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Conferência 01 - Microbiologia patológica
Microbioma humano
Micróbios vivem de forma estável dentro do corpo
humano → formando uma colônia benéfica para o
organismo;
Exemplo: Escherichia coli → está presente no intestino
➔ auxilia na digestão
➔ Auxilia na síntese de vitamina B para o
metabolismo e vitamina K para a coagulação
➔ evita o crescimento de espécies patogênicas
➔ treina o sistema imune para decidir quais
invasores atacar
OBS: Os antibióticos alteram o microbioma, gerando
imunossupressão para algumas bactérias
Células procarionte das bacté se rias
Algumas células, como as bactérias, não têm um núcleo
separado porque não possuem carioteca, que é a
membrana que envolve o núcleo em células mais
complexas. Isso significa que o material genético fica
solto no citoplasma, em pequenos pedaços.
Elas não possuem organelas complexas, como as células
humanas.
Material genético disperso → O DNA bacteriano não
está organizado dentro de um núcleo como nas células
humanas, ele fica flutuando no citoplasma em pequenos
fragmentos.
Têm um plasmídeo, que é um pedaço extra de DNA que
pode ser compartilhado entre bactérias, ajudando a
transmitir informações genéticas, como resistência a
antibióticos.
Parede celular resistente → A parede celular protege a
bactéria e dá forma a ela. Alguns antibióticos, como a
penicilina, atacam essa parede, enfraquecendo a
bactéria até que ela morra.
Antibióticos não afetam células humanas → Como
nossas células não possuem parede celular, esses
antibióticos só afetam as bactérias, tornando-os
seguros para uso em humanos.
Estrutura da parede celular
Cada bactéria tem uma
camada de
peptideoglicano
diferente (parede celular
distinta)
Pontes peptídicas ligam
as camadas e são
individuais de cada bactéria
Bactéria Gram positiva:
A parede celular tem várias camadas de
peptideoglicanos (retém mais corante).
No teste de coloração de Gram, as bactérias
Gram-positivas possuem uma parede celular espessa,
rica em peptideoglicanos, que retém mais cristal violeta,
resultando em uma coloração roxa.
Existem duas substâncias importantes na parede
celular:
➔ Ácido teicóico → Ele se prende à membrana
externa da bactéria e ajuda a dar mais
resistência à parede.
➔ Ácido lipoteóico → Ele se liga diretamente à
parede celular, ajudando a manter a estrutura
firme
Além disso, essa parede contém:
Proteínas de peptideoglicanos, que fazem parte da
estrutura.
Enzimas dispersas no ambiente, mas elas não
funcionam tão bem porque estão espalhadas e não
concentradas em um lugar específico.
As bactérias Gram-positivas podem produzir a enzima
beta lactamase, que tem a função de quebrar
antibióticos beta-lactâmicos (como a penicilina),
tornando-os ineficazes. No entanto, diferentemente das
bactérias Gram-negativas, que retêm a enzima dentro do
espaço periplasmático, as Gram-positivas liberam a
betalactamase no meio externo.
Bactérias gram negativa
As bactérias Gram-negativas possuem uma parede
celular fina, com poucas camadas de peptideoglicano, o
que faz com que não retenham o corante cristal violeta
na coloração de Gram, ficando coradas de
rosa/vermelho após a aplicação da safranina.
Componentes da parede celular das gram-negativas:
Peptideoglicanos: camada fina que dá alguma
resistência à célula, mas menos espessa do que nas
Gram-positivas.
Lipopolissacarídeos (LPS): são componentes da
membrana externa e funcionam como endotoxinas,
podendo causar inflamação e febre no organismo
hospedeiro.
Porinas: proteínas presentes na membrana externa que
formam canais por onde passam substâncias, incluindo
antibióticos.
- Mutação nas porinas pode bloquear a entrada
de antibióticos, tornando a bactéria resistente
ao tratamento.
Espaço Periplasmático:
Localizado entre a membrana citoplasmática e a
camada de peptidoglicano.
Rico em enzimas, incluindo beta lactamases, que
quebram antibióticos beta-lactâmicos (como penicilinas
e cefalosporinas).
Diferente das Gram-positivas, que liberam a enzima no
meio externo, as Gram-negativas retêm as
betalactamases no espaço periplasmático, aumentando
a eficácia da resistência. → Isso faz com que os
antibióticos sejam inativados antes mesmo de atingirem
o alvo dentro da bactéria, sendo essa a principal forma
de resistência das
Gram-negativas.
Possuem uma
membrana externa,
intrínseca a parede
celular → dificulta mais
ainda a entrada de
antimicrobianos
Coloração gram
A coloração de Gram é um método laboratorial usado
para diferenciar bactérias com base na estrutura de sua
parede celular. Ela divide as bactérias em dois grandes
grupos:
Gram-positivas → Parede celular
espessa, rica em
peptideoglicano. Retêm o
corante cristal violeta e ficam
roxas na microscopia.
Gram-negativas → Parede
celular fina, com menos
peptidoglicano e presença de
uma membrana externa. Não
retêm o cristal violeta e
adquirem a coloração
rosa/vermelha após a aplicação da safranina.
morfologia das bactérias
As bactérias podem apresentar diferentes formatos
(morfologia), sendo os principais:
● Cocos → Formato esférico (ex.: Staphylococcus
aureus).
● Bacilos → Formato alongado, tipo bastonete
(ex.: Escherichia coli).
● Espirilos → Formato espiralado (ex.:
Helicobacter pylori).
● Vibriões → Formato de vírgula ou meia-lua
(exVibrio cholerae).
Além disso, as bactérias podem se organizar em
diferentes padrões, como:
● Diplococos → Cocos agrupados aos pares.
● Estreptococos → Cocos alinhados em cadeia.
● Estafilococos → Cocos agrupados em "cachos
de uva".
Bactérias do tipo cocos
A primeira etapa da análise bacteriana é a coloração
GRAM → Após isso, o laboratório faz algumas provas
bioquímicas na cultura
Teste da catalase →
realizado nas Gram
positivas para
verificar qual produz
essa enzima
Teste da coagulase →
realizado
especificamente nas Staphylococcus
Cocos gram positivos
Staphylococcus
É um dos maiores
patógenos humanos
porque pode causar
infecção em qualquer
lugar, desde infecções de
pele até meningites,
pericardites e
pneumonia.
Faz parte da nossa microbiota normal.
Staphylococcus mais relacionados às doenças:
➔ Staphylococcus aureus → é a mais comum o
➔ Staphylococcus epidermidis → Frequente em
infecções por descontinuidade da pele
➔ Staphylococcus haemolyticus
➔ Staphylococcus lugdunensis
➔ Staphylococcus saprophyticus → frequente em
infecção urinária na mulher jovem
Patogênese
Mediadas por toxinas
1⃣ Citotoxinas (Alfa, Beta, Delta, Gama e Leucocidina de
Panton-Valentine - PVL): Podem causar lesão celular e
inflamação, facilitando a disseminação da bactéria no
corpo.
- Citotoxinas → associado a doenças necrosantes
2⃣ Toxinas esfoliativas (ETA e ETB): São serinas proteases,
enzimas que quebram ligações entre células na pele →
causando descamação da pele.
- Exemplo de doença favorecida por essa toxina:
síndrome da pele escaldada
3⃣ Enterotoxinas (A-E, G-I): São superantígenos que ativam
o sistema imunológico de forma exagerada, estimulando
- aumento do peristaltismo intestinal, proliferação de
células T.
4⃣ Toxina-1 da Síndrome do Choque Tóxico (TSST-1):
Superantígeno que pode causar choque tóxico.
Componentes estruturais
Auxilia a bactéria a evadir do nosso sistema imune
(defesa dos ataques da imunidade humana)
Cápsula → impede a fagocitose
Camada mucóide (biofilme) → forma um filme que
favorece a fixação da bactéria
Enzimas
Doenças associadas
Epidemiologia
➔ Flora normal sobre a pele humana e superfícies
mucosas
- Todas as pessoas são colonizadas com estafilococos coagulase
negativos na pele.
- S.aureus pode colonizar a pele transitoriamente. S. aureus e
SCN podem colonizar orofaringe e os tratos gastrointestinal e
urogenital
- S.aureus em crianças mais velhas e em adultos é mais comum
na nasofaringe anterior do que na orofaringe. ( 15% a 20% das
pessoasesse grupo bacteriano.
❓Por que os carbapenêmicos funcionam contra bacilos
gram-negativos, mesmo quando outros beta-lactâmicos
falham?
1. Alta afinidade pelas PBPs: Os carbapenêmicos
se ligam com muita facilidade e força à maioria
das PBPs → Essa alta afinidade permite que eles
sejam mais eficazes, mesmo em bactérias mais
resistentes, como os bacilos gram-negativos.
2. Resistência à destruição por enzimas
beta-lactamases: Carbapenêmicos são estáveis
frente à maioria dessas enzimas, incluindo:
- ESBL (Beta-lactamases de espectro
estendido): que destroem vários tipos de
cefalosporinas.
- AmpC beta-lactamases: que conferem
resistência a muitos beta-lactâmicos e
são comuns em certas bactérias como
Enterobacter.
A tabela compara três carbapenêmicos: Imipenem,
Meropenem e Ertapenem, destacando suas principais
características farmacocinéticas e efeitos adversos.
★ Ertapenem: Possui meia-vida longa,
necessitando apenas uma dose por dia, mas
tem alta ligação protéica + não penetra bem no
SNC, portanto não trata meningite
★ Meropenem: Menor ligação proteica, meia-vida
curta, mas baixo risco de convulsões.
★ Imipenem: Maior risco de convulsões, meia-vida
curta, exigindo doses mais frequentes.
Todos os beta-lactâmicos podem causar convulsão, mas
os carbapenêmicos tem maior incidência → com
destaque ao imipenem
★ Cautela com o uso em pacientes com epilepsia
e infecções do SNC (porque tem maior chance
de ocasionar convulsões)
Ertapenem poupa a seleção de carbapenêmicos para
pseudomonas – ou seja, poupa a pressão seletiva → OU
SEJA:
- Quando esses antibióticos são usados
frequentemente, há um risco maior de
selecionar Pseudomonas resistentes. O
Ertapenem não tem ação forte contra
Pseudomonas aeruginosa. Porém, o Ertapenem
não tem ação forte contra Pseudomonas
aeruginosa. → Isso significa que seu uso não
contribui para o surgimento de resistência em
Pseudomonas, pois ele não pressiona essa
bactéria a evoluir.
- Ou seja, ele preserva a eficácia dos outros
carbapenêmicos (imipenem e meropenem), que
ainda podem ser usados contra Pseudomonas
quando necessário.
São bem distribuídos em todo o corpo e penetram bem
na maioria dos tecidos
Penetram nas meninges inflamadas (exceto ertapenem)
Efeitos adversos
Convulsões: medicamento se liga ao receptor GABA
★ Imipenem liga-se com maior afinidade que o
Meropenem.
★ A convulsão acontece, principalmente, quando
utilizada em altas doses
Indicações clínicas
Infecções graves por bactérias resistentes
★ Os carbapenêmicos devem ser reservados para
pacientes críticos
Infecções relacionadas à assistência à saúde
OBS: Não funciona para MRSA – porque quando o
estafilococos adquire resistência a oxacilina, irá ter
resistência a todos os beta-lactâmicos → EXCETO
cefalosporina de quinta geração
★ Quando há suspeita de Staphylococcus MRSA
→ pode usar Meropenem e Vancomicina →
assim irá cobrir os gram negativos e
estafilococos resistente
Usos clínicos
★ Pneumonia adquirida no hospital (PAV).
★ Meningites bacterianas (somente Meropenem).
★ Infecções por BGN produtores de ESBL
(betalactamases de espectro ampliado) +
anaeróbios
Meropenem
PRIMEIRA ESCOLHA: Em infecções de bactérias
resistentes
E o antibiótico de maior espectro dentro dos beta-
lactâmicos → age nas bactérias que a piperacilina +
tazobactam age, mas atinge também outras bactérias
que são resistentes.
OBS: Ao fazer antibióticos de maior espectro estará
sendo tratado bactérias resistentes (como de ambiente
hospitalar e ambientes de contato com serviço de
saúde), mas também age em bactérias de infecções
comunitárias mais sensíveis.
Atividade específica bacteriana – 1° escolha
Enterobacteriaceae produtoras de ESBL e Ampc:
- E. coli.
- Klebsiella sp.
Bacilos Gram-negativos não fermentadores:
Pseudomonas aeruginosa
OBS: Também tem potencial de agir em todas as
bactérias que as penicilinas agem, Leptospira sp., S.
aureus (somente se for sensível a oxacilina – MSSA) →
NÃO será primeira escolha
Doses e modo de usar:
★ Dose usual → 1 g de 8/8 horas → Dose usual → 1
g de 8/8 horas
★ Dose em meningite → 2 g, IV de 8/8 horas →
infusão.em 4 horas
★ Dose em pacientes com sepse ou choque
séptico → 2 g de 8/8 horas com infusão em 1 a 4
horas
Exemplo clínico da aula:
Paciente internado no Hospital há 2 semanas, seu
quadro inicial era de febre a esclarecer, foi
diagnosticado com leucemia mieloide aguda e está em
tratamento quimioterápico – primeira dose do
tratamento.
Evoluiu com novo quadro de febre, evoluiu com
rebaixamento do nível de consciência é levado para a
UTI, sendo colocado em VM, está instável em uso de
drogas vasoativas (noradrenalina). Não tem foco
definido.
1. Ele está instável, em ventilação mecânica e em
uso de noradrenalina, indicando um choque
séptico.
2. Não há foco infeccioso definido, é necessário
iniciar terapia antimicrobiana de amplo
espectro o mais rápido possível.
Qual medicamento escolher?
1. Carbapenêmico (Meropenem ou Imipenem) porque?
★ Cobre bactérias gram-negativas, incluindo
enterobactérias produtoras de ESBL e
Pseudomonas aeruginosa
★ Boa ação contra gram-positivos e anaeróbios.
2. Vancomicina: Cobertura para Staphylococcus aureus
resistente
★ Cobertura contra MRSA e outros gram-positivos
resistentes.
★ Indicação: Paciente com quadro grave, em
ventilação mecânica (risco de pneumonia
associada à VM), instável e sem foco definido.
Imipenem
Em geral, os Concentração inibitória mínima (MIC) para
imipenem são maiores que para o meropenem.
★ Isso significa que é necessário mais Imipenem para
inibir o crescimento da bactéria em comparação com
Meropenem.
Quando usar? Proteus, providencia e Morganella sp.
Maior risco de convulsão
Quanto maior a MIC, pior o tratamento, pois será
necessário mais antibiótico para matar a bactéria. Isso
pode significar resistência bacteriana e a necessidade
de doses mais altas, aumentando o risco de efeitos
colaterais. O ideal é uma MIC baixa, pois assim o
antibiótico funciona com menor dose.
Dose
NÃO deve ser usado em infusão prolongada → Se usado
dessa forma, pode perder a eficácia antes de atingir a
concentração ideal no corpo.
Dose habitual: 500 mg ou 1 g de 6/6 horas (sensibilidade
intermediária).
Pseudomonas: 3 a 4 g/dia, 8/8 horas ou 6/6 horas.
- Para tratamento de infecções por Pseudomonas
a dose deve ser aumentada e a infusão
prolongada parece ser mais eficaz → 1 g de 6/6
horas
Se uma hemocultura mostra que a Pseudomonas
aeruginosa é "intermediária" a um antibiótico, isso quer
dizer que ela ainda pode ser eliminada, mas somente se
o antibiótico for usado na dose máxima recomendada.
→ isso ocorrerá com o uso de Meropenem e Imipenem
- Meropenem → intermediário – 2 g de 8/8 horas
- Imipenem → 1 g de 6/6 horas
⚠ Ciprofloxacino + resistência → Não usar! → Se a
hemocultura mostrar que a Pseudomonas é resistente
ao Ciprofloxacino, ele não deve ser usado, pois não terá
efeito contra a bactéria.
🚨 Por que a Pseudomonas é tão difícil de tratar? Essa
bactéria tem uma grande capacidade de desenvolver
resistência, mesmo quando os antibióticos são usados
corretamente.
Ertapenem
Primeira escolha em Bacterioides fragilis:
Não tem ação contra Pseudomonas aeruginosa
Não há dados com relação a penetração liquórica
OBS: É mais suscetível às carbapenemases.
Pode ser dada por via IM ou IV (1g de 24/24 horas)
★ PAC
★ ITU complicada
★ Infecções pélvicas
★ Infecções de pele e partes moles.
OBS: Ertapenem pode ser usado para fazer menos
pressão seletiva contra pseudomonas, porque não tem
ação sobre elas
- Pressão positiva: ocorre quando é usado um
antibiótico que age sobre as bactérias, mas
sobram as que são resistentes a ele → essas
bactérias resistentes se multiplicaram formando
uma colônia resistente
Quais bactérias os carbapenêmicos não tem ação?
★ Enterococcus faecium
★ Estafilococos resistente a meticilina (MRSA)★ Clostridium difficile
🦠 Como a bactéria se torna resistente aos
carbapenêmicos?
1⃣ Produção de enzimas que destroem os
carbapenêmicos (Carbapenemases) → Enzimas que
quebram o antibiótico
2⃣ Diminuição da entrada do antibiótico na bactéria
(Mutação nas porinas) → impede o antibiótico de entrar
na célula.
3⃣ Expulsão do antibiótico para fora da célula (Bomba de
efluxo) → Algumas bactérias possuem bombas de efluxo,
que funcionam como bombas de saída, expulsando o
antibiótico da célula antes que ele possa agir. → ele não
se acumula em quantidade suficiente para matar a
bactéria.
4⃣ Mudança nos alvos do antibiótico (Modificação das
PBPs) → Algumas bactérias sofrem mutações que alteram
a estrutura dessas PBPs, tornando-as menos sensíveis ao
antibiótico. → o antibiótico não consegue mais se ligar
às PBPs e a bactéria continua a crescer normalmente.
1. Produção de carbapenemase
Algumas bactérias produzem enzimas especiais
chamadas carbapenemases, que quebram e inativam os
carbapenêmicos, impedindo que eles atuem.
Elas são classificadas em diferentes grupos (A, B e D),
dependendo de sua estrutura e mecanismo de ação.
Classe B – Metalo-beta-lactamases (MBLs)
★ VIM / NDM (New Delhi metallo-b-lactamase-1).
★ Os antibióticos beta-lactâmicos não funcionam
contra essas enzimas! A única opção de
tratamento pode ser antibióticos como
polimixinas, tigeciclina ou fosfomicina.
