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Conferência 01 - Microbiologia patológica 
Microbioma humano 
Micróbios vivem de forma estável dentro do corpo 
humano → formando uma colônia benéfica para o 
organismo; 
Exemplo: Escherichia coli → está presente no intestino 
➔ auxilia na digestão 
➔ Auxilia na síntese de vitamina B para o 
metabolismo e vitamina K para a coagulação 
➔ evita o crescimento de espécies patogênicas 
➔ treina o sistema imune para decidir quais 
invasores atacar 
OBS: Os antibióticos alteram o microbioma, gerando 
imunossupressão para algumas bactérias 
Células procarionte das bacté se rias 
Algumas células, como as bactérias, não têm um núcleo 
separado porque não possuem carioteca, que é a 
membrana que envolve o núcleo em células mais 
complexas. Isso significa que o material genético fica 
solto no citoplasma, em pequenos pedaços. 
Elas não possuem organelas complexas, como as células 
humanas. 
Material genético disperso → O DNA bacteriano não 
está organizado dentro de um núcleo como nas células 
humanas, ele fica flutuando no citoplasma em pequenos 
fragmentos. 
Têm um plasmídeo, que é um pedaço extra de DNA que 
pode ser compartilhado entre bactérias, ajudando a 
transmitir informações genéticas, como resistência a 
antibióticos. 
Parede celular resistente → A parede celular protege a 
bactéria e dá forma a ela. Alguns antibióticos, como a 
penicilina, atacam essa parede, enfraquecendo a 
bactéria até que ela morra. 
Antibióticos não afetam células humanas → Como 
nossas células não possuem parede celular, esses 
antibióticos só afetam as bactérias, tornando-os 
seguros para uso em humanos. 
Estrutura da parede celular 
Cada bactéria tem uma 
camada de 
peptideoglicano 
diferente (parede celular 
distinta) 
Pontes peptídicas ligam 
as camadas e são 
individuais de cada bactéria 
Bactéria Gram positiva: 
A parede celular tem várias camadas de 
peptideoglicanos (retém mais corante). 
No teste de coloração de Gram, as bactérias 
Gram-positivas possuem uma parede celular espessa, 
rica em peptideoglicanos, que retém mais cristal violeta, 
resultando em uma coloração roxa. 
Existem duas substâncias importantes na parede 
celular: 
➔ Ácido teicóico → Ele se prende à membrana 
externa da bactéria e ajuda a dar mais 
resistência à parede. 
➔ Ácido lipoteóico → Ele se liga diretamente à 
parede celular, ajudando a manter a estrutura 
firme 
Além disso, essa parede contém: 
Proteínas de peptideoglicanos, que fazem parte da 
estrutura. 
Enzimas dispersas no ambiente, mas elas não 
funcionam tão bem porque estão espalhadas e não 
concentradas em um lugar específico. 
 
As bactérias Gram-positivas podem produzir a enzima 
beta lactamase, que tem a função de quebrar 
antibióticos beta-lactâmicos (como a penicilina), 
tornando-os ineficazes. No entanto, diferentemente das 
bactérias Gram-negativas, que retêm a enzima dentro do 
espaço periplasmático, as Gram-positivas liberam a 
betalactamase no meio externo. 
Bactérias gram negativa 
As bactérias Gram-negativas possuem uma parede 
celular fina, com poucas camadas de peptideoglicano, o 
que faz com que não retenham o corante cristal violeta 
na coloração de Gram, ficando coradas de 
rosa/vermelho após a aplicação da safranina. 
Componentes da parede celular das gram-negativas: 
Peptideoglicanos: camada fina que dá alguma 
resistência à célula, mas menos espessa do que nas 
Gram-positivas. 
Lipopolissacarídeos (LPS): são componentes da 
membrana externa e funcionam como endotoxinas, 
podendo causar inflamação e febre no organismo 
hospedeiro. 
Porinas: proteínas presentes na membrana externa que 
formam canais por onde passam substâncias, incluindo 
antibióticos. 
- Mutação nas porinas pode bloquear a entrada 
de antibióticos, tornando a bactéria resistente 
ao tratamento. 
Espaço Periplasmático: 
Localizado entre a membrana citoplasmática e a 
camada de peptidoglicano. 
Rico em enzimas, incluindo beta lactamases, que 
quebram antibióticos beta-lactâmicos (como penicilinas 
e cefalosporinas). 
Diferente das Gram-positivas, que liberam a enzima no 
meio externo, as Gram-negativas retêm as 
betalactamases no espaço periplasmático, aumentando 
a eficácia da resistência. → Isso faz com que os 
antibióticos sejam inativados antes mesmo de atingirem 
o alvo dentro da bactéria, sendo essa a principal forma 
de resistência das 
Gram-negativas. 
Possuem uma 
membrana externa, 
intrínseca a parede 
celular → dificulta mais 
ainda a entrada de 
antimicrobianos 
Coloração gram 
A coloração de Gram é um método laboratorial usado 
para diferenciar bactérias com base na estrutura de sua 
parede celular. Ela divide as bactérias em dois grandes 
grupos: 
Gram-positivas → Parede celular 
espessa, rica em 
peptideoglicano. Retêm o 
corante cristal violeta e ficam 
roxas na microscopia. 
Gram-negativas → Parede 
celular fina, com menos 
peptidoglicano e presença de 
uma membrana externa. Não 
retêm o cristal violeta e 
adquirem a coloração 
rosa/vermelha após a aplicação da safranina. 
morfologia das bactérias 
As bactérias podem apresentar diferentes formatos 
(morfologia), sendo os principais: 
● Cocos → Formato esférico (ex.: Staphylococcus 
aureus). 
● Bacilos → Formato alongado, tipo bastonete 
(ex.: Escherichia coli). 
● Espirilos → Formato espiralado (ex.: 
Helicobacter pylori). 
● Vibriões → Formato de vírgula ou meia-lua 
(exVibrio cholerae). 
 
Além disso, as bactérias podem se organizar em 
diferentes padrões, como: 
● Diplococos → Cocos agrupados aos pares. 
● Estreptococos → Cocos alinhados em cadeia. 
● Estafilococos → Cocos agrupados em "cachos 
de uva". 
 
Bactérias do tipo cocos 
 
A primeira etapa da análise bacteriana é a coloração 
GRAM → Após isso, o laboratório faz algumas provas 
bioquímicas na cultura 
Teste da catalase → 
realizado nas Gram 
positivas para 
verificar qual produz 
essa enzima 
Teste da coagulase → 
realizado 
especificamente nas Staphylococcus 
Cocos gram positivos 
Staphylococcus 
É um dos maiores 
patógenos humanos 
porque pode causar 
infecção em qualquer 
lugar, desde infecções de 
pele até meningites, 
pericardites e 
pneumonia. 
Faz parte da nossa microbiota normal. 
 Staphylococcus mais relacionados às doenças: 
➔ Staphylococcus aureus → é a mais comum o 
➔ Staphylococcus epidermidis → Frequente em 
infecções por descontinuidade da pele 
➔ Staphylococcus haemolyticus 
➔ Staphylococcus lugdunensis 
➔ Staphylococcus saprophyticus → frequente em 
infecção urinária na mulher jovem 
Patogênese 
Mediadas por toxinas 
1⃣ Citotoxinas (Alfa, Beta, Delta, Gama e Leucocidina de 
Panton-Valentine - PVL): Podem causar lesão celular e 
inflamação, facilitando a disseminação da bactéria no 
corpo. 
- Citotoxinas → associado a doenças necrosantes 
2⃣ Toxinas esfoliativas (ETA e ETB): São serinas proteases, 
enzimas que quebram ligações entre células na pele → 
causando descamação da pele. 
- Exemplo de doença favorecida por essa toxina: 
síndrome da pele escaldada 
3⃣ Enterotoxinas (A-E, G-I): São superantígenos que ativam 
o sistema imunológico de forma exagerada, estimulando 
- aumento do peristaltismo intestinal, proliferação de 
células T. 
4⃣ Toxina-1 da Síndrome do Choque Tóxico (TSST-1): 
Superantígeno que pode causar choque tóxico. 
 
Componentes estruturais 
Auxilia a bactéria a evadir do nosso sistema imune 
(defesa dos ataques da imunidade humana) 
Cápsula → impede a fagocitose 
Camada mucóide (biofilme) → forma um filme que 
favorece a fixação da bactéria 
 
Enzimas 
 
Doenças associadas 
 
 
 
 
 
 
 
Epidemiologia 
➔ Flora normal sobre a pele humana e superfícies 
mucosas 
- Todas as pessoas são colonizadas com estafilococos coagulase 
negativos na pele. 
- S.aureus pode colonizar a pele transitoriamente. S. aureus e 
SCN podem colonizar orofaringe e os tratos gastrointestinal e 
urogenital 
- S.aureus em crianças mais velhas e em adultos é mais comum 
na nasofaringe anterior do que na orofaringe. ( 15% a 20% das 
pessoasesse grupo bacteriano. 
❓Por que os carbapenêmicos funcionam contra bacilos 
gram-negativos, mesmo quando outros beta-lactâmicos 
falham? 
1. Alta afinidade pelas PBPs: Os carbapenêmicos 
se ligam com muita facilidade e força à maioria 
das PBPs → Essa alta afinidade permite que eles 
sejam mais eficazes, mesmo em bactérias mais 
resistentes, como os bacilos gram-negativos. 
2. Resistência à destruição por enzimas 
beta-lactamases: Carbapenêmicos são estáveis 
frente à maioria dessas enzimas, incluindo: 
- ESBL (Beta-lactamases de espectro 
estendido): que destroem vários tipos de 
cefalosporinas. 
- AmpC beta-lactamases: que conferem 
resistência a muitos beta-lactâmicos e 
são comuns em certas bactérias como 
Enterobacter. 
 
A tabela compara três carbapenêmicos: Imipenem, 
Meropenem e Ertapenem, destacando suas principais 
características farmacocinéticas e efeitos adversos. 
★ Ertapenem: Possui meia-vida longa, 
necessitando apenas uma dose por dia, mas 
tem alta ligação protéica + não penetra bem no 
SNC, portanto não trata meningite 
★ Meropenem: Menor ligação proteica, meia-vida 
curta, mas baixo risco de convulsões. 
★ Imipenem: Maior risco de convulsões, meia-vida 
curta, exigindo doses mais frequentes. 
Todos os beta-lactâmicos podem causar convulsão, mas 
os carbapenêmicos tem maior incidência → com 
destaque ao imipenem 
★ Cautela com o uso em pacientes com epilepsia 
e infecções do SNC (porque tem maior chance 
de ocasionar convulsões) 
Ertapenem poupa a seleção de carbapenêmicos para 
pseudomonas – ou seja, poupa a pressão seletiva → OU 
SEJA: 
- Quando esses antibióticos são usados 
frequentemente, há um risco maior de 
selecionar Pseudomonas resistentes. O 
Ertapenem não tem ação forte contra 
Pseudomonas aeruginosa. Porém, o Ertapenem 
não tem ação forte contra Pseudomonas 
aeruginosa. → Isso significa que seu uso não 
contribui para o surgimento de resistência em 
Pseudomonas, pois ele não pressiona essa 
bactéria a evoluir. 
- Ou seja, ele preserva a eficácia dos outros 
carbapenêmicos (imipenem e meropenem), que 
ainda podem ser usados contra Pseudomonas 
quando necessário. 
São bem distribuídos em todo o corpo e penetram bem 
na maioria dos tecidos 
Penetram nas meninges inflamadas (exceto ertapenem) 
Efeitos adversos 
Convulsões: medicamento se liga ao receptor GABA 
★ Imipenem liga-se com maior afinidade que o 
Meropenem. 
★ A convulsão acontece, principalmente, quando 
utilizada em altas doses 
Indicações clínicas 
Infecções graves por bactérias resistentes 
★ Os carbapenêmicos devem ser reservados para 
pacientes críticos 
Infecções relacionadas à assistência à saúde 
OBS: Não funciona para MRSA – porque quando o 
estafilococos adquire resistência a oxacilina, irá ter 
resistência a todos os beta-lactâmicos → EXCETO 
cefalosporina de quinta geração 
★ Quando há suspeita de Staphylococcus MRSA 
→ pode usar Meropenem e Vancomicina → 
assim irá cobrir os gram negativos e 
estafilococos resistente 
Usos clínicos 
★ Pneumonia adquirida no hospital (PAV). 
★ Meningites bacterianas (somente Meropenem). 
★ Infecções por BGN produtores de ESBL 
(betalactamases de espectro ampliado) + 
anaeróbios 
 Meropenem 
PRIMEIRA ESCOLHA: Em infecções de bactérias 
resistentes 
E o antibiótico de maior espectro dentro dos beta- 
lactâmicos → age nas bactérias que a piperacilina + 
tazobactam age, mas atinge também outras bactérias 
que são resistentes. 
OBS: Ao fazer antibióticos de maior espectro estará 
sendo tratado bactérias resistentes (como de ambiente 
hospitalar e ambientes de contato com serviço de 
saúde), mas também age em bactérias de infecções 
comunitárias mais sensíveis. 
Atividade específica bacteriana – 1° escolha 
Enterobacteriaceae produtoras de ESBL e Ampc: 
- E. coli. 
- Klebsiella sp. 
Bacilos Gram-negativos não fermentadores: 
Pseudomonas aeruginosa 
OBS: Também tem potencial de agir em todas as 
bactérias que as penicilinas agem, Leptospira sp., S. 
aureus (somente se for sensível a oxacilina – MSSA) → 
NÃO será primeira escolha 
Doses e modo de usar: 
★ Dose usual → 1 g de 8/8 horas → Dose usual → 1 
g de 8/8 horas 
★ Dose em meningite → 2 g, IV de 8/8 horas → 
infusão.em 4 horas 
★ Dose em pacientes com sepse ou choque 
séptico → 2 g de 8/8 horas com infusão em 1 a 4 
horas 
Exemplo clínico da aula: 
Paciente internado no Hospital há 2 semanas, seu 
quadro inicial era de febre a esclarecer, foi 
diagnosticado com leucemia mieloide aguda e está em 
tratamento quimioterápico – primeira dose do 
tratamento. 
Evoluiu com novo quadro de febre, evoluiu com 
rebaixamento do nível de consciência é levado para a 
UTI, sendo colocado em VM, está instável em uso de 
drogas vasoativas (noradrenalina). Não tem foco 
definido. 
1. Ele está instável, em ventilação mecânica e em 
uso de noradrenalina, indicando um choque 
séptico. 
2. Não há foco infeccioso definido, é necessário 
iniciar terapia antimicrobiana de amplo 
espectro o mais rápido possível. 
Qual medicamento escolher? 
1. Carbapenêmico (Meropenem ou Imipenem) porque? 
★ Cobre bactérias gram-negativas, incluindo 
enterobactérias produtoras de ESBL e 
Pseudomonas aeruginosa 
★ Boa ação contra gram-positivos e anaeróbios. 
2. Vancomicina: Cobertura para Staphylococcus aureus 
resistente 
★ Cobertura contra MRSA e outros gram-positivos 
resistentes. 
★ Indicação: Paciente com quadro grave, em 
ventilação mecânica (risco de pneumonia 
associada à VM), instável e sem foco definido. 
Imipenem 
Em geral, os Concentração inibitória mínima (MIC) para 
imipenem são maiores que para o meropenem. 
★ Isso significa que é necessário mais Imipenem para 
inibir o crescimento da bactéria em comparação com 
Meropenem. 
Quando usar? Proteus, providencia e Morganella sp. 
Maior risco de convulsão 
Quanto maior a MIC, pior o tratamento, pois será 
necessário mais antibiótico para matar a bactéria. Isso 
pode significar resistência bacteriana e a necessidade 
de doses mais altas, aumentando o risco de efeitos 
colaterais. O ideal é uma MIC baixa, pois assim o 
antibiótico funciona com menor dose. 
Dose 
NÃO deve ser usado em infusão prolongada → Se usado 
dessa forma, pode perder a eficácia antes de atingir a 
concentração ideal no corpo. 
Dose habitual: 500 mg ou 1 g de 6/6 horas (sensibilidade 
intermediária). 
Pseudomonas: 3 a 4 g/dia, 8/8 horas ou 6/6 horas. 
- Para tratamento de infecções por Pseudomonas 
a dose deve ser aumentada e a infusão 
prolongada parece ser mais eficaz → 1 g de 6/6 
horas 
Se uma hemocultura mostra que a Pseudomonas 
aeruginosa é "intermediária" a um antibiótico, isso quer 
dizer que ela ainda pode ser eliminada, mas somente se 
o antibiótico for usado na dose máxima recomendada. 
→ isso ocorrerá com o uso de Meropenem e Imipenem 
- Meropenem → intermediário – 2 g de 8/8 horas 
- Imipenem → 1 g de 6/6 horas 
⚠ Ciprofloxacino + resistência → Não usar! → Se a 
hemocultura mostrar que a Pseudomonas é resistente 
ao Ciprofloxacino, ele não deve ser usado, pois não terá 
efeito contra a bactéria. 
🚨 Por que a Pseudomonas é tão difícil de tratar? Essa 
bactéria tem uma grande capacidade de desenvolver 
resistência, mesmo quando os antibióticos são usados 
corretamente. 
Ertapenem 
Primeira escolha em Bacterioides fragilis: 
Não tem ação contra Pseudomonas aeruginosa 
Não há dados com relação a penetração liquórica 
OBS: É mais suscetível às carbapenemases. 
Pode ser dada por via IM ou IV (1g de 24/24 horas) 
★ PAC 
★ ITU complicada 
★ Infecções pélvicas 
★ Infecções de pele e partes moles. 
OBS: Ertapenem pode ser usado para fazer menos 
pressão seletiva contra pseudomonas, porque não tem 
ação sobre elas 
- Pressão positiva: ocorre quando é usado um 
antibiótico que age sobre as bactérias, mas 
sobram as que são resistentes a ele → essas 
bactérias resistentes se multiplicaram formando 
uma colônia resistente 
Quais bactérias os carbapenêmicos não tem ação? 
★ Enterococcus faecium 
★ Estafilococos resistente a meticilina (MRSA)★ Clostridium difficile 
🦠 Como a bactéria se torna resistente aos 
carbapenêmicos? 
1⃣ Produção de enzimas que destroem os 
carbapenêmicos (Carbapenemases) → Enzimas que 
quebram o antibiótico 
2⃣ Diminuição da entrada do antibiótico na bactéria 
(Mutação nas porinas) → impede o antibiótico de entrar 
na célula. 
3⃣ Expulsão do antibiótico para fora da célula (Bomba de 
efluxo) → Algumas bactérias possuem bombas de efluxo, 
que funcionam como bombas de saída, expulsando o 
antibiótico da célula antes que ele possa agir. → ele não 
se acumula em quantidade suficiente para matar a 
bactéria. 
4⃣ Mudança nos alvos do antibiótico (Modificação das 
PBPs) → Algumas bactérias sofrem mutações que alteram 
a estrutura dessas PBPs, tornando-as menos sensíveis ao 
antibiótico. → o antibiótico não consegue mais se ligar 
às PBPs e a bactéria continua a crescer normalmente. 
1. Produção de carbapenemase 
Algumas bactérias produzem enzimas especiais 
chamadas carbapenemases, que quebram e inativam os 
carbapenêmicos, impedindo que eles atuem. 
Elas são classificadas em diferentes grupos (A, B e D), 
dependendo de sua estrutura e mecanismo de ação. 
Classe B – Metalo-beta-lactamases (MBLs) 
★ VIM / NDM (New Delhi metallo-b-lactamase-1). 
★ Os antibióticos beta-lactâmicos não funcionam 
contra essas enzimas! A única opção de 
tratamento pode ser antibióticos como 
polimixinas, tigeciclina ou fosfomicina. 
Classe A – Serina Carbapenemases 
★ KPC → pode ser resistente a quase todos os 
antibióticos beta-lactâmicos, sendo necessário 
Classe D - Oxacilinases (OXAs) 
★ OXAs – Acinectobacter baumannii. 
 
