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UNIVERSIDADE PAULISTA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS 
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
DANIELA ARAÚJO DE PAIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO 
 
CUIDADOS COM PACIENTE IDOSA DIAGNOSTICADA COM HANSENÍASE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOBRAL – CE 
2023 
 
 
DANIELA ARAÚJO DE PAIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado a disciplina do 
Estágio Supervisionado da 
Universidade Paulista – UNIP, como 
requisito para obtenção de nota 
parcial. 
 
Profª Espª Jaciara Alves de Sousa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOTA 
 
 
 
 
SOBRAL – CE 
2023 
INTRODUÇAO 
Estudo de caso realizado com paciente, 84 anos, analfabeta, parda, viúva, mãe 
de 18 filhos, alérgica, agricultora, não etilista, não tabagista, diagnóstico clínico 
de hanseníase com evolução para alta. A mesma possui sequela da doença no 
MMID e neste membro encontra-se um ferimento infectado na região do 
tornozelo e região plantar direita. 
A hanseníase também conhecida como, lepra, é uma doença infecciosa 
causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. 
A doença é curável, mas se não tratada pode ser preocupante. Hoje, em todo o 
mundo, o tratamento e oferecido gratuitamente, e há várias campanhas para a 
erradicação da doença. 
A transmissão do M. leprae se dá através de contato íntimo e contínuo, com 
doente não tratado. Apesar de ser uma doença da pele, é transmitida através 
de gotículas que saem do nariz, ou através da saliva do paciente. Não há 
transmissão pelo contato com a pele do paciente. O período de incubação é 
prolongado, e pode variar de 6 meses a 1 ano. 
O primeiro principal sintoma são aparecimentos de manchas de cor parda, ou 
eritematosas, que são pouco visíveis e com limites imprecisos. 
Nas áreas afetadas pela hanseníase, o paciente apresenta perda de 
sensibilidade térmica, perda de pelos e ausência de transpiração. Quando 
lesiona o nervo da região em que se manifestou a doença, causa dormência e 
perda de tônus muscular na área. 
O diagnóstico da hanseníase é feito pelo dermatologista, e envolve a avaliação 
clínica do paciente, com aplicação de testes de sensibilidade, palpação de 
nervos, avaliação da força motora, etc. Se o paciente apresentar alguma ferida 
no corpo do paciente, poderá fazer uma biópsia da área ou pedir um exame 
laboratorial para medir a quantidade de bacilos. O exame identifica se 
hanseníase é palsibacilar ou multibacilar. 
O tratamento é gratuito, oferecido pelo sistema único de saúde-SUS. Os 
antibióticos são usados para tratar as infecções, mas o tratamento completo 
em longo prazo. Nas formas mais brandas demora 6 meses e nas formas mais 
graves, o tempo e de 1 ano ou mais. 
 
 
 
 
OBJETIVO 
 
Realizar processo de enfermagem de uma pessoa sequelada de hanseníase 
caracterizado por um ferimento infectado no tornozelo e na região plantar do 
MMID, na qual não realiza os autocuidados. 
METODOLOGIA 
Trata-se de um estudo de caso realizado no UBS Jordão, município de Sobral. 
Realizado com a paciente idosa portadora de hanseníase. 
Este trabalho foi realizado respeitando todos os aspectos éticos, pregados pelo 
Conselho Federal de Enfermagem, preservando sempre a identidade do 
paciente e mantendo o sigilo profissional. Realizado estudo de caso 
respeitando a lei nº186\86 do Conselho Federal de Enfermagem do ano de 
1986. 
 