Classe A – Serina Carbapenemases
★ KPC → pode ser resistente a quase todos os
antibióticos beta-lactâmicos, sendo necessário
Classe D - Oxacilinases (OXAs)
★ OXAs – Acinectobacter baumannii.
Classe A - KPC
★ Transmitidas por plasmídeos, ou seja, podem
passar de uma bactéria para outra.
Classe B - Metalo-beta-lactamases
★ Esse grupo inclui enzimas que precisam de
zinco para funcionar.
Fatores de risco para produção de carbapenemases:
➔ Uso de cefalosporinas e carbapenêmicos.
➔ Trauma.
➔ Diabetes.
➔ Malignidade.
➔ Transplantes de órgãos
➔ Ventilação mecânica
➔ Cateteres urinários ou venosos de demora
➔ Mau estado funcional geral ou doença grave
2. Mutação das porinas
➔ Pseudomonas aeruginosa
- Ausência de OprD e uma porina (Redução da
entrada do antibiótico)
- Imipenem é mais afetado que o meropenem
- produz a enzima AmpC, uma beta-lactamase
que consegue degradar muitos antibióticos
beta-lactâmicos.
➔ Klebsiella pneumoniae
- Diminuição de OmpK35 e Ompk36
➔ Enterobacter sp.
- Diminuição de OmpC e OmpF
3. SISTEMA DE EFLUXO MULTIDROGA
MexA-MexB-OspM → Pseudomonas aeruginosa +
Resistência ao Meropenem e doripenem
OBS: As pseudomonas tem todos os mecanismos de
resistência, por isso é tão difícil tratar
AZTREONAM
É um B-lactâmico monocíclico sistêmico
Ele tem afinidade pelo PBP3 da bactéria gram negativa,
causando sua filamentação, lise bacteriana e morte.
Possui um amplo espectro de atividades contra Gram
negativas → NÃO têm ação contra gram positivas e
anaeróbias
Atividade microbiana:
Atualmente, um dos esquemas utilizados para tratar
infecções graves por Pseudomonas aeruginosa
multirresistentes é a combinação de: Ceftazidima +
Avibactam → Se a bactéria tiver
metalo-beta-lactamases, pode ser necessário combinar
com Aztreonam.
- Ceftazidima → É um antibiótico beta-lactâmico
(cefalosporina de 3ª geração) que atua inibindo
a síntese da parede celular da bactéria.
- Avibactam → É um inibidor de beta-lactamase
que protege a ceftazidima da degradação.
Utilizado em situações em que a cultura mostra
sensibilidade e não tem outra opção
Algumas cepas P. aeruginosa, Enterobacter cioacae e
Citrobacter freundii são resistentes
O Aztreonam é um antibiótico que só funciona contra
bactérias gram-negativas.
Ele é muito usado tanto no tratamento de infecções por
gram-negativos quanto nos testes de sensibilidade a
antibióticos, para ajudar a diferenciar gram-negativos
de gram-positivos, já que não tem efeito algum sobre os
gram-positivos.
Resistência
O aztreonam penetra prontamente na membrana
externa das bactérias gram-negativas → Ele é resistente
à hidrólise por todas as beta-lactamases da classe B e
pela maioria das de classe A e D, mas é hidrolisado pelas
B-lactamases KPC, ESBLs.
➔ Dose → 1 a 2 g de 6/6 horas ou 8/8 horas - Pediatria:
30 mg/kg a cada 6 horas
RESISTÊNCIA PELOS COCOS GRAM POSITIVOS
O mecanismo de resistência principal nos gram positivos
é a modificação da PBP.
Produção de PBPs com baixa afinidade aos
betalactâmicos:
➔ PBP2a – oxacilina resistência – S. aureus.
➔ PBP2x – Streptococcus pneumoniae
➔ PBP5 – Enterococcus faecium.
ANTIBIÓTICOS INIBIDORES DA BETALACTAMASE
Tipos:
★ Ácido clavulânico ou clavulanato: usado com
amoxicilina e ticarcilina.
★ Sulbactam: usado com ampicilina.
★ Tazobactam: usado com piperacilina e
cefatolazane.
★ Avibactam: usado com ceftazidima.
★ Vaborbactam (não tem no Brasil): usado com
meropenem.
★ Relebactam (não tem no Brasil).
Resistência:
A atividade antibacteriana da combinação
inibidor-antibiótico é determinada pelo espectro do
beta-lactâmico companheiro. → A eficácia do
tratamento depende do antibiótico da dupla, e não do
inibidor.
Ou seja, quem realmente mata a bactéria é o antibiótico
(amoxicilina), e o inibidor (clavulanato) está ali só para
proteger o antibiótico da destruição. → por exemplo, ao
usar amoxicilina com clavulanato, é a amoxicilina que
fará a ação e o clavulanato vai ligar ao receptor.
★ O que pode ocorrer é a alteração da
farmacocinética, por exemplo: Amoxicilina pura
adentra no SNC, enquanto que associada com
Clavulanato não adentra
1. ÁCIDO CLAVULÂNICO + AMOXICILINA
Para o Streptococcus não faz diferença o uso do
Clavulanato, porque já é sensível a penicilina → sendo
assim, não faz sentido tratar amigdalite bacteriana com
amoxicilina + Clavulanato
Pasteurella multocida → é a infecção associada a
mordida de animais → Amoxicilina + Clavulanato é a
PRIMEIRA opção
Aspectos importantes:
Produz níveis terapêuticos na bile, fluido do ouvido
médio e tecido tonsilar, líquido peritoneal e líquido
pleural.
Não penetra meninges inflamadas → NÃO usar em
meningite
Absorção não sofre interferência da alimentação →
mantém a farmacocinética de amoxicilina
Efeito adverso importante: hepatotoxicidade, diarreia,
febre, exantema e anafilaxia.
Uso clínico:
★ Otite média aguda em crianças
★ Sinusite
★ Pneumonia
★ Infecções polimicrobianas, incluindo mordidas
de origem humana ou animal e infecções do pé
diabético
2. AMPICILINA + SULBACTAM
Agem em:
★ S. aureus MSSA
★ H. influenza
★ Anaeróbios: bacterioides fragillis
★ Sulbactam isoladamente: tem ação contra
Acinetobacter baumanni o único que tem ação
antimicrobiana
Uso clínico:
★ Infecções intrabdominais
★ Infecções de pele e partes moles
★ Mordidas humanas e de animais.
★ Rinossinusites
★ Pneumonias
★ Pé diabético
3. TAZOBACTAM
Está disponível para administração parenteral em
combinação: piperacilina + tazobactam ou cefatolazane
+ tazobactam.
OBS: Usado em casos selecionados – prescrito só com
parecer da infectologia
★ ITU complicada, incluindo pielonefrite
★ Infecções intra-abdominais graves complicadas
associada ao metronidazol
- Não tem ação contra anaeróbios (justificando o uso
de metronidazol)
★ Pneumonia associada à ventilação mecânica
a) Piperacilina + Tazobactam
★ Pneumonia
★ Infecções da pele e tecidos moles.
★ Infecções intra-abdominais
★ Infecções polimicrobianas
★ Neutropenia febril em combinação com um
aminoglicosídeo
b) Ceftalozane + Tazobactam → Zerbaxa:
★ Cefalosporina de 5a geração associada ao
tazobactam.
★ Ação contra: bacilos produtores de
betalactamase de espectro ampliado (ESBL) e
Pseudomonas aeruginosas → funciona
semelhante aos carbapenêmicos
★ Não tem ação contra anaeróbios, enterococcus
e Staphylococcus.
★ NÃO é a primeira escolha de nenhuma infecção
4. CEFTAZIDIMA + AVIBACTAM – TORGENA
Avibactam: é um novo inibidor debeta-lactamase de
amplo espectro
Ação contra: Escherichia coli e Klebsiella KPC.
Uso clínico:
★ ITU complicada, incluindo pielonefrite
★ Infecções intra-abdominais graves complicadas
associada ao metronidazol: Não tem ação
contra anaeróbios (justificando o uso de
metronidazol)
★ Pneumonia associada à ventilação mecânica
por BNG sensíveis
Protege a Ceftazidima da degradação por:
★ TEM e SHV
★ ESBL: CTX-M
★ AmpiC
★ KPC
★ OXAcarbapenemase
➔ NÃO há dados de penetração no líquor de Avibactam
características farmacocinéticas e farmacodinâmicas
(PK/PD) dos antibióticos beta-lactâmicos
É tempo-dependente
A eficácia dos
beta-lactâmicos depende do
tempo que o antibiótico
permanece acima da
concentração mínima
inibitória (MIC). → Em vez de
agir melhor com doses mais
altas, eles funcionam melhor
quando o nível do antibiótico no sangue se mantém
constante por mais tempo.
T > MIC: O tempo que a concentração do antibiótico fica
acima da MIC é o que mais importa para matar as
bactérias. → Maximizar a duração da exposição ao
antibiótico = manter infusão contínua ou doses mais
frequentes.
São hidrofílicos
Beta-lactâmicos são solúveis em água (hidrofílicos),
então possuem algumas características específicas de
distribuição e eliminação:
VD baixo (volume de distribuição baixo): maior
concentração no sangue do que nos tecidos.
Clearance renal: São eliminados principalmente pelos
rins. → Isso significa que, em pacientes com problema
renal, é preciso ajustar a dose para evitar acúmulo e
toxicidade.
Justifica a administração do meropenem por 4 horas e a
administração da piperacilina com tazobactam em
maior tempo também
- A administração prolongada de Meropenem e
Piperacilina/Tazobactam é baseada nas
propriedades farmacológicas — ou seja, por
serem antibióticos que dependem do tempo de
exposição e são eliminados rapidamente,
infundir por mais tempo melhora o efeito e
ajuda a vencer a infecção.
Conferência 04 - Antibióticos que agem na síntese da
parede celular
GLICOPEPTÍDEOS
Mecanismo de ação
Alteração do local de ligação da D-alanil-D-alanina
Impede a ação das transpeptidases levando a
desestruturação do peptideoglicano
Atua impedindo a conexão das pontes de
peptidoglicano
São tempo dependente e concentração dependente →
usa a área sob a curva
1. VANCOMICINA
Primeiro glicopeptídeo: é a medicação mais utilizada
para tratamento empírico das infecções por
Staphylococcus aureus resistente a Oxacilina.
Farmacocinética
Pouco absorvida pelo TGI → quando usada por VO não é
absorvida, mas alcança o lúmen intestinal → utilizada no
tratamento de Clostridium difficile
Distribuição ampla pelo corpo
Penetra as meninges inflamadas
Fármaco tempo dependente
Possui baixo índice terapêutico, ou seja, estreita faixa
terapêutica → sua absorção apresenta grande variação
entre os pacientes, pois depende da função renal, peso,
idade e parâmetros metabólicos.
OBS: É muito importante dosar a concentração de
vancomicina no sangue, para ver se está atingindo o
nível sérico necessário → se a vancomicina estiver
alcançando 20, 30 ou mais de dosagem sérica está
causando toxicidade ao paciente
OBS: Enterococco Faecalis costuma ter resistência a
vancomicina
Uso clínico:
Quando a infecção é causada por Staphylococcus
aureus resistente à oxacilina (MRSA), mas a MIC é menor
ou igual a 2 mg/mL, ainda é possível tratar com
antibióticos como a vancomicina, pois a bactéria é
considerada sensível a ela dentro desse valor.
- MIC ≤ 2 mg/mL significa que a bactéria ainda pode ser inibida
por certos antibióticos (como a vancomicina) se a dose for
suficiente.
Em infecções que NÃO são no cérebro/SNC: Se a
bactéria tem MIC para penicilina G maior que 2 mg/L,
ela é considerada resistente — ou seja, a penicilina G
não deve ser usada para tratar.
Em infecções do SNC (como meningite): Os critérios de
sensibilidade são mais rigorosos, porque é mais difícil o
antibiótico atingir o cérebro.
★ Se a MIC da penicilina G for maior que 0,06
mg/L, a bactéria já é considerada resistente
nesse contexto.
★ Se a MIC da ceftriaxona for maior que 1 mg/L,
também é considerada resistente para uso em
SNC.
Em infecções do SNC, é necessário que a bactéria seja
muito mais sensível ao antibiótico, porque a penetração
do remédio no cérebro é limitada. Por isso, os valores de
corte da MIC são mais baixos quando comparados às
infecções fora do sistema nervoso.
S. aureus:
★ endocardite infecciosa
★ meningite
★ pneumonia
★ infecção de pele e partes moles.
Infecções por Clostridium difficile - por via oral.
Infecções por Streptococcus pneumoniae
Infecções por Streptococcus pyogenes e Streptococcus
do grupo viridans em pacientes alérgicos aos
betalactâmicos.
Infecções por Enterococcus sp.
Doses recomendadas
Adulto: 15 mg/kg a 30 mg/kg a cada 8 ou 12 horas
- Alvo terapêutico na concentração sanguínea: 15
a 20 mg/mL
Criança: 40 a 60 mg/kg/dia 6/6 horas ou de 8/8 horas
- Alvo: 10 a a15 mg/mL.
Reações adversas
★ Flebite
★ Febre
★ Eosinofilia
★ Ototoxicidade
★ Nefrotoxicidade
★ Síndrome do homem vermelho ou do pescoço
vermelho → Se fizer a vancomicina rápido,
ocorre um aumento da liberação de histamina
de forma abrupta, deixando o corpo vermelho e
com uma sensação desconfortável → é
confundida com anafilaxia, mas nesse caso se
diminuir o gotejamento vai cessar a síndrome
2. TEICOPLANINA
Mais cara, por isso é menos usada que a vancomicina
Tem atividade contra:
★ Staphylococcus aureus (MRSA).
★ Staphylococcus epidermidis resistente a
meticilina.
★ Streptococcus spp.
★ Enterococcus faecalis.
★ Enterococcus faecium.
★ Cocos anaeróbios - Peptostreptococcus.
★ Clostridioides difficile.
Farmacocinética:
Meia vida longa – 35 horas
Eliminação renal → Necessita de ajuste na IRA
NÃO alcança níveis terapêuticos no liquor
Dose:
Infecções moderadas 6 mg/kg/dia a cada 12 horas dose
de ataque e 6 mg/kg a cada 24 horas:
- Pneumonia
- infecção de pele e partes moles.
Infecções graves de 12 mg/kg/dia de 12/12h - 3 a 5 doses
(ataque) e 12 mg/kg a cada 24: infecção óssea e articular,
endocardite.
Efeitos adversos:
★ Erupção cutânea.
★ Febre.
★ Leucopenia.
★ Nefrotoxicidade.
★ Ototoxicidade.
LIPOPTÍDEOS
1. DAPTOMICINA
Tem atividade contra:
★ Bactérias gram positivas aeróbias
★ Staphylococcus aureus (MRSA).
★ Enterococcus spp - enterococo resistente a
vancomicina e linezolida - VRE.
★ Staphylococcus sp resistentes a vancomicina e
linezolida (VRS).
★ Streptococcus sp resistentes a vancomicina e
linezolida.
OBS: Pode ser usado como alternativa à vancomicina em
pacientes com disfunção renal e infecções por S. aureus
→ principalmente se tiver que usar de forma empírica
sem a disponibilidade de dosar os níveis séricos de
vancomicina
Uso clínico:
Pacientes com disfunção renal e infecções por:
- S. aureus.
- CA-MRSA (adquirido na comunidade) paciente
com reação alérgica a beta-lactâmico (não
podendo usar ceftarolina) ou infecções graves
onde se deve usar medicamento bactericida.
- Esta bactéria costuma ser sensível a
clindamicina, sulfametoxazol +
trimetoprima e doxicilina, que são
bacteriostáticos.
- S. aureus HA-MRSA (adquirido no hospital).
- S. epidermidis (resistente).
- Staphylococcus coagulase negativo resistente
(R).
Concentração dependente → bom antibiótico de
corrente sanguínea (onde a bactéria tá circulando)
Mecanismo de ação:
Daptomicina se liga a componentes da membrana
celular de organismos susceptíveis e causa
despolarização rápida, inibição da síntese intracelular
de DNA e proteínas
Espectro de ação
parecido com vancomicina e teicoplanina, a vantagem
da daptomicina é que ele pega os resistentes a
vancomicina.
Farmacocinética:
★ Ligação às proteínas: 92%.
★ Inativada pelo surfactante: NÃO USAR NA
PNEUMONIA.
Doses:
★ 4 mg/kg 1 x ao dia: infecção de pele e partes
moles
★ 8 a 12mg/kg 1 X ao dia : bacteremia e
endocardite, osteomielite, infecção articular,
infecção prótese articular
Efeitos adversos:
★ Miopatia
★ Neuropatia periférica
★ CAUTELA → O uso desse ATB Pode causar
pneumonia eosinofílica por conta da inativação
pelo surfactante
○ Desenvolve 2 a 4 semanas após o início
da terapia
○ Início ou piora da febre, dispneia,
dificuldade respiratória
○ Infiltrados novos em exames de imagem
do tórax e/ou eosinófilos → 25%
presentes no lavado broncoalveolar
2. POLIMIXINA
Foi resgatado o uso devido a resistência aos demais
antibióticos
Dois compostos de uso clínico, que tem sua diferença na
farmacocinética / farmacodinâmica :
- Polimixina B
- Polimixina E (colistina)
Uso clínico atual - Terapia de resgate para infecções
gram negativas INTRATÁVEIS
Infecções nosocomiais pan resistentes:
- Pseudomonas MR.
- Acinetobacter MR.
- Enterobacteriaceae resistentes aos
carbapenêmicos.
OBS: MR – multidrogaresistente
Resistência intrínseca a polimixina:
- Proteus sp
- Morganella sp
- Providencia sp
- Burkholderia cepacea
Droga concentração dependente → deve-se maximizar a
concentração
OBS: Necessário realizar o MIC (padrão ouro) porque o
uso empírico não pode ser feito.
Polimixina B
Não é recomendado para terapia inalatória → ex:
pacientes com fibrose cística infectados por
pseudomonas
Não recomendado em ITU
OBS: O uso de polimixina B associado a carbapenêmicos
é justificada porque seu uso aumenta a permeabilidade
da membrana, permitindo que a entrada do antibiótico
seja mais efetiva, apesar da resistência.
Características:
★ Uso exclusivo EV
★ Amplo espectro para BGN e alta toxicidade
★ Administrada na forma de sulfato → NÃO
excretada pelo rim
Farmacocinética:
★ Deve ser evitada em ITU
★ Não necessita de ajuste em IRA
★ Alta ligação proteica
b) Polimixina E (colistina)
Sulfato de colistina é formulado apenas como produtos
orais tópicos e não absorvíveis.