Classe A - KPC 
★ Transmitidas por plasmídeos, ou seja, podem 
passar de uma bactéria para outra. 
Classe B - Metalo-beta-lactamases 
★ Esse grupo inclui enzimas que precisam de 
zinco para funcionar. 
Fatores de risco para produção de carbapenemases: 
➔ Uso de cefalosporinas e carbapenêmicos. 
➔ Trauma. 
➔ Diabetes. 
➔ Malignidade. 
➔ Transplantes de órgãos 
➔ Ventilação mecânica 
➔ Cateteres urinários ou venosos de demora 
➔ Mau estado funcional geral ou doença grave 
2. Mutação das porinas 
➔ Pseudomonas aeruginosa 
- Ausência de OprD e uma porina (Redução da 
entrada do antibiótico) 
- Imipenem é mais afetado que o meropenem 
- produz a enzima AmpC, uma beta-lactamase 
que consegue degradar muitos antibióticos 
beta-lactâmicos. 
➔ Klebsiella pneumoniae 
- Diminuição de OmpK35 e Ompk36 
➔ Enterobacter sp. 
- Diminuição de OmpC e OmpF 
3. SISTEMA DE EFLUXO MULTIDROGA 
MexA-MexB-OspM → Pseudomonas aeruginosa + 
Resistência ao Meropenem e doripenem 
OBS: As pseudomonas tem todos os mecanismos de 
resistência, por isso é tão difícil tratar 
AZTREONAM 
É um B-lactâmico monocíclico sistêmico 
Ele tem afinidade pelo PBP3 da bactéria gram negativa, 
causando sua filamentação, lise bacteriana e morte. 
Possui um amplo espectro de atividades contra Gram 
negativas → NÃO têm ação contra gram positivas e 
anaeróbias 
Atividade microbiana: 
Atualmente, um dos esquemas utilizados para tratar 
infecções graves por Pseudomonas aeruginosa 
multirresistentes é a combinação de: Ceftazidima + 
Avibactam → Se a bactéria tiver 
metalo-beta-lactamases, pode ser necessário combinar 
com Aztreonam. 
- Ceftazidima → É um antibiótico beta-lactâmico 
(cefalosporina de 3ª geração) que atua inibindo 
a síntese da parede celular da bactéria. 
- Avibactam → É um inibidor de beta-lactamase 
que protege a ceftazidima da degradação. 
Utilizado em situações em que a cultura mostra 
sensibilidade e não tem outra opção 
Algumas cepas P. aeruginosa, Enterobacter cioacae e 
Citrobacter freundii são resistentes 
O Aztreonam é um antibiótico que só funciona contra 
bactérias gram-negativas. 
Ele é muito usado tanto no tratamento de infecções por 
gram-negativos quanto nos testes de sensibilidade a 
antibióticos, para ajudar a diferenciar gram-negativos 
de gram-positivos, já que não tem efeito algum sobre os 
gram-positivos. 
Resistência 
O aztreonam penetra prontamente na membrana 
externa das bactérias gram-negativas → Ele é resistente 
à hidrólise por todas as beta-lactamases da classe B e 
pela maioria das de classe A e D, mas é hidrolisado pelas 
B-lactamases KPC, ESBLs. 
➔ Dose → 1 a 2 g de 6/6 horas ou 8/8 horas - Pediatria: 
30 mg/kg a cada 6 horas 
RESISTÊNCIA PELOS COCOS GRAM POSITIVOS 
O mecanismo de resistência principal nos gram positivos 
é a modificação da PBP. 
Produção de PBPs com baixa afinidade aos 
betalactâmicos: 
➔ PBP2a – oxacilina resistência – S. aureus. 
➔ PBP2x – Streptococcus pneumoniae 
➔ PBP5 – Enterococcus faecium. 
ANTIBIÓTICOS INIBIDORES DA BETALACTAMASE 
Tipos: 
★ Ácido clavulânico ou clavulanato: usado com 
amoxicilina e ticarcilina. 
★ Sulbactam: usado com ampicilina. 
★ Tazobactam: usado com piperacilina e 
cefatolazane. 
★ Avibactam: usado com ceftazidima. 
★ Vaborbactam (não tem no Brasil): usado com 
meropenem. 
★ Relebactam (não tem no Brasil). 
 
Resistência: 
A atividade antibacteriana da combinação 
inibidor-antibiótico é determinada pelo espectro do 
beta-lactâmico companheiro. → A eficácia do 
tratamento depende do antibiótico da dupla, e não do 
inibidor. 
Ou seja, quem realmente mata a bactéria é o antibiótico 
(amoxicilina), e o inibidor (clavulanato) está ali só para 
proteger o antibiótico da destruição. → por exemplo, ao 
usar amoxicilina com clavulanato, é a amoxicilina que 
fará a ação e o clavulanato vai ligar ao receptor. 
★ O que pode ocorrer é a alteração da 
farmacocinética, por exemplo: Amoxicilina pura 
adentra no SNC, enquanto que associada com 
Clavulanato não adentra 
1. ÁCIDO CLAVULÂNICO + AMOXICILINA 
 
Para o Streptococcus não faz diferença o uso do 
Clavulanato, porque já é sensível a penicilina → sendo 
assim, não faz sentido tratar amigdalite bacteriana com 
amoxicilina + Clavulanato 
Pasteurella multocida → é a infecção associada a 
mordida de animais → Amoxicilina + Clavulanato é a 
PRIMEIRA opção 
Aspectos importantes: 
Produz níveis terapêuticos na bile, fluido do ouvido 
médio e tecido tonsilar, líquido peritoneal e líquido 
pleural. 
Não penetra meninges inflamadas → NÃO usar em 
meningite 
Absorção não sofre interferência da alimentação → 
mantém a farmacocinética de amoxicilina 
Efeito adverso importante: hepatotoxicidade, diarreia, 
febre, exantema e anafilaxia. 
Uso clínico: 
★ Otite média aguda em crianças 
★ Sinusite 
★ Pneumonia 
★ Infecções polimicrobianas, incluindo mordidas 
de origem humana ou animal e infecções do pé 
diabético 
2. AMPICILINA + SULBACTAM 
Agem em: 
★ S. aureus MSSA 
★ H. influenza 
★ Anaeróbios: bacterioides fragillis 
★ Sulbactam isoladamente: tem ação contra 
Acinetobacter baumanni o único que tem ação 
antimicrobiana 
Uso clínico: 
★ Infecções intrabdominais 
★ Infecções de pele e partes moles 
★ Mordidas humanas e de animais. 
★ Rinossinusites 
★ Pneumonias 
★ Pé diabético 
3. TAZOBACTAM 
Está disponível para administração parenteral em 
combinação: piperacilina + tazobactam ou cefatolazane 
+ tazobactam. 
OBS: Usado em casos selecionados – prescrito só com 
parecer da infectologia 
★ ITU complicada, incluindo pielonefrite 
★ Infecções intra-abdominais graves complicadas 
associada ao metronidazol 
- Não tem ação contra anaeróbios (justificando o uso 
de metronidazol) 
★ Pneumonia associada à ventilação mecânica 
a) Piperacilina + Tazobactam 
★ Pneumonia 
★ Infecções da pele e tecidos moles. 
★ Infecções intra-abdominais 
★ Infecções polimicrobianas 
★ Neutropenia febril em combinação com um 
aminoglicosídeo 
b) Ceftalozane + Tazobactam → Zerbaxa: 
★ Cefalosporina de 5a geração associada ao 
tazobactam. 
★ Ação contra: bacilos produtores de 
betalactamase de espectro ampliado (ESBL) e 
Pseudomonas aeruginosas → funciona 
semelhante aos carbapenêmicos 
★ Não tem ação contra anaeróbios, enterococcus 
e Staphylococcus. 
★ NÃO é a primeira escolha de nenhuma infecção 
4. CEFTAZIDIMA + AVIBACTAM – TORGENA 
Avibactam: é um novo inibidor debeta-lactamase de 
amplo espectro 
Ação contra: Escherichia coli e Klebsiella KPC. 
Uso clínico: 
★ ITU complicada, incluindo pielonefrite 
★ Infecções intra-abdominais graves complicadas 
associada ao metronidazol: Não tem ação 
contra anaeróbios (justificando o uso de 
metronidazol) 
★ Pneumonia associada à ventilação mecânica 
por BNG sensíveis 
Protege a Ceftazidima da degradação por: 
★ TEM e SHV 
★ ESBL: CTX-M 
★ AmpiC 
★ KPC 
★ OXAcarbapenemase 
➔ NÃO há dados de penetração no líquor de Avibactam 
 
características farmacocinéticas e farmacodinâmicas 
(PK/PD) dos antibióticos beta-lactâmicos 
É tempo-dependente 
A eficácia dos 
beta-lactâmicos depende do 
tempo que o antibiótico 
permanece acima da 
concentração mínima 
inibitória (MIC). → Em vez de 
agir melhor com doses mais 
altas, eles funcionam melhor 
quando o nível do antibiótico no sangue se mantém 
constante por mais tempo. 
T > MIC: O tempo que a concentração do antibiótico fica 
acima da MIC é o que mais importa para matar as 
bactérias. → Maximizar a duração da exposição ao 
antibiótico = manter infusão contínua ou doses mais 
frequentes. 
São hidrofílicos 
Beta-lactâmicos são solúveis em água (hidrofílicos), 
então possuem algumas características específicas de 
distribuição e eliminação: 
VD baixo (volume de distribuição baixo): maior 
concentração no sangue do que nos tecidos. 
Clearance renal: São eliminados principalmente pelos 
rins. → Isso significa que, em pacientes com problema 
renal, é preciso ajustar a dose para evitar acúmulo e 
toxicidade. 
Justifica a administração do meropenem por 4 horas e a 
administração da piperacilina com tazobactam em 
maior tempo também 
- A administração prolongada de Meropenem e 
Piperacilina/Tazobactam é baseada nas 
propriedades farmacológicas — ou seja, por 
serem antibióticos que dependem do tempo de 
exposição e são eliminados rapidamente, 
infundir por mais tempo melhora o efeito e 
ajuda a vencer a infecção. 
Conferência 04 - Antibióticos que agem na síntese da 
parede celular 
GLICOPEPTÍDEOS 
 
 
 
Mecanismo de ação 
Alteração do local de ligação da D-alanil-D-alanina 
Impede a ação das transpeptidases levando a 
desestruturação do peptideoglicano 
Atua impedindo a conexão das pontes de 
peptidoglicano 
 
São tempo dependente e concentração dependente → 
usa a área sob a curva 
1. VANCOMICINA 
Primeiro glicopeptídeo: é a medicação mais utilizada 
para tratamento empírico das infecções por 
Staphylococcus aureus resistente a Oxacilina. 
Farmacocinética 
Pouco absorvida pelo TGI → quando usada por VO não é 
absorvida, mas alcança o lúmen intestinal → utilizada no 
tratamento de Clostridium difficile 
Distribuição ampla pelo corpo 
Penetra as meninges inflamadas 
Fármaco tempo dependente 
Possui baixo índice terapêutico, ou seja, estreita faixa 
terapêutica → sua absorção apresenta grande variação 
entre os pacientes, pois depende da função renal, peso, 
idade e parâmetros metabólicos. 
OBS: É muito importante dosar a concentração de 
vancomicina no sangue, para ver se está atingindo o 
nível sérico necessário → se a vancomicina estiver 
alcançando 20, 30 ou mais de dosagem sérica está 
causando toxicidade ao paciente 
 
OBS: Enterococco Faecalis costuma ter resistência a 
vancomicina 
Uso clínico: 
Quando a infecção é causada por Staphylococcus 
aureus resistente à oxacilina (MRSA), mas a MIC é menor 
ou igual a 2 mg/mL, ainda é possível tratar com 
antibióticos como a vancomicina, pois a bactéria é 
considerada sensível a ela dentro desse valor. 
- MIC ≤ 2 mg/mL significa que a bactéria ainda pode ser inibida 
por certos antibióticos (como a vancomicina) se a dose for 
suficiente. 
Em infecções que NÃO são no cérebro/SNC: Se a 
bactéria tem MIC para penicilina G maior que 2 mg/L, 
ela é considerada resistente — ou seja, a penicilina G 
não deve ser usada para tratar. 
Em infecções do SNC (como meningite): Os critérios de 
sensibilidade são mais rigorosos, porque é mais difícil o 
antibiótico atingir o cérebro. 
★ Se a MIC da penicilina G for maior que 0,06 
mg/L, a bactéria já é considerada resistente 
nesse contexto. 
★ Se a MIC da ceftriaxona for maior que 1 mg/L, 
também é considerada resistente para uso em 
SNC. 
Em infecções do SNC, é necessário que a bactéria seja 
muito mais sensível ao antibiótico, porque a penetração 
do remédio no cérebro é limitada. Por isso, os valores de 
corte da MIC são mais baixos quando comparados às 
infecções fora do sistema nervoso. 
S. aureus: 
★ endocardite infecciosa 
★ meningite 
★ pneumonia 
★ infecção de pele e partes moles. 
Infecções por Clostridium difficile - por via oral. 
Infecções por Streptococcus pneumoniae 
Infecções por Streptococcus pyogenes e Streptococcus 
do grupo viridans em pacientes alérgicos aos 
betalactâmicos. 
Infecções por Enterococcus sp. 
Doses recomendadas 
Adulto: 15 mg/kg a 30 mg/kg a cada 8 ou 12 horas 
- Alvo terapêutico na concentração sanguínea: 15 
a 20 mg/mL 
Criança: 40 a 60 mg/kg/dia 6/6 horas ou de 8/8 horas 
- Alvo: 10 a a15 mg/mL. 
Reações adversas 
★ Flebite 
★ Febre 
★ Eosinofilia 
★ Ototoxicidade 
★ Nefrotoxicidade 
★ Síndrome do homem vermelho ou do pescoço 
vermelho → Se fizer a vancomicina rápido, 
ocorre um aumento da liberação de histamina 
de forma abrupta, deixando o corpo vermelho e 
com uma sensação desconfortável → é 
confundida com anafilaxia, mas nesse caso se 
diminuir o gotejamento vai cessar a síndrome 
2. TEICOPLANINA 
Mais cara, por isso é menos usada que a vancomicina 
Tem atividade contra: 
★ Staphylococcus aureus (MRSA). 
★ Staphylococcus epidermidis resistente a 
meticilina. 
★ Streptococcus spp. 
★ Enterococcus faecalis. 
★ Enterococcus faecium. 
★ Cocos anaeróbios - Peptostreptococcus. 
★ Clostridioides difficile. 
Farmacocinética: 
Meia vida longa – 35 horas 
Eliminação renal → Necessita de ajuste na IRA 
NÃO alcança níveis terapêuticos no liquor 
Dose: 
Infecções moderadas 6 mg/kg/dia a cada 12 horas dose 
de ataque e 6 mg/kg a cada 24 horas: 
- Pneumonia 
- infecção de pele e partes moles. 
Infecções graves de 12 mg/kg/dia de 12/12h - 3 a 5 doses 
(ataque) e 12 mg/kg a cada 24: infecção óssea e articular, 
endocardite. 
Efeitos adversos: 
★ Erupção cutânea. 
★ Febre. 
★ Leucopenia. 
★ Nefrotoxicidade. 
★ Ototoxicidade. 
LIPOPTÍDEOS 
1. DAPTOMICINA 
Tem atividade contra: 
★ Bactérias gram positivas aeróbias 
★ Staphylococcus aureus (MRSA). 
★ Enterococcus spp - enterococo resistente a 
vancomicina e linezolida - VRE. 
★ Staphylococcus sp resistentes a vancomicina e 
linezolida (VRS). 
★ Streptococcus sp resistentes a vancomicina e 
linezolida. 
OBS: Pode ser usado como alternativa à vancomicina em 
pacientes com disfunção renal e infecções por S. aureus 
→ principalmente se tiver que usar de forma empírica 
sem a disponibilidade de dosar os níveis séricos de 
vancomicina 
Uso clínico: 
Pacientes com disfunção renal e infecções por: 
- S. aureus. 
- CA-MRSA (adquirido na comunidade) paciente 
com reação alérgica a beta-lactâmico (não 
podendo usar ceftarolina) ou infecções graves 
onde se deve usar medicamento bactericida. 
- Esta bactéria costuma ser sensível a 
clindamicina, sulfametoxazol + 
trimetoprima e doxicilina, que são 
bacteriostáticos. 
- S. aureus HA-MRSA (adquirido no hospital). 
- S. epidermidis (resistente). 
- Staphylococcus coagulase negativo resistente 
(R). 
 