RESULTADOS 
A paciente de sexo feminino, viúva, 84 anos, católica não praticante, agricultora, 
vendedora, analfabeta, parda, 18 filhos, natural de Jordão, relata alergia a sabão 
em pó, não etilista, não tabagista. Paciente relata ter sido diagnosticado com 
hanseníase, comprovada por exames laboratoriais. Têm histórico familiar de 
diabetes e hipertensão. Faz uso de Ibuprofeno para o alívio das dores que sente 
devido ao ferimento infectado na região do tornozelo direito e região plantar 
direita, não necessitando de equipamentos para auxilio na locomoção. Com 
história de internação a dois anos, para a realização de desbridamento cirúrgico 
de tecidos desvitalizados. Suas queixas são: sente-se sozinha pela ausência dos 
filhos, fica preocupada com os mesmos e a dor localizada no MMID. Paciente 
resistente aos cuidados oferecidos pela equipe de saúde, não participativa nas 
campanhas de vacinação e não tem apoio familiar e nem realiza atividades 
recreativas. Sua alimentação é restrita, faz apena três vezes ao dia. O desjejum 
é composto por pão com café, no almoço, arroz, feijão e carne e no jantar, café 
com pão e após a doença não modificou sua alimentação, teve perca de peso e 
sua ingestão líquida diária e inferior a dois litros. Eliminação de fezes normais e 
diárias. Cliente relata dormir bem, em média dez horas por noite, sua locomoção 
é pouco comprometida pelo problema do seu pé, utiliza um cabo de vassoura 
para ajudar na sua locomoção. Sedentária, mas tem capacidade de realizar sua 
rotina de autocuidados, embora sua higiene pessoal seja falha, pois a mesma só 
toma banho uma vez ao dia não costuma enxugar-se, A paciente não tem 
conhecimento sobre sua doença e as consequências do não autocuidado, pois, 
não realiza os mesmos. É orientada no tempo e espaço, facilidade de relatar o 
que sente, mas apresenta dificuldade em aprender coisas novas. Aparenta 
tristeza em sua face, preocupação com os filhos, não cuida de si, suas roupas, 
usam sujas, anda com o pé sequelado descalço, mora em casa própria com o 
neto, o mesmo não ajuda a realizar nem as tarefas domésticas. Realizou o 
tratamento da hanseníase completo, porém, não realiza a higienização do 
ferimento infectado que possui, apesar do bairro que a paciente habita ter 
assistência ao Programa Saúde da Família. 
O exame físico foi realizado com a paciente na posição sentada, a inspeção da 
mesma apresentou alteração na simetria do lado direito por causa da 
deformação do pé direito. Obtivemos uma pressão arterial de 130 x 90 mmHg, 
frequência cardíaca de 75, frequência respiratória forte de 23, pulso rítmico, 
cheio, com frequência de 89, temperatura de 36,5ºc, dor-1, peso 48 Kg e altura 
1,53M, estado nutricional normal, circunferência abdominal 91cm, orientada, 
alegre, deambula com ajuda de uma bengala, normocorada, lesões de pele, 
seborreia. Crânio sem alterações, apresenta ptose palpebral em ambos os olhos, 
sem secreção, não usa óculos, não apresenta hiperemia, pupilas isocóricas e 
foto reativas, movimentos oculares normais e reflexos pupilar sem alterações. 
Nariz apresentando epistaxe, sem coriza e lesão na mucosa. Audição normal, 
boca com ausência de dentes, usa prótese inferior e superior, sem lesões nos 
lábios, gengiva e língua normais pescoço sem alterações, tórax sem alterações, 
expansão torácica normal, mamas sem alterações, sem secreção, simétricas, 
sem presença de nódulos, sistema respiratório eupneia, ausculta pulmonar com 
crepitações, sua oxigenação é com ar ambiente, coração ritmo normal, abdômen 
flácido, membros superiores com sensibilidade e força motora preservadas em 
todas as extremidades, membros inferiores com lesão no direito. 
 
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 
1. Risco de contaminação na lesão do MMID, dieta inadequada e idade. 
 