CMS é uma pró-droga que é hidrolisada após
administração intravenosa ou inalatória para produzir
vários derivados, incluindo a droga ativa colistina.
Farmacocinética:
★ CMS é excretada pela urina e a colistina (forma
ativa) é excretada de forma não renal
★ Penetração baixa no LCR
★ Distribuição na cavidade pleural, ossos e
parênquima pulmonar é pobre o quando usada
em caso de infecção no SNC resistente a tudo
deve ser feita a administração via intratecal
Uso:
★ PREFERIDA para ITU
★ Pode ser usada na formulação inalatória como
coadjuvante no tratamento das infecções
pulmonares por pseudomonas resistentes
Efeitos adversos:
Neurotoxicidade:
★ Fraqueza
★ parestesias periféricas e faciais
★ oftalmoplegia
★ dificuldade de deglutição
★ ataxia
★ ptose palpebral
★ até mesmo bloqueio muscular com insuficiência
respiratória e necessidade de suporte
ventilatório.
Nefrotoxicidade:
★ Hematúria
★ Proteinúria
★ Oligúria
★ insuficiência renal aguda devido a necrose
tubular aguda.
Reações de hipersensibilidade:
★ erupção cutânea
★ prurido
★ urticária e febre, foram relatadas em 2% dos
pacientes.
★ Hiperpigmentação da pele.
Conferência 05 - Antibióticos que atuam na síntese
proteica
Os beta lactâmicos são a primeira linha para TODOS os
tratamentos, porque ao agir na parede celular,
especificamente no peptidoglicano são mais específicos
para as bactérias, já que as células eucariontes não tem
parede celular. → NÃO geram muitos efeitos adversos e
danos adversos nas células humanas
Os antibióticos daqui pra frente não tem mais essa
especificidade para bactérias porque agem na síntese
proteica e na formação de ácidos nucleicos → isso pode
gerar danos nas células humanas e causar efeitos
adversos mais intensa
Síntese proteica
Para a célula começar a
produzir uma proteína, ela
precisa formar o complexo
de iniciação unindo as
partes do ribossomo (50S +
30S). → Depois, o RNA
transportador (RNA-t) traz
os aminoácidos até o RNA
mensageiro (RNA-m), que
tem as instruções. →
ribossomo então liga os aminoácidos um por um,
formando a cadeia de proteína.
OXAZOLIDINONAS
1. LINEZOLIDA
ÚNICO representante desse grupo
Mecanismo de ação:
Espectro de ação
Atua PRINCIPALMENTE sobre os GRAM positivos →
Incluindo as bactérias resistentes a Vancomicina e aos
betalactâmicos
Tem uma concentração pulmonar muito alta → é a droga
de escolha em caso de pneumonias por bactérias
resistentes – Ex: Streptococcus pneumonia e S. aureus
resistente (já que a Daptomicina não pode ser usada
porque é inativada pelo surfactante)
NÃO é nefrotóxico (Vancomicina é)
Medicamento de uso hospitalar e em tuberculose para
uso domiciliar → Em outros casos domiciliares não são
muito usados pelo alto custo
Usos clínicos:
★ Infecções de pele e partes moles
★ Tuberculose multi-resistente
★ Infecções do sistema nervoso central
★ Pneumonia
★ Ação anti-toxina → suprimem a produção de
toxinas bacterianas, como leucocidina de
Panton-Valentine, alfa-hemolisina e toxina-1 da
síndrome do choque tóxico
○ Ex: fasciíte necrotizante (por S. aureus
)→ tende a evoluir com sepse e com
disfunções orgânicas, como LRA →
nessa ocasião é necessário o uso de
um antibiótico que não piore essas
complicações
★ Endocardite: Daptomicina tem melhor
concentração no sangue e para tratar
endocardite é necessária uma BOA
concentração no sangue
Farmacocinética
VO → Biodisponibilidade oral 100%
- Alimentos não interferem com a absorção
Ligação proteica 30% → portanto penetra bem na
maioria dos compartimentos corporais (ossos, alvéolos e
LCR)
Volume de distribuição semelhante a água não é
afetada na sepse, doença vascular periférica e
obesidade
Sobre metabolismo hepático oxidativo e excretada via
renal → NÃO precisa de ajuste em insuficiência hepática
ou renal
Efeito pós antibiótico → mesmo caindo abaixo da MIC
continuam atuando sobre a bactéria
Concentra mais nos tecidos do que no sangue (Diferente
da Daptomicina)
Tem acúmulo intracelular → isso é vantajoso porque
algumas bactérias ficam no meio intracelular
“escondidas”
Efeitos adversos:
★ Diarreia, náusea e cefaleia
★ Neuropatia periférica e ocular (neurite óptica) →
em > 4 semanas
★ Supressão medular reversível – trombocitopenia
→ > 2 semanas
★ Hiperlactatemia → > 4 semanas
★ Inibição da MAO
★ Inibição da síntese proteica
★ Risco de síndrome serotoninérgica → caso o
paciente utilize agente serotoninérgico (ex: ISRS
- sertralina) ele deve ser suspenso durante o uso
★ Pacientes em uso da linezolida devem evitar
alimentos ricos em tiamina
Dose:
EV e VO → 600 mg 12/12 hrs
Máximo de tempo de 28 dias → EXCETO em tuberculose
que será mais do que isso
Macrolídeos
O primeiro macrolídeo é a eritromicina → a partir dele
foram feitos os outros
Os macrolídeos estão entre os ATB mais prescritos →
PRINCIPALMENTE contra gram positivas; enquanto que
em gram negativas seu uso é limitado (EXCETO
Azitromicina)
Espiramicina → usado para profilaxia da transmissão da
toxoplasmose da gestante para o bebê
- Mais usado como antiprotozoário do que como
antibacteriano
MAIS usado: Claritromicina e Azitromicina
Mecanismo de ação
Os macrolídeos agem se ligando à subunidade 50S do
ribossomo da bactéria. → Ao se ligar nesse local, eles
interrompem a produção de proteínas da bactéria,
fazendo com que ela pare de crescer ou morra.
Atividade antimicrobiana:
Agem nas bactérias comuns
★ Corinebacterium → C. diphteriae
★ Staphylococcus sp
★ Streptococcus sp
Também agem nas atípicas (que não tem parede celular)
★ Helicobacter
★ Listeria
★ Legionella
★ Micoplasma
Outras bactérias:
★ Rickttsia → febre maculosa
★ Bordetella pertussis → coqueluche
★ Bartonella henselae → doença da arranhadura
de gato
★ Bartonella quintana → angiomatose bacilar
Resistência:
A bactéria pode sofrer uma mutação ou adquirir um
gene que muda a estrutura da subunidade 50S do
ribossomo. → Com essa modificação,o sítio de ligação
do antibiótico é alterado. → Resultado: o antibiótico não
consegue mais se encaixar no ribossomo e, por isso,
perde seu efeito.
Tipos de resistência
1. Resistência
Intrínseca
É aquela que a
bactéria já tem
naturalmente, ou seja,
faz parte da sua
estrutura.
Como resistem?
- Impermeabilidade da membrana externa: o
antibiótico não consegue entrar.
- Produção de enzimas: a bactéria quebra ou
inativa o antibiótico (como beta-lactamases).
2. Resistência Adquirida
É aquela que a bactéria adquire ao longo do tempo, por:
- Mutações no DNA
- Troca de material genético (plasmídeos) com
outras bactérias
Exemplos de bactérias que podem adquirir resistência:
● Staphylococcus aureus (50%)
● Streptococcus pneumoniae (15%)
● Staphylococcus epidermidis
Como resistem?
- Mutações cromossômicas: podem, por exemplo,
mudar o alvo do antibiótico (como a
subunidade 50S do ribossomo)
- Plasmídeos: a bactéria “pega” um gene de outra
bactéria que ensina como se defender do
antibiótico
1. ERITROMICINA
Instáveis ao pH baixo do estômago → deve ser
administrada com tamponamento entérico (absorvidas
no intestino)
Absorção influenciada pela alimentação
Metabolismo hepático e eliminação pequena pelo rim →
Não é necessário ajuste de dose na insuficiência renal
Usada para estimular o peristaltismo intestinal → dor
abdominal
Distribuição:
Difunde-se facilmente nos tecidos e líquidos orgânicos:
Atingem concentrações terapêuticas nos líquidos
pleural, peritoneal, ascítico, prostático e sêmen.
Em pacientes com otite média-concentração no
exsudato do ouvido médio de cerca de 50% da
sanguínea.
Atinge concentrações, nos órgãos pélvicos femininos
Sofre concentração no fígado, na bile e na linfa
Não atravessa a barreira hematoencefálica normal
Altas concentrações intracelulares
Interação medicamentosa
Efeito antagônico com os demais macrolídeos, o
cloranfenicol e as lincosamidas.
Citocromo P450 → reduz metabolismo de
glicocorticóides, anticoncepcionais orais, teofilina e
carbamazepina
Interfere no metabolismo da varfarina
Uso clínico:
Infecções de pele e partes moles
Infecções respiratórias em pacientes alérgicos aos
betalactâmicos
Primeira escolha nas infecções pelos germes atípicos
Profilaxia de febre reumática e endocardite em
pacientes alérgicos a penicilina
OBS: Em resumo → usar quando não puder usar beta
lactâmicos OU quando a bactéria só for sensível a esse
ATB
Efeitos adversos:
★ Estimulação direta da motilidade intestinal →
Efeito adverso usado ao nosso favor
★ Anorexia
★ Náuseas e vômitos
★ Aumento do intervalo QT, arritmia ventricular,
Taquicardia ventricular
★ Toxicidade hepática: Hepatite colestática aguda
→ febre, icterícia, função reduzida
★ Reação de hipersensibilidade → febre,
eosinofilia e erupções cutâneas
2. CLARITROMICINA
Estabilidade ácida e melhor absorção oral
Muito sensível e utilizado em Infecções do trato
respiratório, micobactérias e IST
- Mais ativa contra o Mycobacterium avium,
M.leprae e Toxoplasma gondii
- PRIMEIRA escolha na PAC – associado a
Ceftriaxona
Cocos Gram positivos resistentes a eritromicina serão
resistente a claritromicina
Farmacocinética:
★ Usos IV e VO
★ Meia vida 4-5h
★ Metabolismo hepático, parte eliminada na urina
★ Menos intolerância gastrointestinal
★ Efeito adversos principal e mais grave: Flebites
→ com frequência deve ser diluída em 200ml de
SF 0,9%
- Se o paciente estiver melhor, substituir
o uso EV por VO
★ Dose 500mg 12/12h → VO ou EV
Uso clínico:
★ Infecção de pele → em pacientes alérgicos a
beta lactâmicos
★ Infecções respiratórias → em pacientes alérgico
a betalactâmicos e para atingir as bactérias
atípicas
★ Infecções por micobactérias
Efeito adverso:
★ Neutropenia e trombocitopenia
★ Náuseas e vômitos
★ Diarreia
★ Cefaleia
★ Bloqueio do metabolismo do Cálcio →
Hipotensão e IRA
★ Aumento do intervalo QT e risco de taquicardia
ventricular
3. AZITROMICINA
É ativa contra organismo gram positivos
★ Streptococcus pneumoniae suscetível a
eritromicina
★ estreptococos do grupo A, B, C e G
★ Staphylococcus aureus MRSA
Expandiu sua atividade contra Gram negativas
comparando com eritromicina
Usos clínicos:
★ Conjuntivite bacteriana
★ Infecções do trato respiratório
★ Pneumonias adquiridas na comunidade
★ Infecções por micobactérias
★ Coqueluche
★ IST por clamídia ou neiseria
★ Doença da arranhadura do gato
Farmacocinética
Penetra em todos os tecidos, exceto líquor
★ As concentrações teciduais, excedem as séricas
em 10-100x → Se acumula muito mais nos tecidos
do que no sangue. → Em algumas partes do
corpo, a quantidade de azitromicina pode ser 10
a 100 vezes maior do que no sangue.
Meia vida tecidual 2-4 dias – eliminação em 3 dias
★ A azitromicina tem uma meia-vida longa nos
tecidos, ou seja, fica bastante tempo no
organismo mesmo depois de parar de tomar.
★ Por isso, basta usar por 5 dias, pois ela continua
agindo por até 7 dias, garantindo o efeito
completo do tratamento.
Em alguns casos pode ser feito em dose única diária,
redução de tempo de tratamento
Em casos de cervicite ou uretrite causadas por clamídia,
uma dose única de 1g de azitromicina é suficiente,
porque ela permanece ativa no corpo por vários dias. →
Essa dose tem o mesmo efeito que tomar outros
antibióticos (como doxiciclina) por 7 dias.
Deve ser administrado 1h antes ou 2h depois da
alimentação
Não inativa enzimas do citocromo P450
Efeitos adversos
★ Náuseas e vômitos
★ Diarreia
★ Neutropenia e trombocitopenia
★ Aumento do intervalo QT e risco de taquicardia
ventricular
OBS: bactérias resistentes a eritromicina serão também
a claritromicina e a azitromicina
TETRACICLINAS
Não é um tipo de macrolídeo!
Mecanismo de ação
São bacteriostáticos de amplo espectro
Ligam reversivelmente à subunidade 30s do ribossomo
da bactéria → bloqueando a ligação do RNA-t aminoacil
ao local de ligação sobre o complexo RNA –m do
ribossomo → Impede a ligação de aminoácidos aos
peptídeos em formação
OBS: A maioria dos ATB que inibem a síntese proteica
são bacteriostáticos
Bacteriostáticos vs. Bactericidas
Bacteriostáticos = impedem o crescimento da bactéria,
mas não matam diretamente. → O sistema imunológico
do paciente é que elimina a bactéria.
- Entram na célula por difusão passiva e
processo de transporte ativo dependente de
energia. → Concentram no interior da célula
Bactericidas = matam a bactéria diretamente.
Atividade antimicrobiana:
As cepas resistentes a tetraciclina podem ser sensíveis a
doxiciclina, minociclina e à tigeciclina
Mecanismo de resistência contra as tetraciclinas:
1. Bomba de efluxo
2. Proteção dos ribossomos: A bactéria começa a
produzir proteínas que se ligam ao ribossomo, mudando
sua forma.
3. Inativação enzimática: A bactéria produz enzimas que
quebram ou modificam a estrutura da tetraciclina.
Farmacocinética
HÁ diferença importante na absorção entre as
tetraciclinas, após a administração oral:
- 60-70% tetraciclina
- 95-100% doxiciclina → MAIS usada
Absorção ocorre principalmente na parte superior do
intestino delgado e é reduzida pelos alimentos, cátions
divalentes, laticínios e antiácidos e pH alcalino → Tomar
de estômago vazio e NÃO pode associar com leite
Amplamente distribuídas para os tecidos e líquidos
corporais, exceto o líquor
Atravessam a placenta e são excretadas pelo leite
Excreção → bile e urina
Classificação
Ação curta (meia vida 6-8h) → Clortretaciclina,
Tetraciclina, Oxitetraciclina
Ação intermediária (meia vida 12h) → Demociclina,
Metaciclina
Ação longa (meia vida 16-18h) → Doxiciclina, Minociclina
Atividade antimicrobiana:
agem nas mesmas bactérias dos macrolídeos
Uso clínico:
★ Cólera → Vibrio cólera → PRIMEIRA ESCOLHA
★ Peste → Yersinia pestis → PRIMEIRA ESCOLHA
★ Tularemia → Francisella tularensis
★ Brucelose → Brucella abortus, B. canis, B.melitensis, B. suis
- Em associação: Aminoglicosídeo + tetraciclina
★ Acne → Propioniun acne
★ Doença de Lyme → Borrella burgdorferi
★ Leptospirose
★ Mycobacterium marinum
★ Minociclina → profilaxia meningococo
Dosagem oral
★ Tetraciclina Adulto → 250-500mg 6-6h
★ Criança → 20-40mg/kg/dia (acima de 8 anos)
★ Doxiciclina → absorção menos afetada por
alimentos → 100mg 12-12h
Reações adversas:
★ Efeitos gastrointestinais → náuseas, vômitos,
diarreia e dor epigástrica
★ Fotos sensibilidade e hiperpigmentação
★ Hepatotoxicidade → pode ser grave (forma IV da
tetraciclina)
★ Nefrotoxicidade
★ Neurotoxicidade → vertigem, zumbido
★ Estrutura óssea e dentes → Ligam-se ao cálcio
→ Descoloração e dispepsia esmalte →
Incapacidade de crescimento
- OBS: Usada apenas > 8 ano, porque abaixo
disso altera o esmalte do dente e o crescimento
GLICILCICLINA
1. TIGECICLINA
Atuam em todas as bactérias que as tetraciclinas agem,
mas atuam também em bactérias resistente:
Staphylococcus aureus resistentes a oxacilina
Ação sobre os BGN
- E. coli
- Klebsiella
- incluindo acinetobacter resistente a
vancomicina
Streptococcus sp. resistente
Enterococcus VRE
OBS: Apesar do amplo espectro é uma droga
bacteriostática → deve-se ter cuidado ao utilizar em
pacientes graves
- A tigeciclina age contra muitas bactérias, mas
não mata — só impede o crescimento.
- Por isso, em pacientes graves, deve-se usar com
cautela, pois ela pode não ser forte o bastante
sozinha para controlar infecções graves
rapidamente
Bactérias intrinsicamente resistentes:
★ Pseudomonas aeruginosa
★ Proteus sp
Dose
100 mg EV em bolus → 50 mg EV 12/12 hrs
Concentração tecidual:
Penetração tissular (tecidual) e intracelular é excelente
Volume de distribuição é grande e a concentração sérica
é diminuída
- Toda droga que se distribui muito para os
tecidos têm baixa concentração sanguínea
- Menos concentração/distribuição tecidual =
alta concentração sanguínea
Eliminação através da bile → NÃO necessitam de ajuste
para LRA
Efeitos adversos:
Os mesmos efeitos das tetraciclinas acrescido de
NÁUSEAS e VÔMITOS intensos
Usos clínicos:
★ Infecções de pele e partes moles
★ Infecções intra-abdominais
★ Pneumonia
★ Concentração urinária BAIXA → NÃO pode ser
usada na ITU
LINCOSAMIDAS
Lincomicina → primeira a surgir mas foi suplantado pela
Clindamicina
1. CLINDAMICINA
Funciona principalmente ligando-se à subunidade
ribossômica 50 da bactéria (C da foto abaixo)
Interfere na reação de transpeptidação → inibe
alongamento inicial da cadeia
Cloranfenicol e macrolídeos também atuam na
subunidade ribossômica 50s e podem competir pela
ligação nesse local → Por causa disso NÃO podem ser
usados em associação
Resistência
Mutação do receptor ribossoma
Ação da metilases - dimetila RNAr 23S em um único sítio –
codificada geneticamente
Inativação enzimática
Bomba de efluxo
Farmacocinética
Penetra bem maioria dos tecidos → NÃO penetra no
liquor
Penetra abscessos, é captada e concentrada pelas
células fagocitárias.
