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1 Resumo feito por Wanessa Mello 
Unidade 1 – Tópico 1: Introdução a bacteriologia clínica 
Microrganismos: A maioria é benéfica, 
e apenas uma pequena parcela é 
patogênica. Estima-se que existam cerca 
de 10 milhões de bactérias, mas apenas 
algumas centenas são patogênicas. 
Microbioma: As bactérias estão 
presentes em todos os ambientes, 
incluindo o corpo humano, onde 
compõem o microbioma, essencial para 
a saúde. 
Aplicações das Bactérias: Produção de 
alimentos (queijos, iogurtes), bebidas 
(cervejas, vinhos), antibióticos 
(penicilina) e vacinas. 
Desequilíbrio do Microbioma: Pode 
levar a infecções endógenas (causadas 
por microrganismos já presentes no 
corpo) ou exógenas (introduzidos 
externamente). 
Seres microscópicos: Bactérias, fungos, 
vírus e parasitos. 
Bactérias 
 São seres procariontes (unicelulares simples, não possuem membrana nuclear, 
mitocôndrias, complexo de Golgi e sem retículo endoplasmático), reprodução é 
assexuada por divisão binária; 
 São classificadas conforme a morfologia (cocos, bacilos, flageladas, espiroquetas, 
vibrios) e técnicas de coloração, como a Coloração de Gram (que diferencia bactérias 
Gram-positivas e Gram-negativas) e a Coloração de Ziehl-Neelsen (usada para 
identificar bactérias álcool-ácido-resistentes, como as micobactérias causadoras de 
tuberculose e lepra). 
Morfologia Bacteriana 
Cocos: são arredondados, podendo 
apresentar arranjos variados, como: 
isolados, diplococos, tretacocos, 
sarcinas, estreptococos e estafilococos. 
 
 
Dicas para diferenciar: 
Cocos: únicos e simples 
Diplococos: cocos em dupla 
Tétrade: cocos em grupos de quatro 
Sarcinas: grupos de oito cocos que formam um 
cubo 
Estreptococos: cocos em cadeia 
Estafilococos: cocos agrupados como cachos 
de uva 
Bacilos: se apresentam em formato 
mais alongado, se assemelhando a um 
bastão ou bastonetes, possuem menor 
número de agrupamentos, comparado 
aos cocos. 
 
 
 
 
 
 
 
Dicas para diferenciar: 
Bacilos: únicos e simples 
Diplobacilos: bacilos em dupla 
Estreptobacilos: bacilos em cadeia 
 
 
 2 Resumo feito por Wanessa Mello 
Outras: Ainda existem as bactérias em 
formato de espirilos. Não são retas, 
apresentam uma ou mais curvaturas. 
 
 
 
 
 
Dicas para diferenciar 
Vibrião: são bastões curvos, lembra uma 
vírgula 
Espirilo: se assemelham a um saca-rolhas, 
apresenta corpo rígido. Um apêndice externo 
permite sua locomoção 
Espiroquetas: formato helicoidal flexível, se 
movimentam a partir de filamentos axiais 
 
Estrutura Bacteriana 
 
Cápsula: Revestimento polipeptídico, 
gelatinoso, que dificulta a fagocitose e 
permite maior aderência às células do 
hospedeiro 
Fímbrias e pilus: São tipo "pelinhos" 
mais curtos que os flagelos que facilitam 
a aderência das células às superfícies. 
Presentes principalmente nas bactérias 
gram-negativas. Não estão relacionados 
a motilidade 
Flagelo: Responsável pela mobilidade da 
célula, as bactérias que tem um único 
flagelo são chamadas monotríquias e as 
com inúmeros flagelos são denominadas 
peritríquias 
Parede celular: Envolve a membrana 
plasmática, apresenta peptideoglicano 
Membrana plasmática: Reveste o 
citoplasma, é seletivamente permeável e 
possui enzimas para reações 
metabólicas 
Citoplasma: Componente líquido 
presente no interior da membrana 
plasmática, composto principalmente de 
água 
Nucleoide: É onde está contido o DNA do 
cromossomo bacteriano 
Ribossomos: Pequenos corpos 
granulares onde ocorre a síntese 
proteica, formado por rRNA e proteína 
 3 Resumo feito por Wanessa Mello 
Difença da Pede Celul das Bactérias Gram-Positivas vs 
Gram-Negativas 
 
Passo a passo da técnica de Coloração de Gram: 
1°) Consiste em fixar a bactéria na lâmina. Para isso, adiciona-se uma gota de solução 
fisiológica a 0,85% e mistura-se com uma amostra de bactéria coletada com uma alça 
bacteriológica. Em seguida, a lâmina é passada na chama até a solução secar, 
preparando-a para a coloração. 
2°) O cristal violeta é o primeiro corante utilizado, aplicado na lâmina por 1 minuto e 
depois lavado com água corrente. Ele se liga aos peptidoglicanos da parede celular, 
colorindo intensamente as bactérias Gram positivas, que possuem uma camada espessa 
desse composto. 
3°) O segundo corante, o lugol, é aplicado na lâmina por 1 minuto para fixar o cristal 
violeta na parede bacteriana, sendo em seguida lavado com água corrente. 
4°) A descoloração é realizada com álcool etílico (99,5º GL), aplicado várias vezes até 
que o corante não se desprenda mais. As Gram positivas permanecem roxas, enquanto 
as Gram negativas, com menos peptidoglicano, perdem a coloração. Na etapa final, 
utiliza-se Safranina ou fucsina para colorir as Gram negativas. 
5°) O último corante, Safranina ou fucsina, é aplicado na lâmina por 30 segundos, 
seguida de lavagem com água corrente e secagem natural. As lâminas devem ser 
observadas com a objetiva de 100x, utilizando uma gota de óleo de imersão para melhor 
clarificação. 
O que permite a diferenciação entre Gram positivas (Gram +) e Gram negativas 
(Gram -) é a permeabilidade na parede das bactérias. As bactérias Gram positivas retêm 
o cristal violeta devido à espessa parede de peptidoglicanos (mureína) (polímero 
constituído por açúcares e aminoácidos que originam uma espécie de malha na região 
exterior à membrana celular das bactérias) e por esta razão as bactérias deste grupo 
coram de roxo. 
 4 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
Gram Positivas 
As bactérias Gram positivas possuem diversas camadas de peptidoglicano, de forma 
que a estrutura apresenta-se rígida e espessa. Além disso, as bactérias Gram-positivas 
incluem ácidos teicoicos, que são constituídos principalmente de álcool e fosfato. Por 
conta dos grupos fosfatos presentes nos ácidos teicoicos, que possuem carga negativa, 
é possível ligar e regular o movimento de íons positivos para dentro e para fora da célula. 
Esses ácidos também podem impedir a fissura extensa da parede e a provável lise 
celular. 
As bactérias Gram positivas são geralmente mais suscetíveis a antibióticos que atuam 
na parede celular, como as penicilinas, devido à sua estrutura espessa de peptidoglicano. 
Exemplos de bactérias Gram positivas incluem Staphylococcus aureus, Streptococcus 
pneumoniae e Enterococcus faecalis. 
 
Gram Negativas 
Diferente das Gram-positivas, as camadas de peptidoglicano das bactérias Gram-
negativas são poucas, podendo ser até só uma, e estão localizadas entre a membrana 
externa e a membrana plasmática. O peptidoglicano fica ligado a lipoproteínas na 
membrana externa e é encontrado no periplasma (região entre a membrana externa e 
plasmática). A membrana externa é formada por lipopolissacarídeos, lipoproteínas e 
fosfolipídios, que possuem variadas funções, dentre elas podemos citar: a sua forte carga 
negativa, que é de grande importância na evasão (escape) da fagocitose, atuando como 
uma barreira (porém não em todos os ambientes). Parte da permeabilidade da 
membrana externa é garantida pelas porinas, que são proteínas na membrana que 
formam canais específicos por onde as substâncias podem atravessar para o espaço 
periplasmático e, posteriormente, para o interior da célula. 
 5 Resumo feito por Wanessa Mello 
As bactérias Gram negativas não conseguem reter o cristal violeta durante o processo 
de descoloração. Assim, ao serem coradas pela safranina, ficarão coradas de vermelho. 
Exemplos de bactérias Gram negativas incluem Escherichia coli, Salmonella e 
Pseudomonas aeruginosa. 
 
O quadro abaixo mostra as principais bactérias que compõem os grupos das Gram 
positivas e Gram negativas. 
 
No entanto, nem todas as bactérias coram adequadamente pelo método de Gram. O 
método de Ziehl-Neelsen é essencial para classificar bactérias em álcool-ácido-
resistentes (AAR) e as não álcool-ácido-resistentes. Essa coloração é utilizada para 
detectar os bacilos álcool-ácidos-resistentes (BAAR), que possuem alta concentraçãosendo 
esse o momento adequado para a 
realização da técnica. 
 
 Importância do Procedimento: 
O passo a passo da técnica deve 
ser seguido rigorosamente, com 
revisão de todos os passos antes 
do início. 
 Escolha dos Antimicrobianos: 
Deve ser feita com base na 
realidade do ambiente hospitalar e 
nas condições do paciente. 
 Considerações sobre 
Administração: É fundamental 
saber se o medicamento é oral ou 
injetável, pois isso afeta a 
farmacocinética do fármaco. 
 Cuidado na Leitura de 
Resultados: É importante reportar 
resistências intrínsecas com 
atenção, pois erros nas medições e 
na execução da técnica podem 
afetar os resultados. 
 Atualização Contínua: É 
fundamental estar sempre 
atualizado com os manuais das 
Organizações Internacionais sobre 
grupos microbianos, seus halos e 
interpretações. 
Amostras 
 As colônias devem ser cultivadas entre 18 a 24 horas e permanecem viáveis para o 
teste por até 24 horas. 
 Se o teste não for realizado dentro desse período, é necessário semear em novo 
meio de cultura para obter colônias jovens e puras. 
 A pureza da amostra é crucial; em caso de contaminação, o microrganismo deve 
ser re-isolado para evitar erros na medição dos halos e na avaliação do 
microrganismo envolvido no processo patológico. 
 
 
 52 Resumo feito por Wanessa Mello 
Métodos 
Existem métodos convencionais e automatizados. 
Métodos Convencionais: 
 Disco-Difusão em Ágar (Kirby-
Bauer): Qualitativo, com discos 
individuais ou adaptáveis. 
 Diluição (CIM): Quantitativo. 
 Teste de Gradiente de 
Concentração: Exemplo: E-Teste®. 
 Microdiluição em Ágar. 
 Microdiluição em Caldo. 
Métodos Automatizados: 
 Destaca-se a Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM). 
Teste p Difusão em Ág: Método de Kby-Bau 
 A técnica inicia com a preparação 
de uma suspensão de bactérias de 
cultivo recente, que deve ser 
semeada em uma placa com Ágar 
Mueller-Hinton. 
 Discos de papel contendo 
antimicrobianos são adicionados 
com uma pinça, que deve ser 
flambada a cada troca de disco. 
 A placa é incubada em estufa, e o 
padrão de crescimento ou inibição 
ao redor de cada disco é analisado. 
 Após a análise, os halos de inibição 
são medidos e os valores são 
comparados a tabelas apropriadas 
conforme a espécie bacteriana 
testada. 
 
Procedimento: 
 Preparação Inicial: Retirar as placas e discos do refrigerador 20 a 30 minutos 
antes do teste para que atinjam a temperatura ambiente. 
 Passo a Passo do Teste: 
1. Utilizar colônias recentes. 
2. Com uma alça bacteriológica, colher a colônia a ser testada. 
3. Suspender a colônia em salina estéril (NaCl 0,85%) até obter turvação 
conforme a Escala 0,5 de Mac Farland (1x10^8 UFC/mL). 
4. Umedecer um swab estéril na suspensão bacteriana, comprimindo-o para 
remover o excesso. 
5. Semear suavemente em 5 direções na placa, cobrindo toda a superfície. 
6. Aguardar 10 a 15 minutos para a superfície do ágar secar. 
7. Colocar os discos de antibiótico sobre a superfície do meio inoculado com 
uma pinça flambada e resfriada, aplicando leve pressão. 
8. Incubar a placa em estufa bacteriológica a 36 °C por 18 a 24 horas. 
9. Realizar a interpretação dos resultados. 
 53 Resumo feito por Wanessa Mello 
Interpretações dos Resultados 
 Os resultados devem ser medidos com uma régua ou paquímetro para determinar o 
diâmetro dos halos inibitórios de cada disco. 
 É necessário consultar a tabela apropriada para avaliar a sensibilidade ao 
antimicrobiano testado. 
Categorias de Resultados: 
 Sensível (S): A infecção pode ser 
tratada com a dosagem 
recomendada do antimicrobiano. 
 Resistente (R): O antimicrobiano 
não inibe o microrganismo, 
resultando em ineficácia clínica. 
 Intermediário (I): Antibióticos 
que alcançam níveis sistêmicos e 
teciduais, mas com resposta baixa. 
 Susceptibilidade Dose 
Dependente (SDD): A 
suscetibilidade depende do 
regime de dose utilizado; doses 
mais altas são necessárias para 
uma maior eficácia. 
 
