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PROVA APLIC ADA GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL FUNDAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE EDITAL NORMATIVO NO 1 – RM/SES-DF/2022, DE 28 DE SETEMBRO DE 2021. P R O G R A M A S – G R U P O 0 0 8 Data e horário da prova: Hepatologia (612). Terça-feira, 30/11/2021. Tipo “U” I N S T R U Ç Õ E S Você receberá do fiscal: o um caderno da prova objetiva contendo 120 (cento e vinte) itens – cada um deve ser julgado como CERTO ou ERRADO, de acordo com o(s) comando(s) a que se refere –; e o uma folha de respostas personalizada. Verifique se a numeração dos itens, a paginação do caderno da prova objetiva e a codificação da folha de respostas estão corretas. Verifique se o programa selecionado por você está explicitamente indicado nesta capa. Quando autorizado pelo fiscal do IADES, no momento da identificação, escreva, no espaço apropriado da folha de respostas, com a sua caligrafia usual, a seguinte frase: Toda força será fraca, se não estiver unida. Você dispõe de 3 (três) horas e 30 (trinta) minutos para fazer a prova objetiva, devendo controlar o tempo, pois não haverá prorrogação desse prazo. Esse tempo inclui a marcação da folha de respostas. Somente 1 (uma) hora após o início da prova, você poderá entregar sua folha de respostas e o caderno da prova e retirar-se da sala. Somente será permitido levar o caderno da prova objetiva 3 (três) horas após o início da prova. Deixe sobre a carteira apenas o documento de identidade e a caneta esferográfica de tinta preta, fabricada com material transparente. Não é permitida a utilização de nenhum tipo de aparelho eletrônico ou de comunicação. Não é permitida a consulta a livros, dicionários, apontamentos e (ou) apostilas. Você somente poderá sair e retornar à sala de aplicação da prova na companhia de um fiscal do IADES. Não será permitida a utilização de lápis em nenhuma etapa da prova. I N S T R U Ç Õ E S P A R A A P R O V A O B J E T I V A Verifique se os seus dados estão corretos na folha de respostas da prova objetiva. Caso haja algum dado incorreto, comunique ao fiscal. Leia atentamente cada item e assinale sua resposta na folha de respostas. A folha de respostas não pode ser dobrada, amassada, rasurada ou manchada e nem pode conter registro fora dos locais destinados às respostas. O candidato deverá transcrever, com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada com material transparente, as respostas da prova objetiva para a folha de respostas. A maneira correta de assinalar a alternativa na folha de respostas é cobrir, fortemente, com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada com material transparente, o espaço a ela correspondente. Marque as respostas assim: PROVA APLIC ADA PROCESSO SELETIVO – RM/SES – DF/2022 GRUPO 008 – TIPO “U” PÁGINA 2/9 GASTROENTEROLOGIA Itens de 1 a 40 A digestão humana é composta por diversos processos físicos e químicos que se iniciam na boca e, de maneira complexa, envolvem vários órgãos. Acerca dos processos digestivos e com base nos conhecimentos médicos correlatos, julgue os itens se seguir. 1. A mastigação, ao triturar os alimentos, aumenta a superfície de contato para a atuação das enzimas digestivas. 2. Na mastigação, cada tipo de dente tem uma função, sendo os dentes incisivos responsáveis por triturar os alimentos. 3. A ptialina é uma enzima digestiva encontrada na saliva e que é responsável pela digestão dos lipídios. 4. A gastrina é o principal hormônio estimulador da secreção do ácido gástrico, tendo também função trófica sobre a mucosa gástrica. 5. As enzimas do suco pancreático têm a capacidade de fazer a digestão de carboidratos, lipídios e proteínas. 6. A dosagem da elastase pancreática nas fezes é um exame sensível para alterações pancreáticas, desde as mais leves às graves, estando aumentado em casos patológicos de insuficiência pancreática exócrina. 7. Os intestinos são responsáveis pelos processos absortivos da digestão, não tendo função secretória. 