Metabolizada pelo fígado e excretado via renal → Não
necessita ajuste na insuficiência renal
Meia vida 2,5h → usada de 6/6 hrs ou 8/8 hrs
OBS: Tratamento alternativo ao tratamento de malária
em gestantes e em toxoplasmose em pacientes alérgicos
Também tem ação contra fungos e protozoários
Uso clínico:
Importante antibiótico utilizado nas infecções onde
podemos encontrar anaeróbios e bactérias gram
positivas, tanto Staphylococcus sp quanto
Streptococcus sp:
Infecção do trato genital feminino → aborto séptico
Pneumonia aspirativa → tem que cobrir as bactérias da
pneumonia e anaeróbios (oriundos da boca) →
Ceftriaxona + Clindamicina
Infecções nos pulmões por anaeróbios
OBS: Muito usado em suspeita de abcessos e
anaeróbias
Efeitos adversos:
★ Diarreia
★ Colite pseumomembranosa
★ Hepatotoxicidade
★ Neutropenia
★ Trombocitopenia
Doses:
Adulto
▪ VO → 150-450mg 8/8 ou 6/6h e 600mg 6/6h em infecções
ósseas
▪ IV → 600-900mg de 8/8h ou 600mg 6/6h
Crianças
▪ VO → 30-40mg/kg/dia 6/6 ou 8/8h
▪ IV → 20-40mg/kg/dia 6/6h ou 8/8h
ATÉ agora TODOS acima são bacteriostáticos
AMINOGLICOSÍDEOS
São antibióticos naturais derivados de diferentes
actinomicetos do Gênero Streptomyces e
Micromonospora
São antibióticos bactericidas, porém se concentração
intracelular baixa podem se tornar bacteriostáticos
São fármacos concentração dependentes → Quanto
maior a dose, maior o efeito
Os aminoglicosídeos têm demonstrado relativa
estabilidade contra o desenvolvimento de resistência
- Em hospitais às vezes são encontradas
bactérias sensíveis apenas aos
aminoglicosídeos e a polimixina
Os importantes são os que estão grifados →
estreptomicina, neomicina, gentamicina e amicacina
- Gentamicina e amicacina são os medicamentos
mais usados para tratamentos das bactérias
Mecanismo de ação
Também age fazendo a bactéria perder sódio, potássio e
aminoácidos
Tem efeito bactericida por causa das proteínas
anômalas
A atividade microbiológica é dependente do pH → O
efeito pode ser reduzido ao pH baixo encontrado nas
secreções pulmonares e brônquicas
A atividade pode também ser reduzida na presença de
biofilmes, Pseudomonas aeruginosa normalmente
isoladas em pacientes com fibrose cística
Resistência
Pode ser de origem cromossomal ou plasmidial →
produção de enzimas
inativação do fármaco por fosforilação
(aminoglicosídeos quinases), adenilação ou acetilação
(transferases) → Metilação do RNA ribossômico
Diminuição da permeabilidade e redução do acúmulo
intracelular do fármaco
★ É conhecida há algum tempo na bactéria P.
aeruginosa → Caracterizada por resistência a
todos os aminoglicosídeos e pode ser devido a
um sistema de efluxo ou à diminuição da
permeabilidade ao fármaco que resulta em
níveis reduzidos de acumulação de
aminoglicosídeos + Indução da formação de
biofilmes
Uso clínico:
Tratamento das infecções por bacilos gram negativos;
Tratamento das infecções por Staphylococcus e
Streptococcus em associação com os betalactâmicos;
Tratamento associado a outros antibióticos BGN
Ação sobre microrganismos selecionados em
associações
- Mycobactéria → amicacina trata tuberculose
- Brucela → associado à doxiciclina
Ação potente:
Gram negativos aeróbios
▪ Enterobacteriaceae
▪ Pseudomonas spp
▪ Acinetobacter spp
▪ Haemophilus influenzae
Atividade fraca ou ausente em:
▪ Burkholderia cepacia
▪ Stenotrophomonas maltophilia
▪ Bactérias anaeróbicas
Farmacocinética
NÃO absorvidos pelo TGI, portanto pode ser usado em:
- descolonização seletiva
- pré-operatório
- insuficiência hepática
Via IM ou IV
Tem efeito pós antibiótico → a atividade antimicrobiana
persiste além do tempo que o medicamento tenha sido
removido
Pico sérico 30 a 60 minutos após a administração da
droga
Eliminados por filtração glomerular e encontrados na
urina em sua forma ativa
Distribuição
Concentração NÃO é elevada na maioria dos tecidos
NÃO concentra no SNC → inflamação atinge 20% por
injeção intratecal
NÃO concentra no olho
Concentra MUITO no rim → principal efeito adversos é
nefrotoxicidade
Toxicidade
★ Doses > 2mcg/ml são tóxicas
★ Maior número de doses é mais tóxico
★ Tempo de administração
★ Ajuste na injúria renal
Efeitos adversos:
★ Nefrotóxico
★ Ototóxico → irreversível
➢ Doses elevadas, >5 dias = insuficiência
renal
➢ Quanto pior for a função renal do
paciente, irá favorecer a ototoxicidade
➢ Associação com DIU de alça, ácido
etacrínico ou anti- inflamatórios
➢ Associação a outros ATB nefrotóxicos
→ vancomicina, anfotericina B
★ Bloqueio neuromuscular
1. GENTAMICINA
➔ Menos potente que a Amicacina
o Bastonetes Gram negativos
o Staphylococcus spp (associado a betalactâmicos)
o Enterococos (associado a betalactâmicos)
o Brucela
o Mycobacterium
➔ Ação sinérgica em algumas infecções
➔ Não tem ação isoladaem:
o Estreptococos
o Enterococo
➔ Ação ausente → anaeróbios
Uso clínico:
Uso em associação com outros antimicrobianos em
infecções graves por bactérias
Gram positivas que são passíveis de apresentar
resistência (ex: Endocardite)
infecções do trato urinário
2. AMICACINA
Derivado sintético da Kanamicina → Menos tóxica que a
molécula mãe
Resistente a várias enzimas que inativam a gentamicina
• Ação contra várias bactérias gram negativas
o P. aeruginosas
o Proteus
o Enterobacter
o Serratia
• Atuam sobre o M. tuberculosis
Uso clínico
ITU por bactérias multirresistentes → alta concentração
renal
- Algumas dessas bactérias terão resistência a
polimixina, mas não concentra na urina
- Exemplo da E. coli
CLORENFENICOL
Usado como uma antibiótico alternativo quando drogas
menos tóxicas não são efetivas
- Alternativa nas infecções por rickettisia e
Fransilla tularensis (Tularemia)
- Meningite por Neisseria meningitides ou S.
pneumoniae nos pacientes alérgicos a
penicilina
- Maior penetração no SNC
Atividade antimicrobiana:
o Streptococcus spp
o Neisseria spp
o H. influenza
o Clostridium spp
o Bacteroides fragilis
o E. coli.
o Staphylococcus sp
o Salmonella
o Shigella
o Yersinia pestis
o Chlamydophila sp
o K. granulomatis
o Leptospira
Farmacocinética
Boa absorção oral → Biodisponibilidade 100%
Boa distribuição tecidual incluindo o SNC (maior difusão
para o cérebro e líquor de todos os antibióticos)
- Concentração abscesso cerebral= 9 x
concentração sanguínea
Efeitos adversos
o Gastrointestinais
o Depressão da medula óssea reversível e anemia
aplásica irreversível
o Toxicidade para o recém-nascido → Era primeira
escolha no RN porque a meningite é principalmente por
E.coli
Síndrome do bebe cinzento → vômitos, flacidez,
hipotermia, cor acinzentada e choque
Conferencia 06 - Antibióticos que atuam na síntese de
ácidos nucleicos
Representantes:
• Quinolonas
• 5’ nitromidazois → metronidazol
• Sulfonamidicos
• Rifamicinas
OBS: Geram mais efeitos adversos, assim como os que
atuam na síntese proteica, porque as células humanas
também contêm ácidos nucleicos, então o ATB irá agir
na bactéria e nas células eucariontes também
1. QUINOLONAS
Antibióticos sintéticos → Bactericidas
NÃO são considerados de escolha para infecções NÃO
complicadas, como ITU, rinossinusites agudas ou
bronquites
Uso indicado em infecções MAIS graves onde os
benefícios superam os riscos
Vantagens vs. desvantagens
Outras desvantagens: risco de aneurisma e ruptura da
aorta; pode causar hipoglicemia em idosos
Tem espectro de ação parecido com as cefalosporinas,
mas tem algumas vantagens:
- As cefalosporinas de 3°,4° e 5° geração não
costuma ter comprimidos → enquanto que
TODAS as quinolonas têm VIA ORAL
PIORES no sentido de causas colite pseudomembranosa
(infecção por Clostridium difficile)
Tem ocorrido aumento da resistência pelo uso
indiscriminado (é um ATB de fácil acesso e que age com
espectro parecido das cefalosporinas só que por VO)
OBS: Reservada para situações onde o benefício supera
o risco de usar
Estrutura básica
o Fluorquinolonas → contém um átomo de flúor
o Disponíveis no brasil:
Mecanismo de ação:
Entram nas células pelas porinas → Interferência na
síntese do DNA bacteriano, através da inibição de duas
enzimas:
★ Topoisomerase II - DNA girase - impede o
relaxamento do DNA superespiralado positivo
que é necessário para a transcrição e a
replicação normais (Gram negativos)
★ Topoisomerase IV - Interfere na separação do
DNA cromossômico replicado nas células filhas
respectivas durante a divisão celular (Gram
positivos)
OBS: em resumo → NÃO deixa o DNA deixar de ser
espiralado e nem ser separado do DNA replicado
Mecanismo de resistência:
Cromossomiais:
★ DNA-girase modificadas que não sofrem ação
pelas drogas
★ Modificação dos canais porínicos da membrana
externa das bactérias → menor difusão da
droga
★ Bomba de efluxo (sistema composto por
proteínas de transporte existente na membrana
externa): retirada ativa da droga do meio
intracelular
Plasmidiais:
★ QNR proteína, protege a DNA girase e
topoisomerase IV
★ Enzima modificadora de fluroquinolona – acetila
o antibiótico reduzindo sua atividade
★ Bomba de efluxo (genes qepA and oqpXAB) que
bombeiam fluoroquinolonas para fora da célula
Baixo nível de resistência
Padrões de resistência IMPORTANTES:
★ IST particularmente por Neisseria gonorrhoeae
★ ITU
★ Infecções por P. aeruginosa → Só consegue usar
quando tem uma cultura mostrando
sensibilidade
★ Febre tifóide e paratifóide
★ Infecções por Shigella spp e Campylobacter spp
Atividade antimicrobiana
Cocos gram positivos:
★ Levofloxacino → MELHOR opção
★ Ciprofloxacino → Alternativa ORAL (não é a
primeira escolha)
★ OBS: em pacientes alérgicos a betalactâmicos
as quinolonas também são uma boa escolha
para gram positivas
Bactérias atípicas
★ Micoplasma pneumoniae
★ Legionella pneumophila
★ Pneumococo
★ Levofloxacino é considerado ATB respiratório →
age bem em bactérias que causam infecções
respiratórias
Bactérias que causam ITU
★ Escherichia coli
★ Klebsiella pneumoniae
★ Morganella morganii → única classe sensível
Cocos gram negativos:
★ Neisseria meningitidis
★ Neisseria gonorrhoeae
BGN
★ Haemophilus
★ Actinobacillus
★ Aggregatibacter (HACEK)
★ Pasteurella
★ Vibrio cholerae
Bacilos não fermentadores
Pseudomonas aeruginosa
Burkholderia cepacea
Efeitos adversos:
Mais comuns → leves
★ Distúrbios gastrointestinais
★ Dores de cabeça
★ Tonturas
★ Mudança transitória no humor ou no sono
OBS: 3x mais comuns com fluoroquinolonas quando
comparados com outros antibióticos
Menos comuns, mas potencialmente grave
★ Tendinopatias e ruptura de tendão
★ Neuropatia periférica
★ Prolongamento do intervalo QT → NÃO associar
macrolídeos, porque também podem causar
prolongamento do intervalo QT
★ Supostamente, dissecção e ruptura da aorta
OBS – CAUTELA: O uso de fluoroquinolonas deve ser
evitado em pacientes com aneurismas de aorta
conhecidos e aqueles com fatores de risco para
aneurisma, como síndrome de Marfan, síndrome de
Ehlers Danlos, doenças vasculares ateroscleróticas
periféricas, hipertensão não controlada e/ou idade
avançada
Uso em crianças, gravidez e amamentação:
Devem ser geralmente evitadas durante a gravidez e
lactação → a menos que uma alternativa mais segura
esteja disponível
O uso em crianças deve ser evitado devido ao risco
potencial de toxicidade musculoesquelética
A. NORFLOXACINO
Uso exclusivo VIA ORAL → NÃO podem ser ingeridos com
leite, antiácidos, suplementos minerais e certos
medicamentos
NÃO usar no tratamento de pielonefrites e nas ITU
complicadas que cursam com bacteremia
Só usar em ITU baixa, porque tem uma boa
concentração na urina
Meia vida de 3 a 4 horas → uso de 12/12h
Uso clínico possível
★ Cistite / uretrite não gonocócica
★ Profilaxia de PBE em pacientes cirróticos com
sangramento de varizes esofagianas
★ Enterocolite devido a Shiguella
★ Diarreia devido a E. coli
Efeitos adversos:
★ Náuseas e vômitos
★ Cefaleia
★ Tontura
★ Erupção cutânea
OBS: Não concentra no parênquima renal, apenas na
bexiga / urina
B. CIPROFLOXACINO
Uso EV (200mg e 400mg) e VO (500mg) → Alimentos não
interferem, mas evitar ingerir com leite e antiácidos.
30 a 50% eliminada no rim, 15% metabolizada, 30%
hepato biliar e fecal (oral), 70% eliminado através do rim
(endovenoso) → Ajuste na Insuficiência renal é necessário
Distribui-se bem: tecido e líquidos orgânicos (bile -4x
sangue)
Ação
MAIOR potência contra bacilos gram negativos entéricos
aeróbios
▪ E.coli
▪ Klebsiella spp
▪ Proteus spp.
Tem ação contra H. influenzae e M. catarrhalis
MAIS ativos contra pseudomonas spp.
Ação contra cocos gram negativos
- MENOR ação contra cocos gram positivos,
especialmente Streptococcus pneumoniae →
NÃO indicadoem infecções do trato
respiratório
Uso clínico alternativo:
OBS: NÃO é primeira escolha em NENHUMA infecções →
necessário avaliar o risco X benefício
o F. tularensis
o H. ducreyi
o K. granulomatis
o Legionella sp
o Shigella sp
o Y. enterocolítica
Doses recomendadas:
VO 500-750mg (até1g) de 12/12h
IV 200-400mg 12/12h até 8/8h
C. LEVOFLOXACINO
Biodisponibilidade: 99%, evitar antiácidos → Alimentos
não interferem
Distribui-se por todo organismo: altas concentrações
pulmonares (2 a 5 vezes a concentração sérica)
Chamada de quinolona respiratória
Uso clínico:
Ativas contra os patógenos respiratórios mais comuns
incluindo
▪ Streptococcus pneumoniae
▪ Haemophillus influenzae
▪ M. catarrhalis
OBS: Não é considerada primeira escolha para nenhuma
infecção, o benefício deve superar o risco
➔ Dose única diária 500mg/dia a 750mg/dia até 1g em
pacientes com sepse grave
D. MOXIFLOXACINO
• Administração oral/IV
• NÃO sofre metabolismo pelo CYP450 → interage menos
com medicações
Meia vida de 12 hrs → uso 1 X ao dia → 400 mg
NÃO é primeira escolha em nenhuma infecção → o
benefício deve superar o risco
Espectro de ação
Bactérias gram positivas (Streptococcus beta hemolítica
e Pneumococo)
Bactérias atípicas
Gram negativos: é menos ativa que o ciprofloxacino
contra Pseudomonas aeruginosa, Providencia spp,
Proteus spp e Serratia marcescens
Ação contra alguns anaeróbios da pele e vias aéreas →
PRIMEIRA escolha em pé diabético
OBS: Diferentemente das outras quinolonas age nos
anaeróbios → ex: pé diabético (envolve gram positivos,
gram negativos e anaeróbios)
E. DELAFLOXACINO
Administração oral OU IV → Evitar tomar com antiácidos,
suplementos minerais e certas medicações orais
Distribuição
Boa por todo o organismo após administração oral
Taxa de ligação a proteína de 84%
Espectro de ação:
MSSA e MRSA → Tem tratamento VO para MRSA
OBS: Estável diante das ESBL in vitro contra a ação de
bactérias anaeróbias → bacteroides fragilis
Uso clínico:
o PAC
o Infecções agudas complicadas de pele e partes moles
OBS: teoricamente é de amplo espectro, mas ainda não
tem uso amplo para ser visto os resultados e os efeitos
adversos
Mecanismo de ação
ATB bactericida da classe das fluoroquinolonas
Inibição de enzimas topoisomerases I e IV → necessárias
à replicação, transcrição, reparo e recombinação
bacteriana
Efeitos adversos
o Tendinite e ruptura de tendão
o Artralgia, mialgia e neuropatia periférica
o Hipersensibilidade
o Diarreia por C. difficille
o Risco de dissecção e aneurisma de aorta
o Alteração da glicemia
o Náuseas, vômitos, cefaleia e alteração das
transaminases
2. SULFONAMIDAS
Mecanismo de ação:
Esses ATB competem com o PABA, então impede a ação
dessa enzima → não deixa prosseguir essa sequência
que forma as purinas
Usado normalmente em associação com trimetoprima →
se escapar da inibição da PABA, a trimetoprima irá agir
na próxima etapa do mesmo caminho
Resistência
Mutação → excesso de produção de PABA.
Indução de produção de enzima com baixa afinidade
pela enzima.