 
 
Diluição ou Concentração Inibitória Mínima (CIM): 
Método Quantitativo 
 Além do antibiograma em discos, existe o método de diluição em tubos. 
 Este método foi um dos primeiros desenvolvidos e ainda é considerado o método de 
referência atualmente. 
 
 Fornece resultados qualitativos e quantitativos. 
Desvantagens: 
 Dificuldade na detecção de contaminação em testes com materiais clínicos. 
 Aumento no tempo de preparo para execução. 
 Geração de grande quantidade de resíduos. 
 Interpretação dos resultados baseada na densidade da turbidez causada pelo 
crescimento microbiano. 
 54 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
Teste de Gradiente de Concentração (E-Teste ®) 
 Realizada com uma tira plástica que 
contém quinze concentrações de 
antibióticos, baseada na difusão do 
gradiente antimicrobiano no ágar 
para determinar a sensibilidade da 
amostra bacteriana. 
 A amostra com 1 a 2 x 10^8 UFC/mL é 
semeada na superfície da placa de 
Ágar com um swab. 
 Após 15 minutos, as fitas de Etest® são 
colocadas sobre o ágar. Em placas de 
150 mm, aplicam-se no máximo 5 fitas; 
em placas de 90 mm, 2 fitas. 
 As placas são incubadas, e a 
Concentração Inibitória Mínima (CIM) 
é determinada pelo ponto de 
intersecção entre a fita de Etest® e a 
zona de inibição do crescimento, que 
assume uma forma elíptica, 
originando o nome "Episilometer test". 
 
Miodiluição em Ág 
 Consiste na adição de concentrações 
seriadas de antimicrobianos em 
placas de meio de cultura, com cada 
placa contendo apenas uma 
concentração. Uma desvantagem é a 
necessidade de preparar de 6 a 12 
placas para avaliar a sensibilidade de 
um antimicrobiano. 
 As amostras são inoculadas 
simultaneamente na superfície do 
ágar usando um multi-inoculador, que 
dispensa de 1 a 3 microlitros com um 
inóculo final de aproximadamente 1 x 
10^4 UFC/mL. O multi-inoculador 
pode ter de 32 a 96 pinos, permitindo 
a inoculação de várias amostras em 
placas de 90 e 150 mm. 
 As placas devem ser incubadas por 16 
a 20 horas a 35±2 ºC, dependendo do 
gênero bacteriano e do 
antimicrobiano testado. 
 Após a incubação, a Concentração 
Inibitória Mínima (CIM) é determinada 
como a concentração que previne o 
crescimento macroscópico 
bacteriano. 
 
 55 Resumo feito por Wanessa Mello 
Miodiluição em Caldo 
 A técnica é de baixo custo, utiliza 
poucos materiais, é rápida e trinta 
vezes mais sensível do que outros 
métodos, permitindo a determinação 
da Concentração Inibitória Mínima 
(CIM). 
 Podem conter antimicrobiano 
liofilizado ou congelado e são 
inoculadas com um dispositivo 
plástico para obter uma concentração 
bacteriana final de aproximadamente 
5 x 10^4 - 10^5 UFC/mL por poço. 
 Os painéis de microdiluição devem ser 
incubados a 35±2 ºC por 16 a 20 horas, 
dependendo do gênero bacteriano e 
do antimicrobiano testado. 
 Após a incubação, a leitura da placa e 
a determinação da CIM são realizadas 
visualmente, preferencialmente com o 
auxílio de um espelho parabólico para 
amplificar a imagem e facilitar a 
leitura. 
 
Detminação da CIM (Automatizado) 
 Métodos Automatizados para 
Determinação da CIM: Os aparelhos 
utilizados incluem Vitek®, Vitek-2® 
(bioMérieux), Walk-Away® (DADE) e BD 
Phoenix®. 
 Permite uma execução mais rápida, 
com detecção óptica que identifica 
alterações discretas no crescimento 
bacteriano. Esses equipamentos 
podem identificar simultaneamente 
bactérias Gram-positivas e Gram-
negativas e consolidar os resultados 
de identificação e do teste de 
sensibilidade em um único relatório. 
 Rapidez na emissão de resultados, 
padronização intra e interlaboratorial 
e redução do trabalho manual. 
 Os sistemas não fornecem valores 
exatos de CIM, o que pode gerar 
problemas, conforme resumido em 
um quadro específico. 
 56 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 57 Resumo feito por Wanessa Mello 
Unidade3 – Tópico 3: Noções Gerais sobre a 
Ação dos Antimicrobianos 
 O analista clínico deve ter um bom 
entendimento sobre antimicrobianos, 
pois os testes de susceptibilidade são 
essenciais para orientar a prescrição 
médica. 
 Compreender a farmacocinética e a 
farmacodinâmica é crucial para 
diferenciar as diversas classes de 
antimicrobianos. 
 Além da farmacocinética e 
farmacodinâmica, é importante 
entender outros conceitos básicos 
relacionados ao uso de antibióticos. 
 
Principais Antimiobianos de Uso Clínico 
 Incluem penicilinas (naturais e 
semissintéticas), cefalosporinas (de 
primeira a quinta geração), 
carbapenêmicos, monobactâmicos e 
associações com inibidores da 
betalactamase. 
 Todos os antibióticos betalactâmicos 
atuam interferindo na síntese da 
parede bacteriana e, em geral, são 
bactericidas. 
 A resistência aos betalactâmicos pode 
ocorrer devido a alterações nas 
proteínas ligadoras de penicilina, 
degradação por betalactamases ou 
redução da permeabilidade da 
membrana bacteriana externa. 
 O anel betalactâmico é crucial para a 
estabilidade do grupo e é o local de 
ação das enzimas que conferem 
resistência (betalactamases). 
 
 58 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
Penicilinas 
 As Penicilinas atuam contra bactérias Gram-positivas não produtoras de penicilinase, 
cocos Gram-negativos, anaeróbios e espiroquetas. 
 Penicilinas Naturais: 
Penicilina G: Amplamente utilizada 
para meningite (Streptococcus 
pneumonie, Neisseria meniingitidis) e 
sífilis neurológica, 
Procaína: Uso intramuscular, 
indicada para infecções menos 
graves (faringoamigdalite, erisipela, 
gonorreia) e 
Benzatina (Benzetacil®): Uso 
intramuscular, de meia-vida de 21 a 
28 dias, indicada para profilaxia de 
febre reumática, tratamento de 
faringoamigdalite e sífilis (exceto a 
forma neurológica, visto que não 
atravessa a barreia 
hematoencefálica) 
 Penicilinas Semissintéticas: 
Oxacilina: Resistente a penicilinases, 
indicada para infecções por 
Staphylococcus aureus sensíveis e 
Meticilina: Não utilizada 
rotineiramente. 
 Aminopenicilinas: 
Ampicilina: Eficaz contra várias 
bactérias, apresenta estabilidade 
tanto para utilização oral quanto 
parenteral, com meia-vida de 50 a 60 
minutos. Indicada para infecções 
respiratórias, urinárias e meningites. 
Amoxicilina: Melhor absorção oral, 
indicada para Helicobacter pylori e 
doença de Lyme. Mais utilizada para 
infecções da cavidade oral e trato 
respiratório. 
 59 Resumo feito por Wanessa Mello 
 Cefalosporinas: Parte do grupo dos betalactâmicos, inibem a síntese da parede 
celular bacteriana. 
Primeira Geração: Eficazes contra 
Staphylococcus aureus meticilina 
sensível e algumas enterobactérias. 
Segunda Geração: Maior ação contra 
cefalosporinases e algumas bactérias 
anaeróbias. 
Terceira Geração: Usadas para 
infecções do sistema nervoso central, 
mas com baixa atividade contra 
Pseudomonas. 
Quarta Geração: Melhoram a atividade 
contra Gram-positivos e bacilos Gram-
negativos. 
 Betalactâmicos Inibidores de Betalactamase: Apresentam atividade antibacteriana 
mínima, mas são potentes e associados a penicilinas para ampliar o espectro 
antimicrobiano. 
Carbapenêmicos: 
 Têm o espectro mais abrangente entre os antibióticos. 
 Resistência pode ocorrer pela produção de carbapenemases e 
metalobetalactamases, especialmente por enterobactérias e Pseudomonas. 
Aminoglicosídeos 
 Os aminoglicosídeos se ligam ao 
ribossomo bacteriano. 
 Inibem irreversivelmente a síntese 
proteica. 
 Tratamento de enterobactérias e 
bacilos Gram-negativos (com atenção 
ao padrão de sensibilidade). 
 Terapia combinada para endocardites 
ou infecções graves por cocos Gram-
positivos (não usar dose única diária). 
 Nefrotoxicidade e ototoxicidade, 
afetando a função vestibular. 
 Podem causar bloqueio 
neuromuscular e miopatias em 
pacientes com miastenia ou em uso 
de bloqueadores neuromusculares. 
 Atenção à função renal durante o uso. 
 Insuficiência renal associada a 
aminoglicosídeos pode aparecer após 
uma semana e é não oligúrica. 
 Potencializam o efeito de outros 
antimicrobianos, especialmente 
betalactâmicos. 
 Podem ser a única droga sensível em 
infecções por produtores de 
carbapenemases, como KPC 
resistente à polimixina. 
 