8. A distensão da parede retal por fezes ou gases leva a um relaxamento transitório do esfíncter anal interno e contração do esfíncter anal externo. Um paciente com 45 anos de idade, ao se submeter à endoscopia digestiva alta por queixa de fortes dores abdominais, com despertar noturno pela dor, teve diagnóstico de doença ulcerosa péptica com teste da urease positivo. Considerando esse caso clínico e com base nos conhecimentos médicos correlatos, julgue os itens a seguir. 9. O teste da urease positivo demonstra a presença da bactéria H. pylori na mucosa gástrica do paciente. 10. O paciente tem indicação de tratamento para erradicação da bactéria H. pylori. 11. Caso o paciente estivesse em uso de inibidor de bomba de prótons, para melhor sensibilidade na pesquisa de H. pylori, tal pesquisa deveria ser feita 2 semanas após a suspensão da medicação. 12. A terapia de erradicação da H. pylori é feita, em primeira escolha, com inibidor de bomba de prótons, amoxicilina e claritromicina por 14 dias. 13. Nos pacientes com alergia à penicilina, pode-se substituir a claritromicina pela levofloxacina. 14. Ao se fazer o controle de cura da H. pylori após tratamento, caso não haja indicação de endoscopia, esse controle pode ser feito por meio do teste respiratório, sorológico ou pesquisa do antígeno nas fezes. Um paciente etilista crônico há 20 anos, ao ter o diagnóstico de cirrose hepática, ficou bastante preocupado com o prognóstico e as complicações da doença. A respeito de cirrose hepática e suas implicações, julgue os itens a seguir. 15. Com os novos tratamentos para a hepatite viral C e a vacinação para a hepatite B, as etiologias virais têm perdido relevância na etiologia da cirrose hepática para as doenças metabólicas e alcoólica. 16. Cirrose hepática é o principal fator de risco para hepatocarcinoma. 17. A hipertensão portal, presente na cadeia fisiopatológica da cirrose hepática, pode resultar em complicações da cirrose, tais como hemorragia varicosa, encefalopatia hepática e ascite. 18. Em pacientes com hemorragia digestiva alta varicosa ativa, além da terapia endoscópica, está indicada terapia medicamentosa com análogos da somatostatina e betabloqueadores. 19. Furosemida é o diurético de escolha para o tratamento medicamentoso da ascite. 20. Para o diagnóstico de peritonite bacteriana espontânea é necessário que não haja fonte de infecção abdominal cirurgicamente tratável. 21. Na indicação de profilaxia de peritonite bacteriana espontânea, indica-se o uso de norfloxacina. 22. O mecanismo básico da fisiopatologia da encefalopatia hepática é o acúmulo de neurotoxinas, em especial a ureia. 23. Na complexa fisiopatologia da síndrome hepatorrenal, cabe destacar a vasodilatação arterial esplâncnica e sistêmica, vasoconstrição renal e a disfunção cardíaca. 24. Diferentemente da disfunção renal aguda de origem pré-renal, na síndrome hepatorrenal o sódio urinário estará aumentado. 25. A cirrose hepática descompensada, assim como a insuficiência hepática aguda e alguns casos de neoplasia de fígado, são indicações de transplante hepático. Dor ou desconforto abdominal, diarreia, perda ponderal, entre outros, são sintomas que podem ser causados pelas intolerâncias ou alergias alimentares. Acerca dessas enfermidades, julgue os itens a seguir. 26. A doença celíaca é causada pela exposição ao glúten e se caracteriza por afetar a mucosa dos intestinos delgado e cólons. 27. A positividade de anticorpos antigliadina e antitransglutaminase da classe IgA confirmam o diagnóstico de doença celíaca, sendo o padrão-ouro para essa investigação. 28. A avaliação histológica, quando indicada, deve ser realizada a partir de amostras de tecido biopsiado de intestino delgado, utilizando-se o sistema OLGA para a avaliaçãode atrofia vilositária e presença de infiltrado linfocitário. 29. Anemia, osteopenia, sintomas neurológicos e infertilidade são alterações extraintestinais que podem estar relacionadas à doença celíaca. 