Diminuição da permeabilidade as sulfonamidas –
codificada por plasmídeo transmissível
Atividade antimicrobiana:
Age contra bactérias gram positivas e gram negativas,
também em fungos e protozoários
★ Protozoários: Isospora belli → diarreia em
pacientes com AIDS
★ Fungos: Paracoccidioides brazielensis
★ Bactérias Gram negativas: E. coli, Proteus sp
★ Klebisiella, Kingella
★ Bactérias Gram positivas: Staphylococcus
aureus (CA- MRSA), S. saprophyticus
Farmacocinética:
São absorvidas: estômago e intestino → Sulfametoxazol
e Sulfadiazina
▪ NÃO absorvível → Sulfassalazina
▪ TÓPICOS → Sulfadiazina de prata
Se distribuem por todos os tecidos e líquidos corporais
incluindo o líquor, placenta e feto.
Excretados por filtração glomerular → Ajuste na
insuficiência renal
Uso clínico:
o Pneumonia por Pneumocystis jiroveci
o Toxoplasmose → SNC, de comunidade e congênitas
▪ Sulfadiazina + Pirimetamina
o Nocardiose
o Infecções de pele e partes moles por CA-MRSA
Usado em associação com diaminopirimidinas
Sulfadiazina + Pirimetamina
Sulfametoxazol + Trimetoprim
▪ Pneumonia
▪ ITU apenas após cultura
▪ Infecções de vias aéreas superiores, exceto
amigdalites
Efeitos adversos:
o Alergenicidade
o Síndrome de Stevens-Johnson
Gestação: aumentam o risco de Kernicterus
3. 5-NITROIMIDAZÓIS – METRONIDAZOL
Mecanismo de ação
Atividade antimicrobiana
• Bacilos anaeróbios
• Atividade menor contra os anaeróbios gram positivos
OBS: quando o anaeróbio é da via superior,
normalmente a clindamicina trata bem; enquanto que
na via inferior, como abdômen – o metronidazol trata
melhor
OBS: Principalmente associado com outros ATB para
cobrir anaeróbios e tratar clostridium difficile (colite
pseudomembranosa) que eles não tratem
Farmacocinética
★ Biodisponibilidade oral 90 a 95% → Absorção
não altera com alimentos
★ Boa distribuição tecidual, incluindo o SNC
★ Concentra-se em abscessos
★ Baixa ligação às proteínas plasmáticas
★ Metabolismo hepático
Efeitos adversos:
o Bem tolerado
o Sabor metálico
o Coloração escura da urina
o Reação tipo dissulfiran → ressaca se tomar com álcool
o Neurológicos – polineuropatia
4. RIFAMPICINA
EX: artrite séptica por S. aureus → estou tratando com
oxacilina mas o paciente continua com picos febris e
com evolução → entra com rifampicina para atuar no
meio intracelular porque deve ter bactéria que os
betalactâmicos não pegam
OBS: No brasil é reservada para tratamento de TB, então
no sistema público não tem para outras infecções → só
consegue quando o paciente compra
Na meningite é usada como profilaxia em pessoas que
conviveram com a pessoa infectada
Mecanismo de ação
Inibição da síntese de RNA por ligarem-se à
RNA-polimerase, formando complexos firmes e
irreversíveis, impedindo a ação da enzima
Exercem ação antimicrobiana por inibirem a síntese
proteica em todos os seus estágios, impedindo a
formação do RNA mensageiro, RNA-ribossomal e
RNA-transportador
Localização intracelular- antibióticos de maior
penetração no interior das células
As bactérias gram-positivas e gram-negativas
desenvolvem, com certa facilidade, resistência à
rifampicina quando esta é utilizada como droga isolada
por tempo mais ou menos prolongado = Nunca usar
sozinha
Atividade antibacteriana
o Tem amplo espectro de ação Bactérias gram-positivas
(incluindo os estafilococos resistentes à penicilina e à
oxacilina)
o Cocos gram-negativos (gonococo e meningococo)
o Micobactérias, clamídias, Legionella pneumophila
o vários bacilos gram-negativos, entre os quais a
Escherichia coli, Proteus, Klebsiella, Haemophilus,
Chryseobacterium (Flavobacterium) meningosepticum e
Brucella
o Maior aplicação clínica está no combate ao M.
tuberculosis e ao M. leprae
Uso clínico
o Tuberculose
o Hanseníase
o Infecções estafilocócicas → junto com outras
medicações que atingem essa bactéria
5. NITROFURANTOINA
Mecanismo de ação
Reage do modo inespecífico com muitas proteínas
ribossômicas e interrompem os processos metabólicos e
a síntese de proteínas, RNA e DNA
Farmacocinética
Bem absorvida após administração
Metabolizada e excretada de forma tão rápida que não
há qualquer ação antibacteriana sistêmica
É excretado na urina por meio da filtração glomerular e
secreção tubular
Com as doses diárias médias, concentrações de
200mcg/ml são atingidas na urina
Uso clínico:
Uso exclusivo em ITU baixa (cistite)
o Proteus pode ser resistente
o Dose: 100 mg 6/6 hrs por 5 a 7 dias
OBS: Resistência RARA por bomba de efluxo
Efeitos adversos:
★ Contraindicada em pacientes com
comprometimento da função renal significativa
★ Concentrações elevadas podem gerar
toxicidade
★ Recomendações tradicionais são evitar o uso
em pacientes com depuração da creatinina★ Toxicidades pulmonares
PRIMEIRA OPÇÃO para tratamento da ITU baixa por E.
coli (ou fosfomicina)
Uso crônico profilático – 1 X ao dia por 6 meses → maior
risco de evoluir com toxicidade pulmonar
6. ADENDO: FOSFOMICINA
7. MUPIROCINA
Disponível como pomada para aplicação tópica
Usos clínicos:
É ativa contra cocos gram positivos, incluindo cepas de
Staphylococcus (MRSA e MSSA)
Ela inibe a Isoleucil tRNA sintetase estafilocócica
Está indicada no tratamento tópico de infecções
cutâneas menores (impetigo)
Elimina efetivamente o estado de portador nasal de S,
aureus em pacientes ou profissionais de saúde →
resultados são mistos com relação a capacidade de se
evitar a subsequente
infecção estafilocócica → utilizado para descolonizar os
pacientes com S. aureus presente no SWAB nasal
Os pacientes com maior possibilidade de se beneficiar
da descolonização são aqueles submetidos a
procedimentos ortopédicos, cardiotorácicos,
neurocirurgias...
.são colonizadas permanentemente )
➔ Podem sobreviver em superfícies secas durante
longos períodos
- São suscetíveis a temperatura alta, desinfetantes e soluções
antissépticas; entretanto, podem sobreviver em superfícies
secas por longos períodos
➔ Disseminação pessoa a pessoa
➔ Presença de um corpo estranho
➔ Pacientes de risco para doenças específicas
- pacientes que usam cateter central para diálise ou
quimioterapia; pacientes que usam próteses metálicas;
pacientes com derivação peritoneal + Diabéticos, DRC, HIV e
outros imunossuprimidos
- OBS: Se um paciente vai fazer uma cirurgia ou está tendo uma
infecção recorrente é necessário fazer a descolonização.
- Pacientes hospitalizados Médicos Indivíduos com doenças
eczematosas da pele Aqueles que usam agulhas regularmente.
Paciente com HIV e CD4 diminuído
Streptococcus
Bactérias Gram-positivas em forma de cocos, que se
organizam em cadeias.
Streptococcus são classificados por antígenos da
parede celular (sistema de Lancefield), capacidade de
hemólise e testes bioquímicos.
1. Realiza-se o teste de hemólise no ágar-sangue → Se for
β-hemólise, seguimos para o próximo passo: Grupo de
Lancefield. → O sistema Lancefield divide os
Streptococcus por antígenos na parede celular,
classificados de A a W.
Usamos os testes bioquímicos APÓS o teste de hemólise
e a identificação do Grupo de Lancefield, para
diferenciar espécies que pertencem ao mesmo grupo.
Se o Streptococcus for β-hemolítico, a prioridade é o
Grupo de Lancefield, mas os testes bioquímicos podem
confirmar a espécie.
Para α e γ-hemolíticos, o teste bioquímico é essencial,
pois o Grupo de Lancefield nem sempre é aplicável.
Streptococcus do grupo viridans
NÃO é uma espécie, mas sim um grupo → não é uma
única bactéria, mas um conjunto de várias espécies de
Streptococcus que compartilham características
semelhantes.
Elas são estreptococos α-hemolíticos (causam hemólise
parcial, gerando uma coloração esverdeada no
ágar-sangue) ou gama-hemolíticos (sem hemólise).
Diferentes espécies do grupo viridans podem causar
doenças distintas. → O tratamento pode variar
dependendo da espécie. Algumas espécies podem ser
resistentes a certos antibióticos, como os Enterococcus
spp., que já foram considerados parte desse grupo.
OBS: S. anginosus também está no grupo beta
hemolítico → É o causador de endocardite
O grupo viridans é diferenciado por testes bioquímicos.
Como eles não pertencem ao sistema de Lancefield, os
testes são essenciais para determinar qual bactéria
específica está presente.
➔ Infecções clínicas: ITU baixa, ITU alta, Peritonite,
Endocardite, infecção e pé diabético.
Enterococcus
São bactérias entéricas, comumente isoladas de fezes
humanas e de vários animais.
E. faecalis é encontrado em altas concentrações no
intestino grosso (105 a 107 bactérias/ grama de fezes) e
no trato geniturinário.
Fatores de risco: Uso de cateter urinário ou intravascular,
Hospitalização prolongada e uso de antibióticos de
amplo espectro, especialmente aqueles que são
inerentemente inativos contra o enterococcus.
E. faecalis e E. faecium
OBS: Bactérias gram positivas podem causar
endocardite, sendo assim o enterococcus por se tratar
de coco gram positivo também pode causar essa
doença
Streptococcus beta hemolíticos
Tem a hemólise completa que são separados nos grupos
de A a W
Fazem hemólise completa no ágar-sangue, criando um
halo transparente ao redor da colônia.
Para classificar esses estreptococos, usamos o Grupo de
Lancefield, que divide as bactérias com base em
antígenos na parede celular.
A bactéria MAIS
importante/comum desse
grupo é o S. pyogenic
Grupo A → Streptococcus
pyogenes
Causa faringite estreptocócica (garganta inflamada).
Pode levar a febre reumática (inflamação no coração) e
glomerulonefrite (doença renal pós-infecção).
Grupo B → Streptococcus agalactiae
Bactéria comum em gestantes.
Pode causar meningite e sepse em recém-nascidos.
Patogênese
A cápsula protege a bactéria, tornando-a difícil de ser
reconhecida pelo sistema imunológico.
A proteína M impede que o sistema imunológico marque
a bactéria para destruição.
A proteína tipo M engana o sistema de defesa ao se ligar
aos anticorpos e outras proteínas do corpo.
A C5a peptidase impede que células de defesa sejam
chamadas para combater a infecção.
Adesão e invasão da célula do hospedeiro: ácido lipoteóico, proteína M e F.
Imagem A: Mostra S. pyogenes
aderindo a uma superfície com
fibras longas (provavelmente
fibronectina ou outras proteínas
da matriz extracelular). → Essas
fibras ajudam a fixação da
bactéria e são um passo
importante para a colonização e
infecção.
Imagem B: Mostra S. pyogenes em forma de cocos
dispostos em cadeias (típica organização desse gênero).
→ Podemos ver que a bactéria está se fixando na
superfície e invadindo tecidos, criando pequenos
buracos, o que pode ser um indicativo de ação
enzimática e destruição tecidual.
Toxinas e enzimas
Essas substâncias ajudam a bactéria a sobreviver no
organismo, causar inflamação e destruir células do
hospedeiro.
Exotoxinas Pirogênicas Estreptocócicas (Spe) → Causam
febre, inflamação intensa e choque tóxico.
Estreptolisina S → Mata células do sistema imunológico,
ajudando a bactéria a se espalhar.
Estreptolisina O → Tem ação semelhante à S, mas pode
ser detectada pelo exame ASLO para diagnosticar
infecções estreptocócicas.
Testes diagnósticos
Os testes ASLO (Antiestreptolisina O) e Anti-DNase B são
utilizados para diagnosticar infecções causadas por
Streptococcus pyogenes, que pertence ao Grupo A dos
estreptococos β-hemolíticos.
ASLO
Os anticorpos são facilmente formados contra a
estreptolisina O (anticorpos antiestreptolisina O - ASLO)
(essa característica a diferencia da estreptolisina 5) e
são úteis para documentar infecção recente por
estreptococos do grupo A (teste ASO).
TESTE DE ANTI-DNASE B
DNase B (teste de anti-DNase B) são um marcador
importante para pacientes com infecções cutâneas que
não produzem anticorpos contra a estreptolisina O.
Cocos gram negativos
Neisseria
Neisseria é um gênero de
bactérias Gram-negativas,
que inclui espécies
patogênicas e comensais.
é um diplococo, ou seja,
uma bactéria em formato arredondado (coco) que se
organiza em pares
Fatores de virulência →
Bacilo vs. Bacillus
"Bacilos" é um termo geral usado para descrever
bactérias que têm formato alongado (bastonetes). →
Podem ser Gram-positivos ou Gram-negativos.
✅ Resumindo: "Bacilos" são
todas as bactérias
alongadas,
independentemente do grupo
a que pertencem.
"Bacillus" é um gênero
específico de bactérias
dentro dos bacilos
Gram-positivos. → Todas as bactérias do gênero Bacillus
são bacilos, mas nem todos os bacilos pertencem ao
gênero Bacillus.
Bactérias do tipo cocobacilos e bacilos gram +
Listeria monocytogenes
Epidemiologia
Isolado no solo, na água, na vegetação
e em uma variedade de animais,
incluindo seres humanos.
Recém-nascidos, idosos, gestantes e pacientes
com defeitos na imunidade celular apresentam risco
aumentado para a doença.
Doenças clínicas
Doença neonatal (aborto espontâneo, abscessos e
granulomas disseminados, meningite, septicemia);
Bacteremia ou doença disseminada com
meningite em gestantes e pacientes com
defeitos da imunidade celular.
Corynebacterium diphtheriae
Agente etiológico da difteria.
São ubíquas em plantas e animais,
e normalmente colonizam a pele,
trato respiratório superior, trato
gastrointestinal e trato
geniturinário de humanos.
A toxina diftérica é o principal fator de virulência de C.
diphtheriae.
Bactérias do tipo bacillus
O gênero Bacillus é
exclusivamente
Gram-positivo e inclui
bactérias que vivem no
solo e produzem
esporos.
Bacillus anthracis
Antraz cutâneo: pápula indolor que progride para
ulceração com vesículas ao redor, seguidade formação
de escaras; podem se desenvolver linfadenopatia
dolorosa, edema e sinais sistêmicos
Antraz gastrointestinal: formação de úlcera no local da
invasão (p.ex., boca, esôfago, intestino), levando a
linfadenopatia regional, edema e sepse
Antraz inalado: sinais iniciais são inespecíficos, seguidos
de uma sepse súbita acompanhada de febre, edema e
linfadenopatia (nódulos linfáticos mediastinais);
sintomas meníngeos acometem metade dos pacientes,
e a maioria evolui a óbito, a menos que o
tratamento seja iniciado imediatamente.
Bacillus cereus
Gastroenterite: forma emética caracterizada pelo rápido
surgimento de episódios de vômitos e dor abdominal,
sendo, no entanto, de curta duração; forma diarreica
caracterizada por uma duração mais prolongada,
acompanhada de diarreia e cólicas abdominais
Infecções oculares: destruição rápida e progressiva do
olho, após introdução traumática da bactéria
Doença pulmonar grave: doença pulmonar grave,
semelhante à do antraz, em pacientes
imunocompetentes.
Bacilos gram negativos
OBS: As gram negativas
são as mais associadas às
infecções hospitalares
Enterobacteriaceae
A família Enterobacteriaceae é um
grupo de bactérias Gram-negativas
em formato de bacilo, amplamente
distribuídas no meio ambiente e no
trato gastrointestinal de humanos e
animais.
São micro-organismos ubiquitários
(aqueles que estão presentes em
praticamente todos os ambientes da
natureza)
Microbiota normal da maioria dos animais, incluindo o
homem.
Algumas são patogênicas primariamente: (p.ex.,
Salmonella sorotipo Typhi, espécies de Shigella e Yersinia
pestis)
Algumas podem ser comensais. (p.ex., Escherichia coli,
Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis)
Estrutura
Possui uma membrana externa
com LPS (endotoxina), que pode
causar febre e choque séptico.
Tem mecanismos de resistência a
antibióticos, como porinas e
β-lactamases no espaço periplasmático.
Fatores de virulência
Doenças clínicas associadas as gram negativas
➔ Gastroenterite
➔ Infecções extra intestinais
➔ ITU
➔ Meningite neonatal
➔ Sepse
➔ Pneumonia
Classificação dentro da família enterobacteriaceae
Espécies
Salmonella
Gastroenterite (Salmonelose) → Infecção Intestinal →
Normalmente não necessita de antibióticos, exceto em
casos graves ou em imunossuprimidos.
Sepse → Ocorre quando a Salmonella entra na corrente
sanguínea e se espalha para outros órgãos.
Febre Entérica → Febre Tifóide → Transmissão: Água e
alimentos contaminados (principalmente em locais com
saneamento precário).
Osteomielite em pacientes com Anemia Falciforme →
Pacientes com anemia falciforme têm maior risco de
infecções ósseas por Salmonella.
Shigella
A infecção causada por Shigella é conhecida como
shigelose ou disenteria bacilar e está associada a
diarreia grave com sangue e muco, febre e dor
abdominal.
O período de incubação varia de 1 a 3 dias, ou seja, os
sintomas aparecem rapidamente após a infecção.
Pode causar surtos : creches , HSH.
Pseudomonas e bactérias relacionadas
São bacilos Gram-negativos → pertencem à família
Pseudomonadaceae e são conhecidos por sua
resistência a antibióticos, capacidade de sobreviver em
ambientes diversos e papel em infecções hospitalares.
São bacilos não
fermentadores
BNF = Bacilos Não
Fermentadores → São
bactérias Gram-negativas que
não fermentam glicose nem
lactose, sendo resistentes a
muitos antibióticos e
frequentemente associadas a
infecções hospitalares.
Pseudomonas aeruginosa
Pode causar infecções graves, especialmente em
pacientes hospitalizados ou imunossuprimidos.