 
Maolídeos 
 Inibem a síntese proteica, impedindo 
a fixação do RNA transportador ao 
ribossomo. 
 Bloqueiam a disponibilidade de 
aminoácidos. 
 Podem ser bactericidas ou 
bacteriostáticos. 
 Náuseas, diarreia, dor abdominal, 
dispepsia e tonturas. 
 Azitromicina: melhor posologia. 
 Claritromicina: amplamente utilizada. 
 60 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quilononas 
 Derivadas do composto quinoleína, 
presente em alcaloides e drogas 
antimaláricas. 
 Ação bactericida por inibição da DNA-
girase. 
Efeitos Adversos: 
 Náuseas, vômitos, dispepsia e outros 
efeitos gastrintestinais. 
 Aumento de transaminases. 
Primeira Geração: 
 Representada pelo ácido nalidíxico. 
 Ação bactericida contra Gram-
negativas, sem atividade contra 
Pseudomonas aeruginosa. 
 Alta concentração em vias urinárias, 
baixa concentração tissular e 
liquórica. 
 Principal indicação: infecções 
urinárias baixas por enterobactérias. 
 Pouco utilizada atualmente devido à 
resistência e posologia a cada 6 
horas. 
Segunda Geração: 
 Ativas contra Pseudomonas 
aeruginosa. 
 Norfloxacino é o principal 
representante, disponível apenas para 
uso oral. 
 Excelente concentração em vias 
urinárias, indicada para infecções 
urinárias baixas. 
 Espectro de ação inclui vários bacilos 
Gram-negativos e algumas bactérias 
como Haemophilus e Neisseria. 
Terceira Geração: 
 Ação contra enterobactérias, 
Staphylococcus, Neisseria e 
Pseudomonas. 
 Pouca eficácia contra S. pneumoniae 
e baixa penetração no trato 
respiratório. 
 Administração por via oral ou 
parenteral, eliminação renal. 
 Principais representantes: 
Ciprofloxacino e Ofloxacino. 
 Indicações incluem infecções 
urinárias, salmoneloses, shigeloses e 
osteomielites. 
Quinolonas Respiratórias: 
 Exemplos: Levofloxacino, 
Moxifloxacino e Gemifloxacino. 
 Levofloxacino: espectro de ação 
contra Gram-positivos e Gram-
negativos. 
 Indicado para infecções respiratórias, 
trato urinário, gastrointestinal e de 
partes moles. 
 Não indicado para meningites 
bacterianas devido à baixa 
concentração no líquor. 
 61 Resumo feito por Wanessa Mello 
Sulfonamidas 
 Principais Agentes Sulfadiazina e a 
Associação de sulfametoxazol (SMX) 
com trimetoprima (TMP). 
 As sulfas fazem o tratamento de 
doenças oportunistas. 
 Utilizadas em pacientes 
imunodeprimidos, especialmente o 
SMX. 
 Cocos Gram-positivos (sensibilidade 
variável), Fungos com Pneumocystis 
jirovecii, Protozoários como Isospora 
belli, micobactérias como 
Mycobacterium kansasii, 
Mycobacterium marinum, 
Mycobacterium scrofulaceum. 
Espécies como Nocardia asteroides. 
 SMX-TMP Medicação de escolha para 
pneumocistose, isosporíase e 
nocardiose. 
 Usado para infecções urinárias baixas 
não complicadas. 
 Tratamento de donovanose, 
legionelose, salmonelose e doença de 
Whipple (terapia combinada). 
 Alternativa para toxoplasmose e 
infecções por Stenotrophomonas 
maltophilia. 
 SMX-TMP pode ser opção para 
infecções por Staphylococcus MRSA, 
se a sensibilidade for identificada em 
cultura. 
Glicopeptídios 
 Inibem a síntese e o agrupamento do 
peptidoglicano da parede celular. 
 Alteram a permeabilidade da 
membrana citoplasmática. 
 Afetam a síntese do RNA. 
 Principais Drogas: Vancomicina e 
Teicoplanina. 
 Indicações clínicas da Vancomicina: 
Infecções por MRSA, Enterococcus 
resistente à ampicilina, Pneumococo 
resistente à penicilina, Clostridium 
difficile (colite induzida por 
antimicrobianos) e Staphylococcus 
epidermidis (em pacientes com 
dispositivos intravasculares, próteses 
e imunossuprimidos). Associação com Aminoglicosídeos 
usada em infecções por Enterococcus 
em casos graves 
(gentamicina/estreptomicina). 
 Via intravenosa para a maioria das 
infecções. 
 Via oral apenas para colite por C. 
difficile. 
 Atravessa a barreira 
hematoencefálica somente em 
meninges inflamatórias. 
Teicoplanina: 
 Mecanismo de ação e espectro 
semelhantes à vancomicina. 
 Meia-vida mais longa, permitindo 
dose única diária intramuscular. 
 Indicações semelhantes à 
vancomicina. 
 Pode ser administrada 
ambulatorialmente. 
 Alternativa para reações de 
hipersensibilidade à vancomicina. 
 Não atravessa a barreira 
hematoencefálica, mesmo em 
meninges inflamadas. 
Licosamidas 
 Inclui lincomicina e clindamicina. 
 Clindamicina é a única medicação 
utilizada atualmente. 
 Inibe a síntese proteica ligando-se à 
subunidade 50S ribossomal (efeito 
bacteriostático). 
 Bactérias aeróbias Gram-positivas. 
 Bactérias anaeróbias (exceto 
Clostridium difficile). 
 Infecções comunitárias por 
Staphylococcus aureus (celulite, 
furunculose). 
 Infecções de cavidade oral. 
 Osteomielite. 
 Infecções por bactérias anaeróbias. 
 Alternativa no tratamento de 
toxoplasmose e pneumocistose. 
 Boa opção para cobertura de 
estafilococos sensíveis à meticilina e, 
ocasionalmente, MRSA. 
 Risco de colite pseudomembranosa. 
 62 Resumo feito por Wanessa Mello 
Clanfenicol 
 Inibe a síntese de proteínas 
bloqueando os ribossomas 
bacterianos na subunidade 50S. 
 Bactérias Gram-positivas: 
Streptococcus (pneumococo, 
Enterococcus, grupo viridans), 
Staphylococcus aureus 
(meticilinossensível) e epidermidis, 
Listeria monocytogenes e 
Corynebacterium diphtheriae. 
 Bactérias Gram-negativas: 
Haemophilusinfluenzae, Salmonella, 
Shigella spp., Escherichia coli, 
Proteusmirabilis, Citrobacter spp. e 
Klebsiella spp. 
 Anaeróbios: Clostridium e 
Bacteroides fragilis. 
 Outros Patógenos: Chlamydia, 
Mycoplasma, Rickettsia e Bartonella. 
Resistência: 
 Naturais: Pseudomonas aeruginosa, 
Serratia marcescens, Providencia spp. 
e Proteus rettgeri. 
 Secundária: Algumas enterobactérias, 
como Haemophilus, Streptococcus, 
Staphylococcus e Bacteroides fragilis. 
Indicações Clínicas 
 Abscesso cerebral (boa penetração 
liquórica e atividade contra 
anaeróbios). 
 Salmonelose. 
 Meningite por Haemophilus em 
crianças. 
 Tratamento de rickettsioses (febre Q, 
febre maculosa, tifo epidêmico). 
 Bartoneloses e infecções por 
anaeróbios (apendicite, 
pelviperitonite, aborto séptico, 
perfuração de vísceras, abscessos). 
Tetraciclinas 
 Antimicrobianos com anel tetracíclico. 
 Ação bacteriostática, inibindo a 
síntese proteica. 
 Ligam-se reversivelmente à 
subunidade 30S do ribossomo, 
bloqueando a ligação do RNA 
transportador. 
 Principais Tetraciclinas: Tetraciclina 
(ação curta) e Doxiciclina (ação 
longa). 
 Inclui diversas bactérias aeróbias e 
anaeróbias, 
 Surgimento de resistência e 
toxicidade limitam as indicações 
clínicas. 
Indicações Clínicas: 
 Doença de Lyme (Borrelia 
burgdorferi). 
 Brucelose (terapia combinada). 
 Granuloma inguinal 
(Calymmatobacterium granulomatis). 
 Infecções por Chlamydia trachomatis 
(linfogranuloma venéreo, tracoma). 
 Chlamydophila pneumoniae 
(pneumonias). 
 Helicobacter pylori. 
 Doença inflamatória pélvica aguda. 
 Rickettsioses. 
 Espiroquetas (leptospirose e sífilis). 
 Cólera. 
 Efeitos Adversos: Comuns (dispepsia, 
náuseas e vômitos), Possíveis 
(pancreatite, retardo no 
desenvolvimento ósseo e 
escurecimento dentário em crianças), 
Hipoplasia do esmalte dentário 
(desaconselhada para menores de 8 
anos) e Interferência na ação renal do 
hormônio antidiurético. 
Imidazólicos 
 Principal medicamento é 
Metronidazol, derivado do 5-
nitroimidazólico. 
 Inibição da replicação do DNA. 
 Ativo contra a maioria dos anaeróbios 
Gram-negativos (incluindo 
Bacteroides e Clostridium sp.). 
 Eficaz contra protozoários e parasitas: 
Trichomonas vaginalis, Giardia 
lamblia e Entamoeba histolytica. 
Indicações Clínicas: 
 Perfuração intestinal. 
 Peritonites e pelviperitonites. 
 Apendicite perfurada. 
 63 Resumo feito por Wanessa Mello 
 Aborto séptico 
 Abscessos (hepático, cerebral, etc.). 
 Colite pseudomembranosa. 
 Tratamento combinado da úlcera por 
Helicobacter pylori. 
Polimixinas 
 Antimicrobianos polipeptídicos com 
mecanismo de ação distinto. 
 Baixa possibilidade de resistência 
cruzada com outros antimicrobianos. 
 Ativas contra muitas bactérias 
multirresistentes. 
 Interagem com a molécula de 
polissacarídeo da membrana externa 
de bactérias Gram-negativas. 
 Retiram cálcio e magnésio, essenciais 
para a estabilidade da membrana. 
 Aumentam a permeabilidade da 
membrana, resultando em perda 
rápida do conteúdo celular e morte 
bacteriana. 
 Representantes: Colistina e Polimixina 
B. 
 Restrito e deve considerar o custo-
benefício. 
Efeitos Colaterais: 
 Nefrotoxicidade é um efeito colateral 
importante. 
Oxazolidinonas 
 Nova classe de drogas introduzida no 
Brasil em 2000. 
 Opção para tratamento de infecções 
por cocos Gram-positivos resistentes 
à vancomicina. 
 Representante: Linezolida. 
 Inibe a síntese proteica ao se fixar na 
subunidade 50S do ribossomo. 
 Bacteriostática contra a maioria dos 
microrganismos sensíveis. 
 Eficaz contra: Staphylococcus aureus 
(incluindo cepas resistentes à 
meticilina), Staphylococcus coagulase 
negativo, Streptococcus pneumoniae, 
Enterococcus faecium e Enterococcus 
faecalis. 
 Sem ação contra a maioria dos 
patógenos Gram-negativos. 
Estreptograminas 
 Composição: combinação de 
quinupristina e dalfopristina. 
 Inibem a síntese proteica agindo 
sobre o ribossomo. 
 Bacteriostáticas quando usadas 
isoladamente. 
 Sinérgicas e bactericidas quando 
usadas em combinação. 
Eficazes contra: 
 Enterococcus faecium (incluindo 
cepas resistentes à vancomicina). 
 Staphylococcus spp. 
 Streptococcus pneumoniae. 
 Limitada atividade contra 
Enterococcus faecalis. 
Indicações Clínicas: 
 Alternativa terapêutica para 
infecções por agentes sensíveis em 
pacientes com intolerância a outras 
drogas. 
 Útil contra agentes resistentes a 
glicopeptídios e penicilina. 
Glicilciclinas 
 Único representante: tigeciclina. 
 Derivada da minociclina. 
 Gram-positivos: Eficaz contra MRSA e 
Enterococcus multirresistentes. 
 Gram-negativos: Eficaz contra KPC e 
Acinetobacter multirresistentes. 
 Outros Patógenos: Mycoplasma 
pneumoniae e Anaeróbios como 
Bacteroidesfragilis e 
Peptostreptococcus. 
 Sem ação contra Pseudomonas sp. 
 
 64 Resumo feito por Wanessa Mello 
Lipopeptídeos Tricíclicos 
 Nova classe de antibióticos 
representada por daptomicina. 
 Eficaz contra bactérias Gram-
positivas, incluindo: MRSA 
(Staphylococcus aureus resistente 
à meticilina) e Enterococcus 
resistentes à vancomicina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Indicações Clínicas: 
 Aprovada para tratamento de 
endocardites por S. aureus em 
câmaras cardíacas direitas. 
 Uso off label para endocardites 
causadas por Gram-positivos em 
geral.de 
ácidos micólicos, dificultando sua coloração com corantes aquosos devido à sua 
hidrofobicidade. As micobactérias são um importante grupo de bactérias AAR, neste 
grupo incluem os agentes causais da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis) e da 
lepra (Mycobacterium leprae), são um importante grupo de AAR. 
 
 6 Resumo feito por Wanessa Mello 
Algumas bactérias não são coloridas pelas técnicas tradicionais, portanto, sua 
classificação é feita com base em seu formato ou em características específicas, como 
o crescimento dentro de células hospedeiras ou em culturas laboratoriais. 
Bactérias em 
espiral 
Bactérias 
intracelulares 
obrigatórias 
Campylobacter Rickettsia 
Helicobacter Orientia 
Treponema Ehrlichia 
Borrelia Anaplasma 
Leptospira Chlamydia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 Resumo feito por Wanessa Mello 
Unidade 1 – Tópico 2: Relação Bactéria x Hospedeiro 
 Termos Importantes: 
Patologia: é o estudo das doenças. 
Patogênese: é maneira pela qual a doença se desenvolve. 
Infecção: invasão e colonização de microrganismos patogênicos. 
Doença: processo que altera o estado de saúde. 
Miobioma
 Formação do Microbioma: 
- Início no nascimento. 
- Influência do tipo de parto na 
colonização bacteriana. 
 Tipos de Parto: 
Parto Cesáreo: 
- Contato inicial com a pele da mãe. 
- Colonização por gêneros: 
Staphylococcus, Corynebacterium, 
Propionibacterium. 
Parto Normal: 
- Contato inicial com a microbiota 
vaginal. 
- Colonização predominantemente por 
Lactobacillus. 
 Aquisição do Microbioma ao Longo 
da Vida: 
- Influências: respiração, introdução 
alimentar, gatinhar e andar. 
 Papel dos Microrganismos: 
- Permanência no corpo humano durante 
a vida. 
- Funções protetoras e potencial para 
causar doenças em situações 
desfavoráveis. 
 Células no Corpo Humano: 
- Aproximadamente 1x10¹³ células 
humanas. 
- Aproximadamente 1x10¹⁴ células 
bacterianas. 
- Relação: 10 vezes mais células 
bacterianas do que células humanas. 
 Fatores que Determinam a 
População de Microrganismos: 
- Nutrientes. 
- Fatores químicos e físicos. 
- Defesas do hospedeiro. 
- Fatores mecânicos. 
 
