mesmo para os chamados analfabetos funcionais, 
categoria infelizmente identificável em segmentos da população de nosso país. 
 
A maioria dos questionários tende a ser auto-administrável. Um mesmo 
questionário é enviado para um grande número de pessoas que podem ou não 
responder a elas segundo sua própria conveniência. Embora seja de uso bastante 
prático sob uma série de aspectos, lembre-se que esse tipo de solicitação tende 
 
 
 
 2
 
a não ser atendido por muitas pessoas. Isso deve ser considerado por você no 
caso de achar conveniente utilizar este recurso. 
Mesmo quando você sair a campo para aplicar seu questionário pode ser difícil 
obter respondentes, conforme constatamos quando nos desviamos daquelas 
pessoas que tentam nos abordar no meio da rua para algumas respostas rápidas. 
Ter de aplicar um questionário dessa maneira é uma ótima maneira de passar a 
considerar com mais carinho a posição incômoda do pesquisador que nos 
interpela. 
Considerando esta dificuldade, monitore com bastante atenção o número de 
respostas recebidas para que possa eventualmente reenviar o questionário para 
aqueles que não responderam, ou para que possa buscar novos respondentes, 
sempre considerando o cronograma de sua pesquisa. 
Quanto a reenviar o questionário, veja que você pode insistir sim e se sentirá tão 
mais confortável com isso quanto mais esteja clara para você e para aqueles que 
são chamados a respondera importância de sua pesquisa. Procure sempre deixar 
bastante claro aos sujeitos respondentes o que você visa com seu questionário. 
Isso pode ser feito diretamente por você pesquisador quando você estiver 
presente na situação de aplicação, ou através de um texto claro e sucinto 
quando os questionários forem enviados a distancia, por correio, internet ou 
outros meios. 
 
Questionários também podem ser aplicados a grupos. Um grupo de pessoas pode 
ser levado a um mesmo espaço e cada um é solicitado a responder as perguntas, 
sem interagirem uns com os outros. Esse formato é muito conveniente do ponto 
de vista do número de respostas que se obtém. Além disso, se um respondente 
não entende alguma das questões pode perguntar na mesma hora a você e obter 
esclarecimento para melhor responder. Em muitas empresas e instituições, é 
relativamente fácil obter a reunião de um grupo de pessoas para responder a um 
questionário. Pense nessa possibilidade em relação a sua pesquisa. 
 
Por exemplo, uma vez que a aplicação do questionário tenha sido aceita pelos 
executivos de uma empresa, seus funcionários podem ser facilmente reunidos. 
Da mesma forma em uma escola, uma vez que você possa contar com o apoio da 
direção, será relativamente simples reunir os alunos para aplicação do 
questionário. 
Tanto grupos quanto indivíduos podem ser também alcançados pela internet. 
Você terá então que tomar os cuidados específicos a essa mídia. Por exemplo, 
terá de assegurar-se que as pessoas visadas tenham acesso à internet. Aliás, 
considere que mesmo pessoas com acesso difícil a internet já terão 
probabilidade muito menor de responder do que outras que passem o dia inteiro 
conectadas na internet e que tem o tempo e a habilidade necessários para 
responder as questões. Logo, atente bem para o perfil do grupo que estará 
respondendo ao seu questionário. 
Em todo caso, quando acessível, o questionário via internet frequentemente 
dará menos trabalho a seus respondentes do que os questionários enviados pelo 
correio normal. Por outro lado, o fato de já receber as respostas por computador 
facilitará também a você a organização dos dados. 
 
 
 
 3
 
Se você não deixar para última hora, provavelmente terá bastante tempo para ir 
recebendo as respostas em tempo hábil, mesmo que após alguns re-envios. Além 
disso, em determinadas condições você poderá lançar de mão de questionários 
mesmo sabendo que haverá o risco de poucas respostas. Isso poderá ser previsto 
e relatado em suas pesquisas e não impedirá que algumas hipóteses, sobretudo 
qualitativas nestes casos, possam ser arriscadas.

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