Concentração dependente → bom antibiótico de 
corrente sanguínea (onde a bactéria tá circulando) 
Mecanismo de ação: 
Daptomicina se liga a componentes da membrana 
celular de organismos susceptíveis e causa 
despolarização rápida, inibição da síntese intracelular 
de DNA e proteínas 
Espectro de ação 
parecido com vancomicina e teicoplanina, a vantagem 
da daptomicina é que ele pega os resistentes a 
vancomicina. 
Farmacocinética: 
★ Ligação às proteínas: 92%. 
★ Inativada pelo surfactante: NÃO USAR NA 
PNEUMONIA. 
Doses: 
★ 4 mg/kg 1 x ao dia: infecção de pele e partes 
moles 
★ 8 a 12mg/kg 1 X ao dia : bacteremia e 
endocardite, osteomielite, infecção articular, 
infecção prótese articular 
Efeitos adversos: 
★ Miopatia 
★ Neuropatia periférica 
★ CAUTELA → O uso desse ATB Pode causar 
pneumonia eosinofílica por conta da inativação 
pelo surfactante 
○ Desenvolve 2 a 4 semanas após o início 
da terapia 
○ Início ou piora da febre, dispneia, 
dificuldade respiratória 
○ Infiltrados novos em exames de imagem 
do tórax e/ou eosinófilos → 25% 
presentes no lavado broncoalveolar 
2. POLIMIXINA 
Foi resgatado o uso devido a resistência aos demais 
antibióticos 
Dois compostos de uso clínico, que tem sua diferença na 
farmacocinética / farmacodinâmica : 
- Polimixina B 
- Polimixina E (colistina) 
Uso clínico atual - Terapia de resgate para infecções 
gram negativas INTRATÁVEIS 
Infecções nosocomiais pan resistentes: 
- Pseudomonas MR. 
- Acinetobacter MR. 
- Enterobacteriaceae resistentes aos 
carbapenêmicos. 
OBS: MR – multidrogaresistente 
Resistência intrínseca a polimixina: 
- Proteus sp 
- Morganella sp 
- Providencia sp 
- Burkholderia cepacea 
 
 
Droga concentração dependente → deve-se maximizar a 
concentração 
OBS: Necessário realizar o MIC (padrão ouro) porque o 
uso empírico não pode ser feito. 
Polimixina B 
Não é recomendado para terapia inalatória → ex: 
pacientes com fibrose cística infectados por 
pseudomonas 
Não recomendado em ITU 
OBS: O uso de polimixina B associado a carbapenêmicos 
é justificada porque seu uso aumenta a permeabilidade 
da membrana, permitindo que a entrada do antibiótico 
seja mais efetiva, apesar da resistência. 
Características: 
★ Uso exclusivo EV 
★ Amplo espectro para BGN e alta toxicidade 
★ Administrada na forma de sulfato → NÃO 
excretada pelo rim 
Farmacocinética: 
★ Deve ser evitada em ITU 
★ Não necessita de ajuste em IRA 
★ Alta ligação proteica 
b) Polimixina E (colistina) 
Sulfato de colistina é formulado apenas como produtos 
orais tópicos e não absorvíveis. 
CMS é uma pró-droga que é hidrolisada após 
administração intravenosa ou inalatória para produzir 
vários derivados, incluindo a droga ativa colistina. 
Farmacocinética: 
★ CMS é excretada pela urina e a colistina (forma 
ativa) é excretada de forma não renal 
★ Penetração baixa no LCR 
★ Distribuição na cavidade pleural, ossos e 
parênquima pulmonar é pobre o quando usada 
em caso de infecção no SNC resistente a tudo 
deve ser feita a administração via intratecal 
Uso: 
★ PREFERIDA para ITU 
★ Pode ser usada na formulação inalatória como 
coadjuvante no tratamento das infecções 
pulmonares por pseudomonas resistentes 
Efeitos adversos: 
Neurotoxicidade: 
★ Fraqueza 
★ parestesias periféricas e faciais 
★ oftalmoplegia 
★ dificuldade de deglutição 
★ ataxia 
★ ptose palpebral 
★ até mesmo bloqueio muscular com insuficiência 
respiratória e necessidade de suporte 
ventilatório. 
Nefrotoxicidade: 
★ Hematúria 
★ Proteinúria 
★ Oligúria 
★ insuficiência renal aguda devido a necrose 
tubular aguda. 
Reações de hipersensibilidade: 
★ erupção cutânea 
★ prurido 
★ urticária e febre, foram relatadas em 2% dos 
pacientes. 
★ Hiperpigmentação da pele. 
Conferência 05 - Antibióticos que atuam na síntese 
proteica 
Os beta lactâmicos são a primeira linha para TODOS os 
tratamentos, porque ao agir na parede celular, 
especificamente no peptidoglicano são mais específicos 
para as bactérias, já que as células eucariontes não tem 
parede celular. → NÃO geram muitos efeitos adversos e 
danos adversos nas células humanas 
Os antibióticos daqui pra frente não tem mais essa 
especificidade para bactérias porque agem na síntese 
proteica e na formação de ácidos nucleicos → isso pode 
gerar danos nas células humanas e causar efeitos 
adversos mais intensa 
Síntese proteica 
Para a célula começar a 
produzir uma proteína, ela 
precisa formar o complexo 
de iniciação unindo as 
partes do ribossomo (50S + 
30S). → Depois, o RNA 
transportador (RNA-t) traz 
os aminoácidos até o RNA 
mensageiro (RNA-m), que 
tem as instruções. → 
ribossomo então liga os aminoácidos um por um, 
formando a cadeia de proteína. 
OXAZOLIDINONAS 
1. LINEZOLIDA 
ÚNICO representante desse grupo 
Mecanismo de ação: 
 
Espectro de ação 
Atua PRINCIPALMENTE sobre os GRAM positivos → 
Incluindo as bactérias resistentes a Vancomicina e aos 
betalactâmicos 
Tem uma concentração pulmonar muito alta → é a droga 
de escolha em caso de pneumonias por bactérias 
resistentes – Ex: Streptococcus pneumonia e S. aureus 
resistente (já que a Daptomicina não pode ser usada 
porque é inativada pelo surfactante) 
NÃO é nefrotóxico (Vancomicina é) 
Medicamento de uso hospitalar e em tuberculose para 
uso domiciliar → Em outros casos domiciliares não são 
muito usados pelo alto custo 
Usos clínicos: 
★ Infecções de pele e partes moles 
★ Tuberculose multi-resistente 
★ Infecções do sistema nervoso central 
★ Pneumonia 
★ Ação anti-toxina → suprimem a produção de 
toxinas bacterianas, como leucocidina de 
Panton-Valentine, alfa-hemolisina e toxina-1 da 
síndrome do choque tóxico 
○ Ex: fasciíte necrotizante (por S. aureus 
)→ tende a evoluir com sepse e com 
disfunções orgânicas, como LRA → 
nessa ocasião é necessário o uso de 
um antibiótico que não piore essas 
complicações 
★ Endocardite: Daptomicina tem melhor 
concentração no sangue e para tratar 
endocardite é necessária uma BOA 
concentração no sangue 
Farmacocinética 
VO → Biodisponibilidade oral 100% 
- Alimentos não interferem com a absorção 
Ligação proteica 30% → portanto penetra bem na 
maioria dos compartimentos corporais (ossos, alvéolos e 
LCR) 
Volume de distribuição semelhante a água não é 
afetada na sepse, doença vascular periférica e 
obesidade 
Sobre metabolismo hepático oxidativo e excretada via 
renal → NÃO precisa de ajuste em insuficiência hepática 
ou renal 
 
Efeito pós antibiótico → mesmo caindo abaixo da MIC 
continuam atuando sobre a bactéria 
Concentra mais nos tecidos do que no sangue (Diferente 
da Daptomicina) 
Tem acúmulo intracelular → isso é vantajoso porque 
algumas bactérias ficam no meio intracelular 
“escondidas” 
Efeitos adversos: 
★ Diarreia, náusea e cefaleia 
★ Neuropatia periférica e ocular (neurite óptica) → 
em > 4 semanas 
★ Supressão medular reversível – trombocitopenia 
→ > 2 semanas 
★ Hiperlactatemia → > 4 semanas 
★ Inibição da MAO 
★ Inibição da síntese proteica 
★ Risco de síndrome serotoninérgica → caso o 
paciente utilize agente serotoninérgico (ex: ISRS 
- sertralina) ele deve ser suspenso durante o uso 
★ Pacientes em uso da linezolida devem evitar 
alimentos ricos em tiamina 
Dose: 
EV e VO → 600 mg 12/12 hrs 
Máximo de tempo de 28 dias → EXCETO em tuberculose 
que será mais do que isso 
Macrolídeos 
O primeiro macrolídeo é a eritromicina → a partir dele 
foram feitos os outros 
Os macrolídeos estão entre os ATB mais prescritos → 
PRINCIPALMENTE contra gram positivas; enquanto que 
em gram negativas seu uso é limitado (EXCETO 
Azitromicina) 
 
Espiramicina → usado para profilaxia da transmissão da 
toxoplasmose da gestante para o bebê 
- Mais usado como antiprotozoário do que como 
antibacteriano 
MAIS usado: Claritromicina e Azitromicina 
Mecanismo de ação 
Os macrolídeos agem se ligando à subunidade 50S do 
ribossomo da bactéria. → Ao se ligar nesse local, eles 
interrompem a produção de proteínas da bactéria, 
fazendo com que ela pare de crescer ou morra. 
Atividade antimicrobiana: 
Agem nas bactérias comuns 
★ Corinebacterium → C. diphteriae 
★ Staphylococcus sp 
★ Streptococcus sp 
Também agem nas atípicas (que não tem parede celular) 
★ Helicobacter 
★ Listeria 
★ Legionella 
★ Micoplasma 
Outras bactérias: 
★ Rickttsia → febre maculosa 
★ Bordetella pertussis → coqueluche 
★ Bartonella henselae → doença da arranhadura 
de gato 
★ Bartonella quintana → angiomatose bacilar 
Resistência: 
A bactéria pode sofrer uma mutação ou adquirir um 
gene que muda a estrutura da subunidade 50S do 
ribossomo. → Com essa modificação,o sítio de ligação 
do antibiótico é alterado. → Resultado: o antibiótico não 
consegue mais se encaixar no ribossomo e, por isso, 
perde seu efeito. 
Tipos de resistência 
1. Resistência 
Intrínseca 
É aquela que a 
bactéria já tem 
naturalmente, ou seja, 
faz parte da sua 
estrutura. 
Como resistem? 
- Impermeabilidade da membrana externa: o 
antibiótico não consegue entrar. 
- Produção de enzimas: a bactéria quebra ou 
inativa o antibiótico (como beta-lactamases). 
2. Resistência Adquirida 
É aquela que a bactéria adquire ao longo do tempo, por: 
- Mutações no DNA 
- Troca de material genético (plasmídeos) com 
outras bactérias 
Exemplos de bactérias que podem adquirir resistência: 
● Staphylococcus aureus (50%) 
● Streptococcus pneumoniae (15%) 
● Staphylococcus epidermidis 
Como resistem? 
- Mutações cromossômicas: podem, por exemplo, 
mudar o alvo do antibiótico (como a 
subunidade 50S do ribossomo) 
- Plasmídeos: a bactéria “pega” um gene de outra 
bactéria que ensina como se defender do 
antibiótico 
1. ERITROMICINA 
Instáveis ao pH baixo do estômago → deve ser 
administrada com tamponamento entérico (absorvidas 
no intestino) 
Absorção influenciada pela alimentação 
Metabolismo hepático e eliminação pequena pelo rim → 
Não é necessário ajuste de dose na insuficiência renal 
Usada para estimular o peristaltismo intestinal → dor 
abdominal 
Distribuição: 
Difunde-se facilmente nos tecidos e líquidos orgânicos: 
Atingem concentrações terapêuticas nos líquidos 
pleural, peritoneal, ascítico, prostático e sêmen. 
Em pacientes com otite média-concentração no 
exsudato do ouvido médio de cerca de 50% da 
sanguínea. 
Atinge concentrações, nos órgãos pélvicos femininos 
Sofre concentração no fígado, na bile e na linfa 
Não atravessa a barreira hematoencefálica normal 
Altas concentrações intracelulares 
Interação medicamentosa 
Efeito antagônico com os demais macrolídeos, o 
cloranfenicol e as lincosamidas. 
Citocromo P450 → reduz metabolismo de 
glicocorticóides, anticoncepcionais orais, teofilina e 
carbamazepina 
Interfere no metabolismo da varfarina 
Uso clínico: 
Infecções de pele e partes moles 
Infecções respiratórias em pacientes alérgicos aos 
betalactâmicos 
Primeira escolha nas infecções pelos germes atípicos 
Profilaxia de febre reumática e endocardite em 
pacientes alérgicos a penicilina 
OBS: Em resumo → usar quando não puder usar beta 
lactâmicos OU quando a bactéria só for sensível a esse 
ATB 
Efeitos adversos: 
★ Estimulação direta da motilidade intestinal → 
Efeito adverso usado ao nosso favor 
★ Anorexia 
★ Náuseas e vômitos 
★ Aumento do intervalo QT, arritmia ventricular, 
Taquicardia ventricular 
★ Toxicidade hepática: Hepatite colestática aguda 
→ febre, icterícia, função reduzida 
★ Reação de hipersensibilidade → febre, 
eosinofilia e erupções cutâneas 
2. CLARITROMICINA 
Estabilidade ácida e melhor absorção oral 
Muito sensível e utilizado em Infecções do trato 
respiratório, micobactérias e IST 
- Mais ativa contra o Mycobacterium avium, 
M.leprae e Toxoplasma gondii 
- PRIMEIRA escolha na PAC – associado a 
Ceftriaxona 
Cocos Gram positivos resistentes a eritromicina serão 
resistente a claritromicina 
Farmacocinética: 
★ Usos IV e VO 
★ Meia vida 4-5h 
★ Metabolismo hepático, parte eliminada na urina 
★ Menos intolerância gastrointestinal 
★ Efeito adversos principal e mais grave: Flebites 
→ com frequência deve ser diluída em 200ml de 
SF 0,9% 
- Se o paciente estiver melhor, substituir 
o uso EV por VO 
★ Dose 500mg 12/12h → VO ou EV 
Uso clínico: 
★ Infecção de pele → em pacientes alérgicos a 
beta lactâmicos 
★ Infecções respiratórias → em pacientes alérgico 
a betalactâmicos e para atingir as bactérias 
atípicas 
★ Infecções por micobactérias 
Efeito adverso: 
★ Neutropenia e trombocitopenia 
★ Náuseas e vômitos 
★ Diarreia 
★ Cefaleia 
★ Bloqueio do metabolismo do Cálcio → 
Hipotensão e IRA 
★ Aumento do intervalo QT e risco de taquicardia 
ventricular 
3. AZITROMICINA 
É ativa contra organismo gram positivos 
★ Streptococcus pneumoniae suscetível a 
eritromicina 
★ estreptococos do grupo A, B, C e G 
★ Staphylococcus aureus MRSA 
Expandiu sua atividade contra Gram negativas 
comparando com eritromicina 
Usos clínicos: 
★ Conjuntivite bacteriana 
★ Infecções do trato respiratório 
★ Pneumonias adquiridas na comunidade 
★ Infecções por micobactérias 
★ Coqueluche 
★ IST por clamídia ou neiseria 
★ Doença da arranhadura do gato 
Farmacocinética 
Penetra em todos os tecidos, exceto líquor 
★ As concentrações teciduais, excedem as séricas 
em 10-100x → Se acumula muito mais nos tecidos 
do que no sangue. → Em algumas partes do 
corpo, a quantidade de azitromicina pode ser 10 
a 100 vezes maior do que no sangue. 
Meia vida tecidual 2-4 dias – eliminação em 3 dias 
★ A azitromicina tem uma meia-vida longa nos 
tecidos, ou seja, fica bastante tempo no 
organismo mesmo depois de parar de tomar. 
★ Por isso, basta usar por 5 dias, pois ela continua 
agindo por até 7 dias, garantindo o efeito 
completo do tratamento. 
Em alguns casos pode ser feito em dose única diária, 
redução de tempo de tratamento 
Em casos de cervicite ou uretrite causadas por clamídia, 
uma dose única de 1g de azitromicina é suficiente, 
porque ela permanece ativa no corpo por vários dias. → 
Essa dose tem o mesmo efeito que tomar outros 
antibióticos (como doxiciclina) por 7 dias. 
Deve ser administrado 1h antes ou 2h depois da 
alimentação 
Não inativa enzimas do citocromo P450 
Efeitos adversos 
★ Náuseas e vômitos 
★ Diarreia 
★ Neutropenia e trombocitopenia 
★ Aumento do intervalo QT e risco de taquicardia 
ventricular 
OBS: bactérias resistentes a eritromicina serão também 
a claritromicina e a azitromicina 
TETRACICLINAS 
Não é um tipo de macrolídeo! 
 
Mecanismo de ação 
São bacteriostáticos de amplo espectro 
Ligam reversivelmente à subunidade 30s do ribossomo 
da bactéria → bloqueando a ligação do RNA-t aminoacil 
ao local de ligação sobre o complexo RNA –m do 
ribossomo → Impede a ligação de aminoácidos aos 
peptídeos em formação 
OBS: A maioria dos ATB que inibem a síntese proteica 
são bacteriostáticos 
Bacteriostáticos vs. Bactericidas 
Bacteriostáticos = impedem o crescimento da bactéria, 
mas não matam diretamente. → O sistema imunológico 
do paciente é que elimina a bactéria. 
- Entram na célula por difusão passiva e 
processo de transporte ativo dependente de 
energia. → Concentram no interior da célula 
Bactericidas = matam a bactéria diretamente. 
Atividade antimicrobiana: 
As cepas resistentes a tetraciclina podem ser sensíveis a 
doxiciclina, minociclina e à tigeciclina 
Mecanismo de resistência contra as tetraciclinas: 
1. Bomba de efluxo 
2. Proteção dos ribossomos: A bactéria começa a 
produzir proteínas que se ligam ao ribossomo, mudando 
sua forma. 
3. Inativação enzimática: A bactéria produz enzimas que 
quebram ou modificam a estrutura da tetraciclina. 
Farmacocinética 
HÁ diferença importante na absorção entre as 
tetraciclinas, após a administração oral: 
- 60-70% tetraciclina 
- 95-100% doxiciclina → MAIS usada 
Absorção ocorre principalmente na parte superior do 
intestino delgado e é reduzida pelos alimentos, cátions 
divalentes, laticínios e antiácidos e pH alcalino → Tomar 
de estômago vazio e NÃO pode associar com leite 
Amplamente distribuídas para os tecidos e líquidos 
corporais, exceto o líquor 
Atravessam a placenta e são excretadas pelo leite 
Excreção → bile e urina 
Classificação 
Ação curta (meia vida 6-8h) → Clortretaciclina, 
Tetraciclina, Oxitetraciclina 
Ação intermediária (meia vida 12h) → Demociclina, 
Metaciclina 
Ação longa (meia vida 16-18h) → Doxiciclina, Minociclina 
Atividade antimicrobiana: 
agem nas mesmas bactérias dos macrolídeos 
Uso clínico: 
★ Cólera → Vibrio cólera → PRIMEIRA ESCOLHA 
★ Peste → Yersinia pestis → PRIMEIRA ESCOLHA 
★ Tularemia → Francisella tularensis 
★ Brucelose → Brucella abortus, B. canis, B.melitensis, B. suis 
- Em associação: Aminoglicosídeo + tetraciclina 
★ Acne → Propioniun acne 
★ Doença de Lyme → Borrella burgdorferi 
★ Leptospirose 
★ Mycobacterium marinum 
★ Minociclina → profilaxia meningococo 
Dosagem oral 
★ Tetraciclina Adulto → 250-500mg 6-6h 
★ Criança → 20-40mg/kg/dia (acima de 8 anos) 
★ Doxiciclina → absorção menos afetada por 
alimentos → 100mg 12-12h 
Reações adversas: 
★ Efeitos gastrointestinais → náuseas, vômitos, 
diarreia e dor epigástrica 
★ Fotos sensibilidade e hiperpigmentação 
★ Hepatotoxicidade → pode ser grave (forma IV da 
tetraciclina) 
★ Nefrotoxicidade 
★ Neurotoxicidade → vertigem, zumbido 
★ Estrutura óssea e dentes → Ligam-se ao cálcio 
→ Descoloração e dispepsia esmalte → 
Incapacidade de crescimento 
- OBS: Usada apenas > 8 ano, porque abaixo 
disso altera o esmalte do dente e o crescimento 
GLICILCICLINA 
1. TIGECICLINA 
Atuam em todas as bactérias que as tetraciclinas agem, 
mas atuam também em bactérias resistente: 
Staphylococcus aureus resistentes a oxacilina 
Ação sobre os BGN 
- E. coli 
- Klebsiella 
- incluindo acinetobacter resistente a 
vancomicina 
Streptococcus sp. resistente 
Enterococcus VRE 
OBS: Apesar do amplo espectro é uma droga 
bacteriostática → deve-se ter cuidado ao utilizar em 
pacientes graves 
- A tigeciclina age contra muitas bactérias, mas 
não mata — só impede o crescimento. 
- Por isso, em pacientes graves, deve-se usar com 
cautela, pois ela pode não ser forte o bastante 
sozinha para controlar infecções graves 
rapidamente 
Bactérias intrinsicamente resistentes: 
★ Pseudomonas aeruginosa 
★ Proteus sp 
Dose 
 100 mg EV em bolus → 50 mg EV 12/12 hrs 
Concentração tecidual: 
Penetração tissular (tecidual) e intracelular é excelente 
Volume de distribuição é grande e a concentração sérica 
é diminuída 
- Toda droga que se distribui muito para os 
tecidos têm baixa concentração sanguínea 
- Menos concentração/distribuição tecidual = 
alta concentração sanguínea 
Eliminação através da bile → NÃO necessitam de ajuste 
para LRA 
Efeitos adversos: 
Os mesmos efeitos das tetraciclinas acrescido de 
NÁUSEAS e VÔMITOS intensos 
Usos clínicos: 
★ Infecções de pele e partes moles 
★ Infecções intra-abdominais 
★ Pneumonia 
★ Concentração urinária BAIXA → NÃO pode ser 
usada na ITU 
LINCOSAMIDAS 
Lincomicina → primeira a surgir mas foi suplantado pela 
Clindamicina 
1. CLINDAMICINA 
Funciona principalmente ligando-se à subunidade 
ribossômica 50 da bactéria (C da foto abaixo) 
Interfere na reação de transpeptidação → inibe 
alongamento inicial da cadeia 
Cloranfenicol e macrolídeos também atuam na 
subunidade ribossômica 50s e podem competir pela 
ligação nesse local → Por causa disso NÃO podem ser 
usados em associação 
Resistência 
Mutação do receptor ribossoma 
Ação da metilases - dimetila RNAr 23S em um único sítio – 
codificada geneticamente 
Inativação enzimática 
Bomba de efluxo 
Farmacocinética 
Penetra bem maioria dos tecidos → NÃO penetra no 
liquor 
Penetra abscessos, é captada e concentrada pelas 
células fagocitárias. 
Metabolizada pelo fígado e excretado via renal → Não 
necessita ajuste na insuficiência renal 
Meia vida 2,5h → usada de 6/6 hrs ou 8/8 hrs 
 