 Benefícios da Microbiota: 
- Impede o crescimento de 
microrganismos patogênicos. 
- Previne o surgimento de infecções. 
- Fenômeno conhecido como 
antagonismo microbiano. 
 Interações entre Microbioma e 
Hospedeiro: 
Simbiose: Interação onde pelo menos 
um organismo depende do outro. 
Comensalismo: Um organismo é 
beneficiado; o outro não é afetado. 
 8 Resumo feito por Wanessa Mello 
Mutualismo: Ambos os organismos são 
beneficiados. 
Parasitismo: Um organismo obtém 
nutrientes à custa do outro; muitas 
bactérias patogênicas são parasitas. 
 Amensalismo: 
- Um organismo libera substâncias 
tóxicas que inibem o crescimento ou 
reprodução de outros. 
- Exemplo: ação de antibióticos como a 
penicilina. 
 Microrganismos Oportunistas: 
- Parte do microbioma normal, mas 
podem causar doenças sob certas 
condições. 
- Exemplo: Escherichia coli - 
normalmente na microbiota intestinal, 
mas pode causar doença se mudar de 
sítio. 
Doenças Infeiosas: como surgam? 
 Algumas doenças como tuberculose e pólio possuem suas etiologias conhecidas, 
conquanto, isso não ocorre com todas as doenças, como é o caso de muitos tipos de 
câncer. 
 Vale ressaltar que nem toda doença é provocada por microrganismos, como ocorre 
com a Anemia Falciforme, que é uma doença genética. 
 A doença acontece quando há alterações dos sistemas e das suas funções, com isso, 
o paciente começa a apresentar sinais e sintomas que demonstram que algo de 
errado está acontecendo em seu corpo. 
 Lembrando que os sintomas se enquadram em tudo aquilo que o paciente relata que 
está sentindo, já os sinais podem ser observados pelo médico através de uma 
anamnese. Através desta junção de sinais, sintomas e exames laboratoriais, podemos 
chegar a um diagnóstico confiável. 
 Alguns termos são de extrema importância para um amplo entendimento, vejamos: 
Doença comunicável: é aquela em que 
uma pessoa infectada transmite um 
agente infeccioso, de forma direta ou 
indireta. Ex: gripe. 
Doenças contagiosas: são facilmente 
transmissíveis e com rápida 
disseminação. Ex: catapora. 
Doença não comunicável: não é 
disseminada de um hospedeiro para o 
outro. Ex: tétano. 
Doença esporádica: é aquela que ocorre 
ocasionalmente. Ex: febre tifoide nos 
Estados Unidos. 
Doença endêmica: é aquela que está 
presente constantemente em uma 
determinada população. Ex: a dengue em 
algumas regiões do Brasil. 
Doença epidêmica: quando há um 
aumento relativo de casos de uma 
doença, não delimitando uma região 
específica. Ex: a gripe suína em 2009 
teve caráter epidêmico no início. 
Doença pandêmica: é uma determinada 
doença com aumento significativo de 
casos em vários países e continentes. Ex: 
coronavírus (COVID-19). 
 
Para que uma doença se instale em um indivíduo, é necessário que ocorra um passo 
a passo do processo: 
1. Deve-se ter um reservatório, ou seja, uma fonte da infecção. 
2. O patógeno entrará em contato com um hospedeiro suscetível, seja ele por contato 
direto, indireto ou por meio de vetores. 
3. Após a transmissão, o microrganismo deve se instalar em uma determinada região 
e iniciar o seu processo de multiplicação. 
4. Os danos irão se iniciar nas células do hospedeiro, este processo é denominado 
patogênese. 
 O grau de danos causados por microrganismos depende da virulência do patógeno 
e da resposta imune do hospedeiro. Compreender a interação entre esses dois fatores 
é essencial para entender como o corpo reagirá a uma invasão. 
 9 Resumo feito por Wanessa Mello 
 Se o sistema imunológico não conseguir responder de forma eficaz, é importante 
conhecer os mecanismos que os patógenos utilizam para contornar as defesas do 
organismo e desencadear a doença. Essa compreensão é fundamental para o 
desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento. 
Predisposição e seus Fates 
A predisposição para doenças é influenciada por diversos fatores que tornam um 
hospedeiro mais suscetível a desenvolver certas patologias. Esses fatores incluem: 
 
Sexo: Diferenças anatômicas podem 
predispor a certas doenças. Por exemplo, 
mulheres têm maior incidência de 
infecções urinárias devido à proximidade 
entre o ânus e a vagina, o que facilita a 
invasão de microrganismos. 
Genética: Aspectos genéticos do 
hospedeiro são determinantes na 
instalação e evolução de doenças. Um 
exemplo é a Talassemia, um distúrbio 
sanguíneo que pode variar de leve a 
grave, necessitando de transfusões ou 
transplantes de células-tronco em casos 
mais sérios. 
Condições Climáticas: O clima pode 
influenciar a incidência de doenças. No 
inverno, por exemplo, há um aumento de 
doenças respiratórias devido à maior 
umidade, baixas temperaturas, poluição 
ambiental e o hábito de permanecer em 
ambientes fechados e pouco ventilados, 
o que favorece a circulação de 
microrganismos. 
Outros Fatores: Nutrição, idade, meio 
ambiente, estilo de vida, ocupação 
laboral, doenças preexistentes e 
tratamentos prolongados (como 
quimioterapia) também desempenham 
um papel significativo na evolução e 
desfecho de muitas doenças. 
Esses fatores, em conjunto, contribuem para a predisposição e a suscetibilidade do 
hospedeiro a diversas patologias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 Resumo feito por Wanessa Mello 
Unidade 1 – Tópico 3: Mecanismos de Patogenicidade 
Como um Miganismo infecta um hospedeo? 
 Patogenicidade x virulência: 
Patogenicidade é a capacidade de um 
organismo causar doença, ou seja, é a 
forma que ele consegue ultrapassar as 
barreiras de defesas para causar um 
dano. 
Virulência seria o grau da 
patogenicidade, isto é, o quanto este 
microrganismo pode causar dano ao 
hospedeiro. 
 
É muito importante entender como os 
patógenos invadem nosso corpo. As 
primeiras etapas desse processo 
envolvem a quebra de barreiras ou portasde entrada, como a pele e as mucosas. 
Quando uma bactéria consegue 
ultrapassar essa barreira inicial com 
sucesso, ocorre uma infecção, que pode 
ou não progredir para uma doença. 
Certos microrganismos têm acesso ao 
hospedeiro pelas mucosas, trato 
respiratório, gastrointestinal, urogenital 
e/ou conjuntiva.. 
Pele e via Pental 
 A pele é o maior órgão do corpo 
humano. 
 Se a pele estiver íntegra, é difícil 
ocorrer invasão. 
 Infecções causadas por bactérias ou 
fungos precisam ter uma abertura da 
pele para se instalar. 
 Para os fungos, algumas doenças são 
denominadas de implantação. 
 Algumas espécies de tais bactérias 
fazem parte da microbiota da pele, 
mas em situações de quebra de 
barreiras, sejam elas causadas por 
cortes ou danos gerais, como 
arranhões ou queimaduras, podem 
provocar infecções. 
 Via parenteral: Quando os 
microrganismos se depositam 
diretamente em tecidos ou em 
membranas mucosas; perfurações, 
cirurgias e edemas podem 
desencadear nesta via. 
 Bactérias que causam tétano e 
gangrena podem ser transmitidas por 
esta via. No caso do tétano, por 
exemplo, as bactérias podem ser 
introduzidos nos ferimentos através 
de perfurantes (como pregos). Ao 
entrarem no ferimento, as bactérias 
se multiplicam e produzem duas 
toxinas: a tetanolisina e a 
tetanopasmina, esta última é uma 
neurotoxina que quando disseminada 
pelo sistema circulatório causa as 
manifestações clínicas da doença, 
induzindo a contraturas musculares 
intensas 
 Vale ressaltar que o fato de um 
microrganismo entrar em nosso corpo 
não é um veredito para que a doença 
se desenvolva. A ocorrência da 
doença depende de muitos fatores, a 
porta de entrada é apenas um deles. 
 
Quantidade de Miganismos 
Ao iniciar uma invasão em um hospedeiro suscetível, a quantidade de 
microrganismos agressores é crucial para o desenvolvimento da doença. O sistema 
imunológico é ativado e produz uma resposta eficiente, eliminando parte dos invasores. 
No entanto, se o número de patógenos for alto e conseguirem entrar com sucesso, eles 
podem superar as defesas imunológicas, aumentando as chances de a doença se 
estabelecer. 
 11 Resumo feito por Wanessa Mello 
Adência
 Os microrganismos possuem 
estruturas que facilitam a sua invasão. 
 Praticamente, todos os 
microrganismos possuem um 
mecanismo de adesão aos tecidos dos 
hospedeiro e para a maioria dos 
patógenos, esta capacidade é 
denominada aderência ou adesão. 
Este recurso ocorre porque o 
microrganismo tem a capacidade de 
se ligar a moléculas presentes nas 
superfícies celulares de seus 
hospedeiros. 
 As Adesinas são constituídas de 
glicoproteínas e lipoproteínas. Podem 
ter variações em suas estruturas, 
como também diferentes receptores, 
podem ser encontradas em diferentes 
células do hospedeiro. 
 As Bactérias têm a capacidade de se 
ligarem em massa - Biofilmes: 
comunidade de bactérias envoltas por 
substâncias, principalmente açucares, 
produzido pelas próprias bactérias 
envolvidas que conferem proteção 
contra a falta de nutrientes, uso de 
antibióticos e agentes químicos. 
Formação de Biofilme: 
1) As bactérias precisam aderir a uma superfície; 
2) Passam a secretar substâncias que serão responsáveis pela manutenção do 
biofilme; 
3 e 4) Ocorre a formação de microcolônias que serão responsáveis por criar a forma 
do biofilme; 
5) É quando o ambiente se torna desfavorável e o biofilme se desloca em forma de 
agregados celulares para a formação de um novo biofilme. 
 Vale ressaltar que quando um biofilme é formado, não necessariamente teremos 
nesta biomassa apenas um tipo de microrganismo, o que pode levar à resistência a 
antibióticos e a desinfetantes. Estima-se que em cerca de 65% das infecções 
bacterianas em humanos, os biofilmes estejam presentes. 
Exemplos: Streptococcus mutans nos dentes que leva as cáries. 
No intestino através de Escherichia coli enteropatogênica, causa a diarreia, que 
acomete principalmente crianças menores de dois anos, associada a uma alta taxa de 
mortalidade (cerca de 10% a 40%). 
Cápsulas 
 Algumas bactérias podem produzir 
cápsulas ou glicocálice. 
 Parede Celular - impedir que a 
bactéria seja fagocitada pelas células 
de defesa do hospedeiro. 
 Hospedeiros pode produzir 
anticorpos contra a cápsula. 
 
 12 Resumo feito por Wanessa Mello 
Enzimas Bactianas 
Coagulases: possuem a capacidade de 
coagular o fibrinogênio do sangue. 
Algumas bactérias do gênero 
Staphylococcus produzem esta enzima. 
Cinases: degradam a fibrina e digerem 
coágulos. Uma das cinases mais 
conhecida é a fibrinolisina, que é 
produzida por algumas bactérias do 
gênero Streptococcus. 
Hialuronidase: capacidade de 
hidrolisar ácido hialurônico, um tipo de 
polissacarídeo que tem a função de unir 
as células do corpo. Sabe-se que esta 
enzima pode estar envolvida na necrose 
de ferimentos, auxiliando na dispersão 
das bactérias a partir do sítio inicial de 
infecção. 
Colagenase: Produzida por diversas 
espécies do gênero Clostridium. 
Acredita-se que sua função é a 
disseminação da gangrena gasosa, 
quebrando proteínas de colágeno que 
formam os tecidos conectivos. 
Proteases IgA: Capacidade de destruir 
anticorpos IgA, os responsáveis por não 
permitir a aderência das bactérias nas 
células do hospedeiro. Agentes causais 
da gonorreia e da meningite produzem 
este tipo de enzima. 
Plasmídeos 
 São moléculas de DNA circular menores que o cromossomo. 
 Não são ligados ao cromossomo bacteriano. 
 São autoduplicáveis. 
 Ficam espalhados pelo hialoplasma. 
 Apresentam genes adicionais, que podem auxiliar na sobrevivência das bactérias 
(não são essenciais). 
 Costumam conter os genes para resistência a antibióticos. 
 Os plasmídeos R são responsáveis pela resistência de algumas bactérias frente a 
alguns antibióticos. Por terem este tipo de capacidade, podem carregar também 
fatores de patogenicidade de uma bactéria. 
 
 Bactérias resistentes a antibióticos e com a presença de plasmídeos na sua grande 
maioria, que consequentemente podem aumentar os casos de infecções 
persistentes no ambiente hospitalar e falha do tratamento. 
 
 
 
 13 Resumo feito por Wanessa Mello 
Unidade 1 – Tópico 4: Patogênese Bacteriana 
Invasão e Patogênese 
Quando o sistema imune não 
consegue ser eficaz em destruir os 
invasores, estes iniciarão o processo de 
dano celular, que está resumido na figura 
abaixo. Na primeira etapa ocorre a 
transmissão do microrganismo ao invadir 
o local da lesão; este passará pelo 
processo de colonização e multiplicação. 
Após este processo, as bactérias já em 
maior número iniciam o processo de 
dano celular que consequentemente dão 
início aos sinais e sintomas no 
hospedeiro. 
 