30. Após o tratamento com dieta restrita ao glúten e proteínas oriundas da cevada ou de centeio, espera-se recuperação histológica, negativação dos anticorpos relativos à doença celíaca. PROVA APLIC ADA PROCESSO SELETIVO – RM/SES – DF/2022 GRUPO 008 – TIPO “U” PÁGINA 3/9 31. Intolerância à lactose, também conhecida como alergia à proteína do leite de vaca, está relacionada à deficiência parcial ou total da enzima lactase, responsável pela digestão da lactose. 32. A lactase é uma enzima presente na borda em escova do intestino e a sua ausência ou diminuição podem levar a sintomas como distensão abdominal e diarreia. 33. A intolerância à lactose pode ser transitória, relacionada a pequenas e transitórias alterações do intestino, geralmente associadas a doenças diarreicas agudas. As condições clínicas que podem levar o paciente a apresentar quadros de alteração do ritmo intestinal são diversas, podendo ser de diferentes origens, como funcionais, infecciosas, inflamatórias e até mesmo neoplásicas. A respeito desses assuntos, julgue os itens a seguir. 34. A síndrome do intestino irritável é uma doença funcional que pode se apresentar tanto com diarreia, quanto com constipação, sendo possível também alternância entre ambas. 35. A colite pseudomembranosa geralmente ocorre após o uso de antibiótico, relacionada à presença da Entemoeba histolytica. 36. As doenças inflamatórias intestinais se dividem em doença de Crohn e colite ulcerativa. 37. A doença de Crohn pode acometer qualquer região do tubo digestivo com alta incidência de doença ileal e possibilidade de acometimento transmural. 38. A colite ulcerativa acomete o intestino grosso de forma ascendente, sendo fortemente suspeitada na presença de fístulas perianais. 39. A calprotectina fecal é o exame de escolha para o diagnóstico da síndrome do intestino irritável. 40. Os marcadores pANCA e ASCA se associam respectivamente à colite ulcerativa e à doença de Crohn, mas não de maneira patognomônica, devendo ser utilizado como complemento diagnóstico em casos selecionados. Área livre CLÍNICA MÉDICA Itens de 41 a 80 Um paciente de 41 anos de idade procurou atendimento porque, há algum tempo, apresenta queixas de tosse crônica e de chiado no peito, mostrando-se gradativamente mais cansado para o desenvolvimento de atividades diárias. Realizou uma espirometria, e o resultado chamou a atenção pelos valores da relação VEF1/CVF, que estãoo paciente tenha prova do laço positiva, será classificado como grupo B. 62. Mesmo com prova do laço positiva, se exames laboratoriais não evidenciarem plaquetas menores que 100 x 103/mm3 e aumento do hematócrito maior que 10%, o paciente pode ser manejado ambulatorialmente, com orientação de não utilização de ibuprofeno e retorno precoce para reavaliação. 63. O agente etiológico da dengue é o Aedes aegypti. 64. Para confirmação diagnóstica, pode ser solicitada a pesquisa do antígeno NS1, uma vez que a sorologia pelo método Elisa não é positiva nesse período da doença. 65. Caso o paciente apresente sinais de choque, sua classificação se modifica para grupo D. Área livre PROVA APLIC ADA PROCESSO SELETIVO – RM/SES – DF/2022 GRUPO 008 – TIPO “U” PÁGINA 5/9 Um paciente de 35 anos de idade procurou atendimento médico com queixa de diarreia líquido/pastosa há cerca de 45 dias, até quatro evacuações por dia, precedidas de cólicas que se aliviam com a eliminação das fezes. Nega febre ou produtos patológicos. Em relação a esse caso clínico e aos conhecimentos médicos correlatos, julgue os itens a seguir. 66. A dosagem da calprotectina fecal e da proteína C reativa pode ser utilizada no rastreio de doença inflamatória intestinal nos quadros de diarreia crônica. 67. Giardíase é um dos diagnósticos diferenciais para os quadros de diarreia crônica. 68. O rastreio sorológico para doença celíaca pode ser falso negativo por deficiência de IgE. 69. Os corticoides sistêmicos são a opção de tratamento de manutenção para pacientes com doença de Crohn, em especial se associados a imunobiológicos. 70. Caso o paciente com diarreia crônica apresente fístulas perianais, o diagnóstico de doença de Crohn deve ser aventado. 71. Se a principal hipótese diagnóstica for diverticulite aguda, quanto mais precoce a realização da colonoscopia, melhor para a definição diagnóstica. 