OBS: Tratamento alternativo ao tratamento de malária 
em gestantes e em toxoplasmose em pacientes alérgicos 
 
Também tem ação contra fungos e protozoários 
Uso clínico: 
Importante antibiótico utilizado nas infecções onde 
podemos encontrar anaeróbios e bactérias gram 
positivas, tanto Staphylococcus sp quanto 
Streptococcus sp: 
Infecção do trato genital feminino → aborto séptico 
Pneumonia aspirativa → tem que cobrir as bactérias da 
pneumonia e anaeróbios (oriundos da boca) → 
Ceftriaxona + Clindamicina 
Infecções nos pulmões por anaeróbios 
OBS: Muito usado em suspeita de abcessos e 
anaeróbias 
 
Efeitos adversos: 
★ Diarreia 
★ Colite pseumomembranosa 
★ Hepatotoxicidade 
★ Neutropenia 
★ Trombocitopenia 
Doses: 
Adulto 
▪ VO → 150-450mg 8/8 ou 6/6h e 600mg 6/6h em infecções 
ósseas 
▪ IV → 600-900mg de 8/8h ou 600mg 6/6h 
Crianças 
▪ VO → 30-40mg/kg/dia 6/6 ou 8/8h 
▪ IV → 20-40mg/kg/dia 6/6h ou 8/8h 
ATÉ agora TODOS acima são bacteriostáticos 
AMINOGLICOSÍDEOS 
São antibióticos naturais derivados de diferentes 
actinomicetos do Gênero Streptomyces e 
Micromonospora 
São antibióticos bactericidas, porém se concentração 
intracelular baixa podem se tornar bacteriostáticos 
São fármacos concentração dependentes → Quanto 
maior a dose, maior o efeito 
Os aminoglicosídeos têm demonstrado relativa 
estabilidade contra o desenvolvimento de resistência 
- Em hospitais às vezes são encontradas 
bactérias sensíveis apenas aos 
aminoglicosídeos e a polimixina 
Os importantes são os que estão grifados → 
estreptomicina, neomicina, gentamicina e amicacina 
- Gentamicina e amicacina são os medicamentos 
mais usados para tratamentos das bactérias 
Mecanismo de ação 
 
Também age fazendo a bactéria perder sódio, potássio e 
aminoácidos 
Tem efeito bactericida por causa das proteínas 
anômalas 
A atividade microbiológica é dependente do pH → O 
efeito pode ser reduzido ao pH baixo encontrado nas 
secreções pulmonares e brônquicas 
A atividade pode também ser reduzida na presença de 
biofilmes, Pseudomonas aeruginosa normalmente 
isoladas em pacientes com fibrose cística 
Resistência 
Pode ser de origem cromossomal ou plasmidial → 
produção de enzimas 
inativação do fármaco por fosforilação 
(aminoglicosídeos quinases), adenilação ou acetilação 
(transferases) → Metilação do RNA ribossômico 
Diminuição da permeabilidade e redução do acúmulo 
intracelular do fármaco 
★ É conhecida há algum tempo na bactéria P. 
aeruginosa → Caracterizada por resistência a 
todos os aminoglicosídeos e pode ser devido a 
um sistema de efluxo ou à diminuição da 
permeabilidade ao fármaco que resulta em 
níveis reduzidos de acumulação de 
aminoglicosídeos + Indução da formação de 
biofilmes 
Uso clínico: 
Tratamento das infecções por bacilos gram negativos; 
Tratamento das infecções por Staphylococcus e 
Streptococcus em associação com os betalactâmicos; 
Tratamento associado a outros antibióticos BGN 
Ação sobre microrganismos selecionados em 
associações 
- Mycobactéria → amicacina trata tuberculose 
- Brucela → associado à doxiciclina 
Ação potente: 
Gram negativos aeróbios 
▪ Enterobacteriaceae 
▪ Pseudomonas spp 
▪ Acinetobacter spp 
▪ Haemophilus influenzae 
Atividade fraca ou ausente em: 
▪ Burkholderia cepacia 
▪ Stenotrophomonas maltophilia 
▪ Bactérias anaeróbicas 
Farmacocinética 
NÃO absorvidos pelo TGI, portanto pode ser usado em: 
- descolonização seletiva 
- pré-operatório 
- insuficiência hepática 
Via IM ou IV 
Tem efeito pós antibiótico → a atividade antimicrobiana 
persiste além do tempo que o medicamento tenha sido 
removido 
Pico sérico 30 a 60 minutos após a administração da 
droga 
Eliminados por filtração glomerular e encontrados na 
urina em sua forma ativa 
Distribuição 
Concentração NÃO é elevada na maioria dos tecidos 
NÃO concentra no SNC → inflamação atinge 20% por 
injeção intratecal 
NÃO concentra no olho 
Concentra MUITO no rim → principal efeito adversos é 
nefrotoxicidade 
Toxicidade 
★ Doses > 2mcg/ml são tóxicas 
★ Maior número de doses é mais tóxico 
★ Tempo de administração 
★ Ajuste na injúria renal 
Efeitos adversos: 
★ Nefrotóxico 
★ Ototóxico → irreversível 
➢ Doses elevadas, >5 dias = insuficiência 
renal 
➢ Quanto pior for a função renal do 
paciente, irá favorecer a ototoxicidade 
➢ Associação com DIU de alça, ácido 
etacrínico ou anti- inflamatórios 
➢ Associação a outros ATB nefrotóxicos 
→ vancomicina, anfotericina B 
★ Bloqueio neuromuscular 
1. GENTAMICINA 
➔ Menos potente que a Amicacina 
o Bastonetes Gram negativos 
o Staphylococcus spp (associado a betalactâmicos) 
o Enterococos (associado a betalactâmicos) 
o Brucela 
o Mycobacterium 
➔ Ação sinérgica em algumas infecções 
➔ Não tem ação isoladaem: 
o Estreptococos 
o Enterococo 
➔ Ação ausente → anaeróbios 
Uso clínico: 
Uso em associação com outros antimicrobianos em 
infecções graves por bactérias 
Gram positivas que são passíveis de apresentar 
resistência (ex: Endocardite) 
infecções do trato urinário 
2. AMICACINA 
Derivado sintético da Kanamicina → Menos tóxica que a 
molécula mãe 
Resistente a várias enzimas que inativam a gentamicina 
• Ação contra várias bactérias gram negativas 
o P. aeruginosas 
o Proteus 
o Enterobacter 
o Serratia 
• Atuam sobre o M. tuberculosis 
Uso clínico 
ITU por bactérias multirresistentes → alta concentração 
renal 
- Algumas dessas bactérias terão resistência a 
polimixina, mas não concentra na urina 
- Exemplo da E. coli 
CLORENFENICOL 
Usado como uma antibiótico alternativo quando drogas 
menos tóxicas não são efetivas 
- Alternativa nas infecções por rickettisia e 
Fransilla tularensis (Tularemia) 
- Meningite por Neisseria meningitides ou S. 
pneumoniae nos pacientes alérgicos a 
penicilina 
- Maior penetração no SNC 
Atividade antimicrobiana: 
o Streptococcus spp 
o Neisseria spp 
o H. influenza 
o Clostridium spp 
o Bacteroides fragilis 
o E. coli. 
o Staphylococcus sp 
o Salmonella 
o Shigella 
o Yersinia pestis 
o Chlamydophila sp 
o K. granulomatis 
o Leptospira 
Farmacocinética 
Boa absorção oral → Biodisponibilidade 100% 
Boa distribuição tecidual incluindo o SNC (maior difusão 
para o cérebro e líquor de todos os antibióticos) 
- Concentração abscesso cerebral= 9 x 
concentração sanguínea 
Efeitos adversos 
o Gastrointestinais 
o Depressão da medula óssea reversível e anemia 
aplásica irreversível 
o Toxicidade para o recém-nascido → Era primeira 
escolha no RN porque a meningite é principalmente por 
E.coli 
Síndrome do bebe cinzento → vômitos, flacidez, 
hipotermia, cor acinzentada e choque 
Conferencia 06 - Antibióticos que atuam na síntese de 
ácidos nucleicos 
Representantes: 
• Quinolonas 
• 5’ nitromidazois → metronidazol 
• Sulfonamidicos 
• Rifamicinas 
OBS: Geram mais efeitos adversos, assim como os que 
atuam na síntese proteica, porque as células humanas 
também contêm ácidos nucleicos, então o ATB irá agir 
na bactéria e nas células eucariontes também 
1. QUINOLONAS 
Antibióticos sintéticos → Bactericidas 
NÃO são considerados de escolha para infecções NÃO 
complicadas, como ITU, rinossinusites agudas ou 
bronquites 
Uso indicado em infecções MAIS graves onde os 
benefícios superam os riscos 
Vantagens vs. desvantagens 
 
Outras desvantagens: risco de aneurisma e ruptura da 
aorta; pode causar hipoglicemia em idosos 
Tem espectro de ação parecido com as cefalosporinas, 
mas tem algumas vantagens: 
- As cefalosporinas de 3°,4° e 5° geração não 
costuma ter comprimidos → enquanto que 
TODAS as quinolonas têm VIA ORAL 
PIORES no sentido de causas colite pseudomembranosa 
(infecção por Clostridium difficile) 
Tem ocorrido aumento da resistência pelo uso 
indiscriminado (é um ATB de fácil acesso e que age com 
espectro parecido das cefalosporinas só que por VO) 
OBS: Reservada para situações onde o benefício supera 
o risco de usar 
Estrutura básica 
o Fluorquinolonas → contém um átomo de flúor 
o Disponíveis no brasil: 
 
Mecanismo de ação: 
Entram nas células pelas porinas → Interferência na 
síntese do DNA bacteriano, através da inibição de duas 
enzimas: 
★ Topoisomerase II - DNA girase - impede o 
relaxamento do DNA superespiralado positivo 
que é necessário para a transcrição e a 
replicação normais (Gram negativos) 
★ Topoisomerase IV - Interfere na separação do 
DNA cromossômico replicado nas células filhas 
respectivas durante a divisão celular (Gram 
positivos) 
OBS: em resumo → NÃO deixa o DNA deixar de ser 
espiralado e nem ser separado do DNA replicado 
Mecanismo de resistência: 
Cromossomiais: 
★ DNA-girase modificadas que não sofrem ação 
pelas drogas 
★ Modificação dos canais porínicos da membrana 
externa das bactérias → menor difusão da 
droga 
★ Bomba de efluxo (sistema composto por 
proteínas de transporte existente na membrana 
externa): retirada ativa da droga do meio 
intracelular 
Plasmidiais: 
★ QNR proteína, protege a DNA girase e 
topoisomerase IV 
★ Enzima modificadora de fluroquinolona – acetila 
o antibiótico reduzindo sua atividade 
★ Bomba de efluxo (genes qepA and oqpXAB) que 
bombeiam fluoroquinolonas para fora da célula 
Baixo nível de resistência 
Padrões de resistência IMPORTANTES: 
★ IST particularmente por Neisseria gonorrhoeae 
★ ITU 
★ Infecções por P. aeruginosa → Só consegue usar 
quando tem uma cultura mostrando 
sensibilidade 
★ Febre tifóide e paratifóide 
★ Infecções por Shigella spp e Campylobacter spp 
Atividade antimicrobiana 
Cocos gram positivos: 
★ Levofloxacino → MELHOR opção 
★ Ciprofloxacino → Alternativa ORAL (não é a 
primeira escolha) 
★ OBS: em pacientes alérgicos a betalactâmicos 
as quinolonas também são uma boa escolha 
para gram positivas 
Bactérias atípicas 
★ Micoplasma pneumoniae 
★ Legionella pneumophila 
★ Pneumococo 
★ Levofloxacino é considerado ATB respiratório → 
age bem em bactérias que causam infecções 
respiratórias 
Bactérias que causam ITU 
★ Escherichia coli 
★ Klebsiella pneumoniae 
★ Morganella morganii → única classe sensível 
Cocos gram negativos: 
★ Neisseria meningitidis 
★ Neisseria gonorrhoeae 
BGN 
★ Haemophilus 
★ Actinobacillus 
★ Aggregatibacter (HACEK) 
★ Pasteurella 
★ Vibrio cholerae 
Bacilos não fermentadores 
Pseudomonas aeruginosa 
Burkholderia cepacea 
Efeitos adversos: 
Mais comuns → leves 
★ Distúrbios gastrointestinais 
★ Dores de cabeça 
★ Tonturas 
★ Mudança transitória no humor ou no sono 
OBS: 3x mais comuns com fluoroquinolonas quando 
comparados com outros antibióticos 
Menos comuns, mas potencialmente grave 
★ Tendinopatias e ruptura de tendão 
★ Neuropatia periférica 
★ Prolongamento do intervalo QT → NÃO associar 
macrolídeos, porque também podem causar 
prolongamento do intervalo QT 
★ Supostamente, dissecção e ruptura da aorta 
OBS – CAUTELA: O uso de fluoroquinolonas deve ser 
evitado em pacientes com aneurismas de aorta 
conhecidos e aqueles com fatores de risco para 
aneurisma, como síndrome de Marfan, síndrome de 
Ehlers Danlos, doenças vasculares ateroscleróticas 
periféricas, hipertensão não controlada e/ou idade 
avançada 
Uso em crianças, gravidez e amamentação: 
Devem ser geralmente evitadas durante a gravidez e 
lactação → a menos que uma alternativa mais segura 
esteja disponível 
O uso em crianças deve ser evitado devido ao risco 
potencial de toxicidade musculoesquelética 
A. NORFLOXACINO 
Uso exclusivo VIA ORAL → NÃO podem ser ingeridos com 
leite, antiácidos, suplementos minerais e certos 
medicamentos 
NÃO usar no tratamento de pielonefrites e nas ITU 
complicadas que cursam com bacteremia 
Só usar em ITU baixa, porque tem uma boa 
concentração na urina 
Meia vida de 3 a 4 horas → uso de 12/12h 
Uso clínico possível 
★ Cistite / uretrite não gonocócica 
★ Profilaxia de PBE em pacientes cirróticos com 
sangramento de varizes esofagianas 
★ Enterocolite devido a Shiguella 
★ Diarreia devido a E. coli 
Efeitos adversos: 
★ Náuseas e vômitos 
★ Cefaleia 
★ Tontura 
★ Erupção cutânea 
OBS: Não concentra no parênquima renal, apenas na 
bexiga / urina 
B. CIPROFLOXACINO 
Uso EV (200mg e 400mg) e VO (500mg) → Alimentos não 
interferem, mas evitar ingerir com leite e antiácidos. 
30 a 50% eliminada no rim, 15% metabolizada, 30% 
hepato biliar e fecal (oral), 70% eliminado através do rim 
(endovenoso) → Ajuste na Insuficiência renal é necessário 
Distribui-se bem: tecido e líquidos orgânicos (bile -4x 
sangue) 
Ação 
MAIOR potência contra bacilos gram negativos entéricos 
aeróbios 
▪ E.coli 
▪ Klebsiella spp 
▪ Proteus spp. 
Tem ação contra H. influenzae e M. catarrhalis 
MAIS ativos contra pseudomonas spp. 
Ação contra cocos gram negativos 
- MENOR ação contra cocos gram positivos, 
especialmente Streptococcus pneumoniae → 
NÃO indicadoem infecções do trato 
respiratório 
Uso clínico alternativo: 
OBS: NÃO é primeira escolha em NENHUMA infecções → 
necessário avaliar o risco X benefício 
o F. tularensis 
o H. ducreyi 
o K. granulomatis 
o Legionella sp 
o Shigella sp 
o Y. enterocolítica 
Doses recomendadas: 
VO 500-750mg (até1g) de 12/12h 
IV 200-400mg 12/12h até 8/8h 
C. LEVOFLOXACINO 
Biodisponibilidade: 99%, evitar antiácidos → Alimentos 
não interferem 
Distribui-se por todo organismo: altas concentrações 
pulmonares (2 a 5 vezes a concentração sérica) 
Chamada de quinolona respiratória 
Uso clínico: 
Ativas contra os patógenos respiratórios mais comuns 
incluindo 
▪ Streptococcus pneumoniae 
▪ Haemophillus influenzae 
▪ M. catarrhalis 
OBS: Não é considerada primeira escolha para nenhuma 
infecção, o benefício deve superar o risco 
➔ Dose única diária 500mg/dia a 750mg/dia até 1g em 
pacientes com sepse grave 
D. MOXIFLOXACINO 
• Administração oral/IV 
• NÃO sofre metabolismo pelo CYP450 → interage menos 
com medicações 
Meia vida de 12 hrs → uso 1 X ao dia → 400 mg 
NÃO é primeira escolha em nenhuma infecção → o 
benefício deve superar o risco 
Espectro de ação 
Bactérias gram positivas (Streptococcus beta hemolítica 
e Pneumococo) 
Bactérias atípicas 
Gram negativos: é menos ativa que o ciprofloxacino 
contra Pseudomonas aeruginosa, Providencia spp, 
Proteus spp e Serratia marcescens 
Ação contra alguns anaeróbios da pele e vias aéreas → 
PRIMEIRA escolha em pé diabético 
OBS: Diferentemente das outras quinolonas age nos 
anaeróbios → ex: pé diabético (envolve gram positivos, 
gram negativos e anaeróbios) 
E. DELAFLOXACINO 
Administração oral OU IV → Evitar tomar com antiácidos, 
suplementos minerais e certas medicações orais 
Distribuição 
Boa por todo o organismo após administração oral 
Taxa de ligação a proteína de 84% 
Espectro de ação: 
MSSA e MRSA → Tem tratamento VO para MRSA 
OBS: Estável diante das ESBL in vitro contra a ação de 
bactérias anaeróbias → bacteroides fragilis 
Uso clínico: 
o PAC 
o Infecções agudas complicadas de pele e partes moles 
OBS: teoricamente é de amplo espectro, mas ainda não 
tem uso amplo para ser visto os resultados e os efeitos 
adversos 
Mecanismo de ação 
ATB bactericida da classe das fluoroquinolonas 
Inibição de enzimas topoisomerases I e IV → necessárias 
à replicação, transcrição, reparo e recombinação 
bacteriana 
Efeitos adversos 
o Tendinite e ruptura de tendão 
o Artralgia, mialgia e neuropatia periférica 
o Hipersensibilidade 
o Diarreia por C. difficille 
o Risco de dissecção e aneurisma de aorta 
o Alteração da glicemia 
o Náuseas, vômitos, cefaleia e alteração das 
transaminases 
2. SULFONAMIDAS 
Mecanismo de ação: 
Esses ATB competem com o PABA, então impede a ação 
dessa enzima → não deixa prosseguir essa sequência 
que forma as purinas 
Usado normalmente em associação com trimetoprima → 
se escapar da inibição da PABA, a trimetoprima irá agir 
na próxima etapa do mesmo caminho 
Resistência 
Mutação → excesso de produção de PABA. 
Indução de produção de enzima com baixa afinidade 
pela enzima. 
Diminuição da permeabilidade as sulfonamidas – 
codificada por plasmídeo transmissível 
Atividade antimicrobiana: 
Age contra bactérias gram positivas e gram negativas, 
também em fungos e protozoários 
★ Protozoários: Isospora belli → diarreia em 
pacientes com AIDS 
★ Fungos: Paracoccidioides brazielensis 
★ Bactérias Gram negativas: E. coli, Proteus sp 
★ Klebisiella, Kingella 
★ Bactérias Gram positivas: Staphylococcus 
aureus (CA- MRSA), S. saprophyticus 
Farmacocinética: 
São absorvidas: estômago e intestino → Sulfametoxazol 
e Sulfadiazina 
▪ NÃO absorvível → Sulfassalazina 
▪ TÓPICOS → Sulfadiazina de prata 
Se distribuem por todos os tecidos e líquidos corporais 
incluindo o líquor, placenta e feto. 
Excretados por filtração glomerular → Ajuste na 
insuficiência renal 
Uso clínico: 
o Pneumonia por Pneumocystis jiroveci 
o Toxoplasmose → SNC, de comunidade e congênitas 
▪ Sulfadiazina + Pirimetamina 
o Nocardiose 
o Infecções de pele e partes moles por CA-MRSA 
Usado em associação com diaminopirimidinas 
Sulfadiazina + Pirimetamina 
Sulfametoxazol + Trimetoprim 
▪ Pneumonia 
▪ ITU apenas após cultura 
▪ Infecções de vias aéreas superiores, exceto 
amigdalites 
Efeitos adversos: 
o Alergenicidade 
o Síndrome de Stevens-Johnson 
Gestação: aumentam o risco de Kernicterus 
3. 5-NITROIMIDAZÓIS – METRONIDAZOL 
Mecanismo de ação 
 