Utilizando os Nutrientes do Hospedeo 
O ferro é um importante nutriente tanto para o hospedeiro quanto para o 
patógeno. A Echerichia coli uropatogênica é o principal agente causador de infecção 
do trato urinário. Esta bactéria quebra o ferro para sua sobrevivência, mantendo a sua 
permanência no hospedeiro. 
Danos no Local da Invasão 
 Algumas bactérias possuem a capacidade de causar danos diretos à célula e isso é 
possível pois conseguem induzir as células epiteliais a promoverem um processo 
parecido com a fagocitose. 
 O microrganismo inicia o processo de multiplicação, seguido do rompimento da 
célula, onde novas bactérias serão liberadas e estarão prontas para infectarem novas 
células e assim dar continuidade ao processo de patogênese. 
 Outras bactérias também conseguem realizar este processo através da excreção de 
enzimas e também pela sua mobilidade, no qual o processo de penetração também 
acaba causando danos diretos às células. 
 14 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
Toxinas Bactianas 
 Algumas bactérias produzem toxinas que são consideradas venenosas. 
 São um fator de patogenicidade e podem ser letais quando transportadas pelo 
sangue e linfa. 
 Algumas toxinas podem desencadear febre, diarreia, distúrbios cardiovasculares,choque e podem inibir a síntese proteica, destruir vasos sanguíneos e provocar danos 
ao sistema nervoso central. 
 Até o momento são conhecidas aproximadamente 220 toxinas e 40% destas causam 
danos às células eucariontes. 
 É importante ressaltar que as intoxicações são causadas pela presença da toxina e 
não pela multiplicação bacteriana. 
 São classificadas em exotoxinas e endotoxinas. 
 As exotoxinas são produzidas dentro da célula bacteriana como parte do seu 
metabolismo. “Exo” significa fora, o que quer dizer que as exotoxinas são produzidas 
dentro da célula bacteriana e excretadas para o meio externo após sua lise, ou seja, 
a bactéria morre e depois libera a exotoxina. Suas bactérias produtoras podem ser 
tanto gram positivas quanto gram negativas. 
 As exotoxinas são classificadas em três tipos: toxinas A-B, toxinas danificadoras de 
membrana e superantígenos. A do tipo A-B são denominadas desta forma pois são 
divididas em duas partes, sendo a porção A o componente ativo e a B o componente 
de ligação. 
 As endotoxinas diferentemente das exo, são produzidas apenas pelas bactérias gram-
negativas e estão localizadas no interior da célula. Outra diferença é que as 
endotoxinas são lipopolissacarídeos e as exotoxinas são proteínas. As endotoxinas 
estão presentes na porção externa da parede celular e são denominadas como porção 
LPS (lipídeo A + polissacarídeo O). 
 15 Resumo feito por Wanessa Mello 
Induzindo Reações de Hipsensibilidade 
O sistema imunológico tem um papel muito importante no controle de 
disseminação dos microrganismos no nosso corpo. Em contrapartida, o sistema pode 
sofrer algumas deficiências, tanto na imunidade inata – com disfunções em células 
fagocíticas, como no sistema imune adaptativo –, com deficiência na produção de 
anticorpos ou falha de função das células T. Isso está fortemente associado com o 
aumento da susceptibilidade a infecções. 
Algumas evidências têm sido levantadas a respeito da resposta imune ao agente 
agressor; e o que se tem notado é que em muitas doenças, os principais aspectos 
patológicos não estão relacionados com uma ação direta do patógeno, e sim com uma 
resposta imune anormal. Neste contexto entram as reações de hipersensibilidade, que 
nada mais é do que uma resposta exacerbada do sistema imune e, como consequência, 
acaba causando dano celular no hospedeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 Resumo feito por Wanessa Mello 
Unidade 1 – Tópico 5: Resposta Imune contra Bactérias 
Mecanismos de Sobrevivência da Bactéria no Hospedeo 
 Bactérias Intracelulares: possuem um 
mecanismo de penetração em 
macrófagos, que constitui uma 
estratégia de sobrevivência, pois 
conseguem escapar da ação do 
sistema imune. 
Ex.: Mycobacterium tuberculosis, o Mycobacterium leprae e a Listeria monocitogenesis. 
Dentro dos macrófagos, as bactérias estimulam a imunidade celular por meio das 
células TCD4+ e TCD8+. As TCD4+ secretam IFN-γ, aumentando a produção de óxido 
nítrico (NO) pelos macrófagos, resultando na destruição da bactéria. As TCD8+ destroem 
os macrófagos infectados via citotoxicidade. 
 Bactérias Extracelulares: grupo que 
mais frequentemente causa infecções 
bacterianas. Com relação à 
formulação da resposta imunológica 
contra elas, estão envolvidas neste 
processo as barreiras naturais, a 
resposta imune inata e a resposta 
imune humoral. 
As barreiras naturais são cruciais na defesa do organismo, sendo as primeiras a serem 
ativadas para impedir a entrada e a infecção por patógenos. Exemplos incluem: 
- Integridade da pele e mucosas, que bloqueiam a aderência e penetração de 
bactérias. 
- Movimento mucociliar do trato respiratório. 
- pH ácido do estômago, que destrói bactérias no trato digestivo. 
- Substâncias antimicrobianas presentes na saliva e secreções prostáticas. 
 
 
 17 Resumo feito por Wanessa Mello 
Resposta Imunológica Hospedeo 
A resposta imune inata conta com a participação de todas as suas células. 
 
Sistema complemento: ativa o complexo de ataque a membrana e facilita a 
opsonização das bactérias. 
Quimiocinas: atraem as células de defesa para o sítio da lesão. 
Citocinas: pró-inflamatórias (TNF-α, IL-1 e IL-6) são produzidas no início da infecção 
e são responsáveis pela febre e inibição da multiplicação bacteriana, além de 
estimularem neutrófilos e macrófagos a produzirem NO. 
Células fagocitárias: neutrófilos e monócitos/macrófagos. 
Na imunidade adaptativa, a produção de anticorpos desempenha um importante 
papel na defesa contra bactérias. Suas principais ações são: 
1) opsonização; 
 
2) ativação do 
sistema 
complemento; 
3) promoção da 
neutralização de 
bactérias, ou de 
seus produtos. 
Os anticorpos podem destruir as bactérias a partir da ativação do complemento 
através da via clássica. Os anticorpos, principalmente o IgA, ligam-se às bactérias e 
impedem a adesão delas às células do hospedeiro. 
Além disso, os anticorpos podem se ligar a toxinas, neutralizando-as, impedindo a sua 
ação no corpo do hospedeiro. As principais características entre a resposta imune inata 
e adaptativa estão presentes na tabela: 
Imunidade Inata Imunidade Adaptativa 
Independente do agente Depende do Agente 
Resposta imediata e rápida Período de latência 
Não específica a antígeno Específica a antígeno 
Sem memória imunológica Memória imunológica 
 
No entanto, em algumas situações, as infecções provocadas por bactérias gram 
negativas podem deixar seu sítio primário e acometer outros sítios, o que resultaria em 
uma septicemia e choque séptico, ambas são situações graves e estão associadas a uma 
alta taxa de mortalidade. 
 18 Resumo feito por Wanessa Mello 
O choque é desencadeado pela LPS que está presente na parede celular bacteriana. 
Assim, um processo exacerbado de produção de citocinas (TNF-α, IL-1, IL-6, IL-8) é 
iniciado através de neutrófilos, macrofágos e células endoteliais. Após isso, ocorre a 
diminuição do tônus muscular e débito cardíaco, que resulta na hipotensão e má 
perfusão tecidual, provocando morte celular. No entanto, experimentos realizados em 
camundongos por Caille e colaboradores (2004) têm demonstrado que há como 
modular essa resposta exacerbada através da administração concomitante de IL-10 e 
LPS, o que mostrou uma proteção aos camundongos da morte por choque séptico, por 
inibir a produção de IL-12 e a síntese de IFN-γ e TNF-α. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 Resumo feito por Wanessa Mello 
Unidade 2 – Tópico 1: Estrutura e Biossegurança no 
Laboratório de Microbiologia Clínica 
Estrutura Básica e Claificação de Risco na Miobiologia Clínica 
Segundo a ANVISA a estrutura física do laboratório deve atender aos requisitos da 
RDC/ANVISA, nº50, publicada em 21 de fevereiro de 2002. 
 O laboratório de microbiologia é responsável por caracterizar e também 
identificar os microrganismos presentes em vários tipos de amostras. Esta área pode ter 
diversos segmentos, tais como: saúde, indústria alimentícia e cosméticos. 
 Na bacteriologia clínica, o laboratório tem a função de receber amostras 
biológicas de pacientes para que possam ser processadas e realizadas a identificação 
das bactérias envolvidas nos processos patológicos. O principal risco de um laboratório 
nesta área seria a contaminação do manipulador com as amostras biológicas, portanto, 
faz-se necessária a utilização de equipamentos de Biossegurança, como luvas, máscaras, 
óculos de proteção e jaleco para a segurança do analista. Os equipamentos mínimos 
para funcionamento de um laboratório de microbiologia estão sumarizados no quadro 
1: 
 
 
 
 
 
No entanto, devemos lembrar que diferentes tipos de microrganismos exigem 
diferentes abordagens em biossegurança, uma vez que possuem variados graus de 
patogenicidade, logo, os tipos de equipamentos e estrutura utilizados devem ser 
diferentes.No quadro 2 podemos verificar a classificação dos microrganismos com base 
no seu risco apresentado. 
Classe de 
Risco 1 
Risco individual e para a comunidade é ausente ou muito baixo – São 
organismos que não causam doenças ao homem ou aos animais. Ex.: 
microrganismos usados na produção de cerveja, vinho, pão e queijo 
(Lactobacillus casei, Penicilliumcamembertii, S. cerevisiae etc). 
Classe de 
Risco 2 
Risco individual moderado e risco limitado para a comunidade –São 
patógenos que causam doenças ao homem ou aos animais, porém, 
seu potencial de propagação é limitado, onde medidas terapêuticas 
e profiláticas eficazes estão disponíveis. 
Exemplo: bactérias - Clostridium tetani, Klebsiella pneumoniae, 
Staphylococcus aureus; vírus - EBV, herpes, dengue (sorotipos 1, 2, 3 
e 4); fungos - Candidaalbicans; parasitas – Plasmodium sp. e 
Schistosoma mansoni. 
 Estufa bacteriológica  Banho-maria de pequena dimensão 
 Estufa de esterilização  Destilador para água 
 Autoclave  Balança analítica 
 Microscópio binocular  Bico de Bunsen 
 Centrifugador de baixa rotação  Geladeira + Congelador 
 Homogeneizador  Capela de fluxo laminar 
 20 Resumo feito por Wanessa Mello 
Classe de 
Risco 3 
Elevado risco individual e risco limitado para a comunidade – Os 
patógenos geralmente causam doenças graves ao homem ou aos 
animais e podem representar um sério risco a quem os manipulam. 
Podem propagar-se de individuo para individuo, mas usualmente 
existem medidas de tratamento e de prevenção. 
Exemplos: bactérias - Bacillus anthracis, Brucellaspp, 
Chlamydophilapsittaci, Mycobacterium tuberculosis; vírus - HTLV 1 e 2, 
HIV, Vírus Influenza A (H5N1); fungos – Coccidioidesimmitis, 
Rhinocladiellamackenziei. 
Classe de 
Risco 4 
Elevado risco individual e para a comunidade –Incluem patógenos 
que representam grande ameaça para o ser humano e para os 
animais, representando grande risco a quem o manipula e tendo 
grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Até o 
momento, não existem medidas preventivas e de tratamento para 
esses agentes. Exemplos: Vírus de febres hemorrágicas, Febre Lassa, 
Machupomammarena vírus, vírus Ebola, Arena vírus e vírus da varíola. 
Estes critérios de classificação levam em consideração os parâmetros dos agentes 
biológicos e a patologia em si, como: 
 Patogenicidade 
 Modo de transmissão 
 Estabilidade do agente 
 Capacidade de disseminação 
 Gravidade da infecção 
 Endemicidade 
 Profilaxia terapêutica 
Cabines de Segurança Biológica 
 As CSB são usadas para minimizar a exposição ao trabalhar com agentes de risco 
biológico. 
 Muitos agentes de risco biológico requerem o uso de substâncias químicas e 
radioisótopos em suas análises. 
 A estrutura da CSB pode precisar de modificações, como filtros de carvão, 
dependendo do volume de substâncias químicas e radioisótopos utilizados, já que 
filtros HEPA não retêm vapores químicos. 
 Existem três tipos de CSB, cada uma adequada ao nível de risco biológico, com 
sistemas de exaustão, filtração e laminaridade do fluxo de ar para reter contaminantes 
microscópicos. 
 