72. Nos diagnósticos de colite microscópica, mesalazina e budesonida são opções terapêuticas. 73. Além da diarreia, a síndrome do intestino irritável pode se apresentar clinicamente com quadro de constipação. 74. Os antidepressivos tricíclicos fazem parte do arsenal terapêutico da síndrome do intestino irritável. Um paciente de 67 anos de idade internou-se na noite do dia 10 para ser submetido a hernioplastia inguinal de maneira eletiva. Na manhã do dia 11, data programada para a cirurgia, despertou com importante quadro de tosse associada a expectoração esverdeada, além de astenia e adinamia. A equipe de enfermagem, na coleta matutina de sinais vitais, observou que o paciente se encontrava febril (38,5 ºC). Os demais sinais vitais estavam estáveis, como FC = 85 bpm, FR = 19 irpm, PA = 120 mmHg x 75 mmHg e SatO2 = 97% em ar ambiente. O médico dele chegou logo após a saída da equipe de enfermagem e informou que os exames laboratoriais solicitados na véspera (hemograma, coagulograma, função renal e enzimas hepáticas) estavam todos normais. Mas, ao saber da febre e da tosse, decidiu suspender a cirurgia e solicitou uma radiografia de tórax. A respeito desse caso clínico e com base nos conhecimentos médicos correlatos, julgue os itens a seguir. 75. Como a suspeita é de pneumonia, a radiografia de tórax pouco ajudará nesse diagnóstico, sendo preferível solicitar uma tomografia computadorizada. 76. A tomografia computadorizada de tórax é o método mais sensível para identificação de pneumonia. 77. Por estar a mais de 12 horas no hospital, essa pneumonia é classificada como nosocomial. 78. O tratamento com antibiótico inicial é definido de forma empírica em razão da impossibilidade de se obterem resultados microbiológicos logo após o diagnóstico da pneumonia. 79. Antes da Covid-19, o principal agente etiológico viral nas pneumonias era o rinovírus. 80. Por causa da idade do paciente, o ideal é que seu tratamento seja feito em regime intra-hospitalar. Área livre PROVA APLIC ADA PROCESSO SELETIVO – RM/SES – DF/2022 GRUPO 008 – TIPO “U” PÁGINA 6/9 INFECTOLOGIA Itens de 81 a 120 Uma enfermeira de 50 anos de idade, no decorrer do seu turno de trabalho, em um hospital geral do interior de Goiás, acidentou-se com uma agulha contaminada com sangue de um paciente internado há 5 dias, com diagnóstico de febre a esclarecer e suspeita de dengue. A funcionária é vacinada para hepatite B e sabidamente tem anti-HBs reagente ≥ 10 mUI/mL. Quanto a esse caso e com base nos conhecimentos médicos correlatos, julgue os itens a seguir. 81. O primeiro atendimento após a exposição ao vírus da imunodeficiência humana (HIV) é uma urgência. A profilaxia pós-exposição (PEP) deve ser iniciada o mais precocemente possível, tendo como limite as 72 h subsequentes à exposição. Naõ há benefı́cio da profilaxia com antiretrovirais após 72 h da exposição. 82. Nos casos envolvendo acidentes com fonte desconhecida, por exemplo, agulha em lixo comum, lavanderia, coletor de material perfurocortante ou fonte conhecida com sorologia desconhecida (pessoa-fonte que faleceu ou que não se apresenta ao serviço para testagem), a decisão de instituir a PEP deve ser individualizada. 83. A indicação do médico para iniciar ou não a PEP com tenofovir + lamivudina + dolutegravir por 28 dias, nessa paciente, depende do status sorológico para HIV, o que deve ser sempre avaliado por meio de teste rápido para HIV. 84. Se o paciente-fonte apresentar exame de HBSAg reagente, a profissional de saúde envolvida no acidente de trabalho deve receber imunoglobulina humana anti- hepatite B (IGHAHB). 