Infecções pulmonares: traqueobronquite e
broncopneumonia necrotizante
Infecções primárias da pele: infecções em queimados e
foliculite
Infecções do trato urinário: em pacientes com SVD e uso
prévio de antibióticos
Infecções do ouvido: otite externa
Infecções oculares: infecções oportunistas das córneas
levemente danificadas
Bacteremia: disseminação da bactéria a partir da
infecção primária (p.ex., pulmonar) a outros órgãos e
tecidos; pode ser caracterizada por lesões necróticas da
pele (ectima gangrenoso)
Complexo Burkholderia cepacia
Grupo de bactérias conhecido como "Complexo
Burkholderia cepacia" (Bcc), que inclui várias espécies
com características semelhantes.
É um patógeno oportunista que causa infecções em
pacientes imunocomprometidos.
causa infecções em pessoas com doenças crônicas.
Infecções pulmonares: infecções em pacientes com
doença granulomatosa crônica ou fibrose cística e
infecções do trato urinário em pacientes cateterizados;
Bacteremia em pacientes imunocomprometidos com
cateter intravascular contaminado.
Burkholderia pseudomallei
B. pseudomallei é o agente causador da melioidose, uma
infecção grave e potencialmente fatal.
Comum em regiões tropicais e subtropicais (Sudeste
Asiático, Norte da Austrália e América do Sul).
Infecções pulmonares: podem variar de colonização
assintomática a formação de abscesso
OBS: A burkholderia é a última a surgir (a que sobra)
porque é resistência a tudo
Stenotrophomonas maltophilia
conhecida por ser oportunista e altamente resistente a
antibióticos.
Infecções oportunistas: uma variedade de infecções (as
mais comuns são bacteremias e pneumonias) em
pacientes imunocomprometidos previamente expostos à
terapia antimicrobiana de amplo espectro
Espécies de acinetobacter
Infecções pulmonares: patógeno oportunista em
pacientes que receberam terapia respiratória
Infecções de feridas: traumática (p.ex., resultado de
conflitos militares) e feridas nosocomiais
Moraxella catarrhalis
Infecções pulmonares: traqueobronquite ou
broncopneumonia em pacientes com doença pulmonar
crônica
Lista de agentes patogênicos prioritários da OMS para
a promover a pesquisa e desenvolvimento de
novos antibióticos:
Prioridade 1: CRÍTICA → Acinetobacter baumannii,
resistente a carbapenêmicos Pseudomonas aeruginosa,
resistente a carbapenêmicos Enterobacteriaceae,
resistente a carbapenêmicos e produtoras de ESBL
Conferência 02 - Uso racional de antibióticos
Definições
Antibióticos: substâncias produzidas a partir de fungos
ou bactérias.
Antimicrobianos: englobam as medicações capazes de
combater microorganismos.
Agentes antibacterianos: Agentes antibacterianos
incluem qualquer substância capaz de eliminar ou inibir
o crescimento de bactérias. → Isso inclui antibióticos e
também substâncias sintéticas e desinfetantes.
🚨 Todo antibiótico é um agente antibacteriano, mas
nem todo agente antibacteriano é um antibiótico!
O que é uso racional de antibióticos?
Uso racional de antibióticos é a administração de
antimicrobianos na dose, via e tempo corretos,
considerando o tipo de infecção, o agente causador e o
perfil do paciente, minimizando efeitos adversos e o
desenvolvimento de resistência bacteriana.
Resistência antimicrobiana
A resistência antimicrobiana é
reconhecida como uma das
maiores ameaças à saúde
humana em todo o mundo (a
imagem acima correlaciona a
data de criação do
antimicrobiano com a data em que as resistências
começaram a aparecer);
As infecções resistentes à antibióticos adicionam custos
consideráveis ao sistema de saúde.
Porque devemos ser racionais ao usar os antibióticos?
O CDC declarou em 2013
que a raça humana está
agora na era pós
antibiótica, e em 2014 a
OMS advertiu que a
crise de resistência aos
antibióticos está se
tornando terrível.
Sobre a sepse
Após obtenção de culturas apropriadas, deve-se
administrar antibióticos de largo espectro, por via
intravenosa, o mais rapidamente possível e, idealmente,
na primeira hora após o diagnóstico.
Erros
1. Erro no antibiótico
prescrito (drug):
A grande maioria dos
antimicrobianos prescritos
são prescritos
empiricamente.
Depende do
Conhecimento médico
2. Erro na dose (dose):
➔ Dose ajustada por peso➔ Dose ajustada por gravidade
➔ Dose ajustada por tipo e gravidade de infecção
Ex: infecção no SNC costuma dobrar a dose da
Ceftriaxona
Em caso de sepse, começa com os antibióticos mais
fortes e com menor chance de resistência e, após sair a
cultura, troca-se por um ATB menos potente que seja
suficiente.
3. Erro na via de administração (delivery)
Resumo: O antibiótico pode ser administrado por via
intravenosa (IV) ou via oral (VO), e a escolha correta
impacta no sucesso do tratamento.
Infecções graves → começar com IV, mas sempre avaliar
a transição para VO.
Quando trocar para VO? ✅ Se o paciente melhora
clinicamente e o trato gastrointestinal está íntegro,
deve-se trocar para antibiótico oral.
Manter antibiótico IV por tempo excessivo aumenta
riscos sem necessidade. Sempre avaliar a conversão
para VO o quanto antes.
4. Erro no tempo de tratamento
5. Erro no De-Escalonamento (Deescalation) → Ajustar o
Antibiótico após Exames
A duração do tratamento antibiótico deve ser a menor
possível para erradicar a infecção, sem prolongar
desnecessariamente o uso da medicação.
O uso inicial de antibióticos deve ser eficaz e baseado
na resistência bacteriana local. → Antibióticos de amplo
espectro são úteis no início, mas devem ser reduzidos
assim que possível.
Princípios fundamentais do novo paradigma de
tratamento
Faça uma seleção eficaz de antibióticos logo na primeira
vez
Seleção antimicrobiana básica, empírica e direcionada,
no conhecimento da suscetibilidade local padrões
Use antibióticos de amplo espectro no início
Otimizar a dose de antibiótico e a via de administração
Administrar antibióticos pelo menor tempo possível
Ajustar ou interromper a
antibioticoterapia o mais
cedo possível para melhor
direcionar o (s) patógeno (s)
Remover a pressão para o
desenvolvimento de
resistência (ou seja, de-escalada)
Como raciocinar clinicamente:
Sinais e sintomas do paciente → Identificar se a infecção
foi adquirida na comunidade ou em ambiente hospitalar
(IRAS) → Determinar o sistema ou órgão afetado (pulmão,
trato urinário, pele, sangue) → Considerar os
microrganismos mais comuns associados a esse tipo de
infecção (bactéria mais provável) → Avaliar o risco de
resistência bacteriana (bactérias multirresistentes,
histórico de uso prévio de antibióticos) → Analisar as
condições do paciente que
podem interferir na ação do
antibiótico (função renal,
hepática, idade,
comorbidades) → Selecionar
o antibiótico mais eficaz e
seguro para o tratamento,
considerando espectro de
ação, farmacocinética e
possíveis efeitos adversos.
Exemplo
O médico faz diagnóstico
provável de infecção do trato
urinário baixo → Baseado em
dados epidemiológicos sabe que
a Escherichia coli é o agente
mais frequente → Baseado em
conhecimento prévio sabe que as
E. coli da comunidade são habitualmente sensíveis à
norfloxacina, nitrofurantoína.
OBS: Se o médico tem certeza? Há alguma
evidência objetiva de que está certo? solicitou
EAS + urocultura + antibiograma →
➔ Para identificar qual
microrganismo está causando uma
infecção, o médico utiliza o exame
de Gram, que ajuda a descobrir rapidamente o tipo de
bactéria presente. Esse teste é especialmente
importante quando as bactérias aparecem em líquidos
do corpo que normalmente não têm nenhum
microrganismo, como:
● Líquido cefalorraquidiano (líquido que envolve o
cérebro e a medula);
● Líquido pleural (ao redor dos pulmões);
● Líquido sinovial (nas articulações, como o
joelho);
● Líquido peritoneal (no
abdômen).
Encontrar bactérias nesses
locais significa uma infecção
séria, e ajuda o médico a
escolher o antibiótico correto
rapidamente.
Análise da susceptibilidade
do organismo
Após identificar o microrganismo que está causando a
infecção (por exemplo, com o exame de Gram), é preciso
avaliar se a bactéria encontrada é sensível ou resistente
a antibióticos, por meio de:
● Cultura
● Antibiograma
● MIC (concentração) – exame realizado por macro
e microdiluição OU E test - serve para saber
exatamente quanto antibiótico será necessário
para tratar aquela infecção
Estafilococos resistentes: é preciso testar
especificamente a sensibilidade à vancomicina
(antibiótico usado para bactérias muito resistentes).
Quando o antibiótico escolhido é a Polimixina, também é
obrigatório fazer esse teste para garantir que o
tratamento funcionará e não causará toxicidade ao
paciente.
Antibiograma - E-test
Essa imagem mostra um método
chamado "diluição em tubo" para
descobrir a Concentração
Inibitória Mínima (CIM) de um antibiótico.
CIM: A menor concentração de um antibiótico capaz de
impedir o crescimento visível das bactérias.
Fatores que influenciam na escolha do ATB
Fatores do hospedeiro para prescrição de ATB
Para prescrever um antibiótico
é importante saber alguns
fatores do hospedeiro para o
uso ser com segurança
Exemplo: Quinolonas não são
feitas para a criança, porque
faz impregnação de esmalte
do dente e interferem na cartilagem de crescimento
Aspectos farmacológicos do ATB
Farmacocinética → É o
estudo da absorção,
distribuição, metabolismo
e eliminação de uma dada
droga no organismo
humano.
- É o estudo da
cinética, do
movimento que
determinada
substância toma ao ser administrada à uma
pessoa
Farmacodinâmica: Estuda o
mecanismo de ação das
drogas e a sua relação com os
efeitos esperados (contra os
micro-organismos) e adversos
(que ocorrem no hospedeiro)
daquela substância.
Conferência 03 - Antibióticos que atuam na síntese da
parede celular part. 01
Esses antibióticos atuam impedindo que a bactéria
consiga formar uma parede celular estável e forte. Sem a
parede, a bactéria fica frágil, vulnerável e morre
facilmente.
Beta-lactâmicos: bloqueiam as enzimas (PBPs) que
montam a parede bacteriana.
Glicopeptídeos: impedem diretamente a união dos
blocos que formam a parede celular, interrompendo sua
formação.
Fosfomicina: inibe etapas iniciais da produção da
parede bacteriana.
Bacitracina: impede a saída dos componentes da
parede celular de dentro da célula para o exterior.
Mecanismo de ação
Síntese da parede celular -
quando o peptideoglicanos
não é bem formado, a
bactéria fica instável e
rompe.
Inibidores da síntese da
parede celular: impedem a
formação da parede bacteriana, tornando as bactérias
vulneráveis à lise. Exemplos: beta-lactâmicos (penicilinas,
cefalosporinas, carbapenêmicos) e
glicopeptídeos(vancomicina).
OBS: Antibióticos que agem na síntese da parede celular
são denominados bactericidas (conseguem matar a
bactéria sem precisar do sistema imunológico para
finalizar a ação)
Síntese da membrana plasmática
e membrana externa.
Síntese dos ácidos nucleicos.
Síntese de proteínas.
Betalactâmicos
É o grupo mais importante de antibióticos → quase
sempre fazem parte dos tratamentos → Só não é usado
quando há resistência
Antibióticos que integram esse grupo
● Penicilinas.
● Cefalosporinas.
● Carbapenêmicos.
● Inibidores da beta-lactamase → ex: clavulanato
● Cefamicinas (pouco usadas).
● Monobactâmicos (muito pouco usados) - é o
único que possui só um anel b-lactâmico.
estrutura química básica
OBS: Caso a bactéria produza uma enzima que seja
capaz de destruir o anel B-lactâmico / tiazolidínico , o
antibiótico perderá a sua ação
São ligadas outras moléculas a esse anel formando os
diferentes tipo de antibióticos do grupo beta lactâmicos
Estruturação da parede bacteriana:
A parede celular das bactérias é formada por
carboidratos especiais → Para que esses carboidratos
fiquem bem unidos, existem enzimas específicas
chamadas Proteínas Ligadoras de Penicilina (PBPs) -
Cada bactéria pode ter tipos diferentes dessas enzimas.
Essas enzimas incluem:
● Transpeptidases (principal)
● Carboxipeptidases (regulam o crescimento da
parede bacteriana)
● Endopeptidases
Esses antibióticosfuncionam impedindo que as
bactérias construam corretamente sua parede celular.
Para isso, eles se ligam diretamente nas enzimas
bacterianas → Sem poder construir a parede celular
corretamente, as bactérias ficam frágeis, não conseguem
se multiplicar e morrem.
Obs: Essas enzimas são importantes, porque se houver
alguma mutação nelas, as bactérias podem se tornar
resistentes aos antibióticos.
Principais mecanismos de resistência associados às
enzimas da parede celular:
1. A bactéria pode absorver pedaços de DNA de
outra bactéria já morta, que contenham genes
resistentes. Esses genes podem modificar as
enzimas (PBPs), impedindo que o antibiótico
consiga se ligar e funcionar corretamente.
2. Algumas bactérias conseguem produzir uma
enzima chamada beta-lactamase, que quebra
(hidrolisa) a estrutura química dos antibióticos
do tipo beta-lactâmico (ex.: penicilinas),
tornando-os inativos
Mecanismo de ação
Inibem não apenas uma única
enzima envolvida na síntese da
parede celular, mas uma família
de enzimas relacionadas (de 4 -
8 em bactérias diferentes.
Eles atuam impedindo a formação das ligações (pontes)
entre as estruturas da parede celular bacteriana,
processo conhecido como transpeptidação. Esse
bloqueio acontece porque o antibiótico se liga
diretamente às PBPs, impedindo que elas funcionem
corretamente.
esses antibióticos também ativam enzimas chamadas
autolisinas, que acabam destruindo a parede celular
bacteriana e levando a bactéria à morte, principalmente
se a PBP bloqueada for fundamental para a
sobrevivência da bactéria.
Mecanismo de resistência
Os antibióticos beta-lactâmicos podem ter sua ação
comprometida por quatro formas principais de
resistência bacteriana:
1. Formação de biofilme: As bactérias produzem uma
espécie de camada ou capa protetora ("biofilme") que
dificulta a entrada do antibiótico. Isso acontece porque
essa capa torna mais difícil para o antibiótico chegar
até a bactéria, além de alterar a velocidade com que ela
cresce. Um exemplo de antibiótico que pode ultrapassar
essa proteção (biofilme) é a rifampicina.
2. Mudança no alvo: As bactérias modificam as enzimas
(PBPs) onde os antibióticos normalmente se ligariam.
Com isso, o antibiótico não consegue se ligar ao alvo
original e perde o efeito.
3. Produção de β-lactamases: As bactérias podem
produzir enzimas chamadas β-lactamases, que quebram
(hidrolisam) e destroem antibióticos beta-lactâmicos,
tornando-os ineficazes.
- ESPL – resistência contra cefalosporinas de
terceira e quarta geração
- Penicilinases – resistência contra penicilinas
4. Bombas de efluxo: Algumas bactérias possuem
bombas que expulsam ativamente o antibiótico da
célula antes que ele consiga agir, diminuindo a
concentração e eficácia do medicamento.
- Ex de bactéria que atua com essa resistência:
Pseudomonas
➔ Maior problema da resistência
- Enterobactérias produtores de ESBL.
- Pseudomonas aeruginosa de difícil tratamento.
- Enterobactérias produtoras de carbapenemase.
BETALACTAMASES:
Eram consideradas uma preocupação principalmente
em infecções hospitalares.
Atualmente as B-lactamases agora são encontradas em
muitos ambientes comunitários em pacientes de todas
as idades. → A colonização por patógenos produtores
de B-lactamase é encontrada não apenas em hospitais,
mas também em centros de saúde, como na população
geral.
As B-lactamases são enzimas que abrem o
anel-beta-lactâmico, inativando o antibiótico.
Principal mecanismo de resistência das bactérias
Gram-negativas.
OBS: As bactérias podem compartilhar material genético
entre diferentes espécies, por meio do plasmídeo → os
genes para síntese das betalactamases podem ser
compartilhadas, isso gera ainda mais resistência
bacterianas
Exemplo de caso clínico da aula
Paciente de 19 anos com dor localizada simulando apendicite → foi
operado com abcesso e perfuração intestinal, com diagnóstico e Doença
de Crohn iniciando. Foi prescrito Metronidazol e Ceftriaxona (para cobrir
anaeróbios e gram negativos).
O paciente permaneceu com febre e evoluiu com piora do estado geral. →
Ao resultado da cultura foi detectadas Klebsiella resistente, sensível
apenas aos carbapenêmicos
Diante do quadro clínico e resultado da cultura, o
antibiótico mais indicado para esse paciente é um
carbapenêmico, como: Meropenem ou Imipenem
→ Klebsiella produtora de ESBL é resistente a
cefalosporinas de 3ª e 4ª geração, como a Ceftriaxona.
→ Os carbapenêmicos são estáveis diante dessas
enzimas (ESBL) e continuam sendo eficazes.
🔄 Suspender Ceftriaxona + Metronidazol → ✅ Iniciar
Meropenem
O gráfico mostra que ao
longo do tempo (de 1946 até
2015), o percentual de
estafilococos que produzem
penicilinase (gene blaZ) —
uma enzima que destrói a
penicilina, tornando o
antibiótico ineficaz.
Na prática, menos de 20% das infecções por
estafilococos vão responder à penicilina simples. → Por
isso, a penicilina não deve mais ser usada como
antibiótico empírico (de primeira escolha antes de sair o
resultado da cultura) em infecções como furúnculos,
abscessos, foliculites, etc., que geralmente são causadas
por Staphylococcus aureus.
PENICILINASE
é uma enzima que
quebra o anel
beta-lactâmico da
penicilina → Quando a
bactéria produz essa
enzima, a penicilina
sozinha deixa de
funcionar.
Algumas bactérias produzem uma enzima chamada
SHV-1, que é um tipo de penicilinase. → Nesse caso, até
as cefalosporinas de 1ª geração (como a cefalexina)
também não funcionam.
Como resolver isso? Usando inibidores de
beta-lactamase
- Existem substâncias que bloqueiam a ação
dessas enzimas, chamadas inibidores de
beta-lactamase.
Exemplos:
- Amoxicilina + Clavulanato → o clavulanato
bloqueia a penicilinase, e a amoxicilina pode
agir.
- Cefalosporina + Tazobactam → o tazobactam
protege a cefalosporina da degradação.
E quando a bactéria produz carbapenemase (ex: KPC)?
A KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase) é uma
enzima ainda mais potente. → Ela consegue inativar
todos os antibióticos beta-lactâmicos, incluindo:
● Penicilinas
● Cefalosporinas
● Carbapenêmicos
⚠ Por isso, é necessário usar antibióticos combinados
com inibidores especiais, que consigam bloquear essa
carbapenemase.
- Ceftarolina + Avibactam → combinação que
pode ser eficaz contra bactérias produtoras de
KPC.
Evolução das enzimas beta-lactamases, que são
responsáveis pela resistência de bactérias aos
antibióticos beta-lactâmicos (como penicilinas e
cefalosporinas).
TEM 1 e TEM 2
São variantes das enzimas penicilinases
São mediadas por plasmídeos
Hidrolisam penicilinas e cefalosporinas de espectro
estreito (1a geração e um pouco da segunda geração )
★ ex., penicilina, ampicilina, amoxicilina, cefazolina,
cefalexina e cefalotina.
Mais comuns em bactérias gram-negativa:
★ Enterobacteriaceae.
★ Pseudomonas aeruginosa
★ Haemophilus influenzae.
★ Neisseria gonorrhoeae.
TEM 1, TEM 2 e SHV-1
São beta-lactamases → conseguem inativar penicilinas
(ex.: ampicilina, amoxicilina) e cefalosporinas de 1ª
geração (ex.: cefalexina, cefazolina).
As cefalosporinas de 3ª e 4ª geração possuem uma
cadeia lateral chamada oxiimino. → mais resistentes às
beta-lactamases clássicas (como TEM-1, TEM-2 e SHV-1).
- Cefotaxima
- Ceftazidima.
- Ceftriaxona
- Cefepime.
BETALACTAMASES DE ESPECTRO ESTENDIDO (ESBLs)
São enzimas que destroem:
● Penicilinas
● Cefalosporinas de 3ª geração (como cefotaxima,
ceftriaxona e ceftazidima)
● Algumas de 4ª geração
Existem vários tipos diferentes de ESBLs, com nomes e
características próprias (como TEM, SHV, CTX-M etc.). →
Mesmo sendo diferentes, todas têm a mesma função
principal: quebrar antibióticos beta-lactâmicos mais
modernos.
Atuam contra substratos oxiimino-beta-lactâmicos (ATB
de terceira ligação)
Não hidrolisam os carbapenêmicos → os
carbapenêmicos ainda são uma boa opção de
tratamento.
São inibidas por Clavulanato,Sulbactam e Tazobactam
São encontradas em alguns BGN:
● Klebsiella pneumoniae, Klebsiella oxytoca e
Escherichia coli.
● Acinetobacter, Burkholderia
● Citrobacter, enterobacter, morganella, proteus
sp.
● Pseudomonas spp.
● Salmonaela, serratia e shigella spp.
E. coli produtora de ESBL foi observada entre pacientes
sem fatores de risco associados aos cuidados de saúde
discerníveis na comunidade; também se tornou
generalizada em hospitais de todo o mundo
Fatores de risco para ESBL
● Exposição a serviços de saúde.
● Residente de casas de repouso.
● Hemodiálise.
● Presença de cateter intravascular.
● Antibioticoterapia prévia (quinolonas)
● Uso de corticoides.
OBS: Quando é mediado por plasmídeo pode ser
compartilhado com bactérias de outras espécies por
meio de pontes citoplasmáticas
Beta Lactamase ampiC
Ceftriaxona pode induzir a resistência por meio da
AmpiC – na cultura estará mostrando que é sensível, mas
ao usar formará resistência porque induz a formação
dessa enzima
Penicilinas
Ela faz parte do grupo dos beta-lactâmicos e atua
impedindo a formação da parede celular das bactérias.
OBS: Carboxipenicilinas → Ticarcilina e Carbenicilina não
são são mais produzidas no brasil devido a toxicidade
(eleva potássio)
Penicilinas naturais → São as penicilinas produzidas a
partir do Penicillium e incluem:
★ Penicilina G: Utilizada no tratamento de
infecções estreptocócicas, sífilis e outras
infecções bacterianas sensíveis.
★ Penicilina V: Versão mais estável em meio ácido,
sendo administrada via oral para infecções
menos graves.
Penicilinas semi-sintéticas → São modificadas
quimicamente para ampliar seu espectro de ação ou
melhorar sua estabilidade. Esse grupo inclui diferentes
subclasses:
★ Aminopenicilinas: Apresentam um espectro
ampliado contra Gram-negativos e incluem:
Amoxicilina e ampicilina
★ Oxazolilpenicilinas: São resistentes à ação de
beta-lactamases produzidas por estafilococos,
e um exemplo é: Oxacilina
★ Ureidopenicilinas: Têm um espectro mais amplo,
incluindo bactérias Gram-negativas e algumas
anaeróbicas: Piperacilina
★ Carboxipenicilinas: Atuam contra Pseudomonas
aeruginosa e outras bactérias Gram-negativas
resistentes: Ticarcilina
Propriedades gerais comuns das penicilinas
Distribuem por todo o corpo: incluindo pulmões, fígado,
músculo e placenta
Os níveis em abscesso, ouvido médio, líquido pleural e
peritoneal, líquido sinovial são suficientes para inibir a
maioria das bactérias
Os níveis nos ossos são variáveis
As penicilinas não penetram nas células e são
relativamente insolúveis em lipídios
★ São Hidrossolúvel – não penetram na célula →
não são ideias em infecções intracelulares
★ ex: artrite séptica (estafilo entra dentro da
célula)
★ A concentração intracelular é menor que a
extracelular
A distribuição de todas as penicilinas para o olho,
cérebro, Líquido cefalorraquidiano ou a próstata é
insuficiente na ausência de inflamação:
➔ A inflamação altera as barreiras normais,
permitindo a entrada das penicilinas → o
alcance penicilina G varia de 5 a 10% e
ampicilina de 13 a 14%
➔ As penicilinas com baixas taxas de ligação às
proteínas atingem níveis no soro fetal
equivalente aos níveis no soro materno 30 a 60
minutos após a injeção
Penicilina G ou Benzilpenicilina e Penicilina V ou
fenoximetilpenicilina
Exemplo de uso: amigdalite, sífilis e eripsela
Tem ação nos cocos gram positivos, gram negativos,
bacilos gram positivos e espiroquetas
O tempo de meia vida da penicilina pura é curto →
portanto a Associação da penicilina benzatina e
procaína aumenta o tempo de meia vida porque reduz o
tempo de eliminação
Formulações disponíveis
Penicilina cristalina (intra-hospitalar 4/4h ou 6/6h, exceto
em RN que tem imaturidade de eliminação que pode ser
feita em mais de 6 horas): uso exclusivo EV. → Frasco
ampola de 1.000.000 UI e 5.000.000 UI (potássio)
Penicilina benzatina: IM → Frasco ampola de 1.200.000 UI
e 600.000 UI.
Penicilina procaína: IM.
➢ Frasco ampola de 400.000 UI.
➢ Procaína: menos usada, pois se aplica mais
vezes ao dia (12/12h).
OBS: O tempo de meia vida da penicilina pura é curto →
portanto a Associação da penicilina benzatina e
procarina aumenta o tempo de meia vida porque reduz
o tempo de eliminação
Posologias:
● Penicilina G cristalina
– de 4 em 4 horas
devido a meia vida
● Penicilina G procaína
– de 12/12 ou de 24/24
horas
● Penicilina G
benzatina – a cada 7
dias
Por que a penicilina G benzatina pode ser usada para a
sífilis?
→ A penicilina G benzatina é usada no tratamento da sífilis porque atinge uma
concentração no sangue de cerca de 0,1, enquanto a bactéria Treponema pallidum
precisa de apenas 0,005 para ser eliminada. Isso significa que a quantidade de penicilina
no organismo após a aplicação é muito maior do que o necessário para matar a bactéria,
tornando o tratamento altamente eficaz. Além disso, a penicilina G benzatina é de ação
prolongada, ou seja, permanece no corpo por um tempo suficiente para garantir a
eliminação completa da infecção.
Farmacocinética
Penicilina G
★ Uso exclusivo EV e IM.
★ Meia-vida: função renal normal 30 minutos.
★ Eliminação: via renal.
Penicilina V ou fenoximetilpenicilina
★ Uso oral: sal de sódio ou potássio.
★ Absorção (60%): pelo duodeno, sofre
interferência da alimentação, aumenta
absorção 1 hora após refeição.
★ Ligação proteica: 80%.
★ Efeitos adversos: intolerância gástrica, dor
abdominal, náuseas, vômitos e diarreia.
★ Disponível em solução e comprimidos de 500 mg
Uso clínico
a) Infecções pneumocócicas → sinusites e otites
★ É o ATB preferido para tratar infecções
causadas por cepas sensíveis.
★ A resistência é crescente → pela modificação da
proteína ligadora de penicilina (PBP) → Não
adianta associar os inibidores das
beta-lactamases porque o mecanismo de
resistência é diferente
b) Pneumonia pneumocócica:
★ É preferível para o tratamento parenteral das
cepas de pneumococos sensíveis.
★ Tratamento: deve ser mantido por no mínimo 5
dias, incluindo ao menos 2 a 3 dias após a
temperatura dos pacientes voltar ao normal.
c) Meningite pneumocócica:
★ Tratamento empírico: ceftriaxona ou ceftriaxona
+ vancomicina.
★ Após resultado da sensibilidade, se sensível -
Penicilina G cristalina (24.000.000UI/Dia) -
ninguém faz isso na prática por causa da
comodidade de usar ceftriaxona de 12/12h.
★ O uso da Concentração Inibitória Mínima (MIC)
é ideal para avaliar a resistência do
pneumococo e do Streptococcus do grupo
viridans porque essas bactérias têm um risco
maior de desenvolver resistência aos
antibióticos. → A MIC mede a menor
quantidade de antibiótico necessária para
impedir o crescimento da bactéria. Isso ajuda os
médicos a escolherem o tratamento mais eficaz,
evitando o uso de antibióticos que podem não
funcionar contra essas bactérias resistentes.
★ Streptococcus pyogenes não tem resistência a
penicilina → portanto é a PRIMEIRA opção de
tratamento
★ A bactéria que tem maior potencial de
resistência a penicilina é o Pneumcocco
★ Fatores de risco para pneumococo resistente:
➢ Uso prévio de ATB
➢ Tempo anterior passado em creche
(para crianças) ou em um ambiente
institucional, incluindo lar de idosos,
instituição de longa permanência ou
abrigo para pessoas sem-teto (para
adultos).
➢ Infecções respiratórias recentes.
d) Infecções por Streptococcus beta hemolítico – Grupo
A – S. pyogenes
★ Faringoamigdalite - infecção mais comum:
➢ Cepas resistentes à penicilina ainda
não foram isoladas.
➢ Penicilina V 500 mg VO de 12/12 horas
por 10 dias OU Penicilina G benzatina
1.200.000 UI dose única - Se muito
sintomático fazer mais doses.
★ Erisipela (celulite):
➢ Penicilina V 500 mg VO de 12/12 horas
por 10 dias. ou Penicilina cristalina 1
milhão de 4/4 horas ou 6/6 horas.
★ Choque tóxico e fascite necrosante - produção
de toxina: Penicilina cristalina (24.000.000)+
clindamicina (efeito antitoxina).
★ Pneumonia, artrite, meningite e endocardite
causadas por estreptococos B-hemolíticos:
Primeira escolha: penicilina cristalina 12 a 24
milhões de unidades são administradas por via
IV, durante 2 a 4 semanas.
e) Infecções por outros Streptococcus e enterococcus
★ Streptococcus do grupo viridans (a hemolíticos)
- principal causa de endocardite - resistência
crescente: → Se sensíveis devem ser tratados
com penicilina.
★ Enterococos (nenhum ATB sozinho é bactericida
para ele podendo associar outros ATBS):
f) Infecções anaeróbios
★ Infecções pulmonares e periodônticas: As
infecções leves a moderadas desses locais
podem ser tratadas com penicilina V (250 mg
4x/dia).
★ As infecções mais graves devem ser tratadas
com 12 a 24 milhões de unidades de penicilina G
cristalina IV.
g) Infecções por Neisseria
➔ Neisseria meningitidis:
★ A penicilina G ainda é o fármaco preferido para
tratar doenças meningocócica.
★ Os pacientes devem ser tratados com doses
altas de penicilina administrada por via IV.
★ A presença de cepas resistentes à penicilina
deve ser considerada nos pacientes que
respondem lentamente ao tratamento.
★ Não elimina o estado de portador.
★ Neisseria gonorrhoeae - resistência importante:
Não se usa amoxicilina, nem penicilina e nem
ceftriaxona.
h) Infecções por espiroquetas
★ Leptospira sp.
★ Leptospirose.
★ Treponema pallidum.
★ Sífilis.
i) Uso clínico nos Staphylococcus sp:
★ Staphylococcus aureus não produtor de
penicilinase (raros casos).
★ Se a MIC for menor que 0,125, a bactéria é
sensível à penicilina.
★ Se for maior que 0,125, a bactéria é resistente.
★ O Staphylococcus aureus pode se tornar
resistente à penicilina porque produz uma
enzima chamada penicilinase, que destrói o
antibiótico. Para tratar infecções causadas por
essa bactéria resistente, pode-se usar
amoxicilina com clavulanato. O clavulanato age
bloqueando a penicilinase, permitindo que a
amoxicilina funcione e mate a bactéria.
Efeitos adversos das penicilinas G e V:
★ Dor no local da injeção, abscesso e flebites (EV
ou IM).
★ Reações mediadas por IgE: anafilaxia, urticária,
angioedema, edema laríngeo, broncoespasmo.
★ Reações dermatológicas: exantema morbiliforme
até síndrome de Stevens-Johnson.
★ Reações hepatobiliares: hepatite,
hipersensibilidade, Dor epigástrica, náuseas e
vômitos (Penicilina V).
★ Reações pulmonares: infiltrado pulmonar com
eosinofilia
★ Doença do soro: febre, exantema, adenopatia,
artrite, glomerulonefrite.
★ OBS: O ATB não lesiona a célula e sim provoca
reações de hipersensibilidade.
EM RESUMO: Penicilina serve para streptococo e
enterococo
ISOXAZOL PENICILINAS
Meticilina – primeira droga do grupo → Não é disponível
no brasil, mas é usado como determinante da
sensibilidade / resistência bacteriana
- MRSA – Staphylococcus resistente à meticilina e
a outros atb beta-lactâmicos → tto mais difícil
- MSSA – Staphylococcus sensível à meticilina →
pode ser tratado com antibióticos comuns
como oxacilina e cefalosporinas.
OXACILINA
(Penicilina anti-estafilocócica)
Desenvolvida com o objetivo de agir sobre os
estafilococos → Ativa contra cocos e bacilos Gram
positivos aeróbios e anaeróbios;
Não atua sobre enterococos e é pouca ativa contra
cocos gram negativos (Neisseria sp.);
Resistente a ação da penicilinase;
OBS: Se o antibiótico trata Sthaphylococcus ele cobre
também estreptococos → É tratamento alternativo das
estreptococos
OBS: Não precisa de ajuste da dose nem em Insuficiência
renal e nem em insuficiência hepática
Farmacocinética
Atinge índice terapêutico no líquor em doses elevadas;
Eliminada por secreção tubular e pela bile
Não necessita de ajuste na insuficiência renal (por causa
da eliminação pela bile)
Resistência
A resistência do Staphylococcus aureus à meticilina
ocorre porque ele altera uma proteína chamada PBP2,
transformando-a em PBP2a. Essa nova versão da
proteína tem baixa afinidade pelos antibióticos
beta-lactâmicos (como meticilina e oxacilina), impedindo
que o remédio funcione e tornando a bactéria resistente
★ A oxacilina só consegue agir na proteína PBP2, que está
presente no Staphylococcus aureus sensível à meticilina (MSSA).
No caso do Staphylococcus aureus resistente à meticilina
(MRSA), a bactéria modifica essa proteína e cria uma nova
versão chamada PBP2a, que tem baixa afinidade pelos
antibióticos beta-lactâmicos, como a oxacilina. Por isso, a
oxacilina não funciona contra o MRSA, pois não consegue se
ligar e inibir a PBP2a.
Todos os betalactâmicos (exceto cefalosporinas de 5°
geração) usam a PBP2 → a ceftarolina, uma
cefalosporina de 5ª geração, é a única exceção, pois
consegue se ligar à PBP2a e atuar contra o MRSA.
A partir disso, precisa-se usar um grupo diferente de
antibiótico → Ex: Vancomicina
Uso clínico
★ Infecções graves por Staphylococcus aureus
sensível a meticilina (oxacilina);
- Porque precisa-se que o paciente seja
internado, já que a posologia é EV de
4/4 horas
★ Infecções no sistema nervoso central (SNC)
causadas por Staphylococcus coagulase
negativo sensível também precisam desse tipo
de tratamento rigoroso, pois são infecções mais
sérias e exigem antibióticos intravenosos para
serem eficazes.
Indicações clinica
★ Primeira escolha em MSSA (Staphylococcus
sensível a meticilina)
★ Impetigo bolhoso grave; Celulite grave;
Broncopneumonias por MSSA; Meningites por
MSSA; Sepse; Artrite séptica por MSSA;
Endocardite por MSSA.
Efeitos colaterais:
São raros: Hipersensibilidade; Hepático: aumento das
transaminases; Hematológicas: neutropenia;
Aminopenicilinas
Atua contra as bactéria Gram positivas e contra os
bacilos gram negativos
Ocorre mudança na estrutura química que irá interferir
na farmacocinética → porém o espectro de ação será
semelhante tanto da Ampicilina quanto da Amoxicilina
Aminopenicilinas = Penicilinas para as bactérias Gram
positivas → em todas as infecções tratadas com
penicilina pode-se usar aminopenicilina.
Tem ação contra Bacilos Gram negativo
★ Na prática a resistência dessas bactérias limita
a ação desse fármaco neste grupo →
Haemophilus influenzae / E. coli (cultura)
Ampicilina
Farmacocinética:
★ Absorção Oral: 50% - absorvida por via oral de
maneira irregular → sofre interferência da
alimentação;
★ Líquor - atinge níveis terapêuticos quando as
meninges estão inflamadas;
★ Penetração biliar: Antes era a melhor medicação
para abdome agudo, porém atualmente há
muita resistência → não é mais utilizado como
tratamento empírico porque contra as Gram
negativas é necessária cultura para usar
★ Eliminação: urinária (secreção tubular) e biliar.