 21 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
É importante lembrarmos que um laboratório de microbiologia clínica exige boas 
práticas, assim como em um laboratório clínico. Vamos relembrar aqui quais são elas: 
 É expressamente proibido o consumo de bebidas e alimentos, a aplicação de 
cosméticos e o fumo na área técnica. 
 Em todos os procedimentos, é recomendado prender os cabelos e evitar o uso 
de bijuterias e maquiagens. 
 É proibido o uso de calçados abertos (chinelos e sandálias). 
 Toda amostra biológica deve ser considerada potencialmente contaminada. 
 É obrigatório o uso de EPI dentro na unidade técnica. 
 É proibido pipetar com a boca. 
 Antes de iniciar a rotina, é obrigatória a descontaminação das bancadas de 
trabalho antes e após o desenvolvimento das atividades. 
 É proibido reencapar e entortar agulhas após o uso. 
 Nunca processar materiais não identificados. 
 Depositar todo material contaminado em recipientes apropriados para 
autoclavagem. 
 Higienizar sempre as mãos antes e após os procedimentos. 
 
 
 
 
 
 
 22 Resumo feito por Wanessa Mello 
Unidade 2 – Tópico 2: Coleta , Transporte e Conservação 
de Amostras em Microbiologia Clínica 
Fases em que uma amostra deve 
passar: 
Pré analítica: que envolve preparo do 
paciente e coleta do material; 
Analítica: período em que a amostra 
será processada no laboratório; 
Pós analítica: validação e liberação 
dos resultados. 
Coleta e Transpte de Matiais Biológicos 
 A coleta e o transporte inadequados podem ocasionar falhas no isolamento do 
agente etiológico e favorecer o crescimento de outros microrganismos da 
microbiota (contaminante), induzindo a um tratamento inapropriado. 
 Portanto, procedimentos adequados de coleta devem ser adotados para evitar o 
isolamento de um “falso” agente etiológico, resultando numa orientação 
terapêutica inadequada. 
 O material precisa ser destinado o mais brevemente possível ao laboratório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Amostras inadequadas devem ser devidamente rejeitadas, uma vez que o critério 
de recebimento implica diretamente na correlação clínico/laboratorial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como é realizado tal procedimento das principias amostras trabalhadas em um 
laboratório de microbiologia. São elas: 
 Lesões, Abscessos e Exsudatos 
 Material Genital 
 Fezes 
 Urina 
 Escarro 
 Hemocultura
Todas as instruções descritas abaixo estão em conformidade com Manual de 
Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em Serviços de Saúde descrito pela 
ANVISA. 
Instruções pa Coleta: Lesões, Absceos e Exsudatos 
A origem do material precisa ser especificado, por isso, “secreção de ferida” é um 
termo que não deve ser utilizado, pois o local da coleta deve ser descrito quanto ao sítio 
anatômico, estas informações são extremamente importantes para o laboratório uma 
vez que auxilia na interpretação dos resultados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 Resumo feito por Wanessa Mello 
Instruções pa Coleta: Matial Genital 
 
 
 
 
Secreção Vaginal: 
 
Secreção uretra: 
 
Instruções pa Coleta: Fezes 
As amostras devem ser coletadas no início ou na fase aguda, pois, nesta fase o 
patógeno está presente em maior número. É importante que a coleta seja realizada antes 
da antibioticoterapia. 
 
Instruções pa Coleta: Urina 
A amostra deve ser, preferencialmente, a primeira micção do dia. Caso não seja 
possível, deve-se orientar o paciente a fazer retenção vesical de duas a três horas e só 
então realizar a coleta. 
 25 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
 
 
 
 
 26 Resumo feito por Wanessa Mello 
Instruções pa Coleta: Esco 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27 Resumo feito por Wanessa Mello 
Unidade 2 – Tópico 3: Procedimentos Laboratoriais 
na Microbiologia Clínica 
Identificação e Proceamento das Amostras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Técnica de coloração de Gram é usada para classificar bactérias com base no 
tamanho, morfologia celular e comportamento diante dos corantes (Gram-positivas ou 
Gram-negativas). No laboratório de microbiologia clínica acontece teste adicional 
rápido para o diagnóstico de agentes infecciosos, mas que acaba exigindo a atuação de 
profissionais capacitados e experientes para sua correta realização e interpretação. 
Também pode ser utilizado para avaliar a qualidade da amostra clínica analisada. 
As interpretações dos esfregaços corados pelo Gram levam em consideração 
características relacionadas à coloração, ao tamanho, à forma e ao agrupamento das 
células, sendo as mesmas influenciadas por diversos fatores, como: a idade da cultura, o 
meiode cultivo utilizado, a atmosfera de incubação e a presença de substâncias 
inibidoras. 
Conforme o Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em 
Serviços de Saúde, publicado pela ANVISA (BRASIL, 2004), sua utilização é bastante 
ampla, porém, podemos destacar algumas das situações mais pertinentes para o 
emprego da técnica: 
 Bacterioscopia da maioria dos materiais biológicos ou culturas de microrganismos 
em meios sólidos ou líquidos. 
 Análise de amostras de culturas jovens de meio de cultura sem inibidores e 
amostras clínicas recém-coletadas – por fornecerem os melhores resultados. 
 Verificação da morfologia bacteriana a partir de esfregaços de cultura em caldo. 
Observe que o que precede a técnica do gram é a confecção do esfregaço. Os 
esfregaços devem ser preparados com um gradiente de espessura suficientemente 
denso para facilitar a visualização, mas, também, bastante esparso para indicar as 
características do agrupamento. Lâminas limpas e novas deverão ser utilizadas de 
preferência. Os melhores resultados serão obtidos se as mesmas permanecerem no 
álcool até o momento do uso. 
 
 
 Nome e registro do paciente 
 Leito ou ambulatório e especialidade 
 Material colhido 
 Data, hora e quem realizou a coleta 
 28 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Uma vez preparado o esfregaço, o próximo passo é a fixação. Todo o esfregaço, 
antes de ser submetido a coloração, deverá estar seco (exposto ao ar), sendo fixado com 
calor brando (50 ºC). No entanto, uma fixação excessiva e um superaquecimento irão 
distorcer a morfologia celular, enquanto uma fixação insuficiente permitirá a saída do 
material durante o processo de coloração. Após a fixação, a lâmina deve esfriar e, em 
seguida, a etapa de coloração poderá ser iniciada. Em alguns casos, a fixação pode ser 
feita utilizando o metanol ou etanol. Ela é recomendada quando se tem interesse em 
preservar algumas estruturas celulares ou quando o método de secagem ao calor não 
fixa corretamente aquele tipo de amostra. 
Seguidamente, as lâminas coradas podem ser submetidas à visualização 
microscópica. Inicialmente, deve ser realizada a inspeção do esfregaço como um todo 
utilizando objetiva de 10X ou 40X. Em sequência, para verificar a morfologia e coloração 
bacteriana, usa-se objetiva de 100X em imersão. 
 29 Resumo feito por Wanessa Mello 
As bactérias Gram-positivas retêm o cristal-violeta e se apresentam com coloração 
azul/violeta, enquanto as Gram-negativas são descoradas pelo álcool-acetona, sendo, 
portanto, coradas com o corante de fundo (fucsina) e se apresentam vermelha/róseas. 
A técnica de Gram, apesar de aparente simples, requer uma realização minuciosa 
de cada passo, uma vez que, se não realizada corretamente, pode levar a erros graves. 
Se uma bactéria verdadeiramente gram-positiva for caracterizada como gram-
negativa, todas as etapas subsequentes de identificação estarão comprometidas. 
 
 
 
 
 
 As técnicas morfológicas e de coloração são limitadas e, em muitos casos, não é 
possível identificar a espécie em questão. A principal forma de contornar essa situação 
é utilizando técnicas de cultura, que permitem uma avaliação morfológica de colônias e 
possibilita a realização de provas bioquímicas. Tais métodos ampliam a possibilidade de 
avaliação e, por conseguinte, permitem uma identificação precisa do microrganismo 
relacionado. 
Meios de cultura, ou cultura microbiológica, é um método que permite o 
crescimento e isolamento de microrganismos através da sua inoculação em preparados 
especiais, em condições de laboratório. Em geral, os microrganismos são cultivados em 
recipientes como placas, tubos, frascos. 
Os meios de cultivo contêm substâncias exigidas pelas bactérias e que são úteis 
ao seu crescimento e sua multiplicação. Quimicamente, devem conter substâncias que 
favoreçam a síntese de sua própria matéria nutritiva e devem dispor de fontes de 
carbono (proteínas, açúcares), fontes de nitrogênio (peptonas) e fontes de energia. São 
também necessários alguns sais inorgânicos, vitaminas e outras substâncias 
favorecedoras do crescimento. 
 30 Resumo feito por Wanessa Mello 
Os principais objetivos na utilização de meios de cultura são: 
• Crescimento bacteriano. 
• Isolamento bacteriano. 
• Estudo da morfologia colonial. 
• Pesquisa de patogenicidade. 
• Pesquisa das características 
bioquímicas. 
Os meios de cultura utilizados em microbiologia clínica podem ser classificados 
em duas principais formas: (a) quanto à característica física e (b) quanto à função. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 Resumo feito por Wanessa Mello 
Unidade 2 – Tópico 4: Principais Bactérias 
Gram-Positivas e Gram-Negativas de 
Importância Médica: Isolamento e Identificação 
Cocos Gram-Positivos 
 Considerando os cocos gram-positivos (CGP), três gêneros têm importância clínica, 
uma vez que são encontrados na ampla maioria dos casos. 
Cocos gram-positivos 
(Gêneros) 
Principais espécies 
Staphylococcus sp. 
S. aureus 
S. epidermidis 
S. saprophyticus 
S. lugdunensis 
Streptococcus sp. 
S. pyogenes 
S. pneumoniae 
S. agalactiae 
Streptococcus do grupo 
viridans 
Enterococcus sp. E. faecalis 
E. faecium 
 Microscopicamente são distintos, variando em suas morfologias em estafilococo 
(“cacho de uva”), estreptococo (“em cadeia longa”) e diplococos (“em dupla”), sendo 
esse último característico da espécie S. pneumoniaie. 
 
A: S. aureus (Morfologia típica de estafilococos em “cacho de uva”); 
B: S. pneumoniae (Morfologia em diplococos); 
C: E. faecalis (Morfologia típica de estreptococos “Em fileira”). 
Imptância Clínica 
 Os Staphylococcus spp. estão entre os agentes mais frequentes nas principiais 
afecções humanas. De maneira geral, esse gênero é composto por 37 espécies, sendo 
que 17 delas podem ser isoladas em amostras biológicas humanas. São anaeróbias 
facultativas e catalase positivas. No entanto, rotineiramente, boa parte dos laboratórios 
não faz a distinção de todos os membros dos grupos, diferenciando apenas estafilococos 
coagulase positiva (S. aureus) dos estafilococos coagulase negativa (todos as demais 
espécies). 
 O Staphylococcus aureus é um agente de variado poder patogênico, que causar 
desde simples infecções (furúnculos e espinhas) até infecções mais graves (endocardite, 
septicemia, síndrome do choque tóxico). Possui uma elevada importância na saúde 
pública, principalmente por ser o responsável por inúmeras infecções relacionadas à 
Assistência à Saúde. Nas últimas décadas, houve um significativo aumento na 
prevalência de cepas multirresistentes a alguns antibióticos, como os Staphylococcus 
aureus Meticilina-Resistentes (MRSA). Essa bactéria chama a atenção frente as outras do 
grupo pela alta capacidade virulenta. 
 
 32 Resumo feito por Wanessa Mello 
 Principais processos infecciosos relacionados ao gênero Staphylococcus spp: 
 Pneumonias 
 Bacteremias 
 Infecções de pele e tecidos moles 
 Infecções relacionadas ao uso de 
próteses e cateteres venosos 
 Infecções do trato urinário 
 Meningites 
Bactérias x Doenças 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As doenças causadas pelo S. aureus são classificadas em dois grupos: (1) 
Piogênicas localizadas ou “produtoras de pus”, que são caracterizadas por destruição 
tecidual, provocada por enzimas hidrolíticas e citotoxinas; e (2) Causadas por toxinas, 
que funcionam como superantígenos que provocam manifestações sistêmicas. 
 33 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
Os Streptococcus spp. podem ser classificados por meio de vários critérios – 
padrão sorológico, padrões hemolíticos e propriedades fisiológicas. No entanto, a mais 
amplamente utilizada na literatura e na prática clínica é em conformidade com o grau 
de hemóliseem ágar sangue. Dessa forma, são então classificados em alfa-hemolíticos 
(α), beta-hemolíticos (β) e gama-hemolíticos (γ). 
 