85. Quando o paciente-fonte apresentar anti-HCV reagente, faz-se necessário realizar o exame de HCV-RNA para confirmar a infecção pelo vírus da hepatite C, e nesta situação, o paciente exposto deve utilizar ribavirina como antiviral para profilaxia de hepatite C. 86. As pessoas que tenham sofrido mordeduras, lesões ou cortes devem ser avaliadas quanto à necessidade de PEP, pelo risco de adquirir infecção por HIV e, também, necessidade de imunização para tétano. Área livre Um paciente de 32 anos de idade, hipertenso, em uso de losartana e com IMC normal, não vacinado para Covid-19, iniciou quadro de tosse seca e mialgia em 14 de junho de 2021. No segundo dia dos sintomas o RT-PCR, em swab nasal para Covid-19, foi detectável. No terceiro dia dos sintomas, iniciou febre alta e persistente que durou até o sexto dia e cessou, mas a tosse foi piorando progressivamente. No oitavo dia de doença (já sem febre há 24 h), a tosse seca estava insuportável e o paciente iniciou cansaço. Então, procurou um pronto-socorro onde fez gasometria arterial com hipoxemia e tomografia de tórax que evidenciou 50% de cometimento em vidro fosco e foi indicado internação. Antes da internação, o paciente iniciou a quarentena em sua residência e usou apenas sintomáticos. Com base nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos, julgue os itens a seguir. 87. A tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR), em pacientes com Covid-19 pode apresentar opacidade em vidro fosco periférico, bilateral, com ou sem consolidação ou linhas intralobulares visíveis (“pavimentação”) ou opacidade em vidro fosco multifocal de morfologia arredondada com ou sem consolidação ou linhas intralobulares visíveis (“pavimentação”) ou sinal de halo reverso ou outros achados de pneumonia em organização (observados posteriormente na doença). 88. Nesse caso acima o teste usado para o diagnóstico da infecção por SARS CoV-2 foi um teste molecular (RT- PCR em swab nasal). Testes sorológicos (teste rápido, Elisa, Eclia, Clia) para Covid-19 não deverão ser utilizados de forma isolada, para estabelecer a presença ou a ausência da infecção pelo SARS-CoV-2,nem como critério para isolamento ou sua suspensão, independentemente do tipo de imunoglobulina (IgA, IgM ou IgG) identificada. 89. Um ponto sensível nesse caso era a respeito da imunidade adquirida e sua persistência, uma vez que recentes estudos publicados admitem a possibilidade de reinfecção pelo vírus SARS-CoV-2 em um curto período de tempo. Indivíduo com dois resultados positivos de RT-PCR em tempo real para o vírus SARS- CoV-2, com intervalo igual ou superior a 60 dias entre os dois episódios de infecção respiratória são considerados casos suspeitos de reinfecção. 90. Esse paciente tem indicação de uso de plasma de convalescente, pois os estudos demonstraram diminuição do tempo de recuperação com esse tratamento, porém sem efeito claro em redução da mortalidade. Ele pode ser oferecido como opção em adjuvância ao tratamento padrão (oxigênioterapia, anticoagulação e corticoterapia). 91. Valores de D-dímero três vezes o valor normal da superioridade indica risco de eventos trombóticos na Covid-19 e indicam uso de anticoagulantes em dose profilática, quando o paciente não tem contraindicação. 92. O uso de corticoide em pacientes com Covid-19 é indicado apenas para casos de pacientes que necessitem de uso de oxigênio suplementar. Assim, pacientes com Covid-19 leve, não internados e sem uso de oxigênio, não devem receber corticoides na infecção pelo SARS-CoV-2. 93. A orientação acerca do intervalo entre as vacinas contra Covid-19 e as demais vacinas é de 14 dias. Desta forma, as vacinas contra Covid-19 não poderão ser administradas de maneira simultânea com as demais vacinas. PROVA APLIC ADA PROCESSO SELETIVO – RM/SES – DF/2022 GRUPO 008 – TIPO “U” PÁGINA 7/9 94. Profissionais do serviço de saúde, pacientes, acompanhantes e visitantes infectados com SARS-CoV-2, quando não são prontamente identificados e isolados, podem transmitir o vírus a outras pessoas, ocasionando surtos relacionados à assistência a saúde, que podem se propagar para a comunidade. Em agosto de 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibilizou, um formulário eletrônico para a notificação nacional obrigatória de todas as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) causadas pelo SARS-CoV- 2 (IRAS – Covid-19) adquiridas no período da internação do paciente nos serviços de saúde do País. 95. Os dados disponíveis indicam que pessoas com Covid-19 leve a moderada podem transmitir o vírus não mais que 14 dias, após o início dos sintomas. Pessoas com a doença mais grave a crítica ou pessoas imunocomprometidas, provavelmente podem transmitir o vírus não mais que 20 dias, após o início dos sintomas. O critério que deve ser seguido para descontinuar precauções adicionais e isolamento em pacientes com Covid-19 leve confirmado, não imunossuprimidos, ou assintomáticos, são de 14 dias, após a data do primeiro teste positivo RT-PCR em tempo real ou teste de antígeno. 