2. Risco de quedas, idade acima de 65 anos e limitações na mobilidade 
física 
 
3. Nutrição, falta de interesse pelo alimento e falta de informação. 
 
4. Deambulação prejudicada por deformação no MMID, ocasionado pela 
hanseníase e força muscular insuficiente. 
 
PLANEJAMENTO DE ENFERMAGEM 
1. Solicitar ao paciente para andar calçada, evitando ferir os MMI e infecções 
na lesão; 
 
2. Fazer higiene da lesão diariamente com sabão e água; 
 
 
3. Orientar a paciente sobre uma alimentação saudável. 
 
4. Solicitar ao paciente que use uma muleta para auxiliar na deambulação e 
evitar quedas. 
 
 
5. Informar ao paciente a importância de uma alimentação balanceada; 
tentar ingerir alimentos novos em seu cardápio. 
 
6. Pedir ao cliente para andar com moleta oubengala no auxílio de sua 
deambulação. 
 
 
7. Falar sobre higiene corporal e domiciliar. 
 
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM 
1. Ajudar o cliente a elaborar um plano para atender às necessidades 
de segurança pessoal e prevenção de acidentes ou doenças na 
residência e na comunidade 
 
2. Consertar ou substituir itens domésticos e situações inseguras; 
 
 
3. Considerar os riscos ambientais de situações específicas 
 
4. Conversar sobre as consequências de fatores de risco detectados. 
 
 
5. Avaliar a capacidade do paciente para mastigar, engolir e sentir o 
paladar dos alimentos; 
 
6. Realizar as modificações dietéticas necessárias; 
 
7. Estimular o paciente a escolher os alimentos ou pedir ao familiar 
para fazer alimentos parecerem atrativos, para estimular o apetite. 
 
 
8. Demonstrar como usar e ajudar o cliente a sentir-se confortável 
com os dispositivos auxiliares. 
 
9. Manutenção do lar prejudicada, pois os membros da família 
expressam dificuldades de manter seu lar em condições 
confortáveis, desordem e sujeira ao redor da casa. 
 
 
EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM 
A paciente R.P.S, orientada ao seu problema, foi instruída com relação a higiene 
da lesão, do lar, realizamos cuidados com seus cabelos, unhas, foi orientada ao 
uso de acessório para uma melhor deambulação, mas a mesma apresentou 
resistência aos cuidados de enfermagem. 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
Como disse Paulo Freire, se eu não amar as pessoas eu não vou conseguir 
trabalhar com elas. E me colocar no lugar da pessoa, me importar com o 
problema dela faz a diferença na hora de atender. Acredito que esse foi um 
dos maiores ensinamentos deixado por essa experiência vivida por nós, a 
forma de como atendemos o nosso paciente faz toda a diferença. Vivenciamos 
isso no acompanhamento que tivemos com a paciente que desenvolvemos o 
nosso estudo de caso, pudemos perceber que foi uma troca de experiência e 
carinho recíproca. 
Importante destacar também o quanto se é relevante o que se diz teoria-
prática, sabendo que a participação do profissional de enfermagem pode, ou 
não, influenciar na construção de práticas melhores, que serviriam para dar 
ainda mais qualidade ao atendimento. 
O conhecimento é de extrema importância para qualquer profissão, mas ter a 
sensibilidade de pensar em qual a melhor forma que seria absorvido o 
conteúdo por parte do usuário é mais importante. 
Trabalhar com pessoas não é tarefa fácil, mas quando se faz o que gosta, se 
insiste porque você acredita. E nós realmente acreditamos que é possível 
mudar. 
Pode parecer utópico, mas sabemos que em uma cidadezinha no interior, tem 
uma pequeno UBS que é sobrecarregado, e mesmo assim todos são bem 
atendidos, todos são bem acolhidos. Em meio a um atendimento apreensivo 
acompanhado da insegurança por ser a primeira vez ao se deparar com a 
prática, vinha em seguida um abraço, agradecimentos e mil desejos de 
felicitações. 
Nós amamos o estágio, e apesar de contratempos e o curto período de tempo 
foi uma experiência enriquecedora. Nós promovemos, prevenimos, fizemos 
manutenção e recuperação da saúde de forma prazerosa. 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
1. https://enfermagemilustrada.com/tag/mid/#:~:text=Os%20Membros%20I
nferiores%20(MMII 
 
2. Marilynn E, Doengues, Mary Frances Moorhouse, Alice C. Murr: 
Diagnostico de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2013.

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