Atividade antimicrobiana 
• Bacilos anaeróbios 
• Atividade menor contra os anaeróbios gram positivos 
OBS: quando o anaeróbio é da via superior, 
normalmente a clindamicina trata bem; enquanto que 
na via inferior, como abdômen – o metronidazol trata 
melhor 
OBS: Principalmente associado com outros ATB para 
cobrir anaeróbios e tratar clostridium difficile (colite 
pseudomembranosa) que eles não tratem 
Farmacocinética 
★ Biodisponibilidade oral 90 a 95% → Absorção 
não altera com alimentos 
★ Boa distribuição tecidual, incluindo o SNC 
★ Concentra-se em abscessos 
★ Baixa ligação às proteínas plasmáticas 
★ Metabolismo hepático 
Efeitos adversos: 
o Bem tolerado 
o Sabor metálico 
o Coloração escura da urina 
o Reação tipo dissulfiran → ressaca se tomar com álcool 
o Neurológicos – polineuropatia 
4. RIFAMPICINA 
EX: artrite séptica por S. aureus → estou tratando com 
oxacilina mas o paciente continua com picos febris e 
com evolução → entra com rifampicina para atuar no 
meio intracelular porque deve ter bactéria que os 
betalactâmicos não pegam 
OBS: No brasil é reservada para tratamento de TB, então 
no sistema público não tem para outras infecções → só 
consegue quando o paciente compra 
Na meningite é usada como profilaxia em pessoas que 
conviveram com a pessoa infectada 
Mecanismo de ação 
Inibição da síntese de RNA por ligarem-se à 
RNA-polimerase, formando complexos firmes e 
irreversíveis, impedindo a ação da enzima 
Exercem ação antimicrobiana por inibirem a síntese 
proteica em todos os seus estágios, impedindo a 
formação do RNA mensageiro, RNA-ribossomal e 
RNA-transportador 
Localização intracelular- antibióticos de maior 
penetração no interior das células 
As bactérias gram-positivas e gram-negativas 
desenvolvem, com certa facilidade, resistência à 
rifampicina quando esta é utilizada como droga isolada 
por tempo mais ou menos prolongado = Nunca usar 
sozinha 
Atividade antibacteriana 
o Tem amplo espectro de ação Bactérias gram-positivas 
(incluindo os estafilococos resistentes à penicilina e à 
oxacilina) 
o Cocos gram-negativos (gonococo e meningococo) 
o Micobactérias, clamídias, Legionella pneumophila 
o vários bacilos gram-negativos, entre os quais a 
Escherichia coli, Proteus, Klebsiella, Haemophilus, 
Chryseobacterium (Flavobacterium) meningosepticum e 
Brucella 
o Maior aplicação clínica está no combate ao M. 
tuberculosis e ao M. leprae 
Uso clínico 
o Tuberculose 
o Hanseníase 
o Infecções estafilocócicas → junto com outras 
medicações que atingem essa bactéria 
5. NITROFURANTOINA 
Mecanismo de ação 
Reage do modo inespecífico com muitas proteínas 
ribossômicas e interrompem os processos metabólicos e 
a síntese de proteínas, RNA e DNA 
Farmacocinética 
Bem absorvida após administração 
Metabolizada e excretada de forma tão rápida que não 
há qualquer ação antibacteriana sistêmica 
É excretado na urina por meio da filtração glomerular e 
secreção tubular 
Com as doses diárias médias, concentrações de 
200mcg/ml são atingidas na urina 
Uso clínico: 
Uso exclusivo em ITU baixa (cistite) 
o Proteus pode ser resistente 
o Dose: 100 mg 6/6 hrs por 5 a 7 dias 
OBS: Resistência RARA por bomba de efluxo 
Efeitos adversos: 
★ Contraindicada em pacientes com 
comprometimento da função renal significativa 
★ Concentrações elevadas podem gerar 
toxicidade 
★ Recomendações tradicionais são evitar o uso 
em pacientes com depuração da creatinina★ Toxicidades pulmonares 
PRIMEIRA OPÇÃO para tratamento da ITU baixa por E. 
coli (ou fosfomicina) 
Uso crônico profilático – 1 X ao dia por 6 meses → maior 
risco de evoluir com toxicidade pulmonar 
6. ADENDO: FOSFOMICINA 
 
 
7. MUPIROCINA 
Disponível como pomada para aplicação tópica 
Usos clínicos: 
É ativa contra cocos gram positivos, incluindo cepas de 
Staphylococcus (MRSA e MSSA) 
Ela inibe a Isoleucil tRNA sintetase estafilocócica 
Está indicada no tratamento tópico de infecções 
cutâneas menores (impetigo) 
Elimina efetivamente o estado de portador nasal de S, 
aureus em pacientes ou profissionais de saúde → 
resultados são mistos com relação a capacidade de se 
evitar a subsequente 
infecção estafilocócica → utilizado para descolonizar os 
pacientes com S. aureus presente no SWAB nasal 
Os pacientes com maior possibilidade de se beneficiar 
da descolonização são aqueles submetidos a 
procedimentos ortopédicos, cardiotorácicos, 
neurocirurgias... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
.são colonizadas permanentemente ) 
➔ Podem sobreviver em superfícies secas durante 
longos períodos 
- São suscetíveis a temperatura alta, desinfetantes e soluções 
antissépticas; entretanto, podem sobreviver em superfícies 
secas por longos períodos 
➔ Disseminação pessoa a pessoa 
➔ Presença de um corpo estranho 
➔ Pacientes de risco para doenças específicas 
- pacientes que usam cateter central para diálise ou 
quimioterapia; pacientes que usam próteses metálicas; 
pacientes com derivação peritoneal + Diabéticos, DRC, HIV e 
outros imunossuprimidos 
- OBS: Se um paciente vai fazer uma cirurgia ou está tendo uma 
infecção recorrente é necessário fazer a descolonização. 
- Pacientes hospitalizados Médicos Indivíduos com doenças 
eczematosas da pele Aqueles que usam agulhas regularmente. 
Paciente com HIV e CD4 diminuído 
 
Streptococcus 
Bactérias Gram-positivas em forma de cocos, que se 
organizam em cadeias. 
Streptococcus são classificados por antígenos da 
parede celular (sistema de Lancefield), capacidade de 
hemólise e testes bioquímicos. 
 
1. Realiza-se o teste de hemólise no ágar-sangue → Se for 
β-hemólise, seguimos para o próximo passo: Grupo de 
Lancefield. → O sistema Lancefield divide os 
Streptococcus por antígenos na parede celular, 
classificados de A a W. 
 
Usamos os testes bioquímicos APÓS o teste de hemólise 
e a identificação do Grupo de Lancefield, para 
diferenciar espécies que pertencem ao mesmo grupo. 
Se o Streptococcus for β-hemolítico, a prioridade é o 
Grupo de Lancefield, mas os testes bioquímicos podem 
confirmar a espécie. 
Para α e γ-hemolíticos, o teste bioquímico é essencial, 
pois o Grupo de Lancefield nem sempre é aplicável. 
 
Streptococcus do grupo viridans 
NÃO é uma espécie, mas sim um grupo → não é uma 
única bactéria, mas um conjunto de várias espécies de 
Streptococcus que compartilham características 
semelhantes. 
Elas são estreptococos α-hemolíticos (causam hemólise 
parcial, gerando uma coloração esverdeada no 
ágar-sangue) ou gama-hemolíticos (sem hemólise). 
Diferentes espécies do grupo viridans podem causar 
doenças distintas. → O tratamento pode variar 
dependendo da espécie. Algumas espécies podem ser 
resistentes a certos antibióticos, como os Enterococcus 
spp., que já foram considerados parte desse grupo. 
 
OBS: S. anginosus também está no grupo beta 
hemolítico → É o causador de endocardite 
O grupo viridans é diferenciado por testes bioquímicos. 
Como eles não pertencem ao sistema de Lancefield, os 
testes são essenciais para determinar qual bactéria 
específica está presente. 
➔ Infecções clínicas: ITU baixa, ITU alta, Peritonite, 
Endocardite, infecção e pé diabético. 
Enterococcus 
São bactérias entéricas, comumente isoladas de fezes 
humanas e de vários animais. 
E. faecalis é encontrado em altas concentrações no 
intestino grosso (105 a 107 bactérias/ grama de fezes) e 
no trato geniturinário. 
Fatores de risco: Uso de cateter urinário ou intravascular, 
Hospitalização prolongada e uso de antibióticos de 
amplo espectro, especialmente aqueles que são 
inerentemente inativos contra o enterococcus. 
E. faecalis e E. faecium 
OBS: Bactérias gram positivas podem causar 
endocardite, sendo assim o enterococcus por se tratar 
de coco gram positivo também pode causar essa 
doença 
Streptococcus beta hemolíticos 
Tem a hemólise completa que são separados nos grupos 
de A a W 
Fazem hemólise completa no ágar-sangue, criando um 
halo transparente ao redor da colônia. 
Para classificar esses estreptococos, usamos o Grupo de 
Lancefield, que divide as bactérias com base em 
antígenos na parede celular. 
 A bactéria MAIS 
importante/comum desse 
grupo é o S. pyogenic 
Grupo A → Streptococcus 
pyogenes 
Causa faringite estreptocócica (garganta inflamada). 
Pode levar a febre reumática (inflamação no coração) e 
glomerulonefrite (doença renal pós-infecção). 
Grupo B → Streptococcus agalactiae 
Bactéria comum em gestantes. 
Pode causar meningite e sepse em recém-nascidos. 
 Patogênese 
A cápsula protege a bactéria, tornando-a difícil de ser 
reconhecida pelo sistema imunológico. 
A proteína M impede que o sistema imunológico marque 
a bactéria para destruição. 
A proteína tipo M engana o sistema de defesa ao se ligar 
aos anticorpos e outras proteínas do corpo. 
A C5a peptidase impede que células de defesa sejam 
chamadas para combater a infecção. 
 
Adesão e invasão da célula do hospedeiro: ácido lipoteóico, proteína M e F. 
Imagem A: Mostra S. pyogenes 
aderindo a uma superfície com 
fibras longas (provavelmente 
fibronectina ou outras proteínas 
da matriz extracelular). → Essas 
fibras ajudam a fixação da 
bactéria e são um passo 
importante para a colonização e 
infecção. 
Imagem B: Mostra S. pyogenes em forma de cocos 
dispostos em cadeias (típica organização desse gênero). 
→ Podemos ver que a bactéria está se fixando na 
superfície e invadindo tecidos, criando pequenos 
buracos, o que pode ser um indicativo de ação 
enzimática e destruição tecidual. 
Toxinas e enzimas 
Essas substâncias ajudam a bactéria a sobreviver no 
organismo, causar inflamação e destruir células do 
hospedeiro. 
 
Exotoxinas Pirogênicas Estreptocócicas (Spe) → Causam 
febre, inflamação intensa e choque tóxico. 
Estreptolisina S → Mata células do sistema imunológico, 
ajudando a bactéria a se espalhar. 
Estreptolisina O → Tem ação semelhante à S, mas pode 
ser detectada pelo exame ASLO para diagnosticar 
infecções estreptocócicas. 
Testes diagnósticos 
Os testes ASLO (Antiestreptolisina O) e Anti-DNase B são 
utilizados para diagnosticar infecções causadas por 
Streptococcus pyogenes, que pertence ao Grupo A dos 
estreptococos β-hemolíticos. 
ASLO 
Os anticorpos são facilmente formados contra a 
estreptolisina O (anticorpos antiestreptolisina O - ASLO) 
(essa característica a diferencia da estreptolisina 5) e 
são úteis para documentar infecção recente por 
estreptococos do grupo A (teste ASO). 
TESTE DE ANTI-DNASE B 
DNase B (teste de anti-DNase B) são um marcador 
importante para pacientes com infecções cutâneas que 
não produzem anticorpos contra a estreptolisina O. 
Cocos gram negativos 
 
Neisseria 
Neisseria é um gênero de 
bactérias Gram-negativas, 
que inclui espécies 
patogênicas e comensais. 
é um diplococo, ou seja, 
uma bactéria em formato arredondado (coco) que se 
organiza em pares 
 
Fatores de virulência → 
 
 
Bacilo vs. Bacillus 
"Bacilos" é um termo geral usado para descrever 
bactérias que têm formato alongado (bastonetes). → 
Podem ser Gram-positivos ou Gram-negativos. 
✅ Resumindo: "Bacilos" são 
todas as bactérias 
alongadas, 
independentemente do grupo 
a que pertencem. 
"Bacillus" é um gênero 
específico de bactérias 
dentro dos bacilos 
Gram-positivos. → Todas as bactérias do gênero Bacillus 
são bacilos, mas nem todos os bacilos pertencem ao 
gênero Bacillus. 
Bactérias do tipo cocobacilos e bacilos gram +
 
 
Listeria monocytogenes 
Epidemiologia 
Isolado no solo, na água, na vegetação 
e em uma variedade de animais, 
incluindo seres humanos. 
Recém-nascidos, idosos, gestantes e pacientes 
com defeitos na imunidade celular apresentam risco 
aumentado para a doença. 
Doenças clínicas 
Doença neonatal (aborto espontâneo, abscessos e 
granulomas disseminados, meningite, septicemia); 
Bacteremia ou doença disseminada com
 meningite em gestantes e pacientes com 
defeitos da imunidade celular. 
Corynebacterium diphtheriae 
Agente etiológico da difteria. 
São ubíquas em plantas e animais, 
e normalmente colonizam a pele, 
trato respiratório superior, trato 
gastrointestinal e trato 
geniturinário de humanos. 
A toxina diftérica é o principal fator de virulência de C. 
diphtheriae. 
Bactérias do tipo bacillus 
 
O gênero Bacillus é 
exclusivamente 
Gram-positivo e inclui 
bactérias que vivem no 
solo e produzem 
esporos. 
 
Bacillus anthracis 
Antraz cutâneo: pápula indolor que progride para 
ulceração com vesículas ao redor, seguidade formação 
de escaras; podem se desenvolver linfadenopatia 
dolorosa, edema e sinais sistêmicos 
Antraz gastrointestinal: formação de úlcera no local da 
invasão (p.ex., boca, esôfago, intestino), levando a 
linfadenopatia regional, edema e sepse 
Antraz inalado: sinais iniciais são inespecíficos, seguidos 
de uma sepse súbita acompanhada de febre, edema e 
linfadenopatia (nódulos linfáticos mediastinais); 
sintomas meníngeos acometem metade dos pacientes, 
e a maioria evolui a óbito, a menos que o 
tratamento seja iniciado imediatamente. 
Bacillus cereus 
Gastroenterite: forma emética caracterizada pelo rápido 
surgimento de episódios de vômitos e dor abdominal, 
sendo, no entanto, de curta duração; forma diarreica 
caracterizada por uma duração mais prolongada, 
acompanhada de diarreia e cólicas abdominais 
Infecções oculares: destruição rápida e progressiva do 
olho, após introdução traumática da bactéria 
Doença pulmonar grave: doença pulmonar grave, 
semelhante à do antraz, em pacientes 
imunocompetentes. 
 
 
 
 
 
Bacilos gram negativos 
 
 
OBS: As gram negativas 
são as mais associadas às 
infecções hospitalares 
 
Enterobacteriaceae 
A família Enterobacteriaceae é um 
grupo de bactérias Gram-negativas 
em formato de bacilo, amplamente 
distribuídas no meio ambiente e no 
trato gastrointestinal de humanos e 
animais. 
São micro-organismos ubiquitários 
(aqueles que estão presentes em 
praticamente todos os ambientes da 
natureza) 
Microbiota normal da maioria dos animais, incluindo o 
homem. 
Algumas são patogênicas primariamente: (p.ex., 
Salmonella sorotipo Typhi, espécies de Shigella e Yersinia 
pestis) 
Algumas podem ser comensais. (p.ex., Escherichia coli, 
Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis) 
Estrutura 
Possui uma membrana externa 
com LPS (endotoxina), que pode 
causar febre e choque séptico. 
Tem mecanismos de resistência a 
antibióticos, como porinas e 
β-lactamases no espaço periplasmático. 
Fatores de virulência 
 
Doenças clínicas associadas as gram negativas 
➔ Gastroenterite 
➔ Infecções extra intestinais 
➔ ITU 
➔ Meningite neonatal 
➔ Sepse 
➔ Pneumonia 
Classificação dentro da família enterobacteriaceae 
 
 
 
 
Espécies 
 
Salmonella 
Gastroenterite (Salmonelose) → Infecção Intestinal → 
Normalmente não necessita de antibióticos, exceto em 
casos graves ou em imunossuprimidos. 
Sepse → Ocorre quando a Salmonella entra na corrente 
sanguínea e se espalha para outros órgãos. 
Febre Entérica → Febre Tifóide → Transmissão: Água e 
alimentos contaminados (principalmente em locais com 
saneamento precário). 
Osteomielite em pacientes com Anemia Falciforme → 
Pacientes com anemia falciforme têm maior risco de 
infecções ósseas por Salmonella. 
Shigella 
A infecção causada por Shigella é conhecida como 
shigelose ou disenteria bacilar e está associada a 
diarreia grave com sangue e muco, febre e dor 
abdominal. 
O período de incubação varia de 1 a 3 dias, ou seja, os 
sintomas aparecem rapidamente após a infecção. 
Pode causar surtos : creches , HSH. 
Pseudomonas e bactérias relacionadas 
São bacilos Gram-negativos → pertencem à família 
Pseudomonadaceae e são conhecidos por sua 
resistência a antibióticos, capacidade de sobreviver em 
ambientes diversos e papel em infecções hospitalares. 
 