96. As evidências atuais sugerem que o SARS-CoV-2 se espalha principalmente entre pessoas que estão em contato próximo umas com as outras, normalmente dentro de 1 m (curto alcance), por meio de pequenas partículas líquidas, expelidas durante a fala, tosse ou espirro. Essas partículas líquidas são de tamanhos diferentes, variando de gotículas respiratórias maiores a aerossóis menores. Sendo que a transmissão por aerossóis já era reconhecida como de alto risco em situações que comumente podem gerar essas partículas em ambientes hospitalares, como, por exemplo, durante a manipulação direta da via aérea, intubação e extubação de pacientes, ou em procedimentos de aspiração. Área livre Uma paciente de 33 anos de idade, parda, natural do Rio de Janeiro, residente em Petrópolis, funcionária pública, casada. Compareceu à emergência com história de que 4 dias antes da internação a paciente estava em um sítio quando, ao apoiar-se em uma árvore, sentiu intensa dor em queimação na palma da mão esquerda. Neste momento, notou que havia tocado em uma lagarta. O animal foi descrito como possuindo mais ou menos 5 cm de comprimento, com corpo recoberto de cerdas ou espículas pontiagudas ou ramificadas, de coloração marrom-claro-esverdeada. Após seis horas do acidente, evoluiu com importante edema no membro superior esquerdo e ocorrência de pico febril = 38,9 oC, aliviado com dipirona. No dia seguinte, houve melhora da dor e do edema no membro afetado, com surgimento de vômitos, diminuição do débito urinário, dor lombar bilateral. Procurou assistência médica 48 h após o acidente, sendo realizada ultra-sonografia (USG) abdominal que não mostrou alterações importantes; foi medicada com analgésicos e antieméticos (sem melhora) e instituída reposição volêmica. A paciente, entretanto, manteve-se oligúrica. No dia seguinte evoluiu com enterorragia, melena e hematúria, macroscópica, evoluindo com perpetuação da oligúria, a despeito da estabilidade hemodinâmica e icterícia. Considerando esse caso clínico e com base nos conhecimentos médicos correlatos, julgue os itens a seguir. 97. O diagnóstico nesse caso é acidente por Lonomia. As manifestações locais são: dor imediata (queimação), irradiada para o membro, com área de eritema e edema na região do contato. As manifestações sistêmicas são raras hemorragais como gengivorragia, equimoses espontâneas ou traumáticas, epistaxe, hematúria, hematêmese e hemoptise, que podem indicar maior gravidade, com insuficiência renal aguda associada a óbitos. 98. Os fatores de risco para gravidade do acidente envolvem a quantidade e a intensidade do contato com as lagartas e a presença de traumatismos que podem levar à hemorragia maciça ou em órgão vital. E não existe tratamento com soroterapia para este tipo de acidente com animal peçonhento. 99. Deve-se utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas de raspa de couro e calçados fechados ou botas, para o trabalho na agricultura e atividades rurais, como também no manuseio de materiais de construção; no transporte de lenhas; na remoção de entulhos; na limpeza de jardins, quintais e terrenos baldios; entre outras atividades. 