Indicações:
★ E. faecalis (S) (CGP) → Primeira escolha no
tratamento de enterococo
Efeitos adversos:
★ Reações de hipersensibilidade: doença Ag-Ac →
hipersensibilidade tardia
★ Gastrointestinal: diarreia e colite por C. difficile
★ Renal: nefrite intersticial
Amoxicilina
É melhor absorvida quando administrada por via oral,
em comparação com a ampicilina, e por esta razão, é a
preferida para a maioria das indicações – uso oral.
Melhor opção para VO (melhor que ampicilina e do que
a penicilina V porque essas têm interação com a
alimentação) → Níveis sanguíneos máximos são de 2 a
2,5 vezes os obtidos com uma dose similar da ampicilina.
Farmacocinética
★ Absorção oral rápida e quase completa,
alimentos não interfere – 80%.
★ Penetra fluidos pleurais, pulmões, efusões de
orelha média, secreções dos seios maxilares,
amígdalas, escarro e secreções brônquicas
★ São encontrados comprimidos de liberação
lenta prolongados.
Usos clínicos:
Sinusite; Traqueobronquite; Otite média; Bronquite;
Pneumonia
Efeitos adversos
★ Reações de hipersensibilidade: doença Ag-Ac:
hipersensibilidade tardia
★ Gastrointestinal: diarreia
★ Renal: nefrite intersticial
UREIDOPENICILINAS ou PIPERACILINA
Penicilina antipseudomonasPenicilina de amplo espectro utilizada em associação
com o inibidor de betalactamase - tazobactam.
★ Só é usada em associação com esse antibiótico
★ A adição do tazobactam protege a piperacilina
da degradação pelas beta lactamases do MSSA:
H. influenzae, M. catarrhalis e B. fragilis.
Ativa contra bacilos Gram negativos e Pseudomonas
aeruginosa – mantém a atividade contra cocos gram
positivos e anaeróbios → É a penicilina de maior
espectro (amplo espectro)
Farmacocinética
Atinge altas concentrações: bili (eliminação parcial)
OBS: Muito usado no abdome agudo por causa da
eliminação biliar
Primeira escolha para as seguintes bactérias:
★ B. fragilis
★ Citrobacter freundii
★ Citrobacter koseri
OBS: Mas pode agir em muitas outras bactérias, só não
é primeira escolha nessas outras
Efeitos adversos
★ Reação de hipersensibilidade
★ Hematológicas: neutropenia e trombocitopenia
★ Diarreia → Porque é de amplo espectro, então
age nas bactérias da microbiota intestinal →
causando desequilíbrio da flora.
Cefalosporinas
Atuam nas bactérias gram positivas, gram negativas,
alguns bacilos gram negativos algumas espiroquetas
São antibióticos de amplo espectro
São resistente a ação das penilinicinases
São utilizadas primariamente contra coco gram
positivos, podendo ser usado empiricamente → contra
bacilos gram negativos já há muita resistência, então
não serão utilizadas de forma empírica
Classificação
A cefoxitina pode induzir resistência bacteriana e até
causar resistência cruzada contra os carbapenêmicos,
tornando algumas bactérias mais difíceis de tratar. → Ela
é usada em casos de abdome agudo porque tem boa
ação contra bactérias Gram-negativas e anaeróbias, que
são comuns nessas infecções.
Espectro de atividade e uso clínico:
São derivados da cefalosporina C
produzida pelo fungo
- Cefalosporinas: originam do
fungo Cephalosporium;
- Cefamicinas: como a
cefoxitina → são
originadas de bactérias do
gênero Streptomyces spp →
Essas cefamicinas têm ação
contra algumas bactérias
resistentes e são eficazes
contra os anaeróbios, sendo usadas em certas
infecções graves.
Tem ação contra Bacilos Gram negativos e Bactérias
Gram positivas
Cefoxitina: única que tem atividade contra bactérias
anaeróbias
Cefalosporina de primeira geração
Tem ação principal contra as bactérias gram positivas
Espectro de ação
★ Staphylococcus aureus que são sensíveis a
penicilina e oxacilina
★ Streptococcus que são sensíveis a penicilina
★ Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Proteus
mirabilis sensíveis em antibiograma. (CULTURA
OBRIGATÓRIA) → não pode usar empiricamente
Usos clínicos mais comuns:
★ Infecções de pele e partes moles adquiridas na
comunidade de gravidade leve a moderada (via
oral) e grave (endovenosa).
★ Infecções do trato urinário em gestantes desde
que no antibiograma a cultura mostra
sensibilidade.
★ Profilaxia cirúrgica em cirurgias cuja microbiota
predominantes sejam Staphylococcus (MSSA) e
Streptococcus. → Cefazolina e cefalexina são as
mais utilizadas em profilaxia cirúrgica.
★ Continuação de terapia antimicrobiana prévia
com oxacilina.
Cefalexina
● Uso oral
● não pode ser usada na meningite
● Absorção: rápida (90%) → uso oral
● Excreção: urina (80% a 100% como fármaco
inalterado) dentro de 8 horas
Cefazolina
● Uso IV → Excreção: urina (80% a 100% como
fármaco inalterado)
● Distribuição: penetração no LCR é pobre
● OBS: Não pode usar na meningite
Caso clínico - cefalosporina primeira geração
Idosa teve flebite com febre e manifestações sistêmicas,
decorrente de uma internação prévia, foi realizada
hemocultura para avaliação da bactéria.
Foi iniciado Ceftriaxona (para cobrir gram negativa) e a
vancomicina (para cobrir bactérias resistentes, pois
tinha tido internação anterior então achava-se que era
bactéria hospitalar). Após resultado da hemocultura, foi
detectado que era estafilococos aureus multisensível.
➢ Ceftriaxona, para cobrir bactérias Gram-negativas.
➢ Vancomicina, para cobrir possíveis bactérias resistentes, já que
se suspeitava de uma infecção hospitalar.
Após o resultado da hemocultura, foi identificado que a
infecção era causada por Staphylococcus aureus
multisensível, ou seja, não era resistente, o que permitiu
trocar os antibióticos por opções mais adequadas:
➢ Cefalozina EV, pois tem um esquema mais confortável do que a
oxacilina (que precisaria ser administrada a cada 4 horas). →
Após melhora da paciente, foi feita a troca para cefalexina VO
(via oral), permitindo que ela recebesse alta e continuasse o
tratamento em casa.
A oxacilina tem excelente eficácia contra o
Staphylococcus aureus sensível à meticilina (MSSA),
sendo considerada o tratamento de primeira escolha
para essas infecções. → No entanto, a cefalozina
também é altamente eficaz contra MSSA e é
frequentemente preferida por conta de um esquema de
administração mais confortável.
Cefalosporina de segunda geração
São menos ativas contra
os cocos Gram positivos
que a primeira geração
mas são mais ativas
contra os bacilos Gram
negativos.
Cefoxitina → não é muito
usado devido a indução
de resistência bacteriana → Cefoxitina → não é muito
usado devido a indução de resistência bacteriana
Cefaclor
Uso clínico:
★ Faringite
★ Otite média
★ Bronquite agudas
★ Pode ser usada na infecção urinária: se cultura
mostrando sensibilidade
Farmacocinética
★ Ligação às proteínas: 25%
★ Metabolismo: parcialmente hepático
★ Meia-vida de eliminação: 0,5-1 hora; prolongado
com insuficiência renal
★ Excreção: urina (80% como fármaco inalterado)
Efeitos adversos
★ Dermatológicas: erupções cutâneas
★ Hematológicas: eosinofilia
★ Hepática: aumento das transaminases
Cefuroxima
Uso clínico
★ Amigdalite, faringite e bronquite;
★ Gonorreia não complicada (uretral, endocervical
ou retal);
★ Infecção articular;
★ Infecção da pele e dos tecidos moles;
★ Infecção óssea;
★ Infecção urinária;
★ Otite média;
★ Pneumonia;
★ Profilaxia cirúrgica (cirurgia cardíaca, cirurgia
torácica não cardíaca, cirurgia ortopédica).
Farmacocinética:
★ Absorção: aumenta com alimentos
★ Distribuição: atravessa a barreira
hemato-encefálica (única da segunda geração)
→ pouco
Efeitos adversos:
★ Cardiovascular: flebites e tromboflebites
★ Dermatológico
★ Erupção na pele urticária.
★ Hematológico: anemia
Cefoxitina - cefamicina
Uso clínico
★ Profilaxia cirúrgica: cirurgias abdominais (colon)
★ Tratamento de infecções por Mycobacterium
não tuberculosis → O tratamento é feito com
cefoxitina + amicacina, mas não se inicia o
antibiótico sem antes confirmar a bactéria na
cultura, pois é preciso um tratamento específico.
→ Infecções por Mycobacterium não
tuberculosis podem acontecer após cirurgias
plásticas ou outros procedimentos estéticos,
especialmente quando não há cuidados
adequados com a higiene.
Resistência
A cefoxitina poderia ser usada para tratar várias
infecções, mas seu uso é limitado porque ela pode
induzir resistência em algumas bactérias. Se não
houvesse esse problema, ela poderia ser uma opção
para tratar:
★ Mordidas humanas, que costumam ter
bactérias mistas, incluindo anaeróbias.
★ Infecções respiratórias e próximas da face,
como pneumonia por aspiração, empiema
(infecção na pleura), celulite orbitária (infecção
ao redor do olho) e infecção no espaço
parafaríngeo.
★ Infecções ginecológicas, como doença
inflamatória pélvica, amnionite (infecção na
bolsa amniótica) e endomiometrite (infecção no
útero após o parto ou aborto).
Apesar de ter um bom espectro de ação, seu uso é
evitado quando possível para reduzir o risco de
bactérias resistentes.
Farmacocinética
Distribuição: amplamente em tecidos e fluidos corporais,
incluindo pleural, líquido sinovial, bile, líquido ascítico
A cefoxitina pode induzir resistência bacteriana porque
ela estimula a produção de beta-lactamases,
especialmenteas betalactamases AmpC, que são
enzimas que destroem antibióticos beta-lactâmicos
(como penicilinas e cefalosporinas).
Efeitos adversos:
★ Reações de Hipersensibilidade.
★ Tromboflebite
★ Hipotensão
★ Náuseas e vômitos
CEFALOSPORINA DE TERCEIRA GERAÇÃO
Das cefalosporinas de terceira geração em diante
penetra no líquor → ou seja, terá ação no SNC
São antibióticos que têm a vantagem de serem
resistentes à maioria das beta-lactamases produzidas
por bacilos Gram-negativos (BGN).
★ Isso significa que elas conseguem inativar
muitas enzimas que normalmente destruiriam
outros antibióticos beta-lactâmicos, como
penicilinas e cefalosporinas mais antigas.
★ Isso as torna muito eficazes no tratamento de
infecções causadas por bactérias
Gram-negativas resistentes, como Escherichia
coli, Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis,
sendo amplamente usadas em infecções
urinárias, pneumonia hospitalar e meningites
bacterianas.
São ativas contra:
★ Pneumococo resistente a penicilina (meningites
e PAC)
★ Ceftazidima tem ação contra Pseudomonas
aeruginosas
Ceftriaxona
Uso clínico:
★ Pneumonia adquirida na comunidade
★ Infecção do trato urinário
Farmacocinética
★ Absorção → IM: bem absorvida
★ Distribuição: todo o corpo incluindo líquor
(atinge níveis terapêuticos)
Efeitos adversos
★ Dermatológicas - erupções cutâneas
★ Hematológica - eosinofilia, trombocitose
leucopenia
★ Hepática - aumento das transaminases
★ Renal - aumento da uréia
Cefotaxima
Única situação em que a Cefotaxima é a escolha
primária ao em vez do Ceftriaxona é nos recém nascidos,
que tem uma imaturidade hepática ainda
Farmacocinética
★ Metabolismo: parcialmente hepática para
metabólito ativo – desacetyl cefotaxime
★ Liquor: 10% - atinge níveis terapêuticos
Efeitos adversos
★ Dermatológica: prurido, erupção cutânea
★ Gastrointestinais: colite, diarreia, náuseas,
vômitos
★ Local: dor no local da injeção
Ceftazidima
Tem ação anti pseudomonas → MUITO ESPECÍFICA para
pseudomonas
Atividade antimicrobiana
★ Boa atividade contra gram-negativos (E. coli,
Klebsiella sp., H. influenzae, Neisseria sp.,
Shigella sp., Moraxella sp.)
★ Boa atividade contra Pseudomonas aeruginosa,
sendo considerada a cefalosporina de eleição
no tratamento de infecções por esse germe.
Uso clínico
Infecções que podem ter como agente infeccioso
Pseudomonas aeruginosas sensível a este agente.
Farmacocinética
Distribuição: amplamente de tecidos e fluidos corporais,
incluindo humor aquoso, líquido ascético, endométrio,
coração, pleura, tecidos linfáticos osso, penetra CSF.
Efeitos adversos
★ Reações de hipersensibilidade
★ Aumento do DHL e GGT
★ Eosinofilia
★ Teste de coombs positivo e trombocitopenia
★ Aumento de AST, ALT e fosfatase alcalina
Cefalosporina de quarta geração
Ação semelhante a terceira geração para o S.
pneumoniae e S. aureus sensíveis a oxacilina
Mais ativo: Citrobacter sp., Enterobacter sp., Serratia sp.,
Proteus indol positivo e Providencia sp. (CESP)
OBS: Não tem ação contra Acinetobacter • Não tem
ação contra Enterococo.
Cefepime
É preferível do que a Ceftazidima, porque é mais sensível
a outras bactérias além das pseudomonas
Piperacilina → utilizada se não puder usar Cefepime
devido ao efeito adverso de Encefalopatia
Uso clínico:
Pneumonia adquirida na comunidade se Pseudomonas
aeruginosas → Prefiro ao invés de cefalosporina de
terceira geração porque a cefepime é melhor.
Neutropenia febril: Se for instável associa com
vancomicina
Infecções urinárias complicadas podem ser tratadas
com cefalosporinas de terceira geração, mas apenas se
a bactéria não produzir beta-lactamase de espectro
estendido (ESBL). → Algumas bactérias hospitalares,
como Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae, podem
produzir ESBL, uma enzima que destrói antibióticos
beta-lactâmicos, tornando as cefalosporinas ineficazes
Farmacocinética
Absorção: IM: rápida e completa
Distribuição: penetra fluido inflamatório em
concentrações 80% dos níveis séricos e na mucosa
brônquica em níveis 60% dos alcançados no plasma;
atravessa a barreira hematoencefálica.
Efeitos adversos → IMPORTANTE
★ Hematológicos: teste de Coombs positivo sem
hemólise, eosinófilos
★ Sistema nervoso central: febre, cefaléia,
encefalopatia→ A encefalopatia ocorre em
pacientes em pacientes com doença renal
crônica, principalmente no idoso
★ Sistema nervoso central: febre, cefaléia,
encefalopatia
★ A encefalopatia ocorre em pacientes em
pacientes com doença renal crônica,
principalmente no idoso
CEFALOSPORINA DE QUINTA GERAÇÃO
OBS: A quinta geração é melhor do que todas para coco
gram positivo porque atinge também as MRSA
(resistentes), enquanto que para bacilos gram negativos
ela é pior que a quarta geração (é igual a terceira
geração)
Ceftarolina
★ Tem espectro de atividade semelhante a
ceftriaxona para os BGN e melhora da atividade
contra os gram-positivos.
★ Tem atividade contra MRSA (S. aureus resistente
a oxacilina) e VISA (S. aureus com resistência
intermediária à vancomicina e VRSA (resistente
a vancomicina)
★ Tem ação contra o S. pneumoniae resistente a
penicilina e cefalosporinas de terceira geração.
★ Tem ação contra BGN: E. coli, Klebisiella, H
influenzae
★ Ativa também contra Enterococcus faecalis -
ação moderada
★ Liga-se a (PBP)2a (S. aureus) e PBP2x (S.
pneumoniae) → PBP2a – enzima modificada pela
bactéria como tentativa de resistência
Indicação:
★ Infecção de pele e partes moles complicada
★ Pneumonia adquirida na comunidade
Linha azul → Representa a cobertura contra bacilos
Gram-negativos (BGN).
Linha vermelha → Representa a cobertura contra cocos
Gram-positivos (COCO +).
Relação com as gerações de cefalosporinas
1ª geração → Boa cobertura para cocos Gram-positivos,
mas ação limitada contra Gram-negativos.
2ª geração → Aumenta um pouco a cobertura para BGN,
mas ainda mantém boa ação contra cocos
Gram-positivos.
3ª geração → Aumenta a eficácia contra bacilos
Gram-negativos, incluindo algumas bactérias
hospitalares. Ainda tem alguma ação contra
Gram-positivos, mas menor do que as gerações
anteriores.
4ª geração → Boa cobertura tanto para BGN quanto
para COCO +, incluindo Pseudomonas aeruginosa.
5ª geração → Recupera a cobertura contra
Gram-positivos, incluindo Staphylococcus aureus
resistente à meticilina (MRSA), mas não tem ação contra
Pseudomonas.
- À medida que as gerações avançam, a
cobertura contra BGN aumenta até a 4ª
geração, mas a 5ª geração volta a focar nos
Gram-positivos, sem cobrir Pseudomonas (BGN
resistente).
Conferência 04 - Antibióticos que inibem a síntese da
parede celular part.2
Carbapenêmicos
Derivados da tienamicina, antibiótico produzido pelo
Streptomyces cattleya
Mecanismo de ação:
Não difundem bem pela parede da célula
Atravessam a barreira de membrana externa de
bactérias gram-negativas através de proteína da
membrana externa (OMPs-porinas) → específica para
alcançar no espaço periplasmático ligam-se às PBPs
(proteínas ligadoras de penicilina) de alto peso molecular
→ inibindo a construção da parede celular e levando à
morte da bactéria.
Atividade microbiana
Os carbapenêmicos são geralmente resistentes à ação
das beta-lactamases, enzimas que inativam outros
antibióticos.
No entanto, algumas beta-lactamases específicas,
chamadas carbapenemases, podem quebrar os
carbapenêmicos.
Essas enzimas podem estar em plasmídeos (fáceis de
espalhar) ou no DNA da própria bactéria
(cromossômicas).
Medicamento de escolha para os BGN (bacilos gram
negativos).
Os carbapenêmicos são eficazes contra bactérias
anaeróbias, inclusive contra o Bacteroides fragilis.
O metronidazol é considerado o melhor antibiótico
específico para tratar infecções causadas por bactérias
anaeróbias. → Porém, quando o paciente já está usando
um carbapenêmico, não é necessário adicionar o
metronidazol, porque o carbapenêmico já cobre bem