São bacilos não 
fermentadores 
BNF = Bacilos Não 
Fermentadores → São 
bactérias Gram-negativas que 
não fermentam glicose nem 
lactose, sendo resistentes a 
muitos antibióticos e 
frequentemente associadas a 
infecções hospitalares. 
Pseudomonas aeruginosa 
Pode causar infecções graves, especialmente em 
pacientes hospitalizados ou imunossuprimidos. 
Infecções pulmonares: traqueobronquite e 
broncopneumonia necrotizante 
Infecções primárias da pele: infecções em queimados e 
foliculite 
Infecções do trato urinário: em pacientes com SVD e uso 
prévio de antibióticos 
Infecções do ouvido: otite externa 
Infecções oculares: infecções oportunistas das córneas 
levemente danificadas 
Bacteremia: disseminação da bactéria a partir da 
infecção primária (p.ex., pulmonar) a outros órgãos e 
tecidos; pode ser caracterizada por lesões necróticas da 
pele (ectima gangrenoso) 
Complexo Burkholderia cepacia 
Grupo de bactérias conhecido como "Complexo 
Burkholderia cepacia" (Bcc), que inclui várias espécies 
com características semelhantes. 
É um patógeno oportunista que causa infecções em 
pacientes imunocomprometidos. 
causa infecções em pessoas com doenças crônicas. 
Infecções pulmonares: infecções em pacientes com 
doença granulomatosa crônica ou fibrose cística e 
infecções do trato urinário em pacientes cateterizados; 
Bacteremia em pacientes imunocomprometidos com 
cateter intravascular contaminado. 
Burkholderia pseudomallei 
B. pseudomallei é o agente causador da melioidose, uma 
infecção grave e potencialmente fatal. 
Comum em regiões tropicais e subtropicais (Sudeste 
Asiático, Norte da Austrália e América do Sul). 
Infecções pulmonares: podem variar de colonização 
assintomática a formação de abscesso 
OBS: A burkholderia é a última a surgir (a que sobra) 
porque é resistência a tudo 
Stenotrophomonas maltophilia 
conhecida por ser oportunista e altamente resistente a 
antibióticos. 
Infecções oportunistas: uma variedade de infecções (as 
mais comuns são bacteremias e pneumonias) em 
pacientes imunocomprometidos previamente expostos à 
terapia antimicrobiana de amplo espectro 
Espécies de acinetobacter 
Infecções pulmonares: patógeno oportunista em 
pacientes que receberam terapia respiratória 
Infecções de feridas: traumática (p.ex., resultado de 
conflitos militares) e feridas nosocomiais 
Moraxella catarrhalis 
Infecções pulmonares: traqueobronquite ou 
broncopneumonia em pacientes com doença pulmonar 
crônica 
 
Lista de agentes patogênicos prioritários da OMS para 
a promover a pesquisa e desenvolvimento de 
novos antibióticos: 
Prioridade 1: CRÍTICA → Acinetobacter baumannii, 
resistente a carbapenêmicos Pseudomonas aeruginosa, 
resistente a carbapenêmicos Enterobacteriaceae, 
resistente a carbapenêmicos e produtoras de ESBL 
Conferência 02 - Uso racional de antibióticos 
Definições 
Antibióticos: substâncias produzidas a partir de fungos 
ou bactérias. 
Antimicrobianos: englobam as medicações capazes de 
combater microorganismos. 
Agentes antibacterianos: Agentes antibacterianos 
incluem qualquer substância capaz de eliminar ou inibir 
o crescimento de bactérias. → Isso inclui antibióticos e 
também substâncias sintéticas e desinfetantes. 
🚨 Todo antibiótico é um agente antibacteriano, mas 
nem todo agente antibacteriano é um antibiótico! 
O que é uso racional de antibióticos? 
Uso racional de antibióticos é a administração de 
antimicrobianos na dose, via e tempo corretos, 
considerando o tipo de infecção, o agente causador e o 
perfil do paciente, minimizando efeitos adversos e o 
desenvolvimento de resistência bacteriana. 
Resistência antimicrobiana 
A resistência antimicrobiana é 
reconhecida como uma das 
maiores ameaças à saúde 
humana em todo o mundo (a 
imagem acima correlaciona a 
data de criação do 
antimicrobiano com a data em que as resistências 
começaram a aparecer); 
As infecções resistentes à antibióticos adicionam custos 
consideráveis ao sistema de saúde. 
Porque devemos ser racionais ao usar os antibióticos? 
O CDC declarou em 2013 
que a raça humana está 
agora na era pós 
antibiótica, e em 2014 a 
OMS advertiu que a 
crise de resistência aos 
antibióticos está se 
tornando terrível. 
Sobre a sepse 
Após obtenção de culturas apropriadas, deve-se 
administrar antibióticos de largo espectro, por via 
intravenosa, o mais rapidamente possível e, idealmente, 
na primeira hora após o diagnóstico. 
Erros 
1. Erro no antibiótico 
prescrito (drug): 
A grande maioria dos 
antimicrobianos prescritos 
são prescritos 
empiricamente. 
Depende do 
Conhecimento médico 
2. Erro na dose (dose): 
➔ Dose ajustada por peso➔ Dose ajustada por gravidade 
➔ Dose ajustada por tipo e gravidade de infecção 
Ex: infecção no SNC costuma dobrar a dose da 
Ceftriaxona 
Em caso de sepse, começa com os antibióticos mais 
fortes e com menor chance de resistência e, após sair a 
cultura, troca-se por um ATB menos potente que seja 
suficiente. 
 
3. Erro na via de administração (delivery) 
Resumo: O antibiótico pode ser administrado por via 
intravenosa (IV) ou via oral (VO), e a escolha correta 
impacta no sucesso do tratamento. 
Infecções graves → começar com IV, mas sempre avaliar 
a transição para VO. 
Quando trocar para VO? ✅ Se o paciente melhora 
clinicamente e o trato gastrointestinal está íntegro, 
deve-se trocar para antibiótico oral. 
Manter antibiótico IV por tempo excessivo aumenta 
riscos sem necessidade. Sempre avaliar a conversão 
para VO o quanto antes. 
4. Erro no tempo de tratamento 
 
5. Erro no De-Escalonamento (Deescalation) → Ajustar o 
Antibiótico após Exames 
A duração do tratamento antibiótico deve ser a menor 
possível para erradicar a infecção, sem prolongar 
desnecessariamente o uso da medicação. 
O uso inicial de antibióticos deve ser eficaz e baseado 
na resistência bacteriana local. → Antibióticos de amplo 
espectro são úteis no início, mas devem ser reduzidos 
assim que possível. 
 
Princípios fundamentais do novo paradigma de 
tratamento 
Faça uma seleção eficaz de antibióticos logo na primeira 
vez 
Seleção antimicrobiana básica, empírica e direcionada, 
no conhecimento da suscetibilidade local padrões 
Use antibióticos de amplo espectro no início 
Otimizar a dose de antibiótico e a via de administração 
Administrar antibióticos pelo menor tempo possível 
Ajustar ou interromper a 
antibioticoterapia o mais 
cedo possível para melhor 
direcionar o (s) patógeno (s) 
Remover a pressão para o 
desenvolvimento de 
resistência (ou seja, de-escalada) 
Como raciocinar clinicamente: 
Sinais e sintomas do paciente → Identificar se a infecção 
foi adquirida na comunidade ou em ambiente hospitalar 
(IRAS) → Determinar o sistema ou órgão afetado (pulmão, 
trato urinário, pele, sangue) → Considerar os 
microrganismos mais comuns associados a esse tipo de 
infecção (bactéria mais provável) → Avaliar o risco de 
resistência bacteriana (bactérias multirresistentes, 
histórico de uso prévio de antibióticos) → Analisar as 
condições do paciente que 
podem interferir na ação do 
antibiótico (função renal, 
hepática, idade, 
comorbidades) → Selecionar 
o antibiótico mais eficaz e 
seguro para o tratamento, 
considerando espectro de 
ação, farmacocinética e 
possíveis efeitos adversos. 
Exemplo 
O médico faz diagnóstico 
provável de infecção do trato 
urinário baixo → Baseado em 
dados epidemiológicos sabe que 
a Escherichia coli é o agente 
mais frequente → Baseado em 
conhecimento prévio sabe que as 
E. coli da comunidade são habitualmente sensíveis à 
norfloxacina, nitrofurantoína. 
OBS: Se o médico tem certeza? Há alguma 
evidência objetiva de que está certo? solicitou 
EAS + urocultura + antibiograma → 
➔ Para identificar qual 
microrganismo está causando uma 
infecção, o médico utiliza o exame 
de Gram, que ajuda a descobrir rapidamente o tipo de 
bactéria presente. Esse teste é especialmente 
importante quando as bactérias aparecem em líquidos 
do corpo que normalmente não têm nenhum 
microrganismo, como: 
● Líquido cefalorraquidiano (líquido que envolve o 
cérebro e a medula); 
● Líquido pleural (ao redor dos pulmões); 
● Líquido sinovial (nas articulações, como o 
joelho); 
● Líquido peritoneal (no 
abdômen). 
Encontrar bactérias nesses 
locais significa uma infecção 
séria, e ajuda o médico a 
escolher o antibiótico correto 
rapidamente. 
Análise da susceptibilidade 
do organismo 
Após identificar o microrganismo que está causando a 
infecção (por exemplo, com o exame de Gram), é preciso 
avaliar se a bactéria encontrada é sensível ou resistente 
a antibióticos, por meio de: 
● Cultura 
● Antibiograma 
● MIC (concentração) – exame realizado por macro 
e microdiluição OU E test - serve para saber 
exatamente quanto antibiótico será necessário 
para tratar aquela infecção 
Estafilococos resistentes: é preciso testar 
especificamente a sensibilidade à vancomicina 
(antibiótico usado para bactérias muito resistentes). 
Quando o antibiótico escolhido é a Polimixina, também é 
obrigatório fazer esse teste para garantir que o 
tratamento funcionará e não causará toxicidade ao 
paciente. 
Antibiograma - E-test 
Essa imagem mostra um método 
chamado "diluição em tubo" para 
descobrir a Concentração 
Inibitória Mínima (CIM) de um antibiótico. 
CIM: A menor concentração de um antibiótico capaz de 
impedir o crescimento visível das bactérias. 
Fatores que influenciam na escolha do ATB 
Fatores do hospedeiro para prescrição de ATB 
Para prescrever um antibiótico 
é importante saber alguns 
fatores do hospedeiro para o 
uso ser com segurança 
Exemplo: Quinolonas não são 
feitas para a criança, porque 
faz impregnação de esmalte 
do dente e interferem na cartilagem de crescimento 
Aspectos farmacológicos do ATB 
Farmacocinética → É o 
estudo da absorção, 
distribuição, metabolismo 
e eliminação de uma dada 
droga no organismo 
humano. 
- É o estudo da 
cinética, do 
movimento que 
determinada 
substância toma ao ser administrada à uma 
pessoa 
Farmacodinâmica: Estuda o 
mecanismo de ação das 
drogas e a sua relação com os 
efeitos esperados (contra os 
micro-organismos) e adversos 
(que ocorrem no hospedeiro) 
daquela substância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conferência 03 - Antibióticos que atuam na síntese da 
parede celular part. 01 
Esses antibióticos atuam impedindo que a bactéria 
consiga formar uma parede celular estável e forte. Sem a 
parede, a bactéria fica frágil, vulnerável e morre 
facilmente. 
Beta-lactâmicos: bloqueiam as enzimas (PBPs) que 
montam a parede bacteriana. 
Glicopeptídeos: impedem diretamente a união dos 
blocos que formam a parede celular, interrompendo sua 
formação. 
Fosfomicina: inibe etapas iniciais da produção da 
parede bacteriana. 
Bacitracina: impede a saída dos componentes da 
parede celular de dentro da célula para o exterior. 
 
Mecanismo de ação 
Síntese da parede celular - 
quando o peptideoglicanos 
não é bem formado, a 
bactéria fica instável e 
rompe. 
Inibidores da síntese da 
parede celular: impedem a 
formação da parede bacteriana, tornando as bactérias 
vulneráveis à lise. Exemplos: beta-lactâmicos (penicilinas, 
cefalosporinas, carbapenêmicos) e 
glicopeptídeos(vancomicina). 
OBS: Antibióticos que agem na síntese da parede celular 
são denominados bactericidas (conseguem matar a 
bactéria sem precisar do sistema imunológico para 
finalizar a ação) 
Síntese da membrana plasmática 
e membrana externa. 
Síntese dos ácidos nucleicos. 
Síntese de proteínas. 
Betalactâmicos 
É o grupo mais importante de antibióticos → quase 
sempre fazem parte dos tratamentos → Só não é usado 
quando há resistência 
Antibióticos que integram esse grupo 
● Penicilinas. 
● Cefalosporinas. 
● Carbapenêmicos. 
● Inibidores da beta-lactamase → ex: clavulanato 
● Cefamicinas (pouco usadas). 
● Monobactâmicos (muito pouco usados) - é o 
único que possui só um anel b-lactâmico. 
estrutura química básica 
OBS: Caso a bactéria produza uma enzima que seja 
capaz de destruir o anel B-lactâmico / tiazolidínico , o 
antibiótico perderá a sua ação 
São ligadas outras moléculas a esse anel formando os 
diferentes tipo de antibióticos do grupo beta lactâmicos 
Estruturação da parede bacteriana: 
A parede celular das bactérias é formada por 
carboidratos especiais → Para que esses carboidratos 
fiquem bem unidos, existem enzimas específicas 
chamadas Proteínas Ligadoras de Penicilina (PBPs) - 
Cada bactéria pode ter tipos diferentes dessas enzimas. 
Essas enzimas incluem: 
● Transpeptidases (principal) 
● Carboxipeptidases (regulam o crescimento da 
parede bacteriana) 
● Endopeptidases 
Esses antibióticosfuncionam impedindo que as 
bactérias construam corretamente sua parede celular. 
Para isso, eles se ligam diretamente nas enzimas 
bacterianas → Sem poder construir a parede celular 
corretamente, as bactérias ficam frágeis, não conseguem 
se multiplicar e morrem. 
Obs: Essas enzimas são importantes, porque se houver 
alguma mutação nelas, as bactérias podem se tornar 
resistentes aos antibióticos. 
Principais mecanismos de resistência associados às 
enzimas da parede celular: 
1. A bactéria pode absorver pedaços de DNA de 
outra bactéria já morta, que contenham genes 
resistentes. Esses genes podem modificar as 
enzimas (PBPs), impedindo que o antibiótico 
consiga se ligar e funcionar corretamente. 
 
2. Algumas bactérias conseguem produzir uma 
enzima chamada beta-lactamase, que quebra 
(hidrolisa) a estrutura química dos antibióticos 
do tipo beta-lactâmico (ex.: penicilinas), 
tornando-os inativos 
Mecanismo de ação 
Inibem não apenas uma única 
enzima envolvida na síntese da 
parede celular, mas uma família 
de enzimas relacionadas (de 4 - 
8 em bactérias diferentes. 
Eles atuam impedindo a formação das ligações (pontes) 
entre as estruturas da parede celular bacteriana, 
processo conhecido como transpeptidação. Esse 
bloqueio acontece porque o antibiótico se liga 
diretamente às PBPs, impedindo que elas funcionem 
corretamente. 
esses antibióticos também ativam enzimas chamadas 
autolisinas, que acabam destruindo a parede celular 
bacteriana e levando a bactéria à morte, principalmente 
se a PBP bloqueada for fundamental para a 
sobrevivência da bactéria. 
Mecanismo de resistência 
 Os antibióticos beta-lactâmicos podem ter sua ação 
comprometida por quatro formas principais de 
resistência bacteriana: 
1. Formação de biofilme: As bactérias produzem uma 
espécie de camada ou capa protetora ("biofilme") que 
dificulta a entrada do antibiótico. Isso acontece porque 
essa capa torna mais difícil para o antibiótico chegar 
até a bactéria, além de alterar a velocidade com que ela 
cresce. Um exemplo de antibiótico que pode ultrapassar 
essa proteção (biofilme) é a rifampicina. 
2. Mudança no alvo: As bactérias modificam as enzimas 
(PBPs) onde os antibióticos normalmente se ligariam. 
Com isso, o antibiótico não consegue se ligar ao alvo 
original e perde o efeito. 
3. Produção de β-lactamases: As bactérias podem 
produzir enzimas chamadas β-lactamases, que quebram 
(hidrolisam) e destroem antibióticos beta-lactâmicos, 
tornando-os ineficazes. 
- ESPL – resistência contra cefalosporinas de 
terceira e quarta geração 
- Penicilinases – resistência contra penicilinas 
4. Bombas de efluxo: Algumas bactérias possuem 
bombas que expulsam ativamente o antibiótico da 
célula antes que ele consiga agir, diminuindo a 
concentração e eficácia do medicamento. 
- Ex de bactéria que atua com essa resistência: 
Pseudomonas 
 
➔ Maior problema da resistência 
- Enterobactérias produtores de ESBL. 
- Pseudomonas aeruginosa de difícil tratamento. 
- Enterobactérias produtoras de carbapenemase. 
BETALACTAMASES: 
Eram consideradas uma preocupação principalmente 
em infecções hospitalares. 
Atualmente as B-lactamases agora são encontradas em 
muitos ambientes comunitários em pacientes de todas 
as idades. → A colonização por patógenos produtores 
de B-lactamase é encontrada não apenas em hospitais, 
mas também em centros de saúde, como na população 
geral. 
As B-lactamases são enzimas que abrem o 
anel-beta-lactâmico, inativando o antibiótico. 
Principal mecanismo de resistência das bactérias 
Gram-negativas. 
OBS: As bactérias podem compartilhar material genético 
entre diferentes espécies, por meio do plasmídeo → os 
genes para síntese das betalactamases podem ser 
compartilhadas, isso gera ainda mais resistência 
bacterianas 
Exemplo de caso clínico da aula 
Paciente de 19 anos com dor localizada simulando apendicite → foi 
operado com abcesso e perfuração intestinal, com diagnóstico e Doença 
de Crohn iniciando. Foi prescrito Metronidazol e Ceftriaxona (para cobrir 
anaeróbios e gram negativos). 
O paciente permaneceu com febre e evoluiu com piora do estado geral. → 
Ao resultado da cultura foi detectadas Klebsiella resistente, sensível 
apenas aos carbapenêmicos 
Diante do quadro clínico e resultado da cultura, o 
antibiótico mais indicado para esse paciente é um 
carbapenêmico, como: Meropenem ou Imipenem 
→ Klebsiella produtora de ESBL é resistente a 
cefalosporinas de 3ª e 4ª geração, como a Ceftriaxona. 
→ Os carbapenêmicos são estáveis diante dessas 
enzimas (ESBL) e continuam sendo eficazes. 
🔄 Suspender Ceftriaxona + Metronidazol → ✅ Iniciar 
Meropenem 
O gráfico mostra que ao 
longo do tempo (de 1946 até 
2015), o percentual de 
estafilococos que produzem 
penicilinase (gene blaZ) — 
uma enzima que destrói a 
penicilina, tornando o 
antibiótico ineficaz. 
 
Na prática, menos de 20% das infecções por 
estafilococos vão responder à penicilina simples. → Por 
isso, a penicilina não deve mais ser usada como 
antibiótico empírico (de primeira escolha antes de sair o 
resultado da cultura) em infecções como furúnculos, 
abscessos, foliculites, etc., que geralmente são causadas 
por Staphylococcus aureus. 
PENICILINASE 
é uma enzima que 
quebra o anel 
beta-lactâmico da 
penicilina → Quando a 
bactéria produz essa 
enzima, a penicilina 
sozinha deixa de 
funcionar. 
Algumas bactérias produzem uma enzima chamada 
SHV-1, que é um tipo de penicilinase. → Nesse caso, até 
as cefalosporinas de 1ª geração (como a cefalexina) 
também não funcionam. 
Como resolver isso? Usando inibidores de 
beta-lactamase 
- Existem substâncias que bloqueiam a ação 
dessas enzimas, chamadas inibidores de 
beta-lactamase. 
Exemplos: 
- Amoxicilina + Clavulanato → o clavulanato 
bloqueia a penicilinase, e a amoxicilina pode 
agir. 
- Cefalosporina + Tazobactam → o tazobactam 
protege a cefalosporina da degradação. 
E quando a bactéria produz carbapenemase (ex: KPC)? 
A KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase) é uma 
enzima ainda mais potente. → Ela consegue inativar 
todos os antibióticos beta-lactâmicos, incluindo: 
● Penicilinas 
● Cefalosporinas 
● Carbapenêmicos 
⚠ Por isso, é necessário usar antibióticos combinados 
com inibidores especiais, que consigam bloquear essa 
carbapenemase. 
- Ceftarolina + Avibactam → combinação que 
pode ser eficaz contra bactérias produtoras de 
KPC. 
 