100. Em acidentes escorpiônicos classificados clinicamente como leves, não é necessário o tratamento soroterápico, apenas o sintomático. No entanto, crianças de até 9 anos de idade (principalmente as menores de 7 anos de idade), apresentam maior risco de complicações sistêmicas e de óbito. O quadro de envenenamento é dinâmico e pode evoluir para maior gravidade em poucas horas, por isso também e indicado soroterapia nestes casos. Área livre PROVA APLIC ADA PROCESSO SELETIVO – RM/SES – DF/2022 GRUPO 008 – TIPO “U” PÁGINA 8/9 Um paciente 40 anos de idade, caminhoneiro, compareceu ao pronto-socorro com história de febre, calafrios, mialgia e artralgia há 4 dias. Hoje procurou atendimento pela febre alta persistente e início de náuseas e diarreia. Casado, nega relações sexuais de risco, mas com a esposa não usa preservativo. Estava há duas semanas viajando pelas estradas e veio do Acre. Ao exame físico, lúcido, orientado, descorado 2+/4+, anictérico, hidratado. Tax = 39 oC, PA = 90 mmHg x 60mmHg, FC = 60 bpm. Aparelho cardiorrespiratório e abdome sem alterações. Pele discreto rash difuso. Os resultados dos exames laboratoriais foram Hb = 11,6 g/dL, leucócitos = 4.300 cel/mm3, Ht = 45%, linfócitos = 36%, plaquetas = 150.000 cel.mm3. PCR = 10mg/dL. TGO = 100 U/L, TGP = 80 U/L, ureia = 30mg/dL e creatinina = 1,0 mg/dL. Com base nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos, julgue os itens a seguir. 101. A hipótese mais provável é que seja um quadro de arbovirose, dengue, Chikungunya ou Zika vírus. A febre amarela também e uma arbovirose, porém não se encaixa nesse quadro clínico pela função renal normal e as transaminases na febre amarela são bem mais elevadas. 102. Nessa consulta, o médicodeve pedir exame de sorologia (IgM /IgG) para dengue, Zika vírus e Chikungunya para a confirmação diagnóstica, e é necessário notificar esta suspeita de arbovirose. 103. A maioria dos sinais de alarme na dengue é resultante do aumento da permeabilidade vascular, a qual marca o início do deterioramento clínico do paciente e sua possível evolução para o choque por extravasamento de plasma. Neste caso, se o diagnóstico for dengue, o paciente não deverá apresentar nesta consulta nenhum sinal de alarme. 104. Outros sinais e sintomas descritos na fase aguda de Chikungunya são dor retro-ocular, calafrios, conjuntivite não purulenta, faringite, náusea, vômitos, diarreia, dor abdominal e neurite. As manifestações do trato gastrointestinal são mais presentes nas crianças. Pode haver linfadenomegalias associadas. 105. Gestantes infectadas, mesmo as assintomáticas, podem transmitir o vírus ao feto. Essa forma de transmissão da infecção pode resultar em aborto espontâneo, óbito fetal ou malformações congênitas. Deve-se ficar atento para o aparecimento de quadros neurológicos, tais como a síndrome de Guillain-Barré, encefalites, mielites e neurite óptica, entre outros. 106. A leishmaniose visceral tem como agente causador os protozoários tripanossomatídeos do gênero leishmania. Nas Américas, a leishmania infantum é a espécie mais comumente envolvida na transmissão. A transmissão ocorre pela picada dos vetores infectados pela leishmania infantum. Não ocorre transmissão de pessoa para pessoa. 107. A malária ocorre por meio da picada da fêmea do mosquito Anopheles, quando infectada pelo Plasmodium spp. O diagnóstico diferencial de malária é feito com febre tifoide, dengue, febre amarela, leptospirose, hepatite infecciosa, leishmaniose visceral, doença de Chagas aguda, febres hemorrágicas e outros processos febris. Neste ano de 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) está recomendando o uso generalizado da vacina contra a malária entre crianças na África Subsaariana e em outras regiões com transmissão de moderada a alta da malária por P. falciparum. 108. A síndrome de Haff é conhecida como “doença da urina preta” e não é uma arbovirose. Ela é causada por uma toxina capaz de levar o músculo à necrose com a ruptura das células musculares, originando uma urina escura semelhante à cor de café. Normalmente, ocorre após ingestão de pescado contaminado. Como a eliminação dessa toxina é feita pelos rins, muitas pessoas acabam tendo até insuficiência renal, por isso o especialista reforça a importância de se procurar um atendimento médico o quanto antes, para que a toxina possa ser eliminada o mais rapidamente possível e cause menos danos aos rins. Qualquer pessoa pode ser contaminada pela doença do “xixi preto” e não tem como ser evitada. Um paciente de 18 anos de idade compareceu à consulta com infectologista queixando-se de diarreia há 5 meses, cerca de 7 episódios de fezes líquido-pastosas por dia, com muco e sem sangue, sem restos alimentares, sem febre e com perda de peso, tenesmo e dor abdominal. Em relação a esse caso clínico e com base nos conhecimentos médicos correlatos, julgue os itens a seguir. 