Outra forma de classificá-los foi descrita, segundo Procop et al. (2018), por Rebeca 
Lancefield, em 1918, e foi baseada na composição antigênica da parede celular dos 
Streptococcus spp. Conforme essa classificação, eles estão dispostos em 20 grupos 
sorológicos designados por letras maiúsculas do alfabeto (A, B, C, D, E, F, G, H, K, L, M, N, 
O, P, Q, R, S, T, U e V). 
 34 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
 Entre os Streptococcus spp., as espécies que mais chamam atenção na rotina 
clínica são o Streptococcus pyogenes, o Streptococcus agalactiae e o Streptococcus 
pneumoniae. 
Considerando o S. pyogenes, as doenças causadas por este microrganismo são 
subdivididas em supurativas (caracterizadas pela formação de pus) e não supurativas. 
As doenças supurativas variam de faringite a infecções localizadas da pele e de tecidos 
moles, até fascite necrosante (também conhecida por gangrena estreptocócica 
hemolítica) e síndrome estreptocócica do choque tóxico. As doenças não supurativas 
são complicações autoimunes que ocorrem após a faringite estreptocócica (febre 
reumática e glomerulonefrite aguda) e infecções piodérmicas (apenas lomerulonefrite 
aguda). Nas doenças não supurativas, anticorpos dirigidos contra proteínas M 
específicas reagem cruzadamente com tecidos do hospedeiro. 
 As infecções por S. agalactiae são mais comuns em recém-nascidos, adquiridas 
durante a gestação ou durante o trabalho de parto, e estão associadas a uma alta 
mortalidade ou sequelas neurológicas importantes (MURRAY et al., 2018). Meningite, 
pneumonia e sepse neonatal são infecções graves que podem acometer os neonatos 
nascidos de mães que são colonizadas por esse tipo de estreptococo. 
 O S. pneumoniae (pneumococo) é o membro mais importante dos alfa-hemolíticos 
porque é uma das causas mais comuns de um espectro de doenças: pneumonia, 
meningite, otite e sinusite. 
É importante destacar que o homem é o reservatório e o hospedeiro exclusivo de 
S. pneumoniae, cujo habitat é o sistema respiratório. Praticamente, todas as pessoas já 
foram colonizadas por esta bactéria em algum estágio da vida. Uma vez que essa 
bactéria tem forte relação com a microbiota humana; todas as faixas etárias, gêneros e 
 35 Resumo feito por Wanessa Mello 
etnias são susceptíveis às doenças por pneumococo. Entretanto, são altamente 
vulneráveis os indivíduos com imaturidade ou alguma forma de comprometimento do 
sistema imunológico, como bebês, crianças e os idosos. 
 Os Enterococcus são bactérias amplamente distribuídas na natureza, fazem parte 
da microbiota normal do ser humano, principalmente do trato gastrointestinal. São cocos 
Gram-positivos agrupados em cadeia, anaeróbios facultativos e de catalase negativa. 
Existem 14 espécies, mas somente duas são clinicamente de maior importância: E. 
faecalis e E. faecium. A associação deste gênero com endocardite bacteriana é 
classicamente conhecida. Por outro lado, denota-se atualmente o isolamento destas 
bactérias em diversos sítios, causando infecções relacionadas à assistência à saúde, 
como infecções do trato urinário, infecções da corrente sanguínea e infecções de sítio 
cirúrgico e intra-abdominais. 
Infecções por esse gênero chamam bastante atenção devido à frequência de 
resistência à antimicrobianos. 
Isolamento e Identificação 
 Os isolamentos dos cocos gram-positivos não apresentam muitas dificuldades, 
crescem bem em ágares não seletivos, como Ágar sangue de carneiro e Ágar chocolate. 
Somente em relação aos Streptococcus, algumas cepas requerem meios ricos para o 
crescimento in vitro e algumas cepas dependem do CO2 para o seu isolamento a partir 
do material clínico. 
A diferenciação entre estreptococos e estafilococos é baseada na morfologia que 
apresentam em meios líquidos. Sendo o estreptococo uma cadeia normalmente longa e 
os estafilococos mostrando-se em forma de cocos aos pares, em cachos de uva ou 
agrupados. No entanto, a identificação baseada somente na morfologia é um tanto 
arriscada e em muitos casos pode ser duvidosa. Para contornar tal situação, provas 
bioquímicas são utilizadas a fim de confirmar as etapas de identificação. 
A principal prova para diferenciar os cocos gram-positivos é a prova da catalase. 
Com a alça bacteriológica ou com um palito, coleta-se o centro de uma colônia suspeita 
e esfrega-se em uma lâmina de vidro. Em seguida, coloca-se sobre este esfregaço uma 
gota de água oxigenada a 3% e observa-se se há formação de bolhas. Para a família 
Microccocacea (estafilococos), a prova é geralmente positiva, enquanto que para a 
família Streptococcacea (estreptococos), é negativa. 
 
 36 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
 37 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
Bacilos Gram-Negativos Fmentades-Entobactiaceae 
 Neste subitem, iremos abordar a maior família de bactérias clinicamente 
importantes. Este grupo heterogêneo compreende microrganismos responsáveis por 
praticamente todos os tipos de infecções que são observadas na prática clínica. 
As bactérias que pertencem à família Enterobacteriaceae são microrganismos 
ubiquitários encontrados em diversos ambientes, como no solo, na água e na vegetação. 
Elas fazem parte da microbiota normal da maioria dos animais, incluindo o homem. 
Atualmente, essa família é composta por cerca de 51 gêneros e 279 espécies, sendo 
destes, 26 gêneros causadores de infecções humanas. No entanto, menos de 20 espécies 
são responsáveis por 95% das infecções em humanos. 
Sua importância clínica está fundamentada na sua representatividade em mais de 
80% de todos os bacilos Gram-negativos de importância médica isolados na rotina 
microbiológica, sendo seu isolamento possível em qualquer amostra clínica. São agentes 
causais de infecções hospitalares e na comunidade. Uma boa parte de suas espécies são 
patogênicas ao homem, causando diarreias, infecções geniturinárias, infecções 
respiratórias e em feridas e queimaduras. Cerca de 70% das infecções urinárias e de 
50% das septicemias são causadas por suas espécies. 
Algumas são consideradas enteropatogênicas por causarem infecções no Trato 
Gastrointestinal (TGI), ocorrendo transmissão através de água e alimentos contaminados 
(Salmonella sp., Shigella sp., E. coli e Yersiniaenterocolitica). 
Cactísticas da Família Entobactiaceae 
 Os bacilos gram-negativos não esporulados apresentam motilidade variável, 
oxidase negativos e crescem em meios básicos (caldo peptona), meios ricos (ágar 
sangue, ágar chocolate e CLED) e meios seletivos (Mac Conkey, EMB). São anaeróbios 
facultativos (crescem em aerobiose e anaerobiose), fermentam a glicose com ou sem 
produção de gás, são catalase positivos e reduzem nitrato a nitrito. 
Umas das características mais importante das bactérias gram-negativas é a 
presença de uma endotoxina que compõe a parede celular desses microrganismos, 
sendo o protagonista de uma manifestação clínica potencialmente letal: o choque 
endotóxico. A endotoxina é um lipopolissacarídio (LPS) farmacologicamente ativo, 
 38 Resumo feito por Wanessa Mello 
contido na parede celular das espécies gram-negativas. Os efeitos biológicos das 
endotoxinas foram demonstrados experimentalmente: quantidades pequenas injetadas 
por via intravenosa nos animais causam febre, leucope nia, hemorragia capilar, 
hipotensão e colapso circulatório – sinais e sintomas que, em grande parte, são 
praticamente iguais aos observados nos seres humanos com sepse gram-negativa. 
O LPS também tem importância laboratorial uma vez que tem função antigênica e 
varia entre as diferentes espécies no polissacarídeo O. Outros antígenos amplamente 
empregados são o antígeno capsular (K) e as proteínas flagelares (H). 
Em cerca de 99% dos isolados relativos a enterobactérias de importância clínica, 
podemos encontrar em ordem de probabilidade a: Escherichia coli, Klebsiella spp., 
Enterobacter spp., Proteus spp., Providenciaspp.,Morganella spp., Citrobacter spp., 
Salmonella spp., Shigella spp., Serratia spp. Porém em casos atípicos podemos observar 
também a presença das espécies: Edwarsiella spp., Hafnia spp., Yersinia spp. 
Essa família tem muita relevância clínica devido aos seus fatores de virulência. 
 
Imptância Clínica 
Escherichia coli 
 E. coli é o mais comum e importante membro das enterobactérias, uma vez que 
está associada a maior parte das infecções por membros dessa família, incluindo 
gastroenterite e infecções extraintestinais, como infecções do trato urinário, meningites 
e sepses. Uma variedade de cepas pode causar doenças, sendo alguns sorotipos 
associados à maior virulência (ex.: E. coli O157 é a causa mais comum de colite 
hemorrágica e síndrome hemolítico-urêmica). 
 
 Uma variedade de fatores de virulência está associada a E. coli, sendo adesinas e 
exotoxinas as que estão presentes nas cepas mais virulentas, ocasionando as doenças 
clinicas mais comuns dessa espécie: as gastroenterites e as infecções do trato urinário. 
 39 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 40 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
Klebisiella pneumoniae 
 A espécie mais importante do gênero Klebsiella é a K. pneumoniae, que é uma 
autora bem conhecida de pneumonia. Bactérias desse gênero apresentam, em sua 
superfície, uma cápsula mucoide bem evidente (bacilos grandes envolvidos em uma 
cápsula abundante), o que torna sua identificação pela coloração de Gram e por cultura 
relativamente fácil. As bactérias desse gênero causam pneumonia, adquirida tanto na 
comunidade quanto no ambiente hospitalar, com destruição de espaços alveolares, 
formação de cavidades e marcada porprodução de escarro contendo sangue. Ademais, 
podem provocar infecções no trato urinário, sepse, artrites e enterites. Fazem parte da 
microbiota, podendo colonizar a pele, o TGI e a nasofaringe dos seres humanos. 
 
 41 Resumo feito por Wanessa Mello 
Proteusmirabilis 
O membro mais comum do gênero Proteusé o P. mirabilis, constituinte do 
microbioma humano (TGI), é causa importante de infecção do trato urinário em adultos 
normalmente saudáveis. O P. mirabilis produz grande quantidade de urease, uma enzima 
que quebra a ureia em dióxido de carbono e amônia. Esse processo aumenta o pH da 
urina, produzindo magnésio e cálcio na forma de cristais de estruvita e apatita, 
respectivamente, levando à formação de cálculos renais. Outras bactérias que infectam 
o trato urinário e produzem urease que podem causar o mesmo efeito são os 
Staphylococcus saprophyticus. 
 
Salmonella spp. 
São descritos mais de 2.500 sorotipos de Salmonella, geralmente considerados 
como espécies individuais, sendo que as mais comuns são: Salmonella typhi, Salmonella 
enteritidis, Salmonella choleraesuis e Salmonella typhi-murium. 
As espécies de Salmonella podem colonizar todos os animais, particularmente as 
aves, e são capazes de provocar doenças em vários hospedeiros, incluindo o ser humano. 
Seu habitat natural pode ser dividido em três categorias: altamente adaptadas ao 
homem (S. Typhi e S. Paratyphi A, B e C), altamente adaptadas aos animais (S. Dublin – 
bovinos, S. Choleraesuis – suínos) e salmonelas zoonóticas (responsáveis por surtos 
frequentes em diversas partes do mundo, sendo os alimentos seu principal veículo de 
transmissão). As principais doenças clínicas humanas são a gastroenterite, sepse, 
infecções no sistema nervoso central e febre entérica, além das infecções 
assintomáticas. A S. typhi é um patógeno exclusivamente de humanos, que pode causar 
doenças graves e sobreviver na vesícula biliar, estabelecendo-se o estado de portador 
crônico. 
 42 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
Shigella spp. 
As espécies do gênero Shigella são, na realidade, variantes bioquímicas 
(biogrupos) de E. coli; entretanto, mantém-se em um gênero separado por razões 
históricas. Provavelmente é mais fácil imaginar as Shigella como variantes de E. coli 
Enteroinvasora (EIEC) e a produtora da toxina shiga (STEC). São conhecidas quatro 
espécies de Shigella, sendo que a Shigellasonnei é responsável pela grande maioria das 
infecções em países desenvolvidos, enquanto que a Shigellaflexneri predomina em 
países em desenvolvimento. 
O homem é o reservatório primário das shigellas. Sua transmissão é por via fecal-
oral, principalmente através de água e alimentos contaminados. Sua maior incidência é 
em países em desenvolvimento, principalmente por conta das condições precárias de 
saneamento. Em países desenvolvidos podem acontecer surtos esporádicos. 
Comumente, 10 a 20% das doenças entéricas e 50% das diarreias com sangue ou 
disentéricas, em crianças menores de cinco anos, são causadas pela Shigella spp. 
 