Evolução das enzimas beta-lactamases, que são 
responsáveis pela resistência de bactérias aos 
antibióticos beta-lactâmicos (como penicilinas e 
cefalosporinas). 
TEM 1 e TEM 2 
São variantes das enzimas penicilinases 
São mediadas por plasmídeos 
Hidrolisam penicilinas e cefalosporinas de espectro 
estreito (1a geração e um pouco da segunda geração ) 
★ ex., penicilina, ampicilina, amoxicilina, cefazolina, 
cefalexina e cefalotina. 
Mais comuns em bactérias gram-negativa: 
★ Enterobacteriaceae. 
★ Pseudomonas aeruginosa 
★ Haemophilus influenzae. 
★ Neisseria gonorrhoeae. 
TEM 1, TEM 2 e SHV-1 
São beta-lactamases → conseguem inativar penicilinas 
(ex.: ampicilina, amoxicilina) e cefalosporinas de 1ª 
geração (ex.: cefalexina, cefazolina). 
As cefalosporinas de 3ª e 4ª geração possuem uma 
cadeia lateral chamada oxiimino. → mais resistentes às 
beta-lactamases clássicas (como TEM-1, TEM-2 e SHV-1). 
- Cefotaxima 
- Ceftazidima. 
- Ceftriaxona 
- Cefepime. 
BETALACTAMASES DE ESPECTRO ESTENDIDO (ESBLs) 
São enzimas que destroem: 
● Penicilinas 
● Cefalosporinas de 3ª geração (como cefotaxima, 
ceftriaxona e ceftazidima) 
● Algumas de 4ª geração 
Existem vários tipos diferentes de ESBLs, com nomes e 
características próprias (como TEM, SHV, CTX-M etc.). → 
Mesmo sendo diferentes, todas têm a mesma função 
principal: quebrar antibióticos beta-lactâmicos mais 
modernos. 
Atuam contra substratos oxiimino-beta-lactâmicos (ATB 
de terceira ligação) 
Não hidrolisam os carbapenêmicos → os 
carbapenêmicos ainda são uma boa opção de 
tratamento. 
São inibidas por Clavulanato,Sulbactam e Tazobactam 
São encontradas em alguns BGN: 
● Klebsiella pneumoniae, Klebsiella oxytoca e 
Escherichia coli. 
● Acinetobacter, Burkholderia 
● Citrobacter, enterobacter, morganella, proteus 
sp. 
● Pseudomonas spp. 
● Salmonaela, serratia e shigella spp. 
E. coli produtora de ESBL foi observada entre pacientes 
sem fatores de risco associados aos cuidados de saúde 
discerníveis na comunidade; também se tornou 
generalizada em hospitais de todo o mundo 
Fatores de risco para ESBL 
● Exposição a serviços de saúde. 
● Residente de casas de repouso. 
● Hemodiálise. 
● Presença de cateter intravascular. 
● Antibioticoterapia prévia (quinolonas) 
● Uso de corticoides. 
 
OBS: Quando é mediado por plasmídeo pode ser 
compartilhado com bactérias de outras espécies por 
meio de pontes citoplasmáticas 
Beta Lactamase ampiC 
Ceftriaxona pode induzir a resistência por meio da 
AmpiC – na cultura estará mostrando que é sensível, mas 
ao usar formará resistência porque induz a formação 
dessa enzima 
Penicilinas 
Ela faz parte do grupo dos beta-lactâmicos e atua 
impedindo a formação da parede celular das bactérias. 
 
OBS: Carboxipenicilinas → Ticarcilina e Carbenicilina não 
são são mais produzidas no brasil devido a toxicidade 
(eleva potássio) 
Penicilinas naturais → São as penicilinas produzidas a 
partir do Penicillium e incluem: 
★ Penicilina G: Utilizada no tratamento de 
infecções estreptocócicas, sífilis e outras 
infecções bacterianas sensíveis. 
★ Penicilina V: Versão mais estável em meio ácido, 
sendo administrada via oral para infecções 
menos graves. 
Penicilinas semi-sintéticas → São modificadas 
quimicamente para ampliar seu espectro de ação ou 
melhorar sua estabilidade. Esse grupo inclui diferentes 
subclasses: 
★ Aminopenicilinas: Apresentam um espectro 
ampliado contra Gram-negativos e incluem: 
Amoxicilina e ampicilina 
★ Oxazolilpenicilinas: São resistentes à ação de 
beta-lactamases produzidas por estafilococos, 
e um exemplo é: Oxacilina 
★ Ureidopenicilinas: Têm um espectro mais amplo, 
incluindo bactérias Gram-negativas e algumas 
anaeróbicas: Piperacilina 
★ Carboxipenicilinas: Atuam contra Pseudomonas 
aeruginosa e outras bactérias Gram-negativas 
resistentes: Ticarcilina 
Propriedades gerais comuns das penicilinas 
Distribuem por todo o corpo: incluindo pulmões, fígado, 
músculo e placenta 
Os níveis em abscesso, ouvido médio, líquido pleural e 
peritoneal, líquido sinovial são suficientes para inibir a 
maioria das bactérias 
Os níveis nos ossos são variáveis 
As penicilinas não penetram nas células e são 
relativamente insolúveis em lipídios 
★ São Hidrossolúvel – não penetram na célula → 
não são ideias em infecções intracelulares 
★ ex: artrite séptica (estafilo entra dentro da 
célula) 
★ A concentração intracelular é menor que a 
extracelular 
A distribuição de todas as penicilinas para o olho, 
cérebro, Líquido cefalorraquidiano ou a próstata é 
insuficiente na ausência de inflamação: 
➔ A inflamação altera as barreiras normais, 
permitindo a entrada das penicilinas → o 
alcance penicilina G varia de 5 a 10% e 
ampicilina de 13 a 14% 
➔ As penicilinas com baixas taxas de ligação às 
proteínas atingem níveis no soro fetal 
equivalente aos níveis no soro materno 30 a 60 
minutos após a injeção 
Penicilina G ou Benzilpenicilina e Penicilina V ou 
fenoximetilpenicilina 
Exemplo de uso: amigdalite, sífilis e eripsela 
Tem ação nos cocos gram positivos, gram negativos, 
bacilos gram positivos e espiroquetas 
O tempo de meia vida da penicilina pura é curto → 
portanto a Associação da penicilina benzatina e 
procaína aumenta o tempo de meia vida porque reduz o 
tempo de eliminação 
Formulações disponíveis 
Penicilina cristalina (intra-hospitalar 4/4h ou 6/6h, exceto 
em RN que tem imaturidade de eliminação que pode ser 
feita em mais de 6 horas): uso exclusivo EV. → Frasco 
ampola de 1.000.000 UI e 5.000.000 UI (potássio) 
Penicilina benzatina: IM → Frasco ampola de 1.200.000 UI 
e 600.000 UI. 
Penicilina procaína: IM. 
➢ Frasco ampola de 400.000 UI. 
➢ Procaína: menos usada, pois se aplica mais 
vezes ao dia (12/12h). 
OBS: O tempo de meia vida da penicilina pura é curto → 
portanto a Associação da penicilina benzatina e 
procarina aumenta o tempo de meia vida porque reduz 
o tempo de eliminação 
 
 
Posologias: 
● Penicilina G cristalina 
– de 4 em 4 horas 
devido a meia vida 
● Penicilina G procaína 
– de 12/12 ou de 24/24 
horas 
● Penicilina G 
benzatina – a cada 7 
dias 
Por que a penicilina G benzatina pode ser usada para a 
sífilis? 
→ A penicilina G benzatina é usada no tratamento da sífilis porque atinge uma 
concentração no sangue de cerca de 0,1, enquanto a bactéria Treponema pallidum 
precisa de apenas 0,005 para ser eliminada. Isso significa que a quantidade de penicilina 
no organismo após a aplicação é muito maior do que o necessário para matar a bactéria, 
tornando o tratamento altamente eficaz. Além disso, a penicilina G benzatina é de ação 
prolongada, ou seja, permanece no corpo por um tempo suficiente para garantir a 
eliminação completa da infecção. 
Farmacocinética 
Penicilina G 
★ Uso exclusivo EV e IM. 
★ Meia-vida: função renal normal 30 minutos. 
★ Eliminação: via renal. 
Penicilina V ou fenoximetilpenicilina 
★ Uso oral: sal de sódio ou potássio. 
★ Absorção (60%): pelo duodeno, sofre 
interferência da alimentação, aumenta 
absorção 1 hora após refeição. 
★ Ligação proteica: 80%. 
★ Efeitos adversos: intolerância gástrica, dor 
abdominal, náuseas, vômitos e diarreia. 
★ Disponível em solução e comprimidos de 500 mg 
Uso clínico 
a) Infecções pneumocócicas → sinusites e otites 
★ É o ATB preferido para tratar infecções 
causadas por cepas sensíveis. 
★ A resistência é crescente → pela modificação da 
proteína ligadora de penicilina (PBP) → Não 
adianta associar os inibidores das 
beta-lactamases porque o mecanismo de 
resistência é diferente 
b) Pneumonia pneumocócica: 
★ É preferível para o tratamento parenteral das 
cepas de pneumococos sensíveis. 
★ Tratamento: deve ser mantido por no mínimo 5 
dias, incluindo ao menos 2 a 3 dias após a 
temperatura dos pacientes voltar ao normal. 
c) Meningite pneumocócica: 
★ Tratamento empírico: ceftriaxona ou ceftriaxona 
+ vancomicina. 
★ Após resultado da sensibilidade, se sensível - 
Penicilina G cristalina (24.000.000UI/Dia) - 
ninguém faz isso na prática por causa da 
comodidade de usar ceftriaxona de 12/12h. 
★ O uso da Concentração Inibitória Mínima (MIC) 
é ideal para avaliar a resistência do 
pneumococo e do Streptococcus do grupo 
viridans porque essas bactérias têm um risco 
maior de desenvolver resistência aos 
antibióticos. → A MIC mede a menor 
quantidade de antibiótico necessária para 
impedir o crescimento da bactéria. Isso ajuda os 
médicos a escolherem o tratamento mais eficaz, 
evitando o uso de antibióticos que podem não 
funcionar contra essas bactérias resistentes. 
★ Streptococcus pyogenes não tem resistência a 
penicilina → portanto é a PRIMEIRA opção de 
tratamento 
★ A bactéria que tem maior potencial de 
resistência a penicilina é o Pneumcocco 
★ Fatores de risco para pneumococo resistente: 
➢ Uso prévio de ATB 
➢ Tempo anterior passado em creche 
(para crianças) ou em um ambiente 
institucional, incluindo lar de idosos, 
instituição de longa permanência ou 
abrigo para pessoas sem-teto (para 
adultos). 
➢ Infecções respiratórias recentes. 
d) Infecções por Streptococcus beta hemolítico – Grupo 
A – S. pyogenes 
★ Faringoamigdalite - infecção mais comum: 
➢ Cepas resistentes à penicilina ainda 
não foram isoladas. 
➢ Penicilina V 500 mg VO de 12/12 horas 
por 10 dias OU Penicilina G benzatina 
1.200.000 UI dose única - Se muito 
sintomático fazer mais doses. 
★ Erisipela (celulite): 
➢ Penicilina V 500 mg VO de 12/12 horas 
por 10 dias. ou Penicilina cristalina 1 
milhão de 4/4 horas ou 6/6 horas. 
★ Choque tóxico e fascite necrosante - produção 
de toxina: Penicilina cristalina (24.000.000)+ 
clindamicina (efeito antitoxina). 
★ Pneumonia, artrite, meningite e endocardite 
causadas por estreptococos B-hemolíticos: 
Primeira escolha: penicilina cristalina 12 a 24 
milhões de unidades são administradas por via 
IV, durante 2 a 4 semanas. 
e) Infecções por outros Streptococcus e enterococcus 
★ Streptococcus do grupo viridans (a hemolíticos) 
- principal causa de endocardite - resistência 
crescente: → Se sensíveis devem ser tratados 
com penicilina. 
★ Enterococos (nenhum ATB sozinho é bactericida 
para ele podendo associar outros ATBS): 
f) Infecções anaeróbios 
★ Infecções pulmonares e periodônticas: As 
infecções leves a moderadas desses locais 
podem ser tratadas com penicilina V (250 mg 
4x/dia). 
★ As infecções mais graves devem ser tratadas 
com 12 a 24 milhões de unidades de penicilina G 
cristalina IV. 
g) Infecções por Neisseria 
➔ Neisseria meningitidis: 
★ A penicilina G ainda é o fármaco preferido para 
tratar doenças meningocócica. 
★ Os pacientes devem ser tratados com doses 
altas de penicilina administrada por via IV. 
★ A presença de cepas resistentes à penicilina 
deve ser considerada nos pacientes que 
respondem lentamente ao tratamento. 
★ Não elimina o estado de portador. 
★ Neisseria gonorrhoeae - resistência importante: 
Não se usa amoxicilina, nem penicilina e nem 
ceftriaxona. 
h) Infecções por espiroquetas 
★ Leptospira sp. 
★ Leptospirose. 
★ Treponema pallidum. 
★ Sífilis. 
i) Uso clínico nos Staphylococcus sp: 
★ Staphylococcus aureus não produtor de 
penicilinase (raros casos). 
★ Se a MIC for menor que 0,125, a bactéria é 
sensível à penicilina. 
★ Se for maior que 0,125, a bactéria é resistente. 
★ O Staphylococcus aureus pode se tornar 
resistente à penicilina porque produz uma 
enzima chamada penicilinase, que destrói o 
antibiótico. Para tratar infecções causadas por 
essa bactéria resistente, pode-se usar 
amoxicilina com clavulanato. O clavulanato age 
bloqueando a penicilinase, permitindo que a 
amoxicilina funcione e mate a bactéria. 
Efeitos adversos das penicilinas G e V: 
★ Dor no local da injeção, abscesso e flebites (EV 
ou IM). 
★ Reações mediadas por IgE: anafilaxia, urticária, 
angioedema, edema laríngeo, broncoespasmo. 
★ Reações dermatológicas: exantema morbiliforme 
até síndrome de Stevens-Johnson. 
★ Reações hepatobiliares: hepatite, 
hipersensibilidade, Dor epigástrica, náuseas e 
vômitos (Penicilina V). 
★ Reações pulmonares: infiltrado pulmonar com 
eosinofilia 
★ Doença do soro: febre, exantema, adenopatia, 
artrite, glomerulonefrite. 
★ OBS: O ATB não lesiona a célula e sim provoca 
reações de hipersensibilidade. 
EM RESUMO: Penicilina serve para streptococo e 
enterococo 
ISOXAZOL PENICILINAS 
Meticilina – primeira droga do grupo → Não é disponível 
no brasil, mas é usado como determinante da 
sensibilidade / resistência bacteriana 
- MRSA – Staphylococcus resistente à meticilina e 
a outros atb beta-lactâmicos → tto mais difícil 
- MSSA – Staphylococcus sensível à meticilina → 
pode ser tratado com antibióticos comuns 
como oxacilina e cefalosporinas. 
OXACILINA 
(Penicilina anti-estafilocócica) 
Desenvolvida com o objetivo de agir sobre os 
estafilococos → Ativa contra cocos e bacilos Gram 
positivos aeróbios e anaeróbios; 
Não atua sobre enterococos e é pouca ativa contra 
cocos gram negativos (Neisseria sp.); 
Resistente a ação da penicilinase; 
OBS: Se o antibiótico trata Sthaphylococcus ele cobre 
também estreptococos → É tratamento alternativo das 
estreptococos 
OBS: Não precisa de ajuste da dose nem em Insuficiência 
renal e nem em insuficiência hepática 
Farmacocinética 
Atinge índice terapêutico no líquor em doses elevadas; 
Eliminada por secreção tubular e pela bile 
Não necessita de ajuste na insuficiência renal (por causa 
da eliminação pela bile) 
Resistência 
A resistência do Staphylococcus aureus à meticilina 
ocorre porque ele altera uma proteína chamada PBP2, 
transformando-a em PBP2a. Essa nova versão da 
proteína tem baixa afinidade pelos antibióticos 
beta-lactâmicos (como meticilina e oxacilina), impedindo 
que o remédio funcione e tornando a bactéria resistente 
★ A oxacilina só consegue agir na proteína PBP2, que está 
presente no Staphylococcus aureus sensível à meticilina (MSSA). 
No caso do Staphylococcus aureus resistente à meticilina 
(MRSA), a bactéria modifica essa proteína e cria uma nova 
versão chamada PBP2a, que tem baixa afinidade pelos 
antibióticos beta-lactâmicos, como a oxacilina. Por isso, a 
oxacilina não funciona contra o MRSA, pois não consegue se 
ligar e inibir a PBP2a. 
Todos os betalactâmicos (exceto cefalosporinas de 5° 
geração) usam a PBP2 → a ceftarolina, uma 
cefalosporina de 5ª geração, é a única exceção, pois 
consegue se ligar à PBP2a e atuar contra o MRSA. 
A partir disso, precisa-se usar um grupo diferente de 
antibiótico → Ex: Vancomicina 
Uso clínico 
★ Infecções graves por Staphylococcus aureus 
sensível a meticilina (oxacilina); 
- Porque precisa-se que o paciente seja 
internado, já que a posologia é EV de 
4/4 horas 
★ Infecções no sistema nervoso central (SNC) 
causadas por Staphylococcus coagulase 
negativo sensível também precisam desse tipo 
de tratamento rigoroso, pois são infecções mais 
sérias e exigem antibióticos intravenosos para 
serem eficazes. 
Indicações clinica 
★ Primeira escolha em MSSA (Staphylococcus 
sensível a meticilina) 
★ Impetigo bolhoso grave; Celulite grave; 
Broncopneumonias por MSSA; Meningites por 
MSSA; Sepse; Artrite séptica por MSSA; 
Endocardite por MSSA. 
Efeitos colaterais: 
São raros: Hipersensibilidade; Hepático: aumento das 
transaminases; Hematológicas: neutropenia; 
Aminopenicilinas 
Atua contra as bactéria Gram positivas e contra os 
bacilos gram negativos 
Ocorre mudança na estrutura química que irá interferir 
na farmacocinética → porém o espectro de ação será 
semelhante tanto da Ampicilina quanto da Amoxicilina 
Aminopenicilinas = Penicilinas para as bactérias Gram 
positivas → em todas as infecções tratadas com 
penicilina pode-se usar aminopenicilina. 
Tem ação contra Bacilos Gram negativo 
★ Na prática a resistência dessas bactérias limita 
a ação desse fármaco neste grupo → 
Haemophilus influenzae / E. coli (cultura) 
Ampicilina 
Farmacocinética: 
★ Absorção Oral: 50% - absorvida por via oral de 
maneira irregular → sofre interferência da 
alimentação; 
★ Líquor - atinge níveis terapêuticos quando as 
meninges estão inflamadas; 
★ Penetração biliar: Antes era a melhor medicação 
para abdome agudo, porém atualmente há 
muita resistência → não é mais utilizado como 
tratamento empírico porque contra as Gram 
negativas é necessária cultura para usar 
★ Eliminação: urinária (secreção tubular) e biliar. 
Indicações: 
★ E. faecalis (S) (CGP) → Primeira escolha no 
tratamento de enterococo 
Efeitos adversos: 
★ Reações de hipersensibilidade: doença Ag-Ac → 
hipersensibilidade tardia 
★ Gastrointestinal: diarreia e colite por C. difficile 
★ Renal: nefrite intersticial 
Amoxicilina 
É melhor absorvida quando administrada por via oral, 
em comparação com a ampicilina, e por esta razão, é a 
preferida para a maioria das indicações – uso oral. 
Melhor opção para VO (melhor que ampicilina e do que 
a penicilina V porque essas têm interação com a 
alimentação) → Níveis sanguíneos máximos são de 2 a 
2,5 vezes os obtidos com uma dose similar da ampicilina. 
Farmacocinética 
★ Absorção oral rápida e quase completa, 
alimentos não interfere – 80%. 
★ Penetra fluidos pleurais, pulmões, efusões de 
orelha média, secreções dos seios maxilares, 
amígdalas, escarro e secreções brônquicas 
★ São encontrados comprimidos de liberação 
lenta prolongados. 
Usos clínicos: 
Sinusite; Traqueobronquite; Otite média; Bronquite; 
Pneumonia 
Efeitos adversos 
★ Reações de hipersensibilidade: doença Ag-Ac: 
hipersensibilidade tardia 
★ Gastrointestinal: diarreia 
★ Renal: nefrite intersticial 
UREIDOPENICILINAS ou PIPERACILINA 
Penicilina antipseudomonasPenicilina de amplo espectro utilizada em associação 
com o inibidor de betalactamase - tazobactam. 
★ Só é usada em associação com esse antibiótico 
★ A adição do tazobactam protege a piperacilina 
da degradação pelas beta lactamases do MSSA: 
H. influenzae, M. catarrhalis e B. fragilis. 
Ativa contra bacilos Gram negativos e Pseudomonas 
aeruginosa – mantém a atividade contra cocos gram 
positivos e anaeróbios → É a penicilina de maior 
espectro (amplo espectro) 
Farmacocinética 
Atinge altas concentrações: bili (eliminação parcial) 
OBS: Muito usado no abdome agudo por causa da 
eliminação biliar 
Primeira escolha para as seguintes bactérias: 
★ B. fragilis 
★ Citrobacter freundii 
★ Citrobacter koseri 
OBS: Mas pode agir em muitas outras bactérias, só não 
é primeira escolha nessas outras 
Efeitos adversos 
★ Reação de hipersensibilidade 
★ Hematológicas: neutropenia e trombocitopenia 
★ Diarreia → Porque é de amplo espectro, então 
age nas bactérias da microbiota intestinal → 
causando desequilíbrio da flora. 
Cefalosporinas 
Atuam nas bactérias gram positivas, gram negativas, 
alguns bacilos gram negativos algumas espiroquetas 
São antibióticos de amplo espectro 
São resistente a ação das penilinicinases 
São utilizadas primariamente contra coco gram 
positivos, podendo ser usado empiricamente → contra 
bacilos gram negativos já há muita resistência, então 
não serão utilizadas de forma empírica 
Classificação 
A cefoxitina pode induzir resistência bacteriana e até 
causar resistência cruzada contra os carbapenêmicos, 
tornando algumas bactérias mais difíceis de tratar. → Ela 
é usada em casos de abdome agudo porque tem boa 
ação contra bactérias Gram-negativas e anaeróbias, que 
são comuns nessas infecções. 
 