109. As doenças diarreicas agudas correspondem a um grupo de doenças infecciosas gastrointestinais caracterizadas por uma síndrome, na qual ocorre a diminuição da consistência das fezes, o aumento do número de evacuações (mínimo de 3 episódios em 24 h) e, em alguns casos, há presença de muco e sangue. 110. A diarreia do caso apresentado pode ter como agente etiológico a bactéria Entamoeba histolytica, causando amebíase intestinal. Este agente causa diarreia que pode durar de semanas até meses. 111. Na ocorrência de surto de diarreias agudas, recomenda- se a coleta de amostras de fezes para pesquisa de bactérias, vírus e outros parasitos intestinais oportunistas. As fezes devem ser coletadas antes da administração de antibióticos. 112. Nesse caso, é necessário solicitar sorologia para HIV, pois é uma diarreia crônica em paciente jovem e com perda de peso. Uma paciente de 26 anos de idade, esplenectomizada há 2 anos por ser portadora de esferocitose, apresentou quadro de cefaleia, vômitos e febre alta, e foi levada ao hospital de urgência de sua cidade. Acerca desse caso clínico e com base nos conhecimentos médicos correlatos, julgue os itens a seguir. 113. A principal hipótese é meningite, e o principal agentes etiológicos desse caso clínico é a Neisseria meningitidis (meningococo). O exame de cultura do líquor é o padrão-ouro para o diagnóstico de meningite. 114. O tratamento de escolha para as meningites bacterianas no adulto é ceftriaxone 2 g endovenoso, 24/24 h por 7 dias. 115. A paciente deve ser internada por precaução de gotículas e contato. 116. Se o resultado do líquor demonstrasse cocos negativos, o médico deveria receitar quimioprofilaxia para os contactentes da paciente, independentemente do estado vacinal deles. PROVA APLIC ADA PROCESSO SELETIVO – RM/SES – DF/2022 GRUPO 008 – TIPO “U” PÁGINA 9/9 Um paciente de 26 anos de idade, profissional do sexo, procurou o ambulatório de infecções sexualmente transmissíveis (IST) na sua cidade com queixa de úlcera em região da vulva há 30 dias. A úlcera tinha bordas endurecidas, era não dolorosa, e a paciente negou a presença de qualquer outro sintoma. Com base nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos, julgue os itens a seguir. 117. O principal diagnóstico é de sífilis primária e o exame de escolha é o VDRL para confirmar este diagnóstico. 118. A benzilpenicilina benzatina é o medicamento de escolha para o tratamento de sı́filis, no período de gestação. Apesar da resistência de T. pallidum à penicilina no Brasil e no mundo, mas utilizando doses preconizadas de benzilpenicilina benzatina como 2,4 milhões UI, IM, dose única (1,2 milhão UI em cada glúteo) para sífilis primária este antimicrobianos se torna eficaz. 119. A reação de Jarisch-Herxheimer é um evento que pode ocorrer durante as 24 h após a primeira dose de penicilina, em especial nas fases primária ou secundária. Caracteriza-se por exacerbação das lesões cutâneas, com eritema, dor ou prurido, mal-estar geral, febre, cefaleia e artralgia, por isso é preciso descontinuar o tratamento imediatamente. 120. Nesse ambulatório, o médico deve realizar aconselhamento centrado na pessoa e em suas práticas sexuais, contribuir para que a pessoa reconheça e minimize o risco de infecção por uma IST. Além disso, deve oferecer testagem para o vírus da imunodeficiência humana (HIV), sífilis e hepatite B e C; oferecer vacinação para hepatite A e hepatite B, e para o vírus do papiloma humano (HPV), quando indicado. Informar também a respeito da possibilidade de realizar Prevenção Combinada para IST/HIV/hepatites virais. Área livre Área livre