 
 43 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Isolamento e Identificação 
 As Enterobactérias, já detalhadas anteriormente, é um grupo bastante amplo de 
gêneros e espécies, logo, a sua identificação é relativamente extensa e depende de 
variadas provas bioquímicas. Iremos discutir aqui algumas das alternativas utilizadas na 
rotina, seja na triagem ou na identificação presuntiva. 
O esquema inicial para identificação de Bacilos Gram-negativos abaixo. Como via 
de regra, a principal prova para a diferenciação desses microrganismos é em relação à 
 44 Resumo feito por Wanessa Mello 
capacidade de fermentar glicose. Existem várias formas de verificar essa característica 
química, que vai desde da utilização do Caldo OF até a utilização do Caldo TSI. Uma vez 
identificado a capacidade de fermentação, o próximo passo é a realização da prova da 
oxidase (discutida adiante). Enterobactérias são fermentadoras e oxidase negativas. 
 
Bacilos Gram-Negativos Não Fmentades 
Os bacilos Gram-negativos não fermentadores são patógenos oportunistas de 
plantas, animais e humanos. São aeróbios, não esporulados e se caracterizam por serem 
inábeis na utilização de carboidrato como fonte de energia mediante da fermentação. 
Todos eram originalmente incluídos no gênero Pseudomonas, com base na incapacidade 
de fermentar carboidratos e na morfologia das células bacterianas – pequenos bacilos 
geralmente agrupados em pares. 
As Pseudomonas foram divididas, com o acréscimo de novos gêneros, dentre os 
quais a Burkholderia e a Stenotrophomonas são os patógenos humanos mais comuns. 
Membros desses gêneros são encontrados no solo, na matéria orgânica em 
decomposição e água, assim como em áreas úmidas do ambiente hospitalar. 
Essas bactérias podem utilizar vários compostos orgânicos como fonte de carbono 
e nitrogênio, de modo que elas podem sobreviver e replicar em ambientes onde a 
disponibilidade de nutrientes é reduzida. Essas bactérias, em particular, as 
Pseudomonas, produzem uma variedade impressionante de fatores de virulência e todas 
são resistentes aos antibióticos mais frequentemente utilizados. Não chega a 
surpreender o fato de essas bactérias serem patógenos oportunistas em pacientes 
hospitalizados. Sua identificação laboratorial apresenta-se como um grande desafio até 
mesmo para os microbiologistas mais experientes. Isso se deve ao fato da complexidade 
dos testes utilizados, do elevado custo que os kits completos possuem, além de 
possuírem baixa incidência em amostras clínicas. Cabe destacar que muitos laboratórios 
de microbiologia não realizam a sua identificação. 
 
 
 45 Resumo feito por Wanessa Mello 
Imptância Clínica 
Pseudomonas aeruginosa 
Esta bactéria corresponde ao bacilo Gram-negativo mais frequentemente 
associado a infecções oportunistas em pacientes hospitalizados. A P. aeruginosa produz 
vários tipos de adesinas, toxinas e enzimas capazes de destruir tecidos, de modo que 
seja surpreendente o fato desta bactéria não causar doenças, mas que tais doenças 
sejam mais comuns no ambiente hospitalar. Uma explicação para isto é o fato de os 
fatores de virulência da bactéria não serem suficientes para causar doença (a 
suscetibilidade do hospedeiro e a probabilidadede contato com a bactéria é o que 
definem o risco de se adquirir a doença). 
 
 
 
 46 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
Burkholderiacepacia 
B. cepacia é um complexo de várias espécies estreitamente relacionadas, que 
colonizam e causam doenças em determinados grupos de pacientes: portadores de 
fibrose cística, pacientes com doença granulomatosa crônica (DGC – uma 
imunodeficiência primária na qual os leucócitos têm deficiência na capacidade de 
eliminação de microrganismos intracelulares), ou cateteres vasculares ou do trato 
urinário. Diferentemente da P. aeruginosa, a B. cepacia apresenta relativamente poucos 
fatores de virulência. 
 
Stenotrophomonas maltophilia 
Do mesmo modo que a B. cepacia, a S. maltophilia é um patógeno oportunista de 
pacientes imunossuprimidos. 
 47 Resumo feito por Wanessa Mello 
 
 
Isolamento e Identificação 
As provas para identificação de Bacilos Gram-negativos não fermentadores, assim 
como as enterobactérias, exigem uma sequência de provas bioquímicas. Constatada a 
presença de incapacidade de fermentar glicose, seguimos para a prova da oxidase. Essa 
prova é crucial para diferenciar os bacilos não fermentadores, pois a maioria deles é 
oxidase positiva, enquanto as Enterobacteriaceae são oxidase negativas. 
 
 48 Resumo feito por Wanessa Mello 
Unidade 3 – Tópico 1: Micobactérias 
O gênero Mycobacterium sp. é constituído por espécies como M. tuberculosis, M. 
leprae, e outras denominadas micobactérias não causadoras de tuberculose. Focaremos 
esse tópico na espécie M. tuberculosis causadora da tuberculose. 
Imptância Clínica das Micobactérias 
Dados sobre Tuberculose (TB): 
 TB é a doença infecciosa que mais 
mata no mundo, superando a AIDS. 
 Coincidência de 10% dos casos de TB 
em pacientes com AIDS. 
 Em 2016, estimativa de 10,6 milhões de 
casos, com 87% concentrados em 30 
países. 
TB no Brasil: 
 Tendência de redução da incidência 
na última década. 
 Entre 2016 e 2017, cerca de 69 mil 
novos casos e 4.500 óbitos. 
 Brasil está entre os 30 países com alta 
ocorrência de TB, segundo a OMS. 
 Coinfecção TB-HIV e multirresistência 
não são alarmantes em relação ao 
total de casos. 
Bactérias Álcool-Ácido Resistentes: 
 Doenças causadas por essas 
bactérias resultam da resposta imune 
do hospedeiro. 
 Importância clínica de cinco gêneros: 
Mycobacterium, Nocardia, 
Rhodococcus, Gordonia e 
Tsukamurella. 
Mecanismo de Infecção pelo M. tuberculosis: 
 Transmissão interpessoal por 
aerossóis infecciosos. 
 Patógeno intracelular que pode 
causar infecção persistente. 
 Relação delicada entre crescimento 
bacteriano e controle imunológico do 
hospedeiro. 
Interação do M. tuberculosis com o Hospedeiro: 
 M. tuberculosis entra pelas vias 
respiratórias e é fagocitado por 
macrófagos alveolares. 
 Bactérias evitam a morte pelos 
macrófagos, que secretam citocinas 
IL-12 e TNF-α. 
 Essas citocinas recrutam células T e 
natural-killer, ativando macrófagos e 
estimulando a morte intracelular. 
Formação de Granulomas: 
 Agrupamento de células necróticas 
(granuloma) contém a infecção. 
 Permite a sobrevivência de algumas 
bactérias, que podem causar doença 
posteriormente quando a resposta 
imune falha. 
 
 49 Resumo feito por Wanessa Mello 
Identificação e Isolamento das Micobactérias 
 O diagnóstico da TB envolve 
avaliação clínica pelo médico. 
 Deve ser baseado em métodos que 
forneçam informações essenciais. 
 Essas informações são cruciais pra o 
adequado encaminhamento do 
tratamento ao paciente. 
Baciloscopia de Esco 
 Realizar baciloscopia em duas amostras de escarro, uma no primeiro momento e 
outra no dia seguinte, preferencialmente ao despertar. Se ambas forem negativas, 
amostras adicionais podem ser solicitadas. 
 Essencial para diagnóstico e controle do tratamento da TB. O diagnóstico de TB 
pulmonar sem baciloscopia não é aceitável, exceto em crianças. 
 O método de coloração utilizado no Brasil é o de Ziehl-Neelsen, que é de baixo custo. 
 A sensibilidade da baciloscopia é superior a 80% na primeira amostra, aumentando 
em 12% com a segunda. O exame a juda a identificar casos bacilíferos, recomendando 
a coleta de pelo menos duas amostras. 
Indicações para Baciloscopia: 
 Sintomáticos respiratórios durante 
busca ativa. 
 Suspeita clínica/radiológica de TB 
pulmonar, independentemente do 
tempo de tosse. 
 Acompanhamento e controle de cura 
em casos pulmonares confirmados. 
Limitações: 
 Sensibilidade e especificidade não 
são 100%. Falsos positivos podem 
ocorrer devido a outras micobactérias 
ou bactérias como Nocardia sp. e 
Rhodococcus equi. 
Resultados baseados na quantidade de bacilos encontrados: 
 Negativo: nenhum bacilo em 100 
campos. 
 Positivo +: 10 a 99 BAAR em 100 
campos. 
 Positivo ++: 1 a 10 BAAR por campo em 
50 campos. 
 Positivo +++: mais de 10 BAAR por 
campo em 20 campos. 
Cultura pa Micobactérias 
 Existem diversos meios de cultura na microbiologia clínica para o crescimento de 
micobactérias. 
 O meio de cultura mais utilizado no Brasil e aprovado pela OMS é o de Löwenstein-
Jensen. 
 
 50 Resumo feito por Wanessa Mello 
Indicações de Cultura para Micobactérias: 
1. Casos Suspeitos de TB Pulmonar: Quando o exame direto é persistentemente 
negativo. 
2. Diagnóstico de Formas Extrapulmonares: Inclui meningoencefálica, renal, 
pleural, óssea ou ganglionar. 
3. Suspeita de Resistência Micobacteriana: Seguir com o Teste de Sensibilidade 
(TS). 
4. Tecido e Cavidades com Baciloscopia Rara ou Ausente: Solicitar cultura em 
urina, líquidos cavitários (pleural, pericárdico, peritoneal e líquor) e secreções não 
pulmonares. 
Meios Líquidos de Cultura: Estão se tornando mais frequentes, apesar do custo 
mais alto em comparação ao Löwenstein-Jensen. Eles oferecem crescimento mais rápido 
(média de 15 dias) em comparação aos 60 dias do meio tradicional. 
Amostras de Urina: Em suspeita de TB de vias urinárias, solicitar pelo menos cinco 
amostras em dias alternados, utilizando toda a urina da manhã para baciloscopia e 
cultura após centrifugação. 
Teste Molecul Rápido pa Tubculose (GeneXpt®) 
 Implantação: Em 2014, o 
Ministério da Saúde introduziu o 
teste rápido GeneXpert® em várias 
cidades. 
 Funcionamento: Utiliza escarro 
do paciente para identificar a 
micobactéria com sensibilidade de 
90%. 
 Tipo de Teste: É um teste de 
amplificação de ácidos nucleicos 
que detecta o DNA do M. 
tuberculosis. 
 Resistência à Rifampicina: O 
teste também indica se o bacilo é 
resistente à rifampicina, com 
sensibilidade de 90%. 
 Objetivo: Facilitar o diagnóstico, 
especialmente em áreas com 
dificuldades técnicas para 
baciloscopia tradicional. 
 
 Indicações: Prioritariamente para 
diagnóstico de tuberculose 
laríngea e pulmonar em adultos e 
adolescentes; sensibilidade em 
crianças é de 66%, limitando seu 
uso nessa faixa etária. 
 Limitações: Não deve ser usado 
para retratamento, pois pode 
detectar bacilos mortos ou 
inviáveis; recomendado para 
infecções primárias. 
 Amostras Utilizáveis: Pode ser 
aplicado em escarro, lavado 
broncoalveolar e líquor. 
 Uso no Brasil: O teste molecular 
é amplamente utilizado como 
suporte no diagnóstico da forma 
pulmonar, especialmente em locais 
com poucos técnicos treinados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 51 Resumo feito por Wanessa Mello 
Unidade 3 – Tópico 2: Testes de Sensibilidade a 
Antimicrobianos (TSA) e Antibióticos 
Princípios pa a Realização do TSA 
 Material Necessário: Para a 
técnica, é preciso ter cultura pura 
de microrganismos isolados. 
 Definição de Cultura Pura: É 
aquela em que se observa apenas 
um tipo de microrganismo em 
crescimento na placa. 
 Cultura Recente: As culturas 
devem ser novas ou jovens, 
coletadas e semeadas em meio de 
cultura. 
 Incubação: Após a semeadura, as 
culturas são incubadas, e o 
crescimento ocorre em um 
período de 18 a 24 horas,

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