 
 
 
Espectro de atividade e uso clínico: 
São derivados da cefalosporina C 
produzida pelo fungo 
- Cefalosporinas: originam do 
fungo Cephalosporium; 
- Cefamicinas: como a 
cefoxitina → são 
originadas de bactérias do 
gênero Streptomyces spp → 
Essas cefamicinas têm ação 
contra algumas bactérias 
resistentes e são eficazes 
contra os anaeróbios, sendo usadas em certas 
infecções graves. 
Tem ação contra Bacilos Gram negativos e Bactérias 
Gram positivas 
Cefoxitina: única que tem atividade contra bactérias 
anaeróbias 
 
Cefalosporina de primeira geração 
Tem ação principal contra as bactérias gram positivas 
Espectro de ação 
★ Staphylococcus aureus que são sensíveis a 
penicilina e oxacilina 
★ Streptococcus que são sensíveis a penicilina 
★ Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Proteus 
mirabilis sensíveis em antibiograma. (CULTURA 
OBRIGATÓRIA) → não pode usar empiricamente 
Usos clínicos mais comuns: 
★ Infecções de pele e partes moles adquiridas na 
comunidade de gravidade leve a moderada (via 
oral) e grave (endovenosa). 
★ Infecções do trato urinário em gestantes desde 
que no antibiograma a cultura mostra 
sensibilidade. 
★ Profilaxia cirúrgica em cirurgias cuja microbiota 
predominantes sejam Staphylococcus (MSSA) e 
Streptococcus. → Cefazolina e cefalexina são as 
mais utilizadas em profilaxia cirúrgica. 
★ Continuação de terapia antimicrobiana prévia 
com oxacilina. 
Cefalexina 
● Uso oral 
● não pode ser usada na meningite 
● Absorção: rápida (90%) → uso oral 
● Excreção: urina (80% a 100% como fármaco 
inalterado) dentro de 8 horas 
Cefazolina 
● Uso IV → Excreção: urina (80% a 100% como 
fármaco inalterado) 
● Distribuição: penetração no LCR é pobre 
● OBS: Não pode usar na meningite 
Caso clínico - cefalosporina primeira geração 
Idosa teve flebite com febre e manifestações sistêmicas, 
decorrente de uma internação prévia, foi realizada 
hemocultura para avaliação da bactéria. 
Foi iniciado Ceftriaxona (para cobrir gram negativa) e a 
vancomicina (para cobrir bactérias resistentes, pois 
tinha tido internação anterior então achava-se que era 
bactéria hospitalar). Após resultado da hemocultura, foi 
detectado que era estafilococos aureus multisensível. 
➢ Ceftriaxona, para cobrir bactérias Gram-negativas. 
➢ Vancomicina, para cobrir possíveis bactérias resistentes, já que 
se suspeitava de uma infecção hospitalar. 
Após o resultado da hemocultura, foi identificado que a 
infecção era causada por Staphylococcus aureus 
multisensível, ou seja, não era resistente, o que permitiu 
trocar os antibióticos por opções mais adequadas: 
➢ Cefalozina EV, pois tem um esquema mais confortável do que a 
oxacilina (que precisaria ser administrada a cada 4 horas). → 
Após melhora da paciente, foi feita a troca para cefalexina VO 
(via oral), permitindo que ela recebesse alta e continuasse o 
tratamento em casa. 
A oxacilina tem excelente eficácia contra o 
Staphylococcus aureus sensível à meticilina (MSSA), 
sendo considerada o tratamento de primeira escolha 
para essas infecções. → No entanto, a cefalozina 
também é altamente eficaz contra MSSA e é 
frequentemente preferida por conta de um esquema de 
administração mais confortável. 
Cefalosporina de segunda geração 
São menos ativas contra 
os cocos Gram positivos 
que a primeira geração 
mas são mais ativas 
contra os bacilos Gram 
negativos. 
Cefoxitina → não é muito 
usado devido a indução 
de resistência bacteriana → Cefoxitina → não é muito 
usado devido a indução de resistência bacteriana 
Cefaclor 
Uso clínico: 
★ Faringite 
★ Otite média 
★ Bronquite agudas 
★ Pode ser usada na infecção urinária: se cultura 
mostrando sensibilidade 
Farmacocinética 
★ Ligação às proteínas: 25% 
★ Metabolismo: parcialmente hepático 
★ Meia-vida de eliminação: 0,5-1 hora; prolongado 
com insuficiência renal 
★ Excreção: urina (80% como fármaco inalterado) 
Efeitos adversos 
★ Dermatológicas: erupções cutâneas 
★ Hematológicas: eosinofilia 
★ Hepática: aumento das transaminases 
Cefuroxima 
Uso clínico 
★ Amigdalite, faringite e bronquite; 
★ Gonorreia não complicada (uretral, endocervical 
ou retal); 
★ Infecção articular; 
★ Infecção da pele e dos tecidos moles; 
★ Infecção óssea; 
★ Infecção urinária; 
★ Otite média; 
★ Pneumonia; 
★ Profilaxia cirúrgica (cirurgia cardíaca, cirurgia 
torácica não cardíaca, cirurgia ortopédica). 
Farmacocinética: 
★ Absorção: aumenta com alimentos 
★ Distribuição: atravessa a barreira 
hemato-encefálica (única da segunda geração) 
→ pouco 
Efeitos adversos: 
★ Cardiovascular: flebites e tromboflebites 
★ Dermatológico 
★ Erupção na pele urticária. 
★ Hematológico: anemia 
Cefoxitina - cefamicina 
Uso clínico 
★ Profilaxia cirúrgica: cirurgias abdominais (colon) 
★ Tratamento de infecções por Mycobacterium 
não tuberculosis → O tratamento é feito com 
cefoxitina + amicacina, mas não se inicia o 
antibiótico sem antes confirmar a bactéria na 
cultura, pois é preciso um tratamento específico. 
→ Infecções por Mycobacterium não 
tuberculosis podem acontecer após cirurgias 
plásticas ou outros procedimentos estéticos, 
especialmente quando não há cuidados 
adequados com a higiene. 
Resistência 
A cefoxitina poderia ser usada para tratar várias 
infecções, mas seu uso é limitado porque ela pode 
induzir resistência em algumas bactérias. Se não 
houvesse esse problema, ela poderia ser uma opção 
para tratar: 
★ Mordidas humanas, que costumam ter 
bactérias mistas, incluindo anaeróbias. 
★ Infecções respiratórias e próximas da face, 
como pneumonia por aspiração, empiema 
(infecção na pleura), celulite orbitária (infecção 
ao redor do olho) e infecção no espaço 
parafaríngeo. 
★ Infecções ginecológicas, como doença 
inflamatória pélvica, amnionite (infecção na 
bolsa amniótica) e endomiometrite (infecção no 
útero após o parto ou aborto). 
Apesar de ter um bom espectro de ação, seu uso é 
evitado quando possível para reduzir o risco de 
bactérias resistentes. 
Farmacocinética 
Distribuição: amplamente em tecidos e fluidos corporais, 
incluindo pleural, líquido sinovial, bile, líquido ascítico 
A cefoxitina pode induzir resistência bacteriana porque 
ela estimula a produção de beta-lactamases, 
especialmenteas betalactamases AmpC, que são 
enzimas que destroem antibióticos beta-lactâmicos 
(como penicilinas e cefalosporinas). 
Efeitos adversos: 
★ Reações de Hipersensibilidade. 
★ Tromboflebite 
★ Hipotensão 
★ Náuseas e vômitos 
CEFALOSPORINA DE TERCEIRA GERAÇÃO 
Das cefalosporinas de terceira geração em diante 
penetra no líquor → ou seja, terá ação no SNC 
São antibióticos que têm a vantagem de serem 
resistentes à maioria das beta-lactamases produzidas 
por bacilos Gram-negativos (BGN). 
★ Isso significa que elas conseguem inativar 
muitas enzimas que normalmente destruiriam 
outros antibióticos beta-lactâmicos, como 
penicilinas e cefalosporinas mais antigas. 
★ Isso as torna muito eficazes no tratamento de 
infecções causadas por bactérias 
Gram-negativas resistentes, como Escherichia 
coli, Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis, 
sendo amplamente usadas em infecções 
urinárias, pneumonia hospitalar e meningites 
bacterianas. 
São ativas contra: 
★ Pneumococo resistente a penicilina (meningites 
e PAC) 
★ Ceftazidima tem ação contra Pseudomonas 
aeruginosas 
Ceftriaxona 
Uso clínico: 
★ Pneumonia adquirida na comunidade 
★ Infecção do trato urinário 
Farmacocinética 
★ Absorção → IM: bem absorvida 
★ Distribuição: todo o corpo incluindo líquor 
(atinge níveis terapêuticos) 
Efeitos adversos 
★ Dermatológicas - erupções cutâneas 
★ Hematológica - eosinofilia, trombocitose 
leucopenia 
★ Hepática - aumento das transaminases 
★ Renal - aumento da uréia 
Cefotaxima 
Única situação em que a Cefotaxima é a escolha 
primária ao em vez do Ceftriaxona é nos recém nascidos, 
que tem uma imaturidade hepática ainda 
Farmacocinética 
★ Metabolismo: parcialmente hepática para 
metabólito ativo – desacetyl cefotaxime 
★ Liquor: 10% - atinge níveis terapêuticos 
Efeitos adversos 
★ Dermatológica: prurido, erupção cutânea 
★ Gastrointestinais: colite, diarreia, náuseas, 
vômitos 
★ Local: dor no local da injeção 
Ceftazidima 
Tem ação anti pseudomonas → MUITO ESPECÍFICA para 
pseudomonas 
Atividade antimicrobiana 
★ Boa atividade contra gram-negativos (E. coli, 
Klebsiella sp., H. influenzae, Neisseria sp., 
Shigella sp., Moraxella sp.) 
★ Boa atividade contra Pseudomonas aeruginosa, 
sendo considerada a cefalosporina de eleição 
no tratamento de infecções por esse germe. 
Uso clínico 
Infecções que podem ter como agente infeccioso 
Pseudomonas aeruginosas sensível a este agente. 
Farmacocinética 
Distribuição: amplamente de tecidos e fluidos corporais, 
incluindo humor aquoso, líquido ascético, endométrio, 
coração, pleura, tecidos linfáticos osso, penetra CSF. 
Efeitos adversos 
★ Reações de hipersensibilidade 
★ Aumento do DHL e GGT 
★ Eosinofilia 
★ Teste de coombs positivo e trombocitopenia 
★ Aumento de AST, ALT e fosfatase alcalina 
Cefalosporina de quarta geração 
Ação semelhante a terceira geração para o S. 
pneumoniae e S. aureus sensíveis a oxacilina 
Mais ativo: Citrobacter sp., Enterobacter sp., Serratia sp., 
Proteus indol positivo e Providencia sp. (CESP) 
OBS: Não tem ação contra Acinetobacter • Não tem 
ação contra Enterococo. 
Cefepime 
É preferível do que a Ceftazidima, porque é mais sensível 
a outras bactérias além das pseudomonas 
Piperacilina → utilizada se não puder usar Cefepime 
devido ao efeito adverso de Encefalopatia 
Uso clínico: 
Pneumonia adquirida na comunidade se Pseudomonas 
aeruginosas → Prefiro ao invés de cefalosporina de 
terceira geração porque a cefepime é melhor. 
Neutropenia febril: Se for instável associa com 
vancomicina 
Infecções urinárias complicadas podem ser tratadas 
com cefalosporinas de terceira geração, mas apenas se 
a bactéria não produzir beta-lactamase de espectro 
estendido (ESBL). → Algumas bactérias hospitalares, 
como Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae, podem 
produzir ESBL, uma enzima que destrói antibióticos 
beta-lactâmicos, tornando as cefalosporinas ineficazes 
Farmacocinética 
 Absorção: IM: rápida e completa 
Distribuição: penetra fluido inflamatório em 
concentrações 80% dos níveis séricos e na mucosa 
brônquica em níveis 60% dos alcançados no plasma; 
atravessa a barreira hematoencefálica. 
Efeitos adversos → IMPORTANTE 
★ Hematológicos: teste de Coombs positivo sem 
hemólise, eosinófilos 
★ Sistema nervoso central: febre, cefaléia, 
encefalopatia→ A encefalopatia ocorre em 
pacientes em pacientes com doença renal 
crônica, principalmente no idoso 
★ Sistema nervoso central: febre, cefaléia, 
encefalopatia 
★ A encefalopatia ocorre em pacientes em 
pacientes com doença renal crônica, 
principalmente no idoso 
CEFALOSPORINA DE QUINTA GERAÇÃO 
OBS: A quinta geração é melhor do que todas para coco 
gram positivo porque atinge também as MRSA 
(resistentes), enquanto que para bacilos gram negativos 
ela é pior que a quarta geração (é igual a terceira 
geração) 
Ceftarolina 
★ Tem espectro de atividade semelhante a 
ceftriaxona para os BGN e melhora da atividade 
contra os gram-positivos. 
★ Tem atividade contra MRSA (S. aureus resistente 
a oxacilina) e VISA (S. aureus com resistência 
intermediária à vancomicina e VRSA (resistente 
a vancomicina) 
★ Tem ação contra o S. pneumoniae resistente a 
penicilina e cefalosporinas de terceira geração. 
★ Tem ação contra BGN: E. coli, Klebisiella, H 
influenzae 
★ Ativa também contra Enterococcus faecalis - 
ação moderada 
★ Liga-se a (PBP)2a (S. aureus) e PBP2x (S. 
pneumoniae) → PBP2a – enzima modificada pela 
bactéria como tentativa de resistência 
Indicação: 
★ Infecção de pele e partes moles complicada 
★ Pneumonia adquirida na comunidade 
 
Linha azul → Representa a cobertura contra bacilos 
Gram-negativos (BGN). 
Linha vermelha → Representa a cobertura contra cocos 
Gram-positivos (COCO +). 
Relação com as gerações de cefalosporinas 
1ª geração → Boa cobertura para cocos Gram-positivos, 
mas ação limitada contra Gram-negativos. 
2ª geração → Aumenta um pouco a cobertura para BGN, 
mas ainda mantém boa ação contra cocos 
Gram-positivos. 
3ª geração → Aumenta a eficácia contra bacilos 
Gram-negativos, incluindo algumas bactérias 
hospitalares. Ainda tem alguma ação contra 
Gram-positivos, mas menor do que as gerações 
anteriores. 
4ª geração → Boa cobertura tanto para BGN quanto 
para COCO +, incluindo Pseudomonas aeruginosa. 
5ª geração → Recupera a cobertura contra 
Gram-positivos, incluindo Staphylococcus aureus 
resistente à meticilina (MRSA), mas não tem ação contra 
Pseudomonas. 
- À medida que as gerações avançam, a 
cobertura contra BGN aumenta até a 4ª 
geração, mas a 5ª geração volta a focar nos 
Gram-positivos, sem cobrir Pseudomonas (BGN 
resistente). 
Conferência 04 - Antibióticos que inibem a síntese da 
parede celular part.2 
Carbapenêmicos 
Derivados da tienamicina, antibiótico produzido pelo 
Streptomyces cattleya 
Mecanismo de ação: 
Não difundem bem pela parede da célula 
Atravessam a barreira de membrana externa de 
bactérias gram-negativas através de proteína da 
membrana externa (OMPs-porinas) → específica para 
alcançar no espaço periplasmático ligam-se às PBPs 
(proteínas ligadoras de penicilina) de alto peso molecular 
→ inibindo a construção da parede celular e levando à 
morte da bactéria. 
Atividade microbiana 
Os carbapenêmicos são geralmente resistentes à ação 
das beta-lactamases, enzimas que inativam outros 
antibióticos. 
No entanto, algumas beta-lactamases específicas, 
chamadas carbapenemases, podem quebrar os 
carbapenêmicos. 
Essas enzimas podem estar em plasmídeos (fáceis de 
espalhar) ou no DNA da própria bactéria 
(cromossômicas). 
Medicamento de escolha para os BGN (bacilos gram 
negativos). 
Os carbapenêmicos são eficazes contra bactérias 
anaeróbias, inclusive contra o Bacteroides fragilis. 
O metronidazol é considerado o melhor antibiótico 
específico para tratar infecções causadas por bactérias 
anaeróbias. → Porém, quando o paciente já está usando 
um carbapenêmico, não é necessário adicionar o 
metronidazol, porque o carbapenêmico já cobre bem

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